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METABOLISMO DOS LIPÍDEOS

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Christian Grassl

seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.

PRATICAR PARA APRENDER


Caro aluno, estamos na segunda seção da Unidade 3 dedicada aos lipídeos e ao
ciclo do ácido cítrico. Nesta seção, temos como objetivo levá-lo a compreender os
importantes conceitos sobre os lipídeos e as aplicações desses conceitos na área
da Saúde. Além disso, vamos conhecer os processos envolvidos na digestão e
absorção dos lipídeos obtidos por meio da alimentação, considerando as enzimas
e o importante papel dos sais biliares.

Após a absorção de lipídeos, essas moléculas apolares precisam ser transportadas


na corrente sanguínea; como os lipídeos não são solúveis no plasma, entram em
ação os transportadores específicos: as lipoproteínas quilomícron, VLDL, LDL e

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HDL, e cada uma dessas lipoproteínas tem estrutura e função específicas, que
serão mostradas nesta seção. Vamos estudar dois tipos de lipídeos: os
triacilgliceróis e os esfingolipídeos. Os triacilgliceróis são as reservas de energia
que estão armazenadas no tecido adiposo, enquanto os esfingolipídeos estão

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presentes nas membranas plasmáticas, com funções de reconhecimento e

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sinalização celulares.

Por fim, estudaremos o colesterol, um importante lipídeo envolvido na estabilidade


da membrana plasmática. Além disso, o colesterol é precursor de importantes
produtos biológicos, como os sais biliares, as vitaminas lipossolúveis e os
hormônios esteroides, então, vamos verificar as propriedades estruturais e
funcionais, bem como as vias metabólicas do colesterol.

Muitos dos assuntos que serão abordados nesta seção têm implicações clínicas,
sendo de grande relevância para a sua formação profissional na área da Saúde,
uma vez que facilitarão a compreensão, a análise e a resolução de várias situações
que podem vir a ocorrer.

A situação-problema se refere aos conhecimentos de bioquímica que podem ser


aplicados na sua futura prática profissional. Para contextualizar a sua
aprendizagem, imagine que você é integrante de uma equipe de saúde que
trabalha com pacientes cardiopatas, ou seja, que apresentam doenças
cardiovasculares ou riscos de desenvolvê-las, e, nesse trabalho, você se depara
com muitas situações que envolvem os lipídeos. Diante disso, os conceitos que
serão vistos nesta seção serão úteis para a compreensão da fisiopatologia e do
tratamento desses pacientes? Veremos a importância desses conceitos abordados
nesta seção na presente situação-problema.

No seu trabalho, você lida com vários casos de doenças cardiovasculares, muitas
delas tendo como causa a aterosclerose. Em geral, há presença de dislipidemias,
que são defeitos no metabolismo de lipoproteínas, divididas clinicamente em
hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e dislipidemia mista. A
hipercolesterolemia pode ser familiar (genética) ou comum (combinação de fatores

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genéticos e ambientais); a primeira está relacionada com deficiência no receptor


celular de LDL, enquanto a segunda está muito mais relacionada a uma
alimentação rica em lipídeos, ao sedentarismo, ao tabagismo e à obesidade, e
ambos os casos são fatores de risco para infarto agudo do miocárdio. Há muitas

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questões sobre a relação das dislipidemias com doenças cardiovasculares, que são

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as principais causas de morte no Brasil e no mundo, como:

•  Na hipercolesterolemia familiar, há um risco muito grande de infarto agudo do


miocárdio precoce. Diante disso, qual a relação dos níveis plasmáticos elevados de
LDL com o infarto agudo do miocárdio e por que pode ocorrer de forma precoce
nos portadores da hipercolesterolemia familiar?

•  O principal lipídeo da alimentação é o triacilglicerol, portanto, uma alimentação


com alto teor lipídico fornece ao organismo grandes quantidades de triacilgliceróis.
Qual é a relação disso com a hipertrigliceridemia e a hipercolesterolemia? Como
isso pode contribuir para um risco maior de doenças cardiovasculares?

•  Vários estudos epidemiológicos têm mostrado a relação inversa entre o nível


plasmático de HDL e o risco de doenças cardiovasculares. Como você explica essa
relação e o papel da HDL como protetor do sistema cardiovascular?

•  A síndrome metabólica, termo criado para associar os fatores de risco de


doenças cardiovasculares, é constituída por obesidade, hiperglicemia, hipertensão,
hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia. Considerando a síndrome metabólica,
por que o risco de infarto agudo do miocárdio é potencializado?

•  Há um grupo de fármacos, as estatinas, que é usado no tratamento de


hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia. Considerando o principal efeito desses
fármacos como inibidores competitivos da enzima HMG-CoA redutase, explique
como esse efeito reduz os níveis plasmáticos de LDL, considerando que esse efeito
no fígado aumenta a expressão de receptores de LDL. 

