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ESCOLA TECNICA RAIMUNDA NONATA

CURSO TECNICO EM SAÚDE BUCAL

Radiologia
Odontológica
DISCIPLINA DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
Aula 2: APARELHOS DE RAIOS X
Ø Requisitos Ideais:

Seguro e exato

Capaz de gerar raios X

Pequeno

Fácil manuseio

Estável

Facilmente desmontável e armazenado

Ø Componentes do Cabeçote:

Ampola de raios X de vidro, incluindo o filamento, o bloco de cobre e o


anteparo

Transformador de alta tensão (kV)

Transformador de baixa Tensão

Revestimento de chumbo para minimizar a radiação de fuga

Óleo circundante

Colimador - limitar os feixes de raios X

Cilindro localizador - direcionar os raios X e ajustar a distância ideal do ponto


focal

Tamanho do Ponto Focal e princípio do foco linear

Ponto Focal – Deve reduzir a penumbra, borramento da imagem

O objeto e o filme deverão estar o mais paralelo possível entre si;

Os raios X centrais deverão incidir perpendiculares ao objeto e ao filme.

Ø Principais Componentes do Painel de Controle:

Interruptor liga/ desliga e luz de aviso

Marcador de tempo - Eletrônico

- Eletrônico-digital
- Mecânico

Seletor de tempo de exposição – Numérico, Anatômico

Luzes de avisos e sinais sonoros

O painel de Controle pode ainda conter:

Seletor do tipo de filme

Seletor do tamanho do paciente

Compensador de voltagem da rede

Seletor de kilovoltagem

Interruptor de miliamperagem

Ajuste de exposição para uma distância foco-pele longa ou curta

Ø Os Aparelhos de Raios-x:

Função Principal dos Componentes de Raios X

Gerar uma alta diferença de potencial (KV) para acelerar os elétrons no interior
da ampola de raios X através do transformador de alta tensão.

Prover uma corrente de baixa tensão que aqueça o filamento através do


transformador de baixa tensão.

Outros Tipos de Aparelhos de Produção de raios X

Ap. de Raios x Panorâmicos.

Unidades de crânio, como Craniotone ou Orbix.

Ap. Cefalométricos.

Receptores de Imagem

Ø Filme Radiográfico

Ação direta ou “não-screen”

Acão indireta ou “screen”

Usos:

Não-Screen: Intrabucais
Screen: Extra-Orais

Tamanhos:

31 x 41 mm – Rx periapical / interproximal

22 x 35 mm – Rx periapical / interproximal pediátrico

57 x 76 mm - Oclusal

Componentes do Filme:

Base plástica – atua como suporte para a emulsão.

Adesivo – Fixa a emulsão na base

Emulsão – São cristais de halogenado de prata envoltos por uma matriz de


gelatina.

Camada Protetora - gelatina transparente para proteger a emulsão dos


acidentes mecânicos.

Orientação do Filme:

Possui um picote gravado em um dos cantos que é utilizado para orientação.

O lado do filme na qual o picote é posicionado é sempre voltado para o feixe


de raios X.

Filme de Ação Indireta “Screen”

Usos:

Projeções Extra-orais

Todas as radiografias de crânio

Radiografias Panorâmicas

Todas as radiografias médicas de rotina

Intra-oral, radiografia de vértex-oclusal

Constituição do Filme de ação indireta

A emulsão é mais sensível à luz do que os raios X

Diferentes emulsões são produzidas sensíveis a luzes de cores diferentes

Luz Azul – halogenado de prata

Luz Ultravioleta – halogenado de prata modificado


Luz Verde – ortocromática

Luz Vermelha - pancromática

Densidade Óptica (DO): É o grau de escurecimento do filme.

Valor: varia entre 0,25 a 2,5.

Densidade -base – velamento (DBV): É o menor grau de escurecimento

Processamento de alguns cristais de prata não-expostos

Velocidade do Filme: É a exposição necessária para produzir uma densidade


óptica de 1,0 acima da densidade-base-velamento.

Sensibilidade do Filme: É a exposição recíproca necessária para produzir


uma densidade óptica acima de 1,0 da densidade –base-velamento.

Latitude do Filme: É a medida da escala de exposições que produzem


diferenças distintas na densidade óptica. Quanto maior a latitude do filme,
maior a escala de densidade os objetos.

