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I O Q E
B GR
BIOQUÍMICA DO
EMAGRECIMENTO
A
(MUITO ALÉM DE APENAS DÉFICIT CALÓRICO)
M
E ÍM I C
Q U C I
O RE DUDU HALUCH
TANISE MICHELOTTI
BIOQUÍMICA DO
EMAGRECIMENTO
MUITO ALÉM DE APENAS DÉFICIT CALÓRICO
DUDU HALUCH
TANISE MICHELOTTI
Balneário Camboriú
2023
Capa
Dudu Haluch, Thaís Essu
Figuras
Dudu Haluch, Tanise Michelotti, Thaís Essu
Editor
Dudu Haluch
Site: www.duduhaluch.com.br
E-commerce: www.livrosduduhaluch.com.br
facebook.com/eduardo.haluch.5
instagram.com/duduhaluch
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 6
1.1 Ganho de peso e obesidade................................................................................ 7
1.2 Balanço energético.............................................................................................. 9
2 CARBOIDRATOS .................................................................................................... 12
2.1 Digestão dos carboidratos ................................................................................. 14
2.2 Metabolismo dos carboidratos ........................................................................... 15
2.3 Qual a quantidade de carboidratos necessária para estimular a liberação de
insulina? .................................................................................................................. 17
2.4 Glicólise e glicogênese ...................................................................................... 18
2.5 Gliconeogênese ................................................................................................ 21
2.6 Metabolismo de carboidratos e perda de peso .................................................. 24
2.7 Dietas altas em carboidratos contribuem para o ganho de gordura corporal? ... 26
2.8 Insulina e emagrecimento ................................................................................. 33
2.9 Melhora da sensibilidade à insulina ................................................................... 35
2.10 Flexibilidade metabólica .................................................................................. 37
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 39
3 LIPIDEOS ................................................................................................................ 41
3.1 Digestão dos lipídeos ........................................................................................ 42
3.2 Lipogênese de novo e ganho de gordura .......................................................... 44
3.3 Lipólise e oxidação de ácidos graxos ................................................................ 48
3.3.1 Lipólise ....................................................................................................... 50
3.3.2 Oxidação .................................................................................................... 53
3.4 Formação de corpos cetônicos e dieta cetogênica ............................................ 55
3.4.1 Por que a cetose não otimiza a perda de gordura? ..................................... 59
3.4.2 Cetogênese acelera o metabolismo? .......................................................... 60
3.5 A gordura queima em uma chama de carboidratos? ......................................... 61
3.6 O adipócito e a leptina na perda de peso .......................................................... 64
3.7 Tecido adiposo, obesidade e resistência à insulina ........................................... 66
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 69
4 PROTEÍNAS ............................................................................................................ 71
4.1 Aminoácidos essenciais, não essenciais e condicionalmente essenciais .......... 72
4.2 Digestão e absorção ......................................................................................... 73
4.3 Metabolismo de proteínas ................................................................................. 74
4.3.1 Destino do nitrogênio .................................................................................. 75
4.4 Aminoácidos e gliconeogênese ......................................................................... 77
4.5 Insulina e inibição da degradação proteica ........................................................ 78
4.6 Metabolismo de proteínas e perda de peso ....................................................... 79
4.7 Dietas hiperproteicas e emagrecimento ............................................................ 80
4.7.1 Proteínas, termogênese e saciedade .......................................................... 82
4.7.2 Proteínas e composição corporal ................................................................ 85
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 87
5 CICLO DE KREBS ................................................................................................... 89
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 93
6 FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA ................................................................................. 94
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 97
7 MECANISMOS REGULATÓRIOS DA FOME E DA SACIEDADE ............................ 98
7.1 Resistência à insulina ...................................................................................... 101
7.2 Resistência à leptina ....................................................................................... 110
7.3 Alimentos processados - impactos sobre o metabolismo ................................ 112
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 115
8 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS NA PERDA DE PESO ......................................... 116
8.1 Termogênese adaptativa (adaptação metabólica) ........................................... 116
8.1.1 Adaptação metabólica persistente 6 anos após a competição “The Biggest
Loser” ................................................................................................................ 118
8.2 Aumento do apetite ......................................................................................... 121
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 124
9 METABOLISMO DO JEJUM INTERMITENTE ....................................................... 125
