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Radiologia I

Resumo P2
Ana Carolina Moraes – 2023

Proteção Radiológica

“A Proteção Radiológica pode ser entendida basicamente como o conjunto de ações que visa
viabilizar o uso das técnicas que empregam fontes emissoras de radiação ionizante. Neste
sentido, esforços são direcionados em maximizar positivamente a relação benefício versus
malefício.”
*Sempre há riscos de incidência devido aos efeitos biológicos da radiação ionizante.

 Irradiação X Contaminação
Irradiação ocorre quando a energia emitida por um isótopo radioativo atinge um indivíduo ou
objeto, sem qualquer contato físico com o material. Sua intensidade pode ser regulada pela
distância.
Contaminação é quando ocorre contato direto do indivíduo com o material radioativo.

 Unidades e Grandezas das Radiações


- Exposição: Caracteriza a capacidade de um feixe de fótons ionizar o ar. A unidade é o
Roentgen [R].
- Dose Absorvida: Mensura a quantidade de energia recebida por um meio. Essencial em
proteção radiológica, pois os efeitos biológicos serão oriundos dessa dose. A unidade é o Gray
[Gy].
- Dose equivalente: Considera além da dose absorvida, os efeitos biológicos por ela causados. A
unidade é o Sievert (Sv). Tem maior significado biológico e é calcula a partir do produto entre
dose absorvida, fator de qualidade (potencial lesivo da radiação) e fatores modificadores (tempo
de irradiação e fracionamento da dose).
- Dose efetiva: Indicador da probabilidade de indução de câncer e de efeitos genéticos advindos
de baixas doses. É distinto para cada tecido/órgão. Unidade também é o Sievert (Sv).

 Procedimentos
- Blindagens Estruturais : Visam atenuar o grau de exposição a radiação. O grau de atenuação
depende do número de camadas semirredutoras – meios capazes de reduzir a metade a
intensidade do feixe (Não há como bloquear totalmente a radiação). Quanto mais denso o
material, maior o grau de atenuação e menor a espessura necessária. O material mais utilizado é
o concreto e o chumbo em paredes e lajes, além de chumbo nas portas e vidros.
*Radiotraçadores com 2 tipos distintos de emissão (ex: P 32 emite Beta e Gama) necessitam de
dupla blindagem. Por exemplo, quanto mais denso eletronicamente o material, maior a interação
e emissão de radiação pela partícula Beta – portanto, o chumbo não é adequado, dando
preferência a plástico ou acrílicos.
- Utilização de acessórios de chumbo: Ex: Porta Seringas.
- Utilização de aventais de chumbo e protetores de tireoide.
- Utilização de luvas descartáveis, sapatos fechados e jalecos de algodão.
* Câmara de ionização: Mede os níveis de energia contidos em um feixe de radiação através da
capacidade de ionização do ar daquela radiação. Utilizada para controlar a dose administrada e o
atravessamento de blindagens.

 Fatores de Proteção Radiológica


- Tempo de exposição: Quanto menor o tempo de exposição à radiação ionizante, menor será a
dose recebida.
- Blindagem: Para a radiação gama ou os raios X, o chumbo é uma escolha adequada. Para a
radiação beta, é conveniente fazer uso de materiais de número atômico baixo, tais como acrílico,
plásticos, madeira e até mesmo água; Para a radiação alfa, uma simples folha de papel é
suficiente como blindagem, bem como alguns centímetros de ar;
- Distância: Ao aumentar a distância, aumentamos a camada de ar entre o corpo e a fonte de
emissão – aumentado, portanto o meio de blindagem. Além disso, e mais importante, ao
aumentarmos a distância da fonte diminuímos a intensidade do feixe incidente sobre o
organismo, de modo que ao duplicar a distância, diminuímos por um quarto a dose de radiação
(Lei do Inverso do quadrado da distância).

