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Efeitos Biológicos das

Radiações Ionizantes
Objetivo
Nesta aula mostraremos os efeitos biológicos da
radiação em pessoas irradiadas e/ou contaminadas
desde pequenas doses até doses letais.
Introdução
 A transformação celular resultam em eventual
manifestação do câncer que poderá aparecer em
alguns anos ou décadas.

 Pode ocorrer a perda da integridade do DNA, da


capacidade de se reproduzir, que neste caso
corresponde a morte celular.

modificações moleculares

Efeito da Radiação no DNA


Introdução
 Quando a medula óssea recebe uma alta dose de
radiação, perde o potencial em produzir

 Glóbulos Vermelhos,
 Glóbulos Brancos e
 Plaquetas

o que é denominado
Síndrome do Sistema Hematopoiético.
Introdução

Reparo normal: sem dano Morte celular

Reparo imperfeito
Introdução
A importância do tratamento

 A importância do tratamento e diagnóstico do acidentado


é de suavizar o dano radiológico e as complicações
resultantes. Existe, entretanto, uma diferença substancial
entre o tratamento da vítima da irradiação externa e dos
casos de contaminação interna.
Introdução
 A irradiação externa poderá variar de intensidade e
afetar várias regiões do corpo.

 A informação dosimétrica é eficaz, permitindo avaliar e


decidir qual o tratamento mais apropriado.

 O julgamento clínico terá prioridade sobre a informação


dosimétrica, caso as informações do acidente sejam
incorretas.
Introdução
 Os casos de contaminação interna são extremamente
raros, contudo, causam de imediato, sinais e sintomas
clinicamente reconhecidos.

 Por outro lado, o tratamento deve ser aplicado


imediatamente após a ocorrência da contaminação.
Exposição Externa
Pode envolver o corpo inteiro, parte do corpo ou ter
sido localizada.

As fases típicas da Síndrome Aguda da Radiação


consistem em:

a) Fase inicial - de poucas horas até vários dias;

b) Período Latente - de uma a três semanas;

c) Fase Crítica - começando entre 18 a 21 dias


Exposição Externa
• Corpo inteiro
• Parcial
• Localizada
Exposição Externa
Exposição Parcial

 Quando há exposição de uma área razoável do corpo,


principalmente a cabeça, peito e/ou abdômen.

 O tratamento é similar à irradiação de corpo inteiro.


Exposição Externa
Exposição de Corpo Inteiro

 Embora a probabilidade de uma exposição de corpo


inteiro seja pequena, vêm ocorrendo casos como por
exemplo:

A perda ou vazamento de uma fonte selada que,


posteriormente, é considerada como desconhecida no
ambiente das vítimas.
Exposição Externa
Em irradiação prolongada a determinação subsequente,
são complicadas pelos seguintes itens:

• da dificuldade de reconstituir o acidente


• do histórico de contagem celular
• dificuldade de interpretar o cariótipo (padrão de
constituição cromossômica de cada indivíduo)
Exposição Externa
Exposição Localizada

 Quando ocorre em uma pequena área do corpo,


normalmente nas extremidades, sejam as mãos ou
antebraços, sofre de exposição de radiação à
irradiação, com feixe colimado, ou por manter a fonte
nas mãos ou bolsos.

 A irradiação localizada, embora grave, não conduz à


ocorrência da síndrome de irradiação aguda
Exposição Externa
Exposição Localizada

Reconstrução
Efeitos Somáticos e
Efeitos Hereditários
Efeitos Somáticos

 Resultam da alterações que ocorrem nas células


somáticas e se manifestam no próprio indivíduo
irradiado, não sendo transmissíveis aos descendentes.
Efeitos Somáticos e
Efeitos Hereditários
Efeitos Hereditários

 Também denominado genéticos são transmissíveis


aos descendentes do indivíduo irradiado e são
consequência de alterações nas células de órgão
reprodutores do indivíduo.

 Tem caráter cumulativo e independem da taxa de


absorção de dose.
Novos conceitos
Efeitos Estocásticos

 São aqueles para quais a probabilidade de


ocorrência ou risco, e não sua severidade, é função
da dose absorvida, não existindo para eles um valor
limiar.

