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BASES NUTRICIONAIS PARA A OBESIDADE


 Aula 1 - Aspectos fisiológicos da obesidade

 Aula 2 - Aspectos nutricionais da obesidade

 Aula 3 - Tratamento para obesidade

 Aula 4 - Cirurgia bariátrica

 Aula 5 - Revisão da unidade

 Referências

Aula 1

ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA OBESIDADE


Olá, estudante! Nesta aula, você aprenderá quais são as bases nutricionais que levam à obesidade, bem
como os mecanismos fisiológicos que englobam essa doença, incluindo neuronais e endócrinos, e o que
ocorre no tecido adiposo em condições de obesidade.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta aula, você aprenderá quais são as bases nutricionais que levam à obesidade, bem como os mecanismos
fisiológicos que englobam essa doença, incluindo neuronais e endócrinos, e o que ocorre no tecido adiposo
em condições de obesidade.

A obesidade é caracterizada pelo índice de massa corporal (IMC) superior ou igual a 30kg/m² e é considerada
um fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças metabólicas, como diabetes mellitus,
hipertensão, câncer, doença renal crônica, e isso se deve ao estado inflamatório crônico de baixo grau
provocado pela doença. Além do IMC elevado, é característico da obesidade o acúmulo de tecido adiposo,
com aumento de gordura subcutânea, visceral, peritoneal e intramuscular. A formação do tecido adiposo
ocorre naturalmente no organismo, contudo, na obesidade, isso acontece de forma desordenada.

Está pronto para saber um pouco mais sobre obesidade e sobre os fatores associados à doença?

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ETIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA E PREVALÊNCIA DA OBESIDADE

A obesidade é uma doença classificada baseada no índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30
kg/m², além disso, é dividida em subclasses, sendo a obesidade grau I (IMC ≥ 30kg/m²), obesidade grau II (IMC
entre 35 e 39,9kg/m²) e obesidade grau III (IMC ≥ 40kg/m²) (WHO, 2000). Trata-se de uma doença relacionada a
interações complexas entre influências genéticas, socioeconômicas, culturais, acesso à saúde, saúde mental,
equidade, consumo de alimentos ultraprocessados, economia e determinantes ambientais, sendo, assim,
considerada uma doença de causas multifatoriais.

Mudanças nos padrões de consumo alimentar, desenvolvimento urbano, ritmo de trabalho, sedentarismo e
estilo de vida estão diretamente relacionados ao aumento da prevalência de obesidade (Rosa; Hermsdorff,
2021). Embora a obesidade possa ser determinada por muitos fatores, a causa mais frequente é o
desequilíbrio entre o consumo de calorias de alimentos e bebidas e o gasto energético, em que há um
superávit calórico, e a energia consumida em demasia é armazenada na forma de gordura.

O excesso de gordura é caracterizado pelo acúmulo anormal de lipídios no tecido adiposo, podendo contribuir
para o desenvolvimento de outras doenças, como diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares, doença
hepática gordurosa não alcoólica e alguns tipos de câncer (Spiegelman; Flier, 1996). De acordo com o Atlas
Mundial da Obesidade (2022), a estimativa é de que, até 2030, a obesidade (IMC>30kg/m²) esteja presente em
1 a cada 5 mulheres e em 1 a cada 7 homens, de modo que cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo estarão
obesas.

Agora, você entenderá os impactos causados pela obesidade, que interfere no corpo e na mente de diversas
formas, afetando os centros de saciedade, impactando o apetite e o metabolismo, bem como a gordura
corporal e o equilíbrio hormonal. Essas alterações podem não desaparecer mesmo com a perda de peso, além
disso, adipócitos e macrófagos do tecido adiposo associados a outras alterações metabólicas, como a disbiose
intestinal em indivíduos obesos, aumentados em decorrência da inflamação crônica de baixo grau, resultam
na secreção de citocinas e quimiocinas que atravessam a barreira hematoencefálica e podem estimular a
micróglia, que libera citocinas pró-inflamatórias, levando a lesões crônicas de baixo grau e à neuroinflamação,
tornando-se um fator importante para sinalização apoptótica e morte neuronal (Rosa; Hersdorff, 2021).

A obesidade associada ao comportamento alimentar vem sendo fortemente associada à resistência à insulina
e à hiperleptinemia crônica (Houseknecht, Baile, Matteri, 1998). O consumo excessivo de carboidratos
refinados, como farinhas brancas, açúcar e seus derivados, está diretamente associado ao estabelecimento da
resistência à insulina, de modo que o organismo, a longo prazo, apresenta uma redução da atividade de
captação da glicose do sangue para o interior das células pela insulina.

A hiperleptinemia crônica se dá a partir de níveis elevados de produção de leptina e, consequentemente, de


leptina circulante, sem redução da sua produção pelo tecido adiposo. Níveis cronicamente aumentados de
leptina circulante tornam os receptores de leptina hipotalâmicos dessensibilizados, comportamento similar ao
que acontece no caso da resistência à insulina. Quando, nessas condições, o hipotálamo se torna cada vez
menos responsivo à leptina, a sensação de fome persiste e a ingestão de alimentos não diminui, embora a
reserva energética na forma de tecido adiposo seja abundante (Stanley, Wynne, Mcgowan Bet, 2005).
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FATORES ASSOCIADOS À OBESIDADE E O COMPORTAMENTO DO TECIDO ADIPOSO

Entre os fatores genéticos associados à obesidade, podemos citar: os polimorfismos, que são alterações do
sequenciamento genético que podem acontecer a partir de uma deleção ou substituição de base única do
DNA ou a partir da presença de micro/minissatélites; e a programação metabólica, que acontece quando o
feto passa por restrição calórica e/ou de nutrientes durante a gestação, culminando em adaptações
metabólicas e estruturais de alguns órgãos, como fígado, coração, rim e pulmão, passando a exercer um
fenótipo poupador de energia (Rupérez; Gil; Aguilera, 2014; Gluckman; Hanson; Beedle, 2007).

Os fatores ambientais associados estão relacionados a um ambiente obesogênico, de modo que o ambiente
interfere nas escolhas alimentares, bem como no estilo de vida. Além disso, a exposição demasiada a
substâncias sintéticas como bisfenol A, a agrotóxicos, aditivos químicos e a toxinas advindas da poluição do ar,
pode ativar mecanismos de disrupção endócrina e influenciar no ganho de peso. Considerando fatores sociais
e culturais, o padrão alimentar interfere diretamente no ganho de peso, de modo que o aumento da
alimentação rápida, rica em produtos industrializados e calorias, leva ao aumento do peso (Rosa; Hermsdorff,
2021).

Os mecanismos que inibem o apetite e a ingestão alimentar podem estar alterados em indivíduos com
obesidade; entre esses mecanismos, podemos citar a leptina, que regula o apetite. Em condições de
obesidade, a regulação do apetite é afetada pela resistência à leptina, causada pelo comprometimento da
atividade do receptor de leptina no cérebro. A colecistocinina é produzida no duodeno e jejuno à medida que
o alimento passa pelo intestino delgado, especialmente quando o alimento apresenta elevado conteúdo de
proteínas e gorduras, o que pode aumentar a sua concentração. Já o peptídeo Y é secretado pelas células
intestinais após a ingestão alimentar e inibe o consumo alimentar, contudo, em indivíduos com obesidade, as
concentrações desse hormônio são reduzidas, o que torna esse mecanismo de controle da saciedade menos
eficiente. Por fim, a grelina é um hormônio secretado pelo estômago que induz a ingestão alimentar; em
indivíduos obesos, as suas concentrações aumentam mais rapidamente, levando ao aumento do consumo
alimentar (Rosa; Hermsdorff, 2021; Stanley, Wynne, Mcgowan Bet, 2005).

Agora, entenda como funciona o tecido adiposo e sua distribuição corporal: o tecido adiposo é formado por
adipócitos, principalmente os adipócitos brancos, que podem sofrer hiperplasia e hipertrofia, em
consequência do consumo energético exacerbado, como forma de armazenamento de energia. A hipertrofia
dos adipócitos é identificada pelo aumento do tamanho dos adipócitos e pela hiperplasia, devido ao aumento
do número de adipócitos no tecido. Mas também existem os adipócitos marrom e bege, em que o tecido
adiposo marrom possui esse nome devido à presença de ferro e mitocôndrias, tendo função termogênica, ao
contrário do tecido adiposo branco; já o tecido adiposo bege é intermediário. Alguns adipócitos brancos, por
algum estímulo, como o frio prolongado, alimentação e/ou exercício, passam a exercer atividade termogênica
(Kawai, Autieri; Scalia, 2021).

O padrão da distribuição da gordura corporal exerce um importante prognóstico de risco à saúde. A


distribuição ginoide, em que a gordura se concentra em maior parte nos quadris, nádegas e coxas, representa
um menor risco metabólico, enquanto na distribuição androide, a gordura se distribui preferencialmente no

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tronco, exercendo um maior risco de presença de distúrbios metabólicos (Rosa; Hermsdorff, 2021).

INFLAMAÇÃO NO TECIDO ADIPOSO E MANEJO NUTRICIONAL NA OBESIDADE

O tecido adiposo é um órgão endócrino responsável por produzir adipocinas, que exercem ação pró ou anti-
inflamatórias, e também pode atrair células do sistema imunológico. O excesso de gordura presente na
obesidade vem sendo associado a uma disfunção do tecido adiposo, comprometendo a adipogênese e
alterando a proliferação/diferenciação do tecido adiposo, levando ao aumento dos ácidos graxos livres na
circulação sanguínea, a um quadro de obesidade e ao desenvolvimento de distúrbios metabólicos. Essa
angiogênese prejudicada leva à hipóxia tecidual, que, associada aos distúrbios hormonais, leva ao estresse
oxidativo e ao aumento da resposta pró-inflamatória, culminando em inflamação crônica de baixo grau. Como
consequência, há contribuição direta para promover ou agravar doenças metabólicas, como o diabetes
mellitus, hipertensão arterial ou dislipidemias (Cao, 2014; Després et al., 1990).

No manejo da obesidade, a regulação do peso corporal pode ser feita a curto ou longo prazo. A curto prazo,
os mecanismos de controle estão preocupados com fatores que regulam a fome, o apetite e/ou a saciedade, e
o controle da saciedade se dá no estado pós-prandial, quando o excesso de energia dos alimentos está sendo
armazenado. Já o controle da fome está associado à pós-absorção, quando os depósitos de gordura estão
sendo mobilizados pelo organismo, e a regulação a longo prazo envolve mecanismos de feedback, em que o
tecido adiposo libera marcadores de sinalização (hormônios e/ou adipocitocinas) em casos em que a
composição corporal é alterada.

Diante disso, deve-se buscar retomar, por meio da alimentação, associada ou não à atividade física e/ou
administração de medicamentos, o estado fisiológico, os centros de fome, saciedade e apetite, bem como
controlar os gatilhos de fome e saciedade, e a intervenção nutricional no tratamento da obesidade deve ter
como foco o controle do peso, de modo que o indivíduo consiga atingir o melhor peso possível, considerando
o estado geral de saúde.

Em alguns casos de obesidade, alcançar o peso corporal e o percentual de gordura ideal nem sempre é
realista, por isso, deve ser considerado o grau de obesidade e a sua gravidade, além da idade e o estilo de vida
dos indivíduos. Vem sendo apontado que uma redução de 5 a 10% do peso corporal inicial já é capaz de
promover efeitos benéficos à saúde, melhorando a glicemia, a pressão arterial e as concentrações de
colesterol. Estimular a prática de exercícios associada à restrição calórica na obesidade é importante, pois
potencializa o processo de emagrecimento e a redução do percentual de gordura corporal, o que auxilia na
restauração do estado fisiológico de marcadores neuronais e endócrinos alterados pelo excesso de peso e
gordura corporal (Rosa; Hermsdorff, 2021).

Ainda, na prescrição dietética, inserir alimentos ricos em proteínas e fibra alimentar, com pouca gordura,
pode promover a saciedade, controlando a fome e reduzindo o tempo de esvaziamento gástrico. Alimentos
fontes de proteína podem minimizar a perda de massa muscular, e durante todo o processo de tratamento da
obesidade, o profissional deve ter escuta ativa para ouvir o paciente e suas demandas (ABESO, 2016).

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Então, caro estudante, nesta aula, aprendemos um pouco sobre a fisiopatologia da obesidade em diferentes
aspectos, bem como as subdivisões da obesidade; ainda, a partir disso, foram apresentadas, aqui, estratégias
para o manejo nutricional da obesidade.

VIDEO RESUMO

Olá, estudante.

Neste vídeo, serão abordadas as informações apresentadas nesta aula, para que quaisquer dúvidas sejam
esclarecidas. Ao assistir ao vídeo da aula, você aprofundará o seu conhecimento das causas, fisiopatologia e
manejo nutricional da obesidade.

 Saiba mais
Olá, estudante!

Conforme acompanhamos ao longo desta unidade, a obesidade é um desafio global para a saúde,
resulta do acúmulo excessivo de tecido adiposo, envolvendo complexas alterações fisiológicas. Vai além
de uma preocupação estética, pois desencadeia eventos hormonais e metabólicos impactantes. Para se
aprofundar neste assunto indico alguns artigos interessantes:

IN, X.; LI, H. Obesidade: epidemiologia, fisiopatologia e terapêutica. Fronteiras em endocrinologia, [


l.], v. 12, p. 1-9, set. 2021.

CROOKS, B.; STAMATAKI, N. S.; MCLAUGHLIN, J. T. Apetite, sistema enteroendócrino, doenças


gastrointestinais e obesidade. Anais da Sociedade de Nutrição, [ l.], v. 80, n. 1, p. 50-58, 2021.

ABESO — Associação Brasileira para o Estudo de Obesidade e Síndrome Metabólica. 2023.

Aula 2

ASPECTOS NUTRICIONAIS DA OBESIDADE


Olá, estudante! Nesta aula, você aprenderá como deve ser conduzida a anamnese durante a intervenção
com o paciente com obesidade, bem como todo o manejo nutricional, incluindo a solicitação de exames
bioquímicos, exame físico, avaliação antropométrica e de composição corporal nas diferentes fases da
vida: infância, adolescência e vida adulta.

INTRODUÇÃO
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Olá, estudante!

Nesta aula, você aprenderá como deve ser conduzida a anamnese durante a intervenção com o paciente com
obesidade, bem como todo o manejo nutricional, incluindo a solicitação de exames bioquímicos, exame físico,
avaliação antropométrica e de composição corporal nas diferentes fases da vida: infância, adolescência e vida
adulta. Ainda, durante esta aula, serão abordadas questões como o desenvolvimento de transtornos
alimentares como consequência da obesidade, sendo eles: compulsão alimentar, anorexia, bulimia e
ortorexia.

A condução de uma anamnese bem-feita é fundamental para observar se existe a presença de algum desses
transtornos alimentares durante a condição de obesidade, por isso, hoje, você aprenderá como devem ser
conduzidas todas as etapas do manejo nutricional em indivíduos com obesidade.

OBESIDADE E SEUS ASPECTOS NUTRICIONAIS

A composição corporal varia nas diferentes fases da vida; crianças na idade pré-escolar e escolar apresentam
uma composição corporal relativamente constante, de modo que a gordura corporal diminui gradualmente
durante os primeiros anos da infância, atingindo um mínimo entre 4 e 6 anos de idade. No entanto, essas
crianças, em um determinado momento, passam pelo rebote da adiposidade, um aumento no peso corporal
em preparação para o estirão de crescimento puberal, e isso tem sido associado ao índice de massa corporal
(IMC) adulto aumentado. Um IMC na "extremidade" dos gráficos (Ex., maior que o 97° percentis) requer uma
avaliação cuidadosa para descrever o grau de obesidade (Mahan; Raymond, 2018).

Em se tratando de adolescentes, hábitos alimentares que incluem consumo irregular de refeições, excesso de
lanches, refeições fora de casa e dietas são mais frequentes quando comparados a outras faixas etárias;
diante disso, a influência da mídia deve ser monitorada, a fim de se evitar o acometimento de distúrbios
alimentares, como a compulsão alimentar, anorexia e bulimia (Mairs; Nicholls, 2016).

Agora, você vai entender um pouco melhor como se dá o atendimento nutricional para indivíduos com
obesidade. Na anamnese, deve-se investigar, também, a história da doença atual, a história médica pregressa,
a presença de distúrbios alimentares, o histórico familiar de doenças, fatores socioeconômicos, culturais,
estilo de vida e psicossociais. A análise do consumo alimentar em pacientes com obesidade acontece a partir
de diferentes instrumentos para se avaliar o consumo alimentar quando comparada a indivíduos eutróficos.
Para determinar qual é o melhor método a ser aplicado, é necessário atentar-se a questões como
escolaridade e capacidade cognitiva do paciente, e os métodos de avaliação do consumo alimentar podem ser
divididos em retrospectivos ou prospectivo, em que os retrospectivos incluem recordatório de 24h (R24h),
questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA) e história alimentar, ao passo que o prospectivo
consiste no registro alimentar (Rosa; Hermsdorff, 2021).

Após a anamnese e análise do consumo alimentar, a avaliação da composição corporal é importantíssima,


pois o percentual de gordura corporal prediz o risco para desenvolvimento de outras morbidades. A maioria
dos métodos próprios para estimar a gordura é confiável, e o percentual de gordura ideal varia de acordo com

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sexo, idade, IMC e etnia. Por sua vez, os instrumentos utilizados para avaliar o excesso de gordura corporal
são: dobras cutâneas (adipômetro), bioimpedância elétrica (BIA) e densitometria por dupla emissão de raios X
(DEXA) (Kuriyan, 2018).

Levando em consideração o estado inflamatório provocado pela obesidade, é de suma importância que, após
a anamnese e a análise da composição corporal, sejam verificados os exames bioquímicos, para se identificar
o estado geral de saúde dos indivíduos, bem como tratar ou prevenir o acometimento por outras patologias
associadas à obesidade, então, só assim, seguir para o tratamento nutricional do paciente com obesidade
(Abeso, 2016).

A obesidade, além de ser uma doença inflamatória de baixo grau e fator de risco para doenças metabólicas,
pode desencadear uma série de transtornos alimentares, entre eles: a compulsão alimentar, a ortorexia, a
anorexia e a bulimia, que surgem como uma resposta complexa à pressão social, padrões de beleza
inatingíveis e à busca constante por um corpo idealizado. Vale destacar que os adolescentes fazem parte de
uma faixa etária mais suscetível ao acometimento por esses transtornos (Melchior; Fuchs; Scantamburlo,
2021; Stabouli et al., 2021).

MANEJO NUTRICIONAL EM PACIENTES OBESOS

Na anamnese, deve-se perguntar ao paciente se este apresenta algum sintoma clínicopatológico, como outras
morbidades associadas ao excesso de peso, nível de atividade física, horas de sono, funcionamento intestinal,
entre outros. A história médica pregressa também deve ser aplicada para se entender desde quando o
paciente é obeso, se na infância já apresentava alterações de peso e se durante a adolescência teve algum
transtorno alimentar, como compulsão alimentar, bulimia ou anorexia. Quanto ao histórico familiar, deve-se
questionar o ambiente e as condições genéticas que podem estar associadas ao desenvolvimento da
obesidade, bem como outros fatores, como tabagismo, etilismo, uso de medicamentos e drogas (Rosa;
Hermsdorff, 2021).

Agora, você vai compreender os métodos de análise da composição corporal. O método Bioimpedância
Eétrica (BIA), recomendado para pacientes obesos, é o modelo tricompartimental que avalia, separadamente,
os compartimentos e a gordura. Mulheres no período menstrual, portadores de marcapasso e gestantes não
podem fazer a BIA; além disso, o uso dela na obesidade deve ser muito criterioso, levando-se em
consideração as suas limitações e custo (Kuriyan et al., 2018; VACHÉ et al., 1998; Chumlea; Baumgartner,
1990).

Já o método de pregas cutâneas não é indicado para indivíduos com obesidade, uma vez que o diâmetro das
dobras adiposas pode exceder a amplitude máxima do adipômetro (Rosa; Hermsdorff, 2021); já para avaliar o
excesso de gordura corporal em crianças, ainda não existem pontos de corte específicos para essa faixa
etária, portanto, utiliza-se os padrões propostos por Slaughter & Lohman, 1988. A densitometria por dupla
emissão de raio X (DEXA) é uma técnica não invasiva, considerada segura e que separa a composição em três
componentes: massa de gordura, massa livre de gordura e massa óssea (Kuriyan, 2018; Wong et al., 2002),
contudo, o custo elevado e a exposição à radiação são fatores limitantes da utilização da técnica.

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Para avaliação do consumo alimentar, temos métodos retrospectivos: recordatório de 24h, que define e
quantifica todos os alimentos e bebidas ingeridos no período anterior à entrevista, que podem ser as 24h
precedentes ou o dia anterior; e o Questionário de Frequência e Consumo Alimentar (QFCA), composto de
uma lista de alimentos e uma seção com a frequência de consumo (Ortega; Pérez-Rodrigo; López-Sobaler,
2015; Rosa; Hermsdorff, 2021). Contudo, o QFCA raramente possui precisão quando é necessário estabelecer
valores de adequação de ingestão.

Já a história alimentar consiste em uma extensa entrevista com o propósito de gerar informações sobre os
hábitos alimentares atuais e passados (Tapsell; Brenninger; Barnard, 2000). Como método prospectivo, o
registro alimentar recolhe informações sobre a ingestão atual do indivíduo, de modo que, em formulários
específicos, o paciente preenche alimentos e bebidas consumidos ao longo de um ou mais dias. Sua aplicação
deve acontecer em dias alternados e abrangendo um dia de fim de semana (Thompson; Byers, 2000).

A obesidade, além de ser uma doença inflamatória de baixo grau e fator de risco para doenças metabólicas,
pode desencadear uma série de transtornos alimentares. Entre os transtornos estão a compulsão alimentar, a
ortorexia, a anorexia e a bulimia, e surgem como uma resposta complexa à pressão social, padrões de beleza
inatingíveis e a busca constante por um corpo idealizado. Vale destacar que os adolescentes fazem parte de
uma faixa etária mais suscetível ao acometimento por esses transtornos (ROSA & HERMSDORFF, 2021).

DIETÉTICA E OBESIDADE

A partir da anamnese, dos métodos de análise da composição corporal e da ingestão alimentar, o nutricionista
deve executar um planejamento nutricional adequado para o paciente com obesidade. Além dessas
ferramentas, os exames bioquímicos auxiliam no manejo de comorbidades associadas, e os principais exames
laboratoriais que devem ser solicitados são aqueles relacionados a alterações metabólicas ou má nutrição,
tais como: lipidograma glicemia de jejum, ácido úrico, PC-R ultrassensível e hemograma completo.

No atendimento nutricional, é importante avaliar a presença de sintomas clássicos de diabetes: poliúria,


polidipsia, polifagia e perda involuntária de peso; em associação, os testes laboratoriais para o diagnóstico de
diabetes e de regulação glicêmica alterada são: glicemia de jejum, teste oral de tolerância à glicose (TTG-75g) e
glicemia casual. O exame de urina é importante para avaliar o funcionamento do sistema renal e urinário;
uma vez que indivíduos obesos podem ter outras doenças associadas, como hipertensão arterial sistêmica
(HAS) e diabetes mellitus tipo 2 (DM2), patologias que levam a uma sobrecarga renal, é indispensável que o
exame seja realizado frequentemente (Rosa; Hermsdorff, 2021).

Além dos exames bioquímicos, a aplicação de questionários adequados e uma anamnese bem executada
conseguem auxiliar no diagnóstico e manejo de transtornos alimentares. A compulsão alimentar envolve a
recorrência de episódios de ingestão excessiva de alimentos seguida da sensação de falta de controle
alimentar. A sua relação com a obesidade acontece de forma complexa, de modo que os indivíduos podem
utilizar a comida como uma ferramenta de fuga para lidar com emoções, mas também pode acometer
indivíduos que têm uma relação conturbada com a comida. A bulimia e a compulsão alimentar são
transtornos alimentares que caminham juntos, de forma que a compulsão alimentar seguida da sensação de
culpa pode levar à execução de métodos de purga, que caracterizam a bulimia. Já a ortorexia diz respeito a um

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transtorno alimentar em que o indivíduo apresenta um quadro de obsessão pela alimentação saudável e, por
isso, restringe muito a sua alimentação, podendo excluir grupos inteiros de alimentos (STABOULI et al., 2021;
Melchior; Fuchs; Scantamburlo, 2021).

A relação entre obesidade e ortorexia se dá quando a preocupação excessiva com o ganho de peso serve de
gatilho para escolhas alimentares restritivas, e a obesidade pode desencadear esse tipo de transtorno em
resposta à busca por um corpo magro. Por fim, A anorexia é um transtorno caracterizado pela restrição
alimentar extrema associada ou não a distúrbios de imagem. Um indivíduo que luta contra a obesidade pode
cair em um espiral de transtornos alimentares na tentativa de controlar o peso corporal, e para enfrentar essa
interconexão complexa, é essencial adotar uma abordagem holística.

O foco da abordagem nutricional deve ser promover a saúde física e mental como um todo, propiciando um
ambiente no qual todos possam adotar hábitos alimentares saudáveis, aceitar seus corpos e buscar ajuda
quando necessário, quebrando o ciclo destrutivo que envolve a obesidade e os transtornos alimentares
associados (Stabouli et al., 2021; Melchior; Fuchs; Scantamburlo, 2021).

Por fim, você, então, pôde compreender como deve ser conduzida uma anamnese durante a intervenção com
o paciente com obesidade, bem como o manejo nutricional, incluindo aplicação de métodos de análise de
consumo alimentar, identificação de transtornos alimentares, solicitação de exames bioquímicos, exame
físico, avaliação antropométrica e composição corporal nas diferentes fases da vida: infância, adolescência e
vida adulta.

VÍDEO RESUMO

Olá, estudante!

Neste vídeo, serão abordados, de forma mais profunda, os tópicos aprendidos nesta aula, como as etapas de
anamnese do paciente, métodos de análise do consumo alimentar, exames bioquímicos, exame físico, análise
da composição corporal e outras etapas do atendimento nutricional. Ao assistir ao vídeo da aula, você
aprofundará seu conhecimento a respeito dos aspectos nutricionais na obesidade. Vamos lá?

 Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto da aula, acesse os conteúdos disponíveis nos links abaixo:

Anthropometric measurements of general and central obesity and the prediction of cardiovascular
disease risk in women: a cross-sectional study.

Eating disorders and obesity: the challenge for our times.

A gênese da obesidade e a nutrição de precisão.

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Aula 3

TRATAMENTO PARA OBESIDADE


Olá, estudante! Nesta aula, você aprenderá quais são os componentes do gasto energético em condições
de obesidade para crianças, adolescentes e adultos; a partir do conhecimento sobre quais são os
componentes do gasto energético nas diferentes fases da vida, você aprenderá o manejo nutricional
adequado para cada uma das faixas etárias e os principais parâmetros que devem ser levados em
consideração.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta aula, você aprenderá quais são os componentes do gasto energético em condições de obesidade para
crianças, adolescentes e adultos; a partir do conhecimento sobre quais são os componentes do gasto
energético nas diferentes fases da vida, você aprenderá o manejo nutricional adequado para cada uma das
faixas etárias e os principais parâmetros que devem ser levados em consideração.

Por fim, você conhecerá alguns fatores associados à obesidade, de modo a conhecer como a composição da
microbiota intestinal e a qualidade do sono podem interferir no ganho de peso excessivo e na composição
corporal de indivíduos. Vamos lá?

COMPONENTES DO GASTO ENERGÉTICO EM CONDIÇÕES DE OBESIDADE NAS DIFERENTES FASES

DA VIDA

Os componentes do gasto energético de crianças, adolescentes e adultos obesos é composto de taxa


Metabólica Basal (TMB), termogênese Induzida pela Dieta (TID), nível de atividade física, termogênese induzida
pelo exercício, composição corporal e fatores genéticos, e os fatores que contribuem para a ingestão
energética em excesso para a população pediátrica incluem fácil acesso a estabelecimentos de refeição e
alimentos, refeições associadas à atividade de lazer, o grande tamanho das porções, a atividade física
diminuída e o tempo de tela (French et al., 2001).

Em indivíduos obesos, o desequilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto energético é o principal fator
contribuinte para ganho de peso, portanto, a abordagem para tratar a obesidade, geralmente, envolve reduzir
a ingestão calórica, aumentar a atividade física e, em alguns casos, abordar fatores metabólicos e genéticos
específicos que podem contribuir para o ganho de peso (Mahan et al., 2018).

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Inicialmente, a necessidade energética é baseada no crescimento e no gasto energético para a manutenção


do corpo. O gasto energético da atividade como parte do gasto energético total aumenta de 20% no primeiro
ano de vida para 35% até os 18 anos, e esse aumento se reflete no aumento do nível de atividade física. Em
adultos, o maior componente do gasto energético total de um indivíduo é dedicado à manutenção das
medidas corporais em condições de repouso. A termogênese induzida pela dieta representa,
aproximadamente, 10% do total energético ingerido em uma dieta com 10-15% de energia proveniente de
proteínas, 30-35% de energia proveniente de gorduras e o restante proveniente de carboidratos. Desse modo,
a termogênese induzida pela dieta é o componente mais variável do índice de Eficiência Energética (EER) e
depende do estilo de vida (Costa; Peluzio, 2021).

Quando o indivíduo é moderadamente ativo, o gasto energético induzido pela atividade física corresponde
entre 30 e 40% do EER. Pessoas com mais massa magra tendem a queimar mais calorias, mesmo em repouso,
do que aquelas com uma maior proporção de massa gorda. Por isso, a taxa metabólica basal de homens
tende a ser maior do que a de mulheres na vida adulta (Costa; Peluzio, 2021).

Ainda, podemos citar entre os fatores que interferem no gasto energético a composição da microbiota
intestinal e a qualidade do sono. A microbiota do indivíduo obeso apresenta uma composição diferente e uma
menor diversidade bacteriana, bem como pode produzir compostos inibidores da lipoproteína lipase
circulante, produzida pela gordura marrom e branca, fígado e intestino, que regula o armazenamento de
gordura, favorecendo o acúmulo de gordura corporal (Bakker et al., 2015). Já a privação do sono pode
interferir diretamente nos componentes do gasto energético, aumentando o tempo de consumo alimentar e
interferindo na produção hormonal de fatores associados à saciedade (Suliga et al., 2017).

O plano alimentar no manejo da obesidade de crianças e adolescentes não deve ser muito restritivo, a fim de
aumentar a adesão do paciente ao plano, prevenir tanto a perda de massa muscular quanto o retardo no
crescimento e auxiliar na prevenção de transtornos alimentares. O tratamento nutricional deve oferecer uma
dieta balanceada, com distribuição adequada de micro e macronutrientes, de acordo com as necessidades do
indivíduo, e inserir uma orientação alimentar adequada, que explique os objetivos do manejo nutricional e
permita a escolha de alimentos de ingestão habitual (Ruiz et al., 2019).

NECESSIDADES E MANEJO NUTRICIONAL DA OBESIDADE NAS DIFERENTES FASES DA VIDA

Em todas as faixas etárias, as proteínas são necessárias para reparação tecidual, deposição de massa corporal
magra e crescimento. As necessidades proteicas durante o crescimento da infância são maiores por
quilograma do que aquelas para os adultos ou adolescentes (Mahan; Raymond, 2018). Durante a
adolescência, as necessidades de proteínas variam com o grau de maturação física; as recomendações
do sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRI) para ingestão de proteínas são estimadas para
permitir um crescimento puberal adequado e balanço nitrogenado positivo (IOM, 2006).

As necessidades de carboidratos para adolescentes são estimadas em 130 g/dia (IOM, 2006); já a
recomendação de fibra alimentar sugere uma ingestão de 14g/1.000 calorias (IOM, 2006), e o mesmo cálculo
sugestivo se segue para a recomendação nutricional de fibras para adultos. Recomenda-se que a ingestão de

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gorduras não exceda 30-35% da ingestão calórica, com não mais de 10% das calorias provenientes de
gorduras saturadas, e o mesmo segue para adultos. No adolescente ainda em crescimento, a ingestão
insuficiente de proteínas resulta em retardo ou diminuição da estatura ou do peso (Marriot et al., 2006).

Crianças menores devem perder menos peso, para que o desenvolvimento não seja comprometido, para isso,
o ideal é que tenham pequenos ganhos de peso ou que mantenham uma linearidade (Catalano; Shankar,
2017). A supervisão da saúde é recomendada pelas diretrizes médicas, identificando pacientes em risco por
meio de peso ao nascer, história familiar, fatores socioeconômicos, comportamentais, culturais e étnicos. O
Índice de Massa Corporal (IMC) deve ser calculado e registrado periodicamente, e as alterações devem ser
utilizadas para identificar taxa excessiva de ganho de peso relativo ao crescimento linear (Lopes et al., 2021).

Ainda, no manejo nutricional da obesidade em crianças e adolescentes, é importante identificar quais os


alimentos consumidos rotineiramente por esses pacientes, quais os métodos de cocção aplicados e quem os
prepara, bem como a disponibilidade desses alimentos. Para promover redução de peso, deve-se reduzir o
consumo alimentar e adotar uma dieta hipocalórica; em relação à dieta, é fundamental que ela determine a
manutenção do peso ou sua perda controlada, quantidades adequadas para idade e sexo, crescimento e
desenvolvimento normais, manutenção da massa muscular, hiporexia, se há traços de distúrbios psicológicos
envolvidos e manutenção dos hábitos alimentares (Peters et al., 2018), por isso, o manejo nutricional requer a
participação dos responsáveis junto ao paciente.

Para adultos, o manejo nutricional da obesidade deve acontecer com uma restrição calórica de 500 a 1.000
kcal/dia, prevendo uma perda de peso de 2 a 4 kg/mês. Assim como para a faixa etária pediátrica, a dieta deve
ser levemente hiperproteica, a fim de se preservar, o máximo possível, a massa muscular do indivíduo. Além
disso, o estímulo à atividade física deve acontecer para potencializar o estado da perda de peso e gordura
corporal (Rosa; Hermsdorff, 2021).

