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1.1. Conceito:
Epidemiologia
A Insuficiência Cardíaca se tornou um importante problema de saúde pública nos últimos anos
(BOCCHI et al., 2009). Devido à fisiopatologia e a sua instalação após outras doenças cardíacas,
a IC é mais prevalente em idosos. Com o envelhecimento da população mundial, há uma
tendência de que sua incidência aumente. Por outro lado, novas tecnologias e tratamentos
tem surgido permitindo o diagnóstico precoce e um tratamento eficaz (METRA et al., 2017). A
prevalência da IC no mundo é estimada em 37.7 milhões e a incidência é de 2 milhões de casos
anualmente. Nos Estados Unidos e na Europa, nos últimos 60 anos, a incidência de IC tem
diminuído ou, pelo menos, se estabilizado, mais em mulheres do que em homens. No entanto,
o número absoluto de casos aumentou devido ao aumento da população e da expectativa de
vida, uma vez que a prevalência desta doença é maior em pessoas com idade acima dos 60
anos (ZIAEIAN; FONAROW, 2016). A prevalência da IC nos países desenvolvidos, como Estados
Unidos, França, Alemanha, Itália, Japão, Espanha e Reino Unido é estimada em 1% a 2% da
população. Nos Estados Unidos, aproximadamente cinco milhões de indivíduos têm IC e
estima-se que exista igual número de pacientes com disfunção ventricular esquerda
assintomáticos (Jameson, Fauci, Longo et al. 2020). No Brasil os dados disponíveis não são
muito recentes. Em 2010, estimava-se que havia 2 milhões de pessoas com IC, sendo
diagnosticados 240 mil novos casos por ano, segundo dados do sistema de Dados do Sistema
Único de Saúde (DATASUS) (NOGUEIRA et al., 2010). As hospitalizações por IC são um
problema. Geralmente, elas ocorrem devido à descompensações e seu custo é alto,
principalmente devido ao tempo de hospitalização e ao número de medicamentos utilizados.
Além disso, o número de hospitalizações é um dos preditores de mau prognóstico da IC
(NOGUEIRA et al., 2010; BOCCHI et al., 2009). Além disso, a mortalidade intra-hospitalar
durante as hospitalizações por IC é alta. O estudo I Registro Brasileiro de Insuficiência Cardíaca
(BREATHE), encontrou que a taxa de mortalidade intra-hospitalar, após as primeiras 24 horas,
foi de 12,6% (ALBUQUERQUE et al., 2015). Já um outro estudo publicado em 2015 encontrou
que a taxa de mortalidade durante as internações por IC aumentou de 6,6% em 2001 para
9,5% em 2012 e houve também um aumento de 132,8% no custo da internação hospitalar
entre 2001 e 2012 (KAUFMAN et al., 2015). São várias as causas que podem levar à
descompensação da IC. Também o estudo BREATHE apontou a má adesão ao tratamento
medicamentoso como a principal causa de descompensaação da IC, responsável por 29,9% das
descompensações. Em segundo lugar, ficou a infecção (22,7%) e as demais causas foram a
arritmia cardíaca (12,5%), o aumento da ingestão de sódio e água (8,9%), a doença valvar
aguda (6,6%), a embolia pulmonar (0,4%) e as causas não identificáveis (32,4%)
(ALBUQUERQUE et al, 2015).
ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS
ALTERAÇÕES NEUROUMORAIS
ALTERAÇÕES CELULARES
Outra classificação é feita pela New York Heart Association ([NYHA], 2022) que classifica a
insuficiência cardíaca em classes de acordo a gravidade da doença e seu impacto sobre a sua
vida.
Classificação de insuficiência cardíaca segundo a New York Heart Association
Classe Sintomas
Geralmente, o diagnóstico da insuficiência cardíaca é clínico e pode ser dado através dos critérios de
Framingham.
A presença de 2 critérios maiores ou 1 critério maior e dois critérios
menores confirmam o diagnóstico de insuficiência cardíaca.
Radiografia do tórax
O coração aumentado, a congestão dos vasos sanguíneos e acúmulo de líquido nos
pulmões podem ser evidenciados por uma radiografia torácica.
Eletrocardiograma
Quase sempre é feito um eletrocardiograma (ECG) para determinar se o ritmo
cardíaco está normal, se as paredes dos ventrículos estão mais espessas e se a
pessoa sofreu um ataque cardíaco.
Ecocardiograma
Um ecocardiograma, que usa ondas sonoras para produzir uma imagem do coração,
é um dos melhores procedimentos para a avaliação da função cardíaca, incluindo a
capacidade de bombeamento do coração e o funcionamento das válvulas cardíacas.