Contraste do Filme: É a diferença de densidade óptica entre dois pontos em


um filme que receberam diferentes exposições.

Resolução: É a medida da capacidade da radiografia de diferenciar duas


estruturas próximas entre si.

Fatores que interferem: Efeito penumbra; tamanho dos cristais e o contraste.

Placas Intensificadoras: Consiste em Fósforo Fluorescente sobre uma matriz


plástica, que emitem luz quando sensibilizados pelos raios X.

Materiais Fluorescentes:

Tungstato de Cálcio (CAWO4).

Fósforo de Terras raras (gadolínio, Lantânio)

Ítrio

Chassis
Aula 3: OS EFEITOS BIOLÓGICOS E OS RISCOS ASSOCIADOS
AOS RAIOS X
ü “Conhecer os efeitos biológicos dos raios-x é fundamental para usar a
radiação como um meio seguro de auxiliar de diagnóstico.”

ü A radiação provoca efeitos deletérios ao organismo, independentemente


da quantidade de exposição. Obviamente, uma pequena quantidade de
radiação não será suficiente para provocar uma manifestação clínica ou
genética, mas certamente provocará uma reação celular com quebra e
desorganização de molécula.

ü Não se conhecem, com precisão, os efeitos biológicos da radiação para


pequenas doses tanto para desenvolver uma lesão (nível somático),
como para provocar mutação (nível genético). Em nível somático, ocorre
destruição de tecidos em que a radiossensibilidade é maior, como o
tecido vascular, sexual e oftálmico. Em nível genético, as mutações
ocorrem por quebras de cromossomos que contêm os genes, ocorrendo
reorganização aleatória e alterando o padrão hereditário.

Ø Classificação:

ü Efeitos DETERMINÍSTICOS somáticos

ü Efeitos ESTOCÁSTICOS somáticos

ü Efeitos ESTOCÁSTICOS genéticos

ü Efeitos determinísticos somáticos: São os efeitos deletérios para o corpo


de uma pessoa. Ex: eritema e catarata.

ü Efeitos estocásticos somáticos: São aqueles que podem se desenvolver.


Seu desenvolvimento é aleatório. Ex.: Leucemia e certos Tumores.

Ø Como os Raios X Causam Danos?

ü Efeito Direto: no interior da célula

- Incapacidade de transmitir informação

- Replicação anormal

- Morte celular

- Apenas dano temporário (DNA)

ü Efeito Indireto: como resultado da ionização da água ou de outras


moléculas
ü Estas radiações ionizantes causam alterações nos tecidos biológicos
interagindo diretamente com os componentes celulares (efeito direto) ou
pela radiólise da água (efeito indireto).

ü Os efeitos das radiações são descritos através dos estudos de


radiobiologia, em que são estabelecidas relações de dose/efeito.

ü Informações genéticas são encontradas no núcleo da molécula do DNA,


ao causar um dano em uma seção dessa molécula, resultará um dano
somático no próprio indivíduo ou genético nos seus descendentes

ü O principal risco associado a exames de radiodiagnóstico é a ocorrência


de efeitos estocásticos, principalmente efeitos genéticos e
carcinogênese, sendo muito raro o desencadeamento de efeitos
determinísticos, como queimaduras.

ü Qualquer dose de radiação tem potencial de produzir danos, mas, de


acordo com a literatura, os efeitos potenciais da radiação advinda de
aparelhos de raios X odontológico são mínimos, sendo o risco de
indução de câncer fatal por uma radiografia panorâmica de 1: 1.000.000
e por uma radiografia intra-oral de 1: 10.000.000.

ü Apesar de o risco ser muito baixo, é importante considerar que os efeitos


da radiação podem ser acumulativos; por isso, todos os dentistas têm a
responsabilidade profissional com seus pacientes, sua equipe e a si
mesmo de minimizar todos os riscos que possam estar associados à
radiação

ü O Ministério da Saúde do Brasil estabeleceu a portaria nº 453 intitulada


“Diretrizes de Proteção Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e
Odontológico”, que se preocupa com a necessidade de garantir a
qualidade nos procedimentos de radiodiagnóstico prestados à
população, assim como assegurar os requisitos mínimos de proteção
radiológica aos profissionais da área de saúde (Portaria nº 453, 1998).

ü Assim, tendo em vista a necessidade de observância dos fatores de


proteção Radiológica.

