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Definição
O estudo da SM tem sido dificultado pela ausência de consenso na sua definição e nos pontos de
corte dos seus componentes, com repercussões na prática clínica e nas políticas de saúde.
Epidemiologia
No Brasil, a prevalência da SM ainda é desconhecida, pois não existem estudos publicados com
dados representativos da população, apenas estudos em amostras com características específicas. A falta
de consenso sobre definição da doença e pontes de cortes para os critérios é um fator que agrava a falta
de estudos.
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Etiologia e fisiopatologia
Alguns autores defendem a hipótese de que a resistência à insulina (RI), juntamente com outras
disfunções metabólicas, se inicie no adipócito. Durante a alimentação, o adipócito estoca triglicérides
(TG) e, no jejum, hidrolisa os a ácidos graxos livres (AGL) e glicerol, para que sejam captados e oxidados
pelos tecidos periféricos. Existe um equilíbrio dinâmico entre a liberação dos TG na circulação e a
utilização pelos tecidos periféricos.
Os adipócitos grandes e hipertrofiados, presentes no tecido visceral e omental, parecem ser uma
fonte específica de aumento dos AGL, pois secretam grandes quantidades de fator de necrose tumoral
alfa (TNF-alfa) e estimulam a atividade de enzimas que rompem as gotículas de gordura intracelulares
(caspases), acentuando a lipólise. Desse modo, a RI parece ser um fenômeno secundário à gordura
visceral, uma vez que o aumento dos AGL na circulação diminui a sinalização insulínica, ao ativar
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serina-quinases, levando à fosforilação em serina dos substratos do receptor de insulina (IRS) 1 e 2. Isso
reduz a expressão gênica do GLUT 4 no músculo esquelético e o transporte de glicose no músculo, assim
como a síntese hepática e muscular de glicogênio.
A oferta maior de lipídios aos tecidos periféricos também acarreta complicações crônicas, como
a esteatose tecidual (em fígado, músculos e pâncreas), em virtude do acúmulo de ácidos graxos de cadeia
longa, acetil-coenzima A e ceramidas nos tecidos, fenômeno conhecido como lipotoxicidade. Nos
indivíduos geneticamente predispostos, a esteatose das ilhotas pancreáticas acarreta a apoptose das
células beta, compromete a secreção de insulina, levando ao DM2 ao longo dos anos.
Recentemente, uma nova hipótese surgiu, ligando a microbiota intestinal a obesidade, DM2 e RI.
A dieta rica em gorduras saturadas muda a composição da flora intestinal, favorecendo a proliferação
de bactérias que apresentam mais lipopolissacárides na sua membrana. Essas substâncias podem
desencadear um processo inflamatório, estimulando os receptores do sistema imune inato toll like receptors
(TLR), presentes na mucosa intestinal. Em camundongos, foi demonstrado que induzem a expressão de
citocinas inflamatórias (TNF-alfa e IL-6) e a RI, além de alterar o metabolismo dos AGL, causando
lipotoxicidade e esteatose tecidual (fígado, pâncreas e músculo esquelético).
Quanto à dislipidemia, diante do excesso de triglicerídeos (TG) circulante, seja pelo aumento da
ingesta calórica ou pela resistência insulínica, há um estímulo à síntese hepática de lipoproteínas ricas
em TG, como as LDL pequenas, densas, e as HDL ricas em TG, que são disfuncionais, sendo excretadas
pelos rins. Esses eventos causam hipertrigliceridemia, aumento de LDL e redução das concentrações do
HDL, caracterizando a dislipidemia aterogênica.
Quadro clínico
O quadro clínico da síndrome metabólica é constituído de sinais e sintomas que são consequência
das doenças associadas ao quadro. Podemos observar acrocórdons (tumorações em região de pescoço),
acantose nigricans, polidipsia, poliúria, dores articulares, alterações menstruais, diminuição da libido,
síndrome da apneia do sono, cefaleia, mal estar, cansaço, tonturas, zumbidos.
Diagnóstico
Embora não haja uma boa definição para a SM, existem diversos fatores de risco que estão
fortemente associados a uma elevada morbimortalidade cardiovascular. Existem diferentes formas de se
avaliar a presença ou não de SM, dentre eles citamos os critérios da NCEP-ATP III, do IDF e da OMS.
• A OMS, faz-se necessária a resistência à insulina associada a mais dois outros fatores.
• O NCEP- ATPIII preconiza a presença de três dos componentes, sem priorizar nenhum deles em
especial
• O IDF, torna-se obrigatória a medida da circunferência abdominal alterada, além de mais dois
outros fatores.
