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Aparelho
Respi ratório
Ed ito res Responsáveis
Alair Augusto S. M. D. dos Santos I Marcelo Souto Nacif
Coorde nadores
Edson Marchiori I Mauro Esteves de Oliveira
RUBlO
RADIOLOGIA E DIAGNOSTICO POR IMAGEM
Aparelho respiratório
ISBN 85-87600-48-6
Revisão
Edna Cavalcanti
Tratamento de imagens
Márcio Paranhos
Capa
Bernard
Vários autore s .
Bibliografia .
ISBN 85-87600-48-6
CDD-6l0.736
04-7517 NLM-WY 150
RUBlO
Livraria e Editora Rubio Ltda.
Av. Churchill, 97/203 - Castelo
20020-050 Rio de Janeiro - RJ
Telefax: (21 ) 2262-0823 · 2262-7949·2262-7623
E-mail: rubio@livrariarubio.com.br
www.livrariarubio.com.br
Dedicatória
RADIODIAGNÓSTICO
COMISSÕES ESPECIAIS
José Manoel Gabetto
DEFESA PROFISSIONAL
ULTRA-SONOGRAFIA
Pedro Augusto ascimemo Dalrro, Carlos Alberto de
Marta Carvalho Galvão
Souza, Euderson Kang Tourinho, Carlos Antônio Vieira
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA eves, Antonio Mourão Vieira ero
Maria Paula de Queiroz Marroso
RESIDÊNCIA MÉDICA
VASCULAR E INTERVENCIONISTA Fernando Barros, Evelyn Marinho, Grace Mansur,
Ester Labrunie Karen Vabo (Represenrames dos residentes: Melissa
Koch, Marcelo Nacif, Viviane Brad y, Fernanda Pereira,
MEDICINA NUCLEAR
Renara Ildefonso Carneiro Leão, Fernando Palma da
Léa Miriam Barbosa da Fonseca
Silva Filho, Miguel Arruda de Araújo Pinheiro, Aline
RADIOTERAPIA Serfary, Patrícia Zanardi)
Olamir Rossini Júnior
RELAÇÕES PÚBLICAS
CONSELHO CONSULTIVO Mattew Riddel Millar eto, Sandra Correa da ilva,
Todos os ex-presidemes da SBR Grace Mansur, Márcia H eizer Santos
COMISSÃO DO INTERIOR
César Ribeiro (Nova Friburgo), João Bosco de Queiroga
Lopes (Campos dos Goytacazes), Léo de Freiras
(Teresópolis), Lucia Boechat (Sro. Antonio de Pádua),
Lucia Stella (Petrópolis), Andreia Briro (Angra dos Reis)
Histórico da SBR
A Sociedade Brasileira de Radiologia (SBR) foi fundada no dia 12 de dezembro de 1929, primeira-
mente com o nome de Sociedade Brasileira de Radiologia e Elerrologia, pelos Doutores Alkindar
Monteiro Junqueira e Og de Almeida e Silva. Estes eram do is jovens médicos radiologistas que fre-
qüentavam a Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e estavam entusiasmados
pelo acelerado progresso da Radiologia.
Para não deixar de citar Outros importantes nomes que formaram os alicerces para que a SBR chegasse
aos seus 75 anos, relembramos os nomes de: Adauto Botelho Costa Junior, Alkindar Monteiro Jun-
queira, Anibal Varges, Arnaldo Werneck Campello, Carlos Osborne, Damasceno de Carvalho, Geni-
vai Londres, Humberto Cezar, J. J . Vieira Filho, Jayme da Silva Rosado, Jayme Villalonga, José Geral-
do Vieira, José Julio da Costa, José Lins, Laurindo Quaresma, Lauro Monteiro, Luiz Paulino, Manoel
de Abreu, Mario Machado, Og de Almeida e Silva, Roberto Duque Estrada e Victor Côrtes.
O primeiro presidente da SBR foi o Doutor Manoel de Abreu, que no seu agradecimento após a elei-
ção vislumbrou o crescimento da Radiologia no nosso meio, transformando-se em uma especialidade
com vida própria, o que concretizaria a razão de ser da nova Sociedade e os grandes benefícios que ela
viria prestar, no futuro, à Radiologia no país, dando a muitas especialidades uma orientação puramen-
te científica.
A Sociedade reuniu-se, no ano de 1930, nove vezes em sessões ordinárias, e uma vez extraordinaria-
mente. Seus trabalhos desenvolveram-se em bom nível científico, sempre bem apreciados e estimula-
dos pelos que a freqüentavam, bem como, pelos que os liam na imprensa médica. Na última sessão
daquele ano, em 5 de dezembro de 1930, o Prof. Manoel de Abreu fez minucioso balanço desses tra-
balhos e não teve dúvida em afirmar que a Sociedade se constituíra, como era desejo de todos os seus
membros, em valioso centro de ensino e de propagação da Radiologia e, também, em órgão vigilante
da defesa dos interesses da classe dos radiologistas.
Nos dois primeiros anos, a Sociedade não deu sinais de fragilidade . Manteve suas reuniões com regu-
laridade e no mesmo nível dos anos anteriores, com apresentações de "casos clínicos selecionados" ao
lado das conferências sobre temas radiológicos importantes.
Na ocasião, ficou definido como finalidades da Sociedade Brasileira de Radiologia Médica, "promo-
ver o progresso no domínio da Radiologia como ciência e como prática profissional; estimular o estu-
do dos problemas econômicos da prática da Radiologia; promover o congraçamento, o estímulo, a
união e leal cooperação entre radiologistas."
Desta forma, a Sociedade teria, entre suas atribuições: organizar cursos, conferências e congressos de
Radiologia; fomentar, por todos os meios ao seu alcance, atuando junto a quem de direito, o constan-
te adiantamento da Radiologia, onde quer que ela seja praticada; de, por todos os meios ao seu alcan-
ce, pugnar pela eficiência, comodidade, segurança e garantia do trabalho dos radiologistas nos hospi-
tais do País, ass im velando pela dignidade da prática profissional; promover, junto a quem de direito,
campanhas no sentido de que os hospitais do País sejam dotados de material compatível com a evolu-
ção da técnica e ciência radiológicas.
A relação dos sócios fundadores da nova fase da Sociedade consta de 117 nomes, alguns de reconheci-
da expressão nacional, como Manoel de Abreu, Nicola Casal Caminha e Emilio Amorim.
Em 10 de janeiro de 1945 assumiu a presidência o Prof. Roberto Duque Estrada, sucedendo ao pro-
fessor Manoel de Abreu.
As palavras do discurso de posse do Prof. Roberto Duque Estrada denunciaram a vocação, o pendor, o
entusiasmo do novo grupo que muito contribuiu para o renasci mento da Sociedade Brasileira de
Radiologia e que desde então trabalha, ao lado de outros não menos abnegados, para sua gra ndeza e
para que ela cumpra com fidelidade sua missão social e científica. Assim, em vista da nobreza dessas
missões, a Sociedade tem desenvolvido seus trabalhos em elevado nível científico e ético, envolvidos
por compreensiva can1aradagem e coleguismo dos seus sócios.
Ressaltamos as palavras do Prof. Roberto Duque Estrada referidas ao Prof. Nicola Caminha, no dia de
sua posse: "A orientação deste grupo de entusiastas pertencia a Nicola Caminha, cujo espírito privile-
giado, sem exibicionismo, atende a todos com suave dignidade, expressão calma e reserva aprimorada,
impedindo, imodestamente, à maioria dos que dele se acercam, avaliar com exatidão a soma de seus
conhecimentos. Em sua discreta atitude, esses traços refletem bem a excelência de que é modesto tan-
to quanto pode conservar em segredo o primor de sua inteligência, a extensão de sua capacidade pro-
fissional e as qualidades de dirigente e organizador. A Nicola Caminha deveria pertencer o lugar que,
ora, ocupo."
Vale a pena ressaltar que na página 75 do segundo Livro de Atas, traz a ata da 75 a reunião ordinária da
SBR, na qual toma posse a nova diretoria, cuja presidência coube ao Dr. Emilio Amorim. Nesta ata
são propOStoS e aclamados os nomes de novos sócios. Entre eles, aparecendo pela primeira vez sua assi-
natura (a 12a da lista), o nome do prof. Abércio Arantes Pereira, outro marco do ensino da Radiologia
brasileira, que em 1968 cria o curso de especialização da SBR que existe até hoje e leva o seu nome. E
por duas vezes ocupou a presidência da SBR, sendo quem mais tempo esteve nesse cargo, quatro anos.
Em 10 de julho de 1957, a Sociedade Brasileira de Radiologia Médica teve seu nome modificado e
passou a chamar-se Sociedade Brasileira de Radiologia.
Em decorrência da fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, fundiram-se também a Socie-
dade Brasileira de Radiologia e a Sociedade Fluminense de Radiologia.
Pode-se, sem contesração, afirmar que a SBR tem mantido, no curso de seu meio século de existência,
uma linha elogiável no desenvolvimento do seu desígnio, isto é, o aperfeiçoamento crescente e cons-
tante do padrão técnico-científico de seus associados; promoção e difusão do ensino da Radiologia,
defesa e valorização dos radiologistas.
A SBR participou atentamente desse progresso. Cinqüenta anos foram percorridos através de cami-
nhos difíceis. Mas é de se notar que, em cada passo de sua lenta e cautelosa jornada, há marca de muito
esforço, muito idealismo e muita abnegação, na busca dos bens científicos, profissionais e sociais que
conquistou. O calor dos jovens médicos que a criaram não se esvaneceu. Ao contrário, tem se propa-
gado com exuberância no anseio, na diligência, na operos idade em fazê-la cada vez mais útil, mais
grandiosa e mais admirada. Através da leitura de suas atas, evidencia-se a ação dinâmica de cada dire-
toria, todas afinadas com sua época e com os instrumentos progressistas que ofereceram no tocante à
Radiologia. Nunca descurou a SBR na defesa dos interesses dos radiologistas. Daí a Lei 1.234 e suas
variantes, a fixação das tabelas de preços dos serviços radiológicos nas clínicas particulares e na Previ-
dência Social.
Os ex-presidentes da Sociedade, da sua fundação até 2002, foram: Manoel de Abreu, Roberto Duque
Estrada, José Guilherme Dias Fernandes, OG de Almeida e Silva, Nicola Casal Caminha, José Victor
Rosa, J. B. Pulchério Filho, Osolando J udice Machado, Emílio Cristhovam de Amorim, Carlos Lobão
Guimarães, Franklin Borges Veras, Júlio Pires Guimarães, Rodolfo Roca, Amarino Carvalho de Oli-
veira, Abércio Arantes Pereira, Solidonio Cavalcante Lacerda, Hermilo Simas Guerreiro, Waldemar
Kischinhevsky, Renato Côrres, Walter Vieira de Azevedo, José Raimundo de Lima Pimentel, José
Benedito Neves, Valdir de Luca, Roberto Eugenio A. Magalhães, Max Agostinho Vianna do Amaral,
Hilton Augusto Koch, Euderson Kang Tourinho, Léa de Freitas Pereira, Heloisa Helena Araújo Mar-
tins, Armando Rocha Amoedo, Carlos Eduardo Lassance Cabral, Walter de Assis Mello e Pedro
Augusto Nascimento Daltro. Atualmente a presidência é exercida pelo Dr. Alair Augusto S. M. D. dos
Santos.
A contemplação do tempo decorrido permite dizer que a fundação dessa Sociedade representou um
ato corajoso, levando-se em conta, sobretudo, o número reduzido de radiologistas existentes na época,
no Rio de Janeiro, bem como o baixo peso que os clínicos atribuíam à Radiologia na formulação do
diagnóstico. Esse ato não foi somente de coragem, mas também de testemunho e de convicção do
valor da nova ciência, naqueles dias, e do que ela viria representar no futuro. Assim, nunca é tarde
demais para manifestarmos a eles - os fundadores - e também aos que os seguiram, o nosso sincero
reconhecimento pelo que fizeram em benefício da SBR.
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~~j~
SOCIEDADE BRASILEIRA DE RADIOLOGIA
www.sbrad.com.br
IUGIRO ROBERTO KUROKI
Membro T irular da SBR e do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR)
Professor do Curso de Radiologia e Diagnóstico po r Imagem Professor Abércio Arames Perei ra - SBR
Médico radiologista da C línica de Diagnóstico po r Imagem (C DP!)
Médico radiologista da clínica Eco-x Leblon
ROBERTO MOGAMI
Membro Tirular da SBR e do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR)
Professo r do Curso de Radiologia e D iagnóstico por Imagem Professor Abércio Arames Pereira - SBR
Professo r Adjumo da Disciplina de Radiologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Mestre e Doutor em Radiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Grande defensor dos rad iologistas, o professor Abércio foi um incentivador da vida acadêmica, esti-
mulando seus residentes e alunos ao ingresso no Mestrado e Doutorado do Departamento de Radio-
logia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ.
É incontestável a facilidade que tinha na preparação de suas aulas, sua didática, grande experiência e
material belíssimo e extremamente elucidativo. Um tema marcante do professor era a sua aula sobre
Doenças Inflamatórias Intestinais, especialmente sob re doença de Crohn .
Ao completar 70 anos, teve que se afastar da UFRJ, que tanto anlava, mas continuou no Instituto de
Radiologia Manoel de Abreu (IERMN) . Infelizmente, o IERMN, por decisão do governo do Estado,
veio a fechar e o Prof. Abércio deixou vários órfãos de seu contato pessoal. Entretanto, continuou a parti-
ci par e a coordenar o C urso de Aperfeiçoamento e Especialização em Radiologia da SBR, criado por ele.
Com o afastamento do Prof. Abércio Arantes Pereira, a pedido, no final do ano de 1997, a coordena-
ção geral do C urso passou a ser de responsabilidade da Diretoria da Sociedade Brasileira de Radiolo-
gia, especialmente da Comissão de Ensino, visto ser este curso um marco memorável no Ens ino da
Radiologia em nosso estado, passando a ser denominado "Curso de Radiologia Prof. Abércio Arantes
Pereira" em homenagem ao seu criador. Numa avaliação global, nestes mais de 30 anos de ex istência
contínua, o C urso teve uma média anual de 40 alunos, totalizando 1.200 alunos, regularmente inscri-
tos, sem contar co m os acadêmicos de Medicina e médi cos de outras especialidades, que muitas vezes
assistem a um módulo específico, visando uma reciclagem de conhecimentos. O Curso tem sido fre-
qüentado, portanto, por praticamente TODOS os residentes em Radiologia de institui ções oficiais
no Rio de Janeiro.
O Prof. Abércio Arantes Perei ra foi, acima de tudo, um MESTRE, guiando, orientando e incentivan-
do a todos para fazer bem os seus exames, dar bons laudos, fazer e publicar trabalhos científicos, apre-
sentar remas livres, dar aulas, passar conhecimentos, fazer Mesrrado e Doutorado enfim, se qualificar.
Foi presidente do CB R e da SBR. Teve muitos títulos. Deixou muitos ami gos e ó rfãos, pois todos que
tivemos a oportunidade de esrar e de aprender com ele, teremos para sempre em nossa memória a sua
imagem.
A melhor homenagem a ser fe ita ao Prof Abércio é este livro, parte de uma série, que procura rerratar
os ensin amentos dos diversos professores de Radiologia, em sua grande maioria, ex-alunos e continua-
dores do grande Mestre.
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE RADIOLOGIA
wW\v.sbrad.com.br
Prelácio
o Prof. Abércio Arantes Pereira, um dos nossos mais ativos e eficientes radiologistas contribuiu, junto
com o Prof Nicola Caminha, para a formação de uma multidão de profissionais, hoje espalhados pelo
Brasil afora.
Tal como o Prof. Ca minha havia feito lá pelos anos 30, o Prof. Abércio também criou um curso para a
formação de radiologistas, em 1968, denominado Curso de Especialização e Aperfeiçoamento em
Radiologia, no IERMN, que teve apoio da Secretaria de Estado da Saüde, da SBR e do CBR, hoje
encampado pela SBR com o nome de Curso de Radiologia Professor Abércio Arantes Pereira.
o curso, criado pelo Prof Caminha, extinguiu-se após o seu falecimento, porém o do Prof Abércio
permanece até hoje e perdurará por muitos e muitos anos, mercê de um grupo de abnegados mestres,
sempre dispostos a transmitir seus conhecimentos pelo simples prazer de ensinar. Esses mestres for-
mam um grupo de idealistas sem preconceitos, que, pelo exemplo, muito contribui para a congrega-
ção de toda a nossa classe.
Com o objetivo de aprimorar cada vez mais o tradicional curso, hoje finalmente se concretiza o antigo
sonho de perpetuar definitivamente as eficientes e bem elaboradas aulas, organizadas em forma de
livro.
Com essa edição de Aparelho Respiratório tem início uma série de outros livros, cada um focalizando
um módulo do curso e contendo suas respectivas aulas.
Aparelho Respiratório tem como editores responsáveis os Drs. Alair Augusto S. M. D. dos Santos e
Marcelo Souto acif e como coordenadores os Drs. Edson Marchiori e Mauro Esteves de Oliveira.
Os colaboradores são todos os professores que atuaram no curso, cujas aulas são aqui reproduzidas.
Este volume conta com 12 capítulos primorosamente impressos, e cerca de 600 ilustrações de altÍssi-
ma qualidade, muitas das quais em cores, e acabamento superior ao de caríssimos livros estrangeiros.
Mas não é só. O mais importante é a qualidade dos textos: objetivos, concisos e muito didáticos.
O livro ultrapassa seus objetivos de ensino e certamente passará a fazer parte das nossas fontes de con-
sulta diária.
Parabéns!
Waldir Maymone
Apresentação
Com este livro, inauguramos a série "Radiologia e Diagnóstico por Imagem", da Sociedade Brasileira
de Radiologia. Ao mesmo tempo em que apostamos na atualização científica de nossos membros,
prestamos uma homenagem a um de nossos mais brilhantes radiologistas, o Prof. Abércio Arantes
Pereira, grande defensor da nossa especialidade e incentivador da vida acadêmica, que em 1968 criou
o curso da SBR, que leva seu nome, até hoje prestigiado por médicos de quase todos os Serviços da
cidade do Rio de Janeiro. Alguns módulos do curso serão transformados em livros de atualização,
organ izados pela SBR e sempre com a supervisão do (s) coordenador(es) do módulo destacado.
Iniciamos a série com o módulo "Aparelho Respiratório", que representa uma das áreas de maior tradi-
ção no diagnóstico por imagem. São 12 capítulos abordando temas importantes relacionados ao
tórax, de fo rma objetiva e didática, porém com a profundidade necessária a um livro de atualização.
Não temos a pretensão de esgotar o assunto , mas de oferecer aos leitores um panorama bastante atual
do diagnóstico por imagem no tórax.
Esperamos promover uma arualização destes temas e nas próximas ed ições acrescentar outros assuntos
de grande importância.
Contamos neste livro com a colaboração de alguns dos mais notáveis especialistas em radiologia do
tórax, sem os quais não teria sido possível elaborar um trabalho com tamanha qualidade.
Não podemos deixar de ressaltar o criterioso trabalho da equipe da Editora Rubio na produção gráfica
e editorial deste livro.
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Alair Augusto S. M. D . dos Santos
Presidente da Sociedade
Brasileira de Radiologia
Sumário
INTRODUÇÃO
A radiografia simples do tórax é um dos exames mais acessíveis e importantes à disposição do
médico. No entanto, é enganoso imaginar que sua interpretação seja uma tarefa fácil ou que possa ser
substituída pelo uso de outros procedimentos mais sofisticados. A prática, nos dias de hoje, de solicitar
exames cada vez mais complexos encarece a investigação diagnóstica do paciente e afasta o médico
residente do aprendizado da semiologia do tórax na radiologia convencional, que é ao mesmo tempo
instigante e rico em informações.
Ainda me surpreendo com a complexidade que existe na análise de uma radiografia de tórax. A
todo momento, nas sessões de tórax da especialidade ou na discussão dos casos vivenciados no
dia-a-dia, aprendo um pouco mais com os colegas, residentes e outros profissionais. Isto serve para
reafirmar a importância da humildade e isenção de orgulhos quando estamos frente a um caso de
tórax, cuja investigação radiológica começa sempre pela radiografia simples.
Também é importante lembrar que a tomografia computadorizada de tórax é um instrumento
diagnóstico poderoso, cujo papel é a complementação das informações obtidas por uma radiografia.
Desta forma, consegue-se a perfeita equação para a solução dos problemas que são apresentados ao
radiologista: a imagem deve ser pensada não como vários exames separados, sem relação uns com os
outros, mas como a representação de um desafio que demanda o raciocínio integrado do médico.
Parece simples, mas só depois de muito tempo compreendi o que é ter esse olhar integrado na análise
das doenças do tórax, que congrega a radiografia simples, tomografia computadorizada, ultra-sono-
grafia, ressonância magnética etc.
Outra maneira fundamental de abordar um caso de tórax é tentar imaginá-lo como parte de um
grupo de doenças. Esse aprendizado obtive do estudo da técnica de alta resolução, e percebi que mes-
mo os exames convencionais podem ser assim entendidos, respeitadas as limitações do método. Por-
tanto, quando o estudante estiver frente a uma radiografia de tórax, deve se lembrar de que além do
"raciocínio integrado" também é importante a categorização do que é analisado. Situar o problema
dentro de categorias ajuda o próprio médico a se orientar na solução de um problema.
Nada do que foi descrito seria possível sem o conhecimento da anatomia, que é a base e o alicerce
sobre o qual se fundamentam as noções que temos a respeito da radiologia. No texto que se segue
vamos estudar a anatomia sob o ponto de vista da radiologia convencional e sua correlação com a
tomografia computadorizada.
INCIDÊNCIAS
As seguintes incidências são utilizadas na investigação da patologia torácica:
• Póstero-anterior (PA)
• Perfil (com ou sem esôfago contrastado)
• Ântero-posterior (AP)
n Aparelho Respiratório
• Ápico- Io rdórica Nos casos em que o méd ico deseja avaliar com
• Decúbito lateral com raios horizontais (inci- mais detalhes o tamanho do coração ou quando o
dência de Laurel!) radiologista suspeita de patologia mediastinal, utili-
za-se o recw-so de obter radiografias em perfil com
• Oblíquas
o esôfago contrastado. No primeiro caso, aumentos
o estudo co nvencional do tórax é realizado de átrio esquerdo rechaçam o esôfago posterior-
pelas incidências em PA e perfil. Esta última deve mente; no segundo, massas mediastinais, principal-
ser feita, preferencialmente, co m a indicação do mente aquelas localizadas no mediastino posterior,
lado de imeresse. Quando esta indicação não exis- podem desviar o trajeto do esôfago (Figura 1.3).
te, convenciona-se escolher o lado esquerdo, em As radiografias frontais realizadas com incidên-
virtude da menor ampliação da área cardíaca cia dos raios no sentido ântero-posterior são obcidas
(Figura 1.IA e B). Nas radiografias em PA o paci- quando o paciente não está clinicamente habilitado
ente é posicionado em pé, de frente para o apare- a colaborar com o técnico, como ocorre com pa-
lho, com os ombros rodados anterio rmem e. A cientes acamados. Nesta incidência a silhueta car-
região amerior deve estar bem encostada para que díaca fica artificialmente ampliada e o padrão de
não haja ampliação das estruturas torácicas e evitar distribuição do fluxo sangüineo pulmonar faz com
que as mamas produzam densidades anormais que os vasos das regiões superiores possuam cal ibre
que dificultem a análise do exame. Em perfil, o maior, vistO que atenua-se o efeito da gravidade.
paciente também deve ficar em posição ortostáti- A incidência ápico-Iordótica aj uda o radiolo-
ca, com os braços elevados aci ma da cabeça. gista na elucidação de dúvidas diagnósticas oriun-
Idealmente, a análise do tórax deve ser reali- das de imagens mal definidas nos ápices ou mes-
zada com as duas incidências, PA e perfil. U ma mo na topografia do lobo médio e região lin-
complem enta a outra, e ocasionalmem e uma guiar. N este tipo de incidência as clavículas ficam
lesão pode se manifestar de maneira muitO mais fora da proj eção dos ca mpos pulmonares e possi -
ev idente em apenas uma das incidências (Figura bilitam a visibilização, com maior clareza, das
1.2A e B). regiões superiores dos pulmões (Figura 1.4).