O ecocardiograma pode indicar:
Se houve enrijecimento das paredes cardíacas e se essas são capazes de
relaxar normalmente
Se as válvulas funcionam normalmente
Se as contrações ocorrem normalmente
Se há contração anormal em alguma área do coração
Outros exames
Podem ser realizados outros procedimentos, como exame de imagem por
radionuclídeos, ressonância magnética (RM), tomografia
computadorizada, cateterismo cardíaco com angiografia e prova de esforço
(estresse) para identificar a presença ou a causa da insuficiência cardíaca.
Raramente, é necessária uma biópsia do músculo cardíaco, geralmente quando os
médicos suspeitam de infiltração do coração (como ocorre na amiloidose) ou
miocardite decorrente de infecção bacteriana, viral ou outra.
Medidas gerais
Embora a insuficiência cardíaca seja uma doença crônica para a maioria das pessoas,
muito pode ser feito para tornar a atividade física mais confortável, melhorar a
qualidade de vida, minimizar o risco de piora repentina (insuficiência cardíaca aguda)
e prolongar a vida. As pessoas afetadas e suas famílias devem conhecer o máximo
possível sobre a doença, pois muitos cuidados devem ser realizados em casa. Em
particular, eles devem saber como reconhecer os primeiros sintomas de alerta de
agravamento da insuficiência cardíaca e devem estar cientes das ações que precisam
tomar (por exemplo, reduzir a ingestão de sal, tomar uma dose extra de um diurético
ou contatar seu médico).
Pessoas com insuficiência cardíaca devem sempre consultar seu médico antes de
usarem qualquer medicamento, mesmo os de venda livre. Alguns medicamentos
(incluindo muitos dos utilizados no tratamento de artrite) podem provocar retenção
de sal e líquido. Outros medicamentos podem fazer com que o coração funcione de
forma menos eficiente. Esquecer-se de tomar os medicamentos necessários é um
motivo comum para o agravamento dos sintomas e as pessoas devem ser informadas
de estratégias para se lembrarem de tomar seus medicamentos.
Pessoas que têm insuficiência cardíaca devem manter sua forma física da melhor
forma possível, mesmo que não consigam se exercitar vigorosamente. Pessoas com
insuficiência cardíaca leve devem seguir um programa de atividade física
recomendado por um médico. Pessoas com insuficiência cardíaca mais grave devem
praticar exercícios em uma clínica de reabilitação cardiovascular sob a supervisão de
um profissional habilitado.
Uma maneira simples e confiável para verificar se o corpo está retendo líquidos é
verificar o peso corporal diariamente. Os médicos costumam pedir que pessoas com
insuficiência cardíaca se pesem com a maior precisão possível todos os dias,
normalmente uma vez pela manhã, depois que elas se levantam e urinam e antes do
café da manhã. As tendências são mais fáceis de serem detectadas quando as
pessoas se pesam no mesmo horário todos os dias, usam a mesma balança, usam
uma quantidade semelhante de roupas e mantêm um registro escrito de seu peso
diariamente. Aumentos de peso superiores a 1 kg por dia são sinais de alerta de
retenção de líquidos. Um aumento de peso rápido e constante (como de 1 kg por dia)
é um indício de agravamento de insuficiência cardíaca.
Muitas pessoas podem apresentar inchaço nas pernas, mesmo após limitarem a
ingestão de sal. As pernas inchadas devem ser mantidas elevadas quando a pessoa
está sentada. Essa posição ajuda o corpo a reabsorver e eliminar o excesso de
líquido. Para algumas pessoas, recomenda-se também a utilização de meias de
compressão, que ajudam a evitar o acúmulo de líquido. Quando ocorre acúmulo de
líquido nos pulmões, o uso de vários travesseiros ou a elevação da cabeceira da cama
pode ajudar a pessoa a dormir.
Outras medidas
Pessoas com edema pulmonar precisam receber oxigênio, que é administrado por
meio de uma máscara especial em alguns casos. Ocasionalmente, um tubo pode ser
inserido na via aérea para a instalação de um ventilador mecânico para auxiliar a
função respiratória.
Às vezes, os médicos implantam um pequeno dispositivo de monitoramento no tórax
das pessoas com insuficiência cardíaca grave. O monitor mede continuamente a
pressão em seus pulmões, o que pode ajudar o médico a fazer ajustes em seus
medicamentos. O dispositivo é especialmente útil em pessoas com episódios
recorrentes de insuficiência cardíaca e coexistência de insuficiência renal.