Na história clínica do paciente, deve-se procurar por fatores de risco como: idade, tabagismo,
prática de atividade física, história pregressa de hipertensão, diabetes, diabetes gestacional, doença
arterial coronariana, acidente vascular encefálico, síndrome de ovários policísticos (SOP), doença
hepática gordurosa não-alcoólica, hiperuricemia, história familiar de hipertensão, diabetes e doença
cardiovascular, uso de medicamentos hiperglicemiantes são alarmantes e indicam melhor exploração
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para a síndrome dentro dos exames laboratoriais e do exame físico, principalmente o exame
cardiovascular e a pesquisa de alcantose nigrans.
• Aferir a pressão arterial – no mínimo duas medidas por consulta, com o paciente sentado, após 5
minutos de repouso.
• Medida da circunferência abdominal
• Peso e estatura
• Exame da pele
• Exame cardiovascular
Dentre os exames laboratoriais que são importantes para o diagnóstico de SM, podemos citar:
• Perfil glicêmico: glicemia de jejum, teste oral de tolerância a glicose, hemoglobina glicada
• Perfil lipídico: HDL e triglicérides
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Tratamento
Tratamento Medicamentoso da Hipertensão Arterial
Meta de redução da pressão arterial Redução da pressão arterial para cifras inferiores a
130mmHg/ 85mmHg pode ser útil em pacientes com elevado risco cardiovascular. Nos pacientes
diabéticos, recomenda-se reduções da pressão
arterial para níveis inferiores a 130/80mmHg e para
os pacientes com proteinúria maior que 1g/24h,
cifras inferiores a 120/75mmHg deverão ser a meta.
• betabloqueadores e diuréticos;
• IECA e diuréticos;
• BRA e diuréticos;
• antagonistas dos canais de cálcio e betabloqueadores;
• antagonistas dos canais de cálcio e IECA.
Para os casos de hipertensão resistente à dupla terapia, podem-se associar três ou mais
medicamentos. Nessa situação, o uso de diuréticos é fundamental. O esquema terapêutico abaixo deve
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estar centrado na meta da redução da pressão arterial em curto prazo de tempo (de três a seis meses),
utilizando-se a monoterapia ou a associação de fármacos.
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O diagnóstico de Diabetes Mellitus (DM) deve ser confirmado pela repetição do teste depois de
um primeiro com valores alterados, a não ser que haja hiperglicemia inequívoca com descompensação
metabólica aguda ou sintomas óbvios de DM. Estudos epidemiológicos sustentam a hipótese de uma
relação direta e independente entre os níveis sanguíneos de glicose e a doença cardiovascular. Sendo
assim, o tratamento deve objetivar a normoglicemia e a sua manutenção em longo prazo.
Antidiabéticos orais Antidiabéticos orais são substâncias que têm a finalidade de baixar e manter
a glicemia normal (Jejum < 110 mg/dL e pós sobrecarga < 140mg/dL). Sob esse conceito amplo, de
acordo com o mecanismo de ação principal, os antidiabéticos orais podem ser separados em
medicamento que:
No entanto, com finalidade prática, os antidiabéticos orais podem ser classificados em duas
categorias:
Com glicemia inferior a 150mg/dL, estão indicados os medicamentos que não promovam
aumento na secreção de insulina, principalmente se o paciente for obeso. Quando a glicemia de jejum
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for superior a 150mg/ dL, mas inferior a 270mg/dL, a indicação da monoterapia antidiabética oral
dependerá do predomínio entre insulino-resistência ou insulino-deficiência.
Para aqueles pacientes com glicose de jejum normal ou próximo do normal, mas com
hemoglobina glicada acima do normal, está indicado o uso de drogas que atuem mais na glicemia pós-
prandial (acarbose ou glinidas).
Com os anos de doença, ocorre redução na capacidade secretória de insulina pela célula beta e a
monoterapia pode falhar na manutenção do bom controle metabólico. Assim, há necessidade de
combinar medicamentos orais com mecanismos de ação diferentes e, algumas vezes, há que acrescentar
uma terceira droga oral.
Por outro lado, o paciente pode comparecer na primeira consulta, no princípio do diabetes,
quando predomina a insulino-resistência ou então com muitos anos de evolução da enfermidade quando
a principal característica é a insulinopenia. A melhor terapia vai depender muito da capacidade secretória
do seu pâncreas.
Estudos prospectivos mostram que o risco de DCV pode aumentar substancialmente dependendo
do sexo, da idade e da presença de outros fatores de risco tais como diabetes tipo 2, doença aterosclerótica
prévia, níveis elevados de LDL-colesterol, tabagismo e história familiar de doença coronariana precoce.
