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CDU 796:591.4
Ombro
Corpo
Extremidade
Extremidade
acromial
esternal
Tubérculo
Curvatura lateral
do deltoide
Vista superior
Extremidade
Extremidade
esternal
acromial
Fossa supraespinal
Processo coracoide Ângulo Espinha da
Acrômio superior escápula
Incisura da
escápula Colo
Cabeça anatômico
do úmero
Tubérculo
maior
Escápula Escápula
Tubérculo
menor Colo
Fossa cirúrgico
subescapular
Fossa
infraespinal Ângulo
Tubérculo
Borda Borda lateral
supraglenoidal
lateral medial
Tuberosi-
Ângulo dade do
Acrômio inferior deltoide
Processo
coracoide
Úmero Úmero
Tubérculo Cavidade
infraglenoidal glenoidal
Escápula
Anterior Posterior
Lateral
Prática
Aplique pressão com os dedos indicador e médio ao longo do
terço superior da escápula de seu colega e você sentirá a espi-
nha da escápula (Fig. 3.8).
Borda
medial
Borda
lateral
Ângulo
inferior
Ossos da articulação do
Figura 3.7 Localização do acrômio.
ombro
A articulação do ombro é a que existe entre a es-
cápula e o úmero (osso do braço). Ela é conhe-
cida como articulação glenoumeral (GU)
devido à articulação de duas superfícies ósseas. A
estrutura proeminente da escápula em relação à
articulação do ombro é a área anatômica chama-
da de cavidade glenoidal. Ela é classificada como
uma articulação em cabeça concavidade; a cavida-
de glenoidal, embora um pouco rasa, é considera-
da a concavidade da articulação.
A “cabeça” da articulação do ombro é a estru-
tura conhecida como cabeça do úmero. Este
capítulo discute o úmero apenas porque esse osso
faz parte da articulação do ombro (extremidade
proximal; ver Fig. 3.9). O úmero em sua extremi-
dade distal é discutido mais adiante, no capítulo
relacionado à articulação do cotovelo.
Colo anatômico
Tubérculo menor
Sulco intertubercular
Faceta proximal
Tubérculo maior
Faceta média
Faceta distal
Cabeça
Figura 3.8 Localização da espinha da escápula. Figura 3.9 Estruturas da extremidade proximal do úmero.
Prática
Aplique pressão em seu próprio úmero ou no de seu colega,
aproximadamente a meio caminho entre a cabeça do osso e
a extremidade distal no cotovelo, no aspecto lateral; você vai
sentir a tuberosidade do músculo deltoide (Fig. 3.10).
Prática
Palpe a área na extremidade lateral da clavícula (Fig. 3.14).
Você irá sentir e ver a proeminência formada pela articula-
çãoøAC.
Ligamentos coracoclaviculares:
Ligamento trapezoide
Ligamento Ligamento conoide
acromioclavicular
Processo coracoide
Ligamento
coracoacromial
Acrômio
Ligamento
transverso
Tendão
do bíceps
Úmero
A outra articulação da cintura escapular, a co- aos movimentos para trás, para cima e medial do
racoclavicular, às vezes é considerada um compo- aspecto lateral da clavícula. O ligamento coraco-
nente da articulação AC e outras vezes é tratada clavicular é um forte apoiador do ligamento acro-
como uma articulação separada. A articulação une mioclavicular. A perda desses ligamentos resulta
a extremidade lateral (acromial) da clavícula e o em luxação do membro superior do tronco.
processo coracoide da escápula. Dois ligamentos
passam entre esse processo e a superfície inferior
da clavícula. Esses ligamentos, o conoide e o tra- Ligamentos da articulação
pezoide, muitas vezes são considerados um só, o
ligamento coracoclavicular. Embora alguns do ombro
estudiosos não considerem a articulação coraco-
clavicular uma articulação verdadeira, nela ocorre A articulação do ombro é aquela entre a cabe-
um pequeno movimento em todas as direções. O ça do úmero e a cavidade glenoidal da escápu-
ligamento trapezoide é o componente mais la- la. Os ligamentos dessa articulação (Fig. 3.16)
teral do ligamento coracoclavicular; liga o aspecto incluem o capsular, o glenoumeral (porções
superior do processo coracoide da escápula à face superior, inferior e média) e o coracoumeral.