De mesmo modo, a adoção de dietas restritivas parece reduzir a abundância microbiana e promover
alterações prejudiciais a longo prazo, contudo, a alimentação com prebióticos, alimentos ricos em fibras,
como cereais integrais, frutas e verduras, pode restaurar um microbioma intestinal saudável e auxiliar na
redução da gordura corporal (Seganfredo et al., 2017). Aliás, estimular o sono adequado também pode auxiliar
na manutenção do peso corporal, uma vez que a curta duração do sono pode ativar a produção de grelina,
mecanismo responsável pelo aumento do risco de excesso de peso/obesidade (Patel et al., 2009).

MICROBIOTA INTESTINAL E QUALIDADE DO SONO: FATORES ASSOCIADOS À OBESIDADE

Cada indivíduo possui uma microbiota intestinal própria, que pode ser modificada por diversos fatores, como
localização geográfica, uso de medicamentos, distúrbios gastrointestinais, estresse e hábitos de vida. Uma
dieta obesogênica com altos índices de carboidratos refinados, açúcar simples e gorduras saturadas também
pode afetar drasticamente a dinâmica da microbiota intestinal, causando alterações no padrão de colonização
bacteriano, alterando a capacidade de armazenamento de energia da dieta (Abenavoli et al., 2019). Frente a
isso, compreender a relação entre a microbiota intestinal e a obesidade é de suma importância.

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As bactérias intestinais transformam mucinas e fibras dietéticas em açúcares simples, prontos para absorção,
estimulando a proliferação epitelial e favorecendo a absorção e o metabolismo de nutrientes (Abenavoli et al.,
2019). Essas características são os principais agentes na conformação da barreira de defesa intestinal
constituída pelo sistema imunológico sistêmico e mucoso; além disso, dietas ricas em gorduras culminam em
alterações na homeostase da mucosa, induzindo o desgaste das camadas protetoras, aumentando, portanto,
a permeabilidade intestinal e os níveis de citocinas pró-inflamatórias, exacerbando a inflamação sistêmica
(Kim; Park, 2012; Murakami et al., 2016; Zhuang et al., 2012).

Essas alterações culminam em um estado de disbiose intestinal, que é definida como condição de
desequilíbrios microbianos e tem como características fundamentais uma redução da diversidade microbiana
e o crescimento de proteobactérias (Power et al., 2014; Weiss; Hennet, 2017). A privação de fibra induz a
proximidade de bactérias intestinais ao epitélio pelo afinamento das camadas de muco, predispondo a
infecções patogênicas (Le Chatelier et al., 2013).

Desse modo, o manejo nutricional da obesidade nas diferentes fases da vida deve ofertar adequado conteúdo
de fibra alimentar, o que inclui a recomendação de prebióticos, para estimular a melhora à diversidade
microbiana (Siracusa et al., 2019) e, com isso, estimular a perda de peso adequada. Frutas, vegetais, cereais e
outras plantas são fontes de carboidratos que constituem alimentos com potenciais prebióticos, como
tomate, alcachofras, bananas, aspargos, batata yacon, frutas, alho, cebola, chicória, vegetais verdes, legumes,
também como aveia, linhaça, cevada e trigo integral (Crittenden et al., 2008).

Algumas evidências indicam que a restrição na duração do sono implica alterações nos níveis hormônios
relacionados ao controle do apetite, como a leptina e a grelina, levando ao aumento da ingestão de alimentos
através do aumento do apetite (BRONDEL et al., 2010; TAHERI et al., 2004). Isso vem sendo apontado em razão
de que o número maior de horas acordadas permite mais oportunidades para de ingestão alimentar
(KNUTSON, 2012). Além disso, a curta duração do sono se associa à fadiga e, uma das consequências é a
redução significativa da atividade física, o que favorece o risco de desenvolvimento de excesso de peso ou
obesidade (PATEL et al., 2006). Já considerando a longa duração do sono, o elevado tempo gasto durante o
sono, de gasto de energia reduzido relacionado ao maior tempo despendido na cama reduz o gasto calórico e,
com isso, é uma explicação assumida para o favorecimento do ganho de peso (FERNANDES et al., 2023).

Nesta aula, você pôde entender os principais componentes do gasto energético na obesidade e as
necessidades nutricionais, que variam de acordo com as fases da vida. Também pôde compreender como a
microbiota intestinal e a qualidade do sono interferem diretamente no ganho de peso e acúmulo de gordura;
agora, é só colocar em prática!

VIDEO RESUMO

Olá, estudante, neste vídeo, serão abordadas as informações apresentadas nesta aula, para que quaisquer
dúvidas sejam esclarecidas. Ao assistir ao vídeo da aula, você aprofundará o conhecimento a respeito dos
componentes do gasto energético, o manejo nutricional e fatores associados à obesidade nas diferentes fases
da vida, como a composição da microbiota intestinal e a qualidade do sono.

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 Saiba mais
Olá, estudante!

Para saber mais sobre o assunto da aula, acesse os conteúdos disponíveis nos links abaixo:

Exercise, energy balance and body composition.

A Review of Current Guidelines for the Treatment of Obesity.

Changes in Energy Expenditure with Weight Gain and Weight Loss in Humans.

Aula 4

CIRURGIA BARIÁTRICA
Olá, estudante! Aqui, serão abordados os assuntos relacionados à cirurgia bariátrica, um dos tipos de
tratamento para a obesidade.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Aqui, serão abordados os assuntos relacionados à cirurgia bariátrica, um dos tipos de tratamento para a
obesidade. Nesta aula, serão apresentados os tipos de cirurgia bariátrica utilizados no Brasil e no mundo, bem
como suas vantagens e desvantagens. Ainda, serão abordados conteúdos acerca das etapas de avaliação
nutricional (avaliação antropométrica e bioquímica) e o manejo nutricional no pré e pós-operatório da cirurgia
bariátrica; por fim, serão abordados tópicos sobre a evolução dietética nas primeiras semanas de pós-
operatório e as recomendações nutricionais gerais para o paciente bariátrico ao longo da vida.

Vamos lá?

CIRURGIA BARIÁTRICA: TIPOS DE CIRURGIA E MANEJO NUTRICIONAL NO PRÉ E PÓS OPERATÓRIO

DA CIRURGIA BARIÁTRICA

A cirurgia bariátrica e metabólica objetiva o tratamento da obesidade e doenças associadas ao excesso de


gordura corporal. A indicação da cirurgia deve ser e baseada em decisão da equipe multiprofissional, seguindo
os critérios relacionados ao índice de massa corporal, à idade e ao tempo da doença (Rosa; Hermsdorff, 2021).

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Os procedimentos cirúrgicos feitos no Brasil atualmente são divididos em restritivos, disabsortivos e mistos.
No procedimento restritivo, o compartimento gástrico é reduzido, impedindo o consumo de grande
quantidade de alimentos, sendo representado pelas técnicas: banda gástrica ajustável e gastrectomia vertical
(sleeve); no procedimento disabsortivo, a redução ocorre na absorção intestinal e é representada pela técnica
de derivação biliopancreática com switch duodenal. As técnicas mistas envolvem ambos os aspectos,
alterando o processo absortivo, e a técnica mais aplicada atualmente no Brasil e no mundo é a derivação
(bypass) gástica em Y de ROUX (Abeso, 2016).

O acompanhamento nutricional deve estar inserido na abordagem multidisciplinar desde a etapa em que o
paciente é um candidato à cirurgia bariátrica, iniciando no período pré-operatório e continuando no pós-
operatório. No manejo nutricional da cirurgia bariátrica, durante o pré-operatório, o nutricionista deve avaliar
a história evolutiva do peso, identificar fatores que contribuíram para o ganho ponderal, estratégias que já
foram utilizadas para a perda de peso e a história familiar de obesidade, bem como levar em consideração
fatores que afetam o controle do peso, tais como trabalho, informação social e cultural, além de padrões
alimentares, consumo de álcool e eventual uso de suplementos nutricionais e vitamínicos. As limitações para
realização de atividade física, a motivação e a prontidão para fazer mudanças no estilo de vida em longo prazo
também devem ser investigadas nessa fase (Rosa; Hermsdorff, 2021).

Adicionalmente, a avaliação antropométrica e de composição corporal deve ser realizada de acordo com as
diretrizes para o tratamento da obesidade apresentado nas aulas anteriores, bem como devem ser aferidos o
peso, a altura, as circunferências (cintura, quadril, coxas, abdômen) e a composição corporal, que deve ser,
preferencialmente, feita por bioimpedância elétrica ou ultrassonografia de abdômen, uma vez que o índice de
massa corporal (IMC) do candidato à cirurgia bariátrica deve ser superior a 35kg/m². A análise bioquímica
também é necessária para se identificar complicações metabólicas secundárias à obesidade e possíveis
deficiências nutricionais existentes que tendam a se agravar após a cirurgia (Sociedade Brasileira se Cirurgia
Bariátrica e Metabólica, 2016).

No pós-operatório, o acompanhamento nutricional é necessário para o gerenciamento do novo padrão


alimentar do paciente. Na alta hospitalar, o nutricionista deve orientar o paciente na dieta pós-operatória, que
tem evolução progressiva de consistência até a transição definitiva para a alimentação normal. Nos primeiros
dias após a cirurgia, o paciente deve ingerir dieta líquida, em pequenas dosagens, ao longo do dia, conforme a
tolerância, e, ao fim da primeira semana pós-operatória, deve ser iniciada a suplementação
vitamínica/mineral. Entre a segunda e a terceira semana, a dieta passa de completa líquida para pastosa, já a
partir da quarta semana, a dieta deve evoluir em relação à consistência. A partir da sexta semana, deve ser
ofertada dieta sólida balanceada de acordo com as necessidades nutricionais do indivíduo (Kulick; Hark; Deen,
2010).

BENEFÍCIOS DA CIRURGIA E ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL DO PACIENTE BARIÁTRICO

A derivação (by-pass) gástrica em Y de Roux promove a perda de 60 a 80% do excesso de peso em longo prazo
e pode levar a condições que aumentam o gasto energético, além de produzir alterações favoráveis nos
hormônios que reduzem o apetite e aumentam a saciedade. Contudo, ela pode levar à deficiência de
vitaminas e minerais, particularmente, vitamina B12, vitamina D, cálcio, ácido fólico e ferro; requerendo
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recomendações dietéticas, suplementos vitamínicos e minerais ao longo da vida. A Gastrectomia vertical


(sleeve) reduz a capacidade gástrica e induz rápida perda de peso, semelhante à cirurgia de Y em Roux,
promovendo perda de mais 50% do excesso de peso entre 3 e 5 anos após a cirurgia (Sociedade Brasileira de
Cirurgia Bariátrica e Metabólica, 2016; American Society for Metabolic and Bariatric Surgery, 2013).

A Banda gástrica ajustável reduz a capacidade gástrica e induz a perda de 40 a 50% do excesso de peso, não
envolve corte do estômago ou derivação intestinal, é reversível e ajustável, com menor risco de deficiências
vitamínicas/de minerais e tem menor taxa de complicações pós-operatórias precoces e mortalidade, contudo,
requer rigorosa adesão à dieta pós-operatória. A Já a derivação biliopancreática com switch duodenal
apresenta maior perda do excesso de peso corporal, permite aos pacientes, eventualmente, refeições
próximas do “normal”, reduz a absorção de gordura em 70%, melhora a atividade de hormônios do apetite e
saciedade e é mais eficaz contra o diabetes em comparação aos outros métodos (Sociedade Brasileira de
Cirurgia Bariátrica e Metabólica, 2016; American Society for Metabolic and Bariatric Surgery, 2013).

Na avaliação nutricional do paciente pré-bariátrico, a calorimetria direta pode ser utilizada, pois monitora a
quantidade de calor produzida pelo paciente dentro de uma estrutura (normalmente um cômodo) que
permite quantidades moderadas de atividade, identificando as necessidades calóricas do indivíduo, contudo,
devido à complexidade de aplicação do método, não é muito usual na prática clínica (WEBB, 1986). Quanto à
análise bioquímica, recomenda-se teste pré-operatório do ferro (ferro, capacidade total de ligação do ferro,
ferritina, transterrina), ácido fólico, vitamina B12, 25-hidro-xivitamina D e paratormônio, especialmente em
pacientes que serão submetidos a procedimento cirúrgico com componente disabsortivo, e caso sejam
detectadas alterações, as correções devem ser feitas antes do procedimento cirúrgico.

Ainda no pré-operatório, o nutricionista deve desenvolver objetivos alimentares pré-operatórios que servirão
de base para os novos padrões alimentares do pós-operatório e estabelecer o plano nutricional a ser seguido
até a data da cirurgia, para garantir perda de peso prévia à operação (Rosa; Hermsdorff, 2021). Por sua vez, o
acompanhamento nutricional no pós-operatório deve orientar a ingestão de líquidos claros no primeiro e
segundo dia após a cirurgia bariátrica; entre o 3º e o 7º dia, deve-se continuar a ingestão dos líquidos claros e
progredir na ingestão, consumindo entre 4 e 6 refeições ao dia, com volume máximo de 50 ml por refeição,
podendo adicionar proteínas isoladas nas preparações liquidas (20 g por porção) (Kulick et al., 2020; Rosa;
Hermsdorff, 2021).

Já na 2ª e 3ª semana pós-cirurgia, a dieta deve passar de liquida completa à pastosa, com alimentos de baixo
teor de gordura e ricos em proteínas e refeições com volume de 50 ml. A partir da 4ª semana, deve-se avançar
na consistência da dieta conforme tolerância (Moizé at al., 2010; Kulick et al., 2020; Rosa; Hermsdorff, 2021).

MANEJO NUTRICIONAL DO PACIENTE BARIÁTRICO: DO PRÉ AO PÓS-OPERATÓRIO

No pré-operatório, o nutricionista deve informar ao paciente todas as modificações e consequências do


procedimento, bem como estimular a conscientização das mudanças, de modo que o acompanhamento
nutricional nessa fase inclui: promover a perda de peso de 5 a 10% do excesso de peso corporal; iniciar a
reeducação alimentar a partir da análise antropométrica, bioquímica e de composição corporal; preparar o

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indivíduo para as modificações alimentares no pós-operatório; auxiliar na compreensão da nova capacidade e


função gástrica de acordo com o tipo de cirurgia e das restrições dietéticas do pós-cirúrgico; e verificar o
potencial de sucesso da cirurgia (Rosa; Hermsdorff, 2021).

A Derivação gástrica em Y de Roux e a Gastrectomia vertical restringem a quantidade de alimentos


consumidos e promovem uma rápida perda do excesso de peso corporal; a Banda gástrica ajustável reduz a
capacidade gástrica, contudo, tem um menor percentual de perda de excesso de peso; e a derivação
biliopancreática com switch duodenal apresenta maior perda do excesso de peso corporal entre as cirurgias.

No acompanhamento nutricional pós-operatório, nos dois primeiros dias após a cirurgia bariátrica, os líquidos
claros devem ser sem açúcar, sem cafeína e não carbonatadas, e a ingestão líquida deve chegar a 1.500
ml/dia. Já entre o 3º e o 7º dia após a cirurgia, a ingestão de líquidos deve ser > 1.500 ml/dia e devem ser
incluídos à dieta líquida sopas ralas batidas e coadas, leite desnatado, leite de soja, gelatina, sucos coados
pouco concentrados, fracionando entre 4 e 6 refeições. Nessa fase, pode-se adicionar proteínas isoladas nas
preparações liquidas (20 g por porção) (Kulick et al., 2020; Rosa; Hermsdorff, 2021).

Na 2ª e 3ª semana pós-cirurgia, por sua vez, a dieta pastosa inclui alimentos em forma de purê, iogurte,
vitaminas, sopas batidas, carnes magras, peixes, frango sem pele, queijo cottage, ovos, feijão, priorizando o
consumo de alimentos proteicos (60 g/dia), com ingestão de 1.800 a 2.000 ml de líquidos/dia. A partir da 4ª
semana, devem ser incluídos legumes bem cozidos, frutas macias e/ou descascadas, carnes cozidas desfiadas
ou moídas, queijos com pouca gordura), com aumento da ingestão proteica (60 a 80 g/dia); por fim, a partir da
6ª semana, a dieta deve incluir frutas, vegetais, cereis integrais e ingestão de 2.000 ml de líquidos/dia (Kulick et
al., 2020; Rosa; Hermsdorff, 2021).

O manejo nutricional no pós-operatório, de acordo com Moizé et al., (2010), preconiza evitar a ingestão de
alimentos ricos em gorduras saturadas, gorduras trans e colesterol, bem como de alimentos ricos em açúcar e
de bebidas alcoólicas, açucaradas e/ou gaseificadas. Cereais devem ter o consumo limitado a duas porções
diárias, e são eles: arroz e massas (90 g/porção) e/ou cereais matinais, pães e torradas (30 g/porção) e/ou
tubérculos, como batata, mandioca e batata-doce (85 g/porção). Frutas e legumes devem ser consumidos de 2
a 3 porções diárias por grupo, sendo as frutas com baixo índice glicêmico, uma porção de 140 g, e com médio
índice glicêmico, uma porção de 70 g, e todos os legumes em uma porção de 85 g.

Alimentos ricos em proteínas, por sua vez, devem ser ingeridos em maior quantidade (4 a 6 porções diárias).
Carnes magras devem ser consumidas em porções de 60-85 g; leites e derivados desnatados ou com menos
gorduras, de 50-140 g; leguminosas em porções de 80 g; e ovos até duas unidades/semana. Diariamente,
recomenda-se a suplementação de polivitamínico e mineral, ingestão de dois litros de líquido, evitar bebidas
com cafeína e praticar atividade física.

VIDEO RESUMO

Olá, estudante.

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Neste vídeo, serão abordadas as informações apresentadas nesta aula, para que quaisquer dúvidas sejam
esclarecidas. Ao assistir ao vídeo da aula, você compreenderá melhor a cirurgia bariátrica, quais são os tipos
de cirurgia e os principais cuidados necessários no manejo nutricional do paciente bariátrico no pré e pós-
operatório.

 Saiba mais
Olá, estudante!

Para saber mais sobre o assunto da aula, acesse os conteúdos disponíveis nos links abaixo:

Metabolic and Bariatric Surgery in Adolescents.

Nutritional deficiencies after bariatric surgery.

Nutrition, Physical Activity, and Prescription of Supplements in Pre- and Post-bariatric Surgery
Patients: a Practical Guideline.

Aula 5

REVISÃO DA UNIDADE

OBESIDADE: FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA E MANEJO NUTRICIONAL PARA CRIANÇAS,

ADOLESCENTES E ADULTOS

A obesidade vem crescendo acentuadamente nas últimas décadas, tornando-se uma epidemia global. Nos
países em desenvolvimento, a obesidade afeta principalmente adultos de meia-idade, ao passo que, nos
países desenvolvidos, acomete ambos os sexos e todas as idades. Por outro lado, a obesidade leva a uma
sobrecarga dos sistemas econômicos e de saúde em todos os países, associando-se a um aumento de 36%
dos custos anuais de cuidados com a saúde e de 77% com medicamentos. O Estudo Nacional de Alimentação
e Nutrição Infantil (Enani, 2019) revelou que 10% das crianças brasileiras com até 5 anos de idade se
encontram com sobrepeso e/ou obesidade, de modo que 7% se apresentaram com sobrepeso e 3% com
obesidade. Ainda, o estudo apontou que 18,6% das crianças nessa faixa etária apresentam risco de
desenvolver sobrepeso (Swinburn; Sacks; Hall, 2011; Rtveladze; Marsh; Barquera, 2014; Sturm, 2002).

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A fim de não comprometer o desenvolvimento e crescimento de crianças e adolescentes, o planejamento


alimentar deve, no mínimo, promover uma linearidade do peso (Catalano; Shankar, 2017), de modo que
determine a manutenção do peso ou sua perda controlada, com quantidades adequadas para idade e sexo,
crescimento e desenvolvimento normais, manutenção da massa muscular e de hábitos alimentares (Mahan;
Raymond, 2018).

Para a faixa etária pediátrica, a atividade física deve ser estimulada de uma forma diferente quando
comparada à de adultos. Atividades não competitivas, cooperativas e divertidas que desenvolvem habilidades
motoras e autoconfiança são mais envolventes para as crianças, e as adaptações de exercícios para crianças
com obesidade, incluindo atividades aquáticas e atividades sem peso são eficazes no manejo da obesidade
infanto-juvenil (Hampl et al., 2023).

Estudos demonstraram que a microbiota intestinal pode influenciar a adiposidade e o ganho de peso, de
modo que a microbiota intestinal e seus metabólitos desempenham um papel fundamental na mediação dos
efeitos da restrição energética da dieta, assim como o ganho de peso pode levar a alterações na composição
da microbiota intestinal (Cuevas-Sierra et al., 2019; Janczy et al., 2020). Além disso, a qualidade do sono
também pode interferir no ganho de peso ponderal, pois a restrição do sono leva ao aumento das
concentrações de hormônios reguladores da saciedade e do apetite, como a grelina. O sono exacerbado
também tem relação com o ganho de peso, em razão da redução dos níveis de atividade física, o que reduz o
gasto energético total (Fernandes et al., 2023).

Estratégias para o manejo nutricional na obesidade devem ser aplicadas de acordo com a faixa etária,
promovendo a restrição calórica quando possível, estimulando a prática de atividade física e monitorando a
termogênese induzida pela dieta. No tratamento nutricional, deve-se executar uma anamnese bem-feita;
investigar os hábitos alimentares, consumo alimentar e nível de atividade física, bem como realizar uma
avaliação antropométrica completa, que inclui circunferências, peso, altura, análise da composição corporal e
análise bioquímica.

Contudo, quando o manejo nutricional associado ao tratamento farmacológico não é suficiente, a cirurgia
bariátrica deve ser considerada obedecendo-se aos critérios cirúrgicos, avaliando-se riscos e o tipo adequado
de cirurgia para cada paciente. Ainda, o acompanhamento nutricional é fundamental em todo o pré e pós-
operatório, para orientar e auxiliar na perda de excesso de peso corporal e na oferta adequada de nutrientes
(Rosa; Hermsdorff, 2021).

REVISÃO DA UNIDADE

Nesta unidade, você compreenderá a etiologia e fisiopatologia da obesidade, bem como seus determinantes.
Você também aprendeu os métodos de avaliação da história dietética e de avaliação da ingestão alimentar,
análise bioquímica, exame físico, avaliação antropométrica e composição corporal, identificando a presença
de transtornos alimentares e fatores associados à obesidade, como composição da microbiota intestinal e
qualidade do sono, bem como estudou as estratégias e conduta nutricionais na cirurgia bariátrica — um dos
tratamentos para obesidade.

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ESTUDO DE CASO

Olá, estudante!

Sabemos que a obesidade é uma doença multifatorial, com causas genéticas, ambientais, de comportamento
alimentar e estilo de vida, sendo caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura e que está associada a uma
inflamação crônica de baixo grau, podendo provocar o desenvolvimento de doenças crônicas não
transmissíveis e outras alterações endocrinometabólicas. Diante disso, o manejo nutricional na obesidade se
faz necessário para promover o reestabelecimento do estado fisiológico dos indivíduos.

Neste estudo de caso, suponha que você recebeu em seu consultório uma paciente do sexo feminino, com 45
anos de idade, peso corporal de 95 kg, altura de 1,65 m e índice de massa corporal (Indice de massa corporal -
IMC) inicial: 34,9 kg/m² (classificado como obesidade grau I). A paciente procurou você com o objetivo de
perder peso e melhorar sua saúde geral; ela relatou que, nos últimos anos, teve um aumento significativo de
peso devido ao seu estilo de vida sedentário e escolhas alimentares inadequadas, com consumo excessivo de
refrigerantes, doces, salgadinhos e baixa ingestão de frutas, verduras e legumes, bem como mencionou uma
história de diabetes mellitus tipo 2 em sua família, o que a preocupa.

Os dados da avaliação antropométrica da primeira consulta da paciente são:

Peso Inicial: 95 kg.

Altura: 1,65 m.

Circunferência da cintura: 104 cm.

Circunferência do quadril: 118 cm.

Circunferência da cintura/quadril (CC/CQ): 0,88 (considerado moderadamente elevado).

IMC Inicial: 34,9 kg/m² (obesidade grau I).

% Gordura corporal (bioimpedância elétrica tricompartimental): 37,4% (acima do recomendado)

Com relação à avaliação Bioquímica, a paciente trouxe os seguintes exames realizados nos últimos 15 dias.

Hemoglobina A1c (HbA1c): 6,3% (indicando pré-diabetes) (Valor de referência: 4% a 6%).

Glicemia de jejum: 125 mg/dL (indicando pré-diabetes) (valor de referência: 70 mg/dL a 99 mg/dL).

Colesterol total: 250 mg/dL (acima do normal) (valor de referência: ideal: < 200mg/dL; superior: 200 a
240mg/dL; indesejável: > 240mg/dL).

Triglicerídeos: 190 mg/dL (acima do normal) (valor de referência: < 150 mg/dL).

HDL-Colesterol: 40 mg/dL (abaixo do normal) (valor de referência: ideal: > 50mg/dL; superior: 35 a 49
mg/dL; indesejável: < 35mg/dL).

LDL-Colesterol: 168 mg/dL (acima do normal) (valor de referência: ideal: < 100mg/dL; superior: 100 a 160
mg/dL; indesejável: > 160mg/dL).

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Pressão arterial: 140/90 mmHg (hipertensão arterial sistêmica) (valor de referência: < 130 mmHg de
pressão sistólica e < 85 mmHg de pressão diastólica).

Considerando as informações obtidas durante esta unidade e as obtidas nas análises antropométrica e
bioquímica da paciente no início do tratamento, quais intervenções nutricionais e mudanças no estilo de vida
você, como profissional da nutrição, recomendaria para ajudá-la a alcançar seus objetivos de perda de peso,
melhoria da saúde e redução do risco de diabetes e doenças cardiovasculares?

 Reflita
Olá, estudante!

Para resolver este estudo de caso, você deve se lembrar de que o manejo nutricional de pacientes com
obesidade envolve uma combinação de estratégias alimentares saudáveis, restrição calórica, estímulo à
atividade física e apoio profissional, bem como deve se atentar ao fato de que a restrição calórica é
fundamental para promover a perda de peso e a restauração do controle metabólico dessa paciente,
mas se trata de uma jornada a longo prazo que busca não somente promover a perda de peso, mas,
também, a melhoria da saúde global, o que inclui a melhora dos marcadores bioquímicos e a prevenção
de complicações e agravos relacionadas à obesidade.

Para o planejamento alimentar, devemos lembrar que a orientação para restringir alimentos com
elevada densidade energética deve ser considerada, bem como a redução do consumo de açúcares e
gorduras. Ainda, a adição de grupos adequados de alimentos que atendam às necessidades nutricionais
da paciente deve acontecer para a promoção da saúde. Nesse caso, você deve, também, atentar-se aos
fatores de predisposição a diabetes, como relatado pela paciente.

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Para melhorar o estado de saúde da paciente, as recomendações nutricionais devem estimular uma mudança
no estilo de vida. O primeiro passo é a prescrição de um plano alimentar balanceado, que preveja uma
restrição calórica de 550 a 1100 kcal/dia, visando a uma perda de peso corporal de 0,5 a 1,0 kg/semana,
totalizando de 2 a 4 kg por mês, atingindo um Índice de Massa Corporal (IMC) de eutrofia durante um
tratamento de 6 meses a 1 ano. Esse plano alimentar deve ter, principalmente alimentos ricos em fibras, como
frutas, vegetais e grãos integrais, dando preferência para alimentos de baixo índice glicêmico, e alimentos
fontes de proteínas, como as carnes magras (peixe, frango e carnes bovina e suína sem gordura) como
principal fonte proteica, a fim de preservar a massa muscular, mantendo o gasto energético basal e a
termogênese induzida pela dieta, além de promover a saciedade.

Ainda, a ingestão de carboidratos deve ser monitorada para se controlar os níveis de glicose no sangue e
reverter o quadro de pré-diabetes apresentado pela paciente; aliás, orientações nutricionais sobre a limitação
do consumo de farinhas brancas, açúcares e bebidas açucaradas devem ser feitas pelo nutricionista.

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A prática de atividade física, por sua vez, deve ser estimulada, a fim de se aumentar o gasto calórico, bem
como a associação do exercício aeróbico e resistido deve ser recomendada. Os exercícios aeróbicos
estimulados podem ser: caminhadas, corridas, natação ou escadas, pelo menos 30 minutos por dia, no
mínimo 5x/semana, totalizando, pelo menos, 150 minutos/semana. O exercício resistido será útil na
preservação e no aumento da massa magra, favorecendo o gasto energético e propiciando a perda de peso.
Além disso, é importante orientar que o paciente obeso deve manter o acompanhamento nutricional regular,
retornando ao consultório do nutricionista quinzenal ou mensalmente, para ajustar o plano conforme
necessário, atualizando o déficit calórico e monitorando seu progresso.

A inserção de fibras alimentares na dieta por meio do consumo de frutas, verduras e legumes associada à
redução do consumo de farinhas brancas, açúcares e bebidas açucaradas, bem como ao aporte proteico
adequado e à prática regular de atividade física, auxiliará na melhora dos marcadores bioquímicos,
promovendo, assim, um melhor estado de saúde da paciente e a manutenção de peso a longo prazo.

A perda de peso e gordura corporal somada à redução da gordura corporal, ocasionadas pela restrição
alimentar e pela prática de atividades físicas, podem auxiliar na redução das medidas antropométricas e,
consequentemente, na redução do índice cintura/quadril. Ainda, a adição de frutas, verduras e legumes à
dieta associada à prática regular de atividade física auxiliam na redução da pressão arterial sistêmica,
auxiliando no controle da hipertensão arterial apresentada pela paciente.

RESUMO VISUAL

Infográfico | Bases nutricionais para obesidade

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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BASES NUTRICIONAIS PARA DOENÇAS


CARDIOVASCULARES
 Aula 1 - Aspectos metabólicos para doenças cardiovasculares

 Aula 2 - Abordagem não farmacológica para doenças cardiovasculares

 Aula 3 - Aspectos nutricionais nas doenças cardiovasculares

 Aula 4 - Abordagem nutricional

 Aula 5 - Revisão da unidade

 Referências

Aula 1

ASPECTOS METABÓLICOS PARA DOENÇAS


CARDIOVASCULARES
Olá, estudante! Nesta unidade, você conhecerá as principais causas e os fatores de risco para as doenças
cardiovasculares, que, atualmente, são a principal causa de morte em todo o mundo e no Brasil.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta unidade, você conhecerá as principais causas e os fatores de risco para as doenças cardiovasculares,
que, atualmente, são a principal causa de morte em todo o mundo e no Brasil. Aproximadamente, 14 milhões
de pessoas apresentam uma doença cardiovascular, e, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC), 400 mil pessoas podem morrer anualmente em função dessas doenças, visto que algumas
enfermidades que acometem o coração são assintomáticas e, quando surgem sinais de alerta, o indivíduo já
pode estar com a saúde em risco. É possível evitar? Sim, mais de 80% das doenças cardiovasculares são
evitáveis, pois boa parte dos principais fatores de risco é modificável, como a pressão arterial elevada, que é
prevenível, quando já instalada, e controlável.

Vamos juntos aprender!

Ótimos estudos!

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ENTENDENDO A ETIOLOGIA E OS FATORES DE RISCO

Nas últimas décadas, observou-se uma mudança no perfil de morbimortalidade no mundo, caracterizada pelo
aumento dos óbitos ocasionados pelas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Entre elas, destacam-se
as doenças cardiovasculares, responsáveis por mais de 17 milhões de mortes anualmente, e, no Brasil, o
cenário também é preocupante. Desde 1° de janeiro de 2023, o cardiômetro, indicador da Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC), que monitora as mortes por doenças cardiovasculares no país, contabilizou
mais de 241 mil mortes, responsáveis por cerca de 30% dos óbitos (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2023;
Opas, 2023).

As doenças cardiovasculares, grupo de doenças que causam alterações patológicas que afetam o sistema
circulatório, desenvolvem-se ao longo do tempo e, muitas vezes, no início, são assintomáticas. De forma usual,
as cardiopatias ocorrem em indivíduos com mais de 50 anos, devido ao envelhecimento e consequente
adoecimento da população, e estão mais presentes em indivíduos do sexo masculino (Opas, 2023; Ministério
da Saúde, 2022). Os fatores genéticos também contribuem para esse cenário, mas são os hábitos pouco
saudáveis, caracterizados como fatores de risco comportamentais, como uso do tabaco, dietas inadequadas,
sedentarismo e uso nocivo do álcool que respondem pela maioria dos agravos e se manifestam nos indivíduos
por meio da pressão arterial elevada, glicemia elevada, dislipidemia, sobrepeso e obesidade, com impactos
cardiovasculares (Opas, 2023).

Além das cardiopatias, as doenças que acometem as artérias também são classificadas como doenças
cardiovasculares, denominadas arteriosclerose e aterosclerose, que apresentam manifestações, causas e
sintomas diferentes, apesar do nome semelhante. A arteriosclerose está relacionada ao estreitamento e
enrijecimento das paredes das arteríolas, que pode levar ao aumento da pressão arterial e alterações
estruturais no coração, manifestando-se, normalmente, em pessoas acima dos 45 anos, em consequência de
outras doenças, como a hipertensão arterial, diabetes e hipercolesterolemia, sendo três vezes mais frequente
nos homens do que em mulheres, devido à produção protetora do estrogênio relacionada ao ciclo menstrual.

Por sua vez, a aterosclerose é uma afecção das artérias de grande e médio calibre, caracterizada por lesões
com aspectos de placas de gordura (conhecidas como ateromas), cálcio ou outros elementos associados à
elevação de marcadores inflamatórios séricos, como a proteína C reativa, que dificulta a passagem do sangue
e prejudica a irrigação dos órgãos e o funcionamento celular. Trata-se de um processo multifatorial, seja por
fatores genéticos, seja por condições ambientais, como dislipidemia, que estão entre os mais importantes
fatores de risco para doença cardiovascular aterosclerótica e se caracteriza por níveis elevados de colesterol
total, dos triglicerídeos e LDL-c (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, 2023; Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 2023; Pozzan, 2021).

