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MANEJO NUTRICIONAL
NOS TAs
Lucas Ribeiro
REVISÃO
PRINCPAIS TAs
AN: Restrição autoimposta levando ao baixo peso.
TCAP: Episódios de alimentação exagerada com perda de controle.
BN: Episódios de compulsão alimentar seguidos de purgação.
01 02 03 04 05
INTRODUÇÃO EXEMPLO DE PRIMEIRA CONTROLE DE ATENÇÃO AOS
ALIMENTAR FAMILIARES INFÂNCIA EXPOSIÇÃO SINAIS
PAPEL DA NUTRIÇÃO
FUNÇÕES NO TRATAMENTO
Regulação emocional
Desenvolvimento de ferramentas.
Intensidade adequada para as situações.
Habituação/exposição
Exposição controlada à estressores diminuindo a intensidade
da resposta.
Pensamentos disfuncionais
Crenças e regras
Outros transtornos psiquiátricos
Depressão.
Ansiedade.
TOC.
TDAH.
CONTATO INICIAL
OBTENDO INFORMAÇÕES
Internação Ambulatório
Objetivo não é levantar toda informação possível. informações chaves para definir os
próximos passos , e construir confiança.
Pacientes respondem de maneira diferente quando acompanhados ou sozinhos (nem
sempre sozinho é melhor).
Tendencia a esconder ou sub relatar por vergonha ou medo de repreensão.
Indivíduos mais comunicativos se beneficiam de direcionamento. Mais reprimidos dão mais
informações quando a pergunta é assertiva (pistas verbais e não verbais).
Evitar apresentar novos comportamentos (principalmente para indivíduos mais jovens).
A inclusão de familiares (sessões educacionais).
Discriminar dias bons e ruins (possíveis gatilhos).
Não compactue em manter o TA em segredo se acreditar que o paciente precisa de
ajuda adicional.
CONTATO INICIAL
HISTÓRICO
Desconforto GI
comum nos TAs como consequência do jejum, purgação ou compulsão
TA pode aparecer depois da tentativa de eliminar alimentos responsáveis pelo
desconforto.
Obter histórico de obesidade na infância/adolescência:
Descrença da capacidade de manter um peso normal sem medidas extremas (motivo
percebido pode explicar medos e rituais).
Tentativas fracassadas podem levar a medidas mais drásticas e perda de controle.
Histórico familiar de obesidade:
Restrição como esforço para fugir do “destino"
Falta de bons exemplos na alimentação (nunca presenciou uma alimentação saudável)
Histórico de Nutricionistas/tratamento
Fracasso em tentativas anteriores gera resistência/descrença. Revisar possibilita a
identificação de pontos de atenção e a previsão de obstáculos.
CONTATO INICIAL
PESO/PESAGEM
Carboidratos:
Relato de restrição: Esclarecer a ideia do paciente sobre carboidratos (alimentos,
grupos)
Pacientes que perderam peso rápido com a restrição são relutantes à reintrodução.
Fluidos:
Diminuição para induzir perda rápida de peso ou "evitar retenção".
Rejeição da sensação de plenitude saciedade.
Gorduras: Nutrientes mais restritos nos TAs, tentativa de eliminação total (ácidos graxos
essenciais e vitaminas lipossolúveis).
Porções: Pacientes com alimentação restrita podem considerar porções normais como
exageradas. Esclarecer as características e evitar usar terminologia técnica.
Condimentos: Propositalmente para “estragar” o alimento, deixar menos palatável.
CONTATO INICIAL
IDENTIFICANDO CONSUMO INSUFICIENTE
Itens não alimentares: Tentativa de indução de saciedade com bolas de algodão, goma
de mascar, grandes quantidades de alimentos “emagrecedores”.
Alcançar uma alimentação com variedade leva tempo, e só acontece mais tarde no
tratamento.
Fica a cargo do Nutricionista o quão incisivo será em relação à variedade.