anteroinferior da clavícula. Opõe-se ao movimen- O ligamento capsular liga o colo anatômico do
to para frente, para cima e lateral da porção lateral úmero à circunferência da cavidade glenoidal
da clavícula. O ligamento conoide é o compo- da escápula. Os ligamentos glenoumerais estão
nente medial do ligamento coracoclavicular; liga localizados abaixo da superfície anterior da cáp-
o aspecto superior do processo coracoide da es- sula articular e a reforçam. O ligamento gle-
cápula à face posteroinferior da clavícula. Opõe-se noumeral superior corre entre a superfície
FOCO EM
Luxação do ombro
Figura 3.15 Luxação do ombro. Entorse dos ligamentos da articulação AC de grau 1 (leve), grau 2 (moderado) e grau 3
(grave), em decorrência de um trauma à articulação.
Outros ligamentos do
ombro
Além dos ligamentos da articulação do ombro e
da cintura escapular, outros ligamentos do om-
bro incluem aqueles específicos da escápula e do Figura 3.17 Ligamentos transversos da escápula superior e
úmero. inferior, ligamento coracoacromial e lábio glenoidal.
Cavidade
Lábio glenoidal
glenoidal
Cápsula
Escápula
Trapézio:
- Superior Levantador da escápula
- Médio superior Peitoral maior
Supraespinal (clavicular) Coracobraquial
- Médio inferior
- Inferior Subclávio
Romboides Deltoide
anterior
Redondo
menor
Redondo Deltoide
maior médio
Deltoide
posterior Infraespinal
Latíssimo Peitoral
do dorso Peitoral maior menor Serrátil
(esternal) anterior
Posterior Anterior
Prática
Peça a seu colega que levante o braço acima da cabeça, colo-
cando a mão na parte de trás da cabeça (Fig. 3.25). O serrátil
anterior deve estar bem visível lateralmente ao longo das cos-
telas.
Prática
Localize o músculo peitoral maior de seu parceiro usando a
Articulação Figura 3.28 como guia.
glenoumeral
• Coracobraquial. O coracobraquial origina-
-se no processo coracoide da escápula (onde
o tendão de origem é conjugado com o ten-
dão de origem da cabeça curta do músculo
bíceps braquial) e se insere na metade medial
do úmero, opostamente à tuberosidade do
deltoide na face lateral (Figs. 3.24 e 3.29). O
coracobraquial flexiona a articulação do om-
bro e, devido a seu ângulo de tração, auxilia
Úmero na adução da articulação.
Escápula
Prática
Figura 3.27 Vista anterior da articulação glenoumeral. Peça a seu colega que coloque o braço em um ângulo reto com
o corpo (abdução) enquanto você palpa o músculo coracobra-
quial (Fig. 3.30).
tudinal. A hiperextensão é a extensão além da po-
sição anatômica. Visto ser triaxial, a articulação
do ombro é capaz de combinar os movimentos
fundamentais para produzir circundução. Onze
principais músculos atuam para realizar os seis
movimentos fundamentais da articulação do om-
bro: quatro anteriores, dois superiores, dois poste-
riores e três inferiores à articulação.
Músculos anteriores da
articulação do ombro
Os músculos a seguir estão localizados na face an-
terior da articulação do ombro.
• Peitoral maior. O músculo peitoral maior
tem origem na segunda à sexta costelas, no
esterno e na metade medial da clavícula; in-
sere-se na região anterior do colo cirúrgico do
úmero, distalmente ao tubérculo maior (Fig.
3.24). A porção superior do músculo muitas
vezes é chamada de porção clavicular, en-
quanto a inferior recebe o nome de porção es-
ternal. A contração do músculo peitoral maior
produz flexão, adução e rotação medial da ar-
ticulação do ombro.