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Essas questões são apenas o ponto de partida para mais questionamentos e para
estimular sua procura por mais conhecimentos. A situação-problema proposta é
uma pequena amostra da importância dos conhecimentos de bioquímica na
prática clínica e nas pesquisas na área da saúde. 

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A responsabilidade de um profissional da Saúde é muito grande e exige

seõçatona reV
conhecimento, técnica e ética. Por isso, a dedicação aos estudos é fundamental
para que sua formação acadêmica esteja à altura de suas futuras
responsabilidades profissionais. Então, aos estudos!

CONCEITO-CHAVE
Continuamos nesta seção com os lipídeos, abordando, agora, a digestão e
absorção dos lipídeos da dieta, bem como três importantes tipos lipídicos (os
triacilgliceróis, os esfingolipídeos e o colesterol) e os seus aspectos estruturais,
funcionais e metabólicos Os triacilgliceróis são reservas energéticas fundamentais
para os animais e estão armazenados no tecido adiposo; já os esfingolipídeos,
componentes da membrana plasmática, desempenham papéis na interação e
sinalização celulares; e o colesterol, o esterol presente nos animais, é importante
para a estabilidade da membrana plasmática, além de ser precursor de vários
produtos biológicos, como os sais biliares, as vitaminas lipossolúveis e os
hormônios esteroides.

DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE LIPÍDEOS POR MEIO DA ALIMENTAÇÃO


Os lipídeos ou gorduras fazem parte da alimentação dos seres humanos, sendo
que mais de 90% são compostos por triacilgliceróis e o restante por ácidos graxos
livres, fosfolipídeos e estéres de colesterol. Esses lipídeos da dieta precisam ser
digeridos no trato gastrintestinal para posterior absorção de seus componentes
mais simples (ácidos graxos, glicerol e colesterol) pela mucosa duodenal.

A digestão dos lipídeos ocorre predominantemente no duodeno, onde temos a


ação das enzimas pancreáticas, como lipase pancreática, colesterol esterase e
fosfolipase, presentes no suco pancreático. Mas antes da ação dessas enzimas, os
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sais biliares entram em ação para emulsificar os lipídeos, convertendo-os em


pequenas partículas, o que aumenta a área de superfície lipídica para a ação das
enzimas pancreáticas.

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ASSIMILE

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Os sais biliares são produzidos pelos hepatócitos a partir do colesterol
proveniente da alimentação ou sintetizado pelos próprios hepatócitos. O
colesterol, em uma via metabólica com várias etapas, é convertido em ácido
cólico e ácido quenodesoxicólico; em seguida, esses ácidos biliares são
conjugados com glicina ou taurina, formando os sais biliares, mais efetivos
na ação de emulsificação das gorduras. Os sais biliares fazem parte da
secreção hepática, a bile, juntamente com a bilirrubina, o colesterol, os
ácidos graxos, os íons inorgânicos e a água. A bile é produzida pelo fígado,
enquanto a vesícula biliar armazena a bile para liberá-la para o duodeno
nos momentos das refeições. 

Após a sua ação na digestão e absorção de lipídeos no duodeno, os sais


biliares são convertidos novamente em ácidos biliares pela ação das
bactérias da microbiota intestinal; em seguida, esses ácidos biliares são
absorvidos, principalmente no íleo, retornando, via circulação entero-
hepática, para o fígado, onde são reciclados.

Após a emulsificação dos lipídeos pelos sais biliares, as enzimas pancreáticas


catalisam a digestão desses lipídeos mais complexos, resultando na formação dos
componentes lipídicos, como ácidos graxos, colesterol e glicerol. Como esses
produtos da digestão lipídica também são apolares, não ocorre a solubilização
deles na solução aquosa no lúmen do duodeno, além disso, para a sua absorção, é
necessário que alcancem a mucosa duodenal. Aqui, entra a outra função dos sais
biliares: a de solubilizar os produtos hidrofóbicos da digestão lipídica no meio
aquoso do duodeno. Os sais biliares formam complexos com esses produtos (as
micelas) que permitem a aproximação dos lipídeos da mucosa duodeno para a

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posterior absorção pelos enterócitos (células do epitélio intestinal). Os sais biliares


não são absorvidos com os lipídeos; eles sofrem a ação das bactérias da
microbiota intestinal, resultando na formação de ácidos biliares que,
posteriormente, serão absorvidos pela mucosa do íleo.

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seõçatona reV
EXEMPLIFICANDO

O fármaco colestiramina atua como sequestrador de ácidos biliares,


reduzindo a sua absorção pela mucosa intestinal e aumentando a excreção
dos ácidos biliares nas fezes. Em resposta à redução da absorção intestinal
de ácidos biliares, o fígado aumenta a síntese de novos ácidos biliares com
o consumo de colesterol; consequentemente, ocorre o aumento do uso de
colesterol pelos hepatócitos, o que reduz os níveis plasmáticos de colesterol
e de LDL (lipoproteína cujo principal componente é o colesterol), por isso,
esse fármaco é usado para o tratamento de hipercolesterolemia.