 Exemplo: Câncer, tem um aumento progressivo com


aumento da dose recebida.
Novos conceitos
Efeitos Estocásticos

P Não têm um limiar de dose.

- Câncer
- Efeitos genéticos
Novos conceitos
Efeitos Determinísticos

 São aqueles cuja severidade do dano varia com a


dose absorvida e para os quais pode-se estabelecer
um limiar de dose.

 Exemplos: anemia, esterilidade, danos não malignos


causados à pele e deficiências hematológicas.

 A severidade desses efeitos varia com a dose


absorvida, mas eles não são detectados em baixa
doses.
Contaminação Radioativa
 As consequências biológicas da contaminação
dependem de diversos fatores:

 O local de entrada;
 Os órgãos de exposição;
 O radionuclídeo;
 A natureza física e química do radionuclídeo...

 A meia vida física e biológica são frequentemente


esquecidos em avaliações.
Contaminação Radioativa
Acidentes Radiológicos e Nucleares
Acidente de Goiânia

DAF 7,1 Gy RSA 6,2 Gy


Contaminação Radioativa
Fatores Biológicos

A contaminação interna compreende de 4 etapas:

 a) Ingestão - As formas possíveis de ingerir ou inalar


pelo sistema respiratório, pelas feridas ou pelo trato
gastrointestinal.

Alexander Litvinenko
Contaminação Radioativa

 b) Capitação - Absorção dos materiais radioativos nos


fluidos extra celulares, como sangue.

 c) Deposição - Incorporação de material radioativo nos


tecidos e órgãos.

 d) Eliminação - Remoção de material radioativo dos


tecidos, órgãos e de todo corpo.
Contaminação Radioativa
Contaminação Externa/Interna

 Hoje em dia a maior preocupação para trabalhos com


fontes radiativas não seladas em Medicina Nuclear é a
contaminação interna ou externa do corpo.

 A segurança e o conhecimento, neste trabalho, ajudam


aos trabalhadores a não cometerem acidentes em local
de trabalho.
Contaminação Radioativa

Contaminação Externa Contaminação Interna


Contaminação Radioativa

inalação ingestão absorção injeção


Contaminação Radioativa
 Em caso de contaminação, os trabalhadores deverão
saber quais são os métodos mais eficientes na
descontaminação, ajudando assim, a diminuir o tempo
de contato com o material radioativo na pele.

 Para cada radionuclídeo existe uma maneira de


descontaminação.
Contaminação Radioativa
Objetivos do Tratamento – Contaminação Externa

 Os objetivos da descontaminação da pele é para


remover tanto radionuclídeos quanto possíveis, para
reduzir a taxa de dose na superfície e impedir o
aumento da contaminação no corpo.

 O cuidado com a descontaminação da pele deve ser


evitado um esforço muito agressivo para que não venha
ferir a pele.
Contaminação Radioativa
Objetivos do Tratamento – Contaminação Interna

 Na contaminação interna, o tratamento de pessoas com


radionuclídeos internamente depositados tem por
objetivo reduzir ao máximo a dose de radiação
absorvida, e a partir daí, evitar o risco de possíveis
efeitos biológicos futuros.
Contaminação Radioativa
Estes propósitos podem ser realizados pelo o uso de dois
processos gerais:

 a) redução da absorção e destituição interna


 b) eliminação acentuada ou excreção de nuclídeos
absorvidos.

Ambos são eficazes quando iniciados logo após a ingestão.

As considerações mais importantes são:

 a) seleção da droga apropriada para o radionuclídeo


 b) administração periódica após a exposição
Contaminação Radioativa

LIMITE DE DOSE RECOMENDADO


por ano

Local Trabalhador Público


Corpo 20mSv(2rem) 1mSv(0,1rem)
Pele 500mSv(50rem) 50mSv(5rem)
Mãos 500mSv(50rem) 50mSv(5rem)
Efeitos Dependentes da Dose
 A severidade de um acidente depende da dose
absorvida e da distribuição no corpo.