B
Figura 1 .1 A e B
Radiografia de tórax normal nas incidências em PA e perfil.
Anatomia do Tórax na Radiologia Convencional e Tomografia Computadorizada
A B
Figura 1.2A e B
Exemplo de derrame pleural (setas) que só foi evidenciado pela radiografia em perfil.
Figura 1.5A a C
(A e B) Radiografia simples de tórax em PA
evidenciando derrame corroborado pela
incidência em decúbito lateral com raios
horizontais (setas). (C) USG torácica com derrame
pleural em destaque.
Figura 1.6A e B
Radiografia simples de tórax em PA " rodada " e outra
com posicionamento adequado. Note no exame com
técnica correta que existe uma eqüidistância entre o
processo espinhoso vertebral e as extremidades mediais
claviculares.
x>y
n Aparelho Respiratório
ANATOMIA
A rotina de análise de uma radiografia é um
procedimenro personalizado. Cada médico de-
senvolve a sua sistematização, cujo resultado final
deve ser igual: avaliação de todas as estruturas de
interesse do parênquima, mediastino, regiões pleu-
rais e parede torácica. Particularmente, gosto de
analisar uma radiografi a de tórax em PA "de fora
Figura 1.7 para dentro", isto é, partindo da inspeção das
Radiografia com posicionamento inadeq uado
partes moles/costelas e outras estruturas ósseas
devido à sobreposição das escápulas (setas) nos em d ireção ao medias tino. Muita atenção para
campos pulmonares. radiografias pouco penetradas que escondem le-
sões parenquimatosas e, diferentemente de um
exame muito penetrado, não permitem análise
menos clara do que em radiografias com baixa com recursos como a luz forre.
kilovoltagem. O exame deve permitir a identifica- As panes moles da parede torácica exibem
ção da sombra da coluna torácica e os espaços simetria no que se refere à sua distribuição e ao
intervertebrais por trás da área cardíaca. Outros- seu volume. Em pacientes mastectomizadas
sim, a radiografia deve dar relevância aos tons de pode-se perceber diferença de densidade entre os
cinza, evitando os contrastes de branco e preto hemitóraces em virtude da menor densidade de
característicos de incidências em que a m iliampe- tecido no lado operado. Por outro lado, implan-
ragem é alta (técnica para osso). tes de silicone nas mamas ou linfonodomegalias
Radiografias pouco insufladas mimetizarn axilares podem ocasionar aumento de densidade
infiltrados nos terços inferiores (atelectasias arrefa- das partes moles do tórax (Figura 1.8A e B).
B
Figura 1.8A e B
(A) Aumento de densidade pela presença de implantes de silicone nas mamas e (B) linfonodomegalias (setas).
Anatomia do Tórax na Radiologia Convencional e Tomografia Computadorizada
o arcabouço ósseo é constituído pelas coste- tam calibre maior em relação àqueles pertencen-
las, clavículas, coluna dorsal, esterno e escápulas. As tes aos terços superiores. Também é fácil notar
costelas posteriores possuem concavidade para bai- que o cal ibre dos vasos é progressivamente me-
xo, enquanco nas anteriores a concavidade é para nor do centro para a periferia. Em geral, estrutu-
cima. As cartilagens costais calcificam-se com a ras vasculares são identificadas até cerca de 2cm
idade. Nos homens os depósicos cálcicos ocorrem do folheco visceral da pleura.
na periferia, e nas mulheres no cemro da costela. A análise da silhueta cardíaca se presta para
Os seios cosrofrênicos exibem na maioria uma estimativa do tamanho das cavidades. Os
dos casos um ângulo agudo dado por suas refle- índices mais comumente utilizados para esta
xões. Pulmões hiperinsuflados, no emanro, oca- finalidade são o índice cardiotorácico (Figuras
sionam retificação destes recessos, sem que haja 1. 10 e 1.12) e o da veia cava inferior (Figura
coleção no interior do compartimenco pleural. 1.1 1). No primeiro, a soma dos maiores diâme-
Na apreciação de uma radiografia em perfil tros transversos do coração é dividida pelo diâ-
podemos definir a que lado pertence cada uma metro de rodo o hemitórax . Em adultos esta divi-
das hemicüpulas diafragmáticas. A esquerda está são deve resultar em menos da metade do diâme-
interrompida pela silhueta cardíaca e localiza-se tro total . No segundo, a sombra da veia cava
acima da bolha gástrica. Além disso, as fissuras inferior visibilizada no perfil deve estar distame
também podem servir como referencial na defi- no máximo 1,8cm da parede posterior do ventrí-
nição dos lados (Figura 1.9). Eventualmente, culo esquerdo.
observam-se alguns espessamentos pleurais api- Outros pontos de referência importantes
cais na radiografia em PA, sem que isso tenha, relacionados com o coração são os ângulos cardio-
necessariamente, um significado clínico. frênicos, que podem estar obliterados por massas
O parênquima pulmonar é constituído por local izadas na transição entre o coração e as he-
uma trama broncovascular de fácil identificação. micüpulas diafragmáticas. No entanto, é impor-
Em conseqüência do posicionamento do pacien- tante não confundir O aspecro normal da gordura
te durante a realização do exame (orcostático), os epicárdica com formações expansivas torácicas
vasos pulmonares nas regiões inferiores apresen- (Figura 1.13A e B) .
DE
Normal
A< 1,8em
B>0,75em
Figura 1.13A e B
Radiografia de tórax em PA e perfil com gordura
epicárdica (setas), B
Anatomia do Tórax na Radiologia Convencional e Tomografia Computadorizada
\ \
Figura 1.15A e B
Pseudo·hilo denso em decorrência de consolidação
B no segmento posterior do lobo superior direito.
Anatomia do Tórax na Radiologia Convencional e Tomografia Computadorizada
o pulmão direiro é dividido em três lobos- costal direiro. As fissuras oblíquas na radiografia
superior, médio e inferior - pelas fissul"as oblíqua em perfil são identificadas entre os corpos de
e horizontal. Do lado esquerdo existem apenas T 4-T5 e o seio cardiofrênico anterior. A direita
dois lobos delimitados pela fissura oblíqua. Na termina arrás deste seio e a esquerda cerca de 6cm
radiografia em PA é possível a identificação da posteriormente a ele (Figura 1.17A). É interes-
fissura horizontal (Figura 1. 16A e B) e na radio- sante notar a relação entre essas fissuras e as he-
grafia em perfil observam-se as duas fissuras oblí- micúpulas diafragmáticas correspondentes e com
quas (Figura 1.17A e B). Na radiografia em PA, a a fissura horizontal, no caso da fissura oblíqua
fissura horizontal situa-se na altura do sexro arco direita (FO D).
Figura 1.16A e B
Fissura horizontal (setas).
B
m Aparelho Respiratório
Figura 1.17A e B
Radiografia em perfil e Te de tórax evidenciando
fissuras oblíqua direita (FO D) e esquerda (FOE)
(setas) .
A B
Figura 1.18
Fissura acessória do lobo inferio r direito (setas).
Anatomia do Tórax na Radiologia Convencional e Tomografia Computadorizada
A anatomia dos lobos inferiores é semelhante. basal ântero-medial. Os demais ocorrem de ma-
Do lado direito observam-se os segmentos superior neira semelhame ao lado direiw (Figura 1.23).
(Figura 1.24A e B), basais amerior, mediai, lateral e Na Te a anatomia dos brônquios principais
posterior; à esquerda, os segmentos anterior e e segmenta res é muito bem estudada tanto em
medial originam-se de um tronco único: segmento modo helicoidal como pelos cones seqüenciais.
Podemos dividir o pulmão em vários níveis de
cortes que, didaticamente, ajudam o estudante a
compreender toda a segmentação pulmonar
(Figura 1.28).
A Anterior B
An terior
Ap ical
Apical Api co-
posterior
Post erior
maior
maior
Superior
c D
Mediai Med iai
Lingular
inferior
Lateral
Fissura
Lingular Fissura
maior
maior
Basal
anterior
Fissura Basal
maior ântero-
Basal
mediai
lateral Basal Basal
Superior posterior lateral
Figura 1_23A a D
Desenho ilustrativo da anatomia segmentar pulmonar.
A
Figura 1.24A e B
Figura 1.25A e B
Consolidação no lobo médio (setas). Notar no PA qu e a
consolidação no segmento lateral não borra o contorno
cardíaco, o que mostra a importãncia do perfil para a
correta localização da lesão.
Figura 1.26
' .. TC evidenciando
consolidação fibrótica na
língula (setas) . Notar a
relação da área
consolidada com a silhueta
cardíaca .
m Aparelho Respiratório
Pleura (margem
seccionada)------7---~
Brônquio lobular
superior direito
Hilo Hilo
pulmonar Artérias pulmonares pulm onar
direito esquerdo
Artérias bronquiais
Brônquios
Veias pulmonares
superiores
N íveis
11
111
__________~~-+----------~~~~~~--~~- IV
------~~~;T~--------------~k*rr~--------- VI
Figura 1.28
A nato mia da árvo re brônq uica e níveis d e co rt e da tomogra fia computa do riza da.
Anatom ia do Tóra x na Radiologia Convencional e Tomografia Computadorizada
Nível IV (brônquio
intermed iário/brônquio lingular)
D o lado direito a disposição das estrururas é 19
30
36
37
Figura 1.36
Nível Vlb: 32 - brônquio do segmento basal anterior
direito; 33- brônquio do segmento basal mediai
direito; 34- brônquio do segmento basallatera l
direito; 35- brônquio do segmento basal posterior
direito; 36- brônquio do segmento basal
Figura 1.37
ântero-medial esquerdo; 37- brônquio do segmento
basallateral esquerdo; 38- brônquio do segmento Desenho ilustrativo do corte sagital mediano dos
basal posterior esquerdo. compartimentos mediastinais .
Apa relho Respiratório
cia são: paratraqueal direita, linhas paraespinhais, (Figuras 1.42, 1.43 e 1.44) . A linha med iastinal
pleuro-azigoesofagiana, mediastinal anterior/pos- anterior, eventualmente, é visibi lizada projetada
terior e paraó rrica esquerda (Figuras 1.38 a 1.44) . na coluna aérea da traquéia e pode estar rechaça-
A linha pararraqueal d ireita é delimi tada até da em casos de processos expansivos desta região
a origem do brônquio-fo nre direi to (Figuras 1.38 (Figura 1.44) .
e 1.39) . Ela é vista em cerca de 60% dos pacien-
tes e normalmente mede em torno de 5mm.
As linhas paraespinhais têm cerca de 1 a 2 mm
de espessura e estão desviadas quando existem
osteófitos e ptocessos expansivos vertebrais (Fi-
guras 1.40 e 1.41). Medialm enre às linhas para-
espi nhais é possível a idenrificação de uma linha
de reflexão pleural que acom panha o trajeto da
veia ázigos e do esôfago, a li nha pleuro-azigoeso-
fagiana (Figuras 1.40 e 1.42).
As linhas med iastinais anrerior e posterior
medem cerca de 1 e 2 mm de espessura, respecti-
vamente. A anterior é o ponto de encontro dos
folhetos pleurais à frente da aorta e a posterior, o Figura 1.39
ponto de reflexão destes folhetos atrás do esôfago Linh a parat raqueal espessa da (set as).
No estudo da anacomia do medias tino pela A veia braq uiocefálica esq uerda cruza ante-
Te é importante o conhecimento dos vasos e riormente o tronco braquiocefálico arterial e se
compartimencos que existem no seu interior. A junta à homônima do outro lado para formar a
pa rti r deles pode-se esrratificar de forma didática veia cava superior. O rrajeco dos vasos braqu ioce-
o mediastino em vá rios níveis, a fim de facilitar o fál icos ocorre no interior do compartimento pré-
aprendizado dos cortes anatômicos (Figuras vascular. Este espaço é limitado anteriormente
1.45, 1.46 e 1.47). pelo compartimento retroesternal e posterior-
mente pelo coração e grandes vasos. À esquerda,
Nível I (opérculo torácico) ele se estende lateralmente à aorta ascendente e
Neste n ível vemos a artéria carótida comum e comunica-se com a janela aorticopulmonar. O
artéria subcJávia d ireita originadas do tronco bra- espaço pré-vascular contém as veias braquiocefá-
quiocefál ico. Este num corte inferior posicio na-se licas e o timo no seu interior.
à frente da traquéia. D o lado esquerdo estão a O espaço pré-vasctJar separa-se da traquéia,
artéria carótida comum e subcJávia esquerda. situada posteriormente, por um espaço mediasrinal
Ambas as carótidas posicionam-se anteriormente chamado compartimento pré-traqueal. Este com-
às artérias subcJávias. As veias braquiocefálicas são partimento se estende do nível do opérculo toráci-
visibilizadas lateral mente às artérias e formam, co até a carina (bifllrcação traqueal). Nos níveis
abaixo, a veia cava superior (Figura 1.48). mais inferiores ele é limitado pela traquéia posteri-
ormente; e pela veia cava superior e aorta ascenden-
Nível 11 (troncos supra-aórticos) te, anteriormente. Mais acima, o arco aórtico limita
Acima do arco aórtico estão 3 vasos arteriais este compartimento à esquerda. Nestes níveis ele é
principais: tro nco braquiocefálico à frente da tra- contíguo com a janela aorrico-ptJmonar. Acima do
q uéia, artéria carótida comum esq uerda à esquer- arco aórtico, ele é limitado pela traquéia, posterior-
da d a traq uéia e a a rtéria subclávia esquerda at rás mente, e a artéria inom inada tronco b raquiocefáli-
da artéria carótida comum do mesmo lado. co arterial), anteriormente (Figura 1.49) .
Figura 1.45
Tronco broq uiocefálico Artéria carótida
Diagrama ilustrativo da anatom ia vascular
comum esquerda
tóraco-cervical.
Veia
Vei a braquiocef álica
braqui ocefálica esquerda
direita
Níveis
11
111
IV
V
VI
VII
..JQ..:.I-_ _ VIII
IX
Figura 1.46
Diagrama ilustrativo dos diferentes níveis de cortes anatômicos no tórax.
m Apa relho Respiratório
C Esterno -:J
G~8 C,\~.~
ó ~
VSO"'~ ~"TBVE Cf=) ~. TBVE
O ··....
VJO ......,...... ACCE
TBVO •.../ .. O ..·..· ACCE
TBA • O ......ASE TBA • O ......ASE
G ····· ······ESOF G ....········ESOF
(:\ (.:\
a a
C Estorno )
~
~
VPI ~~F
"'O _ VPI
VA ...0 AoO
. Ta
li
AoA : Aorta ascendente , ACCE : Artéria caró tida comum esquerda , AO : Átrio direito. AE : Átri o esquerdo. TBA : Tronco braquioce(álico arteri al, AoD :
Aorta descendente . APD : Artéria pulmonar direita. APE : Artéria pulmonar esquerda , APlIE : Artéria pulmonar do lobo inferior esquerdo , APlSD :
Artér ia pulmonar do lobo superior direito. Arco: Arco aórtico , ASE: Artéria sublcávia esquerda . BI : Brônquio intermediário , BLSO: Brônquio do lobo
superi or direito . BPD: Brônquio pri ncipal direito. BPE: Brônquio principal esquerdo , CL: Clavícula . ESOF : Esôfago, EST: ES Tômago , TAP: Tronco da
artéri a pu lmonar , TaVO e T8VE : Tronco braquiocefálico venoso direito e esquerdo. TI : Timo . TR: Traquéia. VA : Veia ázigos. VCI : Veia cava inferior .
VCS : Veia cava superior. VO : Ventrículo direito. VE : Ventrículo esquerdo. VJO : Veia jugular direita . VPI : Veia pulmonar inferior. VPS : Veia pulmonar
supe ri or. VSO : V eia subclá via direita . - : Recesso azigoesofagiano.
Figura 1.47
Diagra ma ilustrativo da anatomia normal do mediastino em vários níveis com seus principais achados na
tomografia computadorizada . (A) Acima dos troncos venosos. (B) Entre o arco aórtico e as articulações
esternoclaviculares. (C) Arco aórtico . (D) Entre o arco aórtico e a janela aortopulmonar. (E) Artéria pulmonar
esquerda . (F) Tronco e artéria pulmonar direita. (G) Átrio direito e esquerdo. (H) Ventrícul os direito e
esquerdo.
Anatomia do Tórax na Radiologia Convencional e Tomografia Computadorizada
mediastino posterior. A veia ázigos está situada à Neste nível - e no anterior também - é possível
direita da aona descendente e a hemi,ízigos, pos- se identificar o recesso azigoesofagiano por trás
teriormente a ela. Entre a ázigos e a aorta descen- do trajeto do brônquio intermediário. O abaula-
denrc pode-se visibiliza r o ducto torácico. mento deste recesso oco rre secundariam eme a
No compartimento mediastinal posterior, processos expansivos local izados no mediastino
propriamente dito, além dos vasos do sistema posterior (F igu ras 1.51 e 153).
ázigos estão a porção descendente da aorta e o
esôfago (Figura 1.51).
LEITURA RECOMENDADA
FLI.I S, H .; LOC A I, B.; DI XO , A. Huntall MOl.LER T.R.; REIF E. Pocket fuIL1S o/croJS-secúonal
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Tomouralia de Alia Resolução do
Tórax: Padrões Básicos
Rosana Souza ROdriuues
Edson Marchiori
INTRODUÇÃO
A introdução da tomografia computadorizada no início da década de 1970 mudou rapidamente
o estudo por imagem das doenças to rácicas. A tomografia computadorizada do tórax tem como van-
tagens sobre a radiologia convencional a ausência de sobreposição de imagens, melhor resolução espa-
cial e maior discriminação de densidades, as quais podem ser medidas em valores numéricos (unida-
des H ounsfield) . Estas ca racterísticas tornam a interpretação das alterações pulmonares mais fácil e
menos dependente do observador que a radiografia convencional.
Em meados dos anos 80 foi desenvolvida a tomografia computadorizada de alta resolução
(TeAR), que melhorou de forma significativa a avaliação do parênquima pulmonar, rornando possí-
vel aqu isições de imagens detalhadas, próx imas à anatomia macroscópica. As alterações observadas na
TCAR refl etem as mudanças morfológicas das doenças com fidedignidad e maior que as observadas
na radiografia simples ou na tomografia convencio nal, sendo fundamental para o estudo das doenças
intersticiais difusas.
DADOS TÉCNICOS
As imagens são adquiridas com o paciente em posição supina, no plano transversal. Eventual-
mente, na avaliação do parênquima, roma-se necessária a aquisição de cortes com o paciente em decú-
biro ventral, para melhor avaliação das porções posteriores (áreas gravidade-dependente).
As aquisições são feitas em apnéia e em inspiração máxima, reduzindo os artefatos de movimento
e sepa rando as estruturas vasculares, permitindo melhor avaliação do parênquima pulmonar. Quan-
do, no entanto, houver suspeita de aprisionamento de ar, imagens em exp iração devem ser adquiridas
adicionalmente.
Para melhor avaliação das imagens, utiliza-se ainda o recurso conhecido como "janela", que per-
mite alterar o contraste entre as estruturas estudadas. Na tomografia do tórax utilizam-se dois ajustes
de janela: pulmão e mediastino (ou partes moles) . A janela de pulmão tem largura variando entre
1.000 e 1.500 e centro entre -600 e -700 e demonstra melhor a anatomia e as alterações do parênqui-
ma pulmonar. Na janela de mediastino a largura varia de 450 a 500 e o centro de 20 a 40, havendo
destaque para as estruturas com densidade de partes moles (mediastino e parede torácica). Nesta jane-
la podem ser diferenciados tecido adiposo, líquidos, calcificações e estruturas vasculares.
DOSE DE RADIAÇÃO
A tomografia computadorizada é considerada um método diagnóstico com relativamente alta
dose de radiação. Existe grande divergência na literatura quanto às doses as quais são expostos os pacien-
tes submetidos a Te convencional, Te helicoidal e TeAR.
A dose de radiação med ida na pele em uma Te convencional é cerca de 100 vezes maior do que a
observada em uma radiografia simples. No entanto, a dose de radiação associada à Te helicoidal e à
TeAR é potencialmente inferior à utilizada na Te convencional. Mesmo a TeAR realizada com
m Aparelho Respiratório
Figura 2.1
J Espessamento Septal Interlobular l
Esquema do
l espessamento septal
interlobular (Adaptado de
r-i Liso r- Webb WR, Müller NL,
Naidich DP.
I Irregular , .1 I Nod ular I High-Resolution CT of the
dist orção pulmonar Lung, 1996).
Figura 2.2
Linhas intralobula res
Esquema de linhas
l intralobulares
(Adaptado de
Webb WR, Müller
A normali dade I NL, Naidich DP.
isolada High -Resolution CT
Espessamento I I Vidro fosco I of the Lung, 1996) .
septal
interlobular
~ l / l
1 I A chados de fibrose I
IDDempavimentação
mosaico
I
I DD espessamento septal I
1
I DD Faveolamento
I
FPI Sarcoidose
Colagenoses Pn eumonia por
Pneumonia por hipersensibilidade
hipersensibilidade Radiação
Asbestose FPI
Reacional a drogas Colagenoses
Reacional a drogas
m Aparelho Respiratório
Figura 2.3
Distribuição perilinfática de nódulos pulmonares.
Tomografia de Alta Resolução do Tórax: Padrões Básicos
padrao perilinfático, não há predomínio dos agrupados (aspecro de roseta). Na TeAR, a dis
nódulos ao longo do interstício peribroncovas- rribu ição centrolobular pod e ser recon hecid:
cular e das superfícies pleurais. Doenças que se pela presença de nódulos a poucos milímetros d:
disseminam por via hematogênica e que cursa m pl eura, septos in terlobulares, brônquios ou gran
com nódulos pulmonares apresentam padrão des vasos sem, no entanto, tocá-los (Figu ra 2.5 )
randômico de distribuição, sendo exemplos me- Preenchimento bronquiolar pode ser observad(
tástases e doenças granulomatosas m iliares, prin- em associação aos nódulos e representa impacta
cipalmente tuberculose e histoplasmose (F igura ção de bronquíolos centrolobulares. Sua presen
2.4). ça indica d isseminação endobrônquica da doen
Nódulos centrolobulares podem refletir ça. Pnewnonire por hipersensibilidade, bron
anormalidades tanto do interstício quanto do quioli tes infecciosas, broncopneumonias, tuber
espaço aéreo. Estes nódulos podem ter atenuação culose e histoplasmose são exemplos de doença
de vidro fosco ou densidade de partes moles, que cursam com nódulos de distribuição centro
limites bem ou mal definidos e ser iso lados ou lobular.
