Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Grupo I
Texto A
O colesterol é um componente essencial das células dos mamíferos. A sua síntese ocorre numa
série complexa de etapas enzimáticas no retículo endoplasmático, podendo ser eventualmente
transportado através de vesículas do complexo de Golgi para a membrana plasmática, onde a sua
concentração é muito elevada, relativamente aos outros compartimentos celulares. O plasma
sanguíneo também constitui um grande reservatório de colesterol na forma de lipoproteínas, que
entram nas células por endocitose, libertando o colesterol no meio intracelular. Deste modo, o
colesterol circula no interior das células e entre este meio e o meio extracelular. Este transporte
envolve a fusão entre diferentes membranas celulares. O colesterol tem efeitos físicos relevantes
nas membranas, de que se salientam a alteração da fluidez, da espessura, da compressibilidade e
da permeabilidade à água. O colesterol faz ainda com que as proteínas integradas da membrana
alterem a sua conformação, ou a sua redistribuição, influenciando também a fusão de membranas
durante a exocitose de vesículas secretoras. As membranas de alguns vírus são também
enriquecidas em colesterol, que favorece a sua entrada nas células. Este processo é mediado
pelas proteínas SNARE, que promovem a fusão de vesículas com membranas de células-alvo, em
locais de elevada concentração de colesterol (fig.1).
Figura 1. Modelo de fusão de membranas mediada pelas proteínas SNARE e pelas glicoproteínas de invólucro viral.
Baseado em Yang, S. T., Kreutzberger, A. J., Lee, J., Kiessling, V., & Tamm, L. K. (2016). The role of cholesterol in
membrane fusion. Chemistry and Physics of Lipids, 199, 136-143. DOI: 10.1016/j.chemphyslip.2016.05.003
Página 1 de 8
3. As proteínas SNARE encontram-se em locais das membranas onde
(A) o colesterol nunca está presente.
(B) os fosfolípidos não possuem comportamento anfipático.
(C) os fosfolípidos estão ausentes.
(D) os fosfolípidos possuem moléculas de colesterol associadas.
4. Após a fusão do invólucro do vírus com a membrana da célula hospedeira, é de esperar que,
passado algum tempo,
(A) as proteínas e os fosfolípidos virais se mantenham numa estrutura individualizada.
(B) apenas as proteínas do invólucro se desloquem e afastem do local de fusão das
membranas.
(C) só os fosfolípidos se desloquem por movimentos laterais na membrana.
(D) os constituintes do invólucro viral acabem por se diluir por toda a membrana plasmática.
5. Analise as afirmações que se seguem, relativas à invasão celular por um vírus com um
invólucro lipídico. Reconstitua a sequência temporal dos acontecimentos que conduzem à
fusão do vírus com a célula hospedeira, colocando por ordem as letras que os identificam.
A. Fusão do folheto externo da bicamada do invólucro com o da membrana da célula
hospedeira.
B. Reconhecimento das proteínas SNARE das duas membranas.
C. Aumento local da fluidez das duas membranas provocado pela acumulação de colesterol.
D. Estabelecimento de ligações químicas entre aminoácidos e os fosfolípidos da membrana
hospedeira.
E. Fusão do folheto interno do invólucro viral com o folheto interno da membrana da célula
hospedeira.
Texto B
O cádmio (Cd) é um metal tóxico poluente, presente em solos, sendo absorvido pelas raízes de
certas plantas que o acumulam nos tecidos em quantidades muito elevadas. Este metal é, muito
provavelmente, absorvido pela membrana plasmática das células radiculares por transportadores
para elementos essenciais que apresentam uma baixa seletividade em relação ao seu substrato,
como sejam, os canais iónicos para Ca2+.
Para investigar o efeito do cloreto de cádmio na absorção de N, P e K, bem como o efeito da
bactéria N3, resistente ao cádmio, na redução da absorção desses nutrientes, em plantas de
meloa da espécie (Cucumis melo), enxertadas e não enxertadas, foi realizado o seguinte estudo.
As sementes de meloa foram colocadas em 23 g de substrato em recipientes de plástico com 6
cm de diâmetro, numa faixa de temperaturas entre 24 e 28 °C e uma humidade relativa entre 85%
e 90%. A enxertia foi realizada após o desenvolvimento da primeira folha. Após 7 dias de
crescimento normal dos enxertos, vários grupos foram submetidos a um tratamento com duas
soluções de cádmio (Cd 50, com concentração de 50 µM, e Cd 100, com concentração de 100
µM) adicionadas aos recipientes onde cresciam as plantas. Em dois grupos de plantas de cada
um dos tratamentos, foi inoculada no solo uma solução contendo bactérias N3. Foram utilizadas
mais de 10 plantas enxertadas em cada grupo com repetição dos ensaios. Os resultados obtidos
estão registados na tabela I.
