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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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DE OLIVEIRA SANTOS, Victor; DE OLIVEIRA DIAS, Regiane Izabel; DOS SANTOS,


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SOUZA, Natali Oliveira de. Comparação da estabilidade do medicamento


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alimentar: um estudo de base populacional. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, p. 5765-
5776, 2021.
CURSO DE BIOMEDICINA: 5° SEMESTRE / TURMA: A
RELATÓRIO 04: DISLIPIDEMIA
OBJETIVO I: COMPREENDER OS PROCESSOS ENDÓGENOS/EXÓGENOS
DA FORMAÇÃO DE LIPÍDIOS.

ENDÓGENO
Corresponde a circulação das lipoproteínas do fígado para a periferia, e
então novamente para o fígado. O órgão em questão sintetiza e libera VLDL. Na
circulação, a VLDL também sofre hidrólise da LPL, liberando ácidos graxos que
podem tanto ser armazenados, como ocorre no caso do adipócito, quanto
utilizados prontamente, como ocorre nos músculos. Pode interagir ainda com o
HDL, em que troca TG por ésteres de colesterol, e com o LDL. Os remanescentes
da VLDL são reabsorvidos pelo fígado ou transformados perifericamente nas
IDL, que rapidamente são removidas da circulação pelo mesmo órgão. O
catabolismo hepático da VLDL continua, dando origem a LDL. Esta é principal
molécula carreadora de colesterol no jejum, que apresenta apenas conteúdo
residual de TG, sendo composta basicamente por colesterol e ApoB100. A LDL é
capturada tanto por células hepáticas, quanto por outras células do corpo através
do receptor de LDL. A lipoproteína de alta densidade (HDL) é sintetizada tanto
no fígado, quanto no intestino. Em um transporte denominado como reverso, esta
partícula conduz colesterol da periferia para o fígado. Assim, o HDL atua
prevenindo o surgimento de placas ateroscleróticas por remover LDL oxidadas,
inibir a fixação de moléculas de adesão e de monócitos no endotélio, e por
estimular a liberação de óxido nítrico (BARREIROS et al., 2011).
EXÓGENO
Os lipídios são absorvidos da dieta na forma de colesterol livre,
monoacilglicerois e ácidos graxos. Após serem ingeridos, os triglicerídeos sofrem
ação das lipases pancreáticas, sendo hidrolisados em ácidos graxos livres,
monoglicerídeos e diglicerídeos. Os sais biliares emulsificam estes componentes,
possibilitando sua movimentação, agora na forma de micelas. Na borda em
escova intestinal, estes serão absorvidos, destacando a atividade da proteína
transportadora Niemann-Pick C1-like 1 (NPC1-L1), que facilita o transporte do
colesterol. Posteriormente à absorção, as diferentes formas lipídicas são
utilizadas no intestino para formar o quilomícron (que contém cerca de 80%-90%
de TG), que exibe tanto ApoB48, quanto ApoB100. Ele é então secretado para o
sistema linfático pelas células intestinais, alcançando a circulação sistêmica
através do ducto torácico. Interage então com HDL, captando as apoproteínas
apo-CII, CIII e E, além de colesterol; estas modificações permitem sua interação
com os tecidos corpóreos. Ao circularem, os quilomícrons sofrem ação da lipase
proteica (LPL) presente na superfície endotelial de capilares, músculos e tecido
adiposo, e assim, liberam os ácidos graxos e o glicerol do core, além do
colesterol não esterificado da superfície. O que resta do quilomícron é capturado
pelo fígado e é empregado na formação da VLDL. Desta forma, em condições
normais, espera-se detectar quilomícron no sangue periférico apenas no pós-
prandial, já que este é completamente metabolizado pelo fígado (BARREIROS et
al., 2011).

OBJETIVO II: ENTENDER A DOENÇA ATEROSCLEROSE (DEFINIÇÃO,


FISIOPATOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA).