ü O primeiro relato associando a exposição às radiações à indução de


câncer foi publicado em 1902. Logo em seguida, foi descoberto que a
irradiação do tecido germinativo de plantas e animais resultava em
efeitos nos descendentes.

ü Desta forma, evidenciou-se a importância do estudo dos efeitos


biológicos das radiações ionizantes, a fim de minimizar os seus efeitos
prejudiciais no homem e em outras espécies e maximizar os benefícios
do seu uso.
ü As mudanças biológicas resultantes do efeito direto podem levar minutos
a semanas para ocorrerem e traduzem-se em alterações em que, no
período de latência, as células não se apresentam seletivas, resultando
em lesões. Os efeitos indiretos podem levar meses a anos, sendo
conhecidas por lesões tardias

ü A radiação atravessa o corpo humano e quatro tipos de eventos podem


ocorrer: - a radiação passa próximo ou através da célula sem produzir
danos; - a radiação danifica a célula, mas ela é reparada
adequadamente; a 20

ü A radiação causa morte celular ou a torna incapaz de se reproduzir; - o


núcleo da célula é lesado, sem, no entanto, provocar morte celular.
Desta forma, a célula sobrevive e se reproduz na sua forma modificada,
podendo ser diagnosticado, anos mais tarde, células malignas nesse
local.

ü Contudo, ação dos raios X sobre as células tem sido estudada por meio
dos conhecimentos relativos à interação desta radiação ionizante com a
matéria viva. Essa interação resulta na transformação dos átomos em
íons, provocando repercussões de ordem química e, em segunda
instância, acarretando efeitos biológicos.

ü Esses efeitos estão diretamente relacionados à dose de radiação, a sua


freqüência, o tamanho da área irradiada, idade do paciente e tipo de
célula irradiada. P

ü Por isso, o profissional desta área está mais suscetível aos efeitos
somáticos, podendo apresentar um quadro de radiodermite
caracterizada por perda da elasticidade da pele, as unhas tornam-se
quebradiças e friáveis, podendo se assemelhar a queimaduras solares.

ü O uso de raios X na Odontologia, mesmo em baixa intensidade, podem


provocar danos ao DNA das células que revestem internamente a boca.

ü A exposição aos raios-X leva ao aparecimento de fragmentos


cromossômicos, fazendo com que o material genético não se separe de
maneira adequada levando a formação de um pequeno núcleo
(micronúcleo) ao lado do núcleo “principal”

ü Os efeitos determinísticos de maior freqüência são: radiodermite crônica,


alterações de contagem de glóbulos brancos e vermelhos, vasculites e
alterações no sistema reprodutor. A leucemia, por ser a principal doença
que ocorre devido à exposição crônica da radiação o que torna
obrigatória a realização de exame de sangue periódico como um dos
controles médicos ocupacionais
ü Síndrome de Radiação aguda (SAR)

ü O emprego de técnicas radiográficas seguras, como a periapical de


paralelismo, por exemplo, diminui o risco de repetições e fornece
exames de excelente qualidade, sendo, portanto um eficiente meio de
proteção radiológica.

ü “É de extrema importância, para nossa especialidade, o 23.

ü O conhecimento da portaria do Ministério da Saúde nº. 453, de 01 de


junho de 1998, que estabelece as “Diretrizes básicas de proteção
radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico” em todo o
território nacional.”

ü Um item que deve ser observado nas clínicas é a necessidade de


proteção ao paciente, pela observância da calibração do aparelho, da
filtração e da utilização de cilindros abertos visando um melhor
funcionamento do equipamento de raios-x e proteção.

ü Conforme regulamentações da Associação Brasileira de Normas


Técnicas (ABNT), todo profissional que trabalha com radiodiagnóstico
deve usar um dosímetro sempre e somente quando estiver na área de
risco e ainda submetê-lo mensalmente para a leitura dos dados nele
contido, a fim de monitorizar a radiação individual acumulada,
fornecendo, assim, informações acerca da exposição à radiação
ionizante (Associação Brasileira de Física Médica, 2010; Atribuições do
especialista em radiodiagnóstico, site na internet disponível em:
http://www.abfm.org.br/exame_radiodiagnostico.asp.

Ø Proteção em Radiologia

“É a sistemática de cuidados prévios frente ao uso de radiações


ionizantes artificiais (Raios X), para fins de diagnóstico”.