Figura 2.4
Figura 2.5
Distribuição centrolobular de nódulos pulmonares.
m Aparelho Respiratório
r
Distribuição
""m , pl,""
T 1 I Não tocam a pleura I
~
I Distribuição centrolobular I
Distri buição difusa
heterogênea, com
~ ~
e uniforme,
predomínio sem predomínio
peribrônquico e
subpleural Preenc himen t o Preenchiment o I
1
bronquiolar bronquiolar
~
presente ausente
Distribuição
perilinfática
Distribuição
randômica
~ ~
Doença bronquiolar Doença bronquiolar
~ ~ Infecção endobrônquica
(Tuberculose,
ou vascu la r
Infecção endodobrõnquica
Sarcoidose M etástase hematogênica broncopneumonia) (BK, broncopneumonia)
Silicose Tu berculose miliar Panbronquiolite Bronquiolites
Linfangite carcinomatosa Histoplasmose miliar Bronquiolite obliterante Carcinoma bronquioloalveolar
Carcinoma COP
bronquioloalveolar Pneumonia por hipersensibilidade
Bronquiectasias Histiocitose
Edema pulmonar
Vasculites
Figura 2.6
Algoritmo de padrão nodular, pequenos nódulos (Adaptado de Webb WR, Müller NL, Naid ich DP.
High-Resolution CT of the Lung, 1996) .
l
I Com reticulação
I supe rpos ta
I
l de doença
I DD Faveolamento
I l Figura 2.7
Al go ritmo de atenuação em vidro fosco
DD pavimentação I (Adaptado de Webb WR, Müller NL, Naidich
em mosaico
DP. High-Resolution CT of the Lung, 1996) .
Figura 2.8
Atenuação em vidro fosco
I I Algoritmo de atenuação em
1
I Periférico, I
esparsa I Extensa I
Pneumonias intersticiais Pneumonias por hipersensibilidade
Pneumonias por hipersensibilidade PCP, CMV
Proteinose alveolar SARA
COP Edema
Pneumonia eosinofílica Hemorrag ia
Sarcoidose Pneumonias intersticiais
Proteinose alveolar
Sarcoidose
Pneumonia intersticial linfocítica
Consolidação do espaço aéreo que em muitas doenças estes padrões estão asso-
Consolidação refere-se a aumento na atenua- ciados. Consolidação pode ainda estar associada
ção do parênquima pulmonar que obscurece o a nódulos do espaço aéreo, podendo significar
co ntorno das estruturas vasculares e das paredes confluência destes.
das vias aéreas. Broncogramas aéreos podem es- Se consolidação não estiver associada a outros
tar presentes. Em geral, consolidação representa padrões, deve se caracterizar seu tipo de distribui-
preenchimento do espaço alveolar (por líqu ido, ção em lobar, difuso, subpleural ou focal .
células ou outros materiais), mas também pode Quando consolidação estiver associada a
ser observada em doenças intersticiais extensas. outro padrão, deve se utilizar o diagnóstico dife-
O diagnóstico diferencial de consolidação se so- rencial da outra alteração, pois consolidação é
brepõe ao da opacidade em vidro fosco, sendo um dos padrões mais inespecíficos (Figura 2,9).
m Aparelho Respirat ório
1 1
~)
Outro pad rão Somente consol idação I
presente
I LObar l ~
~ \
Ir-N-O-
du-
Ia-'
rI
~ I Subpleural I
1
Usar o outro padrão
COP
~
Pneumonia
Carcinoma
Pneumonia
~
Pneumonia
Pneumonia
eosinofila
~
Carcinoma eosinofila
como refe rência bronquiolo- cOP
bronquiolo- COP
alveolar alveolar Carcinoma
Pneumonia bronquiolo-
SA RA intersticial
Edema alveolar
Hemorragia
Broncopneumonia
Figura 2.9
Al go rit mo de co nsol ida çã o (Adaptado de Webb WR, Müller NL, Naidich DP. High- Resolution CT
of the Lung , 1996 ).
A TeAR, pela sua capacidade de detecção e nals. Desta forma, o diagnóstico pode ser feite
ca racterização das anormal idades pulmonares, com alto grau de con fi ança em até 84% d o~
tornou-se o principal método de imagem na casos. No entanto, quando analisada isolada-
investigação das pneumopatias difusas. A acurá- mente a TeAR apresenta baixa acurácia, sendo e
cia da TeAR aumenta consideravelmente quan- diagnóstico de doença pulmonar difusa feito cor-
do analisada em co njunto co m a radiografi a sim- retamente em apenas 36% dos casos.
ples, no contexto de achados clínicos e laborato-
B
Figura 2.1 OA e B
Espessamento de septos interlobulares (linfangite carcinomatosa ).
m Aparelho Respiratório
B
Figura 2.11A e B
Reticulação intralobu la r (proteinose alveolar).
Tomografia de Alta Resol ução do Tórax: Padrões Básicos
A~'
B
Figura 2.12A e B
Espessamento de septos interlobulares, com reticulação intralobular e vidro fosco
associado, padrão de pavimentação em mosaico (proteinose alveolar) .
Aparel ho Respiratório
B
Figura 2.13A e B
Cistos poupando os seios costofrê nicos (histiocitose de cél ulas de Langerh ans).
Tomografia de Alta Resolução do Tórax: Padrões Básicos
B
Figura 2.14A e B
Cistos pulmonares e vidro fosco (pn eumocisto se) .
m Aparelho Respiratório
B
Figura 2.15A e B
Faveolamento (fibrose pu lmonar idiopática).
Tomografia de Alta Resolução do Tórax: Padrões Básicos
B
Figura 2.16A e B
Bronquiectasias .
m Aparelho Respiratório
B
Figura 2 .17Ae B
Nódulos perilin fáticos (sarcoidose).
Tomografia de Alta Resolução do Tórax: Padrões Básicos
Figura 2.18A e B
Nódulos centrolobulares (si licose).
m Aparelho Respirat ório
Figura 2.19
Nódulos randômicos (tuberculose mi lia r).
Figura 2.20
Consolidações (pneumonia bacteriana) .
Tomografia de Alta Resolução do Tórax: Padrões Básicos
B
Figura 2.21
Opacidades em vidro fosco (A - sem diagnóstico; B - Ieptospirose).
m Aparelho Respiratório
B
Figura 2.22
Em A , lesões predominando nos campos superiores (silicose), e em B, nos campos
inferiores (Iinfangite).
Tomografia de Alta Resolução do Tórax: Padrões Básicos , .
B
Figura 2.23
Em A, lesões com distribuição periférica (BOOP). e em B, com distribuição central
(edema).
Aparelho Respirat ório
LEITURA RECOMENDADA
FRASER, R.S.; MÜLLER, I L.; CO LMA , N.; PAR.t., um consenso brasileiro. Radiol Bras, 35(2) : 125-128,
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aI. Terminologia para a descrição de Tomografia Williams and Wilkins. Filadélfia. 200 I.
Compurado rizada do Tórax. Sugestões in icia is para
AImauem nos Pacientes da Unidade
de Terapia Intensiva
Mauro ESleves
INTRODUÇÃO
o atendimento a paciente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) depende muito dos recursos de
imagem disponíveis para a sua avaliação diária. Em um grande hospital, cerca de 50% das radiografias
realizadas são de pacientes em UTI, e foram obtidas com aparelhos portáteis. Um considerável núme-
ro de exames de tomografia computadorizada (TC) e de ultra-sonografia (US) é realizado nestes pacien-
tes, que eventualmente são submetidos ainda a exames de ressonância magnética (RM) e de radiologia
intervencionista (RI). Mas a despeito do aprimoramento tecnológico, para a maioria dos exames de
imagem realizados na UTI serão utilizados aparelhos portáteis. Esses aparelhos também apresentaram
evolução tecnológica ao longo da última década, proporcionando a obtenção de imagens de qualidade
superior, com tempo mais curto de exposição. Com o advento da radiologia digital, o pós-proces-
samento das imagens minimiza os eventuais artefatos e as dificuldades técnicas durante a realização do
exame.
Aqui estão incluídas as ocorrências mais comumente encontradas nos pacientes internados na
UTI, e para cada uma dessas ocorrências há um ou mais métodos de imagem capaz de identificá-las.
A seguir estão listados os diversos métodos de investigação por imagem utilizados no acompanha-
mento desses pacientes e suas principais indicações.
A ,_~_....I B
Figura 3.2
A distância foco-filme menor que a idea l (A) e a situação em AP do paciente causam ampliação da imagem
cardíaca (8).
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
A a....o....w:::.___ ...... B
Figura 3. 4
(A) Reconstrução tridimensional. Dilatação aneurismática da aorta ascendente e dissecção
aórtica. (B) Reconstrução multiplanar. Estenose traqueal.
m Aparelho Respiratório
A B
Figura 3.5
Angiotomografia helicoidal na investigação de dissecção aórtica (A) e de tromboembolismo pulmonar (8).
A B
Fi gura 3. 6
Angiorressonância magnética do tórax . Coronal (A) e Sagital (B).
B
Figura 3 .7
Seqüências axial e carona I ponderadas em T2 na identificação de efusão pleural à direita. Axial (A) e Coronal (B).
m Aparelho Respiratório
B
Figura 3.1 2A e B
Condensações alveolares confluentes de distribu ição lobar em pacientes com processos inflamatórios
elevados, associados à leucocitose.
Figura 3.13
Tênues condensações alveolares de distribuição
segmentar em paciente com febre .
m Aparelho Respiratório
A B
Figura 3.14
A Te (A) foi capaz de identificar a hepatização do parênquima pulmonar que simulava derrame pleural à
radiografia convencional (8).
Nos casos nos quais a radiografia é inconclu- vascular à agressão). Trata-se, então, de uma das
siva quanto à natureza da opacidade na base de formas de edema não cardiogênico, como vere-
um hemitórax, a TC consegue facilmente dife- mos mais adiante. A despeito de o brôn-
renciar efusão pleural de hepatização do parên- quio-fonte direito ser mais calibroso e verricaliza-
quima pulmonar (Figura 3.14) . do, o preenchimenro alveolar pode ser bilateral e,
evenrualmenre, mais exuberanre à esquerda
Aspiração (F igura 3. 15).
Depressão do sensório, utilização de catete- A TC também mostra com facil idade as
res na luz esofagiana, entubação traqueal e posi- imagens de preenchimento alveolar, ainda que
ção do paciente em decúbito são fatores que pre- tenha maior sensibilidade nos casos em que os
dispõem a episódios de broncoaspiração. episódios de broncoaspiração de pouca inrensi-
O quadro clínico de dispnéia e febre e a evo- dade ocorram em pacientes com distúrbio da
lução radiológica apresentam evolução rápida. A deglutição e asp iração intermitente de saliva
maior pane das opacidades de preenchimento (Figura 3.16).
alveolar não corresponde ao material aspirado e As complicações mais usualmente enconrra-
sim ao edema reacional, que pode ser tanto local das nesta circunstância são as pneumonias e
(irritação química direta) quanto difuso (reação supurações com formação de abscesso (Figura
sistêmica induzida por mecanismos de resposta 3.17).
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
B
Figura 3.15A e B
Broncoaspiração simétrica e com alterações mais exuberantes em (B). Reparar os sinais de preenchimento
alveolar coalescente, com imagens de broncograma aéreo e colapso insignificante.
A
Figura 3.16
Te em pacientes com broncoaspiração. (A) Reparar o padrão de edema não cardiogênico (acidente
automobilístico); (B) As discretas opacidades de ocupação bronquíolo-alveolar, em paciente com AVE e
aspiração crônica de saliva .
Aparelho Respiratório
A B
Figura 3.17
Evolução de um paciente com broncoaspiração (A), com formação de abscesso (8), ainda que tenha
ocorrido considerável melhora radiológi ca , com absorção parcial das opacidades alveolares.
A
Figura 3.18
(A) Edema cardiogênico e (8) não ca rdiogênico (decúbito-dependente).
m Aparelho Respiratório
A B
Figura 3.19A e B
Edema cardiogênico com opacidades em vidro fosco em dois casos diferentes da mesma doença .
Figura 3.20
Edema cardiogênico com
espessamento de septos
interlobulares.
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
A B
Figura 3.21
Edema pulmonar (A). Evolução de edema
hidrostático em 6 horas (B) e 12 horas (C) de
c evolução, após negativação do balanço hídrico .
m Aparelho Respiratório
B
Figura 3.22A e B
Evolução radiológica de SARA em um período de 48 horas.
Figura 3.23
A B
Figura 3.24
(A) SARA primária (broncoaspiração) e (8) secundária . A lesão é assimétrica na forma primária .
Figura 3.25
(A) SARA primária e (8) secundária . Na
forma secundária há predomínio de
opacidades em vidro fosco .
B
m Apa rel ho Respi ratório
A Te de alra resolução pode se r empregada adeq uada para esse recrutamento. Uma vez
para determinar a pressão de recrutamento alveo- determinada a pressão ideal de recrutamento,
lar (Figura 3.26) e o valor da pressão expirarória novas imagens de alta resolução serão obtidas ao
final (PEEP) necessária para manter o alvéolo final da expira~ão, com PEEP decrescente.
abeno (Figura 3.27). No recruramenro alveolar é Ocorre obviamente um aumento progressivo da
empregado tempo inspiratório longo, com pres- densidade do pa rênquima pulmonar, que pode
são igual ou maior que 40cm de H 20. A imagem ser determinada com precisão razoável por meio
obtida procura determinar qual a pressão mais de algum "software" específico (Figura 3.28).
Figura 3.26
TeAR antes (A) e após (8)
recrutamento alveolar, com pressão
inspiratória elevada (igualou maior
que 40cm de H20) e tempo
inspiratóri o longo.
B
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
Opta-se pela pressão que precede um aumenro Na maior parte das vezes, no entanto, o médico
significativo nesta densidade. Procura-se assim de- intensiv ista é capaz de monitorar o pacienre e
terminar a PEEP capaz de mamer o alvéolo recru- recrutá-lo à beira do leito, minimizando os riscos
tado (expandido), minimizando os efeitos indese- que a sua mobilização ao setor de tomografia
jáveis que uma pressão expiratória elevada possa computadorizada pudesse causar.
causar ao parênquima pulmonar (F igura 3 .29).
C
Figura 3.27A a O
(A) Após o recrutamento alveolar, (B, C e D) cortes de alta resolu çã o são obtidos na fase expiratória, com
PEEP progressivamente menor. Reparar o aumento progressivo da densidade do parênquima pulmonar.
m Aparelho Respiratório
B_-.;....-'-----::_ _ _ _-'"'_
Figura 3.28A, B e C
Aumento progressivo da densidade do parênquima pulmonar à medida que se utiliza uma PEEP cada vez
menor, determinada digitalmente.
-500,00
-450,00
-400,00
-350,00
-300,00
-250,00
-200,00
-150,00
-100,00
-50,00
-0,00
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
-70010 IM_I
Figura 3.29
Observar o aumento expressivo da densidade do parênq uima pulmonar após o decréscimo da PEEP no
momento 10. A PEEP ideal para este paciente é aquela utilizada no momento 9.
Figura 3.30
B
Aparelho Respiratório
Figura 3 .31
Fibrose pulmonar (setas) junto à
margem anterior dos pulmões como
complicação tardia em paciente com
SARA .
Derrame pleural
Derrame pleural é uma circunstâ ncia habi -
tualmenre encontrada nos pacienres inrernados
na UTI quase sempre decorrenres de hiper-hi-
dratação e/ou falência miocárdica. Na ausência
de evidências de disfunção diastólica em pacien-
tes com balanço hídrico negativo, outras causas
deverao ser investigadas. Ca be ao radiologista
diagnosticar a efusão pleural e quanrificá-Ia. Em
alguns casos, no enranro, o padrão radiológico,
tomográfico e/ou ultra-sonográfico pode sugerir
uma hipótese etiológica provável, como nos
casos ele hemorórax e empiemas.
Na RXl a imagem característica de efusão
pleural é a opacidade progressiva em um ou nos
dois hemitóraces (imagem em dégrade') e sua
maior limitaçao nesses casos é determinar se exis- Figura 3.32
te ou não comprometimento do parênquima Imagem em dégradé no hemitórax direito. Derrame
pulmonar (Figura 3.32). pleural.
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
Figura 3.33A e B
Colapso alveolar no parênquima
pulmonar adjacente ao derrame
pleural , mais exuberante em B.
m Aparelho Respiratório
Figura 3.34
Derrame pleural encistado. com
lobulação do contorno pleural e
imagem em " corcova ".
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
Figura 3.35
Empiema pleural. (A) Formações
gasosas e efusão se interpondo
entre a pleu ra pa rietal
(intensamente realçada pelo
contraste venoso) e a parede
torácica (pneumectomia) (8). Casos
diferentes.
m Aparelho Respiratório
Figura 3.36A e B
Hemotórax à esquerda, cujo volume
aumentou em curto espaço de
tempo, acompanhado de queda
progressiva do hematócrito. Ainda
que se perceba em B que a
densidade da efusão pleural é
irregularmente elevada , nem sempre
esse dado é indicativo de
hemotórax.
m Aparelho Respiratório
A
Figu ra 3.37
(A) Pneumotórax volumoso. (8) O pneumotórax é identificado no recesso lateral esquerdo.
Figura 3.38
Enf isema de partes moles.
m Aparelho Respiratório
Figura 3.39A e B
Te na identificação de
pneumotórax, mesmo quando
laminar (8)
B
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
Figura 3.40
Te demonstrando a associação de
pneumotórax e derrame pleural à
esquerda.
rorácicos. Fluxos menores comprometem a qua- boa opacificação da artéria pulmonar, antes da
lidade do exame, porém podem ser necessários execuç..'ío do exame. Aparelhos multisLice sao dora-
em casos nos quais o acesso venoso é inadequado dos de sofo.uare capaz de determinar com exatidão
para débitos maiores, ou quando a função car- o pico de opacificação da artéria pulmonar antes
díaca deteriorada impossibil ite a administração da execução da hél ice.
endovascular de um volume considerável de O volume de contraste a ser injetado pode
líquido em um curto espaço de tempo. variar para cada paciente e deve ser estabelecido
Uma série de fatores determina o intervalo de em função do tempo total da varredura acrescido
tempo entre o início da injeção do concraste e ao ao tempo de delay, multiplicado pelo fluxo de
pico de opacificação das artérias pulmonares - infusão. Na verdade, 150mL de contraste admi-
delay. Deve-se levar em conca a veia de acesso esco- nistrado na razao de 3 mLlseg é um volume ade-
lhida para a administração do contraste, sua proxi- quado na maioria das vezes.
midade com a prega fisiológica do cotovelo (quan- Em média, cerca de 80 a 100 reconstruções
do esse acesso estiver no antebraço), o biótipo do axiais são obtidas ao término da aquisição e todas
paciente e sua função cardíaca. O tempo de delay devem ser documentadas em película radiográfi-
de 15 a 30 segundos mostra excelente opacificação ca, com a janela apropriada para a identificação
da artéria pulmonar, mas em pacientes com rendi- das estruturas mediastinais (Figura 3.41). Janelas
mento cardíaco anormal este tempo deverá ser muito fechadas podem obscurecer pequenas
maior. Um teste de injeção pode ser obtido para de- imagens de falha de enchimento intraluminal e
terminar o tempo individual necessário para uma devem ser evitadas.
A B
Figura 3.41A e B
Documentação com ja nela de mediastino. As imagens de fa lhas de enchimento na luz das artérias
pu lmonares correspond em aos t rombos.
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
Imagens com janela apropriada para o estu- úteis no diagnóstico da embolia pulmonar (ima-
do do parênqu im a pulmonar devem co nstar des- gens de perfusão em mosaico) ou na detecção de
sa documentação, pois podem dar informações outras causas de dispn éia súb ita (Figura 3.42).
Figura 3.42
(A) Infarto pulmonar e (B) imagem
de perfusão em mosaico
visibilizados na foto documentada
com janela para parênquima
pulmonar.
B
Aparelho Respiratório
Reconstruções multi planares e tridimensio- Mais recentemente, com o advento dos apa-
nais determinam com mais segurança a localiza- relhos !nu/tis/ire, são utilizados softwares capazes
ção anatô mica do êmbo lo, na extensão da oclu- de mensurar a perfusão pulm onar (Figura 3.44) .
são vascul ar e na identificação de imagens que A angioromografia conjugada à visibilização do
podem mimerizar falhas de enchimenro, geral- parênquima pulmonar e ao es rudo da perfusão
menre bifurcações e rorruosidades vasculares pulmonar já desponra como o exame padrão-
(Figura 3.43) . ouro na inves rigação da embolia pulmonar.
Figura 3.43
(A) Reco nstrução tridimensional e (8) multiplanar.
Figura 3.44
Estudo da perfusão pulmonar.
A Imagem nos Pacien tes da Unidade de Terapia Intensiva
Um exame com boa acuraCla tem que ser A Te é valiosa como procedim ento de
capaz de diagnosticar o mais rápido possível a emergência, tem menor custo que a RM e a eco-
embolia pulmonar, sua extensão e, se possível, o grafia m1l1sesofágica e pode ser usada em pacien-
sítio de origem de um eventual trombo. Alguns tes potencialmente instáveis ou naqueles com
serviços já preconizam como rotineira a execução marcapasso , além de não requerer sedação.
de corres ax iais abdominocrurais ao fin al do exa- Seus maiores inconvenienres conrinuam sen-
me, no intuito de se surpreender um possível foco do a exposição do paciente à radiação ionizante e
de origem ele um trombo venoso, e, em geral, cor- ao conrraste iodado.
tes de 10mm de espessura e 20mm de intervalo
são suficientes para essa tarefa (Figura 3.45) .
Figura 3.45
Embolia pulmonar central e trombo na
veia poplítea direita.
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
Drenos tubulares
A idenriflcação da drenagem do espaço pleu- Drenos pleurais são mais f~lcilmente idemifl -
ralou do mediastino, realizada com drenos tubu- cados na radiologia de leito (RXL) do que os
lares, não oferece informação suficiente, e cabe mediastinais (Figuras 3.46 e 3.47). Estes últimos
ao radiologista relatar no seu laudo o trajeto e podem ser evidenciados sem dificuldade na Te.
orientação destes.
A B
Figura 3.46A eB
Drenos tubulares no espaço pleural.
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
Figura 3.47
Dreno mediastinal mal individualizado na RXL (A)
e facilmente identificado na Te (8).