9.1 Eficácia do jejum intermitente no emagrecimento e na otimização da composição
corporal ................................................................................................................. 127
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 130
10 PERDA DE PESO RÁPIDA X PERDA DE PESO GRADUAL .............................. 131
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 136
11 TERMOGÊNICOS E INIBIDORES DO APETITE ................................................. 137
11.1 Introdução ..................................................................................................... 137
11.2 Receptores adrenérgicos .............................................................................. 138
11.3 Chá verde...................................................................................................... 140
11.4 Cafeína.......................................................................................................... 143
11.5 Citrus aurantium ............................................................................................ 145
11.6 Capsaicina e capsiate ................................................................................... 145
11.7 Ioimbina......................................................................................................... 146
11.8 Efedrina ......................................................................................................... 148
11.9 Clembuterol ................................................................................................... 150
11.10 Salbutamol .................................................................................................. 152
11.11 Ozempic e análogos de GLP-1 .................................................................... 152
11.12 Metformina .................................................................................................. 156
11.13 Sibutramina ................................................................................................. 157
11.14 Orlistat ......................................................................................................... 158
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 160
Bioquímica do Emagrecimento Dudu Haluch e Tanise Michelotti
1
INTRODUÇÃO
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2
CARBOIDRATOS
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Figura 2.1 – Digestão dos carboidratos. A digestão dos carboidratos começa na boca,
com o processo de mastigação, pela ação da enzima α-amilase salivar (ptialina). Logo
após, os carboidratos passam pelo esôfago e pelo estômago, todavia, a maior parte de
sua digestão ocorre no intestino delgado pela ação das enzimas pancreáticas α-amilase
pancreática e glicoamilase, responsáveis por degradar o amido. Dessa forma, a quebra
do amido resulta em partículas menores (maltose e isomaltose), que, da mesma forma
que a sacarose e a lactose, sofrem degradação pelas dissacaridases (maltase,
isomaltase, sacarase e lactase) na borda em escova do intestino delgado. A degradação
dos dissacarídeos resulta em monossacarídeos (glicose, frutose e galactose), que são
absorvidos no intestino delgado. As fibras alimentares não sofrem ação das enzimas
digestivas e, com isso, são direcionadas ao intestino grosso, onde podem sofrer
fermentação pelas bactérias presentes nessa região (microbiota).
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de inanição, pois dessa forma o corpo estará necessitando de glicose para suprir
suas demandas básicas, como o adequado funcionamento cerebral e
cardiovascular. Por exemplo, supondo que você esteja a 12h sem se alimentar
e decide consumir uma bala, considerando que a quantidade de carboidratos
presente nessa bala é pequena e que o tempo sem se alimentar é longo, não
haverá liberação de insulina, uma vez que o seu corpo apresenta outras
prioridades ao invés de enviá-la diretamente ao pâncreas para liberação de
insulina (todavia, o mesmo não ocorre caso você já tenha realizado uma refeição
contendo um alto conteúdo de carboidratos e após 30 min consumir uma bala).
Portanto, a liberação ou não de insulina irá depender do tempo sem se alimentar
e da quantidade de carboidratos ingerida.
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O fígado não precisa da insulina para captar glicose, uma vez que a
proteína que transporta glicose para dentro das células hepáticas, GLUT-2,
funciona independente da insulina. Por outro lado, o músculo esquelético precisa
da insulina para captar as moléculas de glicose presentes na corrente
sanguínea. Essa captação ocorre porque a insulina aumenta a quantidade de
proteínas GLUT-4, responsáveis pela captação da glicose no músculo e no
tecido adiposo. No entanto, durante o exercício, a captação de glicose via GLUT-
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2.5 GLICONEOGÊNESE
Nosso cérebro consome cerca de 100-120 g de glicose por dia,
quantidade que pode ser obtida facilmente pela ingestão de carboidratos (amido,
açúcares). Diferente da maioria dos órgãos e tecidos do organismo, que utilizam
ácidos graxos (gordura) além da glicose, o cérebro depende quase
exclusivamente da glicose como fonte de energia (pode utilizar corpos cetônicos
também). Quando consumimos uma boa quantidade de carboidratos, uma parte
é utilizada pelos tecidos para obter energia através da via glicolítica, e o excesso
é armazenado como glicogênio no fígado e no músculo esquelético.
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peso corporal não apresentou variações entre as dietas contendo 35%, 55% ou
65% de carboidratos e ao final dos 2 anos de estudo, 31 a 37% dos participantes
perderam pelo menos 5% do peso corporal inicial, 14 a 15% dos participantes
em cada grupo de dieta perderam pelo menos 10% do peso inicial e 2 a 4%
perderam 20 kg ou mais. Foi observado uma maior diminuição na concentração
de lipoproteína de baixa densidade (LDL) com a dieta de baixo teor de gordura
e alto teor de carboidrato. Dessa forma, embora nem todos os participantes
tenham aderidos aos respectivos teores de macronutrientes prescritos, parece
que dietas contendo teores maiores de carboidratos não são as responsáveis
pela obesidade, caso contrário, os participantes apresentariam um aumento ou
estagnação do peso corporal.