Proteção do Paciente:

ü 1-Filmes sensíveis

ü 2-Processamento correto do filme

ü 3-Feixes de radiação

a) Filtração: até 50 kvp – 0,5mm

< 70 kvp – 1,5mm

> 70 kvp – 2,5 mm

b) Colimação
ü 4- Localizadores

ü 5- Marcadores de Tempo

ü 6 -Técnica radiográfica

ü 7- Mantenedores de Filme

ü 8- Protetor de tireóide

ü 9- Avental de borracha plumbífera

ü 10- Comunicação efetiva com o paciente

ü 11- Indicação

Proteção do Operador

ü 1- Distância mínima de 1,80 m da cabeça do paciente, em ângulo de 90°


a 135º

ü 2- Nunca permanecer na direção do feixe útil

ü 3- Monitoração do operador e pessoal auxiliar

ü Proteção de áreas adjacentes

ü Paciente e Controle da infecção

Projeções extra-bucais – cuidados

ü Adornos metálicos

ü Protetor de tireóide

ü Fatores de exposição no painel

Projeções intra-bucais

ü Evitar repetições

ü Observação do paciente durante o exame radiográfico

ü Crianças e pacientes especiais

ü Dificuldades anatômicas:

- Língua grande ( macroglossia )

- Boca pequena ( microstomia )

- Muscularura bucal rígida


- Movimentos limitados do pescoço

- Arcadas dentárias estreitas

- Palato raso

- Obesidade

ü Problemas neurológicos:

- Dificuldade de entendimento e comunicação

- Tremores

- Paralisias

Controle da Infecção:

“O principal risco é a contaminação por saliva nas áreas de trabalho e


equipamentos.”

Principais Infecções de interesse:

ü Infecção viral causada por hepatite B

ü Vírus da Imunodeficiência adquirida

ü Tuberculose

ü Feridas frias causadas pelo vírus do Herpes Simples

ü Rubéola; Sífilis; Difteria; Caxumba; Gripe; Encefalopatias...

ü Medidas para Controle da Infecção

ü Treinar e monitorar membros da equipe

ü Vacinas contra Hepatite B

ü Feridas abertas nas mãos devem ser protegidas com curativos

ü Uso de luvas em todos os procedimentos, trocadas a cada paciente

ü Uso de Óculos de proteção

ü Todos os filmes utilizados devem ser colocados em uma bandeja

ü Filmes com proteção de PVC

ü Todos os posicionadores para filmes/blocos de mordida/ aletas de


mordidas/ devem ser lavados e depois autoclavados ou desprezados se
forem descartáveis
Ø Referências

ABOTT P. Are dental radiographs. Aust Dent. J.; 45(3): 208-213, 2000.

ALAVERS LC, TAVANO O. Curso de radiologia em odontologia. 1. ed.


São Paulo: Livraria e Editora Santos, 1987.

ARAUJO GM. Normas regulamentadoras comentadas. Legislação de


segurança e saúde no trabalho. Atividades e operações insalubres. 5a
Ed. Rio de Janeiro, v.1, parte 2, anexo 5, p. 565-77, 2005.

AZEVEDO, ACP. Radioproteção em serviços de saúde. Disponível em:


http://www.biossegurancahospitalar.com.br/files/ raiox.doc. Acessado:
26/08/2010.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria 453, 1 jun. 1998.Diretrizes


de proteção radiológica em radiodiagnóstico médicoe odontológico.
Brasília: Diário Oficial da RepúblicaFederativa do Brasil, Poder
Executivo, 02 jun. 1998, seção 1,Brasil, Ministério do Trabalho e
Emprego. Portaria 485, 11 nov. 2005. NR 32: Segurança e saúde no
trabalho em serviços de saúde. Diário Oficial da 55

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odontologica. Rev. Assoc. Paulista Cir Dent. 1999; 53(3): 202-4,2002.

FREITAS A, ROSA JE, SOUZA IF. Radiologia Odontológica. 6ª ed. São


Paulo: Artes Medicas; 2004.

FREITAS, A, ROSA JE e SOUZA IF. Radiologia odontológica. 5. ed.


São Paulo: Artes Médicas, 2000. 748 p

FREITAS, L. Radiologia bucal: técnica e interpretação. 1. ed. São Paulo:


Pancast, 1992.