Página 2 de 8
Tabela I. Quantidade total de N, P e K absorvidos em plantas enxertadas (E) e não enxertadas (NE) (mg/g).
Baseado em Zhang, J., Wang, P., & Xiao, Q. (2020). Cadmium (Cd) chloride affects the nutrient uptake and Cd-resistant bacterium
reduces the adsorption of Cd in muskmelon plants. Open Chemistry, 18(1), 711-719. https://doi.org/10.1515/chem-2020-0500
7. Das afirmações seguintes referentes aos resultados do estudo descrito no texto, selecione as
duas opções verdadeiras.
I. A concentração de cádmio no solo não afeta a absorção de potássio pelas plantas não
enxertadas.
II. O tratamento das plantas submetidas ao cádmio, com as bactérias N3, conduz à
redução da captação de nitrogénio nas plantas enxertadas.
III. O valor máximo de captação de fósforo ocorreu no grupo de plantas enxertadas, tratado
com uma concentração de 50 µM de cádmio.
IV. Em todos os grupos de plantas do tratamento com 100 µM, os valores de absorção dos
diferentes nutrientes foram inferiores aos do grupo controlo.
V. As bactérias N3 não interferiram com a ação do cádmio nos processos de captação de
N, P e K pelas raízes.
Coluna I Coluna II
10. As plantas do grupo___________ sofreram um tratamento com uma solução onde estão
ausentes ___________.
(A) de controlo … Cd e bactérias N3 (C) experimental … Cd e bactérias N3
(B) de controlo … N, P e K (D) experimental … N, P, K
11. Preveja a variação da produtividade das plantas C. melo, enxertadas e não enxertadas,
tratadas com bactérias N3, nas diferentes concentrações de cádmio.
Página 3 de 8
Texto C
Apesar da diversidade de soluções para os problemas de assimilação dos nutrientes, nenhum
mamífero evoluiu para digerir todos os alimentos possíveis. Um humano não sobrevive com a
dieta de uma ovelha, de um coala ou de um gato. Por outro lado, um coala, provavelmente, não
sobreviveria com a dieta das outras espécies. Essas diferenças estão refletidas em variações
substanciais na anatomia do trato digestivo das diferentes espécies, como as que se observam
em vários primatas assinaladas no gráfico da figura 2.
O coala, um mamífero arbóreo que se alimenta exclusivamente de folhas de eucalipto, possui uma
série de adaptações anatómicas, fisiológicas e microbianas do seu tubo digestivo. Este animal
possui um intestino grosso extenso e um intestino delgado reduzido. O ceco do coala, ou seja, o
divertículo inicial do intestino grosso, é o maior de todos os mamíferos relativamente ao tamanho
corporal e possui um tempo médio de retenção gastrointestinal dos alimentos que é o mais longo
entre os mamíferos. As folhas de eucalipto contêm altos níveis de taninos que seriam tóxicos para
outros mamíferos. No entanto, o intestino grosso do coala é colonizado por bactérias que digerem
os taninos, incluindo Lonepinella koalarum, uma espécie descoberta no coala e que talvez seja
exclusiva dessa espécie. Observa-se que as mães-coalas alimentam os seus filhotes com uma
pasta fecal que constitui, presumivelmente, um mecanismo para garantir a colonização intestinal
com as bactérias apropriadas.
Figura 2. Volume relativo de cada região do tubo digestivo em relação ao seu volume total, em seis espécies de
primatas.
Baseado em Furness, J. B., Cottrell, J. J., & Bravo, D. M. (2015). Comparative gut physiology symposium:
comparative physiology of digestion. Journal of animal science, 93(2), 485-491. DOI:10.2527/jas2014-8481
Página 4 de 8
13. No coala, a toxicidade dos taninos é anulada através da ação de bactérias do trato digestivo,
que realizam digestão _______, num processo de obtenção de matéria por ________ .