Outra importante manifestação é a insuficiência cardíaca (IC), síndrome clínica complexa, na qual o coração é
incapaz de bombear o sangue de forma suficiente para as demais partes do corpo e/ou acomodar o retorno
sanguíneo, seja por déficit de contração e/ou relaxamento, com significante comprometimento do
funcionamento do organismo. De acordo com a literatura, o perfil clínico da IC envolve indivíduos idosos
portadores de várias etiologias, como hipertensão arterial, diabetes, hipertrofia ventricular esquerda,

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valvopatias, obesidade e dislipidemia, sendo a isquêmica a mais comum. Considerando a realidade brasileira,
a persistência de condições negligenciadas, como a doença reumática e a doença de Chagas, continuam como
causas frequentes da IC (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2023; Manual de Insuficiência Cardíaca, 2019).

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COMPREENDENDO AS DISLIPIDEMIAS E A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Estudante, para compreender a fisiopatologia envolvida no processo de instalação das dislipidemias é


necessário compreender como acontece o transporte dos lipídeos. A gordura consumida pela alimentação e a
gordura endógena é transportada no nosso organismo pelas lipoproteínas, substâncias hidrofílicas contendo
proteínas de superfície (apolipoproteínas ou apoproteínas), que são cofatores e ligantes das enzimas que
processam os lipídeos, que, por serem hidrofóbicos e insolúveis no sangue, necessitam do transporte dentro
das lipoproteínas, que são classificadas de acordo com a sua densidade (Quadro 1) (Cuppari, 2019):

Quadro 1 | Classificação e função das Lipoproteínas

Densidade Principal Componente Função

Transporta os triglicerídeos da
alimentação (exógena) para os
Quilomícrons (Qm) Triglicerídeos tecidos.

Very-low density lipoprotein


Transporta os triglicerídeos do fígado
ou lipoproteína de muito
Triglicerídeos (endógena) para os tecidos.
baixa densidade (VLDL-c)

Intermediary density
lipoprotein (IDL-c) ou
lipoproteína de intensidade Colesterol e triglicerídeos Intermediária entre VLDL-c e LDL-c
intermediária

Low density lipoprotein ou


lipoproteína de baixa Transporta o colesterol do fígado para
densidade (LDL-c) os tecidos.
Colesterol

High density lipoprotein ou Transporta o colesterol dos tecidos


lipoproteína de alta Apolipoproteínas e fosfolipídeos. para o fígado (transporte reverso do
densidade (HDL-c) colesterol).

Fonte: adaptado de Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção de Aterosclerose (2019).

O transporte dos lipídeos no plasma acontece de três formas: na via exógena, as gorduras consumidas são
absorvidas no intestino e chegam ao plasma, pela ação dos quilomícrons, e, após a degradação da Lipase
Lipoproteica (LPL), que atua na hidrólise de triglicerídeos, chegam ao fígado ou aos tecidos periféricos. Já na
via endógena, a VLDL-c é secretada pelo fígado e, ao perder triglicerídeos pela ação da LPL, é transformada
em IDL-c e, posteriormente, em LDL-c, que transporta os lipídeos sintetizados no fígado, principalmente o
colesterol, para os tecidos periféricos. Por fim, na via de transporte reverso do colesterol, as HDL-c nascentes

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captam o colesterol não esterificado dos tecidos periféricos por ação da lecitina-colesterol aciltransferase
(LCAT), que atua na esterificação do colesterol livre, formando as HDL-c maduras; por meio das proteínas de
transferência do colesterol esterificado (Proteína de Transferência de Colesterol Esterificado - CETP), ocorre,
também, a transferência de ésteres de colesterol da HDL-c para outras lipoproteínas, como as VLDL-c, com
remoção do colesterol em excesso das células periféricas, direcionando-as para o fígado.

As vias exógena e endógena, o transporte reverso de colesterol são apresentados na Figura 1 (Cuppari, 2019).

Figura 1 | Vias de transporte de lipídeos no plasma. AGL: ácidos graxos livres; HPL: lipase hepática

Fonte: adaptada de Sociedade Brasileira de Cardiologia (2019).

O acúmulo de quilomícrons e/ou de VLDL-c no compartimento plasmático resulta em hipertrigliceridemia, já o


acúmulo de lipoproteínas ricas em colesterol, como a LDL-c, resulta em hipercolesterolemia. As altas
concentrações de LDL-c e as baixas concentrações de HDL-c são os principais fatores de risco de doença
cardíaca aterosclerótica, levando a doenças como a insuficiência cardíaca.

A síndrome de Insuficiência Cardíaca se desenvolve após a ocorrência da agressão inicial ao coração, que
resulta em hiperativação neuro-hormonal com consequente alterações no pré e pós-carga e contratilidade
miocárdica, e do desequilíbrio neuro-hormonal, que leva ao desenvolvimento de alguns sintomas (edema,
dispneia, cansaço, sonolência, tosse noturna, dor abdominal, náuseas) e a perpetuação da doença (Figura 2).

Figura 2 | Fisiopatologia da insuficiência cardíaca

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Fonte: Rocha e Martins (2019, p. 19).

A classificação funcional, de acordo com a NYHA (New York Heart Association), continua sendo a mais usada
para descrever a gravidade dos sintomas. Ela se baseia no grau de tolerância ao exercício e varia desde a
ausência de sintomas até a presença de sintomas em repouso (Quadro 2). Pacientes em classe funcional
NYHA III a IV apresentam condições clínicas progressivamente piores, maior frequência de internações
hospitalares e risco de morte.

Quadro 2 | Classificação funcional, segundo a New York Heart Association

Classe Definição Descrição Geral

I Ausência de sintomas. Assintomático

Atividades físicas habituais causam sintomas. Limitação


II Sintomas leves
leve.

Atividades físicas menos intensas que as habituais causam


III sintomas. Limitação importante, porém confortável no Sintomas moderados
repouso.

Incapacidade para realizar qualquer atividade sem


IV Sintomas graves
apresentar desconforto. Sintomas no repouso

Fonte: adaptado de Rocha e Martins (2019).

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Outra classificação utilizada se dá de acordo com os estágios da IC, propostos pelo American College of
Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA), que enfatizam o desenvolvimento e a progressão da
doença (Quadro 3). Essa classificação inclui desde o paciente com risco de desenvolver IC (e cuja abordagem
deve ser feita no sentido da prevenção) quanto o paciente em estágio avançado da doença, que requer
terapias mais complexas, como o transplante cardíaco.

Quadro 3 | Estágios da insuficiência cardíaca, segundo o American College of Cardiology/American Heart Association

Estágio Descrição Sintomas possíveis

Controle de fatores de risco: tabagismo,


Risco de desenvolver IC. Sem doença
A dislipidemia, hipertensão, etilismo, diabetes e
estrutural ou sintomas de IC.
obesidade. Monitorar cardiotoxidade.

Doença estrutural cardíaca presente. Considerar IECA, betabloqueador e antagonistas


B
Sem sintomas de IC. mineralocorticoides.

Doença estrutural cardíaca presente. Tratamento clínico otimizado. Medidas adicionais.


B
Sintomas prévios ou atuais de IC. Considerar manejo por equipe multidisciplinar.

C refratária ao tratamento clínico. Todas medidas acima. Considerar transplante


D
Requer intervenção especializada. cardíaco e dispositivos de assistência ventricular.

IC – Insuficiência Cardíaca;

IECA – inibidor da enzima conversora da angiotensina

Fonte: adaptado de Rocha e Martins (2019).

É bastante frequente pacientes com IC evoluírem para quadros de desnutrição, devido a uma ingestão
alimentar insuficiente e um menor aproveitamento dos nutrientes (Rocha; Martins, 2019).

DOENÇAS CARDIOVASCULARES NA PRÁTICA

A realização de um plano alimentar para a prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares é


imprescindível, visto que proporciona melhora nos níveis séricos dos ácidos graxos e provoca a redução
expressiva da circunferência abdominal, gordura considerada um importante fator de risco para as doenças
cardiovasculares. Habitualmente, ela se encontra associada a níveis altos de triglicerídeos (TG), níveis
reduzidos de lipoproteína de alta densidade (HDL-c), resistência à insulina e, consequentemente, diabetes.

A medida da circunferência abdominal reflete, de forma indireta, o conteúdo de gordura entre os órgãos da
região. A Organização Mundial da Saúde estabelece que a medida igual ou superior a 94 cm em homens e 80
cm em mulheres (Quadro 4) já aumenta o risco, especialmente, para as doenças do coração. Vale
ressaltarmos que a gordura abdominal é composta de gordura abdominal subcutânea e visceral e que, a
depender do tipo predominante de gordura, a obesidade abdominal pode ser classificada como subcutânea
ou visceral, sendo está de maior risco à saúde.

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Pesquisas recentes mostram que, na obesidade abdominal visceral, ocorre exacerbação de alterações
metabólicas, como estímulo da produção de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) (indiretamente
lipoproteínas de baixa densidade – LDL-c), estimulação da glicogênese e redução da captação de glicose pelo
músculo, resultando em hiperglicemia, hiperlipidemia e hiperinsulinemia, que são distúrbios metabólicos
potencialmente aterogênicos. Dessa maneira, a mensuração da quantidade de gordura visceral, além da
avaliação do grau de obesidade e do tipo de distribuição de gordura corporal é relevante para se avaliar o
risco de doenças cardiovasculares e metabólicas (Cuppari,2019).

Quadro 4 | Circunferência abdominal e risco de complicações metabólicas associadas à obesidade em caucasianos

Circunferência abdominal (cm)

Risco de complicações metabólicas Homem Mulher

Aumentado ≥ 94 ≥ 80

Aumentado substancialmente ≥ 102 ≥ 88

Fonte: adaptado de Araújo (2020).

Para a dislipidemia, os valores referenciais e de alvo terapêutico do perfil lipídico (adultos > 20 anos), de
acordo com o estado metabólico que antecede a coleta da amostra, sem jejum e com jejum de 12 horas, estão
descritos abaixo:

Quadro 5 | Valores referenciais e de alvo terapêutico do perfil lipídico (adultos > 20 anos)

Lipídeos Com jejum (mg/dL) Sem jejum (mg/dL) Categoria referencial

Colesterol total < 190 < 190 Desejável

HDL-c > 40 > 40 Desejável

Triglicerídeos < 150 < 175 Desejável

Categoria de risco

< 130 < 130 Baixo

< 100 < 10 Intermediário

< 70 < 70 Alto


LDL-c
< 50 < 50 Muito Alto

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<160 < 160 Baixo

<130 < 130 Intermediário

< 100 < 100 Alto


Não HDL-c
< 80 < 80 Muito Alto

Fonte: adaptado de Sociedade Brasileira de Cardiologia (2019).

O alvo terapêutico está em consonância com a avaliação de risco cardiovascular estimado pelo médico
solicitante, sendo que colesterol total > 310 mg/dL (para adultos) ou CT ≥ 230 mg/dL (crianças e adolescentes)
podem ser indicativos de hipercolesterolemia familiar (HF), se excluídas as dislipidemias secundárias (devido
ao estilo de vida inadequado, certas condições mórbidas ou uso de medicamentos que alteram os níveis
séricos de lipídeos); já frente a níveis de triglicérides > 440 mg/dL (sem jejum), o médico solicitante faz outra
prescrição para a avaliação de triglicérides com jejum de 12 horas, devendo ser considerado um novo exame
de triglicérides pelo laboratório clínico (Sociedade Brasileira de Cardiologia (2019).

Por fim, dando importância ao cenário exposto e para o risco de os indivíduos desenvolverem insuficiência
cardíaca (IC), reconhecida como um importante e crescente problema de saúde pública e a principal causa de
internação entre idosos, a melhor estratégia para a redução de morbimortalidade decorrentes das doenças
cardiovasculares é a prevenção, por meio de ações clássicas da medicina preventiva aliada à atuação
multiprofissional da equipe, pois boa parte das ocorrências pode ser controlada e evitada e está ao alcance de
todos, como manter uma alimentação saudável e praticar atividade física, que contribui para a manutenção
do peso adequado, a melhora da circulação sanguínea e a redução dos níveis de açúcar e gordura, que, por
sua vez, reduz, também, o colesterol LDL-c, que, em níveis elevados, acumula-se nas paredes internas das
artérias e pode levar ao entupimento delas (Cuppari,2019).

VIDEO RESUMO

Para que você possa continuar aprimorando toda a teoria estudada nesta aula, convidamos você a assistir ao
vídeo a seguir para compreender a fisiopatologia e classificação das dislipidemias, a diferença entre
aterosclerose (AT) e arteriosclerose e a etiologia da insuficiência cardíaca, bem como suas classificações.

Vamos em frente? Ótimos estudos!

 Saiba mais
Para ampliar seu conhecimento de aterosclerose (AT), é importante que você consulte os materiais
indicados a seguir, que contêm uma gama de informações importantes. Além disso, deixamos, aqui, um
convite para que você busque o desenvolvimento constante.

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O livro Nutrição Clínica no Adulto, recomendado a seguir, apresenta um texto bem interessante sobre o
desenvolvimento da aterosclerose e suas complicações. Para realizar a leitura desse material, acesse a
Biblioteca Virtual.

CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. 4. ed. São Paulo: Editora Manole, 2019.

Também vale a pena conferir na Biblioteca Virtual em Saúde mais informações acerca da doença, por
meio do endereço a seguir. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/aterosclerose-e-arteriosclerose/.
Acesso em: 30 out. 2023.

E no material Diretriz da Dislipidemia de 2017, você encontrará um conteúdo bem interessante e


resumido sobre o tema. Para realizar a leitura, você pode acessar o link a seguir. Disponível em:
https://socesp.org.br/assets/arquivos/arquivossite/b9de7c1251ef724bdb5be8deb5150c1d.pdf. Acesso
em: 30 out. 2023.

Aula 2

ABORDAGEM NÃO FARMACOLÓGICA PARA DOENÇAS


CARDIOVASCULARES
Olá, estudante! Nesta unidade, você compreenderá as bases nutricionais para as doenças
cardiovasculares.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta unidade, você compreenderá as bases nutricionais para as doenças cardiovasculares. Esse grupo de
doença constitui importante causa de morte e é influenciado por um conjunto de fatores de risco, como a
alimentação inadequada. Devido ao processo de globalização, há mais oferta e facilidade no acesso aos
alimentos, principalmente ultraprocessados, que estão relacionados ao aumento do risco de dislipidemia cuja
incidência é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares.

Diante disso, o crescimento significativo dessas doenças alerta para a necessidade de intervenções
nutricionais eficazes e de caráter preventivo, com isso, o objetivo deste estudo é que você reconheça o papel
da nutrição na prevenção e no controle dessas doenças e como deve ser a abordagem do nutricionista nessas
situações.

Bons estudos!

ASPECTOS NUTRICIONAIS OCIDENTAIS


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As transformações sociais ocorridas nas últimas décadas, decorrentes do processo de urbanização,


associadas à industrialização e ao desenvolvimento tecnológico resultaram em modificações no modo de vida
da população, principalmente no padrão alimentar e nutricional, fenômeno conhecido como transição
nutricional (Lopes, 2022).

Com o surgimento das indústrias no meio urbano, houve a necessidade de mão de obra nas cidades e
inserção da mulher no mercado de trabalho, impactando significativamente desde o menor tempo disponível
ao preparo das refeições em domicílio, que, somado ao excesso de trabalho e estresse da vida moderna,
aumentou consideravelmente a necessidade e procura de alimentos práticos e rápidos, uma das
características da alimentação dos países ocidentais. Além disso, a dieta ocidental, adotada como padrão na
sociedade moderna, consiste em dietas hipercalóricas, baixo consumo de frutas, vegetais, grãos integrais,
excesso de ingestão de carnes vermelhas e processadas, bebidas açucaradas, gordura saturada e trans e o
excesso de sódio. Atualmente, está comprovado que esse protótipo alimentar modula diferentes aspectos do
processo aterosclerótico, exercendo um papel direto sobre os fatores de risco cardiovasculares (Lopes, 2022;
Cuppari, 2019).

No que tange às gorduras e proteínas, o aumento no consumo está associado à disponibilidade de alimentos,
a partir da renda. O limite máximo de 30% de gordura, do valor calórico total da dieta, é ultrapassado a partir
da classe de renda mensal de mais de 6 salários-mínimos. Gorduras saturadas tendem a aumentar com a
renda cujo limite de 10% das calorias totais é alcançado na classe de renda mensal entre 10 e 15 salários-
mínimos e ultrapassado na classe superior a 15 salários mínimos (Cuppari, 2019).

O baixo consumo de frutas, verduras e legumes na alimentação pode ser observado no relatório da (Pesquisa
de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) VIGITEL, em que
apenas 34,2% da população estudada consomem frutas e hortaliças cinco ou mais dias na semana em
quantidades recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS); 22,4% da população estão com Índice
de Massa Corporal (IMC) (≥ 30kg/m2; cerca de 32% da população consomem, diariamente, carnes com alto
teor de gorduras, e a frequência do consumo de cinco ou mais grupos de alimentos ultraprocessados no dia
anterior à entrevista foi de 18,2% (Vigitel, 2021; Izar et al., 2021).

A qualidade da assistência nutricional tem grande impacto na diminuição dos fatores de risco cardiovascular.
De acordo com as evidências, os padrões alimentares mais estudados e que exercem papel cardioprotetor
são as dietas tradicionais do Mediterrâneo (MedDiet) e a abordagem dietética para a hipertensão DASH –
Dietary Approach to Stop Hypertension. Foi demonstrado que indivíduos que aderiram a esses padrões
dietéticos apresentaram melhora significante nos níveis de lipoproteína de alta densidade, colesterol total e
pressão arterial sistólica e diastólica; ademais, o tratamento nutricional em indivíduos com doença arterial
coronariana foi eficaz na melhora dos dados antropométricos e bioquímicos, na melhora do controle
glicêmico e no aumento da lipoproteína de alta densidade do colesterol, enquanto aqueles que não aderiram
ao tratamento obtiveram redução significativa da lipoproteína (Sousa et al., 2020).

Embora ainda não haja um consenso dos especialistas sobre o padrão ideal e definitivo para ser usado na
prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares e doença arterial coronariana, fica claro que a
utilização de qualquer desses padrões dietéticos traz benefícios satisfatórios para a saúde cardiovascular.

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CONHECENDO OS ÁCIDOS GRAXOS

Estudante, para compreender as orientações relacionadas à assistência nutricional, é preciso conhecer os


ácidos graxos que estão associados ao processo aterogênico, bem como aqueles que atuam como fatores
protetores do risco cardiovascular.

As gorduras são classificadas em ácidos graxos saturados e insaturados; durante as últimas décadas, as
orientações nutricionais eram baseadas em informar a população sobre a importância em diminuir o
consumo em excesso de ácidos graxos saturados (SFA) e trans pela correlação positiva com o risco de
Doenças Cardiovasculares (DVC), em razão de aumentarem a concentração plásmática de colesterol (CT) e de
LDL-c e de reduzirem os níveis de HDL-c, lipoproteína relacionada inversamente a eventos cardiovasculares;
hoje, as evidências demonstram que o tipo de gordura é mais importante que a quantidade ingerida (Izar et
al., 2021; Cuppari, 2019).

As principais fontes alimentares de gordura saturada são o palmítico, esteárico, mirístico e o láurico (Quadro
1), que podem ter efeitos diversos no perfil lipídico e nos fatores de risco cardiovascular, sendo o ácido láurico
o que mais aumenta o LDL-c e o HDL-c, seguido do mirístico e do palmítico; já o esteárico tem menor efeito na
elevação do colesterol plasmático, do LDL-c e HDL-c (Cuppari,2019).

Quadro 1 | Ácidos graxos saturados e suas principais fontes alimentares.

Ácido graxo saturado Fontes alimentares

Palmítico Óleo de dendê (ou de palma) e gordura de carne animal.

Esteárico Gordura do cacau e óleos vegetais.

Mirístico Gordura do leite e seus derivados.

Láurico Gordura do coco.

Fonte: Phillipi, 2008.

As gorduras insaturadas se dividem em dois tipos: monoinsaturadas e poli-insaturadas. Ao contrário das


gorduras saturadas, as insaturadas não causam problemas de saúde, exceto quando consumidas em grandes
quantidades. Os ácidos graxos poli-insaturados (PUFA) são classificados como ácidos graxos essenciais (AGE),
ou seja, não podem ser sintetizados pelo organismo e devem ser fornecidos por meio da alimentação, sendo
representados pelas séries ômega 6 (linoleico e araquidônico) e ômega 3 (alfalinolênico, ácidos
eicosapentaenoicos [EPA] e docosaexaenoico [DHA]) cujas fontes alimentares estão descritas no Quadro 2.
Eles de destacam por apresentar efeitos benéficos na prevenção de DVC e aterosclerose, por reduzirem o
colesterol, o LDL-c e TG plasmáticos e aumentarem o HDL-c (Izar et al., 2021; Cuppari, 2019).

Quadro 2 | Fontes alimentares de ômega 6 e ômega 3

Ômega 6 Ômega 3

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Ácido alfalinolênico: precursor da série ômega 3 de


Linoleico: precursor dos demais PUFA da série ômega origem vegetal cujas principais fontes são a soja, a
6 cujas fontes alimentares são os óleos de girassol, canola, a linhaça e a chia.
milho e soja, nozes e castanha do pará.

Ácido Araquidônico (AA): obtido a partir da conversão


endógena do ácido linoleico. É o principal substrato EPA e o DHA: provenientes de peixes e crustáceos de
para síntese dos eicosanoides, alguns com águas muito frias dos oceanos Pacífico e Ártico.
características pró-inflamatórias, vasoconstritoras Exercem inúmeros efeitos sobre diferentes aspectos
e/ou pró-agregantes, como a prostaglandina E2, o fisiológicos e do metabolismo que podem influenciar
tromboxano A2 e o leucotrieno B4. O AA também no desenvolvimento da DCV. Esse papel protetor se
pode servir de substrato para outros eicosanoides deve à atuação em alguns fatores de risco, como
com características anti-inflamatórias/antiagregantes, melhora nos níveis de TG, redução na PA, efeito anti-
como a prostaciclina, a lipoxina A4 e os ácidos inflamatório e antritrombótico, melhora da função
epoxieicosatrienoicos, que possuem importante endotelial e efeitos antiarrítmicos.
efeito vasodilatador.

Fonte: adaptado de Izar et al. (2021); Cuppari (2019).

Os ácidos graxos monoinsaturados (MUFA) são representados pela série de ácidos graxos ômega 9 cuja fonte
é o ácido oleico (óleo de oliva e canola), representando cerca de 90% de todos os MUFA, mas também ocupam
papel de destaque na composição dos ácidos graxos de diversos frutos secos, tais como macadâmia (59%),
avelã (46%), amendoim (41%), amêndoas (31%), castanha-de-caju (27%) e pistache (24%). Estudos demonstram
que o consumo de MUFA em substituição aos PUFA inibe o processo aterogênico, pois torna a LDL-c menos
propensa à oxidação, uma vez que diminui a sua atuação no processo da inflamação vascular, na disfunção do
endotélio e na formação de células espumosas na parede da íntima das artérias (Izar et al., 2021; Cuppari,
2019).

Além disso, faz-se importante ofertar uma quantidade proteica adequada, que varia de normo a
hiperproteíca. Indivíduos com graus de desnutrição avançados, como no caso de caquexia cardíaca,
necessitam de até 2 g de proteína/kg de peso/dia para garantir a síntese proteica, e nos casos em que há
diminuição da função renal, 0,8 g de proteína/kg de peso/dia. Aliás, restrições maiores podem ocasionar
catabolismo proteico (Cuppari, 2019), dessa forma, para que os indivíduos compreendam as orientações
relacionadas à prevenção cardiovascular, é necessário que conheçam os nutrientes, que ingiram a quantidade
adequada dos macro e micronutrientes, que conheçam os tipos de gordura que são protetoras ao risco
cardiovascular e as respectivas fontes alimentares, para que saibam como selecioná-los e prepará-los e
realizar as corretas substituições alimentares.

AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NA PRÁTICA

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Para realizar a avaliação nutricional, a assistência e acompanhamento nutricional, é necessário, inicialmente,


realizar a classificação do IMC (primeiro passo). Para adultos, a classificação é realizada pela Organização
Mundial da Saúde, mas para idosos, é necessário utilizar os pontos de corte específicos para essa idade
(Quadro 3), que são superiores aos do adulto devido à maior suscetibilidade a doenças que esse grupo
apresenta, necessitando, assim, de maior reserva de tecidos, que o protege contra a desnutrição (Cuppari,
2019).

Quadro 3 | Estado nutricional de idosos, segundo o índice de massa corpórea

IMC (kg/m2) Classificação

< 23 Magreza

23 a 38 Eutrofia

28 a 30 Sobrepeso

> 30 Obesidade

Fonte: adaptado de Organización Pan-Americana de la Salud (2001).

Após obter a classificação do estado nutricional, é necessário realizar o cálculo das necessidades energéticas,
para isso, existem diversas fórmulas, conforme os quadros a seguir:

Quadro 4 | Fórmula para o cálculo do VCT pela FAO/OMS (2001)

Idade (anos) Masculino Feminino

10 a 18 (17,686 x P) + 658,2 (13,384 x P) + 692,6

18 a 30 (15,057 x P) + 692,2 (14,818 x P) + 486,6

30 a 60 (11,472 x P) + 873,7 (8,126 x P) + 845,6

+60 (11,711 x P) + 587,7 (9,082 x P) + 658,5

P = peso.

Fonte: elaborado pela autora.

Quadro 5 | Fórmula para o cálculo do VCT por Miffin-St Jeor (1990)

Gênero Fórmula

Feminino (10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) – 161

Masculino (10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) + 5

P = peso, A = altura; I = idade.

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Fonte: elaborado pela autora.

A regra de Bolso também é um cálculo simples a ser utilizado, pois leva em conta somente o peso do paciente.
Para perda de peso, utiliza-se de 20 a 25 kcal/kg/dia, para manutenção do peso, utiliza-se de 25 a 30
kcal/kg/dia, e para ganho de peso, utiliza-se de 30 a 35 kcal/kg/dia.

Se o indivíduo estiver com insuficiência cardíaca e hospitalizado, o cálculo do gasto energético basal (GEB)
pode ser realizado por meio da fórmula de Harris e Benedict (Quadro 6).

Quadro 6 | Cálculo do gasto energético basal (GEB) pela fórmula de Harris e Benedict

GEB (kcal/dia) = 665 + (9,6 x P) + (1,8 x A) – (4,6 x I)


Mulheres
GET = GEB x FA x FI*

GEB (kcal/dia) = 66 + (13,7 x P) + (5,0 x A) – (6,8 x I)


Homens
GET = GEB x FA x FI*

P: peso em kg, A: altura em cm, I: idade em anos.

* Para o cálculo do valor energético total, devem ser considerados, ainda, o fator injúria e o fator atividade.

Fonte: Cuppari (2019).

Outra maneira de estimar as necessidades energéticas é considerando 28 kcal/kg de peso/dia para paciente
com estado nutricional adequado e 32 kcal/kg de peso/dia para indivíduos nutricionalmente depletados,
devendo-se considerar o peso sem edema (Cuppari, 2019).

Após o cálculo das necessidades energéticas, o próximo passo é realizar a distribuição dos nutrientes.
Considerando as recomendações nutricionais (Quadro 7), a diretriz ESPEN aborda as particularidades do idoso
e principais recomendações de energia, hidratação, macro e micronutrientes.

Quadro 7 | Recomendações nutricionais para idosos

Nutriente Ingestão Diária

30 kcal/kg/dia.
Energia
Se IMC ≤21kg/m2 – 32 a 38kcal/kg/dia.

Carboidrato 45 a 60% do VCT.

Idosos saudáveis: 1,0 a 1,2 g/kg/dia.

Idosos doentes: 1,2 a 1,5 g/kg/dia (podendo chegar a 2,0 g/kg/dia em


Proteína
casos graves).

Distribuição: 25 a 30 g por refeição.

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20 a 30% do VCT.
Lipídeos
Gordura saturada: < 10% do VCT.

Fibras 25 g/dia.

Cálcio 1200 mg/dia.

Homens: 420 mg/dia.


Magnésio
Mulheres: 320 mg/dia.

Homens: 11 mg/dia.
Zinco
Mulheres: 8 mg/dia.

Vitamina D 20 microgramas/dia.

Vitamina B21 2,4 microgramas/dia.

Homens: 90 mg/dia.
Vitamina C
Mulheres: 75 mg/dia.

Recomendação hídrica 30 a 35 ml/kg/dia.

Fonte: Volkert, 2022.

Para adultos, as recomendações dos macronutrientes estão descritas na tabela a seguir (Quadro 8).

Quadro 8 | Recomendações nutricionais para adultos

Macronutrientes Recomendações Observações

Priorizar carboidratos integrais


com baixa carga glicêmica. Pode-se
mesclar carboidratos simples e
complexos e alterar sua proporção
Carboidratos 50 a 55% do VCT
na dieta, de acordo com a
presença ou não de doenças
associadas, como diabetes e
hipertrigliceridemia.

Fibras 20 a 30 g Solúveis e insolúveis.

Priorizar as proteínas de alto valor


Proteínas 15 a 20% do VCT.
biológico.

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Priorizar a oferta de 10% do VCT de


PUFA e 20% do VCT de MUFA.

Colesterol: o consumo de
alimentos ricos em colesterol deve
ser limitado, de forma que não
Lipídeos 25 a 35% do VCT. ultrapasse 300 mg de
colesterol/dia.

Ingestão de ácido graxo saturado:


< 7% do VCT.

Trans: 1% do VCT.

Fonte: adaptado de Cuppari (2019); Izar et al. (2021).

As recomendações dos micronutrientes devem ser de acordo com as DRI (Dietary Reference Intakes),
conforme os valores de referência para ingestão de nutrientes (Berger, 2022); por fim, após obter o
diagnóstico nutricional, estimar as necessidades energéticas e realizar adequadamente a distribuição dos
macronutrientes, faz-se importante realizar orientações nutricionais aos indivíduos com base nas diretrizes
internacionais que apontam para a importância do seguimento de padrões alimentares saudáveis, como o
padrão Mediterrâneo e a dieta DASH.

Como ponto em comum, eles enfatizam a importância da adequação calórica, inclusão de grãos, frutas,
hortaliças e redução de carboidratos refinados; já em relação às gorduras, preconizam retirada de ácidos
graxos trans (faz-se importante que o consumidor seja orientado para identificar a presença dessa gordura na
lista de ingredientes, de modo a evitar o consumo dos alimentos nos quais estejam contidos), redução do
consumo de ácidos graxos saturados e inclusão, em quantidades adequadas, de alimentos fontes de ácidos
graxos insaturados.

O Guia Alimentar para a População Brasileira também evidencia a importância do seguimento de padrões
alimentares saudáveis e enfatiza os benefícios do consumo do conjunto dos alimentos que integram o padrão
alimentar (I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, 2021). Somado a isso, a educação nutricional é uma importante ferramenta para o sucesso da
assistência e acompanhamento nutricional nas dislipidemias, na prevenção das doenças cardiovasculares e
doença arterial coronariana em prol da qualidade de vida.

VÍDEO RESUMO

Olá, estudante!

Você verá, neste vídeo, as orientações dos padrões dietéticos MedDiet e a dieta DASH, pois trazem benefícios
para a saúde cardiovascular; entenderá a classificação dos ácidos graxos e quais são as gorduras benéficas ao
risco cardiovascular, bem como as que estão associadas ao processo aterogênico; por fim, conhecerá como

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realizar a avaliação, a assistência e o acompanhamento nutricional dos indivíduos, de acordo com as


recomendações.

Vamos em frente? Bons estudos!

 Saiba mais
Para ampliar ainda mais seus conhecimentos sobre a alimentação cardioprotetora, também chamada de
Dica Br, sugerimos a leitura do Guia Alimentação Cardioprotetora; nele, você encontrará as
recomendações alimentares, com base em alimentos tipicamente brasileiros, para proteger a saúde do
coração e que lhe auxiliará a entender melhor o contexto da aula.

Aula 3

ASPECTOS NUTRICIONAIS NAS DOENÇAS


CARDIOVASCULARES
Olá, estudante! A intervenção nutricional deve ser a primeira medida não farmacológica a ser adotada na
prevenção e/ou tratamento das doenças cardiovasculares, bem como deve ser considerada como parte
da mudança de estilo de vida, em que o plano alimentar deve ser resgatado por meio do incentivo à
alimentação saudável, contemplando questões culturais, regionais, sociais e econômicas, devendo ser
agradável ao paladar e visualmente atraente.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

A intervenção nutricional deve ser a primeira medida não farmacológica a ser adotada na prevenção e/ou
tratamento das doenças cardiovasculares, bem como deve ser considerada como parte da mudança de estilo
de vida, em que o plano alimentar deve ser resgatado por meio do incentivo à alimentação saudável,
contemplando questões culturais, regionais, sociais e econômicas, devendo ser agradável ao paladar e
visualmente atraente. Além disso, medidas de educação nutricional são importantes para que o indivíduo
conheça os nutrientes, saiba selecionar os alimentos, as quantidades a serem consumidas, as técnicas de
preparo e realize substituições de alimentos, compreendendo como organizar a alimentação em prol de mais
saúde e qualidade de vida.

Nesse sentido, o papel do nutricionista como educador de saúde é fundamental para o sucesso da terapia
nutricional nas doenças cardiovasculares. Nesta aula, você irá ver aspectos nutricionais relacionados a essas
doenças. Vamos lá?
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Ótimos estudos!

TRATAMENTO NUTRICIONAL

Caro estudante, os fatores de risco comportamentais, com hábitos pouco saudáveis, estão diretamente
relacionados aos impactos cardiovasculares, assim como o tipo de gordura que consumimos, sendo a
aterosclerose a patogenia mais encontrada nesse grupo de doenças.

