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Remoção do Transferencia do
colesterol celular colesterol captado pel
Esterificação Ação da enzima CETP
pelas partículas Captação do HDL para as
("concentração") do sobre as moléculas de
séricas de apo A-1 e colesterol das HDL lipoproteinas que
colesterol dentro da HDL 3, transferindo
de HDL pelo fígado, gônadas contèm apo B pela
HDL pela LCAT muitos triglicerídios
e adrenais pela enzima CETP (VLDL e
(Prejudicado pela em troca de
(Transforma pré- ligação ao receptor LDL), facilitando o
hiperglicemia - colesterol, formando
beta-HDL em HDL 3) SRB1 transporte de
destruição de HDL 2 e 1.
colesterol para o
receptores) fígado
2) Descrever como se faz a determinação dos níveis séricos dos lipídios e quando solicitar a sua
dosagem
• A coleta de sangue é realizada apenas após jejum de 12 horas para análise das concentrações de
triglicérides, assim como para o cálculo do colesterol da LDL
• A determinação do colesterol total, apo B, apo A-1 e colesterol da HDL (HDL-C) podem ser analisadas
em amostras coletadas sem jejum prévio.
• A determinação do perfil lipídico deve ser realizada em indivíduos com dieta habitual, estado metabólico
e peso estáveis por pelo menos duas semanas antes da realização dos exames
• Além disso, devem-se evitar ingestão de álcool e atividade física vigorosa nas 72 e 24 horas que
antecedem a coleta de sangue, respectivamente.
I Módulo 801 – Problema 03 I Thiago Almeida Hurtado
• A útlima diretriz sugere que os valores referenciais e de alvo terapeutico do perfil lipídico sejam
apresentados de acordo com o estado metabólico que antecede a coleta da amostra, sem jejum e com
jejum de 12 horas. É importante ressaltar que valores de CT > 310 mg/dL para adultos ou de CT >
230 mg/dL para crianças podem ser indicativos de hipercolesterolemia primária falimiar! Essa é a
mais comum das dislipidemias primárias, e seus portadores de 20 vezes mais risco de morte precoce por
DCV.
• Colesterol Total (CT): recomendada para avaliar o risco cardiovascular em políticas de rastreamento
populacional, porém, para avaliação do risco cardiovascular, devem ser analizadas as frações.
• LDL-c: é ESTIMADO pela fórmula de Friedewald (LDL-c = CT – (HDLc +TG/5), onde TG/5
representa o colesterol ligado à VLDL. Pode ser calculado por metodologia direta.
• Colesterol não-HDL: é usada como estimativa do número total de partículas aterogênicas no plasma
(VLDL + IDL + LDL) e também a apo B. O colesterol não HDL é calculado pela substração do HDLc
do colesterol total.
o Pode fornecer melhor a estimativa do risco em comparação com o LDLC, principalmente nos
casos de hipertrigliceridemia associada ao diabetes, à síndrome metabólica ou doença renal.
• Colesterol HDL: existem várias técnicas e de alta qualidade. Não precisa de ser estimado por fórmula.
• Triglicérides: é determinado por técnica enzimática, um método barato e de elevada precisão. Na
maioria das situações, níveis elevados de TG se associam a baixos níveis de HDLc e altos níveis de
partículas de LDL pequenas e densas (resultado ruim)
• Apolipoproteínas: são medidas a apo B e a apo A-1, através de métodos imunoquímicos e de fácil
análise em aparelho convencional.
o Lembrando: a apo b é a principal apoproteína das partículas aterogênicas (VLDL, IDL e LDL –
“não HDL”), sendo uma boa estimativa do número dessas partículas no sangue. A concentração
dela, portanto, é uma boa estimativa do número dessas partículas no sangue. A apo A-1 é a
I Módulo 801 – Problema 03 I Thiago Almeida Hurtado
principal apoproteína da HDL e fornece uma boa estimativa da concentração de HDL-C, sendo
que cada molécula de HDL pode apresentar mais de uma dessas proteínas.
o A apo B não é incluída nos algoritmos de cálculo de risco cardiovascular e não tem alvo de
tratamento predefinido
• Lipoproteína (a): corresponde a uma partícula de LDL com uma apoproteína adicional marcador de risco
adicional de doença arterial coronariana (pró-trombótica e pró-inflamatória), sendo que o nível
plasmático dessa é, em grande parte, determinado geneticamente. Sua análise é recomendada em pessoas
com alto risco para doença CV ou com forte história familiar de doença prematura aterotrombótica,
como na HF.