No geral a adequação nutricional é mais importante e urgente (considerar o grau de
cuidado).
Pode ser interessante trabalhar dentro das preferências.
CONTATO INICIAL
PREVISÃO DE OBSTÁCULOS
Confiabilidade:
Estado de desidratação/desnutrição pode alterar resultados
Uso indiscriminado de suplementos (proteínas, principalmente) e multivitamínicos (ou
alimentos fortificados) podem mascarar valores fora das referências (importância da
análise do consumo).
Com o restabelecimento da alimentação saudável, exames laboratoriais ganham
confiabilidade.
Normalização:
Pode gerar falsa impressão de cura/resolução.
Questionamentos do paciente e familiares sobre a necessidade de cuidado.
CONTATO INICIAL
ALTERAÇÕES E EXAMES
Primeiras consultas
É comum que haja predominância de assuntos não relacionados ao transtorno e
nutrição.
Gerar identificação e ganhar confiança.
Excesso de intimidade
Por mais que a proximidade com o paciente facilite a comunicação, ainda é necessário
autoridade.
Caso perceba que o nível de intimidade comece a prejudicar o tratamento, o
nutricionista deve esclarecer seu papel como profissional.
RELACIONAMENTO
MANIPULAÇÃO
Não é incomum que o paciente se mostre mais ou menos colaborativo a depender da conduta
adotada pelo profissional.
A manipulação acontece na tentativa de barganhar mudanças mais lentas ou impedir o
progresso do tratamento.
RELACIONAMENTO
JULGAMENTO
Aspectos do julgamento:
Ação, resultado, intenção, motivo, caráter
MOTIVAÇÃO
MODELO TRANSTEÓRICO: Entrevista motivacional
Pré contemplação: Paciente ainda não percebe que existe um problema. Não nota
necessidade de mudança.
Contemplação: Há entendimento do problema, porém existe ambivalência (desejo de
mudança, com atitudes que a impedem/ponderação sobre a necessidade e benefícios da
mudança).
Preparação: Além da percepção do problema, o indivíduo já estabelece metas e faz planos
para a mudança.
Ação: Mudança propriamente dita. Quando o paciente executa o planejado anteriormente.
Manutenção: Fase que objetiva manter o novo comportamento e evitar recaídas.
Recaída: Fase muitas vezes esperada, que exige o retorno a fase de preparação e ação e
reflexão sobre os fatores que levaram à recaída.
Prochaska, James O., and Carlo C. DiClemente. "Toward a comprehensive model of change." Treating addictive behaviors. Springer, Boston, MA, 1986. 3-27.
MOTIVAÇÃO
MODELO TRANSTEÓRICO: Entrevista motivacional
Prochaska, James O., and Carlo C. DiClemente. "Toward a comprehensive model of change." Treating addictive behaviors. Springer, Boston, MA, 1986. 3-27.
TRATAMENTO
METAS SEQUENCIAIS
Estes passos são metas sequenciais, e a divisão pode ser usada para educar cuidadores e
pacientes a respeito da progressão do tratamento.
Setnick, Jessica. ADA pocket guide to eating disorders. American Dietetic Associati, 2011.
TRATAMENTO
ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO
Refeições principais
Pelo menos 3, algumas referências 4.
Refeições intermediárias/snacks
AN: mínimo de 3 por dia, aumentando quando necessário para atingir as calorias diárias
BN e TCAP: 0 a 3 por dia, evitando longos períodos de jejum e sensação de fome
(preferência do paciente).
Tamanho da refeição
AN: Refeições menores no começo, progredindo conforme tolerância.
BN: Refeições menores no começo, progredindo a medida que não há purgação.
TCAP: Conforme necessidades e peso.
TRATAMENTO
ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO
Conteúdo:
AN: Aumento de 100 a 200 kcal/dia (int) ou 100 a 200 kcal/semana (amb) até atingir as
necessidades calóricas. Adequar nutrientes e variedade depois.