Para prevenir as doenças cardiovasculares (DCV) são necessárias múltiplas estratégias de redução e controle
dos fatores de risco, incluindo terapia nutricional, farmacológica e modificações no estilo de vida. Destaca-se
que, aproximadamente, 80% das mortes por DCV poderiam ser evitadas com modificações nos fatores
comportamentais de risco, tais como controle de peso, diminuição de gordura trans da dieta, redução no
consumo de sal, introdução de alimentos funcionais e hábitos saudáveis; nesse sentido, a alimentação
exerce grande importância na prevenção e no tratamento, o que torna imprescindível o conhecimento
dos cuidados dietoterápicos que devem ser observados (Santos, 2021; OPAS, 2018; Sociedade Brasileira de
Cardiologia, 2017; Muttoni, 2017).

Para o tratamento do paciente dislipidêmico, devem ser levados em conta o tipo de prevenção cardiológica
esperado, o nível de LDL-c e triglicerídeos encontrados e a presença de fatores de risco. O sucesso do
tratamento dependerá da adesão do paciente à dieta, da correção do estilo de vida e, também, da influência
genética da dislipidemia (Muttoni, 2017).

A insuficiência cardíaca (IC) leva a uma série de alterações fisiológicas das quais muitas influenciam
diretamente o estado nutricional e o tratamento, que não se refere somente à diminuição da
morbimortalidade, mas, também, à melhora da qualidade de vida, incluindo modificações na alimentação, uso
regular de fármacos diversos e atividade física regular quando possível (Cuppari, 2019).

Quanto à hipertensão arterial, a abordagem terapêutica inclui medidas não medicamentosas e


medicamentosas (com o uso de drogas anti-hipertensivas) cujo objetivo é reduzir a pressão arterial e evitar a
ocorrência de eventos cardiovasculares e renais. O tratamento não medicamentoso deverá basear-se,
contudo, não apenas no nível de hipertensão, mas, também, na presença de outros fatores de risco, lesões de
órgãos-alvo e presença de doenças cardiovasculares já estabelecidas.

Considerando o controle por medidas dietéticas específicas, a conduta visa reduzir os níveis pressóricos e
incorporar hábitos alimentares saudáveis permanentes (Muttoni, 2017). O aumento de peso está diretamente
relacionado ao aumento da pressão arterial, e o aumento da gordura na região abdominal também é
considerado um fator de risco. Estudos têm demonstrado que reduções de no mínimo 5% do peso e reduções
na circunferência abdominal estão relacionadas a reduções da pressão arterial e do risco de doenças crônicas
(Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2017).

Como você pôde ver, o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares pode ser reduzido de forma
significativa com a adesão de hábitos saudáveis, o que faz com que a prevenção seja a palavra-chave. Logo,
manter uma alimentação e um estilo de vida saudáveis, um peso saudável, um perfil lipídico desejável, níveis
de pressão arterial controlados, a glicemia dentro dos níveis recomendados, ser fisicamente ativo e evitar o

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uso e a exposição de produtos de tabaco são condutas que oferecem potencial preventivo para os eventos
cardiovasculares no âmbito da saúde pública e metas para o tratamento, quando as doenças já estão
instaladas. Portanto, as mudanças comportamentais no estilo de vida permanecem como a base das
intervenções clínicas.

RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS

Atualmente, sabe-se que o consumo de determinados tipos de ácidos graxos exerce influência sobre o perfil
lipídico e que eles estão fortemente associados ao maior risco de DCV e mortalidade, como os AG trans, que
aumenta em 21% o risco de doença cardíaca e em 28% o risco de morte (Opas, 2018). Diante do efeito
negativo sobre a saúde, a Organização Mundial de Saúde recomenda que a ingestão não exceda 1% do VCT,
ou seja, menos que 2,2 g/dia em uma dieta de 2.000 calorias (Silveira, 2019).

Similarmente, os ácidos graxos saturados (AGS) também estão associados ao aumento da LDL-c, da
inflamação subclínica e do risco cardiometabólico. As diretrizes atuais recomendam que a ingestão não
ultrapasse 10% do VCT para adultos sem comorbidades e 7 % do VCT para pessoas com risco
cardiometabólico (Silveira, 2019; Muttoni, 2017). Em contrapartida, os MUFA e PUFA estão associados à
diminuição dos níveis de colesterol total e LDL-c, sendo que a proporção recomendada é de n-6/n-3 de 2,5:1 a
5:1, a depender das comorbidades presentes, mas a proporção 5:1 é mais aceita.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda a suplementação de ômega-3 como adjuvante ao


tratamento da hipertrigliceridemia em doses de 2 a 4 g/dia de ácido eicosapentaenoico (EPA) e
docosahexaenoico (DHA), reduzindo em até 30% a concentração dos triglicerídeos, sendo que a
suplementação de 1 g/dia é suficiente para reduzir em 10 % os eventos cardiovasculares. Como efeito
secundário, a suplementação de EPA e DHA também pode proporcionar um discreto aumento (1 a 3 %) na
concentração de HDL-c (Silveira, 2019).

Quanto aos carboidratos, o consumo excessivo, principalmente dos refinados (simples), aumenta o risco para
doenças cardiovasculares, pois favorece a hipercolesterolemia e o aumento de peso, que leva à obesidade e
favorece alterações como hiperglicemia, hiperinsulinemia e hipertrigliceridemia. Para minimizar essas
alterações, recomenda-se uma ingestão equilibrada de carboidratos, priorizando aqueles de menor índice
glicêmico e menor densidade calórica (Silveira, 2019).

A dietoterapia na Hipertensão Arterial (HA) visa diminuir a morbimortalidade por meio de modificações do
estilo de vida, como a perda de peso, maneira mais efetiva para controlar a patologia, e uma série de
resultados de estudos sobre dieta e pressão arterial (PA) demonstrou que a intervenção dietética, além de
redução de peso, redução da ingestão de sódio (2g/dia) e consumo moderado de bebidas alcoólicas reduzem
a PA (Quadro 1).

Quadro 1 | Recomendações dietéticas e seus efeitos sobre a pressão arterial

Redução aproximada de
Medida Recomendação
PAS/PAD

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Manter IMC < 25kg/m2 até 65 anos;


manter IMC < 27 kg/m2
20 a 30% de diminuição da PA para
Controle de peso. após 65 anos.
cada 5% de perda ponderal.
Manter CA < 80 cm nas mulheres e
< 94 cm nos homens.

Padrão alimentar. Redução de 6,7/3,5 mmHg Adotar a dieta DASH

Redução de 2 a 7 mmHg na PAS e


Restringir o consumo diário de
de 1 a 3 mmHg na PAD com
Restrição do consumo de sódio. sódio para 2 g, ou seja, 5 g de
redução progressiva de 2,4 a 1,5 g
cloreto de sódio.
de sódio/dia, respectivamente.

Limitar o consumo diário de álcool


Redução de 3,31/2,04 mmHg com a
a 1 dose para mulheres e pessoas
Moderação no consumo de álcool. redução de 3 a 6 para 1 a 2
com baixo peso e 2 doses para
doses/dia.
homens.

IMC: índice de massa corpórea; CA: circunferência abdominal; PAS: pressão arterial sistólica, PAD: pressão arterial diastólica.

* Uma dose contém cerca de 14 g de etanol e equivale a 350 mL de cerveja, 150 mL de vinho e 45 mL de bebida destilada.

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia (2016).

A assistência nutricional na IC deve ter um caráter individualizado, conforme recomendações dietéticas, e


considerar as condições clínicas, os aspectos culturais e socioeconômicos do indivíduo, sendo que os
principais objetivos da dietoterapia são: preservar a composição corporal e/ou limitar os efeitos do
catabolismo, contemplar as necessidades nutricionais, evitar a sobrecarga de fluídos e controlar o edema,
identificar o quadro de caquexia cardíaca e adequar a terapia nutricional, contribuir para a manutenção do
estado funcional, auxiliar na diminuição do uso de fármacos, colaborar para a redução das descompensações
e das internações e ajudar na melhoria da qualidade de vida.

A dietoterapia para indivíduos com IC não deve seguir regras fixas, pois as alterações metabólicas e os
diversos sintomas variam muito em cada caso; sendo assim, deve ser realizada uma avaliação criteriosa e
global não apenas do estado nutricional, mas também das condições clínicas e comorbidades dos pacientes,
para que as medidas dietoterápicas tragam os benefícios esperados (Cuppari, 2019).

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NA PRÁTICA

Estudante, imagine um idoso internado com Insuficiência Cardíaca (IC) devido à hipertensão arterial e cujos
exames laboratoriais apresentaram dislipidemia, hipoalbuminemia, hipocalemia, anemia e fadiga. Diante
disso, foi solicitado ao nutricionista que realizasse a triagem nutricional, e após a avaliação, constatou-se que
o paciente teve uma perda de 10% do peso em 6 meses e, de acordo com o cálculo do IMC, foi diagnosticado
com desnutrição moderada e caquexia cardíaca (caracterizada por uma perda de peso de 5% ou mais em 12
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meses ou um índice de massa corporal abaixo de 20 kg/m2, além de apresentar, pelo menos, três de cinco
critérios clínicos ou laboratoriais, que são: diminuição da força muscular, fadiga, anorexia, redução da massa
livre de gordura e anormalidades bioquímicas com sinais de inflamação, anemia ou hipoalbuminemia. A
dietoterapia, nos casos de IC, tem como objetivo fornecer energia e nutrientes necessários, minimizar a perda
de peso, recuperar o estado nutricional e evitar sobrecarga cardíaca (Cuppari, 2019).

O uso de diuréticos é bastante comum no controle da IC, sendo que alguns deles são depletores de potássio.
A hipocalemia pode causar toxicidade e tem como sintomas: náuseas, vômitos, desconforto abdominal,
arritmia, entre outros. Nesse caso, é importante pensar na implementação de potássio na dieta mediante
aumento no consumo de frutas, legumes, verduras e leguminosas, o que pode ser suficiente, no entanto, em
alguns casos, é necessária a suplementação medicamentosa (Cuppari, 2019).

Quanto ao sódio, a OMS recomenda 5 g de sal/dia (2 g de sódio); aliás, estudos têm demonstrado que dieta
com uma quantidade inferior a 2 g de sódio leva os pacientes a menor ingestão alimentar, piorando o estado
nutricional e aumentando as reinternações. Para melhorar o sabor e o aroma da dieta, deve-se incentivar o
uso de ervas aromáticas e condimentos naturais, como alho e cebola; além disso, substitutos do sal também
podem ser empregados para melhorar a palatabilidade, não podendo ser empregados para indivíduos com
doença renal crônica (Cuppari, 2019).

A IC é frequentemente acompanhada por retenção hídrica traduzida por sinais de congestão pulmonar e/ou
congestão venosa sistêmica. Dispneia, edema periférico e fadiga são manifestações mais frequentes, logo, a
restrição de líquidos é indicada e bastante variável, sendo estabelecida de acordo com o balanço
hidroeletrolítico, mas, geralmente, varia de 800 a 1.500 mL/dia. Dentro do volume total estipulado, devem ser
computados como líquidos não somente a água, mas também café, suco, chás, suplementos nutricionais,
iogurtes, preparações como mingaus, gelatinas, sorvetes, sopas e caldo de feijão. Algumas frutas, por
apresentarem grande quantidade de líquidos, também devem ser consideradas, como abacaxi, melão,
melancia, laranja e mexerica (Cuppari, 2019).

No que tange ao fracionamento da dieta, João deve considerar o plano alimentar com 5 a 6 refeições/dia, para
diminuir o trabalho cardíaco, facilitar a ingestão calórica e diminuir a plenitude pós-prandial. Na presença de
dispneia e fadiga, é necessário fornecer uma dieta que exija pouca ou nenhuma mastigação, modificando a
consistência para semipastosa ou pastosa. Na necessidade de suplementação nutricional, uma opção é
utilizar os suplementos em consistência de pudim, em virtude da restrição hídrica necessária para muitos
pacientes (Cuppari, 2019).

Em relação à dietoterapia para a dislipidemia, o cuidado deve ser direcionado aos padrões alimentares da
dieta do Mediterrâneo e DASH, que exercem papel cardioprotetor, além do aumento no consumo de ácidos
graxos monoinsaturados e poli-insaturados para a prevenção da aterosclerose e doença aterosclerótica.

VIDEO RESUMO

Olá, estudante!

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Nesta aula, você terá oportunidade de conhecer a conduta dietoterápica no tratamento da dislipidemia, com
ênfase nos nutrientes ômega 3, 6 e 9, ácidos graxos saturados e trans, bem como a conduta dietoterápica nas
doenças aterosclerótica e arteriosclerose e no tratamento da insuficiência cardíaca e hipertensão arterial.

Pronto? Bons estudos!

 Saiba mais
No artigo intitulado Abordagem Nutricional da Sarcopenia Secundária a Insuficiência Cardíaca em Idosos,
você poderá aprimorar as condutas nutricionais no tratamento da Sarcopenia associada à Insuficiência
Cardíaca.

Aula 4

ABORDAGEM NUTRICIONAL
Olá, estudante! Nesta seção, você conhecerá os fitoterápicos e suplementos que podem ser utilizados
no tratamento de doenças cardiovasculares (DCV) e, também, alguns alimentos que, em virtude de
propriedades fisiologicamente ativas de seus componentes alimentícios, oferecem benefícios à saúde
que vão além da nutrição básica, ou seja, além de fornecer os nutrientes.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta seção, você conhecerá os fitoterápicos e suplementos que podem ser utilizados no tratamento de
doenças cardiovasculares (DCV) e, também, alguns alimentos que, em virtude de propriedades
fisiologicamente ativas de seus componentes alimentícios, oferecem benefícios à saúde que vão além da
nutrição básica, ou seja, além de fornecer os nutrientes. Essas substâncias, denominadas alimentos
funcionais, quando consumidas adequadamente, mostraram benefícios na prevenção e no tratamento de
várias doenças, principalmente as DCV, pois atuam na redução dos níveis de colesterol sanguíneo, diminuição
na formação de placas de gordura nas artérias e redução na formação de radicais livres.

Vamos conhecer essas substâncias?

Bons estudos!

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ALIMENTOS FUNCIONAIS, FITOTERÁPICOS E SUPLEMENTOS NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS

CARDIOVASCULARES

Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova concepção de alimentos lançada pelo Japão na década de
1980, tendo sido o primeiro país a usar o termo “alimento funcional”.

Por meio de um programa de governo que tinha como objetivo desenvolver alimentos saudáveis para uma
população que envelhecia e apresentava uma grande expectativa de vida, os japoneses observaram, pela
primeira vez, que os alimentos poderiam desempenhar um papel no organismo muito além do simples prazer
gastronômico e fornecimento de nutrientes: a presença de componentes bioativos benéficos para a saúde
que, ao longo dos anos, foram sendo cada vez mais estudados, recebendo um número crescente de
evidências sobre seus benefícios, mecanismos de ação e segurança (Pimentel, 2019; Bento, 2018).

O estudo sobre o papel dos alimentos funcionais e seus componentes bioativos na prevenção e tratamento
das doenças cardiovasculares (DVC) e outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) têm aumentado
significativamente nos últimos anos, devido à ação das substâncias biologicamente ativas, conhecidas por
fitoquímicos. Estudos mostraram que alguns tipos de alimentos podem ajudar a prevenir e/ou tratar a
dislipidemia, como os vegetais verdes, alguns temperos, como alho e cebola, e algumas frutas que agem como
antioxidantes; alimentos com fibras, como aveia e oleaginosas, ajudam na diminuição dos níveis de colesterol
sanguíneo e, ainda, peixes gordurosos, como a sardinha, impedem a formação das chamadas placas de
ateroma (Meira et al., 2017).

Em adição, evidências científicas indicam que dietas baseadas no consumo de vegetais podem reduzir o risco
de doenças crônicas, particularmente de DCV, como a dieta do Mediterrâneo, como as leguminosas e outros
alimentos ricos em ácidos graxos monoinsaturados e alguns poli-insaturados, que são fontes de polifenóis
associados a efeitos cardioprotetores, possivelmente por inibirem a peroxidação lipídica (Bento, 2018).

De forma geral, entende-se por alimentos funcionais aqueles alimentos que contêm um ou mais compostos
com impacto positivo na saúde, chamados substâncias bioativas, nutrientes ou não nutrientes, consumidos,
normalmente, como componente de um alimento, que possui ação metabólica ou fisiológica específica no
organismo humano, como o ômega-3, que ajuda a manter níveis saudáveis de triglicerídeos plasmáticos e
fornece energia ao organismo, uma vez que é de natureza lipídica (Pimentel, 2019).

Além dos benefícios do consumo dos alimentos funcionais para a saúde, o consumo de alguns fitoterápicos,
que são suplementos alimentares com um ou mais ingredientes, é uma prática terapêutica baseada na
utilização das plantas ou derivados vegetais, tendo sua origem na medicina tradicional e cujo principal
composto é ou deriva de uma planta, tem uma relevância significativa na população geral, bem como em
pacientes com doenças cardiovasculares. Pesquisas atuais sugerem que os princípios ativos das plantas
podem ajudar a promover um modelo integrativo e participativo de tratamento das doenças cardiovasculares,
porque já existem pesquisas de algumas plantas medicinais que são clinicamente comprovadas com efeitos
cardioprotetores, como o alho (Allium sativum) — talvez o fitoterápico mais estudado na vertente da saúde
cardiovascular, que é benéfico devido a sua atividade anti-hipertensiva e de inibição da agregação plaquetária
e redução do colesterol (Meira et al., 2017).

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Como você pode observar, os compostos bioativos dos alimentos têm o potencial de modular determinadas
funções no organismo, de modo a otimizar essas atividades e a possibilidade de oferecer oportunidades
benéficas relacionadas ao bem-estar e à saúde, bem como de atuar na redução do risco de doenças (Pimentel,
2019).

NUTRIENTES COADJUVANTES PARA O TRATAMENTO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

A seguir, alguns dos principais compostos bioativos e/ou funcionais presentes nos alimentos ou adicionados a
eles como ingredientes e responsáveis por diferentes efeitos benéficos ao organismo:

Compostos fenólicos: associados à inibição e à prevenção da aterosclerose devido ao seu potencial de


oxirredução, que permite que atuem como agentes redutores, doando hidrogênio e neutralizando
radicais livres. As principais fontes naturais de compostos fenólicos são frutas, chás, café e vinho tinto
(Salgado, 2017).

Fitoesteróis: usados na prevenção e no tratamento da hipercolesterolemia. Trata-se de compostos


provenientes de óleos vegetais e apresentam similaridades estruturais com o colesterol, por isso,
favorecem a competição na absorção intestinal e, consequentemente, promovem uma redução nos
níveis de colesterol circulante. A ingestão de 3 a 4 g/dia de fitosteróis pode ser utilizada como adjuvante
ao tratamento hipolipemiante. A European Society of Cardiology (ESC) orienta o consumo de suplementos
contendo fitosteróis em adultos e crianças com dislipidemias (Cuppari, 2019; Sociedade Brasileira de
Cardiologia, 2017).

Fibras alimentares: carboidratos complexos classificados em solúveis e insolúveis. A ação das fibras na
redução do colesterol está relacionada ao consumo de fibras solúveis, que formam um gel que se liga aos
ácidos biliares no lúmen intestinal, aumentando sua excreção nas fezes e diminuindo sua reabsorção
durante o ciclo entero-hepático. Essa redução induz a síntese de novos ácidos biliares, diminuindo o
colesterol disponível para incorporação em lipoproteínas. Psyllium é a fibra solúvel mais estudada na
redução do colesterol. O farelo de aveia é o alimento mais rico em fibras solúveis (betaglucanas) e pode,
portanto, diminuir, moderadamente, o colesterol sanguíneo. A ingestão recomendada mínima de fibras
por dia é de 25 g, a fim de diminuir o risco de DCV e de, aproximadamente, 3 g ao dia de betaglucanas.
Em contraste, o consumo de fibras insolúveis não mostra efeitos na redução do colesterol e do risco
cardiovascular (Cuppari, 2019; Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2017).

Além disso, a utilização de alguns fitoterápicos e suplementos podem auxiliar na dislipidemia e prevenção da
aterosclerose, como:

Vitamina C: atua como antioxidante, recicla vitamina E, reduz a disfunção endotelial, promove a diurese,
além de efeitos anti-hipertensivos (Silva, 2018).

Chia: um estudo inédito realizado no Brasil mostrou que o consumo das proteínas da chia produziram
peptídeos com efeitos anti-inflamatórios, antiaterogênicos e antiadipogênicos, reduzindo as alterações
metabólicas relacionadas ao desenvolvimento das doenças cardiovasculares (Grancieri, 2021).

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Chá verde (Camellia sinensis): possui propriedade anti-inflamatória e é excelente estratégia para
modelar a inflamação e o estresse oxidativo. Os polifenóis do chá verde auxiliam no controle do apetite,
regulação negativa de enzimas, envolvendo o metabolismo lipídico hepático e a diminuição da absorção
de nutrientes sob a influência do sistema nervoso simpático (Santos, 2021).

Linhaça: possui alguns componentes que apresentam ações biológicas importantes, como o óleo com
ômega 3 e fibras solúveis. Estudos atestam a capacidade preventiva e mesmo curativa da semente de
linhaça sobre a aterosclerose (Santos, 2021).

Uva: essa fruta e seus derivados, como o vinho tinto, possuem compostos fenólicos, que são potentes
antioxidantes e desempenham papel relevante na prevenção da oxidação da LDL-c e na redução de
mediadores inflamatórios, atenuando, assim, o processo aterosclerótico (Santos, 2021).

Cúrcuma (Curcuma longa): curcumina é o ingrediente ativo do fitoterápico tradicional e da cúrcuma. A


curcumina tem uma gama surpreendentemente ampla de propriedades benéficas, incluindo atividade
anti-inflamatória, antioxidante, quimiopreventiva, quimioterápica e efeito anti-hiperlipidêmico (Santos,
2021).

INFLUÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DE FITOTERÁPICOS E SUPLEMENTOS NO TRATAMENTO DAS

DOENÇAS CARDIOVASCULARES

A seguir, outros fitoterápicos e suplementos que, comprovadamente, exercem efeitos benéficos ao


organismo, como no auxílio da dislipidemia e prevenção das doenças cardiovasculares:

Ácidos graxos: o principal efeito conhecido é a redução dos níveis séricos de colesterol e hipotensor. A
alegação aprovada pela Anvisa refere-se aos ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa provenientes de
óleos de peixe, ou seja, EPA e DHA (Salgado, 2017).

Alho (Allium sativum): é benéfico à saúde cardiovascular devido a sua atividade anti-hipertensiva
(ocasiona relaxamento das células lisas, causando vasodilatação), inibição da agregação plaquetária,
redução do colesterol e inibição da oxidação do LDL-c, por possuir, em sua composição, o enxofre,
que é responsável pelo efeito cardioprotetor, entre outros compostos, como aliina, alicina, S-alil-
cisteína e S-metilcisteína. Essa formulação também pode ser encontrada na cebolinha, alho-poró e
cebola, porém o alho é o que possui maior quantidade dessas substâncias (Meira et al., 2017).

Licopeno: fitonutriente lipossolúvel carotenoide existente em muitos frutos e legumes de cor vermelha e
laranja em altas concentrações, associado à redução do colesterol e marcadores de estresse oxidativo
(Silva, 2018).

Picnogenol: encontrado na casca de pinheiro marinho francês, foi relatado como sendo um IECA natural.
Teve algum impacto na redução da TA e atuou como protetor do dano endotelial ao estresse oxidativo
(Silva, 2018).

Pitangueira (Eugenia Uniflora L.): composta de fenólicos de ações antioxidante, hipoglicemiante,


antirreumáticas, sendo também usada em problemas gástricos e com ação hipotensora e vasodilatadora

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(Lucena; Guedes, 2020).

Em adição, a soja, os flavonoides e o chocolate são outros alimentos funcionais que podem ser utilizados no
auxílio ao tratamento e prevenção da doença aterosclerótica, sendo:

Soja: sua eficácia é comprovada quanto ao seu efeito em reduzir os níveis do LDL-c, inibição da
peroxidação lipídica e diminuição da pressão arterial pela ação das proteínas da soja e das isoflavonas. O
consumo diário de uma a duas porções, totalizando 15 a 30 g da proteína, está associado à redução de
5% de LDL-c, ao aumento de 3% de HDL-c e à redução de 11% na concentração de triglicerídeos (TG)
(Cuppari, 2019; Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2017).

Flavonoides: estão envolvidos na prevenção da aterosclerose por inibirem a oxidação das LDL-c,
diminuindo sua aterogenicidade e, consequentemente, o risco de doença arterial coronariana. São
encontrados nos alimentos, principalmente em verduras, frutas (cereja, amora, uva, morango,
jabuticaba), grãos, sementes, castanhas, condimentos, ervas e em bebidas como vinho, suco de uva e chá
(Cuppari, 2019).

Chocolate: os efeitos cardioprotetores relacionados aos flavonoides do cacau exercem influência sobre
vários fatores de risco para DVC e incluem, além da diminuição da suscetibilidade de oxidação da LDL-c,
diminuição da agregação plaquetária e expressão de moléculas de adesão, ativação do óxido nítrico
(importante vasodilatador que possui várias propriedades antiateroscleróticas), redução da pressão
arterial e aumento da sensibilidade à insulina. Esses efeitos estão associados ao aumento da
epicatequina no plasma e a sua ação antioxidante. A recomendação sobre o consumo mínimo e máximo
de chocolate amargo necessário para se conseguir benefícios cardiovasculares ainda não está definida
(Cuppari, 2019)

Dessa forma, ressalta-se a importância da utilização desses compostos considerados promotores de saúde
por apresentarem efeitos positivos contra as doenças cardiovasculares.

VIDEO RESUMO

Para que você possa continuar aprimorando toda a teoria estudada nesta aula, convidamos você a assistir ao
vídeo a seguir, para conhecer os alimentos funcionais, fitoterápicos e suplementos utilizados na prevenção e
no tratamento das doenças cardiovasculares. Trata-se de compostos com o potencial de modular funções
orgânicas, oferecendo benefícios à saúde do indivíduo e para a prevenção da doença aterosclerótica e
arteriosclerose.

Prontos?

Uma excelente aula para você!

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A Resolução CFN n. 680 , de 19 de janeiro de 2021, regulamenta o uso da fitoterapia e outras práticas
pelo nutricionista, como a prática de aromaterapia, apiterapia, florais, homeopatia, entre outros.

Aula 5

REVISÃO DA UNIDADE

ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Olá, estudante!

Os fatores de risco comportamentais respondem pela maioria dos agravos com impactos cardiovasculares, e
a maioria deles é evitável.

A arteriosclerose está relacionada ao estreitamento e enrijecimento das paredes das arteríolas, que pode
levar ao aumento da pressão arterial, já a aterosclerose é caracterizada por lesões com aspectos de placas de
gordura, conhecidas como ateromas, causadas, principalmente, pela dislipidemia cuja incidência é um dos
principais fatores de risco para as Doenças Cardiovasculares (DCV).

Hoje, as orientações nutricionais para controle e prevenção das dislipidemias estão relacionadas ao tipo de
gordura, sendo que a recomendação quanto ao ácido graxo trans, de acordo com as diretrizes atuais, é: não
deve exceder 1% do valor calórico total (VCT). A ingestão de ácido graxo saturado não deve ultrapassar 10% do
VCT para adultos sem comorbidades e 7 % do VCT para pessoas com risco cardiometabólico e a
suplementação de ômega-3 em doses de 2 a 4 g/ dia de ácido eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico
(DHA) (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, 2023; Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia, 2023; Pozzan, 2021; ZAR et al., 2021; Cuppari, 2019).

A insuficiência cardíaca é outra manifestação desse grupo de doenças, em que o coração é incapaz de
bombear o sangue de forma suficiente para as demais partes do corpo e/ou acomodar o retorno sanguíneo
com significante comprometimento do funcionamento do organismo. Considerando a dietoterapia, faz-se
importante implementar potássio na dieta, devido ao uso de diuréticos, que são depletores do nutriente; já a
recomendação de sódio é de 5 g de sal/dia (2 g de sódio); a restrição de líquidos varia de 800 a 1.500 mL/dia,
devido à retenção hídrica; a oferta de proteína no caso de indivíduos com caquexia cardíaca é de até 2 g de
proteína/kg de peso/dia e, nos casos em que há diminuição da função renal, 0,8 g de proteína/kg de peso/dia;
e o fracionamento da dieta deve considerar o plano alimentar com 5 a 6 refeições/dia, para diminuir o
trabalho cardíaco, facilitar a ingestão calórica e diminuir a plenitude pós-prandial (CUPPARI, 2019).

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Para realizar a avaliação, assistência e acompanhamento nutricional, faz-se importante coletar todos os dados
e, após a coleta, realizar a classificação do estado nutricional. Inicialmente, realiza-se a classificação do Índice
de Massa Corporal (IMC), sendo que, para adultos, a classificação é realizada pela Organização Mundial da
Saúde, já para idosos, pela Organización Pan-Americana de la Salud. Após isso, deve-se realizar o cálculo das
necessidades energéticas utilizando equações preditivas, como da FAO/OMS, de Miffin-St Jeor, de Harris e
Benedict, ou realizar a Regra de Bolso; na sequência, faz-se a distribuição dos nutrientes considerando as
recomendações nutricionais da diretriz ESPEN para idosos e, para adultos, da Diretriz sobre o Consumo de
Gorduras e Saúde Cardiovascular, da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Por fim, faz-se importante realizar orientações nutricionais aos indivíduos com base nas diretrizes
internacionais que apontam para a importância do seguimento de padrões alimentares saudáveis, como o
padrão Mediterrâneo e a dieta DASH – Dietary Approach to Stop – que, comprovadamente, exercem efeito
cardioprotetor. Além disso, há vários estudos demonstrando o papel dos alimentos funcionais e fitoterápicos
no auxílio da dislipidemia e prevenção das doenças cardiovasculares. Portanto, as mudanças
comportamentais no estilo de vida permanecem como a base das intervenções clínicas.

REVISÃO DA UNIDADE

Neste vídeo, você verá conceitos importantes relacionados à dislipidemia, aterosclerose e arteriosclerose,
hipertensão arterial e insuficiência cardíaca; quais são as gorduras benéficas ao risco cardiovascular, bem
como as que estão associadas ao processo aterogênico; por fim, você verá como realizar a avaliação, a
assistência e o acompanhamento nutricional dos indivíduos, de acordo com as recomendações e diretrizes
atuais.

Vamos lá?

ESTUDO DE CASO

Para contextualizar sua aprendizagem, imagine que você está no último ano do curso de Nutrição e está
realizando estágio na Unidade Básica de Saúde (UBS) da sua cidade. A nutricionista responsável do Núcleo de
Apoio à Saúde da Família (NASF) solicitou que você atendesse ao Sr. Joaquim, 72 anos, viúvo, aposentado,
tabagista, etilista, com diagnóstico de hipertensão arterial com risco para desenvolver insuficiência cardíaca
(IC) e sedentário. Você realizou a aferição das medidas antropométricas e obteve um valor para circunferência
abdominal de 103 cm, peso atual de 90 kg e altura de 1,72m. Os parâmetros laboratoriais obtidos foram: 350
mg/dL de colesterol total, 550 mg/dL de triglicerídeos, 180 mg/dL de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) e
20 mg/dL de lipoproteína de alta densidade (HDL-c).

De acordo com o recordatório alimentar de 24h, a alimentação do Sr. Joaquim foi de:

No café da manhã, ele ingeriu: 1 copo de 200 ml de leite integral, 2 colheres de sopa cheias de
achocolatado, 2 unidades de pão francês, 4 fatias de mortadela, 1 ponta de faca cheia de manteiga, 2
fatias de queijo muçarela.
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No almoço, ele ingeriu: 2 colheres de servir de arroz branco, 2 conchas médias de feijão, 2 unidades
médias de bife à milanesa e 2 copos de refrigerante.

No lanche à tarde, ele ingeriu: 1 pacote de bolacha recheada e 1 copo de refrigerante.

No jantar, ele ingeriu: 2 pacotes de miojo sabor carne, 3 unidades de ovo frito e 2 copos de refrigerante.

Na ceia, ele ingeriu: ½ barra de chocolate ao leite.

A nutricionista solicitou que, após o atendimento, você preparasse uma aula apresentando o caso para os
demais alunos do curso de Nutrição, a fim de reforçar os estudos sobre as Doenças Cardiovasculares. Então,
tendo em mãos os dados acima, você deverá aplicar seus conhecimentos para definir o diagnóstico
nutricional, calcular as necessidades energéticas de acordo com a fórmula da FAO/OMS, realizar a distribuição
dos nutrientes e organizar as orientações nutricionais a serem dadas ao Sr. Joaquim. Além disso, você deverá
sugerir o uso de alimentos funcionais e/ou suplementos alimentares e/ou fitoterápicos, já que os compostos
bioativos dos alimentos têm o potencial de modular determinadas funções no organismo de modo a oferecer
oportunidades benéficas relacionadas ao bem-estar e à saúde e de atuar na prevenção e no tratamento das
doenças cardiovasculares.

 Reflita
Olá, estudante!

Neste momento você deverá elencar, de forma organizada, todos os conhecimentos referentes à
maneira adequada de realizar o diagnóstico nutricional, considerando a idade do Sr. Joaquim, bem como
o peso e altura, utilizando a tabela para tal classificação. Não se esqueça de realizar a classificação
adequada para a circunferência abdominal, a fim de verificar o risco de complicações metabólicas.

Para realizar o cálculo das necessidades energéticas, você deverá utilizar a fórmula da FAO/OMS e aplicar
os dados para realizar os cálculos matemáticos corretamente; para isso, reúna todos os dados
necessários de modo a facilitar o se trabalho e lembre-se de que a resolução de expressões numéricas
exige um cuidado, pois há uma prioridade na ordem das operações, a começar pelos símbolos,
resolvendo primeiro as operações que estão dentro do parêntese, depois, as operações que estão entre
colchetes, por fim, as operações entre chaves. Quanto a ordem de resolução das operações em si, o
correto é primeiro fazer as multiplicações ou divisões e depois adições e subtrações.

No mais, após realizar os passos anteriores, você deverá elencar as orientações nutricionais, sugerindo
substituições alimentares, bem como a inserção de alimentos funcionais e/ou fitoterápicos no
planejamento alimentar.

Vamos lá?