• Tamanho das partículas de lipoproteínas: partículas de LDL pequenas e densas são mais aterogênicas do
que as demais e predominam em concentrações altas de TG. Não existem evidencias que suportem sua
realização de rotina.
• Biomarcadores inflamatórios: a PCR de alta sensibilidade parece contribuir para a identificação de
indivíduos sob risco de desenvolvimento de DCV. Ainda não é utilizada de rotina.
3) Dislipidemias Secundárias
• Determinadas patologias e medicações podem predispor a dislipidemia, por interferirem nos
metabolismos das lipoproteínas, gerando um aumento do colesterol e/ou triglicerídios plasmáticos.
• As doenças citadas podem também exacerbar significativamente as alterações lipídicas das
hiperlipoproteinemias primárias.
• Diante de um paciente dislipidêmico, devemos esclarecer:
o Época de diagnóstico
o Histórico famíliar de dislipidemia
o Histórico familiar de DAC prematura
o História pessoal ou familiar de diabetes melito
o Uso de medicações ou patologias que possam levar à dislipidemia secundária
a) Distúrbios Endócrinos
Diabetes e Síndrome Metabólica
- Causada pela resistência insulínica (também presente na acromegalia)
- Caracterizada por: hipertrigliceridemia, hiperlipidemia pós-prandial, redução da quantidade e no
tamanho das partículas de HDL e partículas de LDL pequenas e densas (aterogênicas).
Hipotireoidismo
- Há elevação do LDLc, que pode ocorrer isolada ou associada a hipertrigliceridemia, resultante de uma
baixa atividade da lipase lipoproteica. Isso se deve a menor expressão do receptor hepático de LDL
(BE)
- Um padrão semelhante a disbetalipoproteinemia (elevação de LDLc e triglicerídios) pode ser
encontrado.
- Essas alterações levam a um maior risco cardiovascular nesses pacientes
- ATENÇÃO! No hipertireoidismo, há melhora do perfil lipídico, pelo mecanismo oposto!
- ATENÇÃO! Não usar estatinas devido ao risco de rabdomiólise nesses pacientes.
Lipodistrofia
- Podem ser genéticas ou adquiridas
- O QC depende da forma: na lipodistrofia parcial familiar há acúmulo de gordura na face. Na
lipodistrofia generalizada congênita são encontradas acantose nigricans, esteatose com hepatomegalia
(com ou sem esplenomegalia) e alta estatura. Ambas são formas genéticas
- O quadro laboratorial é análogo aos causados pela resistência insulínica.
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Anorexia nervosa
- Há acúmulo de LDLc, por ser um estado catabólico no qual há liberação de grande quantidade de LDLc
para a circulação.
- Esteatose hepática pode ocorrer devido ao acúmulo de triglicerídios hepáticos.
Glicogenose tipo 1
- Há um defeito na quebra de glicogênio hepático para glicose, levando a seu acúmulo no fígado. Como o
glicogênio não pode ser transformado em glicose, ele se acumula na forma de acetil-CoA, a qual, por sua
vez, é utilizada para a síntese de VLDL.
