O documento descreve os processos de macrotransporte nas células, especificamente a endocitose e a exocitose. A endocitose envolve a incorporação de material extracelular através da formação de vesículas, enquanto a exocitose envolve a liberação do conteúdo vesicular para o exterior da célula. Vários tipos de endocitose são descritos, como a fagocitose, a endocitose mediada por receptor e a pinocitose.
O documento descreve os processos de macrotransporte nas células, especificamente a endocitose e a exocitose. A endocitose envolve a incorporação de material extracelular através da formação de vesículas, enquanto a exocitose envolve a liberação do conteúdo vesicular para o exterior da célula. Vários tipos de endocitose são descritos, como a fagocitose, a endocitose mediada por receptor e a pinocitose.
O documento descreve os processos de macrotransporte nas células, especificamente a endocitose e a exocitose. A endocitose envolve a incorporação de material extracelular através da formação de vesículas, enquanto a exocitose envolve a liberação do conteúdo vesicular para o exterior da célula. Vários tipos de endocitose são descritos, como a fagocitose, a endocitose mediada por receptor e a pinocitose.
O macrotransporte faz referência aos mecanismos de
transporte que requerem deformação da membrana plasmática e que, por conseguinte, podem ser observados ao microscópio. As células podem incorporar material extracelular mediante processos de endocitose. Estes processos implicam a perda de partes da membrana que são incorporadas ao interior celular mediante a criação de vesículas. Estas perdas são compensadas mediante processos de exocitose, quando vesículas criadas no interior da célula se fusionam com a membrana plasmática.
Endocitose
A endocitose é o processo mediante o qual as células capturam
macromoléculas, partículas e, nalguns casos, outras células. Neste processo, o material a ser ingerido é rodeado progressivamente, por uma pequena porção da membrana plasmática, que se invagina e posteriormente se estrangula formando uma vesícula de endocitose que contem o material ou partícula ingeridos.
Dependendo do tamanho do tipo de vesícula, o seu mecanismo
de formação e a natureza do material a incorporar, foram descritos três tipos de endocitose: pinocitose, endocitose mediada por receptor e fagocitose (fig.1).
Figura 1 – Diversos tipos de endocitose
A pinocitose implica a incorporação contínua e inespecífica de moléculas dissolvidas no meio extracelular (“bebida celular”) via pequenas vesículas (aproximadamente 100 nm de diâmetro) revestidas de clatrina. No cabe a menor dúvida que parte do conteúdo de qualquer vesícula que se forme na membrana plasmática leva moléculas dissolvidas que tenham entrado no interior da vesícula de maneira inespecífica. Por tanto, em maior ou menor medida todas as rotas de endocitose realizam pinocitose.
A endocitose mediada por recetores. O processo consiste na
união de macromoléculas a recetores específicos de membrana que se concentram em zonas concretas denominadas depressões revestidas por clatrina (fig. 2). Foram descritas numerosas moléculas que entram na célula por endocitose mediada por recetor: hormonas e fatores de crescimento (como insulina), proteínas séricas (IgA, LDL), vírus (vírus da gripe) e toxinas (difteria, cólera).
Figura 2 – Endocitose mediada por recetor
A clatrina possui uma estrutura com 6 cadeias polipeptídicas
três pesadas e três leves que se unem e formam uma estrutura de três pernas, o trisquelion (fig. 3). A sua estrutura e o modo de associar-se parece que ajudam à invaginação e fecho da vesícula. Figura 3 – Trisquelion de clatrina
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Clatrina)
O exemplo mais estudado de endocitose mediada por recetor é
a captação de colesterol extracelular contido nas LDL (lipoproteínas de baixa densidade).
A endocitose mediada por cavéolas. As cavéolas são
invaginações de 50-100 nm cuja membrana é parecida à que apresentam as balsas lipídicas (rica em colesterol e esfingolípidos) Cada cavéola está formada por, aproximadamente, 100-200 proteínas integrais, as caveolinas (fig. 4). Estas regiões de membrana se caracterizam por possuir recetores de sinais celulares. As caveolinas atuam como proteínas de ancoragem, capaz de recrutar e concentrar múltiplas moléculas sinalizadoras, assim como de regular a sua atividade.
