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Estudo dirigido

1- Após a destruição parcial ou completa dos epitélios vaginal, ectocervical ou


endocervical por determinado agente agressor, esses epitélios mobilizam
mecanismos de proliferação e diferenciação para reverter o dano. Sabendo disso,
descreva quais são esses processos histológicos diante da agressão.
O processo de reparação tecidual passa por diversas etapas, e quando se trata especificamente
dos epitélios vaginais, como ectocérvice e endocérvice ele passa por algumas etapas especiais:
• Inflamação: A inflamação é a primeira reação para qualquer agressão tecidual,
ocorrendo a vasodilatação e migração de células sanguíneas, principalmente os
leucócitos que migram para área a fim de combater infecções e remover restos
celulares.
• Proliferação: As células vizinhas começam a se dividir por mitose e começam a cobrir
o epitélio que foi danificado. Mas também pode ocorrer o processo de reepitelização,
onde as células epiteliais adjacentes se estendem e migram para fechar a ferida,
formando uma nova camada epitelial.
• Produção da MEC: Nessa etapa ocorre a deposição de colágeno e outras proteínas que
fazem parte da Matriz celular. Os fibroblastos são os responsáveis pela deposição de
colágeno. E dessa maneira, ocorre a composição e produção da Membrana Extracelular.
• Cicatrização: Quando a Matriz extracelular é feita, ao longo do tempo a cicatriz
amadurece e pode ou não adotar características semelhantes a original.
• Formação dos vasos sanguíneos: Para que ocorra a chegada de sangue e oxigênio
ocorre a angiogênese no tecido, para que as células que estejam em reparação recebam
os nutrientes necessários.
• Restauração das funções: Após as células epiteliais serem reparadas é normal que elas
recuperem suas funcionalidades, no caso do tecido vaginal, como produção de muco e
manutenção de um ambiente adequado para a flora vaginal.

2- Descreva cada um dos mecanismos de proteção abaixo:


• Acantose: A acantose é caracterizada pelo espessamento anormal da camada de células
epiteliais na pele ou até mesmo em membranas mucosas. Refere-se ao aumento da
espessura da camada espinhosa do epitélio, que é a camada intermediária da epiderme
da pele ou de outros órgãos revestidos por epitélio estratificado.
• Hiperqueratose: A hiperqueratose é uma condição caracterizada pelo espessamento
anormal do epitélio, resultante da excessiva produção e acúmulo de queratina, uma
proteína fibrosa. Quando ocorre na cérvice pode levar ao aparecimento de placas
brancas denominadas leucoplasicas ou áreas de queratinização. Essas placas são
visíveis durante exames colposcópicos. A hiperqueratose é um processo patológico que
pode estar associado a várias condições, incluindo irritações crônicas, infecções, ou
lesões pré-cancerígenas
• Paraqueratose: A paraqueratose é uma condição histológica em que as células
epiteliais apresentam queratinização no seu núcleo. Ao contrário do processo normal
de queratinização, onde apenas o citoplasma é transformado em queratina, na
paraqueratose, há envolvimento anormal do núcleo celular no processo. Ela é
caracterizada pela presença de células escamosas dispostas isoladamente ou agrupadas
com núcleo pequeno, uniforme, picnótico, central e citoplasma eosinofílico.
• Metaplasia Escamosa: É um processo de transformação celular no qual as células do
epitélio mudam de um tipo celular para outro tipo celular especializado, no caso da
metaplasia escamosa, essas células transformam-se em células epiteliais achatadas, que
são similares à escama. Essa é uma resposta adaptativa do nosso corpo para que ocorra
a regeneração celular que ocorre no colo do útero, em consequência da agressão
contínua é necessário um tecido que tenha maior capacidade subsistir a agressões.

3- Em que situação ocorre hiperplasia de células de reserva?


A hiperplasia de células de reserva é uma resposta do corpo a lesões ou danos em um órgão ou
tecido, que leva à necessidade de regeneração. Esse processo começa nas regiões mais expostas
do colo do útero, onde pequenas células de reserva são sintetizadas e começam a se multiplicar.
À medida que essas células se multiplicam, várias camadas de tecido são criadas para substituir
as células perdidas ou danificadas. Esse fenômeno destaca a notável capacidade regenerativa
de muitos tecidos no corpo humano.
4- Descreva de que forma a biologia do HPV favorece a evolução do câncer colo
uterino.
A biologia do HPV favorece a evolução do câncer do colo do útero principalmente devido à
sua capacidade de integração do DNA viral no genoma das células hospedeiras e à inativação
de proteínas supressoras de tumor. Quando uma pessoa entra em contato com o HPV e o
sistema imunológico não consegue eliminar o vírus, as células do colo do útero podem se tornar
infectadas. A persistência da infecção por HPV, especialmente por tipos virais oncogênicos,
cria um ambiente propício para o desenvolvimento de lesões precursoras, que, se não forem
tratadas, podem progredir para o câncer cervical. Uma vez que ele possui algumas
especificidades como: Ele pode integrar-se do DNA viral nas células do colo do útero; pode
também inativar as proteínas que atuam como supressoras de tumor; com a persistência do
HPV e sua inativação pode ocorrer a formação de lesões precursoras no colo e também possui
uma progressão lenta uma vez que desenvolvimento do câncer cervical a partir de lesões
precursoras pode levar anos.

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