- O QC típico é de: hipoglicemia hipoinsulinêmica, esteatose hepática e hipertrigliceridemia desde o
nascimento. As crianças costumam ser magras devido a lipólise constante, provocando a elevação de
ácidos graxos livres; ter baixa estatura e hepatomgalia considerável.
b) Distúrbios renais
Síndrome nefrótca/Hipoalbuminemia
- Maior produção hepática de proteínas, como a Apo B
- Aumento de LDLc (mais concentrada em colesterol devido ao turnover menor) e VLDL
Insuficiência renal crônica
- Leva à hipertrigliceridemia como resultado da redução da atividade da LPL
- Aumento de VLDL e redução de HDLc
- Aumento do risco cardiovascular
c) Distúrbios gastrintestinais
Ingestão alcoólica crônica
- O álcool é uma grande fonte energética, inibindo a oxidação de ácidos graxos no fígado os quais se
acumulam e são utilizados para a síntese de VLDL.
- O álcool ainda reduz a atividade da LPL e da lipoproteína lipase hepática (LLH)
- Há elevação de triglicerídios e de HDLc (reduz o turnover dessa molécula)
- ATENÇÃO! É uma das duas únicas causas de hipetrigliceridemia com HDL elevado (a outra é o
acúmulo de estógenos).
Cirrose biliar primária
- Causa gastrintestinal mais significativa de dislipidemia
- No início, há aumento discreto dos níveis de VLDL e LDLc, em razão da elevação dos níveis de
lipoproteína remanescente e HDLc.
- Quando em nível terminal, há acúmulo de lipoproteína X (uma partícula anormal que contém albumina e
outros componentes plasmáticos.
- O único tratamento é o transplante hepático.
d) Doenças reumatológicas auto-imunes
• Essa população apresenta maior risco para aterosclerose, além de fatores de risco adicionais para
trombogênese e aterogênese. Isso se deve a inflamação crônica e uso de medicamentos como
corticoides, que contribuem para alteração do perfil lipídico.
• O uso crônico de corticoides leva a resistência insulínica, aumentando a lipólise e, consequentemente, a
produção hepática de VLDL (acúmulo de ácidos graxos livres).
e) Gestação
• Condição em que há acúmulo de estrógeno, progesterona e resistência insulínica.
• Há um acúmulo de todos os índices lipêmicos: colesterol total, LDLc, HDLc, triglicerídios e apo B. O
colesterol é muito importante para o desenvolvimento fetal, e o bebê não consegue sintetizá-los de forma
independente da mãe: necessita de ácidos graxos essenciais, fornecidos por ela, para que possa sintetizar
ácidos graxos de cadeia longa.
I Módulo 801 – Problema 03 I Thiago Almeida Hurtado
• Recoradando: o primeiro trimestre se caracteriza por um estado anabólico, havendo uma redução dos
índices lipêmicos. No terceiro trimestre, o oposto ocorre: há uma grande resistência a insulina e
aumento da síntese hepática de glicose, levando a um aumento dos índices lipêmicos.
• ATENÇÃO! A terapia com estatinas está proscrita durante a gestação e para mulheres em idade fértil e
sem contracepção adequada, ou que desejam engravidar, pois atravessam a barreira placentária e
prejudicam a síntese de colesterol fetal, indispensável para o processo de mielinização do SNC fetal.
o Os únicos fármacos permitidos para gestantes são: colestiramina e fibratos (em casos graves)
o A dieta e a aférise (em casos extremos) devem ser o tratamento de escolha.
• Os estrógenos agem aumentando a síntese de VLDL hepática e reduzem a atividade da LLH
(aumentando HDLc), aumentando os receptores BE. Em conjunto com o álcool, são a única situação em
que há aumento de triglicerídeos e HDLc.
b) Não HDLc
• A meta deve ser de 30 mg/dL acima da meta para o LDLc. Por exemplo, no risco muito alto, a meta
deve ser < 80 mg/dL.
c) HDL-c, triglicérides e outras variáveis
• Atualmente, não são propostas metas para o HDL-c e não se recomenda tratamento medicamentoso
visando a elevação desses.
• Considera-se que pacientes com TG > 500 mg/dL devem receber terapia apropriada para redução do
risco de pancreatite.
• Em relação a outras variáveis (apolipoproteínas), não se recomenda metas específicas.