Ainda, outro artigo foi publicado, em 2018, pela revista Journal of the
American Medical Association (JAMA) comparou dietas Low Carb com dietas
Low Fat em 609 participantes obesos ou com sobrepeso ao longo de 12 meses,
e da mesma forma que o estudo anterior, os participantes apenas receberam
orientações nutricionais. Prioridades mais altas foram dadas a alimentos
específicos de acordo com a dieta, por exemplo, a redução de óleos, carnes
gordurosas, laticínios integrais e nozes foi priorizada para o grupo Low Fat,
enquanto a redução de cereais, grãos, arroz, vegetais ricos em amido e
leguminosas foi priorizada para o grupo Low Carb. Os resultados mostraram que
embora os participantes não tenham recebido orientações acerca de reduzirem
a ingestão calórica, houve uma redução média de 500 a 600kcal por dia para
ambos os grupos e a mudança média de peso ao final dos 12 meses foi de −5,3
kg para o grupo Low Fat e −6,0 kg para o grupo Low Carb, porém, não foi
observado diferença estatística. Entre os desfechos secundários, as variáveis
clínicas que apresentaram diferenças significativas foram os resultados no perfil
lipídico. Reduções nas concentrações de lipoproteína de baixa densidade (LDL)
foram favorecidas com a dieta Low Fat, enquanto reduções nas concentrações
de triglicerídeos, com a dieta Low Carb. Dessa forma, embora a perda de peso
tenha sido semelhante entre os grupos, a variabilidade individual deve ser levada
em consideração, visto que a composição dos macronutrientes da dieta pode
impactar, por exemplo, no perfil lipídico e, portanto, sugere-se que nenhuma
dieta deva ser recomendada universalmente. Os autores, ainda, concluem que
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ao invés de dar tanta ênfase para determinadas dietas, Low Carb ou High Carb,
Low Fat ou High Fat, deve-se enfatizar a qualidade nutricional e a adesão do
paciente, logo, deve-se priorizar boas fontes de gorduras e carboidratos e ter um
consumo adequado de fibras, incluindo frutas e vegetais.
Por último, em 2017 foi publicado outro artigo na revista The Lancet, onde
307 chineses não obesos receberam dietas isocalóricas variando em seus teores
de carboidratos e gorduras. A primeira dieta, High Carb e Low Fat, apresentou
um teor de 66% de carboidratos, 20% de lipídeos e 14% de proteínas. A segunda
dieta, com teor moderado de carboidratos e gorduras, apresentou 56% de
carboidratos, 30% de lipídeos e 14% de proteínas; enquanto a terceira dieta, Low
Carb e High Fat, apresentou um teor de 46% de carboidratos, 40% de lipídeos e
14% de proteínas (reparem que embora a segunda dieta tenha sido classificada
como Low Carb, o seu teor de carboidratos não foi muito baixo). Ao longo dos 6
meses de intervenção, os participantes receberam todos os alimentos, logo, foi
possível obter um controle maior do que os dois últimos estudos descritos acima.
Os resultados mostraram que todos os participantes perderam peso, entretanto,
foi observado, embora leve, maiores reduções no peso corporal e na
circunferência da cintura no grupo que recebeu a dieta High Carb e Low Fat.
Reparem que o estudo cita dieta isocalórica, então como é possível perda de
peso se os participantes não estavam em déficit calórico? A perda de peso foi
pequena, variando de 1 a 1,6 kg e isso certamente foi ocasionado por um leve
déficit calórico devido a uma redução na ingestão calórica ao longo dos 6 meses,
uma vez que apenas uma refeição por dia foi supervisionada.
Portanto, com base nos artigos citados, o que irá determinar a eficácia na
perda de peso e no emagrecimento será o déficit calórico, ou seja, você consumir
menos calorias do que o seu corpo necessita (se falta energia, o corpo irá extrai-
la principalmente das gorduras estocadas no tecido adiposo). Logo, os estudos,
de maneira geral, não mostram diferenças significativas entre dietas Low ou High
Carb, considerando que haja déficit calórico envolvido e adesão. Embora dietas
Low Carb possam promover uma maior perda peso inicial, devido a maior
eliminação de água, essa diferença tende a de igualar no decorrer do tempo. Os
carboidratos podem, inclusive, auxiliar no processo de emagrecimento, visto que
muitos apresentam fibras e uma baixa densidade energética em sua
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gordura com mais facilidade e são mais resistentes ao ganho de gordura quando
estão em superávit calórico.
REFERÊNCIAS
ASTRUP, A.; HJORTH, M. Low-Fat or Low Carb for Weight Loss? It Depends on
Your Glucose Metabolism. EBioMedicine. Aug; 22:20-21, 2017.
HALL, K. et al. Calorie for calorie, dietary fat restriction results in more body fat
loss than carbohydrate restriction in people with obesity. Cell Metab. Sep 1; 22(3):
427–436, 2015.
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HOLT, S. H.; MILLER, J. C.; PETOCZ, Peter. An insulin index of foods: the insulin
demand generated by 1000-kJ portions of common foods. The American journal
of clinical nutrition, v. 66, n. 5, p. 1264-1276, 1997.
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3
LIPÍDEOS
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Figura 3.1 – O triglicerídeo é uma molécula formada por um glicerol ligado a três ácido
graxos, sendo a forma em que a gordura é armazenada nas células de gordura
(adipócitos).
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começa com a ação da lipase lingual, que continua sua atividade no estômago
em conjunto com a ação da lipase gástrica. As lipases “ácidas” (lingual e
gástrica) são estáveis no pH ácido do estômago (pH ~ 2) e são importantes
principalmente para neonatos, já que o leite materno é rico em ácidos graxos de
cadeia curta e média.