GIBILISCO JA. Diagnóstico radiográfico bucal de stafne. 5. ed. Rio de


Janeiro: Interamericana, 1986. 56

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ed. Madrid: Mosby/Doyma Libros, 1995; 1. ed. São Paulo: Livraria
e Editora Santos.1987.

OKUNO E. Radiação: efeitos, riscos e benefícios. São Paulo: Harbra, 81


p, 1988.

PASLER EF, VISSER G. radiologia odntologica. Rio de Janeiro: Artes


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mucosa de revestimento bucal. Agência USP de noticias, Medcenter.
Disponível em: HTTP://www.odontologia.com.br/noticias. Acesado em:
15/09/2010.

SEARES CM, FERREIRA AC. A importância do conhecimento sobre


radioproteção pelos profissionais da radiologia. CEFET/SC Núcleo de
Tecnologia Clínica, Florianópolis, Brasil, 2002.

SILVEIRA MMF, MONTEIRO IS, BRITO AS, Avaliacao da utilização dos


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SOUZA E, SOARES MPJ. Correlações técnicas e ocupacionais da


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TAVANO O. O máximo de segurança e qualidade na obtenção de


radiografias odontológicas com um equipamento de 70 kV. Rev ABRO, 1
(1): 35-40, jan./abr. 2000.
Aula 4: TÉCNICA RADIOGRÁFICA INTRA-ORAL
Ø Técnicas Radiográficas

Periapical – Exame do dente e osso alveolar que o rodeia;

Interproximal – Diagnóstico de cáries proximais, adaptação de coroas e


excessos marginais de restaurações;

Oclusal – Investigar as zonas maiores da maxila e mandíbula, procurar


descobrir fraturas, lesões ou dentes impactados. Para pesquisar nódulos e
calcificações pulpares, fraturas, anomalias, reabsorções, avaliação periapical,
forma e tamanho de raízes, relação dos germes dos permanentes com os
dentes decíduos, avaliação pós-operatória de implantes.

ü Técnica da bissetriz ou do Cone Curto

ü Técnica do paralelismo ou do Cone Longo

Ø Radiografia Periapical

Para pesquisar nódulos e calcificações pulpares, fraturas, anomalias,


reabsorções, avaliação periapical, forma e tamanho de raízes, relação dos
germes dos permanentes com os dentes decíduos, avaliação pós-operatória de
implantes.

ü Técnica da bissetriz ou do Cone Curto

ü Técnica do paralelismo ou do Cone Longo

Filme Radiográfico

Para ambas as técnicas:

3 X 4 cm, tamanho padrão

2,2 x 3 cm, para crianças


“O dente e o filme devem permanecer paralelos entre si, com certa
quantidade de filme além dos ápices.”

LEVANTAMENTO RADIOGRAFICO PERIAPICAL - SÉRIE COMPLETA

1 2 3 4

5 6 7

8 9 10 11

12 13 14

1- REGIAO DE MOLARES SUPERIORES DIREITO

2- REGIAO DE PRÉ-MOLARES SUPERIORES DIREITO

3- REGIAO DE LATERAL E CANINO SUPERIOR DIREITO

4- REGIAO DE INCISIVOS CENTRAIS SUPERIORES


5- REGIAO DE LATERAL E CANINO SUPERIOR ESQUERDO

6- REGIAO DE PRÉ-MOLARES SUPERIORES ESQUERDO

7- REGIAO DE MOLARES SUPERIORES ESQUERDO

8- REGIAO DE MOLARES INFERIORES ESQUERDO

9- REGIAO DE PRÉ-MOLARES INFERIORES ESQUERDO

10- REGIAO DE CANINO INFERIOR ESQUERDO

11- REGIAO DE INCISIVOS INFERIORES

12- REGIAO DE CANINO INFERIOR DIREITO

13- REGIAO DE PRÉ-MOLARES INFERIORES DIREITO

14- REGIAO DE MOLARES INFERIORES DIREITO

Filme Radiográfico

Eric Whaites, 2003


Aparelhos de Rx:

· Cabeçote
· Painel de controle e circuitos

Posicionamento da cabeça do paciente para técnicas na Maxila

ü Plano Sagital Mediano:


ü Perpendicular ao chão

ü Plano de Camper:

Paralelo ao chão

Paciente deve olhar para o chão


Linha Tragos comissura labial

Linha Bipupilar (Mattaldi, 1975)

Maxila (Mattaldi, 1975)


Posicionamento da cabeça do paciente para técnicas na mandíbula

ü Plano Sagital Mediano:

Perpendicular ao chão

ü Plano de Oclusão:

Paralelo ao chão

Olhar do paciente para cima

Linha tragos comissura labial

Mandíbula (Mattaldi, 1975)


Ø Técnica da Bissetriz

A imagem projetada tem o mesmo comprimento e as mesmas proporções do


objeto, desde que o feixe de raios X central seja perpendicular à bissetriz do
ângulo formado pelo filme e objeto ângulos de incidência verticais.