A abordagem dos indivíduos portadores de SM tem como objetivo a prevenção dos eventos
cardiovasculares, representados principalmente pela doença arterial coronariana e pelo acidente vascular
encefálico. Em relação à dislipidemia, as metas lipídicas a serem alcançadas com o tratamento deverão
levar em consideração o risco individual de cada paciente e o custo-benefício do tratamento.
Estatinas
Fibratos
Essa classe de medicamentos é derivada do ácido fíbrico que age como agonista do PPAR-alfa,
modulando genes que aumentam a expressão da lipase lipoproteica, apolipoproteína AI e AII e
reduzindo a apolipoproteína CIII. Como resultado, ocorre uma redução da trigliceridemia e elevação do
HDL-colesterol, podendo também reduzir os níveis de LDL, principalmente a fração pequena e densa.
É uma vitamina solúvel com ação não totalmente conhecida. Reduz os níveis de triglicérides e de
LDL-colesterol, sendo uma das drogas hipolipemiantes que mais aumenta o HDL-colesterol.
Possui três apresentações: liberação imediata, intermediária ou prolongada e lenta.
Efeitos colaterais: calor e rubor facial (liberação rápida) - podem ser reduzidos com o uso de
aspirina uma hora antes da ingestão, ou pelo uso da forma de liberação intermediária, ou ainda
administração noturna.
Outros efeitos menos frequentes se for utilizada a apresentação de liberação intermediária na dose
de até 2g/ dia: hiperglicemia, hiperuricemia/gota e hepatotoxicidade.
Ezetimiba
É um inibidor seletivo da absorção de colesterol que age na borda em escova do intestino delgado,
reduzindo o LDL-colesterol, os triglicérides e causando aumento discreto no HDL-colesterol.
Sua principal indicação é para pacientes intolerantes ao uso de estatinas, ou em associação a estas.
Reduzem os triglicérides por diminuição da produção das VLDL no fígado. Podem assim, ser
utilizados como terapia coadjuvante nas hipertrigliceridemias, com posologia variando de 4g a 8g/dia.
• Uma vez iniciado o tratamento farmacológico com estatinas esse deverá ser mantido, com
raras exceções, de forma permanente. Os benefícios do uso das estatinas serão tanto maiores
quanto mais prolongado for o tratamento.
• Dosagens de CK devem ser realizadas em um, três e seis meses após o uso das estatinas e
fibratos. Caso os pacientes estejam estáveis, podem ser repetidas a cada seis meses.
• Dosagens de CK devem ser realizadas antes da utilização da associação das estatinas com os
fibratos e em um e três meses após.
• Se houver elevação acima de dez vezes o limite superior da normalidade ou em presença de
mialgia, mesmo com CK normal, deve-se suspender a medicação ou a associação.
• Caso haja elevação das aminotransferases acima de três vezes o limite superior do normal, a
medicação também dever ser suspensa.
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ASSOCIAÇÃO
Devemos estar atentos que o risco de miopatia está aumentado nas seguintes situações: altas doses
de estatinas, disfunção renal, disfunção tireoideana, medicações concomitantes, sexo feminino, idade
acima de 70 anos, diabetes, consumo de álcool excessivo, cirurgia, traumatismo e exercícios vigorosos.
Quando optamos pela terapia combinada, adicionando um fibrato a uma estatina, otimizamos o
objetivo terapêutico: melhor TG e HDL, maior LDL, tamanho partícula LDL, fibrinogênio e
inflamação. Por outro lado e contrariamente: aumenta custo e complexidade, eleva o risco de miopatia,
eleva o risco de hepatite, potencializa interações com outras drogas e existe uma escassez de dados e
estudos em relação à análise crítica da terapia combinada.
Assim, como minimizar o risco de toxicidade muscular da associação estatina + fibrato?
• Usar estatina como primeira escolha nas dislipidemias mistas com TG < 500 mg/dL.
• Na combinação com fibrato iniciar a estatina na dose inicial e só titular doses mais elevadas
com cuidadosa monitoração de enzimas.
• Descombinar a terapia caso enzima hepática > 3xLSN ou CPK > 10xLSN.
O tratamento cirúrgico da obesidade tem como objetivo diminuir a entrada de alimentos no tubo
digestivo (cirurgia restritiva), diminuir a sua absorção (cirurgia disabsortiva) ou ambos (cirurgia mista).
Os critérios para a realização das cirurgias bariátricas foram definidos em março de 1991, pelo US
National Institute of Health Consensus Development Conference Panel188 (B, 2A) e esses são:
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• A cirurgia deve ser considerada para o paciente obeso mórbido (IMC >40kg/m2), ou
obeso com IMC >35 kg/m² desde que apresente comorbidades clínicas importantes,
e somente após ter sido submetido a tratamento clínico adequado, mas sem resultados.