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Figura 3.3 – Lipogênese de novo. O excesso de carboidratos da dieta gera uma grande
quantidade de acetil-CoA, sendo parte usado como fonte de energia e o excedente
usado para a síntese de ácidos graxos. A enzima ACC converte o acetil-CoA em malonil-
CoA. O malonil-CoA, por sua vez, é o principal substrato utilizado para sintetizar ácidos
graxos pela enzima AGS, formando ácido palmítico (ácido graxo saturado). Dessa
forma, os ácidos graxos sintetizados no fígado se ligam a molécula de glicerol (glicerol-
3-fosfato), que pode ser formado a partir da glicose, da quebra de triglicerídeos do tecido
adiposo ou pela alimentação. Os triglicerídeos sintetizados (3 ácidos graxos + glicerol)
são transportados até o tecido adiposo, principalmente, por lipoproteínas de densidade
muito baixa (VLDL). As VLDL sofrem ação da enzima lipase lipoproteica (LL),
estimulada pela insulina, localizada na parede dos capilares. A lipase lipoproteica
quebra os triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol, sendo reesterificados nos
adipócitos e armazenados como triacilgliceróis. A insulina, ainda, inibe a enzima lipase
hormônio sensível (LHS), responsável por hidrolisar os triglicerídeos armazenados no
tecido adiposo em ácidos graxos e glicerol, evitando que a quebra ocorra
concomitantemente a síntese.
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3.3.1 LIPÓLISE
Conforme mencionado, os triglicerídeos são mobilizados do tecido
adiposo após hormônios específicos sinalizarem a necessidade de energia,
gerando ácidos graxos e glicerol. Os ácidos graxos são transportados no sangue
pela albumina, que os leva até os tecidos que possuem mitocôndria, pois os
ácidos graxos só podem ser oxidados no interior das mitocôndrias (ao contrário
da glicose, que pode ser oxidada no citoplasma da célula pela glicólise
anaeróbica). Considerando que os eritrócitos não possuem mitocôndria, eles
dependem unicamente de glicose e são incapazes de utilizar ácidos graxos.
Dessa forma, após os ácidos graxos chegarem aos tecidos, eles são
direcionados para o interior das mitocôndrias, pois as enzimas necessárias para
oxidá-los estão localizadas na matriz mitocondrial. Conforme mostrado na Figura
3.5, a mitocôndria apresenta duas membranas, a interna e a externa. Portanto,
os ácidos graxos precisam atravessar ambas para serem oxidados na matriz.
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Por fim, o glicerol irá tomar outro destino, diferente do ácido graxo, sendo
transportado ao sangue e do sangue ao fígado. Uma vez no fígado, ele será
transformado em glicerol-3-fosfato pela enzima glicerol-cinase (enzima presente
no fígado e no rim), que por sua vez poderá ser transformado em di-
hidroxiacetona-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato. Essas duas últimas moléculas
são intermediários da via glicolítica, logo, podem tomar dois destinos: 1)
oxidação pela glicólise; 2) formação de glicose (gliconeogênese). Além disso, o
glicerol-3-fostato pode ser reesterificado com o ácido graxo, formando
novamente triglicerídeos.
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3.3.2 OXIDAÇÃO
Conforme já estudado, a maioria dos ácidos graxos precisam de
transportadores para entrarem na mitocôndria. Nesse sentido, após entrarem na
matriz mitocondrial, os ácidos graxos sofrerão o processo de ß oxidação, que é
a eliminação dos ácidos graxos pelo organismo na forma de CO 2. A ß oxidação
compreende três etapas. Para entender esses passos, precisamos,
primeiramente, relembrar que o ácido graxo apresenta vários átomos de carbono
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Vamos exemplificar e resumir o que foi recém foi explicado. Supondo que
você esteja a 24h sem se alimentar e seu corpo necessite mobilizar as gorduras
estocadas no tecido adiposo para geração de energia. Nesse sentido, hormônios
específicos irão sinalizar a necessidade de energia e ativar a enzima HSL,
responsável por hidrolisar os triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol. Os
ácidos graxos, então, são transportados aos tecidos para sofrerem o processo
de ß oxidação (queima da gordura), que ocorre na mitocôndria. Dessa forma,
após entrarem nas células, os ácidos graxos são convertidos no citosol em acil-
CoA graxo e para entrar no interior da mitocôndria (matriz), o acil-CoA precisa
ser transportado pela carnitina. Uma vez na matriz, o ácido graxo sofre o
processo de ß-oxidação, que é a remoção gradativa de fragmentos de dois
carbonos, produzindo acetil-CoA. O acetil-CoA é um intermediário comum do
metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas, ou seja, todas essas
macromoléculas precisam ser degradadas até acetil-CoA para serem oxidadas
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Figura 3.7 – Oxidação de ácidos graxos. Todos os três passos ocorrem na matriz
mitocondrial.