Técnica da Bissetriz: ângulos de incidência Verticais

Técnica da Bissetriz: ângulos de incidência Horizontais

Técnica da Bissetriz: área de incidência dos raios X

(Eric Whaites, 2003)

Posicionamento dos filmes radiográficos

ü Lado de exposição voltado para o feixe de raios x


ü Picote voltado para o plano oclusal

ü Incisivos e Caninos: filme na posição vertical

ü Pré-molares e Molares: filme na posição horizontal

ü Borda ultrapassando em 5mm o plano oclusal

ü Posicionamento dos filmes radiográficos

ü Manutenção do filme na cavidade bucal: REALIZADA PELO PRÓPRIO


PACIENTE

ü Distância focal df = 20 cm - É obtida encostando o cilindro na face do


paciente

Tempo de exposição e processamento radiográfico: deve-se seguir as


recomendações dos fabricantes!!!!!!!

Resumo técnica da bissetriz:

Molares Superiores
Pré-molares Superiores

Caninos Superiores
Incisivos Superiores

Molares Inferiores
Pré-molares Inferiores

Caninos Inferiores
Incisivos Inferiores

Técnica da Bissetriz
Ang H: 0º

Ang V: + 50 a + 55 (Pasler, 2006; Lind e Haring, 1996)

Ang H: 45º

Ang V: +40 a +50 (Pasler, 2006; Lind e Haring, 1996)

Ang H: 70º a 80º

Ang V: +30 a +40 (Pasler, 2006; Lind e Haring, 1996)


Ang H: 70º a 90º

Ang V: +20 a +30 (Pasler, 2006; Lind e Haring, 1996)

Ø Método de Le Master

(Pasler, 2006)

Ø Método de Clark

Indicação:

ü Localização de dentes não irrompidos


ü Na dissociação de canais radiculares sobrepostos

ü Localização de anomalias e processos patológicos em relação às


estruturas anatômicas.

ü Localização de fraturas

ü Esquema das incidências radiográficas para dissociação das imagens.

Ø Técnica do Paralelismo

(Eric Whaites, 2003)

Técnica Interproximal
(Pasler, 2006)

É o método de escolha para o diagnóstico precoce de lesões proximais.

Ø Levantamento Periapical Completo

Ø Técnica Oclusal

Filme 5,7 x 7,6

Permite projeções axiais da mandíbula e maxila

Avaliação da região periapical dos dentes anteriores superiores, quando a


técnica periapical causar desconforto

Visualização de dentes supranumerários, caninos não – erupcionados e


odontomas

Avaliação do tamanho e da extensão de lesões

Avaliação de fraturas dos dentes anteriores e do osso alveolar em


crianças.

Técnica Oclusal
(Pasler, 2006)

Técnica Oclusal (Total da


maxila)

Ang H: 0º Ang V: 65º

Técnica Oclusal (Parcial maxila)


Técnica Oclusal (total da Mandíbula)

(Pasler, 2006)
Ang H: 0º

Ang V: 90º

Ou
Ø Bibliografia

• Haring JI, Lind LJ. Dental Radiography – Principles and Techniques.


W.B. Saunders Company, 1996

• Whaites E. Princípios de Radiologia Odontológica.3ª Ed.Artmed.


Porto Alegre, 2003

• Alvares ML, Tavano O. Curso de Radiologia Odontológica. 4ª Ed.


Santos, Livraria e Editora; 1998.

• Mattaldi RAG. Radiologia Odontológica.2ª Ed., Buenos Aires,


Mundi,1975.

