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INTRODUÇÃO AO ESTUDO
A aula de hoje é sobre fisiologia da testosterona. Nessa aula, você vai
aprender de onde vem esse hormônio, como ele é biotransformado em
nosso organismo, de onde é a fonte desse hormônio até chegar lá no final
na testosterona, que ainda não é uma substância final e dela quais são as
substâncias ou dela testosterona, como outros hormônios vão surgindo
dessa semana a sua atuação, ou seja, essa cascata toda de formação e
atuação em receptores. Além disso, você vai aprender também quais são
os mecanismos de regulação dessa testosterona quando ela sobe,
quando ela desce, como é que o nosso corpo regula isso, como é que ele
contra a balança essa testosterona e muito mais.
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Então, esses são todos os hormônios esteroidais, mas o que nos
interessa hoje é a testosterona, que é o único desses hormônios todos
que tem uma capacidade de aumentar alguns tecidos, ou seja, tem uma
capacidade anabólica.
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quebrar moléculas, de transformar moléculas de uma coisa em outra, a 17
alfa-hidroxi pregnenolona e uma outra enzima que vai dar origem a
de-hidro-epiandrosterona. Os nomes são complicados, por isso disse no
início que não é preciso decorar os nomes, mas sim o final dessa cascata,
que vai aparecer o androstenediol e é esse androstenediol é que vai dar
origem à testosterona.
Resumo:
➡️ ➡️
VIRA VIRA
PREGNENOLONA ANDROSTENEDIOL TESTOSTERONA
➡️ ➡️
VIRA VIRA
5 HIDROXITESTOSTERONA ANDROSTENEDIONA TESTOSTERONA
➡️
Se tiver a presença da enzima:
AROMATASE ESTRADIOL = Hormônio feminino
➡️
Se tiver a presença da enzima:
5 ALFA REDUTASE DIHIDROTESTOSTERONA (DHT)
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estiverem com síndrome de ovários policísticos. Nesses casos, haverá a
formação do DHT.
É por isso que as mulheres têm um percentual de gordura mais alto, isso é
ação dessa estrona, desse estradiol. Além disso, há também o estriol, que
esse não faz muita coisa, mas ele também tem sua ação e não tem muito
a ver com a nossa testosterona. Mas é só para você saber, que ele faz
parte dos produtos finais dessa cascata.
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Nas mulheres esse mecanismo é mais complicado. Nós não precisamos
de uma regulação tão grande, porque apenas 25% da produção de
testosterona feminina é ovariana.
➡️ ➡️
VIRA VIRA
TESTOSTERONA ESTRADIOL DIHIDROTESTOSTERONA (DHT)
⬇️
HIPOTÁLAMO
⬇️
HIPÓFISE
⬇️
TESTÍCULOS
TESTOSTERONA
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● Quanto mais sobe a testosterona, o hipotálamo para de mandar o
GNRH;
● O GNRH vai estimular a hipófise a liberar o LH e o FSH;
● Principalmente o FSH e o LH vão estimular os testículos a produzir
testosterona.
Portanto:
● Se a testosterona cai, sobe LH e FSH
● Se a testosterona sobe, diminui o LH e o FSH
Vamos a um exemplo:
Paciente XX
Caso: transição de gênero para o masculino
É preciso utilizar bastante testosterona para realizar a transição de
gênero, inibir completamente o mecanismo de regulação da testosterona
para que o paciente pare de ovular e menstruar.
Por fim, o que você viu acima é o mecanismo regulatório geral. Quanto
mais alta a quantidade de testosterona, mais inibido fica o que chamamos
de eixo. Se utilizar testosterona em doses muito elevadas por um longo
período, o eixo será bloqueado e pode levar muito tempo para voltar ao
normal.
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para abri-lo novamente. É o que chamamos de TPC (terapia pós ciclo)
durante um certo período com doses de testosterona ou análogos da
testosterona.
Tudo o que vimos até agora conseguiu abrir esse eixo. No entanto, uma
coisa que eu quero deixar clara é que, muitas vezes, mesmo abrindo o LH
e o FSH, o testículo ainda não responde. Se bloquear completamente esse
eixo durante 8 a 10 semanas, ou alguns meses, pode levar o mesmo
tempo para desbloquear . Isso significa que posso levar de 6 a 8 meses
para desbloquear totalmente esse eixo, e, às vezes, em dois ou três meses
o paciente já tem LH e FSH normais, mas a quantidade de testosterona
ainda está baixa. Ou seja, esse testículo ainda está hiporresponsivo.
É por isso que, na TPC, é necessário atuar em tudo isso. Bom, então, a
testosterona que virou estradiol, inibe mais fortemente o hipotálamo.
Quanto mais estradiol a testosterona virar durante o ciclo, o estradiol inibe
fortemente a testosterona. Quanto mais tempo de atuação do estradiol,
mais tempo ele inibe.