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Figura 3.10 - Formação dos corpos cetônicos com a dieta cetogênica. Com a redução
de calorias e de carboidratos na dieta, ocorre aumento da lipólise (degradação do
triacilglicerol em 3 ácidos graxos e glicerol) no tecido adiposo (1). O glicerol entra na
corrente sanguínea e vai até o fígado participar da gliconeogênese, enquanto os ácidos
graxos são transportados pela albumina até a mitocôndria das células que precisam de
energia (2). A redução de carboidratos diminui a disponibilidade de oxalacetato,
proveniente da degradação da glicose (3) e o oxalacetato gerado pelo catabolismo dos
aminoácidos é direcionado a gliconeogênese. Dessa forma, quando a disponibilidade
de oxalacetato é baixa (4), o acetil-Coa proveniente da oxidação dos ácidos graxos se
acumula na mitocôndria das células hepáticas e dá origem aos corpos cetônicos,
processo conhecido como cetogênese (5).
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Até pouco tempo atrás se pensava que o tecido adiposo era apenas uma
simples reserva de energia, até que, em 1994, foi descoberto o hormônio leptina.
A leptina é um hormônio peptídeo que exerce forte influência sobre a regulação
do peso corporal e seus níveis variam de acordo com o tamanho das nossas
reservas de gordura. A leptina controla a ingestão e o gasto de energia por meio
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REFERÊNCIAS
GRUNDY, Scott M.; DENKE, Margo A. Dietary influences on serum lipids and
lipoproteins. Journal of lipid research, v. 31, n. 7, p. 1149-1172, 1990.
HOLZER, Ryan G. et al. Saturated fatty acids induce c-Src clustering within
membrane subdomains, leading to JNK activation. Cell, v. 147, n. 1, p. 173-184,
2011.
SOLINAS, Giovanni et al. Saturated fatty acids inhibit induction of insulin gene
transcription by JNK-mediated phosphorylation of insulin-receptor substrates.
69
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WANDERS, A. J. et al. Fatty acid intake and its dietary sources in relation with
markers of type 2 diabetes risk: the NEO study. European journal of clinical
nutrition, v. 71, n. 2, p. 245-251, 2017.
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PROTEÍNAS
4
Proteínas são os compostos mais abundantes do nosso organismo
(perdendo apenas para a água) e desempenham diversas funções, visto que não
são encontradas apenas no músculo esquelético, mas em todas as partes do
nosso corpo. Por exemplo, na corrente sanguínea encontramos as proteínas
hemoglobina e a albumina, que transportam moléculas, como o oxigênio e os
ácidos graxos, respectivamente, e as imunoglobulinas, que são proteínas
responsáveis por realizar a defesa do nosso corpo, combatendo bactérias e
vírus. As proteínas transportadoras das membranas das células, por exemplo,
carregam e regulam o fluxo de nutrientes para dentro e para fora delas. Da
mesma forma, enzimas são proteínas responsáveis por realizar todas as reações
que ocorrem dentro do nosso corpo a fim de manter a vida (imagine se todas as
enzimas da glicólise faltassem ou apresentassem prejuízos em suas funções,
certamente a produção de energia apresentar-se-ia prejudicada). Alguns
hormônios também são proteínas, como por exemplo, a insulina e o glucagon,
responsáveis por regularem os níveis de glicose no sangue. No músculo
esquelético e cardíaco, encontram-se as proteínas actina e miosina,
responsáveis pela contração muscular e batimentos cardíacos, respectivamente.
Nos ossos, dentes, pele, tendões, cartilagens, cabelos e unhas encontram-se as
proteínas colágeno, elastina e queratina. Proteínas, ainda, podem atuar como
tampões, regulando o pH em uma faixa ideal. Dessa forma, todo o corpo é
formado por diferentes proteínas que desempenham diversas funções
essenciais à vida.
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(C), hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio (N); diferente dos lipídeos e
carboidratos, que contém os três primeiros átomos na composição (CHO), mas
não apresentam o nitrogênio. Cerca de 16% da composição das proteínas é
formada por nitrogênio e isso faz o metabolismo das proteínas ter características
bem distintas em relação ao metabolismo de carboidratos e lipídeos. O nitrogênio
pode ser aproveitado para a síntese de novas proteínas e outras moléculas,
como os ácidos nucleicos (DNA, RNA). No entanto, o excesso de nitrogênio
precisa ser eliminado do organismo, pois um dos produtos do catabolismo dos
aminoácidos, a amônia (NH3), é tóxica ao organismo.
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No entanto, os ácidos graxos não podem ser utilizados com eficiência pelo
cérebro como fonte de energia. Esse órgão depende de glicose para seu
funcionamento, e as reservas de glicogênio hepático se esgotam mais
rapidamente quando restringimos calorias e carboidratos da dieta. Para manter
as concentrações de glicose estáveis (entre 70 e 99 mg/dL em jejum), o glucagon
e o cortisol estimulam a gliconeogênese, que utiliza principalmente aminoácidos
e glicerol para a síntese de glicose. O glicerol é proveniente da degradação dos
triacilgliceróis do tecido adiposo, enquanto os aminoácidos são provenientes
principalmente da degradação de proteínas musculares pela ação do cortisol.