B
m Aparelho Respiratório
Como raramenre o pacienre inrernado na pode afIrmar com segurança se o trajeto do dre-
UTr pode ser submetido a exa me radiológico no tubular é arípico (F iguras 3.48 e 3.49) .
convencional em duas in cidências, apenas a Te
Figura 3.48A e B
Te demonstrando com segurança o
trajeto adequado dos drenos
tubulares no espaço pleural.
B
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
A B
C o
Figura 3.49A, B, C e O
Trajeto intracissural do dreno tubular.
m Aparelho Respiratório
seu posicionamenro. Quando a extremidade distal intencional, como nos casos de hemorragia pul-
do TOT está posicionada a menos de 2cm da cari- monar unilateral , em que o colapso do pulmão de
na, o risco de entubaç.'ío seletiva é grande (Figura onde se origina o sa ngramento pode ser necessário
3.50). Quando há entubaÇ<~o seletiva pode ocorrer para o seu controle (Figura 3.52).
Figura 3.S0A e B
Dois pacientes com TOT em situação abaixo da
ideal.
B
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
A B
Figura 3 .51A e B
Dois pacientes com entubação seletiva, um à direita e outro à esquerda, com colapso do pulmão
contralateral.
Figura 3.52
Caso em que a entubação seletiva foi intencional.
para controlar a hemorragia pulmonar.
m Apare lho Respiratório
Figura 3.53 A
B
Figura 3.54
Dois pacientes com CSG, com extremidade distai na
artéria pulmo nar direita (A) e na artéria pulmonar
esq uerda (B).
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
Figura 3 .55
Balão intra-aórtico bem posicionado
(seta).
Aparelho Respiratório
Figura 3.56A e B
M PC epicárdico temporário em dois pacientes
(criança em A e adulto em B).
B
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
Figura 3.57
MPC definitivos endocárdicos, monopolar (A) e bipolar (B).
Figura 3.58
MPC tripolar (topograma de TC) .
m Aparelho Respiratório
Cateter enteral
A radiografia de rórax pode demonstrar o mente da qualidade do eq uipamento utilizado, da
crajew intra-esofagiano do cateter enreral e a ra- eficiência do técnico que o realiza, da cooperação
diografia de abdome pode identificar a sua extre- da equipe da UTr na mobilização do paciente e
midade distaI. Situações anômalas podem ser posicionamenw adequado para a realização do
visualizadas e devem ser mencionadas (Figuras exame e da obtenção de informações clínicas e
3.59 e 3.60). laboratoriais.
O sucesso da investigação imaginológica dos A análise de exames anteriores pode ser fun-
pacientes internados na UTr depende basica- damental na interpretação das imagens.
Figura 3.59A e B
Cateter enteral em trajeto habitual em dois casos
diferentes.
A
A Imagem nos Pacientes da Unidade de Terapia Intensiva
A_ _ _
B
Figura 3.60
Duas situações indesejáveis quanto ao cateter enteral. À esquerda (A) a extremidade distai do cateter está
no terço médio do esôfago e à direita (8) se observa trajeto traqueobrônquico.
A relação custo/benefício deve ser considerada MILLER, W.T. Jr. Thoracic compured romography in rhe
inrensive eare unir Semin Roenrgenol 1997 32: I 17.
sempre que se pensa em rransporrar um paciente
Aronchiek, J.M.: Millcr. W.T. Jr. Tubcs anel lines in
grave ao setor de diagnóstico por imagem para a rhe ill[ensive ea re se[[ing. Sunin Roentgenol32: 102,
execução de Te, RM, cintigrafia ou arreriografia. 1997.
Sempre que possível, dar-se-á preferência a exames MILLER, WT.; TINO, C.; FR IEDBURC , J.S. Thorrlcic
que possam ser realizados no leito do paciente. CT in the inrensive ore unir: ~ssessmenr nf cl inicl l
usefulness. Radiology 209: 491 , 1998.
Função renal deteriorada e história de idios-
PANDIT-BHALLA, M.; DIETHELM, L.; ESPENAN,
sincrasia ao iodo devem ser sempre questionadas
C. Porrable chesr radiographs in rhe inrensive care
antes de se realizar estudo com este meio de con - unirs: referral parrerns and csrimared cumularive
traste . radiarion exposlIfcs.) Thorac Imag 17: 21 I, 2002.
Devemos estar atemos ainda para as con- QUASNEY' M.W.; GOODMAN , D.M .; BILLOW, M.
tra-indicações formais à exposição do paciente ao Rourine chesr radiographs in pediarric inrensive care
ullirs. (ab) Radi%gy 223: 589, 2002.
campo magnético da RM.
VALK, J.w.; PLOTZ, EB.; SCHUERNLAN , EA.B.A.
The value of rourine chesr radiographs in a paediarric
LEITURA RECOMENDADA ill[ensive care unir: a prospeerive srudy. Pediatr Radiol
ARONCH ICK, J.M. MILLER, W.T. Jr. Radiologisr in 3 1:343, 200 I.
rhe il1lensive care unir Semin Roentgenol32: 86. 1997. WATKlNS , l; WEATHERBURN. C.; BRYAN, S. T he
ARONCH ICK, J.M.; MILLER, W.T. JR. Chesr impaer of a pierure archiving anel eOl11l11u nic;\rion
radiograph in rhe inrcnsivc eare unir. Semin Roentgenol sysrem (PAeS) upon an inrensive care unir. EI/r J
32: 89, 1997. RadioI34 :3, 2000.
MAfFESSANTI, M.; BERLOT, C.; BORTOLOTTO, P. WHITE, C.S.; MEYER, C.A.; WU, J. Porrable CT:
Chesr roenrgenology in rhe inrensive eare unir: assessi ng rhorae ie disease in rhe inrensive care unir.
overview. Eur Radiol8: 69, 1998. A)R 173: 1.351, 1999.
ESladiamenlo do Câncer de Pulmão
Mauro Esleves
INTRODUÇÃO
o câncer de pulmão é uma importante causa de morre em todo o m undo e é a maior causa de mor-
talidade por câncer na atualidade. Apesar de ter ocorrido um decréscimo na incidência de mortes por
câncer de pulmão em homens, a rápida ascensao desta freqüência em mulheres nos últimos anos é muito
alarmante, superando o câncer man1ário como principal causa de morre por câncer em mulheres.
Um estadiamento correto é imprescindível para a seleção do tratamento mais adequado e para
estim ar o prognóstico de forma mais correra possível. Um estadiamento criterioso só é possível com a
combinação dos achados cirúrgicos, endoscóp icos, patológicos e radiológicos. Nem sempre há con-
cordância entre estes métodos, e, como será discutido mais adiante, isso interfere no prognóstico da
doença. Critérios de estadiamento são hoje pad ronizados mundialmente, orientando a forma de tra-
tamento. O sistema atual de estadiamento do câncer do pulmão possui dois principais componentes:
a extensão anatômica da doença - sistema TNM, e a classificação quanto ao tipo celular. Na Radiolo-
gia só o sistema TNM possui importância clínica relevante, por enquanto.
SISTEMA TNM
T - Tumor primário
T é a característica atribuída ao tumor primário e à sua compl icação local (Quadro 4.1).
r~
ral, e muitas vezes o estacliame nw cirúrgico dife-
re do radiológico (Figura 4.3).
•
Figu ra 4.2
Tl - Tomografia computadorizada .
Nódulo de contornos irregulares.
Figura 4.4A e B
T2 - Lesão maior que 3cm, configurando massa pulmonar.
Figura 4.5A eB
T2 - Invasão da pleura vi sceral (seta)
à tomografia computadorizada.
confirmada na cirurgi a.
B
Estadiamento do Câncer de Pulmão RI
Figura 4.6A e B
T2 - Atelectasia loba r com a lesão a
mais de 2cm da carina . Dois casos
diferentes na Te (A) e RX (8).
Aparelho Respiratório
Figura 4 .7
T2 - Pneumonia obstrutiva. Há
evidente redução volumétrica do
pulmão direito.
T3 - A lesão T3 tem como principal caracte- magnética, pois neste método há a possibilidade
rística o seu caráter invasivo. Fica bem demons- de se real izar aquisições multiplanares coronais e
trada neste grupo a extensão direta da lesão à sagi tais, assim como de detectar com precisão as
parede torácica, incluindo os tumores do sulco alterações de si nal da gordura subpleural e parie-
posterior (Figuras 4.8 e 4.9), diafragma, pleura tal (Figura 4.9) .
mediastinaJ e pericá rdio. A experiência cirúrgica Espessamento pericárdi co nem sempre tra-
vem demonstrando que alguns desses tumores duz o envolvimento tumoral do mesmo e a resso-
são ressecáveis. Pacientes com câncer de pulmão nância magnética vem se demonstrando superior
invadindo a parede torácica, especial mente aque- na sua identificação.
les sem envolvimento linfonodal ou met,lstases à São critérios de invasão da parede:
distância, apresentam sobrevida em cinco anos • Espessamento focal da pleura junto à lesão
de 30 a 40%, com ou sem radioterapia adjuvan- (nem sempre confirmado cirurgicamente).
te. Até mesmo aqueles pacientes nos quais o • Contato entre a massa e a superfície pleural em
tumor esteja local izado a menos de 2cm da cari- mais de 3cm.
na (Figura 4.10) podem se beneficiar de uma res- • Ângulo obtuso entre a massa e a superfície pleu-
secção curativa, sobretudo com as novas técnicas ral o
de broncoplastia. Fazem parte ainda deste grupo • Apagamento ou densificação da gordura sub-
os tumores que determinem pneumonia e/ou pleural .
atelectasia de todo um pulmão (Figura 4.11). • Desuuição costal.
Embora a destruição costal possa ser identi- • Assimetria das partes moles da parede torácica.
ficada na telerradiografia e na tomografia com- • Tecido semelhante ao da massa na parede torá-
putadorizada, os demais critérios são mais facil- cica.
mente evidenciados nos exames de resso nância
Estadiamento do Câncer de Pulmão
A B c
Figura 4.8A, B e C
T3 - Invasão da parede à radiografia convencional. Observar os sinais de destruição costal.
Figura 4.9A e B
T3 - Invasão da parede detectada pela ressonância magnética (A) e pela tomografia computadorizada (8).
A RM é o método mais eficiente na detecção da invasão parietal.
Aparelho Respiratório
Figura 4.1 OA e B
T3 - Duas lesões centrais localizadas a menos de
2cm da carina. sem sinais de invasão (casos
diferentes) .
B
Estadiam ento do Câ ncer de Pulmão
Figura 4.11
T3 - Atelectasia obstrutiva tumoral de todo o pulmão
esqu e rdo com amputaçã o do brônquio principal
deste lado.
T4 - Ainda que no grupo das lesões T3 se Apesar do derrame pleural quase sempre
evidenciem sinais de invasão da pleura med iasti- predizer mau prognóstico nos pacientes com
nal, torna-se imprescindível a evidência de que o câncer de pul mão, existe a possibilidade de que o
tumor não invade o mediastino, incluindo o derrame pleural seja resul tanre de atelectasia obs-
coração, grandes vasos, traquéia, esôfago e corpo trutiva, com o u sem pne umonia, ou decorrente
vertebral, o que o caracterizaria co mo uma lesão de obstrução linfá tica no hilo. Na verdade, efu-
T4 (Figuras 4.12 e 4.13) . Ainda estão incluídos sões pleurais apenas identi ficad as na tomografia
neste grupo aqueles casos nos quais se co nfi rme a co mputado rizada não podem ser co nsideradas
invasão da carina (Figura 4.14) o u a presença de como evidência de irressecabilidade.
derrame pleuralmal igno (Figura 4 .15). Embora seja praticamente impossível a res-
São critérios de invasão mediastinal: secção cirúrgica completa das lesões T4, alguns
• Contato entre a massa e o mediastino em mais procedimentos cirú rgicos podem ser realizados
de 3cm de extensão. para dar mais co nforto e q ual idade de vida ao
• Envolvimento da aorta ou pericárdio em m ais paClenre.
de 90° de circu nferê ncia. Alguns autores consideram como faze ndo
• Apagamento do plano go rduroso entre a mas- parte do grupo T 4 aqueles tumores de q ualquer
sa e a estrurura mediastinal. tamanho que estejam acompanhados de merás-
• Efeito de massa ou deform idade de estruturas tases pulmonares, desde que local izadas no mes-
mediasti nais ou vasos. mo lobo da lesão primária (Figura 4. 16) .
Aparelho Respiratório
Figura 4.12A e B
T4 - Na ressonância magnética (A) é
evidente o envolvimento da gordura
mediast inal, que era mal definida à
tomografia computadorizada.
Invasão mediastinal exuberante pelo
tumor pode ser facilmente
detectada na tomografia
comput adorizada (B). Casos
diferentes.
Estadiamento do Câncer de Pulmão
C
Figura 4.13
T4 -Invasão do coração (A). da artéria pulmonar esquerda (B), da traquéia (C), do esôfago (D) e de corpos
vertebrais (E) .
Aparelho Respiratório
Figura 4.14A e B
T4 - Invasão da carina (setas) .
(A) Te com contraste venoso .
(8) Broncoscopia virtual.
B AI
Estadia mento do Câncer de Pulmão Im
Figura 4 .15
T4 - Derrame pleural maligno .
Figura 4.16
Figura 4.17A e B
Estações linfonoda is .
Artéria pulmonar
esquerda
pulmona r
A ~========================~
Tron co
braquiocefálico
arterial
20
40
Liga mento
pulmonar
Ve ia ------..,-.~_t_
~I
B
~ 12, 13, 140
O
9
Aparelho Respiratório
N 1 - N 1 é referido como linfonodos metas- rem quanto à morbidade cirúrgica, já que os hila-
táticos peribrônquicos e hilares, desde que sejam res são tratados obrigatoriamente com pneumec-
do mesmo lado da lesão primária (Figura 4.18). tomia, enquanro os demais podem ser removidos
Ainda que pertençam ao mesmo grupo, eles dife- completamenre por lobectomia.
Figura 4.18A e B
Nl - Linfonodos metastáticos (setas)
peribrônquico (A) e hilar (B).
Estadiamento do Câncer de Pulmâo gn
N2 - Uma amiga definição de T2 corres- balhos têm demonstrado que um grupo seleto de
pondia à de metástases lintonodais mediastinais, pacientes com doença N2 pode ser curado com a
nao importando o lado em que estivessem locali - ressecção completa do tumor e dos linfonodos,
zados. A denominação atual inclui apenas os lin- com subseqüeme raJiorerapia acljuvame ou pre-
fonodos merasráticos homoJaterais à lesão e os cedida de quimioterapia neo-adjuvame, desde
linfonodos infracarinais (Figura 4.19). que não existam metástases à distância. Os adeno-
Em geral, metásrases lintonodais mediastinais carcinomas N2 apresentam pior prognóstico do
indicam mau prognóstico. No emanto, vários tfa- que os carcinomas epiderm6ides N2.
Figura 4.19A e B
N2 - Linfonodos mediastinais
acometidos homolaterais à lesâo
primária . Casos diferentes.
B ___ ~
Aparelho Respiratório
Os pacientes com doença metastática para e infraca rinal ap resentam prognósrico mais reser-
linfon odos infracarinais estão incluídos neste vado, e defendem a sua exclusão deste grupo.
grupo, por apresentarem prognóstico e ressecabi- Quando a doença metastática linfonodal é
!idade cirúrgica semelhante àq ueles com acome- descoberta apenas na toracotom ia os pacientes
timento de linfonodos localizados na linha mé- têm melhor prognóstico e maior chance de remo-
dia . Alguns autores demonstram em sua amos- ção cirúrgica completa cio que aq ueles nos quais
tragem que os pacientes com doença linfonodal este envolvimento já era detectado no exan1e radio-
metastática para grupamentos mediastinais altos lógico e/ou na mediastinoscopia (Figura 4.20).
Figura 4.20
Neste pequeno linfonodo (seta) em
situação paratraqueal foi detectada
doença metastática à toracotomia.
Estadiamento do Câncer de Pulmão
Im
N3 - Doença N3 é definida como metásta- supraclaviculares era anteriormente consiJerado
ses para linfonodos mediastinais ou hilares con- como metástases à distância.
tralaterais e lintonodos escalênicos ou supraclavi- De forma semelhante à descrita nos casos de
cu lares, tanto homolaterais quanto cOllrralarera is pacienres N2, quando o envolvimento linfono-
(Figura 4 .21 ). dai N3 é detectado apenas na toracotomia , estes
Metástases linfonodais contralaterais são apresentam prognóstico melhor do que quando
consideradas critério de contra-indicação de cirur- idenrihcado pela Radiologia ou pela mediastinos-
gia. O envolvimento de linfonodos escalênicos e copia.
Figura 4.21A e B
N3 - Metástase linfonodal
escalênica (seta) (A) e paratraqueal
superior contralaterais a mama no
lobo superior esquerdo (B).
B
Im Aparelho Respiratório
. . . .IIiIIIIii_...._ _ .D
C E
Figura 4.22A a E
M1 - Metástases ósseas. (A) Fêmur. (B) Úmero. (C) Pedículo (seta). (D) Rádio. (E) Sacroilíacas.
Estadiamento do Câncer de Pulmâo
B
Figura 4.23A e B
Ml - Metástase lítica para a calota craniana.
B
Figura 4 .24A a C
A B
Figura 4.25A e B
M 1 - Metástases cerebrais à ressonância magnética antes (A) e após contraste venoso (B) .
B
Figura 4.26A a C
M 1 - Metástases hepáticas e renal sem contraste (A) e nas fases arterial (B) e portal (e).
Estadiamento do Câncer de Pulmão nu
A B c
Figura 4.27A a C
Ml - Metástase renal sem contraste (A) e nas fases arterial (8) e nefrográfica (e) .
A B
Figura 4.28A e B
Ml - Metástase para adrenal esquerda (setas), de um tumor no lobo esquerdo do fígado (setas).
m Aparelho Respiratório
Figura 4.29A e B
Ml - Metástases pulmonares.
B
Estadiamento do Câ ncer de Pulmão
A B
Figura 4.30A e B
M1 - Metástases pulmonares em pacientes previamente operados.
B
Figura 4.31
M1 - Metástases pleural (A) e pericárdica (B).
Aparelho Respiratório
A
Figura 4 .32
M 1 - Metástases pouco usuais para mama (A), pâ ncreas (8) e parede traqueal (seta) (C).
o aumento volumétrico das adrenais pode ser cnteno de benignidade, usualmente encontrada
fi'eqüentemente encontrado, e pode corresponder à nos adenomas (Figura 4.33), enquanto hipersinal
hiperplasia ou adenoma. Ainda que estudos recen- em T2 seja considerado como bastante indicativo
tes tentem demonstrar os sinais de envolvimento de envolvimento metas tático. O estudo clinâmico
benigno das adrenais, ainda é bastante comum a após a utilização de contraste, tanto na tomografia
biópsia destes órgãos para confirmação da lesão computadorizada quanto na ressonância magnéti-
tLlmoral metastárica. A hipodensidade do órgão ca, pode também auxiliar na diferenciação entre
ames da administração de comraste venoso é um lesões metasráticas e hiperplasias.
B
Figura 4 .33A e B
Adenoma da adrenal. Reparar a hipodensida de da lesão ant es da admi nistraçã o do contraste venoso .
(A) Sem contraste. (8) Com con t raste.
Estadiamento do Câncer de Pulmão
Im
Tomografia computadorizada e ressonância m arcador, a diferenciação entre lesão p rimana
magnética são similares na detecção de meaÍstases maligna e lesão nodular benigna e a idenrificação
hepácicas e na sua diferenciação com hemangiomas, de lesões metastáticas em fàse muito in icial
embora biópsias sejam necessárias em algtUlS casos. podem ser conseguidas com acentuada acuidade
Com o advento da tomografia por emissão (Figuras 4.34 e 4.35).
de pósirrons (PET), utilizando-se o FOG como
A
Figura 4.34
PET - O linfonodo em situação paratraqueal (seta) (A) (contralateral à lesão primária) que apresenta
dimensões normais indica evidente consumo de glicose, caracterizando uma lesão N3. A linfonodomegalia
(setas) (B) na janela aortopulmonar foi também confirmada como de natureza metastática .
Figura 4.35
PET - Envolvimento metastático de
ambas as adrenais (setas).
Im Aparelho Respiratório
IA T1 NO MO
18 T2 NO MO
liA T1 N1 MO
118 T2 N1 MO
13 NO MO
IIIA T1 ou T2 N2 MO
13 Nl ou N2 MO
1118 qualquer T N3 MO
T4 qualquer N MO
IV qualquer T qualquer N Ml
Estadiamento do Câncer de Pulmão
Im
Estágio IIIA - T3 N1 MO e T1-3 N2 tlEAD5MOORE, C).; SCREATON. .). Classificalion,
sraging anJ prugnosis oflllng c:lncer. Eur) Radiol
MO 45 :8,2003.
o estágio IHA represema c1aramenre pacien- DIEDERICH , S. WORMANN5, O.; HEINOEL, W
tes com doença avançada. Nesse emlgio, no en- Lung cancer scree ning wirh low-dose CT Eur) Radiol
tamo, é possível em alguns casos uma ressecção 45 :2. 2003.
FERNANDES, O.).; ALMGREN, S.O.; THAl\.1 ING, L.;
completa com tratamento radioterápico adj u-
FILBEY, D.; HELSING , M.; KARLSSON, M.;
vante e/ou precedida de tratamento quimioterá- MAGNUSSON, A.; SOUZA, D. Prognosric facrors
pico neo-adjuvame. for the survival of surgically rreared patienrs for
non-smaJI cel llung cancer. Acta GncoI42:338 , 2003.
KUR1HARA, Y.; NAKAJIMA, Y.; NIIMI, H. Cavirary
Estágio 1118 - qualquer T N3 MO e
11Ing cancer prodllcing granulocyte colony-srimlllaring
T4 qualquer N MO facto r: mimicker oflung abscesso )OIT22:425, 1998.
Este esdgio é mais avançado do que o está- LAURENT, F.; MONTAUDON, M.; LATRABE, v.;
gio lUA, e alguns pacienres podem se beneficiar BEGUERET, H. Percuraneolls biopsy in Illng cancer.
Eur) Radiol45: 60, 2003.
com radioterapia, quase sempre conjugada à qui-
MACDONALD, S.L.; HANSELL, D.M . Sraging of
m iotcrapia. non-small ccl llung cancer: imaging of inrrarhoracic
AJguns pacientes T3 e T4 podem se benefi- disease. Eur) Radiol2003 45:18.
ciar de cirurgia paliativa, como já anreriormenre OKAZAK1, H. ; NAKAMURA, K. ; WATANABE, H.;
discurido. MATSUK1 , Y.; UOZUMI , T; KAKEOA, S.;
KAJVLADA, K.; ODA, N.; NAKATA, H.;
KATSURAGAWA, S.; DOI, K. Improvcd derecrion of
Estágio IV - qualquer T qualquer N 11Ing cancer arising in diffuse lung diseases on chesr
M1 radiographs llsing remporal sllbrracrion. Acad Radiol
II :498.2004.