• Pasler FA. Radiology: Color Atlas of Dental Medicine. Georg Thieme


Verlag Sttuttgart. New York, 2006.
Aula 6: TÉCNICAS OCLUSAIS

Ø Técnicas Radiográficas Intrabucais

ü Periapical

ü Interproximal

ü Oclusal

HISTÓRICO

ü Idealizada por Simpson em 1916

ü Filme de tamanhos maiores: placas de vidro com emulsão de um dos


lados

ü FILMES INTRABUCAIS

• Tipo 1: Periapical

• Tipo 2: Interproximal

• Tipo 3: Oclusal

• Tipo 3.4

• 5,7 x 7,5 cm
• Embalagens com filmes simples ou duplos

• Sensibilidade dos filmes: Grupos “D”, “E”, “F”

Ø Técnicas Oclusais

ü Superior: Visualização da maxila

ü Inferior: Visualização da mandíbula


INDICAÇÕES

ü Exame complementar

ü Pacientes edêntulos

• Raízes residuais

• Dentes inclusos

• Áreas patológicas ou anômalas

• Dentes supra-numerários

• Fraturas

• Sialolitos

• Ortodontia

• Estudo das fendas palatinas

POSICIONAMENTO

ü Posicionamento do Paciente: Plano sagital mediano perpendicular ao


plano horizontal
PSM

PH

Exame oclusal da Maxila

Exame oclusal da Mandibula


Oclusal Total

ü Posicionamento do Filme: Maior eixo do filme perpendicular ao plano


sagital mediano

ü Oclusal Parcial: Maior eixo do filme paralelo ao plano sagital mediano

ü “Picote” do filme voltado para vestibular (fora da cavidade bucal)

ü Superfície Rugosa voltada para área a ser radiografada

ü DISTÂNCIA FOCO-FILME

Ø CLASSIFICAÇÃO DOS EXAMES OCLUSAIS

Maxila

• Oclusal total

• Oclusal dos dentes incisivos

• Oclusal dos dentes caninos

• Oclusal dos dentes pré-molares e molares

• Oclusal da região do assoalho do seio maxilar

• Oclusal da região da túber

Mandíbula

• Oclusal Total

• Oclusal Parcial

• Oclusal da região de Sínfise


• Oclusal com distorção (ALVARES & TAVANO, 1998)

ü OCLUSAL COM DISTORÇÃO

Contenção Do Filme

ü Paciente Dentado: Fechamento da boca, mordendo-o suavemente

ü Paciente Êdentulo: Maxila: pressioná-lo contra o rebordo superior com


os polegares. Mandíbula: pressioná-lo contra o rebordo inferior com o
auxílio dos indicadores

Angulações – Técnica Oclusal

Angulações Horizontais– Técnica Oclusal

Anatomia Radiográfica Oclusal

Posicionadores Oclusais

ü Desenvolvimento de um posicionador para padronização da tomada


radiográfica oclusal total de maxila

Ø REFERÊNCIAS

ALVARES, L . C.; TAVANO,O. Curso de Radiologia em Odontologia.


4.ed. São Paulo: Santos, 1998.

FREITAS, A.;ROSA, J.E; SOUZA, I.F. Radiologia Odontológica. 2.ed.


São Paulo : Artes Médicas, 1988.

FREITAS, A.;ROSA, J.E; SOUZA, I.F. Radiologia Odontológica. 6.ed.


São Paulo : Artes Médicas, 2004.

LANGLAND, O. E.; LANGLAIS, R.P. Princípios do Diagnóstico por


Imagem em Odontologia. São Paulo : Santos,2002.

PANELLA, J.; CRIVELLO JUNIOR, O. Radiologia Odontológica e


Imaginologia. 1.ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2006.

PASLER, F.A. Radiologia Odontológica. 3.ed., Rio de Janeiro : Medsi


Editora Médica e Científica, 1999.

PHAROAH, M.J; WHITE, S.C. Radiologia Oral, Fundamentos e


Interpretação. 5.ed. São Paulo: Mosby, 2004.
Aula 10: Radiografia Panorâmica
Autora: Profª. Rosana da Silva Berticelli

Edição: Luana Christ e Bruna Reuter

Ø Conceito

É uma técnica radiográfica extrabucal usada para examinar os maxilares


superior e inferior num único filme.

• É baseada num princípio tomográfico que permite a redução da dose de


radiação.

• Foi desenvolvida em 1940, por Paatero.

Ø Indicação

• Avaliação de dentes impactados;


• Avaliação dos padrões de erupção, crescimento e desenvolvimento;

• Detecção de doenças, lesões e condições dos maxilares;

• Exame da extensão de lesões amplas;

• Avaliação do trauma.