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Olá, estudante!
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O primeiro passo é calcular o Índice de Massa Corporal (IMC). Para realizar a classificação, você deverá utilizar
o resultado do cálculo do IMC e a tabela específica de acordo com a idade, mas lembre-se de que, para
adultos, é utilizada a classificação da Organização Mundial da Saúde, já para idosos, da Organización Pan-
Americana de la Salud.

O segundo passo é verificar a classificação da medida da circunferência abdominal (CA) e verificar o risco de
complicações metabólicas associadas à obesidade. Para isso, você deverá utilizar a referência de Araújo, 2020.

Tendo em mente os parâmetros laboratoriais obtidos do Sr. Joaquim, você deverá verificar os valores
referenciais do perfil lipídico de acordo com a Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção de
Aterosclerose (Sociedade Brasileira de Cardiologoa, 2019). O terceiro passo é calcular as necessidades
energéticas pela fórmula da FAO/OMS, para isso, você deverá observar o gênero e a idade para utilizar a
fórmula correta.

O próximo passo é realizar a distribuição dos macronutrientes. Considerando as recomendações nutricionais,


a diretriz ESPEN aborda as particularidades do idoso e principais recomendações de energia, hidratação,
macro e micronutrientes. Realize os cálculos para carboidrato e lipídeos considerando a porcentagem mínima
e a máxima, apresentando o valor e as calorias; a quantidade de proteína, de acordo com a recomendação em
g/kg/dia; e a quantidade hídrica, considerando o peso de Joaquim. Lembre-se de distribuir adequadamente as
porcentagens referentes à gordura trans e saturada apresentando o valor em kcal.

Por fim, você deverá listar as orientações nutricionais a serem dadas. O paciente apresenta hipertensão
arterial e risco para desenvolver insuficiência cardíaca, dessa forma, quais os cuidados relacionados ao peso?
E a quantidade de sódio recomendada? As orientações devem ser embasadas nas diretrizes internacionais,
que apontam para a importância do seguimento de padrões alimentares saudáveis, como o padrão
Mediterrâneo e a dieta DASH. Como ponto em comum, enfatizam a importância da adequação calórica,
inclusão de grãos, frutas, hortaliças e redução de carboidratos refinados, e em relação às gorduras,
preconizam retirada de ácidos graxos trans, redução do consumo de ácidos graxos saturados e inclusão, em
quantidades adequadas, de alimentos fontes de ácidos graxos insaturados, bem como a suplementação de
ômega-3 em doses de 2 a 4 g/ dia de ácido eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA), reduzindo em
até 30 % a concentração dos triglicerídeos.

Por fim, incluir alguns alimentos, que, em virtude de propriedades fisiologicamente ativas de seus
componentes alimentícios, oferecem benefícios à saúde, como alho pela sua atividade anti-hipertensiva e
redução do colesterol; a chia que apresenta efeitos antiaterogênicos e antiadipogênicos; a soja ,pelo efeito de
reduzir os níveis do LDL-c e a pressão arterial; e os flavonoides, que estão envolvidos na prevenção da
aterosclerose, diminuindo sua aterogenicidade e, consequentemente, o risco de doença arterial coronariana.

RESUMO VISUAL

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Fonte: Elaborado pelo autor.

REFERÊNCIAS

Aula 1

ARAUJO, C. A. H. de. Reconhecendo o sobrepeso e a obesidade no contexto da atenção primária à saúde.


Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes


brasileiras de obesidade. 4. ed. São Paulo: Abeso, 2016. Disponível em: https://abeso.org.br/wp-
content/uploads/2019/12/Diretrizes-Download-Diretrizes-Brasileiras-de-Obesidade-2016.pdf. Acesso em: 28
set. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças cardiovasculares: principal causa de morte no mundo pode ser
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Aula 4

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Aula 5

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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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OBESIDADE E SUA RELAÇÃO COM A SÍNDROME


METABÓLICA
 Aula 1 - Aspectos fisiológicos e metabólicos da síndrome metabólica

 Aula 2 - Aspectos fisiopatológicos, metabólicos e nutricionais da


síndrome metabólica
 Aula 3 - Tratamento não farmacológico da síndrome metabólica

 Aula 4 - Abordagem nutricional

 Aula 5 - Revisão da unidade

 Referências

Aula 1

ASPECTOS FISIOLÓGICOS E METABÓLICOS DA SÍNDROME


METABÓLICA
Olá, estudante! Nesta aula, você verá aspectos relacionados à síndrome metabólica, bem como sua
definição, fatores que podem levar ao seu desenvolvimento, suas consequências, prevalência, etiologia e
condições fisiopatológicas.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta aula, você verá aspectos relacionados à síndrome metabólica, bem como sua definição, fatores que
podem levar ao seu desenvolvimento, suas consequências, prevalência, etiologia e condições fisiopatológicas.
Será capaz de entender a relação da síndrome metabólica com a obesidade central, resistência à insulina,
inflamação e doenças cardiovasculares.

Ao final desta aula, você terá o conhecimento para identificar os principais aspectos relacionados à síndrome
metabólica, condição muitas vezes silenciosa, mas que tem crescido cada vez no mundo em todas as faixas
etárias. Assim, é de suma importância entender todos os aspectos que envolvem esta condição clínica
complexa e multifatorial.

Bons estudos!
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DEFINIÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA E FATORES ASSOCIADOS

A síndrome metabólica (SM) é também conhecida por outras denominações, como síndrome de resistência à
insulina, síndrome de Reaven ou síndrome X. Uma das suas principais características é ser composta por
alterações metabólicas e hormonais, consequentemente aumentando o risco de doenças cardiovasculares
(MANUAL MSD, 2023). Essas características associadas originam a resistência insulínica, hipertensão arterial,
diabetes mellitus ou intolerância à glicose, dislipidemia, níveis baixos de lipoproteína de alta densidade (HDL)
e níveis elevados de triglicerídeos e obesidade central (devido ao acúmulo excessivo de gordura abdominal)
(SBEM, 2011; MAGALHÃES et al., 2018; MANUAL MSD, 2023).

A obesidade contribui para a hipertensão arterial, níveis elevados de colesterol total, baixos níveis de HDL e
hiperglicemia, que por si só estão associados a maior risco cardiovascular. A obesidade abdominal se
correlaciona com fatores de risco metabólicos, devido ao fato de que o elevado nível de tecido adiposo libera
produtos inflamatórios que provocam danos (MAGALHÃES et al., 2018).

Um outro fator de risco para a SM é a resistência à insulina, que geralmente acompanha a obesidade. A
resistência à insulina nos músculos predispõe à intolerância à glicose, que pode ser elevada pela
gliconeogênese hepática, devido à resistência à insulina no fígado. A prevalência da SM aumenta com o
avançar da idade, alcançando o pico na sexta década de vida para homens e na oitava década de vida para
mulheres (HU et al.,2004).

A SM está associada a uma mortalidade geral duas vezes maior e mortalidade cardiovascular três vezes maior
quando comparada à população que não apresenta a síndrome. Essa doença tem afetado a população
mundial, não apenas em adultos, mas também em crianças e adolescentes. Nos últimos anos, essa elevação
tem sido cada vez maior em todos os países; na população adulta, a prevalência de SM varia de 25% a 35%
(MAGALHÃES et al., 2018).

Em um estudo brasileiro com 1369 indivíduos adultos, a prevalência estimada da SM foi de 22,7% (IC 95%:
19,4% a 26,0%), uma prevalência similar àquela encontrada em outros países em desenvolvimento (MOREIRA
et al., 2014). Em indivíduos com SM, estima-se três vezes as chances de sofrer um ataque cardíaco ou um
acidente vascular cerebral (AVE), tem três vezes as chances de falecer em virtude destes eventos, se
comparados com aqueles que não tem a síndrome. Além disso, as pessoas com SM têm cinco vezes as
chances de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 (IDF, 2010).

Existem alguns órgãos que trabalham com definições diferentes da SM. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) preconiza como prioridade inicial a avaliação da resistência à insulina ou do distúrbio do metabolismo
da glicose. Já na metodologia do National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-
ATP III), que foi desenvolvida para uso clínico, não há a obrigatoriedade da comprovação de resistência à
insulina, facilitando a sua utilização. Segundo o NCEP-ATP III, a SM é dada pela combinação de pelo menos três
dos componentes apresentados no Quadro 1. Pela sua simplicidade e praticidade, é a definição recomendada
pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (I-DBSM) (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO et al., 2005).

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Quadro 1 | Componentes da síndrome metabólica segundo o NCEP-ATP III

Componentes Referência

Circunferência abdominal

Homens >102cm

Mulheres >88cm

Triglicerídeos ≥150mg/dL

HDL Colesterol

Homens <40 mg/dL

Mulheres <50 mg/dL

Pressão Arterial ≥130 mmHg ou ≥85 mmHg

Glicemia de Jejum ≥110 mg/dL

A presença de diabetes mellitus não exclui o diagnóstico de SM

Fonte: I-DBSM (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO et al., p. 8).

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CONDIÇÕES FISIOPATOLÓGICAS

A síndrome metabólica (SM) é uma condição complexa, sem uma causa específica designada. A literatura
mostra que sua incidência é maior em indivíduos com sobrepeso, principalmente com a obesidade
abdominal. Além disso, tem forte associação com aumento de risco de doenças cardiovasculares e de
diabetes mellitus do tipo 2 (MAGALHÃES et al., 2018). É considerada uma doença da modernidade que tem
como seus principais fatores de risco a genética, excesso de peso (principalmente na região abdominal),
alimentação inadequada, sedentarismo, idade superior a 60 anos, alterações hormonais que podem
juntamente gerar um estado pró-inflamatório (MAGALHÃES et al., 2018; ABESO, 2023).

Importante salientar que, geralmente, os fatores de risco da SM costumam ser silenciosos; ou seja, a maioria
das pessoas não apresenta sintomas alertando que algo não está certo. Isso retarda o diagnóstico e início do
tratamento adequado, principalmente naquelas pessoas que não têm o hábito de realizar acompanhamento
médico (MAGALHÃES et al., 2018). Tal situação pode consequentemente gerar o desenvolvimento de doenças
graves, aumentando o risco de morbidade e mortalidade na população. Como resultado da SM, podemos citar
algumas doenças: hipertensão arterial, colesterol elevado, baixo HDL, glicose elevada e resistência à insulina.
Estes fatores são inerentes ao risco para o surgimento de diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Um único paciente pode possuir todos esses fatores juntos (MAGALHÃES et al., 2018).

O excesso de gordura tem se correlacionado diretamente com o aparecimento da resistência à insulina (RI) e,
como consequência, a elevados índices de morbidade. O excesso de gordura leva ao aumento da CA(Citocina)
que juntamente com a RI ocasiona a liberação de mediadores pró-inflamatórios, principalmente no tecido
adiposo (TA), no fígado e no músculo esquelético (SCHMIDT et al., 2015). O TA eleva o estado inflamatório e é
responsável pelo armazenamento de triacilglicerídeos; é considerado um órgão endócrino produtor de
diversas adipocinas, como a IL-6, adiponectina, leptina, inibidor do ativador do plasminogênio-1 (PAI-1) e TNF-
α.

O desequilíbrio na liberação dos mediadores químicos modifica os principais fatores relacionados às doenças
cardiovasculares (balanço energético, sensibilidade à insulina, pressão arterial, metabolismo lipídico,
imunidade e homeostase), promovendo o aparecimento de um processo inflamatório de baixa intensidade,
que origina uma resposta imune local levando o aumento de biomarcadores inflamatórios (SCHMIDT et al.,
2015).

Em indivíduos com obesidade IMC maior ou igual a 30 kg/m2, há aumento dos adipócitos pré-existentes no TA,
principalmente por armazenamento de triacilglicerídeos, ao contrário dos indivíduos eutróficos, nos quais a
liberação de adipocinas anti-inflamatórias reflete bom controle metabólico, oxidativo e inflamatório (OUCHI et
al., 2011).

Em indivíduos com obesidade moderada, observa-se uma mudança na secreção pelo início da liberação de
adipocinas pró-inflamatórias, como IL-6, IL-18, lipocalina-2 e TNF-α, entre outras; porém, há ainda liberação
reduzida de adipocinas anti-inflamatórias, como a adiponectina. Existem um aumento da inflamação, uma
redução do controle metabólico e, ainda, alteração no endotélio vascular. Quando o indivíduo é considerado

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04/03/2024, 10:47 wlldd_241_u3_ass_nut_obs_doe_car_end

obeso, acontece a redução da liberação de adipocinas anti-inflamatórias e aumenta a liberação das pró-
inflamatórias, levando a um estado inflamatório exacerbado juntamente com desequilíbrio metabólico e
disfunção endotelial (SCHMIDT et al., 2015).

PRINCIPAIS FATORES DE RISCO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

A síndrome metabólica (SM) tem se tornado um dos maiores desafios da saúde pública no mundo. É
considerada uma epidemia por alguns autores, devido aos seus riscos metabólicos, associados à maior
probabilidade de desenvolvimento de doenças, consequentemente elevando o risco de morbidade e
mortalidade. A SM tem sido reconhecida como uma doença da modernidade, que vem elevando sua
incidência com a transição nutricional (ABESO, 2023).

Estima-se que a prevalência de SM esteja entre 20-25% da população mundial adulta. Nos Estados Unidos, em
2011-2012, a prevalência era de 34,7%. Nas cidades da América Latina, em 2003-2005, a prevalência variava de
14% a 27%, de acordo com o território estudado e segundo o critério americano do National Cholesterol
Education Program Expert Panel. No Brasil, a prevalência varia entre os 30% nos indivíduos de 19 a 64 anos
em diferentes regiões do país (RAMIRES et al., 2018).

A prevenção deve ser inserida o mais cedo possível na população, no ambiente escolar, com objetivo de
promoção do estilo de vida saudável. Isso gera a consequente adoção precoce de hábitos adequados e da
prática de atividade física, componentes essenciais na prevenção de SM (ABESO, 2023).

O excesso de gordura abdominal (obesidade central) é critério de suma importância, uma vez que, combinado
às demais comorbidades citadas anteriormente (todas relacionadas à resistência à insulina), forma-se um
complexo de fatores de risco que contribuem, de forma independente, para o desenvolvimento de doença
cardiovascular. Diante da relevância da gordura visceral no estudo da síndrome metabólica, diversos métodos
vêm sendo propostos para avaliação da distribuição da gordura corporal e quantificação da adiposidade intra-
abdominal. A tomografia computadorizada do abdômen é considerada o método “padrão-ouro” para
determinação da gordura visceral, permitindo a diferenciação da adiposidade subcutânea e visceral nesta
região (ABESO, 2023).

A circunferência abdominal é um índice antropométrico representativo da gordura visceral e faz parte dos
critérios para SM. Ele é fácil e barato para se usar como prática clínica. A medida deve ser feita da seguinte
maneira: no meio da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior, coloca-se a fita horizontalmente
ao redor da cintura sobre o ponto médio. A tensão aplicada à fita deve ajustá-la firmemente em torno da
cintura, sem enrugar a pele nem comprimir os tecidos subcutâneos. Deste modo, obtemos a circunferência
abdominal que, além de ser um índice utilizado para a SM, é também usada para verificar risco cardiovascular
(JANSSEN; KATZMARZYK; ROSS , 2002).

Portanto, é de suma importância entender todos os aspectos e complexidades que envolvem a SM, desde sua
caracterização, assim como suas comorbidades associadas, que podem ser causa ou consequência desta
síndrome. Isso é essencial para que se possa intervir de maneira efetiva na melhora do seu paciente que
tenha essa condição fisiológica, a qual inclui distúrbios metabólicos e hormonais individuais.

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VIDEO RESUMO

Neste vídeo, vamos abordar os principais aspectos da síndrome metabólica, desde sua definição, condições
fisiopatológicas que envolvem a obesidade central, resistência à insulina, inflamação, assim como suas
consequências e comorbidades relacionadas, para que, ao final, você tenha conhecimento suficiente para
identificar os principais aspectos dessa síndrome que é tão complexa e com alta mortalidade.

 Saiba mais
Para saber mais sobre síndrome metabólica, sugerimos as seguintes leituras:

1. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (2005).

2. ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes


brasileiras de obesidade. 4ª ed. São Paulo: ABESO, 2016.

Aula 2

ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS, METABÓLICOS E


NUTRICIONAIS DA SÍNDROME METABÓLICA
Olá, estudante! Nesta aula, você verá os principais aspectos relacionados à síndrome metabólica
secundária, bem como sua definição, fatores que podem levar ao seu desenvolvimento, suas
consequências, sinais e sintomas.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta aula, você verá os principais aspectos relacionados à síndrome metabólica secundária, bem como sua
definição, fatores que podem levar ao seu desenvolvimento, suas consequências, sinais e sintomas.
Abordaremos o tema de modo detalhado, para que você consiga identificar um paciente com essa condição, a
qual é um problema de saúde pública, porém ainda pouco descrita.

Assim, vamos estudar detalhadamente todos os aspectos que envolvem a síndrome metabólica secundária,
dando o suporte teórico necessário para que você possa intervir de maneira precoce, melhorando sua
qualidade de vida. Você verá quais componentes podem se associar com o aparecimento dessa patologia,
bem como o modo pelo qual eles podem desencadear os desequilíbrios fisiológicos.

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Bons estudos!

DEFINIÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA E FATORES ASSOCIADOS

A síndrome metabólica (SM) é uma doença endócrina multifatorial que aparece devido a mecanismos
subjacentes. Trata-se de um problema de saúde pública em todo o mundo. Apesar da sua alta incidência, a
frequência de SM secundária não é muito descrita. Em pacientes com SM, os motivos e fatores de risco que
levam a essa condição devem ser minunciosamente detalhados. Pacientes com dislipidemia, hiperglicemia,
hipertensão, síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) ou obesidade são inicialmente avaliados quanto a
fatores secundários que desencadeiam esses distúrbios; em pacientes com SM, esses fatores muitas vezes
são ignorados (OGUZ et al., 2013).

Cada um dos componentes da SM (obesidade central, hipertrigliceridemia, hipertensão, baixo colesterol de


lipoproteína de alta densidade (HDL) e resistência à insulina) podem surgir por meio de uma doença pré-
existente, fatores hormonais ou farmacológicos. Esses componentes que surgem posteriormente a uma razão
diferente dos distúrbios do estilo de vida causam a SM secundária. O diagnóstico e o tratamento prévio da SM
permitem a prevenção e controle das consequências dessas doenças que causam morbidade e mortalidade
significativas (OGUZ et al., 2013).

A definição adequada das causas e fatores de risco da SM é importante para a prevenção e/ou tratamento.
Além dos fatores de risco bem definidos, existem doenças e condições que levam à SM secundariamente.
Conhecer essas condições e seus fatores de risco são importantes na abordagem dos pacientes. Entre os
fatores que podem levar à SM secundária são doenças concomitantes, alterações hormonais e tratamentos
medicamentosos (OGUZ et al., 2013).

Um estudo que investigava a relação entre aldosteronismo primário e prevalência de SM constatou que a
prevalência foi de 62% de SM em pacientes com hiperaldosteronismo idiopático; 34% em pacientes com
adenoma produtor de aldosterona unilateral; e 56% em pacientes com hipertensão essencial (SOMLÓOVÁ et
al.,2010).

Em outro estudo, avaliou-se pacientes com hipotireoidismo subclínico; verificou-se que 21,5% dos 6.560
participantes foram diagnosticados com SM e 8,2% foram diagnosticados com hipotireoidismo subclínico.
Além disso, a SM foi determinada em 21,3% dos casos eutireoidianos e em 25,7% daqueles com
hipotireoidismo subclínico; após ajuste para idade, não foi encontrada diferença significativa. Como resultado,
não encontraram o hipotireoidismo subclínico como um fator de risco independente para SM em seu estudo.
No entanto, também existem estudos que relatam uma associação entre hipotireoidismo subclínico ou
evidente e SM; assim, caso tenhamos um paciente com hipotireoidismo, é importante observarmos se ele
possui risco de desenvolver SM ou se ele já a possui (LIU et al., 2011; SHANTHA et al., 2009).

Estudos têm demonstrado uma relação entre a síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) e a SM. A SAOS
é uma doença crônica, caracterizada por episódios recorrentes de obstrução parcial ou completa da via aérea
superior durante o sono, associados a hipóxia intermitente. A prevalência de SM, em indivíduos com SAOS,
tem sido estimada entre 60 e 79%, sendo sugerida uma associação positiva entre a gravidade da SAOS e a
presença de SM. Apesar da menor prevalência de SAOS no sexo feminino, esta importante associação verifica-
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se também neste grupo. Por outro lado, a SAOS é frequentemente não diagnosticada em indivíduos com SM.
Os mecanismos fisiopatológicos subjacentes à interação entre SAOS e SM são múltiplos e complexos, e
incluem hiperativação do sistema nervoso simpático, estresse oxidativo, inflamação e disfunção endotelial
(DUARTE et al., 2010).

CONDIÇÕES FISIOPATOLÓGICAS

Alguns medicamentos podem elevar o risco da síndrome metabólica (SM) secundária, devido às alterações
que podem causar no metabolismo, por exemplo: aumento de peso, colesterol e glicose. Assim, é de suma
importância ter conhecimento destes tipos de riscos associados aos tratamentos medicamentosos, de modo
que os pacientes sejam monitorizados em termos de alterações metabólicas e o cuidado integral seja feito
precocemente (WOFFORD et al.,2006).

Para tratamento da síndrome de apneia obstrutiva do sono, ainda não existem evidências clínicas sobre quais
medicamentos de fato são efetivos. Entretanto, existem estudos indicando que mudanças nos hábitos de vida,
tais como redução de peso e do consumo de bebida alcoólica, podem trazer benefícios para estes pacientes
(BITTENCOURT, 2008).

Nas doenças reumáticas e outras doenças inflamatórias, são utilizados os glicocorticoides em função de seus
efeitos imunossupressivos e anti-inflamatórios. Contudo, são conhecidos pelo seu potencial diabetogênico,
efeitos no risco de aumento da pressão arterial e efeitos nas alterações lipídicas. Níveis elevados de cortisol
resultantes da hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal têm sido considerados como tendo um
papel potencial na patogênese da SM. O aumento da exposição ao cortisol leva a um maior acúmulo de
gordura nos depósitos viscerais (OGUZ et al., 2013).

Outra classe de medicamentos que tem sido estudada em relação à SM secundária são os antipsicóticos, uma
vez que podem levar ao aumento do peso corporal, e a alterações no metabolismo da glicose e hiperlipidemia
(WOFFORD et al., 2006). No estudo de Sicras-Mainar et al. (2008), a prevalência de SM foi relatada como maior
em pacientes esquizofrênicos e pacientes com transtorno bipolar que estavam em tratamento antipsicótico
(27%) do que aqueles no grupo controle (14,4%).

Em um estudo realizado com 902 participantes, verificou-se que em 10,6% deles o hipotireoidismo foi
determinado como o principal fator que afeta a SM secundária; em 4,1% o uso de corticosteroide foi
determinado como o principal fator. Outros fatores que podem estar subjacentes aos parâmetros da SM e
suas frequências são os seguintes: uso de diuréticos tiazídicos (22,8%), betabloqueadores (12,5%), insulinas
(12,8%), insulina hipoglicemiantes orais (13,8%), tiazolidinedionas (4,9%), contraceptivos orais (0,8%) e ingestão
de álcool (2,2%) (OGUZ et al., 2013).

No tratamento da hipertensão arterial, componente da SM, estudos demostram que o uso de altas doses de
diuréticos tiazídicos e o uso de betabloqueadores podem levar a alterações nos componentes metabólicos,
principalmente no perfil lipídico, aumentando os níveis de colesterol total, lipoproteína de baixa densidade
(LDL-C) e triglicerídeos (TG), e na resistência à insulina (REDON et al., 2008; REUNGJUI et al., 2008).

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Importante entender que quem utiliza esses medicamentos não tem necessariamente a SM secundária;
entretanto, é prudente lembrar que os parâmetros da SM podem ser afetados por esses medicamentos.
Assim, é válido avaliar cada um dos componentes da SM de forma individual, e os fatores que podem levar a
essa condição secundariamente.

PRINCIPAIS FATORES DE RISCO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Cada um dos componentes da SM (como: a obesidade central, hipertrigliceridemia, hipertensão, baixo


colesterol de lipoproteína de alta densidade e resistência à insulina) podem surgir de uma doença subjacente
ou de fatores hormonais ou farmacológicos, componentes que surgem secundariamente a uma razão
diferente dos distúrbios do estilo de vida, causando a SM secundária (OGUZ et al., 2013).

As causas da SM secundária devem ser bem definidas, e é um de suma importância determinar esses fatores
por meio de uma avaliação detalhada nos pacientes. É importante que o profissional de saúde, quando recebe
um paciente com esse perfil, faça o rastreio das comorbidades presentes. Ele deve verificar a medida da
circunferência abdominal, a relação cintura/quadril e, quando possível, realizar a bioimpedância, para analisar
a composição corporal desse paciente, verificar a distribuição da composição corporal, assim como a presença
de obesidade (OGUZ et al., 2013).

A obesidade contribui para a hipertensão arterial, níveis elevados de colesterol total, baixos níveis de HDL e
hiperglicemia, que estão associados a um risco elevado de doença cardiovascular (CASSELLS; HAFFNER, 2006).

Um outro ponto importante é analisar o uso de medicamentos do paciente, pois betabloqueadores,


diuréticos, corticosteroides, danazol, hormônio do crescimento, anticoncepcionais, tiazolidinedionas,
antipsicóticos, antidepressivos, antiepilépticos, imunossupressores, niacina, inibidores de protease e
retinoides estão entre os medicamentos que aumentam o risco de SM, alterando metabolismo da glicose e
dos lipídeos. Ou seja, no atendimento a paciente que faz uso de algum desses medicamentos, é importante
um olhar atendo a possíveis alterações que podem predispor a SM secundária (OGUZ et al., 2013).

Quanto às principais características da SM, o paciente geralmente apresenta obesidade central superior a 94
centímetros para os homens, e superior a 80 centímetros para as mulheres; níveis de glicemia em jejum de
100mg/dl ou superior; pressão arterial de 130/85 mm/Hg ou superior; níveis de triglicerídeos no sangue de
150mg/dl ou superior; níveis de colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL) de 40mg/dl ou menos para
homens e de 50mg/dl ou menos para mulheres (CASSELLS; HAFFNER, 2006).

A obesidade central está associada à síndrome metabólica e à SAOS, havendo evidências de que a apneia do
sono seja um fator de risco independente da obesidade, intolerância à glicose e resistência insulínica. Embora
a obesidade central seja um fator de risco para ambas as condições, há evidências de que a apneia do sono
seja um fator de risco independente para a intolerância à glicose e a resistência à insulina (BITTENCOURT,
2008).

Então, como parte de avaliação de sinais e sintomas do paciente com SM secundária de forma completa e
efetiva, deve-se considerar minunciosamente todas as informações a respeito do seu metabolismo, uso de
medicamentos, avaliação física, para que você possa compreender e avaliar os possíveis riscos e

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consequências das possibilidades de tratamentos não farmacológicos e farmacológicos de acordo com sua
especialidade. Também é preciso estar atento às comorbidades associadas.

VÍDEO RESUMO

Neste vídeo, vamos abordar os principais aspectos da síndrome metabólica secundária, desde sua definição,
condições fisiopatológicas, seus riscos, os tipos de assistência nutricional e a importância do tecido adiposo
neste processo metabólico. Além disso, falaremos também sobre a relação da síndrome de apneia obstrutiva
do sono (SAOS) e a síndrome metabólica.

 Saiba mais
Para saber mais sobre síndrome metabólica secundária, sugerimos estas leituras:

OGUZ, A.; et al. Secondary metabolic syndrome: the frequency of factors which may underlie the
parameters of metabolic syndrome. Annals of Saudi Medicine, v. 33, n. 6, p. 566-71, nov./dez. 2013.

CARNEIRO, G.; FONTES, F. H.; TOGEIRO, S. M. Metabolic consequences of untreated obstructive sleep
apnea syndrome. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 36, supl. 2, p. 43-46, jun. 2010.

Aula 3

TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO DA SÍNDROME


METABÓLICA
Olá, estudante! Nesta aula, você verá como é complexa e como deve ser minuciosa a escolha da conduta
para assistência nutricional, como foco de abordagem terapêutica para melhoria na qualidade de vida do
paciente.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nesta aula, você verá como é complexa e como deve ser minuciosa a escolha da conduta para assistência
nutricional, como foco de abordagem terapêutica para melhoria na qualidade de vida do paciente. Veremos,
no decorrer da aula, como o olhar do profissional nutricionista deve ser detalhado nesses pontos, a fim de

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que possa fornecer ao paciente ferramentas para melhorar seu perfil metabólico. Além disso, entenderemos a
importância do tecido adiposo e dos ácidos graxos nessa condição fisiológica, e como o padrão alimentar
pode influenciá-los.

Bons estudos!

TIPOS DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL

A síndrome metabólica (SM) representa um conjunto de fatores de risco, de origem metabólica, que
promovem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e de diabetes. O tratamento não farmacológico
inclui a associação de mudanças no estilo de vida com intervenção dietética, e prática de atividade física
regular. A adesão ao tratamento desempenha papel crucial no sucesso. É um processo multifatorial que se
estabelece mediante parceria entre o profissional da saúde e o paciente, e abrange aspectos que
compreendem frequência dos atendimentos; reconhecimento, aceitação e adaptação da sua condição de
saúde; identificação de hábitos de risco; cultivo de atitudes promotoras de qualidade de vida;
desenvolvimento da consciência para o autocuidado; e manutenção da busca de saúde (SPERETTA; LEITE;
DUARTE, 2014).

Um dos fatores de risco da SM é a obesidade, a qual pode ser definida como uma doença complexa que
envolve diversos fatores, entre eles o comportamento. Ele vem sendo cada vez mais estudado com terapia
cognitiva comportamental. O estigma da obesidade é algo a que o profissional da saúde deve se atentar; a
assistência nutricional é influenciada por este fator. Em pacientes obesos, o estigma é intensificado, do ponto
de vista negativo, de acordo com as expectativas e exigências sociais, que tornam estes pacientes
marginalizados e depreciados.

Ou seja, a obesidade, além de ser um problema fisiológico e metabólico, também pode ser considerada um
problema social. O estigma acontece por meio de um círculo vicioso no qual o indivíduo obeso não consegue
atingir seu objetivo, por meio de suas expectativas frustradas, o que gera uma diminuição da autoestima,
levando a práticas alimentares compensatórias, as quais geram a estigmatização e sustentam a obesidade
(PEARL et al., 2017).

O tecido adiposo é um dos principais depósitos de energia; ele é composto por adipócitos que armazenam
gordura. O excesso de calorias consumidas é transformado em moléculas de triacilglicerol, sob ação do
hormônio insulina, e armazenado nos adipócitos. Os triacilgliceróis são lipídios formados pela ligação de três
moléculas de ácidos graxos com uma molécula de glicerol; boa parte da gordura armazenada no corpo é
derivada dos triglicerídeos provenientes da dieta (RICCARDI; RIVELLESE, 2000).

Os ácidos graxos livres (AGL) são o principal combustível lipídico circulante; a maioria dos sistemas
plasmáticos de AGL se origina da gordura subcutânea da parte superior do corpo, com contribuições menores
da gordura localizada nos glúteos, pernas e dos adipócitos intra-abdominais, mesmo em pessoas com
obesidade abdominal. No entanto, as concentrações sistêmicas de AGL se correlacionam positivamente com a
gordura visceral, de modo que a liberação de AGL dos depósitos viscerais parece servir como um marcador da

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resistência sistêmica à insulina. Além disso, a secreção de uma variedade de substâncias bioativas dos
adipócitos intra-abdominais (adipocinas) são acionadas, como consequência potencialmente deletérias para o
metabolismo e um risco cardiometabólico geral (SPERETTA; LEITE; DUARTE, 2014).

Intervenções que reduzem os AGL circulantes, devidos à perda de peso ou independentes dela, tendem a
melhorar a sensibilidade à insulina, a função das células β e o risco cardiovascular. A perda de peso em
pacientes com sobrepeso ou obesidade teria o benefício adicional de reduzir a adiposidade intra-abdominal e
tender a corrigir a secreção de adipocinas patologicamente alterada associada à obesidade abdominal
(OLIVEIRA et al., 2008).

DESAFIOS NUTRICIONAIS

Uma das ferramentas que deve ser preconizada para indivíduos com síndrome metabólica (SM) é manter uma
dieta equilibrada, levando em consideração a rotina, preferências, hábitos e possibilidades financeiras. O
plano alimentar deve ser traçado com objetivo de reduzir peso e gordura visceral, melhorar o perfil de
lipídeos, bem como promover o controle da pressão arterial. Evidências demostram a importância da adoção
de dietas com elevado teor de fibras e redução de gorduras saturadas (devido a seu excesso ser aterogênico),
de colesterol e da quantidade de açúcares simples (RICCARDI; RIVELLESE, 2000). Um estudo realizado para
verificar o efeito da dieta do tipo Mediterrâneo demonstrou efeitos capazes de reduzir eventos
cardiovasculares; outro estudo avaliou o efeito da dieta Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH);
nele, demonstrou-se sua efetividade na redução da pressão arterial (ARD et al., 2004; MCKEOWN et al., 2004).

Um dos desafios ao montar o plano alimentar que atenda toda a demanda que a SM e comorbidades exigem
é a aceitação do paciente em mudar a sua rotina alimentar. Muitas vezes isso implica em menor adesão
quando não há uma adaptação à realidade do paciente. Deste modo, a orientação alimentar deve sempre que
possível atender aos hábitos socioeconômicos e culturais de cada indivíduo. Esse detalhe é primordial para o
sucesso da conduta. Assim, o profissional nutricionista será de suma importância para fazer o planejamento
dietético que condiz com a realidade do paciente, consequentemente obtendo maior adesão ao tratamento
(SPERETTA; LEITE; DUARTE, 2014).

Um ponto importante a se considerar é o conhecimento sobre as limitações psicológicas de seus pacientes,


pois, assim, é possível identificar se eles têm crenças limitantes e se necessitam de ajuda de um profissional
adequado. Para isso, é necessário respeitar o momento do paciente, sem imposições. O profissional deve ser
sempre acolhedor e sem julgamento, mas sugerir que o paciente procure um profissional psicólogo, um
terapeuta ou terapia cognitiva do comportamento. Isso proporciona uma melhor aderência do paciente ao
tratamento nutricional, pois um paciente com estigmas precisa sentir confiança no profissional. O
nutricionista deve cuidar para que isso ocorra de maneira natural e profissional (FRANÇA et al., 2012).