Os pacientes neste estágio apresentam POPE, R.J.; HANSELL, D.M. Exrra-rhoracic sraging of
merástase à distância e pertencem ao grupo de 11Ing cancer. Eur J Rt1din/45:31 , 2003.
pior prognóstico, sendo tratados com quimiote- SAKA1 , S.; ONO, M.; N ISHIO, T; KAWARADA, Y.;
rapia e eventual radioterapia paliativa. NAGASHIMA, A. TOYOSH IMA, S. Lung c~ncer
associared wirh diffuse pulmonary flbrosis:
CT-P~rhologic Correlarion. J Thorac lmflg 18:67,
LEITURA RECOMENDADA 2003.
ARMATO, S.G.; U, F.; G/GER, M.L.; MACMAHO , UNO, T; SUMI, M.; SAWA, Y.; TESHlMA. T; HARA,
H. ; 50 E, 5.; DOI , K. Lung cancer: performance of R. IKEDA, H. INOUE, T Process of care anel
allromared Illng nodule derecrion applied ro cancers preliminary ourcome in limired-srage small-celllung
missed in a CT screening programo Radiology 225:685, cancer: reslllrs of rhe 1995-1997 parterns of cure stlldy
2002 . in Japan. Int ) Radiat Gf/co! Bio! Phys 55:626,2003.
Avaliação das lesões Vasculares
Pulmonares por Tomografia
Computadorizada Helicoidal
lugiro Roberto Kuroki
Fabio Vargas Magalhães
Izabela Maria Rime Coreixas
INTRODUÇÃO
Desde o seu lançamento em 1989 a tomografia computadorizada helicoidal (TCH) tem sido uti-
lizada com grande eficácia na avaliação das doenças vasculares, inclusive no tórax. A aquisição volu-
métrica dos dados (aquisição das imagens durante o deslocamento da mesa no eixo Z) permite redu-
ção drástica do tempo de exame com utilização de espessura de corte mais fina em relação aos equipa-
memos amecessores, os wmógrafos computadorizados convencionais (Figura 5.1). Este incrememo
na velocidade é suficiente para a aquisição das imagens do tórax em uma apnéia de cerca de 30s com 3
a 5mm de espessura de corte e, também, para melhorar o aproveitamemo do meio de comraste veno-
so, fundamemal para a realização da angiotomografia (tomografia computadorizada helicoidal para
estudo vascular). Apesar destas caracterísricas favoráveis que representaram gra.nde revolução em sua
época, estes equipamemos apresentam algumas limitações, como a resolução espacial ainda baixa,
determinada pela espessura de corte e tempo de apnéia demasiadameme longo.
Em 1998 estas limitações foram solucionadas com o desenvolvimento da próxima geração de
tomógrafos, a TCH multisfice (TCHMS). Estes aparelhos são capazes de adquirir múltiplas imagens
por rotação, proporcionais ao número de canais de detectores. Os primeiros equipamentos desta gera-
ção apresentam 4 canais e fazem um ciclo em até 0,5s, adquirindo 8 imagens por segundo e permirin-
do o estudo de toda extensão do tórax com 1mm de espessura em cerca de 25s. Este tipo de estudo rea-
lizado durante a administração do meio de contraste venoso é suficiente para nos dar informações de
alta resolução de praticamente todos os compartimentos do tórax, como as paredes, vias aéreas, parên-
quima pulmonar e vasos mediastinais e pulmonares, em apenas uma aquisição. Mais recentemente, os
fabricantes lançaram no mercado equipamentos com mais canais de detectores, como os de 8, 10 e 16
canais, e, finalmeme os aparelhos de 64 canais. As vantagens destes equipamentos não se limitam à
capacidade de adquirir múltiplas imagens por rotação. Eles apresemam uma série de características
que melhoram a resolução das imagens e aumentam a velocidade de aquisição e de processamento das
imagens, tais como: cones submilimérricos de rotina, tempo de rotação inferior a meio segundo, sin-
cronização das imagens com o ECG, reconstrução rápida das imagens axiais e programas especializa-
dos de pós-processamento das imagens. A aplicação clínica que mostra claramente o desempenho des-
tas máquinas é a possibilidade de fazer o diagnóstico diferencial por imagem das três entidades poten-
cialmeme fatais que se manifestam por dor torácica com apenas um exame que dura em torno de 20s:
a dissecção aguda da aorta, a embolia pulmonar e o infarto do miocárdio.
O objetivo deste capítulo é discutir os aspectos técnicos da TCH, mosrrando a sua aplicação nas
doenças vasculares pulmonares mais comuns do adulto.
Aparelho Respiratório
ocorre perda. O uso de imervalo de reconstrução qualquCf plano (Figura 5.2), bem como ao lo ngo
menor que a espessura do cone (por exemplo, de uma curva traçada pelo operador. Com os
imagen s de 3mm de espessura reco nstruíd as a tomógrafos multisLice podemos obter M PRs co m
cada 2 111m , ou seja, co m superposição) gera um resolução isotrópica (Figura '5.3A) em que a reso-
número maior d e imagens, melhorando a quali- lução da reconstrução é igual à d as imagens a.-xiais
dade d as reconstruções mulriplanares e tridimen- de origem, e isto ocorre quando as dimensões do
sionais, porém a utilização de superposição ex- pixel da imagem reco nstruída forem iguais às do
cessiva gera um número muito gra nde d e ima- voxel do exame. A MPR é muito eficaz para estu-
gens, demandando mais recursos do sistem a, do de estruntras paralelas ao eixo do exam e, com o
sem um benefício sign ificati vo para a qualidade o diafragma e ajuda na demonstração das relações
das reconstruções. A superposição de 25 a 50% emre diferentes estruturas, tornando-se uma das
produz uma boa relação custo / benefício. reconstruções mais utilizadas na prática clínica.
A série reconstruída com espessura fina e
superposição das imagens pode ser processada Shaded Surface Display (SSD)
para a o btenção d e reconstruções multiplanares e
Todos os pixels dentro de uma flixa de densi-
tridimensionais através d e progra mas especializa-
dade determinada pelo usuário são demonstrados
dos em uma estação d e traba lho. As reconstru-
nesta técnica, que cria uma superfície com som-
ções mais conhecidas e utilizada 50 as bidimen-
breamento, gerando um efeito tridimensional
sion ais multi pla nares e as tridimensionais em
(Figura 5.3C). esta técnica os pixels não mantêm
Mlp, SSD e VRT, além da endoscopia virtual . seus valores de densidade, e assim a escala de cinza
destas imagens não tem correspondência com os
Multiplanar reformatation (MPR) valores d e atenuação das estruturas. Este tipo de
Nesta técnica as imagens axiais são empilha- reconstrução raramente é utilizado atualmente,
das, possibilitando a reconstrução de imagens en1. sendo substituída pelo VRT.
A
Figura 5.2
Reconstruções multi planares com resolução isotrópica do tórax. (A) Janela para parênquima. (B) Janela para
mediastino.
Aparelho Respiratório
Figura 5.3
(A) Reconstrução
sagital com
resolução isotrópica.
(8) Reconstrução 3D
em MIP mantendo
as informações de
densidade e
demonstrando as
placas calcificadas e
a coluna de
contraste em tons
diferentes na escala
de cinza, o que não
ocorre no SSD (e).
Apesar disso, o MIP
não mostra noção
de profundidade
(distribuição
espacial) .
(D) A VRT, além de
ter o efeito 3D do
A B SSD, preserva as
informações de
densidad e.
c o
Avaliação das Lesões Vascu lares Pulmonares por Tomografia Computadorizada Helicoidal
Figura 5.4
(A) Reconstrução tridimensional em
VRT do coração adquirida com
sincronização com o ECG. Observem
a ausência de artefatos gerados
pelos batimentos cardíacos .
(8) Visão endocárdica dos óstios das
veias pulmonares e auriculeta
esquerdas através da angioscopia
virtual. (C) Broncoscopia virtual
mostrando a carina traqueal.
B
Aparelho Respiratório
Intralobar Extralobar
Figura 5.5
Seqüestro intralobar. Reconstruções multiplanares
com janela de mediastino (A) e parênquima (8),
mostrando opacidade com margens irregulares no
lobo inferior do pulmão esquerdo, com áreas de
baixa atenuação e estruturas vasculares de permeio .
(C) Artéria anômala originando do terço distai da
aorta descendente e drenagem venosa sendo
efetuada pela veia pulmonar inferior esquerda .
Aparelho Respiratório
Figura 5.6
Seqüestro intralobar na base do pulmão esquerdo.
(A) MPR coronal com janela para mediastino
demonstrando a elevação da cúpula frênica
esquerda e redução volumétrica do hemitórax
homolateral. (B) MPR coronal mostrando margens
irregu lares da lesão com parênquima normal
adjacente. (C) Artéria anômala emergindo do tronco
celíaco .
Avaliação das Lesões Vasculares Pulmonares por Tomografia Computadorizada Helicoidal
B
Figura 5.7
Seqüestro intralobar na base do pulmão direito. (A) Observem o trajeto da artéria anômala Junto ao
diafragma e posteriormente à VCI. (8 e C) Reconstruções 3D em VRT mostrando origem da artéria anômala
na aorta abdominal, adjacente ao tronco celíaco.
Im Aparelho Respirató rio
Figura 5.8
Seqüestro broncopulmonar intralobar
apresentando-se como lesão irregular cavitada com
opacidades em vidro fosco e pequenas imagens
císticas de permeio no parênquima pulmonar
adjacente. (A) Mediastino. (B) Parênquima. (C) VRT.
Avalia çã o das Lesões Vasculares Pulmonares por Tomografia Computadorizada Helicoidal
B
Figura 5.9
Seqüestro extralobar. Opacidade relativamente homogênea com densidade de partes moles na base do pulmão
esquerdo, vascularizada por artéria anômala com origem na aorta abdominal. (A) Axial. (8) Coronal MIP.
B
Figura 5.10
Vascularização arterial sistêmica anômala do lobo inferior. (A) Observem a presença de brônquios normais
no parênquima pulmonar que recebe vascularização anômala. (B) Artéria anômala emergindo do terço
médio da aorta torácica descendente, apresentando placas ateromatosas calcificadas.
Aparelho Respiratório
adeq uada. Os ramos segmentares devem ser sua opacificação inadequada (tardia ou precoce).
aco mpanhados individualmente da sua periferia Tecido ou Iinfonodo perivascular pode simular
à região hilar, ou vice-versa. um trombo mural , principalmente nas bifurca-
Apesar do Ótimo desempen ho dos equipa- ções arteriais. Em ta is siruações, as reconstruções
mentos modernos, o radiologista deve estar aten- mulciplanares são Lireis, demonstrando mais cla-
to durante a interpretação das imagens, evitando ramente os limites do vaso e os contornos do
armad ilhas como a hipodensidade no interior do tecido extravascular que são lisos e os do trombo ,
vaso secundária a artefatos de movimento o u à que geralmente são irregulares.
A B
C
Figura 5.11
TEP comprometendo as artérias princi pais e lobares (setas), porém sem alterações parenquimatosas
significativas.
Aparelho Respiratório
B
Figura 5.12
Extensos êmbolos nas artérias pu lmonares principa is, com pouca alteração parenquimatosa.
Avaliação das Lesões Vasculares Pulmonares por Tomografia Computadorizada Helicoidal
Ab
Figura 5.13
(A) Consolidação periférica com convexidade voltada ao hilo (sinal de Hampton). Em B os
trombos nos ramos arteriais em correspondência.
Figura 5.14A a C
Tromboembolismo pulmonar comprometendo
ramos segmentares e subsegmentares, que se
encontram dilatados.
Aparelho Respiratório
Figura 5.15
Embolia pulmonar crônica com trombo parietal laminar na artéria pulmonar direita.
B
Figura 5.16
(A) Reconstrução da artéria pulmonar esquerda dilatada, mostrando trombos parietais. (8) Perfusão em
mosaico .
Avaliação das Lesões Vasculares Pulmonares por Tomografia Computadorizada Helicoidal
Figura 5.17
(A) Linfonodo hilar direito (seta) simulando
trombo e hipodensidade junto à artéria
pulmonar esquerda . (8) MPR confirmando o
linfonodo na bifurcação da artéria pulmonar
direita (seta) e trombo parietal à esquerda
(cabeça de seta). Observem a irregularidade
da lesão em relação à coluna de contraste.
Figura 5.18A e B
Aquisição tardia das imagens. Notem a
ausência de contraste nas artérias pulmonares
enquanto a aorta encontra·se densamente
opacificada, podendo ser causa de
falso-po si tivo .
Im Aparelho Respiratório
A
Figuras 5.19A eB
Reconstruções em VRT mostrando duas pequenas malf ormações arteriovenosas na língula e no segmento
basal posterior do lobo inferior do pulmão esquerdo, em paciente assintomático.
Figura 5.20A e B
Malformação arteriovenosa simples, mostrando uma artéria nutridora e uma veia de drenagem.
Aparelho Respiratório
A B
C
Figura 5.21
(A e B) Pacien te com telangiectasia hereditária
hemorrágica (síndrome de Rendu-Osler-Weber), D
apresentando múltiplas fístulas arteriovenosas
complexas em ambos os pulmões . (C) Reconstrução
coronal em MIP. (D) Aspecto pós-embolização das
lesões.
Avaliaçã o das Lesões Vasculares Pulmonares por Tomografia Computadoriza da Helicoida l
Brônquio lobular
superior direito
Hilo Hilo
pulmonar Artérias pulmona res pulmonar
direito esquerdo
Artérias bronquiais
Brônquios
Veias pulmonares
superiores
Níveis
II
111
______~~~~~------------~~~~-------- Vl
Figura 1.28
Tronco broquiocefálico Artéria carótida
comum esquerda
Vela
/ Posterior
braquiocefálica
esquerda
Vela
braquiocefálica
direita
Aorta (croçal
11
111
IV
V
VI
VII
VIII
IX
Figura 1.46
Figura 3 .44
Artéria pulmonar
esquerda
.J
Figura 5.4A
Figura 7.27
Figura 7.37 Figura 7 .49
Figura 9.22A
ti · ,
,.
~
..'.. . ".
ISo" •
~
Figura 11.30C
Aspectos Tomourálicos
do Trauma Torácico
Alessandro Severo AlVes de Melo ·
INTRODUÇÃO
o trauma é definido, segundo o Comitê de Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões, como
lesão caracterizada por alterações estruturais ou desequilíbrio fisiológico, decorrente de exposição agu-
da a várias formas de energia: mecânica, térmica, elétrica, química ou radioativa.
O trauma é uma das principais causas de morre e invalidez no mundo atual, em especial na popu-
lação mais jovem, e a lesão torácica representa um agravante importante na evolução dos pacientes
com trauma multissistêmico, chegando a determinar 20% das mortes de origem traumática. O trau-
ma é a quinta causa de morte nos Estados Unidos da América, sendo o trauma de tórax responsável
por uma entre 4 mortes. A taxa de morte por trauma torácico isolado é de 2 a 12%; já em pacientes
com politrauma e lesão torácica, a mortalidade aumenta para 35%. Na população pediátrica, o trau-
ma torácico representa a segunda causa de morte por trauma. Há franco predomínio do trauma em
pessoas jovens, do sexo masculino.
O trauma multissistêmico é característico dos acidentes automobilísticos, que represemam a
principal causa de morte acidemal (48%) segundo Groskin, que observou que as vítimas destes aci-
dentes cursam com lesões de extremidades em 34%, lesões cranianas em 32%, torácicas em 25% e
abdomin ais em 15%. McGonigal e cols. encontraram associação do trauma de tórax com traumatis-
mo crânio-encefálico (TCE) em 43%, com trauma abdominal em 33% e com trauma de extremida-
des e de bacia em 59%.
As lesões torácicas são tradicionalmente divididas em trauma fechado e aberto ou penetrante. No
trauma torácico fechado a imegridade da caixa torácica mantém-se imacta, sem haver solução de con-
tinuidade na área do impacto, nem oríficio cutâneo; já o trauma penetrame decorre da perda de sua
integridade, com conseqüeme comunicação emre o meio externo e o conteúdo torácico.
O trauma torácico fechado é muito mais comum que o trauma penetrante, sendo responsável por
cerca de 90% das lesões torácicas que ocorrem no mundo civilizado, segundo Groskin.
A tomografia computadorizada (TC), especialmeme a TC helicoidal, apresenta maior sensibili-
dade e especificidade que as radiografias de tórax na detecção e avaliação da extensão das lesões trau-
máticas do parênquima pulmonar, do espaço pleural, do mediastino e do diafragma.
O trauma pode induzir variadas lesões nos órgãos imratorácicos. A TC detecta estas alterações,
sendo possível um grande conjunto de achados. As contusões pulmonares constiruem as lesões paren-
quimatosas mais comuns, seguidas por atelectasias, lacerações e hematomas. No espaço pleural predo-
mina o hemotórax, vindo a seguir o pneumotórax. Outras lesões possíveis são a lesão da aorta, o
hematoma mediastinal, a lesão do diafragma, o pneumomediastino, o enfisema de panes moles e o
hemopericárdio. O diagnóstico precoce de algumas destas lesões pode ser fundamemal para a sobrevi-
da do pacieme.
Aparelho Respiratório
Figura 6.2
Área de contusáo pulmonar
caracterizada por consolidação com
broncograma aéreo no lobo superior
direito.
Figura 6.3
Extensas áreas de consolidação com
atenuação em vidro fosco marginal no
lobo superior direito, compatíveis com
contusão pulmonar. Observam-se ainda
pequeno pneumotórax bilateral,
pneumomediastino e derrame pleural à
direita.
Apa relho Respiratório
Figura 6.4
Focos de atenuação em vidro fosco no lobo superior
esquerdo, com área de consolidação em seu interior.
Volumoso pneumotórax direito, pneumomediastino
e enfisema de partes moles neste hemitórax.
Figura 6.5
parenquimatosa e seu desaparecimento rápido
Áreas de atelectasias compressivas nos lobos
característicos das contusões pulmonares. O sinal inferiores, determinadas por derrame pleural bilateral.
do broncograma aéreo pode nao ser identificado
pelo preenchimento por sangue das pequenas vias
ra de alvéolos distais com sübito aumento da
aéreas. As contusões podem aumentar de tamanho
pressão intraluminal, resultante de fechamento
e tornar-se mais visíveis em até 48 horas depois do
da glote ou de compressão brônquica; e de co m-
trauma. Em geral, após este período comeÇcllTI a
pressão e impacto do tecido pulmonar adjacente
reabsorver, desaparecendo em 10 a 14 dias. A pro-
aos corpos vertebrais e costelas.
gressao da contusão após este período ou demora
A Te é muito mais sensível do que o RX na
para absorver indicam erro do diagnóstico inicial
detecção da laceração pulmonar. As lacerações
ou superposição de outra entidade, como pneu-
pulmonares, ao contrário das contusóes pulmo-
monia, atclcctasia, aspiração ou SARA.
nares, tendem a se resolver de forma bem mais
As atc/cctasias representam redução volumé-
lenta, entre 3 a 5 sem anas, e representam as lesões
trica secun dá ria do pulmão ou de parte dele, sen-
do caracterizadas po r opacidades em faixa (ate-
lectas ias subsegmentares), e condensações em
po rções posteri ores dos pulmões, geralmente
associadas a hemo tórax, que determina compres-
são do tecido pulmon ar adjacente (Figura 6.5).
As lacerações pulmo nares representam
lesões parenquimatosas associadas à ruptura das
pa redes alveolares, sendo, geralmente, circunda-
das po r áreas de hemorragia alveolar e caracteri-
zadas pela presença de ar no interior da lesão
(Figura 6.6). Mültiplos mecanismos têm sido
implicados na patogênese das lacerações pulmo-
na res, ta is co mo: o nda mecânica atravessando os
tecidos p ulmonares co m inércia distinta; lacera-
Figuras 6.6
ção direta por fragmen tos costais; movi mento
Observa-se laceração pulmonar, envolta por
violen to do tórax levando à laceração pulmonar
consolidação e área de atenuação em vidro fosco no
nos sítios de aderência pleuropulmonar, e ruptll- lobo inferior direito.
Aspectos Tomográficos do Trauma Torácico
básicas para a formação de hematoma e de cisto torácico, por fratura costal com laceração da pleu-
pulmonar pós-rraumático. ra adjacente, ou após ruptura de espaço alveolar,
As lacerações podem ocasionalmente com- com passagem do ar pela bainha vascular e septos
plicar com a formação de pneumatocele, que interlobulares até o hi lo, resultando em pneumo-
pode evoluir para um abscesso, ou através da for- mediastino, ou para a periferia, gerando o pneu-
mação de fístula pleural. motórax.
Os hematomas pulmonares são lesões A pressão interna do pneu mo tórax pode
parenquimatosas constituídas por cavidades neo- subir acima da pressão atmosférica, não permi-
formadas preenchidas toral ou parcialmente por tindo que o ar saia, podendo então gerar efeitos
sa ngue, que se caracterizam na TC por opacida- hemodinâmicos significativos associados ao pneu-
des com densidade de partes moles, representan- motórax hipertensivo, complicação geralmente
do cavidades repletas de sangue ou com ar e diagnosticada clinicamente.
líquido em seu interior, configurando nívellíqui- Os sinais e sintomas são inespecíficos,
do (Figura 6.7). Os hematomas pulmonares são podendo haver pacientes assintomáricos, mode-
resultantes das lacerações pulmonares. radamente dispnéicos, ou até com choque e hi-
poxemia, dependendo da extensão do pneu mo-
Lesões pleurais róra;<.
O espaço pleural é a área entre a pleura parie- O pneumotórax clinicamente insuspeitado
ral (na superfície interna da parede torácica e do pode ganhar grande proporção, tornando-se até
mediasrino) e a pleura visceral (sobre a superfície hipertensivo, em especial nos pacientes com
do pulmão) . Normalmente contém somente TCE e escala de Glasgow menor que 8, já que
uma pequena quantidade de líquido, que permi- nestes casos pode ser necessária a ventilação
te o deslizamenro suave dos folhetos pleurais. mecânica com pressão positiva ou ventilação
A parede torácica e o pulmão são estruturas assistida per-operatória. Conseqüentemente, é
elásticas, com o pulmão rendendo a encolher e a de fundamental importância a detecção de
parede a expandir, gerando uma pressão negariva pequenos pneumotóraces.
(subanTIosférica) no espaço pleural. Se o espaço A frarura costal está associada a pneumotórax
pleural é aberto à atmosfera, sua pressão negativa em cerca de 25% dos casos, constituindo a lacera-
suga o ar, gerando pneumorórax, que determina ção pleural por fragmentos costais a sua causa. Na
colapso pulmonar. Tal evento pode ocorrer por ausência de fratura associada, o mecanismo des-
uma série de fatores, por exemplo, no trauma crito pelos autores é lesão pulmonar com lacera-
Figura 6.7
Áreas de contusão pulmonar,
manifestas sob a forma de focos de
atenuação em vidro fosco e
consolidações presentes na língula e
lobo inferior esquerdo, observando-se
também opacidade com nível líquido
junto à cissura oblíqua, sugestiva de
hematoma .