DEFINIÇÃO
A aterosclerose é uma doença de patogenia lenta, progressiva e irreversível,
decorrente de vários fatores, citando a dislipidemia. Trata se de uma lesão do
endotélio devido ao depósito de gordura, LDL-colesterol oxidado, células de espuma,
cálcio e fibrina nos revestimentos internos da parede arterial resultando em um
processo inflamatório crônico (DE OLIVEIRA SANTOS et al., 2021)

FISIOPATOLOGIA
As lesões iniciais, denominadas estrias gordurosas, formam-se ainda na infância e
caracterizam-se por acúmulo de colesterol em macrófagos. Com o tempo, mecanismos
protetores levam ao aumento do tecido matricial, que circunda o núcleo lipídico, mas, na
presença de subtipos de linfócitos de fenótipo mais inflamatório, a formação do tecido
matricial se reduz, principalmente por inibição de síntese de colágeno pelas células
musculares lisas que migraram para íntima vascular e por maior liberação de
metaloproteases de matriz, sintetizadas por macrófagos, tornando a placa lipídica
vulnerável a complicações. A formação da placa aterosclerótica inicia-se com a agressão
ao endotélio vascular por diversos fatores de risco, como dislipidemia, hipertensão arterial
ou tabagismo. Como consequência, a disfunção endotelial aumenta a permeabilidade da
íntima às lipoproteínas plasmáticas, favorecendo a retenção destas no espaço
subendotelial. Retidas, as partículas de LDL sofrem oxidação, causando a exposição de
diversos neoepítopos, tornando-as imunogênicas. O depósito de lipoproteínas na parede
arterial, processo chave no início da aterogênese, ocorre de maneira proporcional à
concentração destas lipoproteínas no plasma. Além do aumento da permeabilidade às
lipoproteínas, outra manifestação da disfunção endotelial é o surgimento de moléculas de
adesão leucocitária na superfície endotelial, processo estimulado pela presença de LDL
oxidada (Faludi, 2017).
EPIDEMIOLOGIA
No período estudado foram registrados no Brasil um total de 193246 de
internações por doença aterosclerótica. Trata-se de um rescente ao longo dos anos,
somando 59,17% entre 2016 a 2020, ou seja, nos últimos anos registrou mais metade das
internações. O total de óbitos foi de 7493, sendo crescente, com pico entre 2018 a 2020
que somaram 36,46% do total. No entanto, a taxa de mortalidade não foi igualmente
crescente, sendo de 3,88, e foi superior a média em 2011 (4,03), 2012 (4,04), 2015 (4,06),
2016 (4,09) e 2020 (3,90). A faixa etária mais acometida foi entre 50 a 79 anos (76,20%),
com pico entre 60 a 69 anos (31,46%) e 70 a 79 anos (26,76%), enquanto os menos
acometidos foram de 19 anos ou menos (0,46%). A taxa de mortalidade foi muito alta
apenas na faixa de 80 anos ou mais (DIAS, 2022).

OBJETIVO III: CONHECER OS CRITÉRIOS E A CLASSIFICAÇÃO DA


DISLIPIDEMIA.

As dislipidemias são definidas como alterações na concentração plasmática das


lipoproteínas (lipoproteína de baixa densidade - LDL-c; lipoproteína de alta densidade -
HDL-c; e triglicerídeos -TG)1 .Um aumento nas concentrações séricas de TG, redução nas
concentrações de HDL-c e aumento das concentrações das LDL-c pequenas e densas são
apontados como fatores de risco independentes para o desenvolvimento das doenças
ateroscleróticas (VALENÇA et al., 2021).
CLASSIFICAÇÃO
As dislipidemias podem ser classificadas em primárias quando existem bases
genéticas, e em secundárias quando associadas a outras doenças, ao uso de medicamentos
e/ou ao estilo de vida do indivíduo. A dislipidemia primária pode ainda ser classificada
fenotipicamente de acordo com os componentes lipídicos que se apresentam alterados,
compreendendo quatro grupos bem definidos: (i) hipercolesterolemia isolada, (ii)
hipertrigliceridemia isolada, (iii) hiperlipidemia mista e (iv) diminuição isolada do HDL,
com associação ao aumento do LDL e/ou dos TG. Este último perfil se destaca por ilustrar
a condição da dislipidemia aterogênica, a qual ainda é geralmente associada a tolerância à
glicose prejudicada, resistência à insulina, excesso de peso e/ou gordura corporal, e
comorbidades como diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial sistêmica. A união
destes fatores exerce um efeito sinérgico para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares (DE MACÊDO GONDIM, 2017).
OBJETIVO IV: COMPREENDER O SIGNIFICADO CLINICO
LABORATORIAL DO EXAME DE PERFIL LIPÍDICO (METAS E CATEGORIAS DE
RISCO).