*Outros princípios “secundários”:


- Dispersão: Dispersão de materiais radioativos no meio ambiente. Possui baixo custo, porém é
poluente e irreversível.
- Redução da fonte: Uso de radiação somente quando houver real necessidade e, ao usar, fazer
uso da menor dose de radiação possível (princípio de ALARA).
- Proteção individual.
- Descontaminação: Remoção do material radioativo de uma superfície ou do indivíduo. Ex.:
Bloquear absorção de material radioativo circulante no sangue. Pode ser feito por debridamento,
bloqueio, remoção e etc.
- Minoração do Efeito: Redução do efeito biológico de uma dose antes ou após exposição.
Vitamina E e aceptores de radicais livres são exemplos de mineradores. Não altera quantidade
absorvida.
- Otimização da Tecnologia: Escolher, controlar ou modificar uma tecnologia de forma que se
obtenha a menor dose possível de radiação.
- Limitação a outras exposições.

Radiologia Intervencionista
“Área de atuação da medicina que abrange procedimentos médicos invasivos realizados por
agulhas ou cateteres nos quais o radiologista intervencionista utiliza métodos de obtenção de
imagens para orientar o procedimento, sem cortes cirúrgicos ou câmeras de vídeo.”
A cardiologia é uma área da medicina com amplo uso da radiologia. Existem diversos
procedimentos, como coronariografia, embolização terapêutica (fechamento proposital de
artérias anormais) e angioplastia que fazem uso desses métodos.
*Na radiologia, temos como principais métodos de obtenção de imagem:
A fluoroscopia é utilizada quando se necessita de um exame em tempo real do corpo do
paciente, proporcionando uma imagem em movimento com o auxílio de meios de contraste à
base de Bário ou Iodo. A imagem gerada pela fonte de raios X é formada em uma tela
fluorescente de entrada de um intensificador de imagem, que converte a imagem dos raios X do
paciente em uma imagem luminosa. A intensidade da luz é diretamente proporcional à
intensidade de raios X e, portanto, a imagem é fiel. Sempre feito durante um procedimento e seu
tempo de exposição é menor, o que a diferencia da angiografia apesar de ambas utilizaram
imagens sequenciais.

A Tomografia uma revolução para a medicina, permitindo que órgãos e tecidos fossem
visualizados sem sobreposição de imagens, podendo-se ainda escolher a vista anatômica (axial,
coronal ou sagital) mais favorável para o correto diagnóstico. A evolução dos equipamentos
permitiu a realização do exame em tempos muito reduzidos e as gerações de aparelhos
distinguem quanto à geometria de detecção e à forma como os componentes do sistema (tubos,
paciente e etc) se movimentam durante o exame. A geração de raios x é semelhante a radiologia
convencional, mas as imagens em tomografia computadorizada são provenientes de projeções
de vários ângulos, isto é, como se fotografássemos um objeto em vários ângulos diferentes.
A Ressonância Magnética, Angiografia e a Ultrassonografia também são exames utilizados
na radiologia intervencionista, porém, serão abordados mais adiante.
*Já na Medicina Nuclear temos:
Teleterapia é a radioterapia realizada com a administração de radiação vinda de uma fonte
colocada longe do paciente. Utilizam-se aceleradores lineares capazes de acelerar os elétrons a
grandes velocidades para posteriormente chocarem-se com alvos de grande número atômico.
Essa colisão com os núcleos do alvo leva a desaceleração dos elétrons e emissão de raios x de
frenagem capaz de interagir com o organismo do paciente. Antigamente, utilizava-se muito Co-
60, mas caiu em desuso.
Já Braquiterapia quando a fonte de radiação é colocada dentro do paciente, ou muito próxima da
pele do paciente. A colocação do material radioativo no paciente pode ser direta ou pelo uso de
aplicadores próprios para esse fim. Quando o material radioativo é implantado diretamente no
tecido, o implante é permanente e esse material não é mais retirado do paciente. Para evitar
contaminação radioativa, o radioisótopo é colocado dentro de uma cápsula de metal ou
revestido. Dessa forma, não há contato direto do material radioativo com o paciente. Ex.:
Sementes de I125.

Raios X
Propriedades e Produção
O tubo de raios X, como visto anteriormente, consiste de uma cápsula a vácuo, que pode ser de
vidro ou metal. Essa cápsula é composta por uma cúpula que exerce a função de sustentá-la,
isolá-la e protegê-la do meio externo. A cúpula é revestida inteiramente com chumbo, exceto
em uma janela radiotransparente designada para saída dos raios X (“feixe útil”), bloqueando
assim os outros raios X emitidos em outras direções.

