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RESUMO
Objetivo: Demonstrar sugestão de cardápio para pessoas com HIV. Metodologia: Foram
utilizadas bases de dados: google acadêmico, sistemas da organização mundial da saúde e
livros acadêmicos da área. Selecionaram-se trabalhos entre os anos de 2004 e 2020.
Resultados: O plano alimentar para portadores de HIV deve ser considerado a idade, gênero e
estilo de vida, inicialmente A atenção especial deve ser dada a transição nutricional que a
pessoa portadora vem passando nos últimos meses, considerando avaliações e anamneses do
estado atual do portador de HIV, faz como, se o paciente possui obesidade ou outras doenças
metabólicas. Conclusão: a elaboração do cardápio para portadores de HIV deve ser
direcionada a prevenção, e manutenção da composição ideal, interações fármaco-nutriente,
efeitos colaterais dos retrovirais, a necessidade de suplementação por via oral de vitaminas e
minerais, e o estágio atual do paciente. O cardápio, portanto, deve ser de acordo com o gasto
energético de repouso do paciente e considerar o fator atividade, com a ingestão de proteína
de 0,8 g por quilo de peso, podendo ter um aumento adicional de 10% na ingestão de proteína
em casos de infecções oportunistas. Deve ser uma dieta rica em ácido graxos de cadeia curta e
deve ser considerado o uso adequado de micronutrientes como vitaminas e minerais.
ABSTRACT
Objective: To demonstrate menu suggestions for people with HIV. Methodology: Databases
were used: Google Scholar, World Health Organization systems, and academic books in the
area. Papers between the years 2004 and 2020 were selected. Results: The food plan for HIV
carriers should be considered the age, gender and lifestyle, initially The special attention
should be given the nutritional transition that the carrier person has been going through in
recent months, considering evaluations and anamneses of the current state of the HIV carrier,
does as, if the patient has obesity or other metabolic diseases. Conclusion: the development of
the menu for HIV carriers should be directed to prevention, and maintenance of the ideal
composition, drug-nutrient interactions, side effects of retrovirals, the need for oral
supplementation of vitamins and minerals, and the current stage of the patient. The menu,
therefore, should be in accordance with the patient's resting energy expenditure and consider
the activity factor, with a protein intake of 0.8 g per kilogram weight, with an additional 10%
increase in protein intake in cases of opportunistic infections. It should be a diet rich in short-
chain fatty acids and the adequate use of micronutrients such as vitamins and minerals should
be considered.
INTRODUÇÃO
MÉTODO
REFERÊNCIAL TEORICO
segui-la. O acesso à informação sobre sua própria condição de saúde e possíveis efeitos
adversos é um direito do usuário e devem ficar bem claro para que tenha plena compreensão
do vírus HIV. A equipe multidisciplinar deve abordar de forma acolhedora o tema
esclarecendo como o que é HIV e aids, as etapas assintomáticas e sintomáticas da
soropositividade, o que o HIV afeta no organismo, como o vírus se multiplica nos linfócitos T
CD4, a ação dos medicamentos antirretrovirais para impedir a replicação viral (Carvalho,
2008).
É fundamental que o portador compreenda que a HIV não tem cura, mas tem
tratamento, sendo uma enfermidade que vem apresentando perfil de doença crônica. É
importante compreender, também, as razões do uso dos medicamentos, mesmo quando a
pessoa está em boas condições de saúde. Além disso, saber interpretar o significado dos
exames de CD4 e carga viral são importantes, de modo que o usuário possa fazer a leitura dos
seus próprios resultados e compreender a necessidade de realizá-los em períodos regulares
(Sadala; Marques, 2006).
Neste sentido, os momentos pedagógicos e educativos fazem parte da atuação de
todos os profissionais de saúde. Os recursos instrucionais que podem ser utilizados são vários
e devem sempre levar em conta as condições de escolaridade, aspectos cognitivos e
emocionais e nível de compreensão do usuário. Lançar mão de linguagem acessível é o
primeiro passo, mas sem infantilizar ou considerar a princípio que o paciente não tem
condições de compreender o que está sendo falado (Almeida; Labronici, 2007).
É importante que os profissionais de saúde, em especial o médico, informem sobre a
possibilidade de ocorrerem efeitos adversos do tratamento, mas evitem um discurso fatalista.