Nos enterócitos do duodeno, os produtos da digestão lipídica absorvidos são


novamente combinados para se formar os lipídeos mais complexos, como os
triacilgliceróis, os ésteres de colesterol e os fosfolipídeos; em seguida, esses
lipídeos mais complexos são reunidos com proteínas específicas, as
apolipoproteínas, para a formação da lipoproteína quilomícron. Essas
apolipoproteínas exercem importantes papéis nas lipoproteínas, como sítios de
reconhecimento para receptores nas células e ativadoras ou coenzimas para as
enzimas envolvidas no metabolismo das lipoproteínas. Mais adiante, abordaremos
as lipoproteínas, incluindo o quilomícron. Na Figura 3.10, podemos ver um
esquema representando a digestão e a absorção dos lipídeos obtidos por meio da
alimentação.

Figura 3.10 | Esquema da digestão e absorção de lipídeos obtidos por meio da alimentação

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Fonte: elaborada pelo autor.

LIPOPROTEÍNAS PLASMÁTICAS
As lipoproteínas são complexos formados por vários tipos de lipídeos — os
triacilgliceróis, os fosfolipídeos e os ésteres de colesterol — e por proteínas
específicas, denominadas de apolipoproteínas ou apoproteínas. Como descrito
anteriormente, as apolipoproteínas têm funções de reconhecimento de receptores
celulares e de participação no metabolismo das lipoproteínas, sendo classificadas,
conforme função e estrutura, em 5 classes: apo-A, apo-B, apo-C, apo-D e apo-E,
com possibilidades de subclasses, como: apo-A-I e apo-C-II. Temos cinco classes de
lipoproteínas plasmáticas: quilomícron, VLDL (lipoproteína de muito baixa
densidade), IDL (lipoproteína de densidade intermediária), LDL (lipoproteína de
baixa densidade) e HDL (lipoproteína de alta densidade). O tamanho e a densidade
das lipoproteínas plasmáticas dependem das composições lipídicas e proteicas.

Anteriormente, citamos o quilomícron, que é uma lipoproteína formada nos


enterócitos do duodeno e resultado da interação dos lipídeos obtidos por meio da
alimentação, especialmente os triacilgliceróis com apolipoproteínas específicas,
especialmente a apo-B-48. Os quilomícrons são compostos por cerca de 9% de
fosfolipídeos, 3% de colesterol, 1% de apolipoproteínas e o restante de
triacilgliceróis; ele é sintetizado no retículo endoplasmático liso dos enterócitos do
duodeno e, em seguida, transferido para o Complexo de Golgi para posterior

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secreção. Inicialmente, os quilomícrons são secretados para os vasos linfáticos


entéricos e, posteriormente, entram na circulação sanguínea pelo ducto torácico.
Os quilomícrons circulam pelo sangue até alcançar os capilares, especialmente dos
tecidos adiposo e muscular. Na parede desses capilares, há a presença da enzima

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lipase lipoproteica (ou lipoproteína lipase), que catalisa a degradação dos

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triacilgliceróis presentes nos quilomícrons. A enzima lipase lipoproteica é ativada
pela apolipoproteína apo-C-II, presente no quilomícron, e com a ação dessa
enzima, os ácidos graxos são liberados dos triacilgliceróis, podendo ser
armazenados nos adipócitos ou oxidados para a produção de energia nas fibras
musculares. As moléculas de glicerol livres, produtos da degradação dos
triacilgliceróis, são captadas pelo fígado para a síntese de novas moléculas de
glicose (gliconeogênese) ou para a formação de glicerol-fosfato, etapa importante
para a síntese de novas moléculas de triacilgliceróis. A atividade da lipase
lipoproteica é estimulada pelo hormônio insulina, e, após a perda de parte dos
triacilgliceróis pela ação da lipase lipoproteica, os quilomícrons remanescentes são
removidos da circulação sanguínea pelos hepatócitos via endocitose mediada por
receptor. No fígado, os quilomícrons remanescentes são degradados e seus
componentes (aminoácidos, ácidos graxos e colesterol) reaproveitados. Na Figura
3.11, podemos ver um esquema do metabolismo do quilomícron.

Figura 3.11 | Esquema do metabolismo do quilomícron

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Fonte: elaborada pelo autor.