 Catado: Exerce a função de fonte de elétrons do tubo de raios X. O filamento contido


nele realiza emissão termoiônica, - ejeção de elétrons por aquecimento de um material
condutor. O material utilizado é o Tungstênio por seu alto ponto de fusão.
 Anodo: Os raios catódicos de elétrons atingem o alvo de tungstênio do anodo, emitindo
a maior parte de sua energia na forma de calor e parte na forma de raio. O anodo é
composto por um alvo de tungstênio e envolto de cobre, molibdênio e grafite (materiais
com alta capacidade de suportar e dissipar calor).
*A velocidade dos elétrons em direção ao anodo é determinada pela voltagem da ampola e
diferença de potencial. Quanto maior a voltagem, maior a energia dos Raios X. Raios X mais
energéticos são úteis para obesos, por exemplo.
*Por que tungstênio?
-Número atômico elevado.
- Ponto de fusão elevado.
- Favorece a produção de raios X de alta eficiência e energia.
- Capacidade de suportar altas correntes sem sofrer deformações.
*Os anodos giratórios possuem maior durabilidade, produzem raios x de maior qualidade e
dissipam mais eficazmente o calor. Os anodos fixos causam desgaste numa única área apenas,
necessitando de doses maiores para geração eficiente de raios x.
*Por isso é importante o ambiente frio nas salas de raio x, pois esses equipamentos chegam a
altas temperaturas – diminuindo sua vida útil.

 Interações no anodo e produção dos raios x: São transferências de energia cinética dos
elétrons aos átomos do material do anodo. Essa energia cinética, energia de movimento
adquirida com a aceleração dos elétrons, pode ser transferida para o anodo na forma de
energia térmica (calor) ou energia eletromagnética (calor ou raios X, podendo estes
característicos ou de frenagem), diminuindo a velocidade dos elétrons até estes pararem.

Relembrando...
*Raios X característicos: Ocorre interação dos raios catódicos com camadas mais internas da
eletrosfera dos átomos de Tungstênio. A energia cedida a esse elétron faz com que ele seja
ejetado (ionização), deixando um “buraco” que será preenchido por elétrons de camadas mais
externas após emissão de radiação. Cada elemento emite raios X diferentes nesse efeito, por isso
característicos.

*Raios X de frenagem: Ocorre quando há interação do elétron acelerado (raio catódico) com o
núcleo dos átomos do alvo de tungstênio. Quando o elétron incidente de carga negativa se
aproxima do núcleo que contém prótons de carga positiva ocorre uma força de atração entre eles
que causa a perda de energia cinética do elétron, desacelerando-o e mudando sua trajetória. Essa
energia é emitida na forma de raios X. Pode ser chamado também de Efeito bremsstrahlung.
*Efeito de produção de pares iônicos/materialização não tem aplicação na área da saúde devido
a carga energética demasiadamente alta.

Interação dos Raios X com o paciente

Esses Raios X ao chegarem no organismo do paciente, interagem através do Efeito Fotoelétrico


e Espalhamento Compton.
Relembrando...

 Efeito Fotoelétrico: Tem maior probabilidade de ocorrer com fótons de energias mais
baixas. Ao interagir, o fóton é totalmente absorvido (desaparece) e transfere toda sua
energia (E) para o elétron mais fortemente ligado, que é ejetado de sua órbita – o átomo
é ionizado.

*Espalhamento/Efeito Compton: Neste processo, a radiação incidente interage com um elétron


da camada mais externa, com o elétron que está fracamente ligado ao átomo. Ao absorver parte
da energia incidente o elétron é ejetado desta órbita (ionização) com certa energia cinética,
enquanto o fóton muda a direção de sua trajetória.
*O efeito fotoelétrico é responsável pela obtenção da imagem radiográfica, enquanto o efeito
Compton atrapalha a formação da imagem (deixa mais borrada).

Lá na geração dos raios x no tubo esses efeitos também ocorrem, porém são filtrados na cápsula
antes de chegar ao paciente.