(A) intracelular … absorção (C) extracorporal … absorção
(B) extracorporal … ingestão (D) intracelular … ingestão
15. a) b) c)
1. faringe 1. extracorporal 1. endocitose
2. cavidade gastrovascular 2. intracelular 2. exocitose
3. estômago 3. extracelular 3. fagocitose
d) e)
1. na moela 1. a manutenção
2. no papo 2. a diminuição
3. no esófago 3. o aumento
16. Tendo em conta o regime alimentar predominantemente herbívoro dos gorilas e o regime
omnívoro dos humanos, formule uma hipótese explicativa das diferenças de volume relativo
das diferentes porções do tubo digestivo nestes animais.
Grupo II
Página 5 de 8
Tubos Tratamentos Resultados
1 4 mL de água à temperatura ambiente + cubo de beterraba Água ligeiramente rosada
2 4 mL de água quente + cubo de beterraba Água vermelho-intenso
3 4 mL de querosene + cubo de beterraba Querosene incolor
4 4 mL de álcool 70% + cubo de beterraba Álcool vermelho-intenso
5 4 mL de água + cubo de beterraba congelada Água vermelho-intenso
Baseado em Gonçalves, T. M. (2021). Permeabilidade da membrana plasmática celular da beterraba: uma
proposta de aula prática no ensino médio. Research, Society and Development, 10(3), e30010313479-
30010313479. DOI: 10.33448/rsd-v10i3.13479
2. O álcool, tal como os fosfolípidos, tem um carácter ____, o que provoca a _____da
membrana.
(A) hidrófobo … digestão
(B) hidrófobo … dissolução
(C) anfipático … dissolução
(D) anfipático … digestão
Grupo III
Agropyron smithii é uma erva gramínea perene que constitui um importante produtor de biomassa
dos ecossistemas de pradaria. As plantas desta espécie iniciam o crescimento durante os
primeiros meses da primavera, quando as temperaturas sazonais são relativamente baixas. A
floração ocorre em junho, fazendo, assim, com que esta espécie complete a maior parte de seu
ciclo de vida antes do início das altas temperaturas do ar que caracterizam a restante parte da
estação de crescimento. Nesta planta, a inibição da fotossíntese pela temperatura é totalmente
reversível até um limite elevado, a partir do qual este efeito se torna irreversível. Entre os fatores
que regulam a reversão da inibição provocada pela temperatura, estão as concentrações de O 2 e
CO2. Estudos recentes sugerem que as concentrações de RuDP podem regular a atividade da
enzima RuDPcarboxilase (RuBisCO), numa etapa potencialmente limitante da taxa fotossintética
em função da temperatura. Os gráficos da figura 3 mostram os resultados da ação de alguns
fatores na inibição reversível da fotossíntese em A. smithii.
Página 6 de 8
A B
Baseado em Monson, R. K., Stidham, M. A., Williams III, G. J., Edwards, G. E., & Uribe, E. G. (1982). Temperature
dependence of photosynthesis in Agropyron smithii Rydb. I. Factors affecting net CO 2 uptake in intact leaves and
contribution from ribulose-1, 5-bisphosphate carboxylase measured in vivo and in vitro. Plant physiology, 69(4),
921-928. https://doi.org/10.1104/pp.69.4.921
2. A partir dos dados dos gráficos A e B é possível concluir que, para uma mesma concentração
de CO2, à temperatura de 35 oC, se verifica na planta
(A) uma diminuição da atividade da RuDP carboxilase.
(B) uma acumulação de moléculas de RuDP no estroma dos cloroplastos.
(C) uma redução da acumulação de moléculas de RuDP no estroma dos cloroplastos.
(D) o fim da regeneração de moléculas de RuDP.
Página 7 de 8
(C) fotoquímica … oxidação (D) fotoquímica … redução
4. Ordene as afirmações seguintes respeitantes à fotossíntese, de modo a reconstituir os
acontecimentos que culminam na síntese de compostos orgânicos.
A. Redução da molécula de NADP+.
B. Oxidação da clorofila por ação dos fotões de luz.
C. Movimento de eletrões numa cadeia de transportadores presentes nas membranas dos
tilacoides.
D. Consumo de moléculas de ATP e regeneração de moléculas de ADP.
E. Moléculas de uma pentose ligam-se a um gás atmosférico.
GRUP ITEM
O COTAÇÃO (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
I.
12. 13. 14. 15. 16.
8 8 8 8 8 128
1. 2. 3. 4.
II.
8 8 8 8 32
1. 2. 3. 4. 5.
III.
8 8 8 8 8 40
Total 200
Página 8 de 8