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A próxima classe de lipoproteínas é a VLDL, sintetizada no fígado. Essa lipoproteína

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é composta, predominantemente, por triacilgliceróis, cerca de 60%, produzidos no
fígado, além dos ésteres de colesterol (cerca de 20%), fosfolipídeos (cerca de 15%)
e as apolipoproteínas (cerca de 5%), especialmente a apo-B-110 e a apo-C-II. Como
esse órgão não tem a função de armazenar lipídeos, sintetiza VLDL para exportar
esses lipídeos para os outros tecidos do organismo. Uma vez na circulação
sanguínea, ao passar pelos capilares, principalmente dos tecidos adiposo e
muscular, VLDL sofre a ação da enzima lipase lipoproteica, presente na parede
capilar, e da mesma forma que os quilomícrons, a lipase lipoproteica catalisa a
hidrólise dos triacilgliceróis, liberando os ácidos graxos para o armazenamento nos
adipócitos e para a produção de energia nas fibras musculares. Após a perda de
parte dos triacilgliceróis pela ação da lipase lipoproteica, o remanescente da VLDL
é convertido em LDL no plasma. Existem, também, as formas intermediárias, IDL,
que são removidas da circulação pelo fígado, onde são degradadas e os
componentes reaproveitados.

Agora, veremos outra classe de lipoproteínas, a LDL, também conhecida como


“mau colesterol”, embora não seja um termo correto, visto que LDL é uma
lipoproteína e não um tipo de colesterol. Ela é composta, principalmente, por
colesterol e ésteres de colesterol (cerca de 50%), como também por triacilgliceróis
(cerca de 8%), fosfolipídeos (cerca de 22%) e apolipoproteínas (cerca de 20%). A
função da LDL é fornecer colesterol para as células, especialmente as produtoras
de hormônios esteroides, como as das glândulas adrenais (hormônios
glicocorticoides e aldosterona), as dos testículos (hormônio testosterona) e as dos
ovários (hormônios estrógeno e progesterona). Entre as apolipoproteínas
presentes na LDL, está a apo-B-100, reconhecida por receptores nas superfícies
celulares, o que permite que a LDL seja captada pelas células por via endocitose
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mediada por receptor. Uma vez dentro das células, a LDL é degradada nos
lisossomos, liberando colesterol, fosfolipídeos, ácidos graxos e aminoácidos. O
colesterol livre é usado pelas células para a estabilidade da membrana plasmática
e, em alguns tipos celulares, também para a produção de hormônios esteroides.

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seõçatona reV
REFLITA

A hipercolesterolemia familiar é uma doença genética em que ocorre


deficiência de receptores celulares para LDL. Os indivíduos portadores
dessa doença genética apresentam risco aumentado de doenças
cardiovasculares. Você saberia explicar essa relação?

Chegamos à última classe de lipoproteínas, HDL, uma família heterogênea de


lipoproteínas sintetizada pelo fígado e pelo intestino. Ela também é conhecida
como o “bom colesterol”, apesar de não ser o termo correto, pois HDL é uma
lipoproteína e não um tipo de colesterol. A composição da HDL é cerca de 30% de
fosfolipídeos, 25% de colesterol e ésteres de colesterol, 5% de triacilgliceróis e 40%
de apolipoproteínas, especialmente apo-A, apo-C e apo-E. Essa lipoproteína atua
como um reservatório de apolipoproteínas, pois é capaz de transferir apo-C-II para
os quilomícrons e VLDL — apolipoproteína responsável por ativar a lipase
lipoproteica. Além disso, a HDL é responsável pelo transporte reverso de
colesterol, sendo capaz de captar o colesterol das células e transferi-lo para o
fígado e os órgãos produtores de hormônios esteroides (glândulas adrenais,
testículos e ovários), e isso explica o efeito protetor cardiovascular da HDL, uma
vez que remove o excesso de colesterol dos tecidos para o fígado, que elimina esse
excesso via bile, e para os tecidos esteroidogênicos, que convertem o colesterol em
hormônios esteroides. A Figura 3.12 destaca um esquema do metabolismo das
lipoproteínas, exceto o quilomícron, representado na Figura 3.12.

Figura 3.12 | Esquema do metabolismo das lipoproteínas

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Fonte: elaborada pelo autor.

TRIACILGLICERÓIS E O METABOLISMO DOS ACILGLICERÓIS


Agora, abordaremos dois importantes tipos de lipídeos: os triacilgliceróis e os
fosfolipídeos. Os fosfolipídeos, lipídeos estruturais das membranas biológicas,
formam um grupo heterogêneo composto por glicerofosfolipídeos e
esfingolipídeos.

O triacilglicerol, também conhecido como triglicéride ou gordura neutra, é


constituído por três cadeias de ácidos graxos ligados a uma molécula de glicerol,
um poliálcool com três carbonos. O grupo carboxila de cada cadeia de ácido graxo
reage com a hidroxila do glicerol, formando uma ligação éster; os ácidos graxos
esterificados com o glicerol podem ser iguais ou de dois ou três tipos diferentes. 