Geração de imagens

Os fótons que interagem com o organismo formarão a imagem com base no princípio de
atenuação, ou seja, quanto menos atenuado for um fóton – e, portanto, menos absorvido pelos
tecidos – maior será a sua participação na formação da imagem, enegrecendo o filme
radiográfico. Logo, a imagem é formada graças aos diferentes coeficientes de atenuação de cada
tecido.
A visualização das estruturas depende fundamentalmente de dois critérios:
- Contraste: Pode ser dividido em radiográfico - relacionado à região anatômica a ser irradiada e
depende de suas características físicas, das diferenças de atenuação dos fótons de raios X entre
cada parte e suas vizinhanças – e fotográfico/do detector - associado à habilidade do receptor de
imagem em converter o sinal que incide sobre ele em imagem.

- Ruído
- Resolução espacial
*A distância da fonte de radiação do organismo altera o tamanho da imagem, pois quanto mais
próximos, maior a ampliação de estruturas que se deseja observar. Aplicação clínica:
Mamografia.
*O Raio X deve ser solicitada nas posições AP; PA e Perfil – possibilitando a melhor
visualização e distinção das estruturas sobrepostas.

Tipos de Radiografia
*Radiografia Convencional: O sistema receptor de imagem utilizado em radiologia
convencional é composto por chassi, tela intensificadora e filme radiográfico. Ocorre
transformação dos Raios X em fótons de luz pelas telas intensificadoras ( feitas com fósforo
luminescente que emite luz ao ser estimulado pelo raio x ) qu
*Radiografia Computadorizada: Esses sistemas de radiologia computadorizada utilizam um
chassi similar ao sistema écran filme, e dentro dele, o detector utilizado é a placa de imagem, PI.
Estas PIs são chamados fósforos fotoestimuláveis uma vez que possuem a propriedade de
emitirem luz ao serem estimulados por fótons de luz, com comprimentos de onda específicos,
que é chamada de luminescência fotoestimulável.

*Radiografia Digital:
- Direta: Converte os fótons de raios X diretamente em cargas elétricas que gerarão a imagem.
- Indireta: Converte os fótons de raios X incidentes em luz antes que sejam convertidos em
cargas elétricas.

Mamografia
Os tecidos que compõe a mama possuem coeficientes de atenuação muito próximos, logo os
raios x utilizados possuem energia mais baixa para serem capazes de distinguir os tecidos
moles.

Na mamografia, realiza-se compressão da mama a fim de aproximar a fonte do “objeto” para


que a imagem seja ampliada e possibilite a visualização de pequenas nodulações que podem ser
indicativas de câncer.
É um exame de baixo custo e muito utilizado. O resultado permite estabelecimento de uma
classificação de risco para câncer de mama.

DEXA – Densitometria Mineral Óssea


Procedimento não invasivo que utiliza dupla emissão de raios x, permitindo a avaliação não só
da densidade óssea, mas também da composição corporal.
O princípio de dupla energia de radiação baseia-se no fato de que as características de atenuação
diferem no osso e nos tecidos moles. A diferença de atenuação é maior e, portanto, os tecidos
mais distinguíveis com feixes de baixa energia.
Nesse sistema o tubo de raio x emite fótons com diferentes graus de energia – de forma que
terão perfis de atenuação distintos. Ao analisar ambos os perfis de atenuação de forma conjunto
é possível a avaliação tanto dos tecidos moles quanto dos mineralizados.

Usando a DMO são adquiridos dados da densidade mineral óssea do usuário e esses dados são
comparados com os de pessoas saudáveis, dentro de uma determinada população de mesmo
gênero, idade, quantidade de massa (“peso”) e origem étnica. A partir disso, são gerados
gráficos para indicar o grau de desmineralização do indivíduo. A principal indicação é para
avaliação de osteoporose em mulheres e avaliação da composição corporal (padrão ouro).
Existem dois principais índices para avaliação da Densidade Mineral Óssea a partir do DEXA:
*O banco de dados do DEXA foi obtido a partir do estudo de mulheres brancas, logo os dados
necessitam de correção para homens e crianças (crianças naturalmente tem o tecido ósseo
menos mineralizado, podendo ser apontados como osteopênicas erroneamente).
As regiões mais avaliadas são coluna lombar, antebraço, quadril (fêmur!) e calcanhar.