 No caso de uma só irradiação no corpo inteiro, por um


curto período de tempo, o paciente fica ameaçado a
partir de 2 Gy.

 Diferentes Na ausência de tratamento ou no caso de


lesão séria, estima-se que após uma dose aguda de
corpo inteiro, da ordem de 3,5 Gy, a mortalidade, após
2 meses, será de 50%.
Efeitos Dependentes da Dose
Dependendo da dose de corpo inteiro, quatro formas
da Síndrome Aguda da Radiação podem ser observadas:

 a) hematopoiética, para doses de 1 a 10Gy;


 b) gastrointestinal, para doses de 10 a 20 Gy;
 c) cardiovascular, para doses de 20 a 50 Gy;
 d) Síndrome do Sistema Nervoso, acima de 50Gy
Efeitos Dependentes da Dose
Síndrome Hematopoiética

A gravidade das manifestações clínicas da Síndrome


Hematopoiética, consequentes da irradiação, pode ser classificada
da seguinte maneira:

 De 0 até 0,25 Gy – Sem sintomas clínicos, aberrações


cromossômicas podem ser detectadas levemente nos
linfócitos.

 De 0,25 até 1 Gy – Sem sintomas ou náuseas passageiras.


Testes biológicos podem revelar uma leve linfocitopenia.
Efeitos Dependentes da Dose
 De de 1 até 2 Gy – Náuseas e vômitos ocorrem em uma fração
de pessoas irradiadas.

 Os sintomas se manifestam nas primeiras horas após a


exposição.
 A manifestação de trombocitopenia (diminuição das
plaquetas) leva 4 a 6 semanas.
 A maioria dos pacientes se recupera com o tratamento, no
entanto, para prevenir a infecção e os sintomas
hemorrágicos, deve-se fazer um acompanhamento
hematológico.
Efeitos Dependentes da Dose
 De de 2 até 4 Gy – Síndrome Dermatológica em Grau
Moderado.

 Vômitos aparecem após 1 ou 2 horas.


 Na maior parte das vítimas o quadro ou agravamento da
Trombocitopenia (diminuição das plaquetas) se dá em geral
3 a 4 semanas após a exposição.
 São acompanhados de febre e sangramento.
 Com tratamento, todos se recuperam.
Efeitos Dependentes da Dose
 De 4 até 6 Gy – Vômitos aparecem de 5 minutos a 1 hora após
a irradiação.

 Febre, eritema da pele e das mucosas se manifestam.


 Taxa baixa de trombócitos e se mantém por 2 semanas.
 Sem tratamento o paciente não resiste a infecções e
sangramentos.
 Se for acompanhado terá chance de se recuperar
Efeitos Dependentes da Dose
 De 6 até 10 Gy – Síndrome Hematopoiética Grave.

 Os vômitos ocorrem em menos de 30 minutos após a


exposição.
 Diarreia 1 ou 2 horas.
 Citopenia máxima aparece entre 10 a 14 dias.
 Dentre outros sintomas: estomatite, enterite (após 6
dias)
 Se não houver a administração de um tratamento
adequado, o índice de mortalidade alcança 100%.
Efeitos Dependentes da Dose
Lesões na Pele 4
5

1 - ERITEMA (> 3 Gy)


2 - EPIDERME SECA (> 5 Gy)
3 - EPIDERME EXSUDATIVA (> 20 Gy)
4 - EPILAÇÃO (> 4 Gy)
5 - NECROSE (> 50 Gy)

1, 3 3, 5 2
Conclusão

O importante é termos consciência de


que qualquer trabalho requer atenção e
conhecimento a cada momento.

Para isso, devemos sair íntegros em


nossos serviços e darmos exemplos aos
futuros aprendizes.
Bibliografia
 Procedimentos médicos e de radioproteção para
atendimento a pessoas expostas acidentalmente às
radiações ionizantes. M.S.c Santos,Carlos A. R. /1988.

 Apostila de Curso Básico de Proteção Radiológica.


M.S.c Santos,Carlos A. R. /1998.

 Dosimetria e higiene das Radiações, Físico


Dr.Bitelli,T./1982.

 Normas da CNEN - NE. 3.01


Perguntas?

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