ASSIMILE

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Os ésteres são compostos formados pela reação entre os ácidos graxos e


os álcoois. Na reação de esterificação, o grupo carboxila do ácido graxo
perde seu hidrogênio e o álcool perde o grupo hidroxila, resultando na
formação de uma molécula de água e na ligação da cadeia carbônica do

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álcool ao grupo carboxila do ácido graxo.

seõçatona reV
A estrutura química do triacilglicerol pode ser vista na Figura 3.13. Os triacilgliceróis
estão presentes no citoplasma dos adipócitos na forma de gotículas de óleo,
imiscíveis ao meio intracelular aquoso. Os adipócitos são células presentes no
tecido adiposo, encontrado principalmente na hipoderme, na cavidade peritoneal
e nas glândulas mamárias; já os triacilgliceróis atuam como reserva energética
para os organismos, fornecendo ácidos graxos para oxidação nas células,
especialmente nas fibras musculares.

Figura 3.13 | Estrutura química do triacilglicerol

Fonte: Wikimedia Commons.

As duas principais reservas energéticas para os organismos vertebrados, incluindo


nós, são o glicogênio e o triacilglicerol, porém cada umas dessas reservas tem as
suas vantagens. No caso do glicogênio, a glicogenólise fornece glicose, uma fonte
energética solúvel no plasma por ser uma molécula polar e facilmente mobilizada;
além disso, a oxidação da glicose pode ocorrer no citosol sem a presença de
oxigênio, no caso, a via da glicólise, então, para as células sem mitocôndrias, como

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as procarióticas e os eritrócitos, bem como em situação de insuficiência da oferta


de oxigênio, a glicose é uma fonte energética primordial, oxidada pela via da
glicólise. As células do tecido nervoso, como os neurônios, também extraem sua
energia a partir da oxidação da glicose.

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Já os triacilgliceróis também têm as suas vantagens. A primeira delas é que a

seõçatona reV
oxidação dos ácidos graxos gera muito mais energia que a oxidação da glicose. De
fato, a oxidação de 1 grama de ácido graxo gera mais do que o dobro de energia
que a oxidação de 1 grama de glicose. Por isso, para tecidos com alta demanda
metabólica, como os músculos, compensa muito mais utilizar, como fonte
energética, os ácidos graxos. A outra vantagem importante é a massa da reserva. O
glicogênio é polar e interage com as moléculas de água, portanto, a massa do
glicogênio hidratada (água de solvatação) aumenta muito, em geral, 2 gramas de
massa de água para cada 1 grama de massa de glicogênio. Já os triacilgliceróis,
como são apolares (hidrofóbicos), não carregam a massa extra da água, por causa
disso, 1 grama de triacilgliceróis anidras (sem a presença de moléculas de água)
armazena 6,75 vezes mais energia que 1 grama de glicogênio hidratado. Por
exemplo: em um adulto médio, as reservas de triacilgliceróis correspondem a cerca
de 11 quilogramas; se essa pessoa armazenasse a mesma quantidade de energia
na forma de glicogênio, teria de pesar 64 quilogramas a mais! Por isso, os
triacilgliceróis acabam sendo selecionados como a nossa principal reserva
energética. Os animais de ambientes polares, como focas, pinguins e ursos,
apresentam uma camada adiposa bem mais desenvolvida, pois, nesses casos, o
tecido adiposo também atua como isolante térmico, retendo o calor nos corpos
desses animais.

A maioria das moléculas de ácido graxo, sintetizadas ou obtidas da alimentação,


tem dois destinos: a incorporação em triacilgliceróis ou a incorporação em
fosfolipídeos. A biossíntese de triacilgliceróis ocorre no fígado, sendo o principal
local, e nos adipócitos; essa via metabólica depende da presença de glicerol-
fosfato, o aceptor dos ácidos graxos. O glicerol-fosfato pode ser obtido de duas
maneiras: a primeira a partir da glicose e a segunda a partir de glicerol livre. Na
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primeira maneira, a di-hidroxiacetona-fosfato, um intermediário da via da glicólise,


é reduzida a glicerol-fosfato em uma reação química catalisada pela enzima
glicerol-fosfato-desidrogenase. Na segunda maneira, que só ocorre no fígado, a
enzima glicerol-cinase catalisa a fosforilação, com fosfato fornecido pelo ATP, de

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glicerol livre, formando glicerol-fosfato. O próximo passo é adicionar as cadeias de

seõçatona reV
ácidos graxos ao glicerol-fosfato; inicialmente, os ácidos graxos são ligados à
coenzima A, formando acil-CoA, a forma do ácido graxo ativada para as reações
químicas de síntese. Em seguida, em uma reação química catalisada pela enzima
aciltransferase, o acil-CoA transfere o ácido graxo para ligação (esterificação) com o
glicerol-fosfato; essa reação ocorre três vezes para formar o triacilglicerol, Os
triacilgliceróis formados nos adipócitos permanecem como reserva energética,
enquanto no fígado, os triacilgliceróis sintetizados são exportados para a corrente
sanguínea com a lipoproteína VLDL. A biossíntese dos triacilgliceróis pode ser
visualizada na Figura 3.14.

Figura 3.14 | Esquema da biossíntese do triacilglicerol

Fonte: elaborada pelo autor.