BN: Não incluir alimentos gatilho a menos que haja supervisão.
Duração
AN: pode ser necessário definir tempo máximo da refeição (10-40 min).
BN e TCAP: pode ser necessário definir tempo mínimo da refeição ou estabelecer
pausa entre porções.
TRATAMENTO
GANHO DE PESO NA ANOREXIA
Metas de peso
A meta mais comum para as pacientes em ambulatório é de 0,5 kg (0,25 a 0,45) por
semana, e de 1 a 1,5kg (0,9 a 1,3) para pacientes em internação.
Cerca de 60 a 100 kcal/kg, contra 20 a 30 kcal em indivíduos saudáveis para
manutenção do peso. Estabelecer o mínimo de 20 kcal/dia e aumentar conforme
tolerância.
Trajetória do gasto calórico e ganho de peso
Primeiras semanas 30 kcal/kg + 500 kcal de superávit é suficiente pata atingir a meta
(cerca de 1500 kcal para 30kg).
Platô pelo aumento do metabolismo e diminuição esperada da adesão - aumento de 10
kcal/kg por semana.
Algumas pacientes chegam a precisar de 60 a 100 kcal/kg para restabelecer o peso
normal (próximo de 4000 a 5000 kcal)
TRATAMENTO
ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO
Indicação
Diagnóstico de TA não é suficiente para detectar deficiências. Estudo de grupos
alimentares menos consumidos. Exclusão comum de carne e lácteos normalmente
exige atenção para ferro, cálcio, b12, vitD, selênio, magnésio e w3. Atenção às
lipossolúveis na exclusão de gorduras.
Uso principalmente em transtornos restritivos, mas pode ocorrer em BN e TCAP pelo
consumo de alimentos pouco nutritivos. Útil principalmente no início do tratamento.
Necessidades elevadas na AN (auxílio à habituação das quantidades)
Multivitamínico pode fazer parte do protocolo da instituição
Pacientes depressivos podem não ter energia/motivação para compras, preparação e
consumo.
TRATAMENTO
SUPLEMENTAÇÃO
Facilitadores e obstáculos
Crença de ganho de peso ou aumento de apetite (micro e macronutrientes)
Discurso de "aproveitar as colorias" ou "maior tendência ao exagero". Necessidade de
conscientização de que suplementos são temporários.
Alguns pacientes ainda não estão dispostos a abandonar o transtorno, e preferem a
"anormalidade".
Transição
Alguns pacientes são resistentes à mudança e precisam de convencimento e
desmame, outros transicionam naturalmente pela busca da normalidade.
Mesmo com diminuição do consumo, não é obrigatório cessar o uso. Alguns pacientes
preferem a praticidade e conveniência.
TRATAMENTO
EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
Resistência e confrontamento
Não reconhecimento do problema (normalização pela mídia).
Trazidos por terceiros.
Conhecimento sobre nutrição.
Vegetarianismo, alergias, intolerâncias
Condições criadas para justificar a exclusão de grupos alimentares.
Síndrome de realimentação
Fósforo, magnésio, potássio e cálcio.
TRATAMENTO
PARTICULARIDADES DA BN E TCAP
AN
Parcial, quando não há baixo peso por período sustentado, mas ainda há medo
marcante de engordar ou distorção de imagem.
Total, quando nenhum dos critérios diagnósticos é preenchido por período sustentado.
BN
Parcial, quando alguns, mas não todos os critérios deixam de ser preenchidos por
período sustentado.
Total, quando nenhum dos critérios diagnósticos é preenchido por período sustentado.
TCAP
Parcial, quando episódios de compulsão acontecem menos do que uma vez na
semana, por período sustentado.
Total, quando nenhum dos critérios diagnósticos é preenchido por período sustentado.
TRATAMENTO
PAPEL DA FMAÍLIA