Uma redução drástica de calorias aumenta a degradação de proteínas
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musculares e pode levar a perda de massa muscular. Por isso, dietas mais
restritas em carboidratos podem aumentar o catabolismo muscular.
- 70 x 0,8 = 56 g - 80 x 0,8 = 64 g
Que estão bem próximos dos valores encontrados nas relações (1) e (2).
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calórico for muito grande e a dieta for pobre em carboidratos (low carb). Nessas
condições, a degradação de proteínas é estimulada pela redução dos níveis de
insulina (hormônio anticatabólico) e pelo aumento do cortisol, que, além de
estimular a degradação proteica, também estimula a gliconeogênese.
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(pelo ciclo da ureia). Esse último processo gasta ATP, a cada grupo nitrogênio
são gastas 3 moléculas de ATP no ciclo da ureia (na glicólise, por exemplo, é
obtido um saldo positivo de 2 ATP). Devido e esse aumento do gasto energético
para metabolizar as proteínas, menciona-se que as proteínas são termogênicas
e que o seu excesso não contribui para o ganho de gordura corporal.
A principal razão para a diferença nos efeitos térmicos dos alimentos pode
ser devido ao fato de que o corpo não tem capacidade de armazenamento de
proteína e, portanto, precisa ser metabolizado. As proteínas, de fato, aumentam
o gasto energético, mas esse aumento é muito pequeno. Em 2004 foi publicado
um artigo de revisão sistemática avaliando os efeitos de dietas ricas em
proteínas na termogênese. Em um dos estudos publicados na meta-análise, foi
descoberto que uma dieta com 30% de proteína teve um efeito térmico de 34
kj/hora (8 kcal) maior do que uma dieta composta por 15% de proteína. Embora
muitos possam pensar “um aumento de 8 kcal a hora irá dar 192 kcal ao total
das 24h”, esse pensamento não é correto. Os autores avaliaram a termogênese
nas 2,5 horas após a refeição e obviamente, não levaríamos o dia inteiro para
metabolizá-la, logo, esse aumento de 8 kcal/hora é muito pequeno. Outro estudo
mostrou que uma dieta com 68% de proteína aumentou em apenas 41 kcal o
gasto energético em comparação a uma dieta com 10% de proteína. Em 2016
foi publicado um artigo avaliando a termogênese em 24 indivíduos consumindo
uma dieta alta em proteína (25%), média (15%) e baixa (5%) com 40% de
superavit durante 56 dias. Foi mostrado que o aumento no gasto energético após
o consumo foi positivamente associado a quantidade de proteína consumida (ou
seja, 25% aumentou mais o gasto energético em comparação com 15 e 5%),
entretanto, esse aumento foi, novamente, pequeno. A dieta alta em proteína
aumentou em média 8% o gasto energético após 4 horas de ingestão (supondo
que o gasto é 2500 kcal, esse aumento de 8% seria equivalente a um aumento
de 33 kcal).
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CICLO DE KREBS
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Figura 5.2 – O saldo final da glicólise aeróbica são 32 moléculas de ATP. Cada molécula
de glicose gera 2 moléculas de piruvato, e essa reação resulta na produção de 2 ATP e
2 NADH. As 2 moléculas de piruvato formadas são transformadas em 2 moléculas de
acetil-CoA, com produção de 2 NADH. As moléculas de acetil-CoA entram no ciclo de
Krebs e a cada volta no ciclo, há a formação de 3 NADH, 1 FADH2 e 2 ATP
(considerando que são 2 moléculas de acetil-CoA, há formação de 6 NADH, 2 FADH2 e
4 ATP). Considerando que cada molécula de NADH gera 2,5 ATP e cada molécula de
FADH2, 1,5 ATP, o resultado é 32 moléculas de ATP a cada molécula de glicose.
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REFERÊNCIAS
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6
FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
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elétrons fornece energia para que prótons (H+) sejam bombeadas da matriz para
o espaço intermembrana, sendo que será o retorno desses prótons a matriz que
impulsionará a síntese de ATP (Figura 6.1). Esses carreadores estão localizados
em complexos proteicos inseridos na membrana mitocondrial interna, chamados
de complexo I, complexo II, complexo III e complexo IV.
• Saldo
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REFERÊNCIAS
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MECANISMOS REGULATÓRIOS DA FOME E
DA SACIEDADE
Você pode estar se perguntando: como que esses neurônios são ativados
e como que eles regulam o estímulo ou a supressão do apetite? O núcleo
arqueado recebe informações de diversos órgãos do corpo, como do intestino,
do estômago e do tecido adiposo. Esses órgãos secretam hormônios ou
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Tabela 7.1 – Hormônios que controlam a ingestão alimentar por meio da sinalização no
núcleo arqueado do hipotálamo.