Contraste

Utilizamos contraste na radiologia quando a estrutura que desejamos analisar não possuí
contraste fisiológico com as suas adjacências adequado para análise de imagens. Ex.: Esôfago.
Logo, o contraste possibilita a avaliação de detalhes dos tecidos moles que não são previamente
contrastados, sendo dispensáveis para estruturas que já possuem radiopacidade prévia, como os
ossos.
Seu uso é indicado para avaliação de estenosas, inflamação, abcessos, fístulas, motilidade
intestinal e etc.
Podem ser administrados por diversas vias: oral, IV, endocavitária e etc. São divididos entre
Iodados e Não iodados (Bário e Gadolínio).
*Gadolínio é muito seguro e utilizado na RM.
Não iodados - Bário
- Insolúveis
- Administrados Via oral
- Utilizados para visualização do tubo digestivo.
- Utilizados na radiografia e tomografia.
- Contraindicado em suspeita de perfuração de víscera ou se algum procedimento cirúrgico
suceder o exame radiológico, para evitar a contaminação da cavidade peritoneal.
- São mais seguros que os iodados, pois não é absorvido – dificilmente causa efeitos colaterais.

Iodados

- Hidrossolúveis
- Via oral (visualização do tubo digestivo – é parcialmente absorvido) ou IV (utilizado para
órgãos e vasos sanguíneos).
- Os pacientes devem responder a um formulário visando a identificação de hipersensibilidade
ao iodo.
* A alergia a frutos do mar nada tem a ver com reação ao iodo e nem aumenta o risco de reações
aos contrastes iodados.
Podem ser:
1. Iônicos
Dissolvem-se em água e formam íons – logo, interagem mais com o organismo.
2. Não iônicos
Não sofrem dissociação quando dissolvidos em água. Possuem baixa osmolaridade. São mais
seguros, causam menos efeitos adversos, porém possuem mais alto custo.
Os efeitos adversos incluem náuseas, vômitos, dispneia, tosse, cefaleia, taquicardia e etc.

Exames Radiológicos com Contraste

Radiografia Angiografia (arteriografia ou Angiografia por Subtração


de esôfago Flebografia) digital
Tomografia
Enema Opaco Urografia Mielografia
(Bário e Ar) Intravenosa

*Em sua grande maioria, esses exames


funcionam a partir da injeção de contraste no meio adequado (intravenoso, líquor e etc.) e
radiografia após.

Ressonância Magnética
Exame muito utilizado para diagnóstico por imagem atualmente por sua alta capacidade de
diferenciação dos tecidos e ausência de utilização de Radiação Ionizante – alta acurácia e
segurança. Possibilita a formação de uma imagem não só anatômica, mas também funcional
(ex.: Pede-se pro paciente mexer o braço e vê qual área está sendo ativada no encéfalo).
As propriedades da ressonância magnética têm origem na interação entre um átomo em um
campo magnético externo gerado pelo aparelho. De forma mais precisa, é um fenômeno em que
partículas, contendo momento angular e momento magnético, exibem um movimento de
precessão quando estão sob ação de um campo magnético.
Dentro os diversos elementos que participam da composição dos tecidos, a RM é realizada
através da interação com o hidrogênio (H +), uma vez que: É o mais abundante no corpo,
compondo a molécula de água; as características de RMN mudam bastante entre o hidrogênio
presente no tecido normal e no tecido patológico; o próton do hidrogênio possui o maior
momento magnético e, portanto, a maior sensibilidade a RMN.
Obs.: O momento angular ou spin de um próton é o movimento de giro que esse realiza em
torno de seu próprio eixo. Como o próton é uma partícula carregada, sua movimentação cria um
campo magnético ao seu redor, fazendo com que ele se comporte como um dipolo
magnético/imã que chamamos de momento magnético associado.
Sem interferência externa, os spins dos átomos de hidrogênio não possuem orientação definida,
tendo distribuição aleatória – por isso nossos tecidos não são magnetizados (se comportam
como imãs). Entretanto, ao ser aplicado um campo magnético externo (emitido pelo aparelho e
ajustado para interação com o hidrogênio) todos os spins desse elemento assumem uma única
direção, como bússolas. Dessa forma, na RM a magnetização resultante de cada tecido é o
resultado da soma vetorial de todos os spins.
Precessão é a frequência angular (uma espécie de velocidade) com que o próton gira em torno
do seu próprio eixo. Essa velocidade vai depender de cada elemento e do campo magnético
aplicado pelo aparelho de ressonância. É definida pela Equação de Larmor:
*Sim, isso foi falado em sala.