A preocupação e o medo das consequências adversas podem afetar negativamente a adesão. É
fundamental afirmar que efeitos colaterais podem acontecer, que sua ocorrência depende de
cada caso e que a maioria deles são temporários. Várias estratégias poderão ser adotadas para
minimizá-los ou mesmo superá-los (Almeida; Labronici, 2007)
Aos profissionais da saúde cabe informar os sintomas que podem ocorrer por
desconfortos gastrintestinais, como náuseas, vômitos, diarreia, gases e azia, que surgem com
frequência no início ou troca de medicação, há ainda o aparecimento das alterações
anatômicas e metabólicas decorrentes da Síndrome Lipodistrófica que tem contribuído para
criar grande apreensão, resistência e abandono de tratamento entre os portadores de HIV
(Santos, 2007).
atual de saúde x doença, bem como elaborar cardápios diferenciados a cada população que
atende a partir do contexto socioeconômico e psicológico, orientando-os a ter uma
alimentação balanceada, adequada e que melhore a sua qualidade de vida (Barros, 2003).
Neste contexto é importante dizer que a nutrição tem papel primordial na prevenção
de doenças, assim como qualquer outra área, lembrando que uma alimentação saudável é
sinônimo de saúde, recuperação e qualidade de vida. A AIDS causada pelo vírus HIV faz com
que o indivíduo tenha suas células de defesas do sistema imunológico, principalmente os
linfócitos T CD4, atacadas por este vírus, que destrói e infecta várias células. Portanto esta
infecção é uma doença de espectro amplo, com curso clínico variável, progressiva supressão
do sistema imunológico, indução a infecções oportunistas recorrentes, causando sérias
alterações nutricionais, que levam o doente a ficar debilitado e consequentemente a morte
(Kauffmann et al, 2017).
A nutrição tem muito a agregar, pois a orientação alimentar quando aplicada tem
como objetivo a melhora do estado nutricional, impactando positivamente sobre a evolução
clínica desses pacientes, neste contexto é importante citar que o tratamento para portadores de
HIV e AIDS, descrito como Terapias Antirretrovirais aumentam em grande proporção a
sobrevida dos pacientes, e diminuição de infecções oportunistas. No entanto o uso contínuo
de antirretrovirais acompanhado de um estilo de vida pouco ativo, podem trazer como
consequência uma série de alterações metabólicas e gastrointestinais como: Dislipidemia,
redistribuição da gordura corporal, lipodistrofia, resistência insulínica, intolerância à glicose,
hipertensão arterial sistêmica, entre outras (Sena; Freintas; Ponte, 2014).
É importante ressaltar que a doença pode ser causa de desnutrição severa,
relacionada as medicações ingeridas no tratamento ou mesmo pela diminuição da ingesta
alimentar, alteração da absorção dos alimentos e do metabolismo desses nutrientes, bem como
do aumento das necessidades energéticas. Uma vez que esta patologia enfraquece o sistema
imunitário, aumentando o risco de aparecimento de infecções oportunistas e mortalidade
nestes doentes (Silveira et al, 1999).
A avaliação e acompanhamento nutricional nestes casos são imprescindíveis, uma
vez que ao realizar o diagnóstico situacional nutricional é possível estabelecer metas e
desenvolver um plano de cuidado e recuperação e auxiliar de modo eficaz nas complicações
relacionadas à doença, e com isso atue na promoção de qualidade de vida, justificado pela
aderência ao tratamento e melhora do prognóstico. Com relação a sérias consequências
causadas pelo HIV/ AIDS, Sena, Freitas e Pontes (2014, p.172) descrevem que: O trato
gastrointestinal é um dos mais afetados pelas infecções oportunistas, que provocam diarreias
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A alimentação é tema estudado a muito tempo, e vem ganhando força cada vez maior,
tanto no Brasil como em todo o mundo na busca por eliminação da fome, diminuição da
desnutrição e morte por falta de alimentos necessários a manutenção da vida (Barros, 2003).
Uma alimentação balanceada é aquela que oferece todos os nutrientes necessários para
o corpo humano, incluindo aqueles que ativam o sistema imunológico, promovendo saúde e
bem-estar. Vale lembrar que não é possível encontrar a quantidade necessária de nutrientes
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num único alimento, já que nenhum deles é completo. Assim, para uma pessoa suprir suas
necessidades nutricionais é necessária uma combinação de vários alimentos, pois alguns
nutrientes estão mais concentrados em um determinado grupo de alimentos do que em outro.
Por exemplo: leite contém muito cálcio; frutas e vegetais, vitamina C. Escolhendo uma
variedade de alimentos para compor suas refeições diárias, e evitando a monotonia, você
garante a presença dos nutrientes essenciais para uma boa saúde (Mahan et al., 2012).
Pacientes com AIDS podem emagrecer rapidamente (5 kg por mês, em média),
indicando uma associação a uma infecção secundária sistêmica em mais de 80% dos casos, ou
emagrecer mais lentamente (1kg por mês, em média), indicando uma doença gastrintestinal
ou redução na ingestão alimentar (Carbonnel; Cosnes, 1997).
Os pacientes imunodeprimidos como ocorre no HIV podem apresentar a “desnutrição
proteico energética, de origem multifatorial”, decorrente de baixa ingesta alimentar, “disfagia,
vômitos, doença neurológica, distúrbios da boca e esôfago, infecções locais e sistêmicas,
neoplasias e má absorção”, ocasionando desconforto e sérias consequências no organismo
desses pacientes (Polacow et al 2004).