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que ele é responsável pela produção de glicose, seja pela gliconeogênese seja
pela glicogenólise, a resistência à insulina intensifica esses processos (lembrem
que a insulina inibe a gliconeogênese e glicogenólise). Nesse sentido, a
adiponectina estimula a ativação da proteína AMPK, responsável por diminuir a
síntese de fosfoenolpiruvato carboxicinase (PEPCK) e glicose-6-fosfatase
(G6Pase), enzimas envolvidas com a produção hepática de glicose
(gliconeogênese). Além disso, a ativação da AMPK estimula a translocação de
GLUT-4 na célula muscular, aumentando a captação de glicose e,
consequentemente, diminuindo seus níveis plasmáticos. Entretanto, no processo
de aumento de gordura corporal (especialmente visceral), há uma redução da
produção de adiponectina, contribuindo para o agravamento do quadro de
resistência à insulina. Portanto, percebam que o paciente obeso e/ou com
sobrepeso apresenta diversas respostas hormonais alteradas, que contribuem
tanto para o aumento do apetite (resistência à leptina e à insulina) quanto para
o agravamento da resistência à insulina (diminuição de adiponectina, aumento
de citocinas inflamatórias, excesso de ácidos graxos livres).
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Por último, não foi observado diferença entre as dietas para os exames
de sensibilidade à insulina e de glicemia. Entretanto, esse fato pode ter sido pelo
curto período de dieta (14 dias) e pelo nível de atividade física dos participantes,
uma vez que eles realizavam 1h de exercícios diários e sabe-se que o exercício
pode amenizar os efeitos deletérios que uma alimentação desequilibrada pode
ocasionar.
114
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8
ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS NA PERDA
DE PESO
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Figura 8.1 - O processo de perda de peso / gordura ocorre de forma cada vez mais
lenta conforme o tempo de dieta devido às adaptações metabólicas (termogênese
adaptativa), que levam a redução do metabolismo basal. Importante lembrar que o GER
já reduz normalmente pela própria redução do peso corporal.
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Além disso, foi observado que o gasto com atividade física aumentou
acentuadamente nos participantes após o início da competição e isso estava de
acordo com suas várias horas diárias de exercícios vigorosos. Curiosamente, o
gasto com atividade física permaneceu alto 6 anos depois, com um aumento
médio de ~80% em 6 anos em comparação com a linha de base,
correspondendo a um aumento de ~395 kcal/d ou ~5,3 kcal/d por quilograma de
peso corporal. Os participantes que mantiveram maiores aumentos no gasto com
atividade física após 6 anos também mantiveram maiores perdas de pesos e
maiores reduções da TMR.
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Portanto, por mais que a redução da TMR tenha sido maior que o
esperado e se pendurado ao longo de 6 anos, os participantes apresentaram
resultados positivos sobre o peso corporal. Dessa forma, esses resultados não
devem ser interpretados como “a perda de peso/emagrecimento estraga o
metabolismo”, mas sim como uma adaptação metabólica que proporcionou aos
indivíduos maior perda de peso. Caso essa diminuição tivesse trazido alguma
repercussão negativa, os participantes com maiores reduções da TMR não
teriam sido os mesmos participantes que tiveram maior sucesso na perda de
peso.
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9
METABOLISMO DO JEJUM INTERMITENTE
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Logo, fica claro que durante o jejum, a gordura passa a ser o combustível
energético primordial do organismo, seja na forma de ácidos graxos ou por meio
da sua conversão em corpos cetônicos. Pode-se dizer, então, que quanto mais
tempo em jejum, maior será a oxidação de gorduras. Todavia, embora a
oxidação de gorduras seja indispensável para o emagrecimento, maior oxidação
não reflete em maior emagrecimento se o saldo calórico estiver positivo
(consumo > gasto).
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Tabela 9.1 – Jejum intermitente. A tabela ilustra dois modelos de dieta: dieta padrão
com maior frequência de refeições e jejum intermitente com 16 horas de jejum e 3
refeições (modelo TRF).
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REFERÊNCIAS
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PERDA DE PESO RÁPIDA X PERDA DE
PESO GRADUAL
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136
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11
TERMOGÊNICOS E INIBIDORES DO
APETITE
11.1 INTRODUÇÃO
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Figura 11.1 - Essa figura ilustra os principais fármacos com efeitos termogênicos
utilizados no fisiculturismo e os principais receptores adrenérgicos envolvidos na
atividade de cada uma dessas drogas. A seta indica atividade agonista sobre o receptor
e a seta com barra (na Ioimbina) indica atividade antagonista do fármaco no receptor.
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enzima LHS é uma das enzimas responsáveis pelo processo de lipólise. Dessa
forma, o aumento de catecolaminas induzido pela inibição de COMT causaria
uma maior taxa de lipólise e, consequentemente, auxiliariam no processo de
emagrecimento. Embora existam estudos em humanos mostrando aumento nas
concentrações de catecolaminas com a suplementação de chá verde, o
mecanismo de inibição da enzima COMT pelo chá verde não é totalmente
comprovado em humanos.