Logo, quanto maior o campo magnético que o paciente é exposto (B0), maior a precessão e,
portanto, a qualidade da imagem.
Após expor o paciente a um campo magnético inicial, o aparelho gera “pulsos de
radiofrequência” que vão mudar o sentido/direção de magnetização dos tecidos, através da
transferência de energia. O mais utilizado é o pulso de excitação que causa desvio de 90 o. Esse
desvio é detectado pelo aparelho.
Obs.: Esses pulsos de radiofrequência são capazes de transferir máxima energia aos prótons de
Hidrogênio, pois possuem frequência igual a de vibração desse elemento. Esse é o fenômeno de
ressonância.
Após esse pulso, a velocidade do elétron (precessão) vai diminuindo e a direção de
magnetização do tecido vai voltando a original – desfaz o desvio. Esse relaxamento produz um
sinal em formato de onda que interagirá com o aparelho e será convertido em corrente elétrica e,
portanto, em imagem! Chama-se esse fenômeno de Emissão de Sinal Livre de Indução
(explicado em aula como “Decaimento Livre de Indução”).
Logo, a formação da imagem ocorre pelo relaxamento dos núcleos de H + após a emissão de
pulsos de radiofrequência.
Por isso, o exame de ressonância é demorado, pois é necessário ficar ligando e desligando a
emissão de pulsos para permitir sequências de excitação-relaxamento.
*Quanto mais líquida for a substância, mais preta aparece na imagem.

Ultrassonografia
Princípios Físicos
A ultrassonografia NÃO faz uso de radiação ionizante, assim como a ressonância. Se utiliza de
uma onda mecânica – ondas sonoras e seus ecos – para formação de imagens.
*Toda onda mecânica necessita de um meio para se propagar, logo utilizamos o gel entre o
aparelho e o corpo do paciente que funciona como meio material de propagação, aumentando e
melhorando a superfície de contato entre a pele e transdutor.
O transdutor é uma porção chave do aparelho ultrassonográfico, sendo capaz de converter
energia sonora em energia elétrica e vice e versa. Ele fica em contato com o gel e a pele do
paciente.

A impedância acústica é uma característica particular de cada tecido e significa a resistência que
o meio oferece a propagação do feixe de ultrassom, alterando a velocidade do som.
O efeito piezoelétrico descreve a geração de corrente elétrica através da deformação de cristais
provocada por ondas mecânicas como o som. Ou seja, a onda atinge o cristal, faz ele
estender/comprimir, reordenando suas cargas elétricas.
E qual a aplicação deste efeito na ultrassonografia? Esses cristais piezoelétrico estão presentes
no transdutor. Dessa forma, o aparelho ultrassonográfico envia uma corrente elétrica ao
transdutor que será convertida em energia sonora (efeito piezoelétrico reverso), essa energia
sonora interagirá com os tecidos, retornará como eco, e interagirá com esses cristais novamente
– gerando uma corrente elétrica que será interpretada pelo aparelho e produzirá as imagens.
(Ela explicou com bastante detalhe essa parte!)
Características da Imagem
(Foi muito corrido!)
-Pode gerar 3 tipos de imagem:
. Hipoecóicas: Ultrassom passa fácil e reflete pouco. Imagens são escuras. Ex.: Líquidos, cistos
de gordura, líquido amniótico.
. Hiperecóicas: Ultrassom encontra dificuldade para passar, sendo muito refletido. Imagens são
claras. Ex.: Ossos, cálculos biliares.
. Anecóicas: Ultrassom passa livremente, refletindo quase nada. Imagens são pretas.
*Sombra acústica posterior: Ocorre uma atenuação tão grande do ultrassom ao interagir com
estruturas Hiperecóicas que a imagem atrás dessas estruturas é escura, impedindo a visualização
de estruturas posteriores.
*Reforço acústico posterior: Ao contrário da sombra acústica. Como o ultrassom passa muito
fácil pelas estruturas que estão na frente (hipoecóicas), as estruturas atrás são reforçadas na
imagem.
- A ultrassonografia pode ser modo A (apenas UM cristal emite sinal, que é representado
graficamente) ou modo B (mais tradicional, representação em imagem).
*Na ultra intravascular, cateter é enfiado dentro da artéria, gerando imagens dentro do vaso.

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