Uma pesquisa demonstrou associações bidirecionais entre depressão e obesidade: pessoas obesas tiveram
um aumento de 55% no risco de desenvolver depressão ao longo do tempo, enquanto pessoas deprimidas
tiveram um aumento de 58% no risco de se tornarem obesas. Ou seja, quando se há depressão, muitas vezes
há também obesidade e vice-versa (LUPPINO et al., 2010).

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Além disso, a obesidade é um dos fatores que pode desencadear outras comorbidades devido ao estado
inflamatório que se instala. No tecido adiposo, ocorre acúmulo excessivo de triglicérides, o que desencadeia
hipertrofia dos adipócitos. A hipertrofia do tecido adiposo induz infiltração, proliferação de macrófagos e
alteração na secreção de adipocinas, o que desencadeia inflamação crônica de baixa intensidade,
aumentando ácidos graxos livres circulantes e ocasionando um processo aterosclerótico caso não haja
mudança na alimentação e no sedentarismo (SPERETTA; LEITE; DUARTE, 2014).

TRATAMENTO

Para a montagem do plano alimentar, devemos considerar a quantidade de calorias que visam a redução do
peso em 5% a 10%, carboidratos 50% – 60% das calorias totais, fibras 20g – 30g/dia, gordura total 25% – 35%
das calorias totais e proteína 0,8 g a 1,0 g/kg peso atual/dia. Além disso, é de suma importância orientar
também que a associação da dieta e do exercício físico é primordial e que o paciente deve procurar um
profissional para receber orientação na atividade. Estudos mostram que a mudança de estilo de vida
associada ao exercício reduz circunferência da cintura, níveis glicêmicos, perfil lipídico e pressão arterial
(EXPERT PANEL ON DETECTION, 2001).

Não existe uma dieta específica para a síndrome metabólica (SM), mas existem estudos que mostram algumas
composições de dietas que trouxeram benefícios para os participantes e são orientadas em consensos, como
a dieta DASH, que se baseia na ingestão de frutas, hortaliças, laticínios com baixo teor de gordura, cereais
integrais, frango, peixe, oleaginosas, redução do consumo de carne vermelha, doces e bebidas açucaradas.
Com essa composição, a dieta DASH é rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, e contém quantidades
baixas de colesterol, gordura total e saturada. A adoção desta dieta auxilia o controle da pressão arterial
(MALACHIAS et al., 2016).

A dieta do Mediterrâneo também é composta por frutas, hortaliças e cerais integrais; possui grandes
quantidades de azeite de oliva (fonte ω-9), consumo de peixes e oleaginosas, além de promover o controle de
risco cardiovascular. Estudos mostram que a adoção deste padrão alimentar parece ter efeito hipotensor
(MALACHIAS et al., 2016).

Na fisiopatologia da SM, ocorre uma série de alterações metabólicas, associada a um estado pró-inflamatório
e pró-trombótico. A resistência insulínica tem sido considerada a base que relaciona essas alterações, que é
favorecida pelo aumento de ácidos graxos livres, secundário a um maior conteúdo de gordura corporal
visceral, relacionado à obesidade. Dietas com alto teor de lipídeos aumentam a expressão do fator de necrose
tumoral (TNF-alfa), e do complexo específico de quinases (IKK) e outros fatores que caracterizam o aumento
do processo inflamatório no tecido adiposo. Além disso, as dietas também estão associadas a um aumento do
processo inflamatório correlacionados com um aumento nos níveis de glicose, insulina e leptina (SPERETTA;
LEITE; DUARTE, 2014).

Deste modo, a avaliação nutricional deve contemplar uma análise detalhada da alimentação habitual do
paciente para relacionar com seu estado atual, fazer a análise da composição corporal, perfil metabólico por
meio de análises bioquímicas, informações sobre preferências alimentares e aversões para que, a partir

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desses dados, o plano alimentar seja elaborado e, juntamente com o paciente, consiga-se chegar ao objetivo
de melhorar o perfil metabólico (MALACHIAS et al., 2016).

A interação entre paciente e nutricionista deve ser valorizada, assim como o tempo despendido em seu
atendimento. O paciente precisa sentir confiança nas suas condutas. Em relação ao intervalo entre consultas,
isso deve ser discutido com profissionais da área e com o próprio paciente; pacientes atendidos com menor
intervalo entre as consultas aderem melhor ao tratamento nutricional (MALACHIAS et al., 2016).

VIDEO RESUMO

Neste vídeo, vamos abordar importantes informações a respeito das possibilidades de assistência nutricional,
para que seja feita escolha da conduta para assistência nutricional, tendo como foco de abordagem
terapêutica a melhoria na qualidade de vida do paciente. Além disso, vamos entender a relação do padrão
alimentar com o tecido adiposo, ácidos graxos e estigma da obesidade, para que, ao final, você tenha
subsídios necessários para ter a melhor conduta nutricional.

 Saiba mais
Para saber mais sobre intervenção nutricional e o estigma da obesidade, sugerimos estas leituras:

1. ARAUJO, K. L.; et al. Estigma do nutricionista com obesidade no mundo do trabalho. Revista de
Nutrição, Campinas, 28, n. 6, p. 569-579, dez. 2015.

2. BUSNELLO, F. M.; et al. Intervenção nutricional e o impacto na adesão ao tratamento em pacientes


com síndrome metabólica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 97, n. 3, p. 217-224, 2011.

Aula 4

ABORDAGEM NUTRICIONAL
Olá, estudante! Nesta aula, você verá aspectos relacionados à terapia nutricional, os pontos principais a
serem considerados para elaboração do plano alimentar que será a principal ferramenta de manejo na
síndrome metabólica.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

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Nesta aula, você verá aspectos relacionados à terapia nutricional, os pontos principais a serem considerados
para elaboração do plano alimentar que será a principal ferramenta de manejo na síndrome metabólica. Por
fim, você ainda verá informações importantes relacionadas ao consumo de alimentos funcionais que possuem
propriedades relevantes e que podem ser inseridos no plano alimentar dos seus pacientes.

Ao final desta aula, você será capaz de montar um plano alimentar de acordo com o conhecimento adquirido,
advindo dos principais consensos brasileiros, e possibilitar ao paciente a melhora de sua qualidade de vida
como consequência.

Bons estudos!

TERAPIA NUTRICIONAL

A terapia nutricional para síndrome metabólica (SM) tem sido recentemente associada a padrões de
comportamento, modificações de hábitos alimentares e a prática da atividade física. Não existe um consenso
definido para o tratamento específico da SM; tratam-se os fatores associados às doenças cardiovasculares
(BRASIL, 2018).

É função do nutricionista planejar uma prescrição alimentar para os pacientes, considerando a conduta
médica, suas preferências, aversões e intolerâncias alimentares. Nós devemos levar em consideração a
individualidade de cada paciente, suas medidas corporais, as patologias, os exames físicos e o estilo de vida.
Assim, a avaliação nutricional é realizada com o objetivo de verificar os riscos nutricionais deste paciente e
reduzi-los (BRASIL, 2018).

Dentro de um processo de mudança na alimentação, há a reeducação alimentar para SM. Os princípios


básicos de mudança de estilo de vida devem ser baseados no NCEP-ATPIII (NCEP-ATPIII, 2002), no Guia
Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014), no Guia de Atenção Básica para uma Dieta
Cardioprotetora (BRASIL, 2018) e também de acordo com as recomendações da I Diretriz Brasileira de SM
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO et al., 2005); esses documentos que vão nos nortear para nossa
conduta. Ela não deve ser tomada sem evidência científica; precisamos sempre nos embasar em referenciais
sérios; os citados são alguns dos principais.

Dietas normocalóricas individualizadas têm como característica teor reduzido de gordura saturada, consumo
adequado de gorduras, fibras, vitaminas monoinsaturadas e minerais. Dados evidenciam melhora nos fatores
de risco da SM advindos desse perfil de dieta. O teor de gordura saturada pode variar de acordo com o
estudo; em sua maioria, fazem referência a menos de 7% do valor energético total que é preconizado pelo
National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP-ATPIII, 2002). Estudos comparativos
entre padrões alimentares demonstram que as dietas ocidentais aumentam os fatores de risco para doenças
cardiometabólicas devido sua composição, quando comparadas à dieta do Mediterrâneo e à dieta DASH
(KERN et al., 2018).

A terapia nutricional no tratamento da SM consiste na modificação do padrão de consumo alimentar. Deve


haver redução de alimentos fontes de gorduras, principalmente saturadas, pois são inflamatórias. É
necessário incluir alimentos que potencializam um melhor funcionamento cardiometabólico, fontes de

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micronutrientes como o cálcio, vitamina D e magnésio (KERN et al., 2018).

As pessoas não consomem um único tipo de macronutriente, portanto, não consomem um único tipo de
alimento. Os alimentos são consumidos em combinações; assim, é importante rever a relação entre padrões
alimentares (combinações de diferentes alimentos ou grupos alimentares) e a doença, não apenas um
nutriente específico. É importante levar em consideração preferências pessoais (por exemplo, tradição,
cultura, religião, crenças, objetivos de saúde, economia) e metas metabólicas ao recomendar um padrão
alimentar em detrimento de outro (MARTIROSYAN et al., 2015).

Dentre a vasta possibilidades de alimentos, temos os alimentos funcionais que, além das funções nutricionais
básicas, produzem efeitos metabólicos ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguros
para consumo sem supervisão médica. As alegações fazem referência à manutenção geral da saúde, ao papel
fisiológico dos nutrientes ou não nutrientes e à redução do fator de risco a doenças. Não são permitidas
alegações que façam referência à cura ou prevenção de doenças (BRASIL, 2021). Dessa forma, ao elaborar um
plano alimentar para qualquer tipo de doença, o nutricionista precisa de conhecimento e bom senso para
aplicabilidade dele (MARTIROSYAN et al., 2015).

PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES

O plano alimentar recomendado aos pacientes portadores da síndrome metabólica (SM) consiste em fornecer
um valor energético total compatível com a obtenção e/ou manutenção do peso corporal desejável. Além
disso, o consumo diário de carboidratos, proteínas e gordura total deve ser de 50–60%, 15% e 25–35% do
valor energético total, respectivamente. A ingestão de gordura saturada deve ser limitada a menos do que
10%; a de gordura monoinsaturada, até 20%; e a de gordura poli-insaturada, até 10%. O consumo de
colesterol deve ser menor do que 300mg/dia; para pacientes com valores de LDL-colesterol acima de
100mg/dl, é sugerido um consumo menor do que 200 mg/dia. É recomendado o consumo de 20–30g/dia de
fibras totais sob a forma de grãos integrais, frutas, vegetais e leguminosas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSÃO et al., 2005).

Pacientes submetidos a dietas hipocalóricas sofrem mudanças adaptativas que ocorrem em resposta à
limitação no consumo energético para permitir o prolongamento da vida do indivíduo. À medida que o
consumo energético é restrito, o gasto energético diminui, levando à redução da perda de peso com o tempo,
em consequência de mudanças na composição corporal. São responsáveis por essas modificações: a redução
na taxa metabólica basal (TMB), a diminuição na massa magra e a redução no custo energético do movimento
pela queda das dimensões corporais, que diminui a oxidação das gorduras (FRANCISCHI et al., 2000).

Os fatores dietéticos podem exercer um papel fundamental tanto nos componentes individuais como na
prevenção e controle da SM. Dados recentes associam a presença da SM ao menor consumo de grãos
integrais, frutas e vegetais. Existe uma estreita relação entre esses alimentos e as fibras alimentares, e é
provável que as fibras do tipo solúvel estejam mais diretamente relacionadas a esses efeitos. A importância
das fibras é reforçada pela observação de que o consumo de alimentos ricos em fibras está presente em
dietas associadas a uma redução de risco cardiovascular, como a dieta Mediterrânea e a dieta DASH
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO et al., 2005).

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Os mecanismos relacionados aos efeitos benéficos das fibras sobre os componentes da SM não estão ainda
completamente esclarecidos. Os efeitos sobre o metabolismo da glicose podem ser mediados por uma
absorção e digestão de carboidratos mais lenta, o que resultaria em uma menor necessidade de secreção de
insulina após a alimentação. De fato, quando pacientes com diabetes melittus tipo 2 seguem uma dieta rica
em alimentos com elevado conteúdo de fibras solúveis, foi demonstrada uma melhora em índices de controle
glicêmicos e lipídico associada à redução de hiperinsulinemia (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO et al.,
2005).

O consumo de algumas substâncias nutricionais presentes nos alimentos está associado ao menor risco de
SM devido a suas propriedades funcionais; alguns componentes alimentares auxiliam a prevenção da
inflamação e a redução de estresse oxidativo. Em estudo desenvolvido para avaliar as propriedades funcionais
da casca do maracujá amarelo na SM, verificou-se um fator de promoção da redução de gordura corporal
presente na farinha da casca do maracujá, auferindo este benefício mesmo em dieta hipercalórica. Ainda, tal
estudo, evidenciou que a farinha da casca do maracujá amarelo age sobre parâmetros glicêmicos e lipídicos,
confirmando o potencial deste produto como método terapêutico complementar para a SM (CLARO et al.,
2018).

PLANO ALIMENTAR

O plano alimentar deve ser individualizado e sustentável, de modo a promover uma redução de peso corporal
em torno de 5 a 10%. Devemos fazer uma avaliação nutricional, calculando o índice de massa corporal,
circunferência da cintura, e composição corporal, quando possível. Também é importante analisar o perfil
metabólico por meio de análises bioquímicas. O plano alimentar deve ser elaborado com um valor calórico de
acordo com a individualidade de cada paciente, sendo suficiente para a manutenção corporal.

Um estudo mostrou que a redução de calorias da dieta foi efetiva na perda de peso e na manutenção dele em
indivíduos com SM, além de reduzir a glicemia, os níveis de triglicerídeos e colesterol em quatro semanas,
resultando em diminuição da pressão sistólica e diastólica. É importante lembrar que as metas do tratamento
dietoterápico devem ser sempre individualizadas e determinadas após avaliação do estado nutricional (CASE
et al., 2002).

O plano alimentar deve fornecer um valor calórico total (VCT) compatível com a obtenção e/ou manutenção de
peso corporal desejável. Para obesos, a dieta deve ser hipocalórica, com redução de 500 a 1000kcal do gasto
energético total (GEB) diário previsto ou da anamnese alimentar, com o objetivo de promover perdas
ponderais de 0,5kg a 1,0kg/semana.

O consumo de algumas substâncias nutricionais presentes nos alimentos está associado ao menor risco de
SM devido a suas propriedades funcionais. Entre os macronutrientes temos como destaque de recomendação
nutricional as fibras, que contribuem para redução do risco de diabetes, atuando no controle glicêmico e na
resistência à insulina; também estão associadas com a redução do peso corporal, com recomendação diária
entre 20 – 30g (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO et al., 2005). Alguns componentes alimentares

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auxiliam a prevenção da inflamação induzida pela obesidade; entre, eles podemos citar as antocianinas
(frutas), capsaicina (pimenta), 6-gingerol (gengibre), resveratrol (vinho tinto) e ácidos graxos poliinsaturados
(óleo de peixe) (MARTIROSYAN et al., 2015).

É recomendado também a inclusão dos ácidos graxos na dieta, principalmente os monos e poli-insaturados,
com destaque para o consumo de ômega 3 e 6, que atuam na melhora de parâmetros metabólicos, reduzindo
níveis plasmáticos de triglicerídeos. As recomendações segundo a I Diretriz Brasileira de Síndrome Metabólica
são de até 10% do valor calórico total para o consumo de ácidos graxos poli-insaturados e até 20% do valor
calórico total dos ácidos graxos monoinsaturados (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO et al., 2005).

As recomendações em gramas de ômega 3 podem variar entre 1g e 4g/dia; para o consumo de ômega 6,
podem variar entre 5 e 10% da energia total (SANTOS et al., 2013). Então, levando em consideração todos
estes pontos e tendo como base estas orientações, frutos de diretrizes e consensos, é possível elaborar um
plano alimentar completo para seu paciente, e possível de ser seguido com tenha resultados positivos.

VIDEO RESUMO

Neste vídeo, vamos abordar o processo que envolve a estruturação da conduta nutricional. Veremos o que é
importante saber sobre o paciente, além de todos os aspectos que envolvem a síndrome metabólica e suas
necessidades. Por fim, forneceremos ferramentas para que você possa elaborar o plano alimentar do seu
paciente.

 Saiba mais
Para saber mais sobre alimentação cardioprotetora e comportamento alimentar, leia na íntegra os
artigos disponíveis:

1. Ministério da Saúde. Alimentação cardioprotetora. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.

2. VAZ, D. S. S.; BENNEMANN, R. M. Comportamento alimentar e hábito alimentar: uma revisão.


Uningá Review, v. 20, n. 1, 2014.

Aula 5

REVISÃO DA UNIDADE

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PRINCIPAIS ASPECTOS DA SÍNDROME METABÓLICA

Olá, estudante!

A síndrome metabólica (SM) é conhecida também por outras denominações, dentre elas, síndrome de
resistência à insulina, síndrome de Reaven ou síndrome X. Uma das suas principais características são as
alterações metabólicas e hormonais (MANUAL MSD, 2023). Para diagnóstico da síndrome metabólica no Brasil,
um dos critérios mais utilizados são os recomendados pelo National Cholesterol Education Program – Adult
Treatment Panel III (NCEP – ATP III), que é composto por: circunferência da cintura (homens: ≥ 102 cm;
mulheres: ≥ 88 cm); triglicerídeos séricos (TG) ≥ 150 mg/dL; lipoproteína de alta densidade (HDL) (homens < 40
mg/dL; mulheres: < 50 mg/dL); pressão arterial elevada (≥130 x 85 mmHg); e glicemia de jejum ≥ 100 mg/dL.
Para confirmação do diagnóstico de síndrome metabólica, é necessário que o paciente apresente pelo menos
três dos cinco critérios (MAGALHÃES et al, 2018; ABESO, 2023).

Pacientes com dislipidemia, hiperglicemia, hipertensão, síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) ou
obesidade devem ser avaliados quanto a fatores secundários que desencadeiam esses distúrbios. Cada um
desses componentes pode surgir por meio de uma doença pré-existente, fatores hormonais ou
farmacológicos, causando a SM secundária (OGUZ et al., 2013).

Alguns medicamentos podem elevar o risco da SM secundária, devido às alterações que podem causar no
metabolismo, por exemplo: aumento de peso, colesterol, glicose. Dentre eles: os glicocorticoides, usados em
função de seus efeitos imunossupressivos e anti-inflamatórios no tratamento de muitas doenças reumáticas,
além de outras doenças inflamatórias; contudo, eles são conhecidos pelo seu potencial diabetogênico.
Também o o uso de tiazidas, principalmente em altas doses, e betabloqueadores ocasionam o aumento nos
níveis de colesterol total, lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) e triglicerídeos, podendo levar a resistência
à insulina e o risco de diabetes mellitus tipo 2 (WOFFORD; KING; HARRELL, 2006).

O tratamento não farmacológico da SM inclui a associação de mudanças no estilo de vida com intervenção
dietética, e prática de atividade física regular. O plano alimentar deve ser traçado com objetivo de reduzir peso
e gordura visceral, melhora no perfil de lipídeos, controle da pressão, fornecendo um valor calórico total (VCT)
compatível com a obtenção e/ou manutenção de peso corporal desejável. Para obesos, a dieta deve ser
hipocalórica, com redução de 500 a 1000kcal do gasto energético total (GEB) diário previsto ou da anamnese
alimentar, com o objetivo de promover perdas ponderais de 0,5kg a 1,0kg/semana (MARTIROSYAN et al.,
2015).

Um ponto importante a se também considerar é o conhecimento sobre as limitações psicológicas de seus


pacientes, pois assim é possível identificar se o paciente tem crenças limitantes e se necessita de ajuda de um
profissional adequado. Para isso, o nutricionista deve respeitar o momento do paciente, sem imposições,
sendo sempre acolhedor e sem julgamento, mas sugerindo que o paciente procure um profissional psicólogo,
terapeuta ou terapia cognitiva do comportamento (PEARL et al., 2017).

Dentre as vastas possibilidades de alimentos que temos, há os funcionais, definidos como alimentos naturais
ou processados que contenham compostos biológicos ativos. Em quantidades definidas por meio de estudos
científicos, são consumidos como parte da dieta e, além de fornecerem os nutrientes essenciais básicos,
também apresentam efeitos fisiológicos e metabólicos adicionais (MARTIROSYAN et al., 2015).
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Assim, ao receber um paciente com SM no consultório, o profissional nutricionista deve ter conhecimento
sobre a fisiologia, exigências nutricionais e metabólicas desta condição, para que possa elaborar sua conduta.

REVISÃO DA UNIDADE

Neste vídeo, você verá os principais aspectos relacionados à síndrome metabólica: sua definição, fatores que
podem levar ao seu desenvolvimento, diagnóstico e tratamento. Será capaz de entender a relação da
síndrome metabólica com a obesidade central, resistência à insulina, inflamação e doenças cardiovasculares.
Assim, você será capaz de identificar os principais aspectos relacionados à síndrome metabólica, condição
muitas vezes silenciosa, mas que tem crescido cada vez no mundo em todas as faixas etárias

ESTUDO DE CASO

Com o objetivo de contextualizar todo conhecimento adquirido até aqui, imagine que você é um nutricionista
atuando em uma clínica de especialidades. Você recebe, por meio do encaminhamento de um médico
cardiologista, um paciente do sexo masculino, de 40 anos de idade, com recente diagnóstico de dislipidemia.
Em uma breve conversa, o seu paciente nega a presença de outros tipos de doenças, relata não ser fumante e
nem consumir álcool, bem como não realizar nenhum tipo de atividade física, ou seja, é sedentário.

Ainda, seu paciente relata que, nos últimos anos, teve um aumento significativo de peso devido ao seu estilo
de vida sedentário e escolhas alimentares inadequadas, com consumo excessivo de refrigerantes, doces,
salgadinhos, embutidos, e baixa ingestão de frutas, verduras e legumes. Ele também menciona que seu pai é
hipertenso e coronariopata, além de sua irmã ser hipertensa e sua mãe, diabética. Na ocasião estava
assintomático, com pressão arterial (PA) = 150 x 100 mmHg (média de 3 medidas).

Os dados da avaliação antropométrica da primeira consulta da paciente foram:

Peso: 84,6Kg.

Altura:1,76m.

IMC: 27,3Kg/m2.

Circunferência abdominal de 105cm.

Com relação à avaliação bioquímica, o paciente trouxe os seguintes exames realizados nos últimos 15 dias.

Quadro 1 | Avaliação bioquímica do paciente

Perfil lipídico Resultados (mg/dL) Valores de referência (mg/dL)

Glicemia 99 70 mg/dL a 99 mg/dL

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Ideal: <200; Superior: 200 a 240;


Colesterol total 250
Indesejável:>240

Ideal: >50; Superior: 35 a 49;


HDL-C 38
Indesejável: <35

Ideal: <100; Superior: 100 a 160;


LDL-C 150
Indesejável: >160

Triglicérides 272 <150 mg/dL

Fonte: elaborado pela autora.

O cardiologista encaminhou o paciente para passar na clínica para acompanhamento nutricional, pois afirmou
que, no caso dele, esse é um atendimento fundamental para alcançar melhores resultados clínicos.

Sabemos que a terapia nutricional para síndrome metabólica (SM) tem sido recentemente associada a
padrões de comportamento e a modificações de hábitos alimentares. Não existe um consenso definido para o
tratamento específico da SM; tratam-se os fatores associados às doenças cardiovasculares. É função do
nutricionista planejar uma prescrição alimentar para os pacientes, considerando a conduta médica, suas
preferências, aversões e intolerâncias alimentares, e levando em consideração a individualidade de cada
paciente, suas medidas corporais, as patologias, os exames físicos e o estilo de vida.

Considerando as informações obtidas durante esta Unidade, os dados bioquímicos, a análise antropométrica,
quais intervenções nutricionais e mudanças no estilo de vida você recomendaria para ajudar este paciente a
alcançar seus objetivos de perda de peso, melhoria da saúde e redução do risco de doenças cardiovasculares?

 Reflita
Para resolver este Estudo de caso, você deverá se lembrar de que a síndrome metabólica é uma condição
complexa e é de suma importância analisar minunciosamente todas a informações relatadas pelo
paciente para decidir sua conduta. O manejo nutricional de pacientes com síndrome metabólica envolve
uma combinação de estratégias alimentares saudáveis.

O plano alimentar deverá ser elaborado com o objetivo de redução de peso, melhora no perfil lipídico,
controle da pressão e fornecimento de um valor calórico total (VCT) para obtenção e/ou manutenção de
peso corporal desejável. Você deve se lembrar de que um dos fatores de risco da síndrome metabólica é
a obesidade, que envolve diversos aspectos, entre eles o comportamento, que vem sendo cada vez mais
estudados com terapia cognitiva comportamental.

O estigma da obesidade é algo a que o profissional da saúde deve se atentar; a assistência nutricional é
influenciada por este fator. Ainda, a adição de grupos adequados de alimentos que atendam às
necessidades nutricionais da paciente deve acontecer, para promoção da saúde. Neste caso, você deve,
também, se atentar aos fatores de predisposição à infarto precoce, como relatado pelo paciente.

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RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Você recebeu em seu consultório um paciente com dislipidemias. Deste modo, deve analisar todas as
informações que o paciente trouxe, tais como os resultados dos exames bioquímicos, seu histórico familiar de
doenças, bem como seu estado nutricional. Neste Estudo de caso, a classificação do estado nutricional de
acordo com os dados do IMC é de sobrepeso; portanto, o paciente deve ser estimulado a praticar uma
mudança de estilo de vida, adotando uma rotina de alimentação saudável, incluindo a prática de atividade
física diária, se autorizado pelo médico, para consequente perda de peso.

Na anamnese, é importante verificar o consumo de alimentos ricos em sódio e gorduras totais da dieta, assim
como a ingestão de fibras, alimentos fontes de carboidratos simples, visto que paciente relatou que há o
excesso de consumo de doces, salgadinhos e baixa ingestão de frutas, verduras e legumes. É de suma
importância cruzar os dados de análise da composição alimentar habitual do paciente com os resultados dos
exames; verificar se eles estão refletindo esse desequilíbrio alimentar. Podemos observar claramente que sim:
o paciente apresenta alterações nos níveis de colesterol, triglicerídeos, LDL e glicemia.

O plano alimentar então deverá ser elaborado com o consumo diário de carboidratos, proteínas e gordura
total de 50–60%, 15% e 25–35% do valor energético total, respectivamente. A ingestão de gordura saturada
deve ser limitada a menos do que 10%; a de gordura monoinsaturada, até 20%; e de gordura poli-insaturada,
até 10%. É necessário inserir o consumo de 20–30g/dia de fibras totais sob a forma de grãos integrais, frutas,
vegetais e leguminosas, associado à redução do consumo de farinhas brancas, açúcares e bebidas
açucaradas. Isso auxiliará a melhora dos marcadores bioquímicos, promovendo, assim, um melhor estado de
saúde da paciente e a manutenção de peso a longo prazo.

O plano alimentar deve contemplar alimentos fontes de proteínas, como as carnes magras (peixe, frango, e
carne bovina e suína sem gordura) como principal fonte proteica, a fim de preservar a massa muscular. É
recomendado também a inclusão dos ácidos graxos na dieta, principalmente os mono e poli-insaturados, com
destaque para o consumo de ômega 3 e 6, que atuam na melhora de parâmetros metabólicos, reduzindo
níveis plasmáticos de triglicérides (este paciente está com a dosagem elevada deles).

A interação paciente e nutricionista deve ser valorizada, assim como o tempo despendido em seu
atendimento. O paciente precisa sentir confiança nas suas condutas. Em relação ao intervalo entre consultas,
ele tem sido discutido por profissionais da área. Você deve decidi-lo com o próprio paciente, pois pacientes
que possuem menor intervalo entre as consultas aderem melhor ao tratamento nutricional.

RESUMO VISUAL

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Fonte: elaborada pela autora.

REFERÊNCIAS

Aula 1

ABESO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes


brasileiras de obesidade. 4ª ed. São Paulo: ABESO, 2023.

HU, G.; QIAO, Q.; TUOMILEHTO, J.; BALKAU, B.; BORCH-JOHNSEN, K.; PYORALA, K. Prevalence of the metabolic
syndrome and its relation to all-cause and cardiovascular mortality in nondiabetic European men and women.
Archives of Internal Medicine, v. 164, n. 10, p. 1066-1076, 2004.

JANSSEN, I.; KATZMARZYK, P. T.; ROSS, R. Body mass index, waist circumference, and health risk. The Archives
of Internal Medicine, v. 162, p. 2074–2079, 2002.

LIESE, A. D.; MAYER-DAVIS, E. J.; HAFFNER, S. M. Development of the multiple metabolic syndrome: an
epidemiologic perspective. Epidemiologic Reviews, v. 20, p. 157–172, 1998.

MAGALHÃES, H. J. C.; MAGALHÃES, P. S. da R.; SEGUNDO, L. P. da S.; BOMFIM, M. R. Q. Manual de Prevenção


da Síndrome Metabólica. 1ª ed. São Luís, 2018.

MANUAL MSD. 2023. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional.

MOREIRA, F. P.; JANSEN, K.; CARDOSO, T. A.; MONDIN, T. C.; MAGALHÃES, P. V.; KAPCZINSKI, F.; SOUZA, L. D. M.;
SILVA, R. A.; OSES, J. P.; WIENER, C. D. Metabolic syndrome and psychiatric disorders: A population-based
study. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 41, n. 1, p. 38-43, 2019.
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=talita_1509%40hotmail.com&usuarioNome=TALITA+DA+SILVA+SABOTO&disciplinaDescricao=&atividadeId=3942741&atividadeDescrica… 23/27
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OUCHI, N.; PARKER, J. L.; LUGUS, J. J.; WALSH, K. Adipokines in inflammation and metabolic disease. Nature
Reviews Immunology, v. 11, n. 2, p. 85-97, fev. 2011.

PALANIAPPAN, L.; CARNETHON, M. R.; WANF, Y; et al. Predictors of the incident metabolic syndrome in adults:
the Insulin Resistence Atherosclerosis Study. Diabetes Care, v. 27, n. 3, p. 788-93, 2004.

RAMIRES, E. K. N. M. et al.Prevalence and Factors Associated with Metabolic Syndrome among Brazilian Adult
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Aula 2

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Aula 5

ABESO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes


brasileiras de obesidade. 4ª ed. São Paulo: ABESO, 2023.

EXPERT PANEL ON DETECTION, E. A., AND TREATMENT OF HIGH BLOOD CHOLESTEROL IN ADULTS. Executive
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MAGALHÃES, H. J. C.; MAGALHÃES, P. S. da R.; SEGUNDO, L. P. da S.; BOMFIM, M. R. Q. Manual de Prevenção


da Síndrome Metabólica. 1ª ed. São Luís, 2018.

MALACHIAS, M. V. B.; et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia,
v. 3, supl. 3, p. 1-83, 2016.

MARTIROSYAN, D. M; et al. A new definition of functional food by FFC: what makes a new definition unique.
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Sobre os Manuais MSD. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/resourcespages/about-


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WOFFORD, M. R.; KING, D. S.; HARRELL, T. K. Druginduced metabolic syndrome. Journal of Clinical
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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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NUTRIÇÃO NAS DOENÇAS ENDÓCRINAS


 Aula 1 - Diabetes mellitus 1 e 2

 Aula 2 - Nutrição e diabetes mellitus 1 e 2

 Aula 3 - Jejum na obesidade e diabetes mellitus tipo 2

 Aula 4 - Hipotireoidismo e hipertireoidismo

 Aula 5 - Revisão da unidade

 Referências

Aula 1

DIABETES MELLITUS 1 E 2
Olá, estudante! Atualmente, conforme dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF), estima-se
que a população mundial com diabetes mellitus (DM) seja da ordem de 415 milhões. e que alcance 642
milhões em 2040.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Atualmente, conforme dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF), estima-se que a população
mundial com diabetes mellitus (DM) seja da ordem de 415 milhões. e que alcance 642 milhões em 2040. De
acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2023), existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões
de pessoas vivendo com a enfermidade, o que representa 6,9% da população. Sua natureza crônica, a
gravidade das complicações e os meios necessários para controlá-las tornam o DM uma doença muito
onerosa não apenas para os indivíduos afetados e suas famílias, mas também para o sistema de saúde.

Tanto na prevenção quanto no tratamento do diabetes, a alimentação representa fator primordial; práticas
alimentares saudáveis devem ser buscadas pelos indivíduos e sempre estimuladas pela equipe
multiprofissional. Nesta Unidade, você vai estudar a classificação, o diagnóstico e a abordagem nutricional
específica. Vamos juntos aprender!

Bons estudos!

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CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA

O diabetes mellitus (DM) é grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a
hiperglicemia, resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas. A
classificação atual do DM baseia-se na etiologia e não mais no tipo de tratamento; portanto, os termos “DM
insulinodependente” e “DM insulinoindependente” devem ser eliminados dessa categoria classificatória. A
classificação proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Associação Americana de Diabetes
(ADA) inclui quatro classes clínicas: DM tipo I (DM1), DM tipo II (DM2), outros tipos específicos de DM e DM
gestacional (MUTTONI, 2017).

O DM1 é uma doença hereditária, podendo se desenvolver em qualquer idade, mas ocorre com maior
frequência em crianças e adolescentes. Em geral é decorrente de uma reação autoimune na qual o sistema
imunológico ataca as células beta pancreáticas produtoras de insulina. Como consequência, há produção
deficiente do hormônio pelo pâncreas; o paciente requer administração diária de insulina, a fim de manter o
nível de glicose na faixa adequada. O DM1 é diagnosticado pela elevada concentração de glicose circulante
associada aos sintomas que incluem volume urinário excessivo (poliúria), sede excessiva (polidipsia), fome
constante (polifagia), perda de peso, alterações na visão e fadiga (OPAS, 2022; CUPPARI, 2019).