CLINICO LABORATORIAL
Os valores do perfil lipídico, colesterol total (CT), dos triglicerídeos (TG) e a do
colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDLc) são referências para a avaliação do
risco cardíaco, diagnóstico de dislipidemias e acompanhamento de tratamento. Desta
forma, a escolha dos métodos utilizados para dosagem dos lipídios sanguíneos é de
extrema importância. O Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, tem o amplo cenário de publicações científicas sobre o tratamento das
dislipidemias e prevenção da aterosclerose e a importância do seu impacto sobre o risco
cardiovascular, reuniu um comitê de especialistas para apresentar a atualização da Diretriz
Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, publicada no Arquivo Brasileiro
de Cardiologia em outubro de 2013. O colesterol elevado é o principal fator de risco
modificável com base em estudos científicos. Portanto é coerente, que reduções de
colesterol, principalmente nos níveis de LDLc, por meio de mudanças no estilo de vida ,
fármacos, ao longo do tempo, tenham grande benefício na redução de desfechos
cardiovasculares . A PCR pertence à família de proteínas pentraxinas e a sua determinação
em amostras de sangue é utilizada como um fator importante na avaliação de fatores
predisponentes de doenças cardiovasculares (CASTRO, 2015).
OBJETIVO V: ENTENDER A FARMACODINÂMICA E
FARMACOCINÉTICA DOS MEDICAMENTOS HIDROCLOROTIAZIDA,
ATENOLOL E SINVASTATINA.

HIDROCLOROTIAZIDA
A Hidroclorotiazida é um fármaco com nome químico 6-cloro-3,4- 2H-1,2,4-
benzotiadiazina-7-sulfonamida-1,1-dióxido, fórmula molecular C7H8ClN3O4S2 e peso
molecular de 297,74g/mol. Sua faixa de fusão é entre 266 a 270°C, apresentando-se sob a
forma de pó cristalino e sua coloração pode variar de branco a amarelado. Em água é
praticamente insolúvel, sendo solúvel apenas em acetona, etanol e algumas soluções
alcalinas diluídas. Deve ser armazenada entre 15°C a 25°C e quando mantida a
temperatura ambiente durante cinco anos, a degradação não é considerável. A
hidroclorotiazida possui uma excelente estabilidade no estado sólido, tem a capacidade de
inibir a reabsorção de cloreto, sódio, e água, aumentando a excreção de íons de
bicarbonato pela via urinária. Os diuréticos tiazídicos aumentam a secreção de aldosterona
e da renina plasmática e como consequência gera diminuição do nível de potássio no
sangue. A hidroclorotiazida por apresentar baixo custo e eficácia terapêutica pode ser
utilizada não só no tratamento da hipertensão arterial sistêmica, como também no
tratamento de hipercalemia, doenças hepáticas, edema renal e diabetes insípido
nefrogênico. A sua utilização em conjunto com os bloqueadores dos canais de cálcio pode
causar alguns efeitos adversos, como arritmias ventriculares, tontura e também
hiperglicemia (SOUZA, 2018).
ATENOLOL
Atenolol é um dos betabloqueadores mais usados na HAS12, em razão de sua
seletividade por receptores β-1 cardíacos, maior conveniência de esquema de
administração, menor penetração no sistema nervoso central (SNC), relacionado à baixa
atividade simpaticomimética e, das propriedades de equilíbrio de membrana. O bloqueio
dos receptores β-1 leva à redução do débito cardíaco e possível redução da resistência
periférica, levando à redução da PA14 . No entanto, assim como os demais β-
bloqueadores, o mecanismo exato para esta redução ainda não é bem estabelecido, dado a
sua complexidade. O atenolol é eliminado pelos rins, apresentando excreção urinária de
94%. Ele requer ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal e, é removido por
diálise . O fármaco tem menor penetração tissular, meia-vida mais longa - 6 a 7 horas e
causa menos efeitos colaterais no SNC. Tem baixa ligação às proteínas plasmáticas
(ELLWANGER, 2015).
SINVASTATINA
A sinvastatina, que é um dos principais membros dessa classe, além deste efeito,
tem comprovado efeito anti-inflamatório e antioxidante. Já foram demonstradas as
capacidades da sinvastatina em reduzir os danos oxidativos, por meio da diminuição
da peroxidação lipídica e geração de espécies reativas de oxigênio. O provável
mecanismo da sinvastatina se dá pela redução do dano oxidativo (pela
diminuição da peroxidação lipídica, diminuição da concentração de nitrito e da
diminuição da atividade da glutationa peroxidase), e a preservação da atividade das
enzimas do complexo mitocondrial (evitando redução das atividades do complexo I
e III). Ainda, a sinvastatina por meio da sua atividade anti-inflamatória impede a
elevação dos níveis de IL-6 e de TNF-α. A administração oral de sinvastatina reduz de
maneira dose-dependente a depleção de DA e de seus metabólitos (ácido 3,4-
dihidróxifenil acético e do ácido homovalínico (HVA). (MIYOSHI, 2014).

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