Tríceps
braquial
Subescapular
Bíceps
braquial
Figura 3.31 Vistas anterior e posterior dos dois músculos superficiais da articulação do ombro e do músculo subescapular.
Prática
Peça a seu colega que abduza o braço, de preferência com
alguma forma de resistência, como ao segurar um livro ou
um peso, à medida que você localiza todas as três porções do
músculo deltoide (Fig. 3.32). Figura 3.32 Localização do deltoide.
Supraespinal
Infraespinal
Redondo menor
Redondo maior
Manguito rotador
Quatro dos músculos da articulação do ombro in-
FOCO EM
serem-se em uma estrutura musculotendínea que Manguito rotador
vai de um lado a outro das facetas localizadas nos
tubérculos maior e menor do úmero. Essa estrutu- Entender a ação do manguito rotador torna
ra em geral é chamada de manguito rotador (Fig. mais fácil compreender por que algumas pes-
3.35). Foram apresentados os movimentos produ- soas envolvidas em atividades repetitivas de ar-
zidos na articulação do ombro por esses quatro remesso (p. ex., arremessadores, quarterbacks)
músculos (subescapular, supraespinal, infraespi- desenvolvem problemas nessa estrutura. Os
nal e redondo menor), mas eles também são res- músculos não só produzem a força necessária
ponsáveis por manter a estabilidade da articula- para a atividade de arremesso ao contraírem-
ção do ombro, o que é particularmente necessário -se concentricamente (encurtamento), mas
porque a cavidade dessa articulação em cabeça também aplicam uma ação de travamento pela
concavidade é muito superficial e, portanto, pro- contração excêntrica (alongamento) para im-
porciona pouca estabilidade. Em uma ação como pedir que o membro superior “saia do corpo”
o arremesso, os músculos do manguito rotador dissipando a força que foi produzida.
não só produzem a força necessária para o movi-
Supraespinal
Supraespinal
Infraespinal
Infraespinal Subescapular
Redondo
Redondo menor Subescapular menor
Úmero
Úmero direito direito
Escápula
Colo anatômico
Manguito rotador Esquematização
Tubérculo menor
Faceta para o subescapular
Sulco intertubercular
Faceta para o supraespinal
Tubérculo maior
Faceta para o infraespinal
Faceta para o redondo menor
Cabeça
Úmero
(vista superior)
Músculos inferiores
FOCO EM
Latíssimo do dorso
Os músculos a seguir cruzam inferiormente a arti-
culação do ombro (por baixo). Se for considerada a braçada do estilo crawl
na natação, é possivel observar que mover o
• Latíssimo do dorso. Este vasto músculo das
braço na água exige força nos músculos que
costas (Fig. 3.24), origina-se nos processos es-
rodam internamente, estendem e aduzem a
pinhosos das seis vértebras torácicas inferio-
articulação do ombro: o latíssimo do dorso. O
res e em todas as cinco vértebras lomba-
aparelho multiestação, que há na sala de mus-
res, na parte posterior do ílio (Cap. 8), nas
culação de toda equipe de natação, é usado
três costelas inferiores e no ângulo inferior da
para aumentar a força do músculo que alguns
escápula; passa sob a axila e se insere na bor-
chamam de “o músculo da natação”.
da do sulco intertubercular, na face anterior
do úmero. A contração desse músculo produz
rotação medial, extensão e adução da articu-
lação do ombro. • Redondo maior. Este músculo (Fig. 3.33)
tem origem na parte inferior da borda lateral
da escápula e de seu ângulo inferior, cruza por
Prática baixo da axila e insere-se na área ligeiramen-
te inferior ao tubérculo menor do úmero. Sua
Coloque o braço de seu colega na posição de rotação lateral contração produz a mesma ação que a do la-
e abdução, e localize o músculo latíssimo do dorso (Fig. 3.36). tíssimo do dorso: rotação medial, extensão e
adução da articulação do ombro. Como a ação curta e medial para inserção, por um tendão
desses dois músculos é idêntica, o redondo comum, no olécrano da ulna, um dos dois
maior muitas vezes é chamado de “pequeno ossos do antebraço. A contração da cabeça
ajudante” do latíssimo do dorso. longa do tríceps braquial auxilia na extensão e
adução da articulação do ombro.