O transplante de coração pode ser uma alternativa para pessoas que sofrem de
insuficiência cardíaca muito grave com agravamento progressivo e que não
responderam ao tratamento medicamentoso.
Dispositivos mecânicos que ajudam a bombear sangue são usados em certas pessoas
com insuficiência cardíaca grave que não respondem ao tratamento medicamentoso.
Os tipos de dispositivos incluem
Bomba de balão intra-aórtica de contrapulsação (IABP, às vezes
também chamada de bomba de balão): um balão em formato de
salsicha na ponta de um cateter é colocado na aorta. Uma máquina
monitora os batimentos cardíacos e insufla o balão quando o coração
relaxa e esvazia quando o coração se contrai, o que facilita o
bombeamento de sangue pelo coração.
Dispositivos de assistência ventricular: diferentes bombas mecânicas
podem ser implantadas dentro ou próximas ao ventrículo direito ou
esquerdo para ajudar o coração a bombear o sangue.
Dispositivos de assistência intravascular: pequenas bombas podem ser
implantadas dentro de vasos de grande porte, como a aorta, para
ajudar a bombear o sangue.
Oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO): um dispositivo
semelhante a uma máquina de ponte cardiopulmonar retira o sangue
de uma artéria de grande porte, bombeia-o através de uma membrana
que permite a passagem do oxigênio para o sangue e depois bombeia-o
de volta para uma veia de grande porte.
Arritmias cardíacas podem ser tratadas com medicamentos em alguns casos, porém,
a utilização de marca-passo é necessária para algumas pessoas. Marca-passos
especiais com dois ou três fios podem restaurar a sequência normal das contrações
da câmara cardíaca (terapia de ressincronização cardíaca) e melhorar o prognóstico
em algumas pessoas com insuficiência cardíaca. Os médicos podem considerar
um desfibrilador cardioversor implantável em pessoas com função cardíaca muito
reduzida, pois, nesses casos, o risco de morte súbita é maior.
Se a insuficiência cardíaca for causada por um problema com uma válvula cardíaca,
os médicos podem reparar ou substituir a válvula.
Máscara de oxigênio
Para pessoas com sintomas graves e que não responderam bem aos tratamentos,
medicamentos semelhantes à adrenalina e à noradrenalina (como dopamina ou
dobutamina) ou outros medicamentos que fazem com que o músculo cardíaco se
contraia com mais força (como milrinona) são utilizados por um curto período de
tempo para intensificar a função de bombeamento do coração em alguns casos.
Esses medicamentos não são eficazes no tratamento em longo prazo.
Assuntos relacionados ao final da vida
A expectativa de vida depende de muitos fatores, inclusive da gravidade da doença,
da correção de sua causa e do tratamento utilizado. No entanto, depois que as
pessoas tiverem que ser hospitalizadas por insuficiência cardíaca, apenas cerca de
uma a cada três vive mais cinco anos. Cerca de metade das pessoas que têm
insuficiência cardíaca grave vive pelo menos dois anos. A expectativa de vida
aumenta com o tratamento.
Por fim, a qualidade de vida de uma pessoa com insuficiência cardíaca presente já há
algum tempo se deteriora e as possibilidades de continuação do tratamento podem
se tornar limitadas, especialmente para pessoas idosas, para quem um transplante
cardíaco pode não ser viável. Manter a pessoa confortável pode, por fim, tornar-se
mais importante do que tentar prolongar sua vida. É importante que a pessoa e os
membros da família estejam diretamente envolvidos nessas decisões. Na verdade,
muitos estudos mostram que pessoas com insuficiência cardíaca grave e seus
familiares estão dispostas discutir esses assuntos e, ao fazê-lo, reduzem
consideravelmente suas angústias. Muito se pode fazer para proporcionar cuidado
compassivo, aliviar os sintomas e manter a dignidade da pessoa (consulte Morte e
sofrimento).
A insuficiência cardíaca pode levar à morte repentina e inesperada, sem
agravamento dos sintomas. Consequentemente, quando possível, as pessoas que
têm insuficiência cardíaca devem preparar instruções antecipadas sobre o tipo de
atendimento desejado caso elas não sejam mais capazes de tomar decisões sobre
seus cuidados. Além disso, é importante fazer ou atualizar um testamento.