• O paciente só deverá ser operado se estiver bem informado sobre o tratamento,
motivado e se apresentar risco operatório aceitável.
• O paciente deve ser selecionado para a cirurgia, após cuidadosa avaliação por equipe
multidisciplinar especializada e composta por endocrinologistas ou clínicos,
intensivistas, cirurgiões, psiquiatras ou psicólogos e nutricionistas.
• A operação deve ser feita por um cirurgião experiente no procedimento e que trabalhe
com equipe e em local com suporte adequado para todos os tipos de problemas e
necessidades que possam ocorrer.
• Após a operação, deve haver acompanhamento médico de longo prazo.
• As mulheres férteis devem ser alertadas de que só poderão engravidar depois da
cirurgia quando estiverem com o peso estabilizado e com o seu estado metabólico e
nutricional normalizado.
Prevenção
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os fatores de risco mais importantes para a
morbimortalidade relacionada às doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) são: hipertensão arterial
sistêmica, hipercolesterolemia, ingestão insuficiente de frutas, hortaliças e leguminosas, sobrepeso ou
obesidade, inatividade física e tabagismo. Cinco desses fatores de risco estão relacionados à alimentação
e à atividade física e três deles têm grande impacto no aparecimento da síndrome metabólica.
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Definição
Gota é uma artrite inflamatória causada pela cristalização do ácido úrico, que se deposita no
interior da articulação e está associada à hiperuricemia. É considerada uma das mais dolorosas formas
de artrite, caracterizada pelo surgimento abrupto de dor articular de grande intensidade. Descrita há
mais de dois milênios, somente na última metade do século 20 veio a confirmação de que a patogênese
envolveria a deposição de cristais de urato, devido à introdução dos microscópios de luz polarizada na
prática clínica, permitindo a identificação dos cristais e da relação entre estes e a gota.
Conhecida como a doença dos reis, pode ter afetado personalidades tais como Alexandre o
Grande, Voltaire, Isaac Newton, Voltaire, Charles Darwin e Leonardo da Vinci e sempre esteve
relacionada aos homens de meia-idade das classes mais abastadas, com uma vida menos regrada e
associada ao sedentarismo e aos excessos.
Epidemiologia
A gota é uma doença que afeta essencialmente os homens adultos, entre 40-50 anos, sendo rara
na faixa etária inferior a 30 anos. A forte predominância masculina, que já foi 20:1, vem sendo
modificada em estudos mais recentes, evidenciando uma participação crescente das mulheres e
reduzindo a proporção homem/ mulher para algo em torno de 7:1. Nas mulheres, a gota costuma se
manifestar mais tarde, geralmente após a menopausa (depois dos 50 anos). A explicação para esta
discrepância entre os sexos é que os estrogênios possuem efeito uricosúrico (ao inibirem a reabsorção
tubular renal de urato), e por isso mulheres na menacme possuem níveis séricos de ácido úrico inferiores,
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em média, aos dos homens... A maioria das pacientes que desenvolve gota é idosa, e está em uso de
diuréticos (tiazídicos) para tratamento da hipertensão arterial.
Nos homens suscetíveis à gota clássica, a hiperuricemia costuma ter início na época da puberdade
(são necessárias algumas décadas de deposição de cristais para a expressão clínica da doença).
Claramente existe um fator genético no desenvolvimento da gota, que justifica sua maior
incidência entre parentes de primeiro grau (20% dos casos são “familiares”, isto é, outros membros da
família também têm a doença). Acredita-se que a tendência ao desenvolvimento de hiperuricemia e gota
possua uma herança poligênica.
Fatores de risco
Nos adultos, a concentração média de ácido úrico sérico em homens é cerca de 1 a 1,5 mg/dl
maior do que em mulheres da mesma idade, por uma maior fração excretora de urato mediada por
hormônios estrogênicos no sexo feminino. Isto explica em parte a baixa incidência de gota entre
mulheres jovens, e o aumento da sua incidência durante a menopausa, quando os níveis séricos de ácido
úrico se aproximam dos masculinos. O uso combinado de estrogênio e progesterona pode resultar em
uma redução no ácido úrico sérico em mulheres hiperuricêmicas em pós-menopausa. Afro-americanos
tem níveis mais elevados de ácido úrico em relação aos caucasianos.
ESTILO DE VIDA
Obesidade é um dos maiores riscos para hiperuricemia e gota, ao reduzir a excreção de ácido
úrico e aumentando a produção de purinas. Ingesta aumentada de carnes vermelhas, frutos do mar e
peixes, parece ter um efeito de aumento da incidência de gota. O aumento de ingesta de gorduras
saturadas está relacionado com aumento da resistência insulínica, a qual reduz a excreção renal de urato.