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A mobilização dos ácidos graxos a partir dos triacilgliceróis ocorre pela ação da
enzima lipase, sensível aos efeitos hormonais; a biossíntese e a degradação dos
triacilgliceróis são reguladas por hormônios; a insulina, hormônio liberado pelas
células beta-pancreáticas, com ação hipoglicemiante, também age no metabolismo

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lipídico, estimulando a lipogênese, ou seja, a síntese de triacilgliceróis; e os

seõçatona reV
Glicocorticóides, hormônios secretados pela glândula adrenal, e o glucagon,
hormônio liberado pelas células alfa-pancreáticas, estimulam a lipólise, ou seja, a
mobilização dos ácidos graxos a partir dos triacilgliceróis.

FOSFOLIPÍDEOS
Os fosfolipídeos são componentes fundamentais nas membranas biológicas,
sendo responsáveis pela formação da barreira lipídica e os principais componentes
do surfactante, mistura complexa secretada pelas células alveolares que reduz a
tensão superficial, facilitando a expansão alveolar. Os fosfolipídeos de membrana
plasmática também participam da interação e sinalização celulares. A característica
marcante dos fosfolipídeos é a sua natureza anfipática, ou seja, esses lipídeos
possuem uma porção apolar, constituída por ácidos graxos, e uma porção polar,
constituída por diferentes grupos químicos. Os fosfolipídeos podem ser divididos
em duas classes: glicerofosfolipídeos e esfingolipídeos. 

Os glicerofosfolipídeos, também chamados de fosfoglicerídeos, são compostos


formados por duas cadeias de ácidos graxos ligados (esterificados) ao primeiro e
segundo carbonos do glicerol, enquanto o terceiro carbono está unido a um grupo
químico polar por ligação fosfodiéster. Esse grupo químico polar também é
chamado de grupo cabeça polar ou grupo cabeça substituinte. A estrutura do
glicerofosfolipídeo pode ser vista na Figura 3.15.

Figura 3.15 | Estrutura geral do glicerofosfolipídeo

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seõçatona reV
Fonte: adaptada de Wikimedia Commons.

Os tipos de ácidos graxos nos glicerofosfolipídeos podem variar bastante, mas, em


geral, esses lipídeos possuem, na sua estrutura, uma cadeia de ácido graxo
saturado e uma cadeia de ácido graxo insaturado (monoinsaturado ou poli-
insaturado). Os nomes dos glicerofosfolipídeos são dados conforme o grupo
cabeça polar; o glicerofosfolipídeo mais simples possui o hidrogênio como grupo
cabeça polar, sendo chamado de ácido fosfatídico, o precursor de todos os
glicerofosfolipídeos. Existem muitos glicerofosfolipídeos, mas destacamos alguns
mais importantes, que podem ser vistos na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 | Nomes e seus respectivos grupos cabeças polares

Nome do glicerofosfolipídeo Nome do grupo cabeça polar

Ácido fosfatídico Hidrogênio

Fosfatidiletanolamina Etanolamina

Fosfatidilcolina Colina

Fosfatidilserina Serina

Fosfatidilglicerol Glicerol

Cardiolipina Fosfatidilglicerol

Fonte: elaborada pelo autor.

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05/03/22, 10:45 lddkls212_bio_apl_sau

A biossíntese dos glicerofosfolipídeos começa com a formação do ácido fosfatídico,


resultado da esterificação de dois ácidos graxos ao glicerol-3-fosfato. Em seguida, o
grupo cabeça polar é adicionado por meio da ligação com o grupo fosfato do
glicerol-3-fosfato e, dessa maneira, o grupo cabeça polar une-se ao glicerol por

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uma ligação fosfodiéster. A degradação dos glicerofosfolipídeos ocorre pela ação

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de um grupo de enzimas, as fosfolipases.

Os esfingolipídeos são formados por duas cadeias de ácidos graxos ligadas à


esfingosina, uma molécula de aminoálcool longa. Além disso, há um grupo cabeça
polar ligado à esfingosina e, da mesma forma que ocorre nos glicerofosfolipídeos,
é o que nomeia os esfingolipídeos. O esfingolipídeo mais simples possui hidrogênio
como grupo cabeça polar, sendo chamado de ceramida, o precursor estrutural de
todos os esfingolipídeos. Existem 4 subclasses de esfingolipídeos, conforme a
natureza do grupo cabeça polar:

•  Esfingomielinas: contêm fosfocolina ou fosfoetanolamina como grupo cabeça


polar. Elas estão presentes nas membranas plasmáticas, especialmente na bainha
de mielina, envoltório lipídico ao redor dos axônios, formado pelos
oligodendrócitos, no Sistema Nervoso Central, e pelas células de Schwann, no
Sistema Nervoso Periférico.

•  Glicolipídeos neutros ou cerebrosídeos: contêm um único monossacarídeo como


grupo cabeça polar, podendo ser a D-glicose ou a D-galactose. Eles também são
encontrados nas membranas plasmáticas, especialmente das células do tecido
nervoso.

