Os Transtornos de Comportamento Alimentar (TCA) são denominados como
distúrbios psiquiátricos de etiologia multifatorial, sendo os mais conhecidos a Bulimia e Anorexia Nervosa, caracterizados por consumo, padrões e atitudes alimentares extremamente distorcidas e de preocupação exagerada com o peso e a forma corporal. Os portadores dos TCA são caracterizados por demonstrarem uma alteração em relação ao comportamento alimentar e distorção da imagem corporal, essas alterações podem ter início na infância e adolescência, acarretando graves problemas de saúde. Tanto a bulimia quanto a anorexia nervosa são transtornos diretamente associados, pois apresentam a mesma base psicopatológica, sendo que em ambas a preocupação com o peso e a imagem corporal é excessiva, fazendo com que o indivíduo utilize várias formas para evitar o ganho de peso, pelo temor de engordar. Patologias associadas à alimentação
Em literatura, estudos sintetizados evidenciaram que os pacientes portadores
de patologias associadas à TCA, apresentam sentimentos negativos em relação aos episódios de compulsão alimentar. Os mais citados são: solidão, medo, culpa, raiva e tristeza. Bulimia nervosa: é considerada como um transtorno alimentar específico desde 1980 segundo a DSM-III (Diagnostic and Statistical Manual - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e que possui características fundamentais, sendo: por grande ingestão de alimentos de uma maneira muito rápida e com a sensação de perda de controle - os chamados episódios bulímicos. Estes são acompanhados de métodos compensatórios inadequados para o controle de peso, como: vômitos autoinduzidos (em mais de 90% dos casos), uso de medicamentos (diuréticos, laxantes e inibidores de apetite), dietas e exercícios físicos, abuso de cafeína ou uso de cocaína. Patologias associadas à alimentação
O tratamento da bulimia nervosa exige o acompanhamento de equipe
multidisciplinar composta por médicos, psicólogos, nutricionistas. Medicamentos antidepressivos podem ser úteis, especialmente se ocorrerem distúrbios como depressão e ansiedade. Patologias associadas à alimentação Anorexia: é um transtorno alimentar que afeta pessoas de ambos os sexos, e é mais comum entre os jovens. A pessoa anoréxica é obcecada pela magreza e isso pode provocar sérios problemas de saúde. A anorexia tem origem psicológica. Ou seja, quando a pessoa se olha no espelho ela se vê acima do peso, independentemente do quão magro esteja. A anorexia ainda não tem uma causa definida, mas normalmente surge durante a adolescência, quando as cobranças com o novo formato do corpo aumentam, e surgem a depressão e a ansiedade. Patologias associadas à alimentação
O tratamento para anorexia nervosa geralmente inclui terapia para melhorar o
comportamento em relação à alimentação e à aceitação do corpo, podendo haver necessidade de tomar medicamentos contra a ansiedade e depressão, e a ingestão de suplementos alimentares para suprir a carência de nutrientes do corpo. Patologias associadas à alimentação
Obesidade: é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no
indivíduo, sendo fator de risco para uma série de doenças. O obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras. Seu desenvolvimento pode estar relacionado à: hereditariedade, síndrome metabólica (resistência insulínica), hipertensão arterial, sedentarismo. Patologias associadas à alimentação
Para identificar a obesidade, utiliza-se o IMC (índice de massa corpórea), que é
um cálculo que analisa o peso que a pessoa apresenta em relação à sua altura, sendo dividido em diferentes graus: Peso normal: IMC entre 18.0 a 24,9 kg/m2 Sobrepeso: IMC entre 25.0 a 29,9 kg/m2 Obesidade grau 1: IMC entre 30.0 - 34.9 kg/m2; Obesidade grau 2: IMC entre 35.0 - 39.9 kg/m2; Obesidade grau 3 ou obesidade mórbida: IMC igual ou superior 40 kg/m2. Além de ser classificada de acordo com o peso, a obesidade também varia de acordo com a localização e distribuição da gordura pelo corpo: Obesidade abdominal; Obesidade periférica; Obesidade homogênea; Patologias associadas à alimentação
A obesidade abdominal apresenta um acúmulo predominante de células
gordurosas na região abdominal levando a um aumento de risco de doença cardiovascular e morte prematura; as alterações metabólicas associadas com obesidade abdominal incluem as dislipidemias, resistência à insulina, diabetes de tipo 2 (diabetes do adulto), síndrome metabólica, inflamações e trombose. Patologias associadas à alimentação A obesidade periférica caracteriza-se por apresentar a gordura localizada mais nas coxas, quadris e nádegas, e é conhecido como obesidade em pêra, e a silhueta do corpo da pessoa também fica semelhante a essa fruta. Também pode ser chamada de obesidade ginóide e costuma ser mais comum em mulheres. Patologias associadas à alimentação A obesidade homogênea caracteriza-se por não haver predominância da gordura em uma área localizada, pois o excesso de peso está distribuído pelo corpo. Isto pode ser perigoso, pois a pessoa pode se descuidar por não haver um grande impacto na aparência física, como nos outros tipos. Patologias associadas à alimentação
A obesidade mórbida é o termo da medicina que indica pessoas com grande
excesso de peso. Além disso, apresentam risco elevado de complicações, caso não sejam tratadas adequadamente. Doenças cardíacas ou de circulação como, por exemplo, infarto, derrame e hipertensão arterial; Diabetes; Alterações na coluna e nas articulações; Problemas no aparelho digestivo, como pedra na vesícula ou refluxo; Alterações hormonais e sexuais; Dificuldade em respirar e dormir; Depressão e outros problemas psicológicos; Conforme a idade, pessoas com obesidade têm chances de 6 a 12 vezes maiores de morte do que um indivíduo saudável. A obesidade mórbida pode ser tratada de forma clínica com dieta rigorosa e um plano frequente de exercícios, que podem ser associados a medicamentos que diminuem o apetite ou cirúrgica. Obesidade Mórbida Patologias associadas à alimentação
A obesidade infantil é uma doença que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de
gordura corporal na criança. Sua principal causa consiste na alimentação inadequada, juntamente com baixo gasto de energia, principalmente por falta de atividade física. Pode também ser decorrente de fatores genéticos e hormonais. Crianças com obesidade têm a saúde comprometida e correm sério risco de desenvolver doenças nas articulações e ossos, diabetes, problemas cardíacos e até câncer na vida adulta. Para prevenir são 3 passos: alimentação saudável, coma mais arroz com feijão, frutas e verduras e evite os alimentos ultraprocessados como achocolatados, refrigerantes e biscoitos recheados; atividade física como correr, pular corda e andar de bicicleta; menos tempo de uso de celular, TV e videogames e mais tempo brincando com amarelinha e pega pega. Obesidade Infantil Patologias associadas à alimentação Caquexia: é caracterizada pela perda de peso e de massa muscular acentuada, fraqueza e deficiências nutricionais que normalmente não conseguem ser corrigidas mesmo com dieta balanceada e recomendada por um nutricionista. Essa situação é normalmente consequência de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e câncer, por exemplo. Na caquexia a perda de massa muscular acontece devido ao aumento do metabolismo e perda do apetite, levando à utilização pelo organismo de proteína e gordura. Sintomas: perda de peso; atraso no desenvolvimento, no caso de crianças; deficiências nutricionais; perda de massa muscular, conhecida como sarcopenia; Má absorção intestinal; náuseas; perda da habilidade motora; fraqueza; diminuição da atividade do sistema imunológico; cansaço excessivo; perda de apetite. Caquexia