Pessoas que ingerem grandes quantidades de laticínios, principalmente os de baixo teor de gordura, têm
menor risco de gota.
Ingesta de bebidas alcoólicas está associada com aumento de risco de gota de forma dependente
da dose, independentemente do tipo de bebida alcoólica. O álcool induz hiperuricemia tanto pelo
aumento da produção de uratos quanto pela redução da excreção. Consumo de café reduz o nível de
ácido úrico a longo prazo, ao bloquear a ação da xantina-oxidase, além de reduzir os níveis de insulina
e aumentar a sensibilidade do organismo à insulina. Alta ingesta de vitamina C também reduziu o nível
sérico de ácido úrico.
Certas medicações podem afetar nos níveis de ácido úrico no organismo. Baixas doses de
salicilato, fenofibrato, losartana e bloqueadores de canais de cálcio reduzem os níveis séricos de ácido
úrico. Betabloqueadores e tiazídicos aumentam níveis de ácido úrico sérico. Exposição crônica ao
chumbo pode causar gota mesmo em pequena monta.
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Etiologia e patogênese
Os níveis de urato são influenciados por vários fatores, incluindo temperatura, pH, concentração
de cátions, nível de desidratação e outros, que podem alterar o risco de gota relacionado com uma
elevação no nível de urato, além de explicar o porquê de ser a primeira metatarso-falangeana uma
articulação comumente atingida (onde a temperatura é mais baixa). A quantidade de urato depende da
ingesta, síntese e taxa de excreção, podendo em 10% dos casos resultar de superprodução e em 90% dos
casos de uma baixa excreção, ou uma combinação dos dois. A ingesta diária de urato é baixa e pouco
absorvida. As purinas são mais abundantes em comidas e bebidas e podem contribuir para a deposição.
A grande massa vem da síntese endógena, principalmente no fígado. Em condições normais, o excesso
de ácido úrico é balanceado pela excreção renal,
cerca de 2/3 do total. A secreção pelo intestino
delgado e sua consequente quebra pelas bactérias
do intestino corresponde ao 1/3 restante.
Outros transportadores podem auxiliar na excreção renal, como o ABCG2, os NPT1 e 4, e outros
OAT13.
A formação dos cristais de urato monossódico necessita da supersaturação do urato, e dos fatores
relatados nos tópicos acima. Lesões articulares prévias podem facilitar a formação de cristais. Mesmo
pessoas sem gota clínica podem ter uma concentração de cristais de urato nas articulações.
Na crise aguda de gota, os cristais iniciam uma atividade inflamatória dependendo de múltiplos
fatores, como o tamanho dos cristais, as proteínas que os envolvem e as células que os encontram
primeiro. Apesar do potencial de liberação de toda esta cascata inflamatória, eles não ativam
necessariamente a inflamação, como visto em pacientes com gota tofácea crônica. Caso haja a deposição
ou a liberação dos cristais de depósitos pré-formados, há uma infiltração por neutrófilos, monócitos e
macrófagos. A interação com os fagócitos ocorre por dois meios: primeiro, ativam as células por meio
da via convencional, forma estereotípica de fusão lipossomal e liberação de mediadores inflamatórios (e
que gera a imagem típica da fagocitose de cristais que é critério diagnóstico da doença). O outro
mecanismo envolve propriedades particulares do cristal de se envolver com as membranas celulares por
perturbação e ligação cruzada das glicoproteínas de membrana no fagócito, ativando proteínas G,
fosfolipase C e D, SYK quinases, quinases ERK1/ERK2, cinases c-Jun N-terminal e outras, o que leva
à expressão de IL-8 induzida por cristais. Outras interleucinas, como a IL-1, a IL-6 e o TNF-alfa estão
associados com a inflamação. Há ainda a ativação do sistema complemento, aumento da permeabilidade
vascular e outras prostaglandinas vasoativas.
A interação dos neutrófilos endoteliais leva a um maior fluxo de neutrófilos e maior ativação da
cascata inflamatória.
❖ Gota Crônica
Quadro clínico
Hiperuricemia assintomática
Termo associado com a elevação da concentração de urato sérico, na ausência de sintomas, sendo
uma alteração bioquímica relativamente comum, principalmente nos últimos 20 anos. As manifestações
podem vir a se desenvolver em cerca de um terço dos pacientes.
A hiperuricemia está relacionada com outras afecções não relacionadas com a deposição de
cristais, como hipertensão, insuficiência renal, doença cardiovascular, resistência insulínica, obesidade
e diabetes.
A definição de hiperuricemia não é bem clara, mas uma concentração acima de 6,8 mg/dl
corresponde ao ponto de saturação do urato nos fluidos biológicos, quando medidos por métodos
enzimáticos.