Pacientes com HIV possui uma baixa ingestão proteico-calórica e a desnutrição é uma
consequência bem preocupante, pois devido eles possuírem um alto metabolismo o organismo
aumenta ainda mais o catabolismo liberando citocinas que são prejudiciais ao corpo, pois
essas citocinas podem afetar o sistema neural, causando assim danos nas células do cérebro
(Silva; Burgos; Silva, 2010).
Para pacientes com a AIDS é importante manter um nível de ingestão proteico-calórica
adequada e ter práticas de atividade físicas regularmente, para que assim eles consigam
reduzir a carga viral e aumentar a contagem dos linfócitos TCD4 para manter o sistema imune
adequado evitando a adesão de doenças oportunistas (Barros et al, 2007).
A alimentação do portador de HIV deve ser direcionada a evitar a síndrome da
emaciação definida pela Organização Mundial da Saúde como a perda involuntária de, pelo
menos, 10% do peso corporal, sendo um diagnóstico comum de definição da AIDS e melhorar
a imunidade relacionada à nutrição para evitar infecções oportunistas, como candidíase oral,
cirrose ou carcinoma hepatocelular decorrente de infecção crônica pela hepatite B ou C, ou
outros problemas, como síndrome inflamatória da reconstituição imune (Stump, 2011).
podem estar relacionados com baixa ingestão alimentar, má absorção de nutrientes, alterações
metabólicas, infecções oportunistas, fatores psicossociais e neurológicos e interações
fármacos-nutrientes, podendo ocorrer precocemente, antes mesmo do uso da TARV. Essas
condições podem causar deficiências nutricionais afetando negativamente o estado nutricional
desses indivíduos. Alguns estudos demonstraram que as mudanças na composição corporal
ocorrem em média 7,5 anos após o início da TARV (Cuppari, 2014).
Com o maior acesso à TARV, as pessoas estão vivendo mais tempo mesmo com o HIV.
Entretanto, esses fármacos apresentam efeitos colaterais graves, tanto metabólicos quanto
físicos, e problemas de saúde como as doenças cardiovasculares e a resistência à insulina, que
são cada vez mais prevalentes nessa população. Tais efeitos são: hiperglicemia,
hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia e síndrome de lipodistrofia do HIV (Rossi, 2019).
Ou seja, durante as primeiras 96 semanas após o início do tratamento, os indivíduos
infectados pelo HIV apresentam um aumento significativo da massa magra e de gordura total.
Outros estudos com indivíduos infectados pelo HIV demostraram uma relação entre citocinas
pró-inflamatórias elevadas, como a interleucina-6 e proteína C reativa, com ganho de gordura
e perda de massa magra (Cuppari, 2014).
É importante questionar os indivíduos com HIV a respeito de todos os medicamentos
incluindo vitaminas, suplementos e drogas recreativas que consomem, a fim de avaliar
plenamente as suas necessidades e evitar interações medicamentosas e deficiências de
nutrientes. Alguns nutrientes podem afetar a maneira como os fármacos são absorvidos ou
metabolizados (Mahan et al., 2012).
Possivelmente, o estado pró-inflamatório crônico durante o tratamento da infecção
pelo HIV possa explicar as alterações adversas na composição corporal. Ainda do ponto de
vista nutricional, algumas condições tornam-se preocupantes: síndrome lipodistrófica do HIV,
desnutrição, sobrepeso e obesidade, resistência à insulina e diabete e outros fatores de riscos
cardiovasculares. A síndrome consumptiva tem ocorrido com menor frequência após o
advento da HAART (Cuppari, 2014).
Embora existam poucas evidências sobre o tratamento nutricional para o controle das
anormalidades metabólicas que acometem os portadores do vírus HIV em uso de TARV,
algumas estratégias terapêuticas estão indicadas. As modificações no estilo de vida, incluindo
a prática de atividade física e modificações nos hábitos alimentares com redução da ingestão
de alimentos ultra processados, podem promover melhora do quadro de lipodistrofia,
dislipidemias, resistência à insulina e hipertensão arterial sistêmica em portadores do vírus da
aids em uso de HAART (Cuppari, 2014).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O plano alimentar para portadores de HIV deve ser considerado a idade, gênero e
estilo de vida, inicialmente a atenção especial deve ser dada a transição nutricional que a
pessoa portadora vem passando nos últimos meses, considerando avaliações e anamneses do
estado atual do portador de HIV. Contudo, alimentação e o planejamento do cardápio do
portador de HIV devem estar voltada para a manutenção do seu peso ideal, prevenção de
doenças crônicas não transmissíveis, e fortalecimento da imunidade.
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