Aparelho Respiratório
ção e subseqüente enfisema intersticial, podendo não se estende através de uma linha coronal me-
resultar em pneull1omediastino e enfisema subcu- diana que divide o tórax em anterior e posterior; e
tâneo, sendo que este esteve preseme associado a o pneumotórax ântero-lateral, que se caracteriza
pneumotórax em 3 casos (cerca de 20%) . por coleção aérea maior que lcm de espessura e
O pneumotórax cOITesponde à coleção aérea que ultrapassa a referida linha coronal mediana.
no interior do espaço pleural e na Te é classifica- O derrame pleural pós-rraumático geral-
do em minúsculo, anterior ou moderado e ânte- mente representa hemo tórax, podendo mais
ro-Iateral (Figuras 6.8, 6.9, 6.10 e 6.11). O pneu- raramente ser composto por transudato, exsuda-
motórax minúsculo corresponde à coleção de ar to, quilo, ou uma mistura destes fluidos . O
no espaço pleural de até 1cm de espessura, e pre- hemotórax isolado resulta de lesão pleural, con-
sente em mais de 4 imagens contíguas; o pneumo- tusão ou laceração pulmonar. Pequenas quanti-
tórax anterior representa coleção de ar maior que dades de sangue no espaço pleural tipICamente
lcm de espessura, localizada anteriormente, que acompanham o pneumotórax.
Figura 6.8A e B
Vo lumoso hemotórax esquerdo
caracterizado por líquido pleural
hiperdenso e heterogêneo,
chegando a medir 80UH nas áreas
mais densas (seta). Em A, nota-se
ainda fratura de arco costal
esquerdo.
Aspectos Tomográficos do Trauma Torácico
Pneumotórax mínimo bilateral, nos ápices, com Pneumotórax anterior bilateral. Enfisema das partes
pequena contusão pulmonar no lobo superior moles anteriores do tórax e pneumomediastino.
esquerdo.
Figura 6.11
Volumoso pneumotórax ântero-Iateral
direito, com áreas de consolidação em
ambos os pulmões (contusões
parenquimatosas) e laceração
pulmonar à esquerda. Enfisema de
partes moles no hemitórax direito.
H emotórax volumoso oriundo de lesão arte- C1CO, manifesto na TC por densidade baixa a
ri al, como de artérias intercostal, subclávia ou negativa.
mamária, resulta em efeito de massa sobre o me- O hemotórax determinado por hemorragia
diastino e pulmão adjacentes. Quando o hemo- pulmonar é geralmente discreto e autolimitado.
tórax é de rápida evolução , provavelmente decor- A baixa perfusão e alto teor de tromboplastina do
re de lesão de vasos de alta pressão, como os da pulmão favorecem a hemostase, tanto quanto o
parede torácica, diafragma ou mediastino. A la- efeito tampão da atelectasia.
ceração de vasos intercostais, artérias mamárias A densidade do líquido contido no espaço
internas, aorta e outroS grandes vasos pode resul- pleural observado na TC pode sugerir que tipo
tar em hemo tórax maciço e choque. de m aterial está presente. A densidade tomográ-
O s transudatos podem ocorrer com atelec- fica pode evidenciar derrame seroso, com atenua-
tasia ag uda ou h idratação excessiva. O s exs uda- ção que oscila entre O e 20 unidades Hounsfield
tos d eco rrem, em geral, de infecção do espaço (U H ), ou hemotórax, cuj a densidade varia de 35
pleural. Derrames quilosos podem resultar de a 80UH, dependendo do grau de formação do
trauma penetrante com ruptura do dueto torá- coágulo (Figura 6.12).
Aparelho Respiratório
Figura 6.12
Pneumotórax anterior esquerdo. com
pequena contusão pulmonar deste
lado.
de contraste iodado não-iônico é usado em fun- Te pode definir melhor como contusão pulmo-
ção do menor índice de reações alérgicas, idios- nar paramediastinal, atelectasia, hemotórax, aorta
sincrásicas, de lesão renal e de náuseas e vôm itos, tortuosa e lipomatose mediastinal.
sendo que estes últimos ainda poderiam resultar A Te permite graduar as lesões aórticas, de
em aspiração. acordo com sua gravidade e dimensões, podendo
Demetriades e cols. valorizam a Te também detectar lesões pequenas, caracterizadas por irre-
porque ela permite, no grupo em que o alarga- gularidade parietal de cerca de 1cm de compri-
memo mediastinal foi detectado nas radiografias, mento, consideradas de grau 2 (Figuras 6.13 e
afastar a possibilidade de fraturas da coluna dorsal, 6.14). Lesões maiores, como dissecções e pseu-
pois elas podem determinar alargamemo do do-aneurismas (dilatações comidas pela adventí-
mediastino, o que, neste estudo, foi observado em cia do vaso), são mais facilmente observadas e
2 1,4% dos 42 paciemes. Wong e cols. referem constituem as lesões de grau 3. As lesões de grau
outras possibilidades de diagnóstico diferencial de 4 se manifestam pela ruptura aórrica através de
alargamemo mediastinal detectável ao RX., que a aneurismas com extra vaza menta evidente do
Figura 6.13A e B
Em A, irregularidade parieta l no arco da
aorta (seta), associada a hemorrag ia
mediastinal e hemotórax bilateral. Em B, a
lesão aórtica é visibilizada em reconstrução
no plano sagital.
Aparelho Respiratório
Figura 6.14
Pequeno entalhe na aorta torácica
descendente (seta), com hemorragia
mediastinal e hemotórax bilateral,
determinado por acidente
automobilístico.
meio de coneraste (Figura G.15). A lesão grau 1 é cada por Vesalius em 1557, citado por Groskin e
caracterizada por anormalidade mediastinal , por Ledbetter e cols., constituindo, nos dias atuais,
como o hemaroma, sem haver lesão aórrica achado em aproximadamente 3% dos casos de
detectada pelo método. trauma torácico. A TC helicoidal tem sido usada
A ruptura ou laceração da aorta roráeiea é cada vez mais na tentativa de estabelecer este diag-
um dos mais dramáticos e temidos resultados do nóstico nos pacientes vítimas de trauma torácico.
trauma de tórax, tendo sido inicialmente repor- As lesões da aorta ocorrem em cerca de 90% dos
casos no seu istmo, distaI à origem da artéria sub-
clávia esquerda, representando o ponto de máxi-
mo estresse mecâ nico. Apenas 5% das lesões aór-
ticas acometem a porção descendente da aorra,
enquanto o segmento ascendente da aona res-
ponde por 20 a 25% das lesões, diagnosticadas
por necrópsia. As lesões da aorta resultam em
80% dos óbitos por trauma de tórax , em função
de sua associação com contusão miocárdica, rup- .
tura de valva aórtica, laceração de artéria coron á-
ria e hemopericárdio. Cerca de 70% dos pacien-
tes com trauma de aorta morrem no local do aci-
dente, e 80 a 90% antes de chegar ao hosp ital. A
importância crucial do seu diagnóstico precoce
Figura 6.15
está na necessidade de estabelecer conduta tera-
Volumoso aneurisma .roto na face interna do arco
aórtico (seta), associado a grande hemorragia
pêutica adequada, seja através de cirurgia, sep
mediastinal e hemotórax. com eratamento clínico específico.
Aspectos Tomográficos do Trauma Torácico
de trauma fech ado , d iagnosticados cirurgica- e cols. e Groskin (Figuras 6.18 e 6. 19) . O desloca-
mente, observaram que o RX foi diagnosticado mento de cateter nasogástrico para o espaço pleu-
em 20 (46%) dos 44 pacientes portadores de ral também é considerado sinal importante por
lesão da hemicúpula frênica esquerda, e em 1 estes autores, bem como a elevação do fígado .
paciente (17%) co m lesão da hemicúpula frênica Killen e cols., em estudo de 41 pacientes sus-
direita. Esta dificuldade é atribuída à herniação peitos de lesão frênica após trauma torácico fe-
apenas do fígado nestes casos. chado, avaliados por Te helicoidal com recons-
A presença de víscera oca dentro do tórax é o truções coronais e sagitais, constatara m sensib ili-
sinal mais fidedigno da lesão da hemicúpula dade de 78% e especificidade de lOO% para le-
esquerda, sendo estômago e cólon as vísceras que sões da hemicúpula esquerda e sensibi lidade de
mais freqüentemente herniam , segundo Gelman 50% e especificidade de lOO% nas lesões da
B
Figura 6.18A e B
Lesão traumática da hemicúpula diafragmát ica esquerda com herniação gástrica e pequ eno hemotórax em
correspondência. Em B, a hérnia traumática é observada em reconstrução no plano carona I.
B
Figura 6 .19
Ruptura traumática da hemicúpula diafragmát ica esquerda com hérnia int ratorácica do estômago, cólon e
baço.
Aparelho Respiratório
B
Figura 6.20A e B
Em A, lesão traumática da hemicúpula diafragmática esquerda, com herniação gástrica. Em B, reconstrução
no plano coronal , nota-se o sinal do colar, que corresponde à constricção focal de segmento do tubo
digestivo ou do omento através do oríficio diafragmático.
hemicúpula direita, representando este método em níveis percentuais que variam de 0,7 a 3%,
um significativo avanço na capacidade diagnósti- sendo as lesões traqueais ainda mais raras . Geral-
ca da TC, em função de sua capacidade de reali- mente as lesões traqueobrônquicas decorrem de
zar reconstruções multiplanares de alta qualida- acidente automobilístico e acometem, em espe-
de, com rápida aquisição. cial, indivíduos jovens e do sexo masculino.
O sinal do colar representa o aspecto de ima- Ambos os brônquios podem ser lesados com fre-
gem mais freqüente da lesão frê nica esquerda, qüência semelhante, sendo mais comum lesão
com especificidade de 100%. Este sinal é resul- brônquica nos 2,5cm proximais da carina.
tante da constricção focal de segmento do tubo Os mecanismos de ruptura traqueobrônqui-
digestivo ou do omento através do oríficio dia- ca, embora ainda controversos, estão provavel-
fragmático gerado pelo trauma (Figura 6.20). mente associados à compressão direta da árvore
No trabalho de Killen e cols., o sinal do colar traqueobrônquica entre o esterno e a coluna ver-
representou o aspecto tomográfico mais freqüen- tebral, com desaceleração súbita do parênquima
te da lesão diafragmática direita, presente em 3 pulmonar, determinando avulsão pulmonar ou
casos, com sensibilidade de 16,7% apenas nas aumento súbito da pressão intratorácica, através
imagens axiais e 50% quando associado às de exp iração forçada contra a glote fechada.
reconstruções. A especificidade deste sinal foi de O diagnóstico destas lesões, considerado
100%. difícil, geralmente é feito tardiamente (60 a 70%
Killen e cols. afirmam também que a Te, das vezes), sendo freqüentemente realizado ape-
por permitir um diagnóstico rápido e eficiente da nas quando surgem complicações, resultantes do
lesão diafragmática, possibilita tratamento pre- processo de cicatrização com estenose ou da
coce, evitando a necessidade de reparo tardio ocorrência de pneumotórax não responsivo à
que, pela presença de tecido fibroso , pode se tor- drenagem de tórax.
nar mais difícil.
Unger e cols., em estudo com 9 casos de vÍti-
mas de trauma torácico fechado por acidente
Lesões de outros compartimentos automobilístico, com lesões rraqueobrônquicas
A ruptura brônquica constitui complicação confirmadas pela broncoscopia, demonstraram
relativamente rara do trauma de tórax , observada enfisema de partes moles e pneumomediastino
Aspectos Tomográficos do Tra u ma Torá cico
INTRODUÇÃO
Micoses são infecções causadas por fungos com amplo espectro de apresenração clínica, variando
desde infecção superficial, que habitualmenre causa algum desconforto aos pacienres, até situações
graves, disseminadas, de significativa mortalidade, quando não diagnosticadas precocemenre e trata-
das de manei ra co rreta. Nos últimos anos vem sendo dada grande importância às micoses pulmonares
devido ao aumento do número de casos decorrentes não só do aprimoramento das técnicas diagnósti-
cas mas principalmente do aumento das popu lações susceríveis expostas aos fungos potencialmente
patogênicos. Serão abordadas, neste capítulo, as principais manifestações radiográficas e tomográficas
das micoses sistêmicas representadas pela paracoccidioidomicose, histoplasmose, coccidioidomicose e
criptococose. Faremos ai nda referência às micoses oportunistas causadas pelos fungos Aspergiflus e
Candida.
PARACOCCIDIOIDOMICOSE
No Brasil, a paracoccidioidomicose é a micose pulmonar de maior interesse, não só pela freqüên-
cia, mas também pela gravidade. A enfermidade incide preferencialmente em homens brancos, numa
proporção de 13: 1 em relação às mulheres. A maioria dos casos ocorre na faixa etária entre 20 e 50
anos de idade, sobretudo naqueles indivíduos que vivem em zona rural e que trabalham na lavoura,
expostos ao solo contaminado.
A paracoccidioidomicose é adquirida pela inalação dos conídios infectantes produzidos na rase
saprofitária do Paracocidioides brasifiensis que se apresenta em parasitismo como levedura de paredes
birrefringentes (Figura 7.1).
Atualmente a tendência é focalizar a paracoccidioidom icose sob duas formas clínicas básicas:
regressiva (primária) e progressiva (secundária) . A forma regressiva resulta de um primeiro contato
com o fungo em hospedeiros imunocompetentes, apresenta tendência à cura espontânea e é de evolu-
ção subclínica, às vezes assintomática. A forma progressiva atinge indivíduos com alguma deficiência
da imunidade e seria resultante, no adulto, de reativação da lesão primária quiescente, constituindo a
forma clássica e mais comum da doença, atingindo, além dos pulmões, as mucosas da boca e das vias
aéreas e digestivas superiores, linfonodos e de quaisquer outros sítios orgânicos, notadamente os ossos,
sistema nervoso central e glândulas supra-renais (Figuras 7.2 a 7.5 e 7.6 A e B).
Aparelho Respiratório
Figura 7.5
Paracoccidioidomicose. TC de crânio demonstrando
lesão nodular apresentando intensa impregnação do
meio de contraste localizada no lobo parietal direito .
Figura 7.6
Paracoccidioidomicose. TC do andar
superior do abdome observando-se, em
A, glândula supra-renal esquerda
aumentada de volume (seta). Em B
nota-se glândulas supra-renais
calcificadas (seta) determinando
síndrome de Addison em paciente com
Paracoccidioidomicose.
Aparelho Respiratório
Figura 7 .13
Paracoccidioidomicose. Te do tórax
demonstra infiltração intersticial
difusa caracterizada por espessamento
do feixe broncovascular (seta) além de
opacidades parenquimatosas
confluentes e áreas de enfisema
•
parasseptal .
Figura 7 .14
Paracoccidioidomicose. TC do tórax
demonstra imagens cavitárias de
paredes irregulares em razão do
intenso processo de fibrose .
Figura 7.15
Paracoccidioidomicose. TC do tórax
revela opacidades nodulares e
imagens cavitárias de paredes
irregulares além de acentuada
distorção da arquitetura pulmonar
relacionada à intensa fibrose .
Micoses Pulmonares
Figura 7.16A e B
Paracoccid ioidomicose. Te do tórax
demonstra nódulos escavados,
difusa mente distribuídos, alguns
localizados próximo à extremidade
de vasos sugerindo disseminação
hemática da doença.
Figura 7 .18A e B
Histoplasmose. Te do tórax revela
complexo primário da doença
caracterizada pelo pólo
parenquimatoso, em A e linfonodal
em B.
A
Micoses Pulmonares
Im
Figura 7.21
Histoplasmose aguda. Te do tórax
demonstra infiltração micronodular
difusa.
Aparelho Respiratório
Figura 7 .22A e B
Histoplasmose. Forma nodular. TC
do tórax, em A, revela nódulos de
tamanhos variados. Em B,
observa-se calcificação típica "em
alvo" .
Figura 7.23
Histoplasmose. Fibrose mediastínica. TC registrada
em janela mediastinal demonstra massa amorfa
envolvendo vasos (setas).
Micoses Pulmonares
A B
Figura 7.24A e B
Histoplasmose. Fibrose mediastínica. Te registrada em janela mediasti nal demonstra, em A, massa
linfonodal parcialmente calcificada determinando acentuada compressão da art éria pulmonar direita (seta)
Em B, reconstrução coronal em MIP revela acentuado estreitamento do brô nquio intermediário (seta).
A forma pulmonar crônica ap resenta meca- festações cl íni cas, as lesões radiológicas e a evo lu-
nismo patogênico d iverso, resultando da coloni- çao sao praticamente indistinguíveis da tubercu-
zaçao de áreas pulmonares estrurural mente defei- lose pulmonar de reinfecçao do adulto. Caracre-
tuosas, como enfisema centrolobu lar e bolhoso, riza-se por cavidades de paredes finas, preenchi-
assumindo neste contexto um caráter oportunis- das por líq uido, semelhantes ao abscesso de pul-
ta; porém, cumpre ass in alar, a micose permanece mao (F iguras 7.25A e B e 7.26A e B).
circunscrita aos pulmões. Nesra forma as mani-
Figura 7 .25A e B
Figura 7 .26A e B
Histoplasmose pulmonar crônica.
Em A, Te demonstra opacidade
parenquimatosa de permeio a
alterações fibróti cas e áreas de
enfisema . Em B observa-se cavidade
com nível líquido localizada no lobo
médio.
B
Micoses Pulmonares
COCCIDIOIDOMICOSE
A coccidioidomicose é doença exclusiva do ou mültiplos nódulos com áreas de coalescência
continente americano. Seu agente é o fungo predominanJo nas bases (F igura 7.2R); em
dimórhco Coccidioides immitis (Figura 7.27) alguns casos, pode-se observar a presença de cavi-
encontrado predominanremenre em regiões de- tação cenrral dos nódulos, o que é mais bem
sérticas e semi-áridas. A doença é observada sob caracterizado pela tomografia computadorizada,
forma de casos isolados ou em surtoS em indiví- que também pode detectar linfonodomegal ia
duos que perturbam microfocos ambientais do mediastinal e hilar em grande número dos casos
fungo, geralmente relacionados a tocas de ani- (Figuras 7.29 e 7.30A e B e Figura 7.31). A for-
mais ou sítios arqueológicos. Cabe ressaltar a in- ma pulmonar progressiva evolui a partir da infec-
cidência da doença no Nordeste do Brasil, área ção aguda. Pode apresentar-se como: lesões nodu-
recenremenre descrita como endêmica, notada- lares ou cavitárias, às vezes representando achado
mente o estado do Piauí, em indivíduos que exer- radiológico casual; doença pulmonar hbro-cavi-
cem atividades de caça a tatus. tária; disseminação miliar pulmonar, com mani-
A coccidioidomicose é adqu irida por via ina- festações clínicas e radiológicas inespecíficas.
larória, manifesta ndo-se sob três formas clíniCls Pela evolução crônica, estes quadros constituem
principais: pulmonar aguda, pulmonar progres- importante diagnóstico diferencial com a tuber-
siva (crônica) e disseminada. A fo rma pulmonar cu lose pulmonar. A coccidioido micose dissemi-
aguda é, na maioria das vezes, benigna e autoli- nada pode evoluir a partir da primo-infecção,
mitada, podendo ser assintomática o u manifes- atingindo vários ó rgãos ou sistemas, sendo rapi-
tar-se por quadro pseudogripal. Radiologica- damente fatal quando não diagnosticada e trata-
mente, caracteriza-se por opacidade segmentar da a tempo.
Figura 7.29
Coccid ioidomicose. TC revela múltiplos
nódulos pulmonares .
Figura 7.30A e B
Coccidioidomicose. TC demonstra
aspecto escavado de nódulos
pulmonares.
B
Micoses Pulmonares
Figura 7.31
Coccid ioidomicose . TC registrada em
janela para mediastino evidenci a
lesões perif éricas .
A B
Figura 7.33A e B
Criptococose. Radiografia do tórax, em A, reve la opacidade parenquimatosa na base direita. Em B,
tomografia linear demonstra linfonodomegalias hilares.
Figura 7.34
Criptococose. Radiografia do tórax em PA demonstra
massa na base direita .
Micoses Pulmonares
Figura 7 .35A e B
Figura 7.36
Criptococose. TC do tórax demonstra opacidades
parenquimatosas difusas.
Aparelho Respiratório
Figura 7.38
Aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA) . Radiografia
do tórax em PA demonstra opacidades parenquimatosas
dispersas pelos pulmões.
Figura 7.39A e B
ABPA. Em A, Te demonstra "cacho " de
bronquiectasias centrais (seta). Em B
observam-se bronquiectasias e brônquios
dilatados preenchidos por muco
configurando aspecto de impactação
(seta).
B
Aparelho Respiratório
Figura 7.41A e B
AAE. TC do tórax demonstrando
opacidades em vidro fosco
difusamente distribuídas.
B
Aparelho Respiratório
Figura 7.42A e B
M E. Te do tórax micronódulos
difusamente distriburdos,
notadamente no centro do lóbulo
pulmonar secundário.
B
Micoses Pulmonares
Figura 7 .43A e B
Bolafúngica . Radiografia dotórax em PA demonstra cavidade parcialmente ocupada por massa de fungos
configurando o "Sinal da meia lua".
Aparelho Respiratório
Figura 7.44
Bola fúngica. TC revela espessamento
interno das paredes da cavidade
indi cando início do processo de
colonização fúngica (setas).
Figura 7.45
Bola fúngica. Em A, TC do tórax
demonstra cavidad e parcialmente
preenchida por massa de fungos e
em B observam-se bronquiectasias
cilíndricas e cavidade com bola
fúngica no LSE .
B
Micoses Pulmonares
Figura 7.48A e B
Aspergilose invasiva. Te do tórax
registrada em janela para
parênquima demonstra em (A)
opacidade pulmonar periférica
circundada por brônquios (setas) e
em (B) escavação.
B
Micoses Pulmonares
rm
ASPERGILOSE NECROSANTE formas de candidíase são manifestações oportu-
CRÔNICA nistas, atingindo indivíduos que apresentam algu-
Trata-se de uma forma de aspergilose invasi- ma deficiência no sisrema imun odefensivo do
va de decurso subagudo ou crôn ico, mais co- hospedeiro , seja em nível sistêmico ou localizado.
mum nos pacientes diabéticos ou naqueles sub- A porta de entrada para Candida em geral é
metidos a tratamenw com conicóides por tempo alguma sol ução de co ntinuidade no tcgumcnto
prolongado. estes casos, o fungo igualmeme cutâneo ou mucoso, sobretudo o (raro digestivo.
invade vasos sangüíneos, com infarto que evolui A disseminação se dá, sobretudo, pela via hemá-
para necrose e cavitação. Dentro desta cavidade, rica, sob a forma de elementos em levedo, deter-
cosruma desenvolver-se massa resultante do ma- minando uma reação do tipo piogênico e for-
terial denso seqüestrado, consistindo de restos de mando microabscessos. Os pulmões podem estar
tecido necrosado permeado de hifas fúngicas . envolvidos nestas formas, geralmente nas fases
Radiologicamente, o quadro simula colonização terminais de pacientes graves (Figura 7.49).
intracavitária com formação de bola fúngica; to- As manifestações broncopulmonares da can-
davia, ao contrário da colonização em que a pare- didíase não têm características próprias, o que
de da cavidade não é ultrapassada pelo fungo, na torna difícil, senão impossível, correlacioná-las
as pergilose necrosante crônica as paredes das ca- com a presença do fungo. Do mesmo modo, tor-
vidades apresentam o fungo no seu característico na-se difícil atribuir-lhe manifestações radiológi-
aspecto intravascular. CaS próprias. Todavia, nos casos comprovados, os
aspectos mais comLLmenre descritos são conden-
CANOIOíASE sações homogêneas, segmentares OLl não, e infil-
Doença outrora considerada rara, tem como trados intersticiais difusos. Outros órgãos são fre-
agente espécies do gênero Candida, sendo C a/bi- qüentemente envolvidos numa significativa pro-
cam uni versalmente a mais prevalellte. Todas as porção de casos (Figura 7 .50A e B) .