Ocorre por volta da quarta década em homens, e mais tarde nas mulheres,
dependendo da idade da menopausa. Os ataques apresentam dor
importante, edema e dificuldade de mobilização, com pico de inflamação
ocorrendo dentro das primeiras 24 horas, e dificuldades inclusive de manter
toques extremamente suaves sobre a articulação atingida, como o toque do
lençol da cama. Os ataques resolvem-se dentro de poucos dias, seguidos de
descamação da pele sobre a articulação afetada. Ocorrem normalmente à noite e no início da manhã,
são monoarticulares, podendo apresentar sinais de inflamação se estendendo além da articulação
primariamente atingida, dando a impressão de dactilite ou celulite. Envolvimento de tornozelo, punhos,
quirodáctilos ou bursa olecraniana pode ocorrer inicialmente,
mas é mais raro. Em mais de 90% dos casos, a primeira
metatarsofalangeana é articulação mais atingida, sendo a
artrite que acomete esta articulação denominada podagra
(figura 3). As articulações referidas acima normalmente são
atingidas nos episódios subsequentes.
O ataque agudo pode ser ativado por qualquer fator
que altere a estabilidade dos cristais no interior da articulação,
como alteração do pH do líquido sinovial, trauma articular ou
quaisquer motivos que alterem a cristalização dos cristais. Exposição a purinas e a álcool, em especial
cerveja pode estar relacionado com a crise, bem como a redução dos níveis séricos de urato.
Manifestação inicial em menos de 20% dos pacientes com gota, porém mais frequente nos
quadros subsequentes. É mais comum em pacientes com doenças mieloproliferativas ou usuários de
inibidores da calcineurina. Pode ser migratória ou simultânea, envolvendo articulações e bursas.
3. Gota intercrítica
Intervalo assintomático após a resolução de ataques agudos da gota e tão infrequente em outras
causas de artrite que é extremamente sugestivo do diagnóstico. Os intervalos são variáveis, sendo em
média de dois anos após a primeira crise. Os pacientes quando não tratados tendem a ter ataques com
menor período intercrítico. A deposição de material tofáceo pode ocorrer, com artropatia gotosa crônica,
erosões e lesões articulares.
ulna, no tendão de Aquiles, em nódulos de Heberden e em locais como as pirâmides renais, válvulas
cardíacas e na esclera, podendo inflamar e infeccionar.
Diagnóstico
O diagnóstico em pacientes com quadro suspeito de gota aguda, mas em quem a causa da artrite
ainda é incerta deve ser feito com base em exames laboratoriais, incluindo artrocentese, com contagem
celular, Gram e cultura, e exame dos cristais sob luz polarizada. É mais acurado quando cristais de
uratos são vistos intracelulares sob microscopia de luz polarizada de uma articulação afetada,
demonstrando cristais de birrefringência negativa. A gota pode coexistir com outra doença articular tal
como artrite séptica ou pseudogota. Isso reforça a necessidade de avaliação do líquido sinovial.
O diagnóstico deve ser baseado numa história clínica condizente e elevação dos níveis séricos de
urato. Um grande número de crises ocorre em pacientes que apresentam um nível normal ou até mesmo
baixo de urato sérico, e existem pacientes com artrite de outras causas e hiperuricemia concomitante. A
acurácia do diagnóstico clínico na ausência de cristais é mais baixa.
No caso dos quadros crônicos, os cristais podem ser vistos em articulações previamente afetadas,
em cerca de 70% dos pacientes, mesmo naqueles utilizando terapia hipouricêmica, o que permite o
diagnóstico não somente durante as crises agudas. A presença de cristais nos tofos também contribui
para o diagnóstico, que pode ainda ser realizado por meio de exames histopatológico das lesões e busca
de cristais de urato.
O líquido sinovial de pacientes com gota é caracterizado pela presença de cristais de ácido úrico
intra e extracelular visualizados por meio de luz polarizada, apresentando birrefringência negativa,
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podendo ainda ser aspirados diretamente de tofos. O líquido tende a ser inflamatório, com celularidade
entre 10.000 e 100.000 células e predominância neutrofílica. Os líquidos de outros locais tais como bursas
tendem a ter achados semelhantes.
Para detectar doença precoce, a tomografia computadorizada com dupla energia (DECT)
revelou-se útil na identificação da concentração de ácido úrico em diferentes locações, como os rins e as
articulações, e comparada com a punção articular, demonstrou boa sensibilidade e especificidade. A
medida quantitativa do volume de urato pode ser avaliada, de forma que a redução do urato e o sucesso
do tratamento podem ser medidos.
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Tratamento
o Gota aguda
O tratamento da gota aguda deve objetivar o alívio rápido da artrite. As drogas mais utilizadas
para esta estratégia são os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINES), corticoesteroides e a colchicina.