•  Globosídeos: contêm dois até quatro monossacarídeos como grupo cabeça


polar, geralmente a D-glicose, D-galactose ou N-acetil-D-galactosamina. Eles
também estão presentes na membrana plasmática.

•  Gangliosídeos: contêm oligossacarídeos como grupos cabeças polares, sendo


que um ou mais resíduos é o ácido N-acetilneuramínico. Eles também estão
presentes na membrana plasmática, atuando no reconhecimento de componentes
da matriz extracelular ou de células vizinhas.
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A estrutura geral do esfingolipídeo pode ser visualizada na Figura 3.16.

Figura 3.16 | Estrutura geral dos esfingolipídeos

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seõçatona reV
Fonte: elaborado pelo autor.

COLESTEROL: ESTRUTURA, FUNÇÕES E METABOLISMO


Os esteróis ou esteroides são lipídeos estruturais de membrana plasmática
formados por um núcleo esteroide, consistindo em quatro anéis carbônicos
fundidos. O colesterol é o principal esteroide encontrado nos animais, incluindo os
seres humanos; além de modular a fluidez e dar estabilidade à membrana
plasmática, também é precursor de importantes produtos biológicos: os sais
biliares, as vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e os hormônios esteroides
(glicocorticoides, aldosterona, estrógeno, progesterona e testosterona). A estrutura
do colesterol pode ser vista na Figura 3.17.

Figura 3.17 | Estrutura do colesterol

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Fonte: Wikimedia Commons.

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O colesterol é obtido por meio da alimentação, mas também é sintetizado por,

seõçatona reV
praticamente, todas as células, especialmente as do fígado, do córtex das
glândulas adrenais, dos ovários e dos testículos. A biossíntese do colesterol
depende da oferta de acetil-CoA e dos elétrons fornecidos por NADPH.
Inicialmente, duas moléculas de acetil-CoA se condensam em uma reação química
catalisada pela enzima tiolase, formando acetoacetil-CoA. Em seguida, o
acetoacetil-CoA reage com acetil-CoA para formar 3-hidroxi-3-metilglutaril-CoA
(HMG-CoA) em uma reação química catalisada pela enzima HMG-CoA sintase. O
próximo passo, a etapa limitante e reguladora da síntese do colesterol, que ocorre
no citosol, é a redução de HMG-CoA com elétrons fornecidos por NADPH em uma
reação catalisada pela enzima HMG-CoA redutase, para a formação do ácido
mevalônico ou mevalonato. A partir do ácido mevalônico, em uma série de reações
químicas, algumas que requerem fosforilação com fosfato doado pelo ATP e outras
que requerem elétrons fornecidos por NADPH, temos o produto final, o colesterol.
Podemos ver na Figura 3.18 o esquema de biossíntese do colesterol. A enzima
HMG-CoA redutase é alvo de regulação hormonal, como a insulina, aumentando a
quantidade dessa enzima e, portanto, estimulando a síntese de colesterol,
enquanto o glucagon e os glicocorticoides apresentam efeito contrário. O excesso
de colesterol na célula acelera a degradação da HMG-CoA redutase via
proteassomo e, portanto, inibe a síntese de mais colesterol pela célula. Devido à
estrutura cíclica do colesterol, não é possível oxidá-lo a gás carbônico para a
produção de energia, por isso, o colesterol é eliminado do organismo na forma de
ácidos e sais biliares.

Figura 3.18 | Esquema da biossíntese do colesterol

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seõçatona reV
Fonte: elaborada pelo autor.

Aqui, encerramos a segunda seção da Unidade 3 dedicada ao estudo dos lipídeos,


considerando os seus tipos, suas funções e o seu metabolismo. A digestão e a
absorção de lipídeos foram abordadas, bem como o transporte de lipídeos na
corrente sanguínea pelas lipoproteínas. Discorremos, também, sobre os
triacilgliceróis, os fosfolipídeos e o colesterol, considerando as suas estruturas,
funções e vias metabólicas de síntese (anabólicas) e de degradação (catabólicas). 

FAÇA VALER A PENA


Questão 1
A membrana plasmática é o envoltório celular que separa dois meios aquosos, o
intracelular e o extracelular. Estruturalmente, a membrana plasmática é composta
por fosfolipídeos, colesterol e proteínas. O modelo do mosaico fluido explica a
dinâmica desses componentes na constituição da membrana plasmática.

Baseado nas informações do texto e nos seus conhecimentos sobre o assunto,


assinale a alternativa correta.

a.  Quanto maior a concentração de colesterol na membrana plasmática, maior é a sua fluidez, pois há
menor restrição de movimento dos fosfolipídeos.

b.  As ligações de van der Waals entre as porções hidrofóbicas dos fosfolipídios são do tipo covalente, o que

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resulta em rigidez da barreira lipídica da membrana plasmática.  

c.  Os fosfolipídeos possuem natureza anfipática, ou seja, uma porção apolar que forma a barreira lipídica e
uma porção polar que interage com os meios aquosos. 

d. As porções polares dos fosfolipídios interagem entre si por meio das ligações de van der Waals, o que

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permite a estabilidade da barreira lipídica da membrana plasmática. 

e.  O colesterol não tem papel na modulação da fluidez da membrana, apenas serve de ancoragem para os

seõçatona reV
açúcares que formam o glicocálice.  