Figura 7.49
Candidíase disseminada. Corte
histológico do pulmão
evidenciando hifas de Candida
invadindo parênquima.
Aparelho Respiratório
Figura 7.S0A e B
Candidíase disseminada . Em A
figado não fixado demonstrando
microabscessos difu samente
distribuídos. Em B TC do abdom e
demonstra múltipla s imagens
hipodensas difusa mente
distribuídas pelo fígado e baço .
B
Micoses Pulmonares
INTRODUÇÃO
A tuberculose é uma doença infecciosa inflamatória granulomatosa crônica, com necrose de casei-
ficação. É provocada pela bactéria Mycobacterium tubercuLosis (bacilo de Koch) , que lesa os tecidos
res ultando em exsudato alveolar chamado pneumonia tuberculosa.
Nosso estudo a respeito da tuberculose pleuropulmonar será dividido em três subcapítulos: tu-
berculose primária, tuberculose pós-primária e formas diferenciadas.
SINAIS RADIOLÓGICOS
• O achado típico é o do complexo primário: • Caviração
condensação alveolar circun scrita (foco pul- • Tuberculose m iliar, pela disseminação
monar) associada a linfonodomegalia hilar hematogênica com micronódulos intersti-
e/ou mediastinal (foco ga nglionar), formando cia is d ifusos pelo pulmão.
a clássica imagem bipolar. • Broncopnewnonia caseosa, pela disseminação
• Rara mente pode oco rrer: endobrãnquica pós-cavitação de um foco
• Pequeno derrame pleural, em 10% dos casos. parenquimatoso.
• Atelectasia lobar pela compressão brônquica
determinada pela linfonodomegalia, mais
freqüente no lobo médio.
Figura 8.5A e B
(A) Telerradiografia de tórax em PA . Tuberculose
pulmonar primária. Complexo de Ranke.
Calcificações dos focos pulmonares e linfonodal.
(B) Perfil localizado . Ossificação do foco pulmonar
situado no segmento anterior do lobo superior _ ________• B
esquerdo . Notar a ausência da cissura horizontal.
Figura 8.10
Tuberculose pulmonar pós-primária . Te tórax.
Infiltrado de Assmann escavado.
A B
Figura 8.11A e B
Tuberculose pulmonar pós-primária. Telerradiografia de tórax PA e perfil. (A) A extensa lesão
parenquimatosa. (B) Cura com retorno a quase totalidade do parênquima pulmonar.
Figura 8.12
Tuberculose pulmonar pós-primária . TC de tórax.
Múltiplas cavidades de paredes espessas apicais,
bilaterais. Observe os sinais de disseminação
broncogênica (árvore em brotamento).
Tuberculose Pleuropulmonar
Figura 8.13A e B
Tuberculose pulmonar pós-primária . (A) Telerradiografia
de tórax em PA local izada demonstrando os nódulos
acinares. (B) TCAR, notar os nódulos centronodulares,
espessamento de parede brônquica e árvore em
brotamento .
A B
Figura 8.14A e B
Tuberculose pulmonar pós-primária. TCAR. (A) Nódulos centronodulares e acinar. (B) Típicas consolidações
lobulares.
Aparelho Respiratório
Figura 8.15A e B
Tuberculose pulmonar pós-primária . (A) Broncografia .
Notar as bronquiectasias no lóbulo superior esquerdo . (8)
TeAR . Observar as bronquiectasias no segmento posterior
do lobo superior direito.
Figura 8.16
Tuberculose pulmonar pós-primária . Telerradiografia de
tórax em PA. Atelectasia por fibrose do lobo superior
direito.
Tuberculose Pleuropulmonar Em
A B
Figura 8.17 A e B
Tuberculose pulmonar pós-primária. TC de tórax (A) janela para parênquima (8) janela para mediastino.
Bloco fibroso no lobo inferior direito.
B
Figura 8.20
Tuberculose pulmonar pós-primária. Telerradiografia de tórax em PA e perfil. Cura aberta. Exsudato
inflamatório.
Figura 8.21
Tuberculose pulmonar pós-primária. Radiografia
localizada em PA. Cura aberta. Aspergiloma no
interior da cavidade.
Tuberculose Pleuropulmonar
B
Figura 8.22A e B
Tuberculose pulmonar pós-primária. Cura aberta. Telerradiografia de tórax em PA. Notar o aumento do
volume da cavidade progressivo podendo resultar em pneumotórax.
Figura 8.23
Tuberculose pulmonar pós-primária . Telerradiografia
de tórax em PA. Liquefação do cáseo em cura fechada
no lobo superior direito.
Aparelho Respiratório
A B
Figura 8.24A e B
(A) Tomografia linear. Tuberculoma no ápice direito. (B) Tuberculoma no lobo superior esquerdo com
calcificação e lesões satélites.
A B
Figura 8.2SA e B
Telerradiografia de tórax. (A) Identificamos dois tuberculomas. (B) Notar o desaparecimento.
Tuberculose Pleuropulmonar
Figura 8.26
Telerradiografia de tórax em PA. Severo enfisema
cicatricial bilateral.
Apa relho Respi ratório
FORMAS DIFERENCIADAS
Tuberculose hematogência (m iliar) • Micronódulos pouco densos, de 1 a 3mm,
(Figura 8.27 ) diFusos e uniFormemente espal hados nos
pulmões
• Eti oparogenia: resultante da disseminação
hemarogênica do BK no interstício pulmonar. • Parênq uima pulmonar resrante normal o u
patológico
• Radi ologia: • Derrame pleural e pericárdico
• Raios X normal - o tubérculo inicial dimi- • Mi cronódulos calcificados e calcificação
n uto é invisível (2 00~l m) pericárdica
Figura 8.27A e B
(A) Telerradiografia do tórax em PA. Local izada do lobo
inferior direito mostrando tuberculose mi liar. (B) TeAR .
Micronódulos difu sos.
Tuberculose Pleuropulmonar
Figu ra 8. 28A e B
Figura 8.29A e B
(A) Telerradiografia do tórax em PA. Pericardite.
Coração em "Moringa" (8) TC Janela para
mediastino . Calcificação pericárdica extensa .
Pericardite constritiva .
Tuberculose Pleuropulmonar
Derrame pleural (Figuras 8.30 e para detectar possível lesão parenquimarosa asso-
8.31 ) ciada. Quando bilateral. é secundário à dissemi-
No nosso meio é a tuberculose a ausa mais nação hemarogênica. Quando existe penetração
freqüente de derrame pleural. G eralmente unila- da cáseo na cavidade pleural po r disseminação
teral , de volume variável. D evemos usar a inci- direta ou através de uma físwla bronco-plem al
dência em decú bi to lateral com raios horizomais denomina-se empi ema.
Figura 8.30
Telerradiografia do tórax em PA. Derrame pl eural
tuberculoso à esquerda.
B
Figu ra 8 .31 A e B
Empiema pleural esquerdo. (A) Telerradiografia de tórax em PA e (B) Telerradiografia do tórax em PA
localizado do mediastino demonstrando o empiema pericárdico. Mesmo paciente.
Aparelho Respiratório
HISTÓRICO
Para finalizar, faremos uma referência ao tra- • lôracoplastia - ressecção de arcos costais
[amemo da cuberculose pulmonar denominada (Figura 8.32A)
colapsoterapia, destin ada à redução do volume
• Pneumotórax - introdução do ar na cav idade
do pulmão para facilitar a cura das lesões paren-
pleural
quimatosas, que se subdivide em:
• Plumbagem - corpo estranho introduzido na
cavidade pl eural (óleo min eral Oll esferas plás-
ticas) (Figura 8.32B)
A B
Figura 8.32A e B
(A) Telerradiogra fia do tórax em PA . Tora copla stia à esquerda e (8)
Localizada dos ápices torácicos. Toracoplastia direita e bolas de
pingue-pongue no espaço pleural esquerdo .
Tuberculose Pleuropulmonar
nu
LEITURA RECOMENDADA FREITAS. L.O .. NAClE M.S. Tuberculose e outras
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OPOCeA5ma
Léo de Oliveira Freitas
Figura 9.1
Lóbulo pulmonar (seta), Menor
território pulmonar delimitado por
septo de tecido conjuntivo _
Figura 9.2
Septo interlo bular normal.
DPOC e Asma
Figura 9.3A e B
(A) Um dos bronquíolos
terminais penetrando no
interior do lóbulo pulmonar.
(B) Concepção t ridimens iona l
do lóbulo. Bronquíolos
respiratórios ocupando a
porção central do lóbulo
pulmonar enquanto os duetos
e sacos alveolares ocupam as
porções periféricas tocando os
septos interl obulares .
A
Envoltório de tecido conjuntivo imperfeito
do lóbulo pulmonar secundário
Região periférica do
lóbulo pulmonar secundário
Iduetos e sac os alveolares Q
alvéolos,
A
Figura 9.4A e B
(A) Telerradiog rafia em inspiração - capacidade pulmonar tota l. (B) Telerradiografia em expiração - volume
resi dual.
Aparelho Respiratório
Figura 9.5
Enfisema pan lobular. Mecanismo de
obst rução : perda das con exões
bronquíolo-parenquimatosas .
Enfisem a
pan lob ul ar
A B
Figura 9.8A e B
(A) Enfisema panlobular. Lóbulo visto por inteiro. Septos ainda conservados. (B) Enfisema panlobular. Maior
aumento. Notar a importante destruição do parênquima pulmonar.
Figura 9.9
Enfisema panlobular. Lesões difusas,
porém mais extensas nos terços
inferiores.
m Aparelho Respiratório
A B
Figura 9 .1 OA e B
Enfisema panlobular. Espaço retroesternal não se modifica na inspiração (A) e na expiração (B) .
Figura 9.11
Típico enfisema panlobular. Pink Puffer.
DPOC e Asma
A B
Figura 9.12A e B
Enfisema panlobular. (A) Telerradiografia de tórax em PA. Notar a hipertransparência pulmonar difusa e a
oligoemia. (8) Perfil. Hipertransparência difusa e aumento do volume pulmonar. Observar o aumento do
espaço retroesternal e a retificação das hemicúpulas frênicas, um dos mais importantes sinais secundários.
~ Figura 9.13
Tomografia linear. Na metade superior da figura
observamos aumento dos ângulos de bifurcação
das artérias e na metade inferior a compressão dos
vasos por bolhas .
Figura 9.14
Figura 9.15
Bolha. Espaço avascular com mais de
1cm de diâmetro.
Figura 9.16
Classificação das bolhas segundo Reid .
Tipo I, componente pleural na
espessura da pleura visceral; Tipo 11 ,
componente pleural e
parenquimatoso; e Tipo 111 ,
componente intraparenquimatoso .
DPOC e Asma
Em
Figura 9.17
Tomografia linear. Bolha superior - t ipo 11 e
bolha inferior menor - tipo 111.
A B
Figura 9 .18A e B
(A) Bolha t ipo 111 , paredes nâo visíveis. (B) Bolha tipo 111, mesmo caso, paredes visívei s
inferiormente pelo exsudato inflamatório no seu interior.
rm Aparelho Respiratório
Figura 9.19
Enfisema centrolobular. Representa çã o
esquemática.
Figura 9.20
Enfisema centrolobular. Dilatação dos
DA + SA bronqu íolos respiratórios ainda sem
ruptura .
Enfisema
centrolobular
DPOC e Asma
Figura 9.21
Enfisema centrolobular. Macroscopia.
Destruição do centro dos lóbulos na
região dos bronquíolos respiratórios .
Notar a preservação da periferia que se
estende até o septo interlobular.
A B
Figura 9.22A e B
Mecanismo obstrutivo. (A) Aumento do volume das glândulas da parede brônquica. (B) Excesso de muco na
luz. Tais mecanismos de obstrução são também encontrados na bronquite crônica .
Figura 9 .23
Espessamento das paredes brônquicas .
lesões centrolobulares típicas em
associação . O simples achado do
espessamento das paredes brônquicas
sem a destruição parenquimatosa é
típico da bronquite crônica .
Aparelho Respiratório
B
Figura 9.26A e B
Enfisema centrolob ular. (A) Telerradi og rafia de t órax em PA, est ágio inici al. (B) Estág io terminal.
Hipertrans parência predo minante nos terços su periores e marcas aumenta das predom inantes nos terço s
I n fe ri o re ~
DPOC e Asma
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I •
A B
Figura 9.3 1A e B
Hipertensão arterial pulmonar. (A) Telerradiograf ia de tó rax em PA e (B) perfil. Protrusão do arco médio em
paciente enfisematoso .
Parasseptal (Figura 9.32) • O corre em ind ivíduos jovens sem uma etiolo-
• Ruptura das paredes dos sacos alveolares situa- gia defi n ida, sendo uma das causas do pn eu-
dos na periferi a dos lóbulos, por isso também é motórax espomâ neo.
denominado enfisema acinar distal . • Pode acompanhar o enfisema cencrolobular.
A B
Figura 9.32A e B
Enfisema parasseptal. TeAR (A) e (B) . Diminut as áreas de reduçã o da atenu ação do parênquima pulmonar,
junto à pleura visceral.
DPoe e Asma
Figura 9 .34
Enfisema bolhoso. Telerradiografia de tórax em PA.
Figura 9.33 Numerosas formações bolhosas ocupando a quase
tota lidad e do parênquima pulmonar.
Enfisema cicatricial. TeAR . Destru ição
parenquimatosa com distorção da arquitetura
pulmonar. Paracoccid ioidom icose era a doença de
base.
mento normal da árvore brônquica e vascu-
lar. Detectamos hipertransparência unilate-
ral na in sp iração . Na expiração o pulmão
Outras formas náo diminui de volume como normalmen-
• Enfisemas te (F igura 9.36) .
• Enfisema bolhoso maciço - é uma variante • En fise m a lobar co ngên ito - ocorre devido à
de alguma forma de enfisema clássico no hiperexpansáo maciça de um lobo secunda-
qual o aspectO anatOmorradiológico predo- riamente a um tampão mucoso, a uma car-
minante é a presença de in contáveis e volu- tilagem brônquica frágil ou a uma compres-
mosas formações bolhosas (Figura 9 .34). são vascular determinando o deslocamenro
• Enfisema por de/1ciência de alfa-I-anti- do mediastino para o lado oposro. O lobo
tripsi na - neste tipo de enfisema a diminui- superio r esquerdo é o mais freq üentemente
ção desta globulina permite q ue as proteases envolvido (Figuras 9.37 e 9.38).
leucocíticas ataq uem e destruam o parên- • Hiperinsuflação
quima pulmonar, sendo as alrerações muiro • Hiperinsuflaçáo do pulmáo senil - é aq uela
mais acentuadas nas regiões de perfusáo que acompa nha a redução das fibras elásti-
máxima (zo nas basais), gera ndo imagens cas pulmonares ex istindo aumento volu mé-
semelhantes ao do enfisem a panlobular trico dos ácinos sem ruptura das suas pare-
(Figura 9 .35) . des (Figura 9.39).
• Enfisema do pulmão pequeno - Sfndrome • Hiperinsuflação co mpensatória - é aq uele
de Swyer-James-MacLeod. Acomete geral- em que um ou mais lobos pulmonares ou
mente um único pulmáo e é ocasionad o por m esmo um pulmão inteiro aumenta de
bronquiolite obliterativa após infecçáo res- tamanho para compensar a redução volu-
piratória viral, impedindo o desenvo lvi- m étrica de outras regiões dos pulmões. Não
Aparelho Respiratório
A B
Figura 9.35
Enfisema por deficiência de alfa-1-antitripsina . Telerradiografia de tórax em PA e angiografia pulmonar.
Achados idênticos ao en fisema panlobular com importante inversão do padrão vascular {setas}.
Figura 9.40
Hiperinsuflação compensatória . Telerradiografia do
tórax em perfil. Atelectasia do lobo superior e
hiperinsuflação do lobo inferior. Carcinoma
broncogênico.
Aparel ho Respiratório
em broncoespasmo com crises de dificuldade volume reduction surgery for emphysema. Australas
RadioI43:7,1999.
respiratória grave. Aproximadamente 75% dos
DIRKSEN, A.; FRlIS, M.; OLESEN, K.P. Progress of
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de ar, que é acentuada nas imagens expiratórias. FREITAS, L.O., NAC IF, M.s. Enfisema pulmonar e
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períodos intercríticos o raio X é normal. quantirarive CT ind exes of emphysem3 in parienrs
Embora a Te de alta resolução do tórax não evaluated for lung volume reduction su rgery.
seja comumente solicitada, podemos encontrar Radiology 220:448,2001.
mais freqüentemente na TeAR: JABRA, A.A.; FISHl\1AN, E.K.; SHEHATA, B.M.
Localized persistenr pulmonary inrerstirial
• Espessamento da parede brônquica
emphysema: CT f1ndings wirh
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Emphysema in heavy smokers wirh normal chesr
Manifestações Pulmonares daSIDA -
10 Aspectos na Tomografia
Computadorizada de Alta Resolução
Edson Marchiori
Domenico Capone
Rosana Rodrigues
Arlhur Soares Souza Jr.
INTRODUÇÃO
o aparelho respiratório é um dos setores mais afetados pelas infecções e tumores que acometem o
paciente com a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA). São também as manifestações respi-
ratórias, em especial as de natureza infecciosa, as mais freqüentes em termos de morbidade e a maior
causa de mortalidade.
Com o desenvolvimento de novas terapêuticas e a perspectiva de maior sobrevida dos pacientes porta-
dores do vírus da imunodeflciência humana (HIV), aumentou a importância do diagnóstico precoce e
correto das doenças que acometem estes pacientes. O ideal é que se tenha sempre a comprovação diagnós-
tica, com identificação do agente infeccioso ou do tecido tumoral. Muitas vezes, contudo, isto não é possí-
vel, e a correlação dos achados clínicos com alguns padrões radiológicos, por vezes típicos, pode ser de mui-
ta utilidade para oferecer ao paciente oportunidade de tratamento, com elevados íncüces de acerto.
Desta forma, a radiologia pode desempenhar importante papel no auxílio ao diagnóstico, uma
vez que alguns padrões observados são bastante característicos. O conhecimento do quadro anatomo-
parológico da doença e sua esrreita correlação com os achados radiológicos, especialmente aqueles
observados na tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR), se torna de extrema utilidade
para que o radiologista possa, com maior segurança, fazer este diagnóstico.
PNEUMOCISTOSE
A pneumonia por Pneumocystis carinií (PPC) é a infecção pulmonar mais comum no paciente
com SIDA. O quadro clínico pode variar desde formas arrastadas, insidiosas, com queda do estado
geral, perda de peso, rosse seca e dispnéia, até formas agudas, que podem evoluir rapidamente para
insuficiência respiratória e morte.
O P. carinii é um fungo que acomete os pulmões de pacientes imunocomprometidos, predomi-
nando nas regiões paracardíacas, embora possa se distribuir por todo o parênquima, por vezes de for-
ma irregular. Ele pode evolu ir para infiltrações mais acentuadas, e até para ocupação alveolar difusa,
semelhante à síndrome de angústia respiratória do adulto.
Na avaliação pela TCAR, os achados mais observados são as opacidades em vidro fosco (Figura 10. 1),
as consolidações alveolares, o espessamento de septos inter/obulares, eventualmente dando o quadro de
"pavimentação em mosaico" (Figura 10.2), a reticulação intralobular, as lesões císticas e os nódulos.
O padrão em vidro fosco e as consolidações se devem à presença de ocupação alveolar por exsuda-
to eosinofílico espumoso, constituído basicamente por surfactante, fibrina e restos celulares, com fun-
gos de permeio. O espessamento de septos interlobulares é, em geral, pouco expressivo, exceto nos
casos de pavimentação em mosaico, quando se apresentam espessados por edema e infiltração cel ular.
Os nódulos se devem à formação de granulo mas não caseosos. A reticulação intralobular corresponde
Aparelho Respiratório
A B
Figura 1 0.3A e B
Áreas de aten uação em vidro fosco em am bos os pulmões, com fo rmações císti ca s de permeio
(pneumocistose).
Manifestações Pu lmonares da SIDA - Aspectos na Tomografia Computadorizada de Alta Resolu ção
A B
Figura 1 O.4A e B
Dois p~cientes com casos diferentes . Massas li nf onodais mediastinais, impregnando-se perifericam ente após
a InJeçao de meio de contraste iodado (tuberculose) .
A B
Figura 1 O.5A e B
Dois pacientes com casos diferentes, mostrando, além de outras alterações, lesões pulmonares escavadas
(tuberculose).
Aparelho Respiratório
A B
Figura 1 O.6A eB
TeAR de dois pacientes com casos diferentes, mostrando pequenos nódulos disseminados pelos pulmões,
com distribuição randômica (tuberculose miliar).
A B
Figura 10.7A e B
Dois pacientes com casos diferentes, com nód ulos do espaço aéreo, confluentes (tubercul ose).
ASPERGILOSE INVASIVA
O achado mais característico é a presença de
nódulos, único ou múltiplos, de limites maJ defi-
nidos, circu ndados por haJo de atenuaç.'io em
vidro fosco (Figura 10.9), correspondendo a infar-
tos hemorrágicos. Outros achados freqüentes são
áreas de consolidação esparsas e derrame pleuraJ.
Na co rrelação co m a anaromoparologia ob-
serva-se que o cemro dos nódulos corresponde a
uma área de necrose de coagulação, com hifas do
fungo de permeio, em geral se irradiando do cen-
tro para a periferia. Angioinvasão pode também Figura 10.10
ser detectada. O haJo em vidro fosco correspo n- TeAR evidenciando pequ enos nódulos com
de à hemorragia ocupando os espaços aJveolares distribuição perilinfática, predominando ao longo
das bainhas peribroncovasculares, com área de
perinodulares. confluência à direita (histoplasmose).