O tratamento deve continuar com os anti-inflamatórios até a crise aguda ter se resolvido. Estas
medicações estão associadas a alterações gastrointestinais, aumento dos níveis pressóricos e
complicações renais.
Corticoesteroides podem ser usados e têm eficácia e tolerância semelhantes aos AINES,
necessitando de doses altas para redução do processo inflamatório (>0,5 mg/kg). Podem ainda ser
utilizados de forma intramuscular ou intra-articular, sendo estas com uma ação rápida e efetiva. O uso
concomitante de colchicina pode reduzir o efeito rebote associado à interrupção do corticoesteroide
quando da melhora do quadro.
o Gota intercrítica
O tratamento a longo prazo tem como objetivo prevenir a formação dos cristais de urato
monossódico, impedindo novos ataques de gota e a redução dos tofos. A redução dos níveis de urato é
mais facilmente atingida através da união de métodos farmacológicos e não farmacológicos.
o Tratamento não-farmacológico
Deve-se sempre avaliar a aderência dos pacientes ao tratamento e explicar que o tratamento é
prolongado e o paciente pode permanecer assintomático pela maior parte do tempo. A educação do
paciente sobre a sua doença e sobre a aderência ao tratamento é fundamental.
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o Tratamento farmacológico
A droga mais usada é o alopurinol, inibidor não específico da xantina-oxidase, deve ser iniciado
em doses baixas (100 mg/dia) e aumentado em 100 mg a cada mês até a obtenção de níveis séricos
desejáveis de ácido úrico. A dose máxima do alopurinol se situa em torno de 800 a 900 mg por dia. Tem
como efeitos adversos a possibilidade de desenvolver lesões de pele e a síndrome de hipersensibilidade
ao alopurinol, com lesões cutâneas graves e disfunção renal e hepática. A maioria dos pacientes tolera
bem o alopurinol, mas podem sofrer uma crise aguda devido às alterações dos cristais de urato nas
articulações, fato que pode ser reduzido com doses baixas de colchicina associada. Como alternativa, há
o febuxostat, que ainda não está disponível no Brasil.
A terapia em pacientes que não toleram ou tem contraindicações ao alopurinol deve ser com base
em terapias uricosúricas, tais como a benzobromarona e a probenecida.
Uricosúricos são medicamentos que podem ser usados em pacientes com baixa excreção renal da
ácido úrico, mas não podem ser usados em pacientes com quadros de insuficiência renal ou em pacientes
com nefrolitíase. Estas medicações agem inibindo as trocas de urato no túbulo proximal, e têm
disponibilidade limitada. Tem como efeitos adversos, o surgimento de rash, precipitação de crise aguda,
intolerância gastrointestinal e nefrolitíase.
O tratamento desta condição é crônico, e uma vez atingido um determinado nível sérico de urato,
as medidas devem ser repetidas a cada seis meses para garantir o alvo terapêutico. Quando o paciente
for considerado livre de cristais, a dose deve ser ajustada para manutenção e mantida a monitorização.
A aderência é um ponto importante que deve ser abordado em todas as consultas, assim como a melhora
dos hábitos de vida, pois se sabe que a gota está associada a outras alterações sistêmicas que envolvem
principalmente o sistema cardiovascular.
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Transtornos Alimentares (TA) e sua Relação com a Síndrome Metabólica (SM) Segundo
Lofrano-Prado et al. (2011) os TA caracterizam-se por perturbação no comportamento alimentar e
excessiva preocupação com o peso e forma corporal, o que resulta na adoção de comportamentos
inadequados, dirigidos principalmente à redução da massa corporal. Dois quadros clássicos dos TA são
a anorexia nervosa (AN) e a bulimia nervosa (BN).
As causas clínicas associadas à mortalidade, aumentada em até 12 vezes naqueles indivíduos com
transtornos, são geralmente de natureza cardiovascular, endócrina, hematopoiética, dentre outros. Com
relação às alterações endócrinas, é possível verificar oscilação nos níveis de adipocinas, sendo
considerado um importante mecanismo capaz de alterar o padrão de ingestão alimentar e levar a
desajustes nutricionais.
Um exemplo dessa alteração seria a modificação dos níveis plasmáticos de leptina, já citada
anteriormente, responsável pelo controle do centro de fome e saciedade, sendo essa oscilação verificada
em estudos com adolescentes obesos e com sinais e sintomas de TA.