O DM2 é a forma verificada em 90 a 95% dos casos, podendo ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente
diagnosticado após os 40 anos. Caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da insulina e na regulação da
produção hepática de glicose. É causada por uma interação de fatores genéticos e ambientais, como a
hiperadiposidade corporal, história familiar, envelhecimento, etnia, sedentarismo, diagnóstico prévio de pré-
diabete ou diabete gestacional, bem como a presença de componentes da síndrome metabólica. Os sintomas
podem ser semelhantes aos do DM1, mas geralmente menos perceptíveis. A cetoacidose raramente se
desenvolve de modo espontâneo, ocorrendo quando associada a outras condições, como infecções. Os
pacientes não dependem de insulina exógena para sobreviver, porém podem necessitar de tratamento com
insulina para obter controle metabólico adequado (OPAS, 2022; CUPPARI, 2019; MUTTONI 2017).

O tratamento do diabetes objetiva o controle glicêmico, sendo fundamental manter a glicemia em níveis
aceitáveis, assim como o perfil lipídico e os níveis pressóricos dentro dos parâmetros preconizados. Evidências
científicas têm mostrado que a intervenção nutricional apresenta impacto importante na redução da
hemoglobina glicada (HbA1c) em pessoas com DM1 e DM2. Embora o surgimento do DM1 não seja evitável, o
DM2 pode ser retardado ou prevenido, por meio de mudanças no estilo de vida (MEV), dentre as quais se
destacam a alimentação nutricionalmente adequada, prática regular de atividade física, além do abandono do
tabagismo e do consumo de bebidas alcoólicas, bem como a automonitorização, que é a realização de testes
de glicemia capilar, com frequência que dependerá do tipo de diabetes apresentada (CUPPARI, 2019;
MUTTONI, 2017).

A conduta nutricional preconizada baseia-se em alimentação variada e equilibrada com cereais integrais,
hortaliças folhosas, frutas, leguminosas, oleaginosas/óleos vegetais ricos em ômega-6, laticínios com baixo
teor de gordura que atenda às necessidades nutricionais. Tal conduta deve ser individualizada, respeitando

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crenças, valores, disponibilidade financeira em adquirir determinados alimentos e considerando todas as


fases da vida. Ela exerce um papel importante na prevenção e tratamento do diabetes (DELMONDES; ABREU,
2022; CUPPARI, 2019).

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CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO

O diagnóstico do diabetes mellitus (DM) deve ser estabelecido pela identificação de hiperglicemia. Para isto,
podem ser usados a glicemia plasmática de jejum, o teste de tolerância oral à glicose (TOTG) e a hemoglobina
glicada (HbA1c) (SBD, 2023). Atualmente são três os critérios aceitos para o diagnóstico do DM com utilização
da glicemia (Quadro 1), conforme segue:

Sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual ≥ 200mg/dL.

Glicemia de jejum ≥ 126mg/dL. Em caso de pequenas elevações da glicemia, o diagnóstico deve ser
confirmado pela repetição do teste em outro dia.

Glicemia de 2h pós-sobrecarga de 75g de glicose ≥ 200mg/dL ou HbA1c ≥ a 6,5%.

Quadro 1 | Critérios laboratoriais para o diagnóstico de diabetes mellitus

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (2023).

DM2: diabetes tipo 2; GJ: glicemia de jejum; TOTG: teste de tolerância oral à glicose; HbA1c: hemoglobina glicada.

* Considera-se como jejum a cessação de ingestão calórica por ≥ 8 horas.

** Glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições.

*** Carga oral equivalente a 75g de glicose anidra diluída em água.

Os indivíduos com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) devem realizar no mínimo três testes de glicemia capilar ao
dia (antes do café da manhã, antes do almoço e antes do jantar). Também sempre vão necessitar de dois tipos
de insulina (uma basal, que mantém a glicemia independente do consumo alimentar, e a insulina bolus, que é
aplicada para metabolizar a glicose proveniente dos alimentos). Já para os indivíduos com diabetes mellitus
tipo 2 (DM2), é aconselhável que realizem um teste de glicemia capilar ao dia (em horários alternados) e,
basicamente, necessitam de antidiabéticos orais (ADO). Porém, muitos indivíduos com DM2 também precisam
de insulinas (somente a basal, ou a basal e a bolus) para melhorar o controle glicêmico, além do ADO
(MUTTONI, 2017).

No que tange à abordagem nutricional, a avaliação nutricional deve basear-se na história familiar, nas
condições socioeconômicas, nos hábitos alimentares, na prática de atividade física, nos dados
antropométricos e bioquímicos, e nas doenças associadas. Os parâmetros a serem utilizados nas avaliações

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são aqueles mesmos usados para a população não diabética, destacando-se a necessidade de acompanhar as
curvas de crescimento das crianças e adolescentes (MUTTONI, 2017).

Não existe um plano alimentar modelo para quem tem diabetes, uma vez que as recomendações nutricionais
são semelhantes às da população geral. A dietoterapia tem como objetivo geral orientar os diabéticos quanto
às mudanças de hábitos alimentares, visando a um bom controle glicêmico, perfil lipídico dentro dos
parâmetros, manutenção do peso adequado, adaptando a ingestão alimentar à medicação (se estiver usando)
e à rotina de vida do diabético, a fim de que atrase ou previna as complicações do diabetes. Dietas da moda,
muito restritivas em carboidratos e/ou em calorias, são totalmente desaconselháveis, podendo repercutir em
riscos à saúde dos indivíduos. De acordo com a Associação Americana de Diabetes (ADA), dietas como a do
Mediterrâneo, Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) e as ricas em vegetais apresentam resultados
positivos (DELMONDES; ABREU, 2022; CUPPARI, 2019; MUTTONI, 2017).

Os diabéticos insulino-dependentes requerem a ingestão de alimentos com teores específicos de


carboidratos, em horários determinados, para evitar hipoglicemias e grandes flutuações nos níveis glicêmicos.
A ingestão alimentar deve estar sincronizada com o tempo e o pico de ação da insulina utilizada. Para
diabéticos não insulino-dependentes, principalmente os obesos ou com sobrepeso, a principal orientação é a
restrição da ingestão calórica total a fim de alcançar o peso adequado (DELMONDES; ABREU, 2022).

A educação nutricional é fundamental; deve ocorrer desde o primeiro atendimento e perdurar por todo o
acompanhamento nutricional. Para isso, é importante diversificar as ferramentas de educação nutricional,
bem como a adequar a quantidade de informações nutricionais a serem trabalhadas (CUPPARI, 2019).

ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NO DIABETES

Manter os níveis de glicose dentro dos valores preconizados é a principal meta do tratamento do diabetes
mellitus (DM) para reduzir os riscos de complicações, que podem ser agudas ou crônicas, descritas nos
Quadros 2 e 3, respectivamente (MUTTONI, 2017).

Quadro 2 | Principais complicações agudas do diabetes mellitus

Decorrente da deficiência absoluta ou relativa de insulina com


consequente hiperglicemia, associada ao aumento de hormônios
contrarreguladores como glucagon, catecolaminas, cortisol e
Cetoacidose diabética (CAD)
hormônio do crescimento. Como consequência, ocorre aumento da
lipólise, com liberação de ácidos graxos livres que, no fígado, são
oxidados em corpos cetônicos.

Representa uma condição grave e é a complicação aguda mais


frequente do DM2, caracterizada por hiperglicemia acentuada
Síndrome hiperosmolar
(glicose plasmática acima de 600mg/dL) e decorre da presença de
hiperglicêmica (SHH)
desidratação e consequente perda de função renal, com diminuição
da excreção urinária de glicose.

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Definida como glicemia plasmática < 50mg/dL, sendo os principais


fatores desencadeantes: uso de doses excessivas de insulina, atraso
ou omissão de refeições, exercícios físicos exaustivos, condições
agudas que reduzam a ingestão alimentar, por exemplo, náuseas,
Hipoglicemia vômitos, insuficiência renal ou adrenal e disfunção tireoidiana. Pode
ser assintomática ou ser acompanhada de sensação de fome,
cefaleia, confusão mental, taquicardia, tremores, sudorese,
alterações visuais e, nos casos mais graves, convulsões, coma e
óbito.

Fonte: elaborado pela autora a partir de Muttoni (2017).

As complicações crônicas do diabetes são decorrentes principalmente do controle inadequado, do tempo de


evolução e de fatores genéticos da doença (MUTTONI, 2017).

Quadro 3 | Principais complicações crônicas do diabetes mellitus

Essa condição evolui em vários estágios, sendo que a fase inicial


geralmente é assintomática. A taxa de excreção urinária de albumina é
Nefropatia diabética utilizada na sua classificação: a presença de microalbuminúria
caracteriza seu estágio inicial ou incipiente e de macroalbuminúria, seu
estágio clínico.

Considerada como a principal causa de cegueira adquirida na


população com diabetes. É mais comum no DM1 e sua incidência está
Retinopatia diabética (RD) fortemente relacionada à duração do diabetes. O controle glicêmico
intensivo pode postergar a RD, tanto naqueles com DM1 como com
DM2.

Abrange um grupo de alterações relacionadas ao envolvimento


estrutural e funcional de fibras nervosas sensitivas, motoras e
autonômicas, que podem ser reversíveis ou permanentes. Das
Neuropatia diabética (NeD) complicações crônicas microvasculares, o comprometimento do
sistema nervoso periférico é uma das manifestações clínicas mais
frequentes, afetando entre 40 e 50% dos indivíduos com DM2 e em
menor frequência no DM1.

Fonte: elaborado pela autora a partir de Muttoni (2017)

A alimentação de pessoas com diabetes deve seguir os princípios de uma alimentação nutricionalmente
saudável, da mesma forma que é preconizado para indivíduos não diabéticos. Para o cálculo das necessidades
de energia e nutrientes, é recomendado utilizar os mesmos parâmetros da população em geral. As
recomendações nutricionais estão descritas no Quadro 4 (MUTTONI, 2017).

Quadro 4 | Recomendações nutricionais para indivíduos com diabetes

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Nutrientes Ingestão Recomendada/dia

45 a 60% do VET

Carboidratos Não inferior a 130g/dia

Incentivar o consumo de cereais integrais e outros alimentos fontes de fibras

Mínimo de 14 g/1.000 kcal


Fibras
30 a 50 g/dia de fibras alimentares*

Até 5% do VET

Sacarose Em situação especiais, como viagens, festas e terapia nutricional oral com
inclusão de alimentos e/ou suplementos com sacarose, a oferta não deve
exceder 10% do VET

20 a 35% do VET

Gorduras Totais Ácidos graxos saturados <6% do VET, com maior oferta de ácidos graxos
insaturados

Colesterol < 300mg/dia

Proteínas 15 a 20% do VET

As mesmas recomendações da população sem diabetes, baseada na Dietary


Vitaminas e minerais
Reference Intakes (DRI’s).

Sódio Até 2.000 mg/dia

Fonte: adaptado das Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2017-2018).

Em relação ao carboidrato, não existem fortes evidências de que o baixo consumo desse nutriente seja
satisfatório para o controle glicêmico em longo prazo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda
ingestão de glicose inferior a 130 g/dia, por ser essa uma importante fonte de substrato energético cerebral. O
cuidado maior é com o excesso no consumo de sacarose, que, além do açúcar de adição, também está
presente em vários alimentos industrializados. Nesse sentido, a ingestão de sacarose não deve ultrapassar 5%
do VET diário (CUPPARI, 2019).

As fibras alimentares podem favorecer a resposta à insulina e, assim, auxiliar o controle glicêmico e na
prevenção do diabete tipo 2. As fibras solúveis (betaglucanas da aveia, a goma-guar e o Psyllium) apresentam
efeito anti-hiperlipidêmico e impactam positivamente na glicemia e nos níveis de insulina pós-prandial, por
mecanismos como o retardo do esvaziamento gástrico e inibição de absorção de glicose no intestino delgado.
Aconselha-se o consumo de 30 a 50g/dia de fibras, sendo a recomendação mínima de 14 g/1.000kcal
(CUPPARI, 2019).

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Alguns estudos mostram que o consumo de proteínas ao redor de 1 a 1,5g/kg de peso corporal/dia ou 15 a
20% de calorias totais beneficia o controle glicêmico e promove saciedade. Atenção deve ser dada aos
indivíduos com doença renal crônica em tratamento conservador, com albuminúria e/ou taxa de filtração
glomerular estimada reduzida, para os quais é necessário reduzir a oferta proteica para aproximadamente 0,8
g/kg peso corporal/dia (CUPPARI, 2019).

A recomendação sobre a quantidade e a distribuição dos lipídios para pessoas com diabetes ainda é
inconclusiva, devendo ser individualizada. A qualidade do ácido graxo parece ser mais importante do que a
quantidade, devendo ser priorizada a oferta de ácidos graxos insaturados (CUPPARI, 2019).

Os edulcorantes não são essenciais no tratamento do diabetes, mas podem favorecer o convívio social e a
flexibilidade do plano alimentar. No Brasil, os edulcorantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) são sorbitol, manitol, isomaltitol, maltitol, sacarina, ciclamato, aspartame, estévia,
acessulfame-K, sucralose, neotame, taumatina, lactitol, xilitol e eritritol (CUPPARI, 2019).

Além da quantidade total de nutrientes/calorias a ser consumida por quem tem diabetes, atenção deve ser
dada para a distribuição dos macronutrientes entre as refeições, para que não ocorra “pico glicêmico”
(aumento da glicemia pós-prandial) após o consumo de uma refeição ou lanche. Para atenuar a ocorrência
dos “picos glicêmicos”, é interessante que uma porção de alimentos fontes de proteínas, fibras e/ou lipídios de
boa qualidade esteja presente nas refeições ou lanches. Esses nutrientes, conforme comentado
anteriormente, aumentam o tempo de esvaziamento gástrico e, consequentemente, ajudam no controle
glicêmico (CUPPARI, 2019).

VIDEO RESUMO

Para que você possa continuar aprimorando a teoria estudada nesta aula, convidamos você a assistir a este
vídeo para compreender a etiologia e classificação do diabetes mellitus (DM), os critérios para o diagnóstico e
as recomendações nutricionais. Com relação à alimentação, a nutrição adequada e oportuna otimiza a
resposta clínica do indivíduo, minimiza complicações relacionadas ao estado nutricional e contribui para um
melhor prognóstico da doença.

 Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre o assunto, deixamos o convite para que consulte as publicações
relacionadas ao diabetes mellitus (DM) do Ministério da Saúde, as quais contêm uma gama de
informações importantes.

No site da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), você encontrará um conteúdo interessante sobre a
classificação, diagnóstico e metas de tratamento, além do diabetes na gestação, infância, na adolescência
e no idoso.

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Para aprimorar os conhecimentos sobre a terapia nutricional e sugestões de receitas que poderá
fornecer aos indivíduos com a doença, você poderá acessar os endereços a seguir:

Diabetes.org – Notícias.

Diabetes.org – Receitas.

Aula 2

NUTRIÇÃO E DIABETES MELLITUS 1 E 2


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aliquet vel hendrerit vitae, convallis id enim.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

A dieta é uma importante aliada no tratamento do diabetes mellitus (DM); porém, o cuidado nutricional é uma
das partes mais desafiadoras do tratamento devido ao baixo teor de carboidratos que geralmente são
recomendados, pois é o macronutriente com maior efeito sobre a glicose no sangue. Nesse sentido, para
auxiliar o controle da doença, a American Diabetes Association (ADA) recomenda a dieta mediterrânea e
outras dietas com baixo teor de carboidratos, desde que haja redução dos açúcares adicionados e grãos
refinados, e inclusão de vegetais sem amido; a dieta cetogênica que atende a esses critérios.

Além de conhecer as características desses padrões alimentares, você conhecerá a estratégia de contagem de
carboidratos, recomendada pelas comunidades científicas há mais de 20 anos. Trata-se de uma estratégia
nutricional que oferece à pessoa com diabetes maior flexibilidade em sua alimentação, de acordo com seu
estilo de vida.

Ótimos estudos!

CONTEXTUALIZAÇÃO

Diversas abordagens nutricionais são capazes de melhorar o controle glicêmico, como demonstrado em uma
metanálise que avaliou a eficácia de diferentes abordagens dietéticas no controle glicêmico de 4.937
participantes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). As abordagens incluíram a dieta de baixa gordura, dieta
vegetariana, dieta mediterrânea, dieta hiperproteica, dieta com restrição moderada de carboidratos, dieta
com baixo conteúdo de carboidratos, dieta de baixo índice glicêmico, dieta paleolítica e dieta controle. A

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metanálise mostrou que todas as abordagens nutricionais foram capazes de reduzir significativamente a
hemoglobina glicada (HbA1c) e a glicemia de jejum em comparação à dieta controle, mas a dieta mediterrânea
foi a mais efetiva para melhorar o controle glicêmico no DM2 (SBD, 2023).

Os benefícios do padrão mediterrâneo e a sua eficácia passaram a ser reconhecidos a partir da década de
1960; evidenciou-se menor risco e mortalidade cardiovascular entre as populações que seguiam esse padrão
alimentar. A partir desses achados, esse padrão passou a ser exaustivamente estudado em estudos clínicos e
epidemiológicos, com a finalidade de avaliar a sua associação com a prevenção e tratamento de doenças
cardiometabólicas. O termo dieta mediterrânea se refere à dieta tradicional dos mais de quinze países que
cercam o mar mediterrâneo, não sendo uma dieta padrão única, visto que se trata de diferentes culturas,
religiões e hábitos alimentares (ABESO, 2022).

Nos últimos anos, a dieta cetogênica (DC) voltou a ganhar notoriedade como estratégia para o tratamento da
obesidade e DM2, em razão da propagação de dietas que promovem rápido emagrecimento em curto prazo.
Caracterizada por aumento expressivo do conteúdo de gorduras em detrimento da baixa quantidade de
carboidratos, favorece a produção de corpos cetônicos (CC), derivados da oxidação de ácidos graxos,
obrigando o corpo humano a utilizar a gordura como principal fonte de energia, através da lipólise e β-
oxidação dos ácidos graxos a nível hepático, proporcionando um aumento dos níveis de CC no sangue,
condição metabólica denominada “cetose fisiológica”.Como a principal fonte de energia provém dos lipídeos, o
indivíduo não poderá ter qualquer patologia relacionada com o transporte ou oxidação dos ácidos graxos. No
entanto, apesar de seu efeito agudo na perda de peso ter sido observado em alguns estudos, é importante
avaliar prováveis riscos, possíveis benefícios e a sua aplicabilidade, para reduzir ou evitar possíveis prejuízos
aos indivíduos (ABESO, 2022; GINER, 2017).

A contagem de carboidratos surgiu na Europa, em 1935, sendo um método validado pelo comitê da
Associação Americana de Diabetes (ADA) em 1994. Tem sua aplicação iniciada no Brasil em 1997. Desde a
publicação do estudo Diabetes Control and Complications Trial (DCCT), é reconhecida como uma ferramenta
nutricional que permite maior flexibilidade alimentar, associada à melhor controle glicêmico, sendo a sua
aplicação mais frequente no tratamento do diabetes mellitus tipo 1 (DM1). Essa ferramenta deve ser inserida
no contexto de uma alimentação saudável e de educação em diabetes, podendo ser aplicada em indivíduos
em tratamento convencional ou intensivo (basal-bolus) e no DM2; porém, na prática, é mais utilizada em
indivíduos em insulinoterapia intensiva (múltiplas injeções diárias ou bomba de insulina) (CUPPARI, 2019).

CARACTERIZAÇÃO DAS ABORDAGENS NUTRICIONAIS

Tradicionalmente, o padrão alimentar mediterrâneo apresenta uma abundância no consumo de alimentos de


origem vegetal (Figura 1), ricos em fibras e antioxidantes, com a particularidade de serem pouco processados,
sazonais e regionais. A principal gordura de adição é o azeite, unanimemente utilizado em todos os países do
mediterrâneo. Frutos secos, com elevado teor de gordura insaturada, são alimentos comumente consumidos,
com efeitos positivos sobre a adiposidade e resistência à insulina, conforme evidências científicas.

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Por sua vez, a carne vermelha é pouco consumida, reduzindo concomitantemente a ingestão dos ácidos
graxos saturados. As demais fontes de proteína animal, como peixes, aves, ovos, produtos lácteos, são
consumidos com maior frequência, principalmente os peixes, que são fontes de ácido graxos poli-insaturados
como o ômega 3. O vinho é utilizado de forma moderada e ocorre principalmente durante as refeições,
possuindo ativos antioxidantes como o resveratrol (BERALDO et al., 2020; MORAES et al., 2017; MARTINS et al.,
2014; BERTOLANI et al., 2014).

Figura 1 - Lorem ipsum dolor sit amet

Fonte: Bertolani et al. (2014, p. 6).

Os principais componentes bioativos conhecidos na dieta do Mediterrâneo (os ácidos graxos insaturados,
carboidratos complexos e fibras, proteínas vegetais, minerais, fitosteróis e polifenóis) interagem
sinergicamente para afetar de forma benéfica várias vias metabólicas no DM2 (MARTINS et al., 2014). Confira
abaixo:

Figura 2 | Efeitos da dieta mediterrânica no DM2

Fonte: Martins et al. (2014, p. 87).

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*Obesidade central constitui o eixo do DM2 levando a um aumento do perímetro abdominal (1). Os ácidos
graxos livres são libertados para a circulação do tecido adiposo diretamente para o fígado, músculo e
pâncreas. No fígado, ocorre um aumento da produção de lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL-c),
associada ao aumento dos triglicerídeos plasmáticos (2) e a baixa lipoproteína de alta densidade (HDL-c) (3).
No pâncreas, ocorre apoptose e morte celular de onde resulta a hiperglicemia (4). No músculo, os ácidos
gordos livres conduzem à insulino-resistência e aumenta a pressão arterial (5). Próximo de cada uma das
alterações observada na DM2 estão alguns dos alimentos da dieta mediterrânica que demonstraram corrigir a
anomalia.

Por sua vez, a dieta cetogênica (DC) é caraterizada pelo elevado teor de gordura (>60% do valor energético
total), restrição de carboidratos (aproximadamente 50g/dia ou 10% do valor energético total) e com um teor
adequado de proteínas, vitaminas e minerais. Neste padrão alimentar, são incluídas grandes quantidades de
gordura, alimentos ricos em proteína de alto valor biológico e baixas quantidades de vegetais e frutas. Os
alimentos mais utilizados na dieta são as natas, a manteiga, óleos, maionese, carnes e peixes gordos.

Os grandes fornecedores de vitaminas e minerais, como a fruta, os hortícolas, os cereais, bem como os
alimentos ricos em cálcio, são exemplos de alimentos com menor representação nesta dieta. As gorduras
saturadas e insaturadas são permitidas, como óleos vegetais, castanhas, creme de leite, maionese, queijos;
carboidratos complexos como verduras, legumes e frutas, proteínas de origem animal como ovos, carnes
bovinas e suínas, frango e frutos do mar. Já proteínas vegetais como feijões, lentilhas, grão de bico,
carboidratos simples como doces e massas, açúcar, farinha branca, gordura trans como sorvetes, biscoitos,
massas industrializadas, são proibidos (ABESO, 2022; ABE, 2017).

O método de contagem de carboidratos prioriza o total de carboidratos consumidos por refeição,


considerando que a quantidade é o maior determinante da resposta glicêmica pós-prandial, uma vez que os
carboidratos são 100% convertidos em glicose, em um período que pode variar de 15 minutos a 2 horas,
enquanto 35 a 60% das proteínas e somente 10% das gorduras passam por tal conversão, em um período de
3 a 4 horas e de 3 a 5 horas, respectivamente.

Entre os métodos de contagem de carboidratos, estão a lista de equivalentes/substituições de carboidratos e


a contagem em gramas de carboidratos. Este último permite que o ajuste da dose de insulina rápida ou
ultrarrápida – a ser aplicada antes das refeições – seja realizado com base na quantidade de carboidratos a
ser consumida. Já em indivíduos com esquema fixo de insulina, com tratamento alimentar exclusivo e/ou em
uso de antidiabéticos orais, o planejamento da refeição deve estabelecer quantidades relativamente fixas de
carboidratos, tanto com relação aos horários como às quantidades (CUPPARI, 2019).

APLICANDO OS PADRÕES ALIMENTARES

A dieta do Mediterrâneo apresenta como vantagens incluir os macronutrientes de uma forma mais
equilibrada, apresentar paladar mais apetecível, com consequente aumento da satisfação e por isso, maior
adesão do indivíduo a longo prazo. Como desvantagens, a necessidade de restrição calórica para a efetiva
perda de peso; ser mais cara, devido aos componentes da dieta; e necessitar de mais tempo para o preparo
dos alimentos (BERALDO et al., 2020).

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Tradicionalmente, na dieta cetogênica clássica (DCC), 90% das necessidades energéticas diárias provém da
gordura, maioritariamente triglicerídeos de cadeia longa (TCL), enquanto os 10% provêm de carboidratos e
proteínas. A DCC é calculada através de uma relação/rácio entre a quantidade de gordura (g), e as
quantidades de proteínas (g) e carboidratos (g) fornecidas em conjunto. Esta relação cetogênica poderá ser de
3:1 ou 4:1, o que significa que para cada 3 ou 4 gramas de gordura, se oferece 1 grama de proteínas e
carboidratos, conjuntamente (VAZ, 2019).

Tabela 1 | Distribuição dos macronutrientes dos diferentes tipos de dieta cetogênica

Fonte: Vaz (2019, p. 6).

Quanto à contagem de carboidratos (CC), ambos os métodos de são efetivos. O método de contagem por
gramas de carboidrato oferece informações mais precisas e maior flexibilidade, pois considera o peso ou a
medida dos alimentos, assim como informações de rótulos, tabelas de referência e aplicativos móveis.
Consiste em somar a quantidade de carboidratos da refeição e ajustar a dose de insulina necessária para
cobrir as porções consumidas. Normalmente, 1 unidade de insulina rápida ou ultrarrápida cobre 15g de
carboidrato, independentemente da fonte alimentar. Para utilizar o método de contagem por gramas de
carboidratos, são necessárias algumas informações, como a determinação do bolus de alimentação, fator
sensibilidade e bolus de correção.

O bolus de alimentação é a relação entre a quantidade de insulina rápida ou ultrarrápida a ser aplicada e a
quantidade de carboidrato da refeição, mais bem definida de acordo com a monitoração glicêmica e a
observação das glicemias pós-prandiais. Além da regra geral para adultos (1 unidade de insulina rápida ou
ultrarrápida cobre 15g ou 1 substituição de carboidrato), existe a regra geral para crianças, a qual pressupõe
que 1 unidade de insulina rápida ou ultrarrápida cobre 20 a 30g de carboidrato. Pode-se também utilizar o
peso corporal como ponto de partida para determinação do bolus de alimentação, como demonstrado na
Tabela 2 (CUPPARI, 2019).

Tabela 2 | Estimativa da razão insulina: carboidrato a partir do peso corporal

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Fonte: Cuppari (2019, p. 214).

Entretanto, estimar carboidratos por substituições é mais simples, com preservação das informações básicas
para facilitar o controle glicêmico. Os alimentos são agrupados em uma lista de equivalentes, na qual cada
porção de alimento corresponde a aproximadamente 15g de carboidratos, classificando-os em grupos de
alimentos e porções de medida caseira. Ao utilizar o método de substituições, considera-se de 8 a 22g de
carboidratos (média de 15g) como 1 porção. A lista de equivalentes, trocas, substituições ou escolhas facilita a
aplicação (CUPPARI, 2019).

A monitoração glicêmica é imprescindível para os ajustes necessários na contagem de carboidratos e na


terapia insulínica além de ser é uma ferramenta importante na identificação da variabilidade glicêmica, um
potente ativador do estresse oxidativo e um dos principais contribuintes para as complicações vasculares.
Mais recentemente, com a tecnologia flash de monitoramento, tem sido possível acompanhar, em tempo real,
a glicose intersticial, expondo a tendência da glicemia a partir de um sensor (tipo um adesivo) aplicado na
parte traseira do braço. Essas informações possibilitam que o profissional nutricionista realize ajustes na
terapia nutricional, com maior eficácia e segurança (CUPPARI, 2019).

VÍDEO RESUMO

Nesta videoaula, você terá a oportunidade de conhecer as características da dieta do Mediterrâneo e a dieta
cetogênica, compreendendo as funcionalidades dessas abordagens nutricionais, efetivas para melhorar o
controle glicêmico no diabetes mellitus (DM). Você também vai aprender sobre a contagem de carboidratos,
ferramenta nutricional que prioriza o total de carboidratos consumidos por refeição. Entre os métodos, estão
a lista de equivalentes/substituições de carboidratos e a contagem em gramas de carboidratos.

 Saiba mais
Para saber mais sobre a dieta do Mediterrâneo, acesse o artigo “A Funcionalidade da Dieta
Mediterrânica na Diabetes Tipo 2”, de Martins et al. (2014). Para aprofundar seu conhecimento sobre a
dieta cetogênica, acesse o documento “Posicionamento sobre o tratamento nutricional do sobrepeso
e da obesidade”, da Abeso (2022). Para ampliar seus conhecimentos sobre a contagem de carboidratos,
deixamos o convite para que consulte o “Manual de contagem de calorias para pessoas com
diabetes”, da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Aula 3

JEJUM NA OBESIDADE E DIABETES MELLITUS TIPO 2

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Olá, estudante! Dietas para controle de peso e índice glicêmico, como o jejum intermitente (JI), tem
despertado um aumento considerável de interesse, atualmente, principalmente de profissionais de
saúde e praticantes de atividade física.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Dietas para controle de peso e índice glicêmico, como o jejum intermitente (JI), tem despertado um aumento
considerável de interesse, atualmente, principalmente de profissionais de saúde e praticantes de atividade
física. Compreende um padrão alimentar em que o indivíduo intercala, de forma voluntária, um período de
privação de alimentos e bebidas e outro de ingestão normal.

Os dias em que ocorre a restrição podem ser alternados; o jejum pode durar 24 horas ou ser mantido por um
tempo limitado. Como consequência, há perda de peso. Alguns estudos têm apontado, mas ainda sob
investigação, melhora nos níveis glicêmicos e diminuição na resistência à insulina a partir desta prática. Vamos
compreender melhor sobre essa estratégia nutricional?

Ótimos estudos!

EPIDEMIOLOGIA DO DIABETES E A ESTRATÉGIA DO JEJUM INTERMITENTE

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, até 2030, cerca de 883 milhões de
mulheres terão o diagnóstico de obesidade; quanto aos homens, serão cerca de 587 milhões. No que
concerne aos dados epidemiológicos do diabetes mellitus tipo 2 (DM2), segundo o Atlas do Diabetes da
Federação Internacional de Diabetes (IDF, 2021), atualmente o Brasil possui aproximadamente 16,8 milhões
de adultos entre 20 e 79 anos de idade diagnosticados com a doença, sendo o quinto país em incidência no
mundo.

A projeção global era de, em 2025, 483 milhões de brasileiros; no entanto, 463 milhões de indivíduos já foram
diagnosticados em 2022 A estimativa da incidência em 2030 chega a 21,5 milhões de brasileiros
diagnosticados. Além disso, há uma estreita associação entre obesidade e diabetes mellitus tipo 2 (DM2), pois
o excesso de peso corporal pode ser considerado fator de risco constante para o diabetes (IDF, 2021;
CUPPARI, 2019).

Estes números são extremamente elevados e alertam para a necessidade de adequação de medidas que
possam impactar na melhoria do quadro global. Assim, intervenções no estilo de vida e no comportamento
visando a diminuição da ingesta calórica e aumento no gasto energético têm ganhado destaque, como o Jejum
Intermitente (JI), que ganhou popularidade por parte da mídia, desde 2012, quando a BBC Horizon, do Reino
Unido abordou a dieta 5:2, na qual, por cinco dias, o indivíduo mantém padrão alimentar regular, e depois
realiza dois dias de jejum por semana. Estudos relacionados ao jejum tiveram um novo marco após as
descobertas do cientista japonês Yoshinori Oshumi, as quais demonstraram importantes aspectos do
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comportamento de renovação celular e autofagia, desencadeados pelo jejum. Além disso, trabalhos de
pesquisa sugerem que o JI proporciona perda de peso e controle glicêmico (RIBEIRO et al., 2023; GELOTTI et
al., 2022).

Essa estratégia nutricional é uma prática dietética comum em várias culturas e possui enorme influência em
inúmeras tradições religiosas. Observa-se uma gama de registros milenares concernentes ao jejum; o mais
conhecido é o jejum do Ramadã, que exige dos muçulmanos adultos um jejum diário por 29 a 30 dias, entre o
nascer e o pôr do sol, com critérios definidos no Alcorão Sagrado. Nenhum alimento ou bebida é permitido
após o suhoor (última refeição antes do jejum) até o iftar (desjejum após o pôr do sol).

O jejum é tradicionalmente quebrado com algo doce, como tâmaras; em seguida, ocorre a refeição principal
que tende a ser rica em carboidratos. Entre o iftar e o suhoor, os alimentos podem ser ingeridos sem qualquer
restrição. Outro exemplo de jejum intermitente religioso é o dos judeus, que jejuam por 6 dias do ano; e o dos
cristãos ortodoxos gregos, que passam 180 a 200 dias em jejum por ano (Ramadã: é o nono mês do
calendário islâmico, no qual a maioria dos muçulmanos pratica o seu jejum ritual, o quarto dos cinco
pilares do Islão). (RIBEIRO et al., 2023; TORRES et al., 2022; GELOTTI et al., 2022).

Estudos indicam que o jejum produz perda de peso substancial em curtos períodos, em torno de 8 a 12
semanas, acompanhado de diminuição da lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), de triglicerídeos (TG), da
pressão sanguínea e mudanças na composição corporal. Além disso, aumentos na sensibilidade à insulina
também têm sido demonstrados como impactos decorrentes da terapia utilizando o JI como estratégia. A
maioria dos protocolos populares podem ser agrupados em três categorias, sendo que cada forma utiliza
diferentes períodos de alimentação e jejum (OLIVEIRA et al., 2019).