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nanogramas por decilitro, enquanto o estradiol está vindo em picogramas
por mililitros.
Paciente Mulher
40ng/dl de testosterona
Está em fase ovulatória, com 120pc/ml
Todo mundo tem a falsa impressão de que a mulher tem muito mais
estradiol do que testosterona, o que não é verdade. Porque, ao
transformar picogramas por mililitro em nanogramas por decilitro para
comparar de verdade, quando eu comparo as duas coisas, eu tenho que
ter a mesma unidade de medida. Isso vai dar 10 a menos, ou seja, ela vai
ter 12 nanogramas por decilitro de estradiol, bem menos do que a
testosterona. Ou seja, até mesmo a mulher tem mais de testosterona do
que estradiol. Por isso é preciso estudar muito sobre o assunto, para não
ter uma falsa impressão na hora de analisar os exames laboratoriais.
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vou lá e vejo 500 de DHT e eu fico apavorado e falo: "Você está com muito
mais DHT do que testosterona, você tá convertendo tudo e DHT!"
CUIDADO: porque o DHT também vem em picogramas por mililitro.
Muitas vezes você pensa assim: "olha só, o DHT do paciente está
altíssimo". - Não é bem assim. Essa pessoa aqui, quando eu transformei,
não tem 50 nanogramas por decilitro DHT e ele tem 300 de testo. Ele não
está convertendo tanto assim. Não é bem verdade, só que não esqueçam
que o DHT não é muito anabólico, ele é um anabólico fraco.
ANABOLISMO X ANDROGENICIDADE
O DHT pode até ser um anabólico fraco, porém ele é um androgênico dez
vezes mais forte do que a testosterona.
TESTOSTERONA
ANABOLISMO X ANDROGENICIDADE
Já o DHT, a gente vai ver que ele é 1:1000. Ou seja, nada anabólico, muito
pobre, só que dez vezes mais androgênico que a testosterona.
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Por isso, cuidado: Se a gente vê o paciente do exemplo anterior com 50 de
DHT e 300 testosterona, mas pensa que esse DHT é dez vezes mais
androgênico que a testosterona.
Ou seja, tem que pensar que o DHT é dez vezes mais forte. Por isso, ele
tem que estar bem mais abaixo do que a testosterona, principalmente em
mulheres, afinal, não queremos nada de androgenicidade em paciente
feminino. A menos que seja paciente XX em transição para gênero
masculino.
Por fim…
● Quanto mais anabólico, menos androgênico, melhor.
● Estradiol não tem ação anabólica.
● Progesterona não tem ação anabólica.
● A progesterona apenas tem a capacidade de se transformar em
testosterona, e aí se torna anabólica.
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muscular ou, no mínimo, em combater a perda de massa muscular. Isso
ocorre com a idade e é chamado de sarcopenia do idoso. Mesmo quem
faz exercícios físicos e musculação sofre com a perda de massa
muscular. No entanto, existem outras doenças que levam à perda de
massa muscular, e às vezes não é a doença em si, mas a imobilização, o
tempo de internação.
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situação estava piorando, tomei a decisão de continuar com a
testosterona.
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A IMPORTÂNCIA DOS 3 MECANISMOS DE AÇÃO
Por outro lado, o esteróide anabólico não fará nada sozinho, nem mesmo
a testosterona. É preciso potencializar a ação da testosterona com o
exercício. No entanto, é importante ressaltar que a testosterona não
resolverá tudo e que apenas ajudará naquilo que o exercício for capaz de
fazer. A testosterona só assumirá a frente em caso de impossibilidade do
exercício, como foi o meu caso quando estava acamado devido à idade
avançada.
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Não estou dizendo que a testosterona fará milagres. Ela apenas
potencializa o que você faz com exercício, dieta e outras ações.
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A gordura visceral é ruim para o coração e para o diabetes, tornando o
indivíduo resistente à insulina e podendo levar ao pré-diabetes ou ao
diabetes mais tarde, e se deposita no fígado, levando à esteatose
hepática, podendo levar a uma cirrose mais tarde. A testosterona tem
pouca ação sobre essa gordura, mas ela é a gordura que o corpo utiliza
para fornecer combustível, sendo metabolicamente muito ativa e saindo
facilmente do corpo, mesmo que a testosterona não tenha grandes
capacidades de retirá-la.
O CORTISOL
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Quando eu digo para vocês descansarem, quando eu digo o que é
importante, não é só para construção muscular em si, que acontece
durante o repouso, para você não ficar massacrando músculo. É para não
estressar o seu organismo como um todo. E quando eu falo de não
estressar o organismo como um todo, não adianta você tentar descansar
e treinar um grupo muscular a cada 48 horas, por exemplo, se você está
com cortisol lá em cima porque você não dorme direito. É uma das coisas
que temos que frisar para o paciente: a importância de dormir, descansar.
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