Você está na página 1de 11

GABRIELLY DIAS DOS SANTOS

SÍNDROME METABÓLICA
ASPECTOS GENÉTICOS E FISIOPATOLOGIAS

SÃO PAULO
2021
GABRIELLY DIAS DOS SANTOS

SÍNDROME METABÓLICA
ASPECTOS GENÉTICOS E FISIOPATOLOGIAS

Trabalho apresentado a matéria de


Ciências Celulares e Moleculares,
ao curso de Fisioterapia.

SÃO PAULO
2021
Sumário

Introdução ............................................................................................................ 4

Objetivo ............................................................................................................... 5

Síndrome Metabólica e fisiopatologia. .................................................................... 6

Diagnóstico ............................................................................................................................................... 7

Tratamento e prevenção. ...................................................................................................................... 8

Teoria genética no surgimento da Síndrome Metabólica. ........................................... 9

Conclusões finais ................................................................................................ 10

Referencias ........................................................................................................ 11
Introdução

A Síndrome Metabólica é um conjunto de fatores de risco que aumentam a chance


do desenvolvimento de doenças cardíacas, acidente vascular encefálico e diabetes tipo II.
Tendo como principal fator de risco, a obesidade. A obesidade é caracterizada segundo a
Organização Mundial da Saúde, como o acumulo excessivo de tecido adiposo (gordura),
em quantidade que determine prejuízos a saúde, decorrente de um estilo de vida
sedentário e o alto nível de consumo de calorias na dieta. A obesidade visceral ou central,
caracterizada por uma grande quantidade de gordura do tipo androide na região do
abdome, está fortemente relacionada com a SM e a diabetes mellitus II. Além de outras
comorbidades, como a hipertensão arterial e dislipidemia.
A origem da Síndrome Metabólica ainda não está totalmente esclarecida, mas
estudos apontam que fatores genéticos relacionados a evolução do homem e a desnutrição
durante a fase primária do desenvolvimento fetal, podem estar relacionados diretamente
com o seu desenvolvimento.
Objetivo

Esse trabalho tem como objetivo apresentar a patologia Síndrome Metabólica e


como fatores genéticos podem estar ligados ao seu desenvolvimento, assim como propor
um meio de intervenção para a prevenção da doença ou controle da mesma.
Síndrome Metabólica e fisiopatologia.

Em 1988, Reaven introduziu o termo de Síndrome X, como o conjunto de


alterações metabólicas relacionadas ao risco cardiovascular, que apresentava em conjunto
a resistência à insulina. Atualmente essa síndrome é reconhecida como Síndrome
Metabólica e caracterizada como conjunto de fatores que podem ser determinantes para
o surgimento de doenças cardíacas, acidente vascular encefálico e diabetes mellitus II. O
principal fator de risco relacionado a SM é a obesidade, caracterizada como o acumulo
excessivo de tecido adiposo em quantidade que pode determinar prejuízos a saúde. A
obesidade visceral ou central, é o acumulo de gordura andróide na região do abdome e
está relacionada com diversos problemas metabólicos plasmáticos da Síndrome
Metabólica, como: hiperuricemia, dislipidemia e alterações do metabolismo glicêmico.
Pacientes obesos apresentam resistência a insulina hepática e a periférica, a
periférica é caracterizada pelo menor nível de captação de glicose pelo tecido muscular e
adiposo. A relação entre obesidade visceral e a resistência à insulina se da pois os ácidos
graxos livres liberados pela adiposidade intra-abdominal na circulação portal,
estimulariam a síntese de triglicerídeos e a neoglicogênese hepática e por consequência
levaria a hiperuricemia (presença de níveis altos de ácido úrico no sangue) e
posteriormente uma resistência a insulina (menor utilização da glicose pelos tecidos à
ação da insulina). A resistência a insulina pode alterar a capacidade a atividade da lipase
lipoproteica levando a dislipidemia que é definida como o aumento de colesterol e
triglicerídeos no plasma ou na diminuição do HDL (High Density Lipoproteins),
Lipoproteínas de alta densidade, conhecidas como “colesterol bom". Pode aumentar
também interferir na retenção renal de sódio, o que pode causar o aumento do nível de
pressão arterial. Quando relacionada com a falta de capacidade das células β do pâncreas
de manter a hiperinsulinemia, dá-se a diabetes mellitus tipo II.
A hiperinsulinemia e a hiperglicemia (elevação da glicose no sangue), ajuda na
permanência de altos níveis plasmáticos de glicose, sendo assim, o excesso de hexoses
sofre algumas reações químicas juntando-se com grupos amino (NH2) livres em proteínas,
lipídeos e ácidos nucléicos para formar os produtos finais da glicosilação avançada
(AGE). Os AGE provocam lesão glomerular com aumento da filtração glomerular, o que
explica a consequente poliúria dos diabéticos. Está insuficiência renal, provocada pela
hiperinsulinemia/hiperglicemia, que pode estar presente na SM e está relacionada à
Albuminuria, glomerulomegalia e glomeruloesclerose.
Diagnóstico

Em 1988, a Organização Mundial da Saúde determinou como critério para o


diagnóstico de SM quando três desses cinco critérios fossem presentes: Relação
cintura/quadril > 0,90 em homens ou > 0,85 em mulheres ou obesidade -IMC > 30
kg/m2Triglicérides séricos ≥ 150 mg/dL. Colesterol HDL < 35 mg/dL em homens ou <
39 mg/dL em mulheres. Pressão arterial ≥ 140/90 mmHg. Microalbuminúria positiva.
Tratamento e prevenção.