Entre as alterações hormonais podemos citar o aumento do cortisol e diminuição dos hormônios
tireoidianos, geralmente relacionados ao comprometimento do estado nutricional. O excesso de cortisol
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possui efeito antilipolítico, gerando uma redistribuição da massa gorda no corpo, favorecendo seu
acúmulo no tronco, o que pode resultar em aumento da insatisfação corporal em adolescentes com TA,
devido à percepção corporal alterada, apesar de ser um hormônio que altera diante de um quadro de
desnutrição.
Com relação aos hormônios tireoidianos, sua oscilação é sensível ao estado nutricional do
indivíduo, podendo apresentar níveis baixos ou mesmo normais dependendo da evolução do transtorno.
Já as alterações hematológicas são geralmente difíceis de verificar, como a carência de vitaminas e
minerais, devido à hemoconcentração em virtude de desidratação ou do uso abusivo de medicamentos
(laxantes, diuréticos e moderadores de apetite).
Como citado anteriormente, a carência de vitaminas e minerais pode estar subestimada nesses
indivíduos, fator de risco para alterações hidroeletrolíticas que por si só, geram maior risco para arritmias
cardíacas. Fatores de risco cardiovascular também estão presentes nos TA, considerando que 50% dos
indivíduos com essa doença apresentam hipercolesterolemia e a literatura sugere a presença de fenótipo
pró-inflamatório nos mesmos.
A hipercolesterolemia ainda não possui etiologia totalmente esclarecida, mas diferentes autores
relatam prováveis causas ou mecanismos dessa alteração. O primeiro mecanismo que explicaria essa
alteração seria a ativação do sistema nervoso simpático que resultaria na atividade aumentada da lipase
lipoproteica (responsável por hidrolisar os triglicerídeos das partículas de lipoproteínas), aumentando
assim os ácidos graxos no soro. Uma segunda causa provável seria a diminuição do hormônio
tireoidiano T3 e da globulina carreadora de colesterol e/ou da diminuição da excreção fecal de ácidos
biliares e colesterol, ou mesmo da síntese diminuída de ácidos biliares, diminuindo o catabolismo do
colesterol resultando assim no aumento dos níveis de lipoproteínas de baixa densidade (LDL).
Já o perfil lipídico alterado, com valores aumentados de triglicerídeos e níveis baixos de HDL se
encaixaria em ambos os quadros de TA. As alterações hormonais citadas anteriormente, comuns às duas
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doenças, podem ser consideradas fatores de risco para agravamento e manutenção das mesmas, além de
predispor a outras alterações, uma vez que, os hormônios são substâncias biologicamente ativas, que
exercem efeitos específicos em células, órgãos e tecidos, responsáveis por garantir a homeostasia
metabólica do organismo.
Pouco foi descrito até então sobre a combinação ideal de aspectos dietéticos e sociais ou, a melhor
maneira de desenvolver a adesão a 21 estes aspectos pela população. (46) Assim, um programa de
intervenção para a MEV pode ser bem sucedido se considerar previamente o indivíduo, enfocando o
desenvolvimento de suas intervenções nos fatores ambientais, organizacionais e pessoais em que o
indivíduo está inserido. O plano de tratamento e as orientações devem estar fundamentados neste amplo
aspecto, e não focados meramente na prescrição de um tratamento.
O HEI adaptado e proposto por Kennedy e colaboradoes em 1995 (48) foi considerado pela
American Dietetic Association um instrumento adequado para medir a qualidade da alimentação na
população americana. Sua elaboração foi baseada na importância de determinados nutrientes e nas
recomendações dietéticas do Food and Nutrition Board. Este índice é usado como base para a promoção
de atividades nutricionais educativas pelo Departamento de Agricultura dos Estados 22 Unidos (USDA
1989-1990) servindo também para avaliar a qualidade global da dieta da população americana no
decorrer dos anos, e também para verificar o impacto de intervenções nutricionais sobre a dieta desta
população.
O Healthy Eating Index foi o instrumento utilizado por McCullough e colaboradores para avaliar
a qualidade da dieta nos dados dos estudos de coorte denominados Nurses’ Health Study e Professional’s
Follow-up Study. Este autor e seus colaboradores demonstraram que homens com alto escore no HEI,
o que significa uma boa qualidade na dieta, tinham 39% menos risco de desenvolver doença
cardiovascular, comparados com aqueles com um baixo escore, representando uma baixa qualidade da
dieta. Estes autores demonstraram ainda que para as mulheres essa relação determinaria 28% de redução
de risco de DAC naquelas com altos escores de qualidade da dieta, quando comparadas com aquelas
que apresentavam o escore baixo no HEI.
São inúmeros os achados que comprovam a eficácia da perda de peso, de uma dieta saudável e
da prática regular de atividade física na melhora do perfil cardiometabólico. Considerando a relevância
do tratamento com MEV somados aos efeitos dos ácidos graxos Ômega-3.