Figura 4 – Estrutura de uma cavéola
A macropinocitose é o processo de endocitose de fase fluida em grandes vesículas (macropinossomas) dentre 0,15 e 5 m de diâmetro. Consiste na formação de evaginações de membrana parecidas a lamelipódios. Atualmente está ser estudadas outras funções da macropinocitose, como o facto de que sirva de porta de entrada para microrganismos patogénicos, como o vírus do Ébola.
A fagocitose é a ingestão de grandes partículas, tais como
microrganismos ou restos celulares, através de grandes vesículas denominadas fagossomas (geralmente de diâmetro superior a 250 nm). Quando a célula fagocítica entra em contacto, por exemplo, com uma bactéria, emite dois pseudópodes que a envolvem e, depois, se fundem, constituindo-se um vacúolo que inclui a bactéria (o fagossoma). No entanto, não são ingeridas todas as partículas que se unem. Os fagócitos possuem recetores de superfície especializados. Os recetores ativados enviam o sinal para o interior da célula para iniciar a resposta.
O vacúolo formado desloca-se, depois, para a intimidade do
citoplasma, fundindo-se a sua membrana com as membranas de organelos citoplasmáticos chamados lisossomas constituindo-se o fagolisossoma.
Nos protozoários, a fagocitose constitui um sistema de
alimentação. Nos organismos pluricelulares são poucas as células capazes de ingerir grandes partículas de maneira eficiente.
Na maioria dos animais a fagocitose é um dos principais
mecanismos de suporte da imunidade inata e é realizada através de células especializadas, os fagócitos profissionais. Nos mamíferos três tipos de glóbulos brancos atuam como fagócitos profissionais: os macrófagos, os neutrófilos e as células dendríticas. Todas estas células desenvolvem-se a partir de células mãe hematopoiéticas e defendem o organismo das infeções mediante a ingestão dos microrganismos infeciosos. Os macrófagos também participam na recolha das células que estão a morrer e das mortas por apoptose. Em termos quantitativos, esta última função é a mais importante, por exemplo, os macrófagos fagocitam diariamente mais de 1011 eritrócitos velhos por pessoa.
Exocitose
A fusão das vesículas intracelulares com a membrana
plasmática para liberar o seu conteúdo no espaço extracelular denomina-se exocitose. Estas vesículas procedem do complexo de Golgi.
A generalidade das células eucariotas apresentam um tipo de
atividade secretora denominada secreção constitutiva e que consiste na produção e libertação de macromoléculas diversas que, não são, previamente concentradas em vacúolos de secreção. A formação de glicocálice que reveste a membrana plasmática da generalidade das células, a produção de anticorpos pelos linfócitos B ativados e a de colagénio pelos fibroblastos, são exemplos típicos.
Nas células especializadas na atividade secretora como, por
exemplo, as do pâncreas exócrino, os neurónios, as glândulas mamárias ou as do epitélio da vesícula seminal, os produtos que irão constituir a secreção são, primeiro, concentrados e envolvidos por uma membrana que os separa do citosol, constituindo, assim, os chamados vacúolos de secreção ou as vesículas sinápticas. Este processo permite às células secretoras armazenarem grandes quantidades de secreção que será, oportunamente, expelida para o exterior por ação de um estímulo adequado. A este tipo de secreção dá-se, por isso, o nome de secreção controlada ou regulada.
Transcitose
Mecanismo para transportar certas substâncias através duma
lâmina epitelial que combina a endocitose mediada por recetor e a exocitose. As imunoglobulinas maternas (anticorpos), IgA, que se encontram no leite materno são transportadas através das células epiteliais intestinais dos neonatos mediante transcitose. Bibliografia
Alberts, et al (2004) – Biología Molecular de la Célula. 4ª ed. Omega
Arosa, F.A. et al (2007) – Fundamentos de Imunologia. 1ª ed. Lidel
Azevedo, C. – Biologia Celular e Molecular. 4ª ed. Lidel.
Calvo, A. (2015) – Biología Celular Biomédica – 1ª ed. Elsevier
Lodish, et al (2005) – Biología Celular y Molecular. 5ª ed. Médica Panamericana