Levando em consideração os aspectos apresentados, o melhor meio de intervenção


em relação a Síndrome Metabólica é readequação para um melhor estilo de vida, visto
que, a obesidade é o principal fator de risco para o aparecimento da SM. A frequente
prática de atividades físicas, uma dieta adequada, com a diminuição do consumo de
alimentos hipercalóricos e bebidas alcoólicas, junto com o aumento do consumo de frutas
e verduras e alimentos ricos em fibras.
Outro aspecto importante são as idas ao endocrinologista para avaliações de
rotina, mesmo que o individuo não esteja acima do peso, o ideal é sempre manter
monitorada sua condição de saúde.
Teoria genética no surgimento da Síndrome Metabólica.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a Síndrome


Metabólica é uma doença da civilização moderna, associada à obesidade, como resultado
da alimentação inadequada e do sedentarismo, e é importante ressaltar que o genoma
humano não evoluiu de forma relativa desde a era paleolítica. Sabemos que o homem
desenvolveu um genótipo econômico, que possibilita que as reações metabólicas sejam
responsáveis pelo armazenamento de um bom glicogênio muscular e de triacilglicerídeos
no tecido adiposo para que, naquela época, onde a busca por alimentos e roupas eram
frequentes e os recursos escassos, eles pudessem ter energia suficiente.
Contudo, com o passar do tempo e o surgimento de novas tecnologias, nosso
genoma não foi “reprogramado” para esse novo estilo de vida, a baixa frequência de
atividades físicas, a alta ingestão de alimentos hipercalóricos e a falta de fibra alimentar
na dieta, o aumento da expectativa de vida decorrente do avanço nas tecnologias
medicinais, seriam os promotores primários do surgimento de doenças crônicas não
transmissíveis.
Outro fator importante é a teoria de Hales e Barker, que diz que a nutrição na fase
embrionária é importante para o desenvolvimento e que se ocorrer de forma precária, o
resultado seria um metabolismo pós-natal modificado para sobrevivência em um
ambiente mais hostil, entretanto essa modificação se torna desfavorável em relação aos
aspectos anatômicos, metabólicos e fisiológicos, o que poderia gerar um pré-disposição
a SM. Baker também diz que o baixo peso ao nascer e o ganho rápido de peso na infância
e adolescência, pode ser também um fator de pré-disposição a doenças cardiovascular e
diabetes mellitus tipo II, que são fatores de risco presentes na SM.

.
Conclusões finais

A origem definitiva da Síndrome Metabólica ainda não foi totalmente descoberta,


e até que a ciência consiga gerar um mecanismo de cura, o melhor meio prevenção é a
mudança no estilo de vida. Uma boa alimentação, que seja devidamente receitada por um
profissional nutricionista e a prática constante de exercícios são a chave para uma
qualidade de vida melhor. Até mesmo durante o período de gravidez, como dito nas
evidencias, a desnutrição durante o desenvolvimento intrauterino pode resultar no
desenvolvimento da SM pela criança no futuro. Sendo assim, a alimentação adequada
deve também ser mantida após o período de gestação, tanto da mãe como do bebê.
Referencias

1. RIBEIRO FILHO, Fernando F. et al. Gordura visceral e síndrome metabólica: mais


que uma simples associação. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 50, n. 2, p.
230-238, Apr. 2006. Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000427302006000200009&l
ng=en&nrm=iso>. Access on 21 May 2021. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-
27302006000200009.
2. SCHNELL, Mercedes; DOMINGUEZ, Zury A; CARRERA, Carlos. Aspectos
genéticos, clínicos y fisiopatológicos del Síndrome Metabólico. An Venez Nutr,
Caracas, v. 20, n. 2, p. 92-98, jul. 2007. Disponível em
<http://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0798-
07522007000200006&lng=es&nrm=iso>. em 21 maio 2021.
3. MCLELLAN, Kátia Cristina Portero et al. Diabetes mellitus do tipo 2, síndrome
metabólica e modificação no estilo de vida. Rev. Nutr., Campinas, v. 20, n. 5, p. 515-
524, Oct. 2007. Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
52732007000500007&lng=en&nrm=iso>. access on 21 May
2021. https://doi.org/10.1590/S1415-52732007000500007.

4. BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. Síndrome metabólica. Disponível em:


http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2610-sindrome-
metabolica#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20metab%C3%B3lica%20%C3%A9%2
0uma,alimenta%C3%A7%C3%A3o%20inadequada%20e%20do%20sedentarismo..
Acesso em: 21 mai. 2021.

5. GOTTLIEB, M. G. V; CRUZ, I. B. M. D; BODANESE, Luiz Carlos. Origem da


síndrome metabólica: aspectos genético-evolutivos e nutricionais: Origin of the metabolic
syndrome: genetic, evolutionary and nutritional aspects. Scientia Medica, Porto Alegre,
v. 18, n. 1, p. 31-38, mar./2008.

6. PALANCH, C. B. D. S. C. A. C. Nutrição materna e programação fetal: o papel dos


hábitos alimentares no desenvolvimento embrionário e pós-natal: Maternal nutrition and
fetal programming: The role of food in pre- and post-natal development. Sáude em
Revista, Piracicaba, v. 17, n. 45, p. 49-59, abr./2017. Disponível em:
https://www.metodista.br/revistas/revistas-unimep/index.php/sr/article/view/2167.
Acesso em: 21 mai. 2021.

7. VEJA SAÚDE. O que é o colesterol LDL? E o HDL? Leia mais em:


https://saude.abril.com.br/medicina/o-que-e-o-colesterol-ldl-e-o-hdl/. Disponível
em: https://saude.abril.com.br/medicina/o-que-e-o-colesterol-ldl-e-o-hdl/. Acesso em: 21
mai. 2021.

Você também pode gostar