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Doença negligenciada
O facto de o AVC afectar, sobretudo, pessoas da terceira idade, sendo a principal
causa de morte no mundo de indivíduos acima dos 60 anos de idade, concorre
para que seja negligenciada, tanto pela população, como pelas autoridades da
maioria dos países.
Essa é a razão pela qual a doença seja referida com mais acuidade apenas por
ocasião do 29 de Outubro, Dia do Acidente Vascular Cerebral (AVC), quando se
trata de facto de um caso de saúde pública. Temos aqui de fazer mea culpa e dizer
que nós mesmos, embora já tenhamos passado por essa situação, somos levados
a encará-la de ânimo leve, sendo essa, talvez, a razão por não termos abordado o
assunto na devida ocasião – ou talvez entendamos ser já altura de nos
esquecermos um pouco de tudo o que passou.
Em Angola, no ano passado, registaram-se à volta de 11.500 casos de AVC dos
tipos isquêmico e hemorrágico. O número tem subido gradativamente. Em 2015,
houve 7.200 mortes devido à doença.
A nível global, ocorreram em 2015 cerca de 5.4 milhões de óbitos, 14.2 milhões de
novos casos e uma prevalência de 79.5 milhões de casos. Projecta-se que em 2030,
o número de mortes seja em torno dos 10 milhões, sete milhões das quais nos
estados em desenvolvimento.
Nos países pobres, sobretudo os africanos, os governos estão de tal forma
atascados com a malária, a tuberculose e o VIH-Sida, que lhes falta recursos para
combater o tabagismo de forma mais séria e eficaz.
O AVC isquémico é provocado pelo bloqueio/obstrução de uma artéria,
vulgarmente conhecido por “trombose”, ao passo que o hemorrágico é provocado
pela ruptura do vaso, por isso denominado “derrame cerebral”. Embora menos
frequente que o primeiro (cerca de 15 por cento), é potencialmente mais grave.