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MONITORIA PSICOFARMACOLOGIA

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – ESTABILIZADORES DO HUMOR

1. Quais são as hipóteses existentes para tentar explicar o mecanismo de ação do lítio?
Efeitos sobre neurotransmissores NA, ACh, 5-HT: complexos e demais variáveis;
Efeitos sobre o sistema endócrino;
Efeito sobre as vias de transdução de sinal;
Segundos mensageiros;
Efeitos sobre a plasticidade neuronal.

2. Sabemos que o Lítio interfere no metabolismo do inositol trifosfato, responsável


pela liberação do cálcio de seus depósitos intracelulares, possivelmente através da
inibição de enzimas na rota de formação do Inositol. Entretanto, há também outras
hipóteses que justificam seu uso como estabilizador do humor e uma dessas
hipóteses seria de que o lítio inibe a adenilatociclase e inositol-1-fosfatase,
ocasionando redução da neurotransmissão noradrenérgica. Comente como ocorrem
esses processos de inibição:
A inibição da adenilatociclase leva a uma diminuição da adenosina monofosfato cíclica
(AMPc), através de mecanismos variados, incluindo a inibição da ligação da
calmodulina à unidade catalítica da enzima e também do acoplamento do receptor à
proteína G.
A inibição da inositol-1-fosfatase leva a uma depleção relativa de inositol e,
consequentemente, a alterações no receptor acoplado ao fosfatidilinositol. Porém, os
efeitos da administração crônica são provavelmente mediados por mudanças distais
ao receptor (por exemplo, em nível de proteína G) ou modificações nas isoenzimas da
proteína quinase-C, que acarretariam em fosforilações de proteínas nucleares.

3. Por que a função tireoidiana deve ser monitorada com o uso do lítio?
O lítio exerce efeito inibitório na secreção dos hormônios tireoidianos, pois impede a
formação de gotículas de coloide, gerando estimulação da glândula pelo TSH e
formação de bócio. Isso acaba levando a um hipotireoidismo induzido pelo lítio.

4. Quais as manifestações clínicas que podem ocorrer devido a intoxicação pelo lítio?
A intoxicação por lítio acontece na maioria das vezes como complicação do seu uso
terapêutico e não por ingesta aguda de doses tóxicas. A intoxicação ocorre, em geral
quando a litemia encontra-se acima de 1,5 mEq/L.
Nesse sentido, é visto que os quadros de intoxicação aguda, além de serem
infrequentes, tendem a ter melhor prognóstico, pois a droga penetra no SNC
lentamente.
Já num contexto de intoxicação crônica, as complicações de toxicidade estão
relacionadas à gravidade do quadro.
Dessa forma, o quadro clínico pode ser dividido em leve a moderado e grave. Nas
intoxicações agudas leve a moderadas, ocorrem principalmente manifestações
gastrointestinais (dor, náuseas, diarreia e vômitos) e neurológicas brandas, como
letargia e tontura.
Nos quadros crônicos de intoxicação leve a moderados, predominam as manifestações
neurológicas. Nesses casos, além dos sintomas gastrointestinais ocorrem nistagmo,
agitação, tremores, hiperreflexia, ataxia, rigidez e confusão mental.
Então, é visto que as manifestações graves ocorrem principalmente em pacientes que
fazem uso crônico de lítio, sendo incomuns nas intoxicações agudas.
Estão associadas a esse contexto alterações na dosagem da medicação, aumento da
absorção e piora da função renal. O quadro clínico é marcado por desidratação,
distúrbios hidroeletrolíticos, transtornos da tireoide, fotofobia, convulsões, coma,
rigidez, mioclonias e até mesmo síndrome serotoninérgica.
As alterações cardiovasculares são mais raras e manifestam-se através de hipotensão,
bradicardia e alterações eletrocardiográficas).
Além disso, podem ocorrer hipoventilação e insuficiência respiratória aguda.
Assim, cabe destacar que os níveis de lítio geralmente não se correlacionam com o
grau de intoxicação e manifestações clínicas, principalmente nos casos agudos.
Nos casos crônicos, pode haver hipotireoidismo, diabetes insípidus nefrogênico,
hiperparatireoidismo e outros sinais e sintomas mesmo com litemia na faixa normal.

5. Como pode ser otimizado o tratamento com o lítio?


A associação do lítio com fármacos anticonvulsivantes tem mostrado resultados
positivos na otimização dos transtornos do humor.

6. Como age o Valproato?


A ação psicofarmacológica do valproato é devido à sua capacidade de potencializar a
função do GABA. Uma das hipóteses para explicar sua eficácia seria a possível relação
entre alterações centrais ou periféricas do GABA e a fisiopatologia dos transtornos de
humor. Essas alterações teriam como via final uma diminuição do turnover do GABA.

7. Quais são os antipsicóticos atípicos que podem ser utilizados nos transtornos do
humor?
Olanzapina;
Risperidona;
Quetiapina;
Haloperidol.

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