ü Região Dentoalveolar.
ü Regiões Temporomandibular, Retro-maxilar e cervical.

Ø Fundamentos

• Na RP o filme e o cabeçote movem-se em torno do paciente. O tubo de


raios X gira em volta da cabeça do paciente em uma direção, enquanto
o filme gira em direção oposta.
• O movimento do filme e do cabeçote produz uma imagem através do
processo conhecido por tomografia.

• Na RP, essa imagem se adequa à forma dos arcos dentários.

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ERIC WHAITES, 2003

Centro de Rotação

O ponto em torno do qual, o chassi com o filme e o cabeçote de raios X


giram, é denominado de centro de rotação.

O número e a localização desses centros variam de acordo com o


fabricante. E influenciam diretamente na Camada Focal.

Camada Focal

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É uma área tridimencionalmente curva na qual as estruturas são
claramente demonstradas em uma RP.

As estruturas situadas no interior da camada focal aparecem mais bem


definidas. As estruturas dentro ou fora da camada focal aparecem
borradas ou não visíveis no filme panorâmico.

Quanto mais próximo dos dentes estiver o centro de rotação, mais


estreito será a camada focal.

Em geral, a camada focal é estreita na região anterior e amplo na região


posterior.

A qualidade da RP resultante depende do posicionamento dos dentes do


paciente no espaço da camada focal e quanto aos maxilares do paciente
se adaptam à camada focal projetada para a média dos maxilares.

Ø Tipos de Movimentos da técnica de cortes


• Linear;

• Circular;

• Elíptico;

• Hipocicloidal;

• Espiral (fornece, especialmente no crânio, os melhores resultados com


cortes mais finos e as menores produções de artefatos).

Ø Equipamento
Ø
Ap. de Raios X Panorâmico;

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Filme;

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Placas intensificadoras;

Chassi;

http://www.delgrandi.com.br/imagens/prod_205.jpg

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Processamento Radiográfico.

Ø Componentes do Aparelho Panorâmico


Cabeçote de Raios X;

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Posicionador da Cabeça;

Controles de exposição.

Cabeçote de Raios X

Possui um filamento usado para produzuir elétrons e um alvo usado


para produzir Raios X.

O colimador é uma abertura em forma de fenda vertical estreita, que


serve para reduzir o tamanho e a forma do feixe de Raios X.

Posicionador de Cabeça

Consiste em um apoio para o mento, um bloco de mordida chanfrado,


um apoio para a testa, e suportes laterias da cabeça ou guias.

Fatores de Exposição

São determinados pelo fabricante.

Ø Filme
O filme tipoScreen é usado em RP.

É colocado entre duas plcas intensificadoras em um chassi.

Podem ser sensívies à luz verde ( Kodak T-MatvG e Ortho G film),ou à


luz azul (KodakX-Omat RP e Ektamat G).

Filmes sensíveis à luz verde e azul, devem ser pareados com placas
intensificadorasque produzem luz verde.

Dois Tamanhos: 12,7 x 30 cm; 15,2 x 30 cm.

Ø Placas Intensificadoras “Écrans’’


Dois Tipos:

- Tungstato de Cálcioà luz azul

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- Terras rarasà luz verde ( São recomendadas por serem mais rápidas,
conseqüentemente menor exposição para o paciente).

Ø Chassi
É um dispositivo usado para suportar o filme e as telas intensificadoras.

Ø Procedimento passo a passo


Preparação do Equipamento: - Carregar o chassis com filme;- Cubrir o
bloco de mordida com insulfilme; - ajustar os fatores de exposição;

Preparação do paciente: - Explicar os procedimentos para o paciente;-


Colocar avental de chumbo; - remover objetos metálicos

Posicionamento do Paciente: - Instruir o pacinete para ficar o mais


ereto possível; - instruir para moder o bloco de mordida.

Ø Referências

White SC, Pharoah MJ: Panoramimc radiography. IN Oral radiology: principles


of interpretation, 5 ed.m St. Louis, 2004. Mosby, pp 191-209.

Iannucci JM, Howerton LJ: Radiologia Odontológica. Princípios e Técnicas, 3


ed. São Paulo, 2010.

Pasler FA, Visser H: Radiologia Odontológica. Texto e Atlas, Porto Alegre,


2006.

WHAITES ERIC.; Princípios de Radiologia Odontológica, 3ª Edição .;Biblioteca


ARTMED, 2003

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