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11.4 CAFEÍNA
energético. Embora esse aumento de 13% pareça muito, ele foi referente apenas
as 4 horas em que os participantes do estudo permaneceram na calorimetria
indireta (o grupo placebo gastou 1,4 kcal/min e o grupo cafeína, 1,55 kcal/min,
sendo que no final das 4 horas de teste, o aumento no gasto energético foi de
apenas 36 kcal). Algumas pessoas podem pensar “se a suplementação de
cafeína aumentou o gasto energético em 36 kcal durante 4 horas, ela aumenta
em 216 kcal durante 24 horas”, esse pensamento não é correto, uma vez que a
cafeína tem um pico de ação plasmática por volta de 60 – 120 minutos, logo,
esse aumento no gasto energético é maior nas duas primeiras horas e após as
4 horas de teste na calorimetria indireta, o aumento no gasto energético tende a
ser praticamente nulo. Além disso, as doses utilizadas de cafeína foram elevadas
(10 mg/kg), uma vez que a recomendação é de até 6 mg/kg. Em 1989 foi
publicado um estudo na American Journal of Clinical Nutrition mostrando que a
suplementação com 100 mg de cafeína aumentou o gasto energético de repouso
em apenas 3 a 4% ao longo de 150 minutos (por exemplo, se um indivíduo tem
o gasto energético de repouso de 1800 kcal, iria aumentá-lo em apenas 54 – 72
kcal). Nessa mesma revista, foi publicado outro artigo onde a suplementação
com 8 mg/kg de cafeína aumentou a taxa metabólica em 16% ao longo de 3
horas após a sua ingestão. Conforme já mencionado, embora esse aumento
16% pareça muito, ele foi referente apenas as 3 horas após a suplementação
com cafeína, não se mantendo constante ao longo das 24h (por exemplo, para
um indivíduo com gasto de 1800 kcal ao dia, representaria um aumento de
apenas 36 kcal). Além disso, tem estudos mostrando que a suplementação com
5 mg/kg de cafeína nem aumentou o gasto energético. Portanto, a cafeína pode,
sim, aumentar o gasto energético, porém é um aumento muito pequeno e que
não apresenta relevância clínica.
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11.7 IOIMBINA
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11.8 EFEDRINA
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11.9 CLEMBUTEROL
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dessensibilização dos receptores β-2. Por esse motivo muitos atletas ciclam
essa droga em protocolos do tipo 15 ON/15 OFF ou 2 ON/2 OFF, sendo os dias
OFF períodos em que se retira a droga para que as concentrações de receptores
voltem ao normal. É comum também a combinação de clembuterol com
hormônios da tireoide (T3 e T4) e/ou cetotifeno com a finalidade de prolongar o
uso, já que essas drogas fazem up regulation dos receptores β-adrenérgicos.
Essa combinação sinérgica permite o uso contínuo e efetivo do clembuterol por
4-6 semanas. As doses utilizadas entre atletas variam de 20 a 160 mcg por dia.
Geralmente fisiculturistas relatam iniciar com 20-40 mcg/dia, subindo
gradativamente a dosagem até 160 mcg/dia. Obviamente muitos atletas acabam
extrapolando essas dosagens e isso tende a aumentar o risco de problemas
cardiovasculares. Clembuterol tem uma meia-vida de cerca de 35 horas e suas
doses são geralmente divididas durante o dia, evitando o uso na parte da noite
para evitar insônia.
colaterais, uma vez que qualquer composto que aumente de forma significativa
o gasto energético terá efeito rebote (os termogênicos naturais não apresentam
efeito rebote justamente porque o efeito termogênico é muito pequeno).
11.10 SALBUTAMOL
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Em 2022 foi publicado outro artigo na JAMA, onde 175 participantes com
sobrepeso ou obesidade receberam prescrições semanais de 1,7 mg ou 2,4 mg
de semaglutida por 3 a 6 meses. Foi observado que a perda de peso média após
3 meses foi de 6,7 kg e após 6 meses, de 12,3 kg. Todavia, esse estudo não
menciona sobre mudanças no estilo de vida (alimentação e exercícios), logo,
não sabemos como os participantes ficaram após o uso.
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11.12 METFORMINA
A metformina é um medicamento hipoglicemiante, utilizada como terapia
para o tratamento do diabetes tipo 2, usada sozinha ou em combinação com
outros medicamentos. O mecanismo de ação da metformina é através da
ativação da via da proteína AMPK (proteína cinase ativada por AMP) – um
sinalizador celular de esgotamento dos estoques energéticos –, estimulando a
captação muscular de glicose (pelo aumento da translocação de GLUT4),
inibindo a gliconeogênese hepática e favorecendo a oxidação de ácidos graxos.
A AMPK é estimulada principalmente durante o exercício e parece ser a principal
via de ação para explicar os efeitos metabólicos da metformina.
Figura 11.4 - O mecanismo de ação da metformina parece ser mediado pela ativação
de AMPK.
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11.13 SIBUTRAMINA
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11.14 ORLISTAT
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