PROTOCOLOS DE JEJUM INTERMITENTE

O jejum intermitente (JI) é um método que consiste em um plano alimentar com determinados períodos de
abstinência voluntária de alimentos e bebidas, intercaladas com as “janelas alimentares”, que estabelecem a
pausa da abstinência e flexibilizam um período destinado à alimentação, seja ad libitum (de maneira livre), ou
sob orientação alimentar específica. Seu objetivo é fazer com que o corpo utilize os estoques de gordura e,
com isso, haja a perda de massa gorda, alterações na composição corporal e metabolismo energético,
melhora na microbiota intestinal e em marcadores de risco cardiometabólico, e efeitos relacionados ao
retardo no envelhecimento (KHALFALLAH et al., 2023; GELOTTI et al., 2022; ASBRAN, 2019).

No método do jejum de dia alternado (JDA), há alternância entre os dias de consumo de alimentos ad libitum
(sem restrições) durante 24h, e dias de jejum, que normalmente consistem em uma única refeição. Nela, a
ingesta é total ou parcialmente reduzida, contendo aproximadamente 25% das necessidades calóricas diárias
(TORRES et al., 2022; GELOTTI et al., 2022).

O jejum com restrição de tempo (JRT) permite o consumo alimentar ad libitum em uma janela de tempo curta
de 3-4h, 7-9h ou 10-12h; ou em uma janela média de 12 a 21h. Neste tipo de jejum, durante o período em que
não há ingesta alimentar, os processos fisiológicos associados ao jejum (redução da glicose, alteração de

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hormônios glucagon, insulina e cortisol, ativação de enzimas para degradação de glicogênio e gorduras,
degradação de proteínas, utilização de corpos cetônicos, e alterações na grelina e leptina) são desencadeados,
pois a energia armazenada é utilizada (GELOTTI et al., 2022).

O jejum modificado (JM) é a forma mais simples, sendo o protocolo mais conhecido 5:2, que consiste em
redução calórica diária para 500kcal para mulheres a 600Kcal para homens por dois dias consecutivos na
semana e, nos outros cinco dias, a alimentação é ad libitum. A ingesta alimentar reduzida leva à rápida
mobilização de glicogênio e metabolismo de massa gorda por lipólise quando realizado com mais de 24h, e
reduz o catabolismo proteico em quantidade relevante (TORRES et al., 2022; GELOTTI et al., 2022).

Apesar de existirem vários protocolos, o tipo mais comum de jejum é conhecido como o método 16:8, que
envolve o jejum por 16 horas e a redução da janela de refeições para apenas 8 horas, que é quando o corpo
está na zona de queima de gordura e quando se alcança baixos níveis de glicose e cetose (STANZIONA, 2023).

Um outro ponto importante a ser considerado estaria relacionado aos horários em que as refeições serão
realizadas. Uma pesquisa publicada na revista científica Cell Metabolism mostrou que comer durante o dia
contribui para a perda de peso e melhora a sensibilidade à insulina, diferentemente de uma janela alimentar
que inicia à tarde e termina à noite, a qual não traz esses benefícios devido ao ciclo circadiano, que dita o
ritmo do organismo.

Sob a ótica metabólica, durante o dia, há produção de hormônios que transformam os alimentos na energia
necessária para o funcionamento do corpo e há maior gasto calórico. Por sua vez, a ausência de luz incentiva
a produção de melatonina, hormônio que prepara o corpo para o repouso. Nesse ponto, há mais chance de o
corpo armazenar a energia e transformar aquele alimento em estoque de gordura. Logo, o mais adequado é
ingerir uma quantidade de calorias maior durante o dia e restringir à noite (ABESO, 2023).

CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO DO JEJUM INTERMITENTE

O jejum intermitente (JI) possui diversos modelos de aplicação; todavia, é importante lembrar da reintrodução
consciente e gradual da ingestão de alimentos, que é imprescindível para um estilo de vida mais saudável
após o jejum (RIBEIRO et al., 2023; TORRES et al., 2022).

Apesar das evidências promissoras, o JI tem suas contraindicações pelo risco de hipoglicemia para os
indivíduos com diabetes mellitus tipo 1 (DM1), para mulheres grávidas e em período de amamentação, bem
como para pessoas com distúrbios alimentares ou que possuem alguma outra patologia, além daqueles que
necessitam da ingestão regular de alimentos em razão da utilização de alguma medicação. A restrição
alimentar pode afetar negativamente a disponibilidade de nutrientes essenciais para a síntese de proteínas
musculares e a manutenção do equilíbrio energético, o que pode comprometer o desempenho físico a longo
prazo (HERINGER et al., 2023; TORRES et al., 2022; GELOTTI et al., 2022).

Ademais, a restrição alimentar pode desencadear efeitos adversos, principalmente no período de adaptação
(náuseas, fraqueza, constipação e outros) e comportamentos de compulsão alimentar quando o indivíduo
estiver nos dias de consumo alimentar. Ela também pode afetar a relação social com a comida, pois, na

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maioria das vezes, é no momento da refeição que a família se reúne, por exemplo (ABESO, 2023; ASBRAN,
2019).

Em relação ao diabetes melllitus tipo 2 (DM2), mecanismos celulares e moleculares pelos quais o JI previne e
reduz a glicemia são propostos por envolver aumento da sensibilidade da sinalização do receptor de insulina,
estimulando mais rapidamente a captação de glicose pelas células musculares e hepáticas e provavelmente
outros tipos de células, incluindo neurônios. Ocorre, assim, a diminuição dos níveis de insulina, bem como
redução dos níveis de glicose de forma aguda.

Um estudo publicado na revista Nature Medicine mostrou que o JI pode ser mais benéfico à dieta de restrição
de calorias na redução do risco de DM2. Os resultados apontaram que as pessoas que fizeram três dias de
jejum não consecutivos, com uma janela de alimentação das 8h às 12h, apresentaram maior tolerância à
glicose após 6 meses de jejum, foram mais sensíveis à insulina e houve redução nos níveis séricos de lipídeos,
quando comparados ao grupo de voluntários que fizeram a dieta diária de baixa caloria (ABESO, 2023;
OLIVEIRA et al., 2019).

No que tange à obesidade, a estratégia nutricional foi eficaz para perda de peso a pequeno prazo, podendo
trazer inúmeros benefícios no contexto metabólico, como a diminuição do hormônio grelina e aumento do
processo da autofagia. Não obstante, o JI não se mostrou tão útil a longo prazo comparado a dietas restritas;
são necessários mais estudos para compreender seus efeitos a extensos períodos (ASBRAN, 2021).

Como a maioria dos estudos realizados sobre o JI foram feitos em modelo animal, especialistas ponderam que
os resultados benéficos, como redução de peso, diminuição da resistência à insulina, redução de respostas
inflamatórias e melhora da composição corporal, devem ser avaliados com cautela, já que há diferenças entre
os organismos humano e animal. Na prática, os estudos disponíveis em seres humanos mostram que
acontece uma redução na quantidade de comida ingerida e os possíveis riscos deste tipo de dieta não foram
suficientemente explorados. Dessa forma, mais pesquisas são necessárias para melhor compreensão dos
mecanismos relacionados à essa prática, a fim de determinar se os benefícios observados são consistentes
(RIBEIRO et al., 2023; ABESO, 2023; HERINGER et al., 2023; ASBRAN, 2019).

VIDEO RESUMO

Nesta videoaula, você terá a oportunidade de conhecer o jejum intermitente, que é um método utilizado para
redução de peso, melhoria do metabolismo humano, diminuição da resistência à insulina e redução de
respostas inflamatórias; porém, ainda há muitas incógnitas relacionadas aos resultados gerados para a saúde
e o comportamento humano.

 Saiba mais
Para saber mais sobre o jejum intermitente, acesse o artigo “Jejum faz bem?”, da Associação Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

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Aula 4

HIPOTIREOIDISMO E HIPERTIREOIDISMO
Olá, estudante! Dentre as alterações endócrinas mais comuns, destacam-se as desordens da glândula
tireoide: o hipotireoidismo e o hipertireoidismo.

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Dentre as alterações endócrinas mais comuns, destacam-se as desordens da glândula tireoide: o


hipotireoidismo e o hipertireoidismo. O hipotireoidismo é caracterizado pela queda na produção de
hormônios tireoidianos (HTs); ele ocorre mais frequentemente em indivíduos acima de 60 anos e tende a se
repetir entre os membros da família. Acomete mais as mulheres, pelas alterações hormonais que ocorrem
durante a menopausa.

O hipertireoidismo é caracterizado pela produção excessiva dos HTs, com incidência mais frequente também
nas mulheres. A síntese de tais hormônios envolve nutrientes essenciais para a função da glândula, como o
selênio, o zinco, o cobre, com destaque para o iodo, que apresenta um papel importante na síntese e
metabolismo dos hormônios produzidos pela tireoide. Vamos aprofundar os conhecimentos sobre essas
doenças endócrinas?

Bons estudos!

DEFINIÇÕES E ETIOLOGIA DO HIPOTIREOIDISMO E HIPERTIREOIDISMO

A glândula tireoide é responsável pela produção dos hormônios tireoidianos (HTs): a triiodotironina (T3) e a
tiroxina (T4), ambas com efeito de controlar o crescimento, o metabolismo e o desenvolvimento corporal.
Também desempenham funções na produção de proteínas estruturais, enzimas e outros hormônios. Porém,
quando há comprometimento do mecanismo regulatório da tireoide, originam-se as principais disfunções
tireoidianas: o hipotireoidismo e o hipertireoidismo, que em geral, são autoimunes e afetam de 5 a 10% da
população (GONÇALVES; NUNES, 2021).

O hipertireoidismo é uma doença crônica e normalmente ocorre na família com histórico de doenças da
tireoide. É uma condição em que a glândula é hiperativa e produz em excesso dos HTs. Caso não tratado,
pode levar a outros problemas de saúde, como insuficiência cardíaca congênita e osteoporose. A causa mais
comum é a doença de Graves, em que o sistema imunológico ataca a glândula, provocando seu aumento; com

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isso, há estímulo para a produção dos hormônios em excesso. Outras causas importantes seriam o bócio
multinodular e a tireoidite, disfunção tiroidiana induzida pelo excesso de iodo que pode estar presente em
alguns medicamentos (GONÇALVES; NUNES, 2021; MEZZOMO, 2016; SBEM, 2013b).

O hipotireoidismo, também denominado tireoide hipoativa, é a alteração funcional endócrina mais comum,
resultante da produção insuficiente ou ausente dos HTs disponíveis na circulação. A forma mais prevalente é o
hipotireoidismo primário (na tireoide), que acomete quase 5% dos indivíduos. É denominado secundário
quando a alteração ocorre na hipófise, ou terciário, quando ocorre no hipotálamo, ambos denominados de
hipotireoidismo central, representando menos de 1% dos casos.

A tireoide de Hashimoto ou tireoide crônica autoimune é a causa mais comum, similar à doença de Graves. O
sistema imunológico ataca e danifica a glândula; assim, a tireoide não consegue produzir hormônios
suficientes. Outras causas comuns da doença são a remoção cirúrgica da glândula, a terapia de radiação da
tireoide, medicamentos que danificam a glândula ou defeitos genéticos que afetam os HTs (GONÇALVES;
NUNES, 2021; MARTINS et al., 2016; MEZZOMO, 2016).

No que diz respeito à alimentação, o metabolismo dos nutrientes tem um impacto importante na função da
tireoide, pois, para que ocorra a síntese e a função adequada de HTs, são requeridos micronutrientes como
iodo, que é o elemento essencial para a síntese desses hormônios. Há quatro átomos de iodo por molécula de
T4 e três por molécula de T3. Também são importantes o selênio (que participa ativamente da homeostase da
glândula tireoide), o zinco (que, em deficiência, é uma causa de hipotireoidismo subclínico), cobre, ferro,
vitamina A e D, que funcionam como cofatores. Por outro lado, outras substâncias provenientes da ingestão
de alimentos têm gerado preocupação, mesmo que em pesquisas in vitro, pois podem influenciar o
funcionamento da tireoide, como a soja, glicosinolatos, isoflavonas, flavonoides e o glúten, que está associado
ao aumento na prevalência de 9% doenças autoimunes da tireoide (MEZZOMO, 2016).

Os hormônios tireoidianos atuam nos tecidos, apresentando uma atividade de regulação metabólica celular e
desempenhando funções no metabolismo dos macronutrientes. Se há comprometimento na biossíntese
desses hormônios, verifica-se uma desregulação central e periférica no metabolismo basal e a termogênese.
Então, os micronutrientes exercem um papel fundamental, seja no contexto da prevenção, seja na abordagem
terapêutica das patologias tireóideas (SILVA, 2018).

ASPECTOS PATOLÓGICOS E HISTÓRIA ALIMENTAR

As atividades fisiológicas da tireoide, como a secreção dos hormônios, envolvem o hipotálamo, a hipófise e a
glândula tireoide, num processo denominado retroalimentação: o receptor do hormônio liberador de
tireotrofina hipotalâmico (TRH) estimula a produção hipofisária do hormônio estimulante da tireoide (TSH),
que, por sua vez, estimula a síntese e a secreção de triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), como representado na
Figura 1. O TSH desempenha papel fundamental no controle do eixo tireóideo e serve como marcador
fisiológico extremamente útil na ação dos HTs. A T3 é cerca de quatro vezes mais potente que T4, mas está
presente no sangue em quantidades muito menores e persiste por menos tempo (MEZZOMO, 2016).

Figura 1 | Produção dos hormônios tireoidianos

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*TRH: hormônio liberador de tireotrofina; TSH: hormônio estimulante da tireoide; TPO: peroxidase da tireoide; T4: tiroxina; T3:
triiodotironina.

Fonte: Mezzomo (2016, p. 430).

A intensidade, a duração e a idade do indivíduo determinam a apresentação clínica do hipertireoidismo,


associada a manifestações adrenérgicas, ou seja, os hormônios estão aumentados na circulação;
consequentemente, a ação nos órgãos-alvo também fica exacerbada. Os sintomas e sinais característicos da
disfunção incluem ansiedade, nervosismo, irritabilidade, fraqueza muscular, tremores de extremidades,
palpitação, taquicardia, intolerância ao calor, sudorese e perda de peso, que reflete o aumento da
termogênese e aumento do metabolismo (GONÇALVES; NUNES, 2021; MARTINS et al., 2016; MEZZOMO, 2016).

As consequências clínicas do hipotireoidismo manifestam-se como fadiga, bradicardia, rouquidão, fraqueza


muscular, constipação, letargia, depressão, memória prejudicada, pele seca, queda de cabelo, irregularidades
menstruais e reprodução comprometida. Nas mudanças metabólicas, sucede uma subtração na taxa de
consumo de oxigênio e diminuição na produção de calor, ocasionando queda na taxa metabólica basal e, por
consequência, ganho de peso que varia de 2 a 4kg (GONÇALVES; NUNES, 2021; MARTINS et al., 2016;
MEZZOMO, 2016).

O iodo é um nutriente essencial na síntese dos HTs e, com aporte inadequado, leva a uma produção
inadequada desses hormônios. As consequências são o bócio e o hipotiroidismo. Por outro lado, níveis
elevados podem induzir a produção de citocinas e o aumento do stress oxidativo, contribuindo para o
desenvolvimento do hipertiroidismo, doença autoimune da tireoide (DAIT) e possíveis nódulos na glândula.
Várias estratégias governamentais têm sido desenvolvidas para enriquecer os alimentos com esse nutriente,
como a suplementação sob a forma de sal e óleo vegetal iodado; no entanto, determinadas subpopulações,
como os vegetarianos, não atingem a ingestão adequada (SILVA, 2018; MEZZOMO, 2016).

A glândula da tireoide possui uma elevada concentração de selênio incorporado nas selenoproteínas,
caracterizadas por apresentarem um papel importante na ativação das enzimas dependentes do selênio para
sua atividade: iodotironinas desiodases (DIOs) e glutationas peroxidases (GPxs). A deficiência do nutriente
pode prejudicar a atividade das iodotironinas desiodases (DIOs), que são responsáveis pela conversão de T4

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em formas metabolicamente ativas, T3, e consequentemente interferir no mecanismo normal de feedback do


eixo hipotálamo-pituitário da tireoide (HPT). O nutriente em questão funciona como cofator na interação do
iodo durante a conversão de T4 inativa em T3, biologicamente ativa, por 5’-desiodação (SILVA, 2018).

O zinco é um oligoelemento essencial na produção dos HTs, e, assim, como o selênio, também funciona como
cofator na conversão de T4 para T3. A deficiência desse nutriente reduz a atividade de T3 sérica. Em estudos
com animais, a deficiência de zinco resultou em diminuição de aproximadamente 30% nos níveis de T3 e T4
livres (SILVA, 2018; MEZZOMO, 2016).

DIAGNÓSTICO CLÍNICO E TRATAMENTO

A mensuração de níveis do hormônio estimulante da tireoide (TSH) é considerada o exame mais sensível e
específico para identificar as disfunções tireoidianas, considerando-se que pequenas alterações na
quantidade de tiroxina (T4) acarretam uma variação grande na circulação de TSH. No hipertireoidismo clínico,
as concentrações elevadas de T3 e T4 estão associadas a níveis de TSH reduzidos ou suprimidos. Ao contrário,
nos indivíduos com hipotireoidismo primário, a TSH se encontra elevada, sendo que, no hipotireoidismo
clínico, a concentração de T4L está reduzida e, no hipotireoidismo subclínico, os níveis séricos de T4L estão
dentro do valor de referência laboratorial (GONÇALVES; NUNES, 2021; MARTINS et al., 2016; SBEM, 2013a;
2013b).

Para o tratamento do hipertireoidismo, são utilizados medicamentos como o metimazol e betabloqueadores,


que não baixam os níveis de hormônios da tireoide, mas podem controlar sintomas graves, como a frequência
cardíaca acelerada, tremores e ansiedade. Outra possibilidade é o iodo radioativo, que leva à destruição
permanente da tireoide; o indivíduo deverá tomar comprimidos para o resto da vida para manter níveis
hormonais normais. Há ainda a alternativa da remoção cirúrgica da tireoide, que é uma solução permanente,
mas não a preferida, por causa do risco de danos às glândulas paratireoides e aos nervos da laringe. O
tratamento do hipotireoidismo é realizado com a levotiroxina, que contém T4 idêntico ao que a tireoide
produz (MARTINS et al., 2016; SBEM, 2013a; 2013b).

Segundo as Dietary Reference Intake (DRI), a recomendação de ingestão diária de iodo, selênio e zinco são:

Iodo: 150 µg/dia para adultos, 220 µg/dia para gestantes e 290 µg/dia para lactantes (SILVA, 2018).

Selênio: 55 µg/dia para adultos, 60µg/dia para mulheres grávidas ou 70 µg/dia em lactação (SILVA, 2018.

Zinco: 8mg/dia para as mulheres, 11mg/dia para os homens e para gestantes e lactantes as necessidades
estão aumentadas (SILVA, 2018).

É possível suprir as necessidades diárias desses micronutrientes através das fontes alimentares:

Iodo: marisco, algas marinhas, ovos, cereais, leite e produtos lácteos; porém a quantidade nos alimentos
e na água depende da região de onde provêm e do tipo de fertilização utilizada nos solos (SILVA, 2018).

Selênio: brócolis, alho e cebola; contudo, os alimentos com maior teor são: ovo, cogumelos, castanha do
Brasil, cereais e derivados. O teor de selênio na carne e pescado varia entre 2,8 a 80,9 µg/100g de

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alimento, sendo o atum e sardinha os alimentos com maior quantidade deste micronutriente. Vale
ressaltar que a suplementação de selênio só é eficaz com um aporte adequado de iodo (SILVA, 2018);

Zinco: ostras, carne vermelha, carne de aves, feijão, nozes e grãos integrais. Os cereais, o leite e seus
produtos lácteos também são boas fontes, uma vez que podem ser fortificados; a biodisponibilidade de
zinco proveniente de alimentos de origem vegetal é inferior (SILVA, 2018).

VIDEO RESUMO

Nesta videoaula, você terá a oportunidade de aprofundar os conhecimentos sobre as desordens da glândula
da tireoide: o hipotireoidismo, caracterizado pela queda na produção de hormônios tireoidianos (HTs), e o
hipertireoidismo, que ao contrário, caracteriza-se pela glândula hiperativa, (ou seja, há produção desses
hormônios em excesso). Dentre os micronutrientes que exercem um papel fundamental na síntese dos HTs,
bem como na abordagem terapêutica, destacam-se o iodo, o selênio e o cobre.

 Saiba mais
Para ampliar seu conhecimento sobre eixo hipotálamo-hipófise-tireoide, acesse os trabalhos a seguir:

"Transporte de hormônios tireoidianos em hemácias de pacientes com hipertireoidismo ou


hipotireoidismo primário ”. Autora: Adriana Silva Oliveira.

“Distúrbios do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide na depressão ”. Autor: Carlos Augusto de Mendonça


Lima.

Aula 5

REVISÃO DA UNIDADE

ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NAS DOENÇAS ENDÓCRINAS

Olá, estudante!

Neste momento, você verá conceitos e aplicações aprendidas sobre o diabetes mellitus (DM), abordagens
nutricionais para controle glicêmico, hipertireoidismo e hipotireoidismo.

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O DM é grupo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, sendo o diabetes mellitus
tipo 1 (DM1) devido a uma reação autoimune em que o sistema imunológico ataca as células do pâncreas
produtoras de insulina e como consequência a produção deficiente do hormônio; e o diabetes mellitus tipo 2
(DM2) é causado por uma interação de fatores genéticos e ambientais, como a hiperadiposidade corporal,
história familiar, envelhecimento, etnia, sedentarismo, diagnóstico prévio de pré-diabetes. O diagnóstico da
doença é realizado pela identificação de hiperglicemia, com parâmetros da glicemia plasmática de jejum, o
teste de tolerância oral à glicose (TOTG) e a hemoglobina glicada (HbA1c) (SBD, 2023).

O tratamento do DM objetiva o controle glicêmico através da mudanças no estilo de vida (MEV), com destaque
para a alimentação nutricionalmente adequada, com ênfase na distribuição dos macronutrientes entre as
refeições para que evitar “pico glicêmico”. A recomendação de carboidratos é de 45 a 60% do valor calórico
total (VCT) ou 130g/dia; fibras, de 30 a 50g/dia, sendo a recomendação mínima de 14g/1.000kcal; proteínas de
1 a 1,5g/kg/dia ou 15 a 20% de calorias totais; e para os lipídeos, a quantidade deve ser individualizada
(CUPPARI, 2019).

Dentre as abordagens nutricionais que são capazes de melhorar o controle glicêmico, destacam-se a:

Dieta mediterrânea: apresenta uma abundância no consumo de alimentos de origem vegetal e a


principal fonte de gordura é o azeite de oliva extravirgem.

Dieta cetogênica (DC): caraterizada pelo elevado teor de gordura (>60% do valor energético total) e
restrita em carboidratos.

Contagem de carboidratos: prioriza o total de carboidratos consumidos por refeição, sendo


reconhecida como uma ferramenta nutricional que permite maior flexibilidade alimentar.

Jejum intermitente (JI): método com determinados períodos de abstinência voluntária de alimentos e
bebidas, intercaladas com as janelas alimentares, em que há pausa na abstinência; flexibiliza-se um
período destinado à alimentação, seja ad libitum (de maneira livre), ou sob orientação alimentar
específica.

No que concerne às alterações endócrinas mais comuns, destaca-se o hipotireoidismo, em que a tireoide é
hipoativa; ou seja, há produção insuficiente ou ausente dos hormônios tireoidianos (HTs). Também o
hipertireoidismo, condição em que a glândula é hiperativa e produz os HTs em excesso. A síntese de tais
hormônios envolve nutrientes essenciais, imprescindíveis para a síntese e a função adequada de HTs, como o
selênio (que participa ativamente da homeostase da glândula tireoide), o zinco (que, em deficiência, é uma
causa de hipotireoidismo subclínico), além de cobre, ferro, vitamina A e D, que funcionam como cofatores,
com destaque para o iodo, que é o elemento essencial para a síntese desses hormônios (MEZZOMO, 2016).

O diagnóstico dessas disfunções tireoidianas se dá através da mensuração dos níveis do hormônio


estimulante da tireoide (TSH). No hipertireoidismo clínico, as concentrações elevadas de triiodotironina (T3) e
a tiroxina (T4) estão associadas a níveis de TSH reduzidos ou suprimidos. Ao contrário, nos indivíduos com
hipotireoidismo primário, a TSH se encontra elevada, sendo que no hipotireoidismo clínico, a concentração de
T4L está reduzida e, no hipotireoidismo subclínico, os níveis séricos de T4L estão dentro do valor de referência
laboratorial (GONÇALVES; NUNES, 2021; MARTINS et al., 2016; SBEM, 2013a; 2013b).

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REVISÃO DA UNIDADE

Neste vídeo, você verá conceitos importantes relacionados ao diabetes mellitus, considerando a classificação,
diagnóstico e as recomendações nutricionais; conhecerá as características de algumas abordagens
nutricionais para controle glicêmico, dentre elas, a dieta do mediterrâneo, dieta cetogênica, jejum intermitente
e contagem de carboidratos. Você vai também aprofundar os conhecimentos sobre o hipotireoidismo,
hipertireoidismo e os nutrientes que exercem um papel fundamental na síntese dos hormônios tireoidianos,
como o iodo, o selênio e o zinco.

ESTUDO DE CASO

Imagine que você é nutricionista em uma clínica de Endocrinologia e foi solicitado que atendesse a Sra.
Lurdes, 67 anos, diagnóstico de hipertensão há 10 anos e de diabetes mellitus tipo 1 (DM1) há 40 anos. Está
com suspeita de depressão e síndrome metabólica. Em uso de atenolol 50mg/dia e hidroclorotiazida 25mg
1x/dia para controle da pressão arterial e insulinas regular (5UI a cada refeição) e NPH (30UI pela manhã, 15UI
à noite) para o controle do diabetes. Relata que está há mais de um mês com fadiga, principalmente no
período da tarde, e percebe que vem piorando.

Há duas semanas, tem apresentado sonolência e se sente desfocada, com dificuldade em se concentrar nas
atividades do dia, como assistir seus programas favoritos. Não tem vontade de sair de casa, chora com
frequência e, com isso, parou de realizar suas caminhadas matinais. Ganhou 7kg nesses dois meses; há seis,
quando esteve em acompanhamento com o endocrinologista para tratamento do DM1, apresentou peso de
77kg. No exame físico, foi evidenciado um nódulo na tireoide. A paciente disse que sua mãe apresenta
problemas na glândula, porém, não soube informar quais.

O pai tinha diabetes e cardiopatia, falecendo de infarto agudo do miocárdio. Sra. Lurdes já realizou vários
protocolos para emagrecer e controlar a glicemia, sendo que a abordagem nutricional mais recente realizada
foi o jejum intermitente 16x8, com início das refeições às 12h e término às 20h. No período da janela
alimentar, consome exageradamente os alimentos, não obtendo o resultado esperado.

Você realizou a aferição das medidas antropométricas e obteve um valor de peso atual de 84kg e altura de
1,64m. Os parâmetros laboratoriais obtidos foram: HbA1c: 6,8%, glicemia de jejum: 155mg/dL, colesterol total:
250mg/dL, triglicerídeos: 190mg/dL, LDL-c: 98mg/dL, HDL-c: 25mg/dL, THS: 8,7mU/L, T4 livre: 0,48ng/dL.

De acordo com o recordatório alimentar de 24h, a alimentação da Sra. Lurdes foi:

Almoço e jantar (12h/20h): 8 a 10 colheres de sopa de arroz branco, 2 conchas pequenas de feijão, 2
unidades médias de frango à milanesa e 2 copos americanos de refrigerante zero açúcar. De sobremesa,
1 barra pequena de 25g de chocolate ao leite.

Ao longo do dia: frutas (não soube dizer a quantidade), oleaginosas (um punhado), suco de fruta
adoçado com adoçante.

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Então, tendo em mãos os dados acima, você deverá realizar a distribuição dos macronutrientes para o DM1,
considerando uma necessidade energética de 1600kcal/dia; orientar a Sra. Lurdes sobre a abordagem
nutricional mais indicada para controle glicêmico no caso dela, além de orientar sobre as fontes alimentares
dos micronutrientes essenciais considerando as disfunções tireoidianas; e discorrer sobre qual a suspeita da
disfunção tireoidiana da Sra. Lurdes, justificando a resposta.

 Reflita
Neste momento, você deverá elencar, de forma organizada, todos os conhecimentos referentes à
maneira adequada de realizar a distribuição dos macronutrientes considerando o diabetes mellitus tipo 1
(DM1). Para isso, você precisa saber as necessidades energéticas da paciente através do cálculo
utilizando as fórmulas preditivas. Nesse caso, esse valor já foi fornecido, então você deverá realizar a
distribuição com base nas 1600kcal.

Para orientá-la quanto à abordagem nutricional mais indicada, você deverá relembrar sobre as
estratégias embasadas em estudos científicos, as quais mostram evidências de controle glicêmico. Além
disso, para escolher a melhor estratégia, você deverá pensar sobre qual tipo de diabetes ela apresenta e
o que os estudos apontam em relação a isso.

No que tange aos micronutrientes essenciais para as disfunções tireoidianas, você deverá pensar quais
são eles e verificar se a paciente utiliza as fontes alimentares deles em suas refeições, considerando o
recordatório de 24h. Caso contrário, você deverá sugerir no plano alimentar para a Sra. Lurdes.

Por fim, você deverá discorrer sobre qual é a disfunção tireoidiana que possivelmente a Sra. Lurdes
apresenta, considerando os sintomas, a correlação com as doenças que a paciente já apresenta e as
suspeitas de outras doenças, bem como a confirmação através da análise dos exames laboratoriais.

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Inicialmente você deverá realizar a distribuição dos macronutrientes, considerando as recomendações para o
diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e o valor calórico total (VCT) da Sra. Lurdes, de 1600kcal. Vamos à distribuição:

Carboidratos: 45 a 60% do VCT, então a quantidade a ser ofertada é de:

45% de 1600kcal = 720kcal;

60% de 1600kcal = 960kcal.

Logo, você poderá ofertar entre 720 a 960kcal de carboidratos.

Fibras: 14g/1000kcal, então a quantidade a ser ofertada é de:

14g de fibras -----1000kcal

X ----- 1600kcal

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X = 22,4g de fibras/dia

Sacarose: até 5% do VCT, então a quantidade a ser ofertada é de 8kcal/dia.

Proteínas: 15 a 20% do VCT, então a quantidade a ser ofertada é de:

15% de 1600kcal = 240kcal;

20% de 1600kcal = 320kcal.

Logo, você poderá ofertar entre 240 a 320kcal de proteínas.

Lipídeos: 20 a 35% do VCT, então a quantidade a ser ofertada é de:

20% de 1600kcal = 320kcal;

35% de 1600kcal = 560kcal.

Logo, você poderá ofertar entre 320 a 560kcal de gorduras, sendo que a quantidade recomendada de
ácidos graxos saturados é <6% do VCT e com maior oferta de ácidos graxos insaturados.

A abordagem nutricional mais indicada no caso da Sra. Lurdes é a contagem de carboidratos, pois é
reconhecida como uma ferramenta nutricional que permite maior flexibilidade alimentar, associada a melhor
controle glicêmico, sendo a sua aplicação a mais utilizada em indivíduos em insulinoterapia intensiva.
Considerando o esquema fixo de insulina, o método de planejamento da refeição é o mais indicado nesse
caso, e deve estabelecer quantidades relativamente fixas de carboidratos, tanto com relação aos horários
quanto às quantidades. Lembre-se de que os diabéticos insulinodependentes requerem a ingestão de
alimentos sincronizados com o tempo e a ação da insulina utilizada, bem como a teores específicos de
carboidratos, em horários determinados, para evitar hipoglicemias e grandes flutuações nos níveis
glicêmicos.

No que concerne às fontes alimentares dos micronutrientes essenciais em disfunções tireoidianas temos o
iodo, o selênio e o zinco, cujas recomendações e fontes alimentares são:

Iodo: 150 µg/dia. As fontes alimentares são: marisco, algas marinhas, ovos, cereais, leite e produtos
lácteos.

Selênio: 55 µg/dia. As fontes alimentares são: brócolis, alho e cebola; contudo, os alimentos com maior
teor são: ovo, cogumelos, castanha do Brasil, cereais e derivados.

Zinco: 8mg/dia. As fontes alimentares são: ostras, carne vermelha, carne de aves, feijão, nozes e grãos
integrais. Os cereais, o leite e seus produtos lácteos também são boas fontes, uma vez que podem ser
fortificados.

Analisando o recordatório alimentar de 24h, a Sra. Lurdes não consome os alimentos supracitados; logo, uma
alimentação variada e equilibrada com cereais integrais, hortaliças folhosas, legumes, frutas, leguminosas,
oleaginosas/óleos vegetais ricos em ômega-6, laticínios com baixo teor de gordura, que atenda às

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necessidades nutricionais, que seja individualizada, respeitando crenças, valores, disponibilidade financeira
em adquirir determinados alimentos e considerando todas as fases da vida possui um papel importante na
prevenção e tratamento do diabetes, bem como da disfunção tireoidiana.

Considerando o nódulo indolor à palpação da tireoide, a idade maior que 60 anos, gênero feminino, doença
de base autoimune (DM1) que é um fator de risco, história família prévia de doença tireoidiana da mãe, sinais
de lentificação do metabolismo como ganho de peso, fadiga, dificuldade de concentração, pode-se concluir
que se trata de um caso de hipotireoidismo. Para confirmar a suspeita, analisa-se a dosagem de TSH e T4. No
caso desta paciente, os níveis de TSH estão elevados (8,7mU/L, sendo o valor de referência de 0,4 a 5,8mU/L) e
os níveis de T4 livre estão diminuídos (0,48ng/dL, para valores de referência de 0,7 a 1,8ng/dL). Dessa forma,
pode-se confirmar o diagnóstico de hipotireoidismo, síndrome clínica que ocorre pela ação insuficiente dos
hormônios tireoidianos nos tecidos.

RESUMO VISUAL

Fonte: elaborada pela autora.

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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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