Prática
Prática
Colocando o braço de seu colega na posição de abdução, ob-
serve o aspecto posterior da articulação do ombro e localize o Em si mesmo ou em um colega, localize todas as três partes
músculo redondo maior (Fig. 3.37). do músculo tríceps braquial (Fig. 3.38).
Figura 3.37 Localização do redondo maior. Figura 3.38 Localização das três porções do tríceps braquial.
Articulação glenoumeral
A luxação de qualquer articulação normalmente resulta em entorse grave dos ligamentos e estiramento dos
músculos que a cruzam. A seguir, estão três das luxações mais comuns da articulação glenoumeral.
O movimento excessivo em qualquer articulação pode resultar em imposição de tensão às estruturas
ligamentares que unem os ossos que a formam. Conforme já foi observado em relação à articulação AC da
cintura escapular, uma entorse de um ligamento consiste em sua ruptura parcial ou completa. Se os ligamen-
tos de uma articulação forem interrompidos até o ponto em que os ossos da articulação efetivamente se des-
loquem, ocorre uma luxação. As luxações da articulação glenoumeral não são incomuns. Os três modos mais
observados são as luxações anterior (subcoracoide), posterior (subespinal) e inferior (subglenoidal) (Fig. 3.39).
A luxação anterior é a forma mais comum de luxação do ombro, em geral resultante da abdução exces-
siva e rotação medial da articulação do ombro. A cabeça do úmero desloca-se anteriormente da cavidade
glenoidal da escápula e permanece em posição anterior à glenoide, logo abaixo do processo coracoide da es-
cápula (o que explica o nome luxação subcoracoide). Um segundo modo de luxação da articulação do ombro
é a posterior (subespinal), que pode resultar de uma rotação lateral e adução excessiva dessa articulação. A
cabeça do úmero desloca-se na região posterior da cavidade glenoidal da escápula e permanece em posição
posterior à glenoide, logo abaixo da espinha da escápula (o que explica o nome luxação subespinal). O ter-
ceiro modo de luxação nessa articulação é conhecido como luxação inferior (subglenoidal), que pode resultar
da abdução excessiva da articulação do ombro, com o úmero contíguo ao acrômio da escápula e a cabeça
do úmero sendo forçada para baixo (subglenoidal), sob a borda inferior da cavidade glenoidal da escápula.
Figura 3.39 Luxação glenoumeral anterior (subcoracoide), posterior (subespinal) e inferior (subglenoidal).
movimento específico dessa articulação atinge seu (aproximadamente 120° de abdução), a combina-
ponto máximo, para se mover mais nessa direção, ção da abdução dessa articulação e da rotação da
a cavidade glenoidal da escápula deve mudar sua escápula resulta em cerca de 180° de abdução do
posição para acomodar a movimentação adicional ombro. A amplitude de movimento em geral acei-
do úmero. A cintura escapular facilita uma maior ta entre a articulação GU e a escápula (movimen-
amplitude de movimento em todos os movimen- to escapulotorácico) é que a cada 2° de abdução
tos fundamentais da articulação do ombro pela da articulação GU, a escápula gira 1°.
alteração na posição da glenoide. Isso é consegui- Conforme ocorre na abdução da articulação
do pelo movimento da escápula sobre o tórax (ao do ombro, a escápula se move a fim de posicionar
longo das costelas) por meio do movimento nas a glenoide para acomodar todos os outros movi-
articulações AC e EC. O principal exemplo dessa mentos fundamentais dessa articulação. Observe
relação é chamado de ritmo escapuloumeral. essa cooperação entre os movimentos articulares
Embora a abdução inicial da articulação do om- da cintura escapular e do ombro com as atividades
bro seja atribuída apenas à ação da articulação GU de aprendizagem sugeridas no final do capítulo.