1. Metodologia
2.1 Tipo de estudo
Os dados foram colhidos na secção de medicina homem com base nos registos
diários da ficha de estágio (Anexo 1) e do processo clínico durante o internamento
do paciente
1.5 Para a realização desta dissertação, foi realizada uma alargada pesquisa
bibliográfica nas bases de dados PubMed, Medscape e Google Scholar
utilizando as palavras – chave: “ heart failure”, “acute heart failure”, “clinical
profiles”, “biomarkers”, “treatment”. Foram selecionados os artigos publicados
em inglês, português e espanhol, sem restrição temporal.
1.6 Para a revisão da bibliografia foi também realizada uma pesquisa em livros de texto de
referência desta área.
2. Resultados
I. Identificação do paciente
1. código de identificação: Fernando Paulino
IV. A.P.F.
1. Mãe
2. Pai
3. Irmãos
4. Avos
5. Outras
V. A.P.P.
VI. Antecedentes natais
VII. Calendário de vacinação
VIII. Exame físico
1. Atitude em cama
2. Marcha do paciente
3. Exame do crânio
4. Exame da face
5. Exame da pele ou mucosas: Humidas e coradas
6. Sinais vitais T. P. 120b/min TA.113/99mmhg
7. Exame do cabelo e unhas
8. Exame do penículo adiposo. Diminuído
9. Estado Nutricional
10. T.C.S. Infiltrado com edema mole e frio
11. S.N.C. Paciente desperto orientado em pessoa tempo e espaço sem sinais de
focilozação neurológica.
12. Sistema cardiovascular. Tons cardíacos presentes rítmicos de bom tom sem
sopros com ingurgitação jugular de ponta
13. Sistema respiratório. Tórax normoconfigurado simétricos M.V ligeiramente
diminuídos com estritores crepitantes em ambos cantos pulmonares
14. Sistema digestivo. Abdômen alaboso, mole móvel que seguem os movimentos
normais respiratórios com dor a palpação profunda no mesogastromuscrumegalia
15. Sistema renal
16. SOMA. Sinal de godet sem dor
IX. Exames complementares
1. Ureia
2. Creatinina
3. T3 e T4
4. Albumina
5. Hemograma
6. ABS
7. HIV
8. Rx do tórax
Diagnóstico definitivo
Insuficiência cardíaca
1º dia 27.03.023
Dieta Geral
Repouso no leito
Acesso venoso
Oxigenoterapia
2º dia 27.03.023
Dieta geral
Repouso no Leito
Oxigenoterapia
Dipirona 1c/dia
Espironalatona
3º dia 29.03.023
Dieta geral
Repouso no Leito
Oxigenoterapia
Dipirona 1c/dia
Espironalatona
4º dia 30.03.023
Dieta Hipossódica
Oxigenoterapia
Dipirona 1c/dia
Espironalatona
Amoxaciclina (1g/ 5ml) 1 bulbo IV 12/12h
5º dia 31.03.023
Dieta Hipossódica
Acesso venoso
Dipirona 1c/dia
6º dia 05.04.023
D.C.
S.V 8/8h
Dieta Hipossódica
Oxigenoterapia
7º dia 11.04.023
D.C.
S.V 8/8h
Dieta Hipossódica
Oxigenoterapia
Dipirona
8º dia 17.04.023
D.C.
S.V 8/8h
Dieta Hipossódica
Oxigenoterapia
9º dia 18.04.023
D.C.
S.V 8/8h
Dieta Hipossódica
Oxigenoterapia
D.C.
S.V 8/8h
Dieta Hipossodica
Oxigenoterapia
D.C.
S.V 8/8h
Dieta Geral
Oxigenoterapia
Dipirona
Sinais vitais
Dieta equilibrada
Acesso venoso
Furosemida
Hidrocortizona (100mg/20ml)
Dipirona 2,5
13º 24.03.023
D.C
Sinais vitais
Dieta equilibrada
Acesso venoso
Ceftriazona (1g/10ml) 1bulbo 12/12h
Furosemida
Hidrocortizona (100mg/20ml)
Dipirona 2,5
Cuidados de enfermangem
Sinais vitais
Dieta equilibrada
Acesso venoso
Furosemida
Hidrocortizona (100mg/20ml)
Dipirona 2,5
Cuidados de enfermagem
15º 26.04.2023
D.C
Sinais vitais
Dieta equilibrada
Acesso venoso
Furosemida
Espironalatona
Dipirona 2,5
Sinais vitais
Dieta equilibrada
Acesso venoso
Furosemida
Espironalatona
Dipirona 2,5
Paciente veio transferido do B.U. com seus familiares. Estado Geral deficiente
26.03.023
30.03.023
01.04.023
02.04.023
Paciente refere estar melhor em relação aos dias anteriores seu estado geral é
deficiente.
XIII. Ações de Enfermagem.