Questão 2
Os lipídeos ou gorduras fazem parte da alimentação dos seres humanos, sendo
que mais de 90% são compostos por triacilgliceróis e o restante por ácidos graxos
livres, fosfolipídeos e ésteres de colesterol. Esses lipídeos da dieta precisam ser
digeridos no trato gastrintestinal para posterior absorção de seus componentes
mais simples, como ácidos graxos, glicerol e colesterol, pela mucosa duodenal.

Baseado nas informações do texto e nos seus conhecimentos sobre o assunto,


assinale a alternativa correta.

a.  Os sais biliares emulsificam os lipídeos para facilitar a ação das enzimas pancreáticas, bem como
solubilizam os produtos da digestão lipídica no meio aquoso do duodeno.

b.  As enzimas pancreáticas, como a lipase pancreática, formam as micelas com os produtos da digestão
lipídica, o que facilita a absorção desses produtos pela mucosa duodenal.

c.  Uma vez absorvidos pela mucosa duodenal, os produtos da digestão lipídica, como os ácidos graxos e
colesterol, são transportados pela albumina na circulação sanguínea.

d.  A digestão dos lipídeos ocorre principalmente no estômago, sendo que, no duodeno, ocorre a digestão
final e a absorção dos produtos da digestão lipídica.

e.  A ausência de sais biliares não interfere na digestão dos lipídeos, pois mesmo sem vesícula biliar, a
pessoa apresenta digestão normal dos lipídeos da alimentação. 

Questão 3
As lipoproteínas são complexos formados por vários tipos de lipídeos (os
triacilgliceróis, os fosfolipídeos e os ésteres de colesterol) e por proteínas
específicas, denominadas apolipoproteínas ou apoproteínas. Temos cinco classes
de lipoproteínas plasmáticas: quilomícron, VLDL (lipoproteína de muito baixa
densidade), IDL (lipoproteína de densidade intermediária), LDL (lipoproteína de
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05/03/22, 10:45 lddkls212_bio_apl_sau

densidade), IDL (lipoproteína de densidade intermediária), LDL (lipoproteína de


baixa densidade) e HDL (lipoproteína de alta densidade). O tamanho e a densidade
das lipoproteínas plasmáticas dependem das composições lipídicas e proteicas.

Com base nas informações do texto e nos seus conhecimentos sobre o assunto,

0
assinale a alternativa correta.

seõçatona reV
a.  Os quilomícrons transportam os lipídeos obtidos por meio da alimentação, principalmente os ésteres de
colesterol para os tecidos do corpo.

b.  HDL remove o excesso de ácidos graxos dos tecidos para o fígado, onde são eliminados na forma de sais
biliares.

c.  Após sofrer a ação da lipase lipoproteica nos capilares, com perda de parte dos triacilgliceróis, o
remanescente do quilomícron passa a ser chamado de VLDL. 

d.  O fígado produz lipídeos, principalmente os triacilgliceróis, que são exportados para a corrente sanguínea
com a lipoproteína quilomícron.

e.  A LDL é um reservatório circulante de colesterol, sendo captada pelas células por meio da endocitose
mediada por receptor.

REFERÊNCIAS
BERG, J. M.; TYMOCZKO, J. L.; STRYER, L. Lipídios e membranas celulares. In: BERG, J.
M.; TYMOCZKO, J. L.; STRYER, L. (Org.). Bioquímica. 7. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara-Koogan, 2014.

BERG, J. M.; TYMOCZKO, J. L.; STRYER, L. Biossíntese dos lipídeos e esteroides da


membrana. In: BERG, J. M.; TYMOCZKO, J. L.; STRYER, L. (Org.). Bioquímica. 7. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2014.

FERRIER, D. R. Metabolismo dos lipídeos da dieta. In: FERRIER, D. R. (Org.).


Bioquímica Ilustrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.

NELSON, D. L.; COX, M. M. Biossíntese de lipídeos. In: NELSON, D. L.; COX, M. M.


(Org.). Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

NELSON, D. L.; COX, M. M. Lipídeos. In: NELSON, D. L.; COX, M. M. (Org.). Princípios
de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=536419 22/23
05/03/22, 10:45 lddkls212_bio_apl_sau

REECE, J. B. et al. Estrutura e função de grandes moléculas biológicas. In: REECE, J.


B. et al. (Org.). Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.

RODWELL, V. W. et al. (Org.). Bioquímica ilustrada de Harper. 30. ed. Porto

0
Alegre: AMGH, 2017.

seõçatona reV

https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=536419 23/23

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