Aparelho Respiratório
A B
Figura 10.11A e B
Dois pacientes com casos diferentes. Áreas de consolidação com escavações irregulares de permeio, e vidro
fosco periférico (pneumonia por Rodococcus equi).
dade ao longo dos vasos e da superfície pleural. As cus equi. Pode fazer quadro de pneumonia com
alterações são difusas e freqüentemente associadas necrose e escavações, ou se ap resentar sob forma
a linfonodomegalias hilares e! ou mediastinais. de massa, na maior parte das vezes escavada
Na patologia, se manifestam como granu lo- (Figura 10.11 ).
mas, por vezes mal formados, que, quando cora-
dos pela prata, mostram grande quantidade de PNEUMONIA INTERSTICIAL
fungos no interior. LlNFOcíTICA
A pneumonia intersticial linfocítica (PIL) é
PNEUMONIAS BACTERIANAS uma doença benigna, que faz parte de um espec-
tro de doenças linfoproliferativas dos pulmões. A
Em algu ns estlldos recentes, as infecções
doença está freqüentemente associada a um a
bacterianas, incluindo aq ui as pneumonias bac-
série de alterações sistêmicas, dentre elas a sín-
terianas e as bronquites, têm superado a pneu-
d rome da imunodeficiência adquirida.
mocistose como as mais freqüentes infecções
Antes do surgimento da SIDA, a pneumo-
pulmonares nos pacientes com SIDA.
nia intersticial linfocítica era considerada uma
De uma maneira geral, os pacientes com doença rara, sendo caracterizada pela infiltração
SIDA são mais suscetíveis às pneumonias bacte- pulmonar por linfócitos, plasmóciros e imuno-
rianas do que o restante da população. O s agen- blastos, e relacionada a doenças de caráter
tes etiológicos predominantes são os mesmos da auto-imune, como síndrome de Sjogren, miaste-
população em geral (Streptococcus pneumoniae, nia, lúpus e outras.
Haemophilus influenzae e Staphylococcus aureus). Em crianças imunodeficientes é relativa-
Os padrões radiográficos são semelhantes mente comum, sendo definidora de SIDA quan-
àqueles observados no paciente imunocompe- do encontrada em menores de 13 anos, portado-
tente, sendo mais comum o padrão de consolida- res do HIV Em adultos, é uma manifestação
ção lobar ou segmentar. Outros aspectos obser- pouco freqüente.
vados são o broncopneumônico e formas menos Atenuação em vidro fosco e nódulos centro-
típicas, como as infiltrações intersticiais. Escava- lobulares são os achados mais freqüentes, em
ções também podem ser encontradas. geral bilaterais (Figura 10.12). Embora o proces-
Um agente menos freqüente que tem sido so seja difuso, a PIL tem uma tendência a ser
encontrado em pacientes com SIDA é o Rodococ- mais acentuada no interstício perilinfático, isto é,
Manifesta ções Pulmonares da SIDA - Aspectos na Tomografia Computadorizada de Alta Resoluçã o
A B
Figura 10_12A e B
TCAR mostrando opacidades em vidro fosco e consolidações em ambos os pulmões, predominando nas
metad es inferiores, e poupando relativamente as regiões corticais. Nos campos superiores, menos
comprom et idos, são vistos nódulos mal definidos, centrolobulares, com atenuação em vidro fosco
(pneumonia int erstici allinfocítica) .
A B
Figura 10.14Ae B
Nódulo de limites parcialmente bem definidos na região paraca rdíaca direita , com broncograma aéreo de
permeio (Iinfoma).
Manifestações Pulmonares da SIDA - Aspectos na Tomografia Computadorizada de Alta Resolução
A
Figura 10.15A e B
Massas linfonodais mediastinais e hilares à direita, envolvendo o brônquio-fonte correspondente.
Consolidação no lobo superior direito (Iinfoma).
A B
Figura 10.16A e B
Tomografias demonstrando infi ltração peribroncovascular, áreas de consolidação predominando das regiões
póstero-inferiores e espessamento de septos interlobulares adjacentes à superficie pleural, que se encontra
espessada em algumas regiões, e alguns nódulos centrolobulares no lobo médio (linfoma não-Hodgkin).
Aparelho Respiratório
A B
Figura 10.17Ae B
Espessamento do interstício axial, com nódulos irregulares na periferia dos pulmões. Observar também
aspecto nodular da cissura maior à esquerda (seta) (sarcoma de Kaposi).
pelas células tumorais. Em algumas áreas obser- O achado de derrame pleural na SIDA não é
va-se crescimento com arranjo grosseiramente comum. A pneumonia por Pneumocistis carinii
nodular, com bordas irregulares, nas quais o excepcionalmente cursa com derrame, assim
tumor inflltra os septos alveolares e cresce ao lon- como as infecções por Cytomegalovirus, Cripto-
go do intersrício. coccus neoformans e MAl. As causas mais freqüen-
O encontro de nódulos irregulares, maiores tes são a tuberculose, a pneumonia bacteriana, os
do que aqueles vistos nas doenças granulomato- lin fomas e o sarcoma de Kaposi. Derrame pleural
sas, é importante para o diagnóstico, embora no SK, uni ou bilateral, é achado comum, ocor-
outros processos, como tuberculose, infecções rendo em 30 a 50% dos pacientes. O derrame
fúngicas e até mesmo linfomas, possam cursar rípico é um exsudato serossanguinolenro, com
com o mesmo padrão. No SK, os nódulos têm predom(nio de mononucleares. Freqüentemente
margens mal definidas, tanto nas radiografias ele é sanguinolento, com o exame citológico sen-
como na necrópsia. do negativo na maior parre dos casos. Ocasional-
mente, células francamente malignas não são vis-
tas. O derrame pleural pode ser também quiloso,
com líquido turvo, colesterol normal e triglicerí-
deos elevados.
A história natural dos derrames pleurais por
SK caracteriza-se por rápida deterioração do qua-
dro c1(nico, evoluindo para a morte em semanas
ou meses. Derrames volumosos, progressivos e
recorrentes dominam os últimos dias da maior
parte dos pacientes. Uma forma especial, mais
rara, de derrame pleural observado no SK é o
quilotórax.
Embora nenhum aspecto parognomonlCO
seja observado, o achado de infllrr:ldo intersticial
Figura 10.18
reticular, com áreas de conAuência paracardíacas,
Infiltração do interstício axial, com espessa mento de associado à formação de nódulos irregulares, é
septos interlobulares e nódulos centrolobulares em
topografia anterior. Cissura nodular à direita bastante sugestivo do comprometimento pul-
(sarcoma de Kaposi). monar pela doença.
Aparelho Respiratório
Figura 10.19A e B
LEITURA RECOMENDADA
GUTIERREZ, A.L.T.M.; BODANESE, L. ; BORGES, MA RCHIORl. E. : VALIANTE, P.M .; SALES. A.R.;
J.T.; MARCHIORT, E. Aspectos rOl11ográficos dos CAPONE, O.; MORAES, H.r. Sa rcoma de Kaposi:
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Mediastino
Alair Augusto Sarmet M. D. dos Santos
Marcelo Souto Macil
INTRODUÇÃO
o mediastino é a região do tórax localizada medialmente entre as superfícies pleurais, delimitada
cranialmente pelo intróito torácico e caudal mente pelo diafragma.
Existem muicas controvérsias a respeito das divisões dos compartimentos mediastinais (Quad ro
ll. l) . Alguns autores preferem o método clássico, no qual o m ediastino é dividido em superior e infe-
rior, tomando-se por base uma linha imaginária entre o ângulo esternal (ângulo de Louis) até o quarto
disco intervertebral torácico. O mediastino inferior é subdivido em anterior, médio e posterior, sendo
o mediastino médio delimitado pelo saco pericárdico.
Zylak e FeJson descreveram métodos de divisão do mediastino, considerando-os apenas como
anterior, médio e posterior.
Naidich e colaboradores, por ourro lado, recomendaram que o mediastino fosse dividido de acor-
do com a estrutura predominante na região, usando-se a capacidade densitométrica da tomografia
computadorizada (TC) para distinguir gordura, tecidos com densidade de partes moles, cálcio e água.
H eitzlTI<U1, por sua vez, subdividiu o mediastino em sete regiões anatômicas separadas:
• Intróito torácico: região da transição cervicotorácica até o nível do primeiro arco costal .
• Mediasrino anterior: região que se estende do intróito torácico até o diafragma em frente do cora-
ção, aorta ascendente e veia cava superior.
As demais subdivisões ficam atrás do mediasrino anterior e dependem da relação com as estrutu-
ras anatômicas dos arcos da aorta e veia ázigos. Desta forma existem as áreas:
• Supra-áortica
• Infra-áorrica
• Supra-ázigos
• Infra-ázigos
• Hilos
Nos hilos estão contidos os brônquios principais, vasos sangüíneos, linfonodos e o tecido conjun-
tivo, que se prolonga pelas áreas infra-aórtica e infra-ázigos.
São muiras as vantagens da RM: capacidade Os sintomas das massas mediastinais pod em
multiplanar, permitindo a obtenção de seqüên- estar relacionados à invasão ou obstrução de
cias nos planos transversal, sagital, coro nal e oblí- estruturas vizinhas, como dispnéia, disfagia, ros-
quos com excelente resolução espacial; não utili- se, síndrome da veia cava superior, ro uquidão
zação de radiação ionizante; meio de co ntraste por lesão do nervo laríngeo ou si nromas de com-
(gadolínio) que praticamente não tem reações pressão medular. Menos freqüentememe os pa-
adversas signific.'1tivas, podendo inclusive ser usa- cientes podem ter miastenia gravis ou síndrome
do em pacientes com história de antecedentes de C ushing.
alérgicos ao iodo. Mais recentemente, com a an- As principais massas mediastinais estão lista-
giorressonância maiores informações podem ser das no Quadro 11 .4.
obtidas, especialmente nas massas vasculares ou Cerca de 60% das massas mediastinais são:
que se situam próximo aos grandes vasos. timomas, tumores neurogênicos e cisros benignos.
A ultra-so nografia (US) é de pouca valia nas Em crianças, 80% são tumores neurogêni-
lesões mediastinais, excero naq uelas relaciona- cos, tumores de células germinativas e cisros
das às estruturas anatômicas, como os bócios extra-imestinais (neuroentérico, duplicação do
mergulhantes da tireóide, adenomas nas parati- esôfago etc.).
reóides, lesões vasculares ou que atingem a pare- Em adultos as massas mais freqüentes são os
de rorácica permitindo ass im um a janela acústi- tumores do timo, massas da tireóide e linfomas.
ca para se aval iar a lesão. É úril ainda em crianças No Quadro 11.5 estão listadas as principais
que apresentam opacificação completa de um lesões expansivas que ocorrem nos diversos com-
hemitórax numa rad iografia. A TC e a RM são partimentos mediastinais.
superiores à US, mas ela pode ser de lItil em situa- Quando se pensa em massas do med iasti no
ções específicas como em criança com timo nor- superior, existe uma regra mnemônica interes-
mal simul ando massa mediastinal. Outro recur- sante, que é a "dos cinco T ": Tireó ide, Timoma,
so a ser usado é a ultra-so nografia (o u ecografia) Teratoma, "Terrível" linfoma e "Tenebroso" aneu-
transesofágica, que pode dar informações relaci- rIsma.
onadas às lesões próprias do esôfago, ao coração M uitas elas lesões do mediastino superior se
e peri cá rdio, ou ainda às lesões que rechaçam o estendem ao mediastino anterior. Uma grande
esôfago. dificuldade ocorre nas massas volumosas, pois
A Medicina Nuclear é um método funcional muitas vezes fica difícil determinar, apenas pel o
que também traz informações importantes, especi- RX do tórax, a sua localização correta. Um dado
almente nos C.1S0S de massas mediastinais de teci-
dos ectópicos (p. ex.: tireóide ectópica) ou no estu-
do das massas das paratireóides. Atualmente muita Quadro 11.4 - Massas med iastina is
expectativa vem sendo criada com o PET-SCAN, • Massas da tireóid e
exame que une as informações da Medici na Nu- • Massas da paratireóide
clear com a Te. Para maiores informações reco- • Tumores tímicos
mendamos pesquisa em literatura própria. • Teratoma/germinoma
• Linfonodomegalias
MASSAS MEDIASTINAIS • Cistos (broncogênico, duplicação etc.)
• Tumores neurogênicos
As massas mediastinais em geral são cronica-
• Hematopoiese extramedular
mente assintomáticas. Cerca de 83% das massas
• Tumores mesenqu imais
descobertas incidentalmente são benignas. Ape-
• Herniações diafragmáticas
nas 113 das massas mediastinais são malignas,
• Aneurismas de aorta
com poucos slllromas.
Aparelho Respiratório
_ __ B
Figura 11.1 A, B e C
Bócio mergulhante de tireóide (seta).
Figura 11 .2
Bócio intratorácico com calcificações .
Aparelho Respiratório
B
Figura 11.3A e B
Bócio mergulhante de tireóide. Corte transversal e reconstrução coronal.
Figura 11.4
Timo normal em criança (A). Sinal da vela do barco (8).
Mediastino
(os, muiras vezes com o desenvolvimento de qua- esférica ou lobulad a, unilateral ou mediana, com
dro clínico de Miastenia gravis (Figura 11.5A e B). densidade maior ou igual ao do mLIsculo. Algu-
O timoma ocorre em pacientes com mais de mas lesões podem ser circu ndadas por gordura e
30 anos e com grande freqüência em associação conter calcificação (Figuras 11.6A e B e 11.7A,
com Miastenia gravis. Manifesta-se como massa B, C e O).
A B
Figura 11.5
Hiperplasia tímica. Dois casos diferentes .
A B
Figura 11.6 A e B
Raio X do tórax de um timoma, que na incidência em PA aparece como um alargamento do
mediastino à esquerda e no perfil evidencia -se a ocupação do espaço retroesternal pela
massa com densidade de partes moles .
Aparelho Respiratório
A B
C D
Figura 11.7A a D
Quatro casos diferentes de timomas, evidenciados na incidência em perfil nos 3 primeiros (A, B e
C) e em tomografia linear (D), desde um pequeno nódulo com densidade de partes moles até
uma grande massa.
Mediastino
Cerca de 30% dos timomas são malignos. o timoma não-invasivo tem contornos li-
São descritos 3 tipos histológicos: epitelial, linfo- sos, bem definidos, e a gord ura circunjacente está
círico ou misro. Em relação à sua ropografia den- íntegra, sem sinais de densificação.
tro do ti mo , podem ser corricais, medulares ou O timoma é classificado como invasivo
mIstos. quando há infiltração da go rdura perilesio nal, o
Em relação aos estudos por imagem, os ti- que é facilmenre demonstrável por Te (hgura
momas são classificados ai nda como invasivos ou 11.8 A, B, C e D). Outros sinais imporranres são
não-invasivos. o envolvimento dos vasos adjacentes e a presença
de implante pleural.
A B
C ........IIiIIIIiiII_o
Figura 11.8A a D
Timomas na TC, demonstrando desde pequeno nódulo (A), vol umosa massa (8). um caso de timoma com
calcificação (C) e um timoma cístico ocupando quase todo o hemitórax esquerdo (D).
Aparelho Respiratório
Tanro O rimoma invasivo (luamo o não-in- Todos os casos de rimom3 invasivo rêm indi-
vasivo podem reI' caJciflcações ou áreas císticas cação cirúrgica. No estadiamenro desta lesão são
(Figuras 11.9 e 11.10). descritos 3 estágios. No estágio 1 o timoma tem a
O rimom3 invasivo ocorre em paciemes aci- cápsula ímegra, portamo apenas a cirurgia já é
ma de 20 anos, sendo descriro associação com suficienre para o traramemo. No esrágio 2 há
Miastenia gravis, agamaglobulinemia e aplasia de invasão pericapsular, sendo demonstrada quando
medula vermelha. há infiltração da go rdura mediastinaJ. Neste caso é
B
Figura 11 .9A e B
Timoma invasivo (RX): volumosa massa com densidade de partes moles, bi latera l, assimétrica,
predominando à direita, ocupando o mediastino superior e anterio r e com derra me pleural associado, em
paciente com Miastenia gravis.
Figura 11.10
Timoma invasivo (Te): evidencia-se a invasã o da veia
cava superior pela massa (seta).
Mediastino
Figura 11.11Aa C
A B
Figura 11 .12A a C
Massa com densidade de partes moles no RX
(A e B) e com densidade cística na TC (C).
que evidencia ainda presença de
c calcificações periféricas.
Mediastino Em
Figura 11.13A a F
Massa no ti mo evidenciada na Te com densidade cística (A e B) e na RM na seqüência em T2 com
hipersinal (e e D). Observar a correlação nas imagens de Te e RM (A-B e C-Dl e as reconstruções
multi planares na Te helicoidal (E e F).
Aparelho Respiratório
A ......_ _ ......._ __ B
Figura 11 .14A e B
Teratoma - RX de tórax PA e perfil demonstrando massa à esq uerda com densidade elevada .
Figura 11.15
Teratoma (Te) - Homem, 76 anos, com massa
arredonda, heterogênea, contendo calcificações
periféricas, no mediastino superior à esquerda.
Mediastino
B
Figura 11. 16A e B
Teratoma (Te) - Homem, 59 anos, com volumosa massa med iastinal heterog ênea , apresentando
ca lcificações g rosseiras e áreas com densidade de gordura de permeio .
A B
Figura 11.17Aa C
Dois casos de linfoma . O primeiro nas radiografias
em PA e perfil com esôfago contrastado,
demonstrando o alargamento bilateral do
mediastino. O segundo mostra linfonodomegalias
hilares bilaterais .
Mediastino
A _ ...._ B
Figura 11.18A e B
TC do tórax sem (A) e com contraste (B), demonstrando o conglomerado linfodonal envolvendo os vasos,
que são mais bem demonstrados no corte com contraste.
Figura 11.19A e B
Linfoma pré e pós-tratamento . Na fase pré-tratamento (A) evidencia-se volumosa massa lobulad a no
mediastino à esquerda e derrame pleural direito. Na fase pós-tratamento (B) houve acentuada redução do
volume da massa, observando-se calcifica ções de permeio e desaparecim ento do derrame pleural.
Figura 11.20
Linfonodomegalia paratraqueal direita (seta): Linfonomegalia paratraqueal e retrocaval à direita ,
tuberculose em paciente com SIDA. bastante hipodensas na Te, com impregnação
periférica pelo meio de contraste: tuberculose em
paciente com SIDA.
B
Figura 11.22
Linfonodomegalias bilaterais . Sarcoidose (A) e histoplasmose (B).
Mediastino
c _ _ ... D
--~-.
E F
Figura 11.23A a F
Linfonodomegalias hilares bilaterais e infracarinal. Sarcoidose. RX (A e B) e TC (C, D, E e F) .
Apa relho Respiratório
Figura 11.24A e B
Linfonodomegal ias hila res com calcificações
periféricas. Si licose.
B
Mediastino
A B
Figura 11.25A e B
Cisto pleuropericárdico à esquerda, rechaçando o coração. RX (A) eTC (8).
Aparelho Respiratório
A B
Figura 11.26A e B
Hérnia de Morgagni . Massa paracardíaca direita. com conteúdo gasoso no seu interior.
A.. B
Figura 11.27
Lipomatose mediastinal : Grande quantidade de gordura envolvendo o mediastino .
Mediastino Em
A
Figura 11.28A e B
Tumor neurogênico (Schwannoma): Massa com densidade de partes moles, com mediastino posterior à
direita (A), em relação com a coluna (8).
fijJ Aparelho Respiratório
Figura 11.29A e B
Tomografia linear em PA e perfil (A), e radiografia em perfil
com esôfago contrastado (B), mostrando que não há
rechaço do esôfago; observa-se alargamento do forame
B neural em correspondência .
Mediastino
A B
Figura 11.30A a C
Schwannoma : Massa no mediastino posterior com
impregnação heterogênea evidenciada por meio de
contraste na Te (A) e na RM com extensão para o
interior do canal raquial (B). Peça cirúrgica (C)
c demonstrando o aspecto da lesão.
INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento e a larga utilização da tomografia, alterações que não eram observadas na
radiologia convencional tornaram-se evidenres e novos padrões radiológicos foram descritos, princi-
paJmenre para a TCAR. Há grande esforço para padronizar os termos utilizados em radiologia toráci-
ca, sendo extremamenre imponante seguir com rigor a terminologia correta. A seguir serão mostradas
as definições dos termos mais freqüentemente utilizados em radiologia torácica propostos pelo Con-
senso Brasileiro: "Terminologia para a Descrição de Tomografia Computadorizada do Tórax."
APRISIONAMENTO AÉREO
1. (Fisiopatol.) A retenção de excesso de gás ("ar") em todo ou em parte do pulmão, especialmen-
te durante a expiração, como resultado de obstrução parcial ou completa de vias aéreas, ou secundária
a anormalidades focais da complacência pulmonar. Apesar de não ser de uso habitual, o termo "aprisio-
namento gasoso" é mais preciso. 2. (TC) Diminuição da atenuação do parênquima pulmonar, evi-
denciada especialmeme por uma densidade menor que a habitual, durante a expiração. Deve ser dife-
renciada da diminuição da atenuação por hipoperfusão secundária ao aumento de resistência de
ramos da artéria pulmonar. Na suspeita da presença de uma condição clínica capaz de gerar aprisiona-
mento aéreo, deve-se, a título de complementação, realiza r o estudo dinâmico, incluindo "cortes"
tomográficos com o paciente em apnéia expiratória. Corresponde ao air-trapping da língua inglesa.
BANDAS PARENQUIMATOSAS
Opacidade linear, na cortical ou transição córtico-medular, alongada, usualmente com menos de
lcm de espessura e com vários centímetros de comprimento «5cm), podendo ou não tocar a superfí-
cie pleural, a qual pode estar espessada e retraída no local do contato. Sua causa não está definida. Pode
corresponder a microatelectasias na cortica!, edema ou fibrose. Muitas vezes são potencialmente rever-
síveis.
BOLA FÚNGICA
Formação que configura a imagem de uma massa arredondada (bola) e representa um enovelado de
hifas, usualmente do gênero Aspergillus, associado a muco, fibrina e restos celulares, que coloniza uma
cavidade pulmonar preexistente. habitualmente saneada (p. ex. : cavidade tuberculosa). A diferenciação
entre uma neoplasia de conteúdo necrótico e uma bola fúngica poderá ser feita com a aquisição de cli-
chês com a mudança de decúbito, quando a bola poderá deslocar-se para a posição pendente. Embora
de ocorrência rara, uma cavidade no parênquima pulmonar pode estar colonizada por outros patógenos,
especialmente Actinomicetos e espécies menos freqüentes de Aspergillus. Essa forma de apresentação em
FiZ' Aparelho Respiratório
exames de diagnóstico por imagem, em pacientes te, apresentam espessamenro de suas paredes.
acometidos por hemoptises, pode resultar da for- Quando não há modificação significativa da for-
mação e retenção de um coágulo sangüíneo no ma do brônquio, exceto pela dilatação, é deno-
interior da cavidade, em que se aplica a denomi- minada bronquiectasia cilíndrica. Nestes casos,
nação "Síndrome do Coágulo (Hematoma) Imra- geralmente se observa a perda do afilamento pro-
cavitário" ou "Pseudo-Bola Fúngica". gressivo característico da via aérea, à medida que
se aproxima da corticaJ. Isto é: a redução progres-
BOLHA siva usual do calibre do brônquio está ausente.
Eventualmente, sua form a de tubo regular está
1. (Patol.) Cavidade pulmonar de paredes
alterada, apresentando dilatações focais ao longo
definidas e epitelizadas, delgadas e lisas, sem espes-
de suas paredes, assumindo a configuração sacu-
samento ou nodulações. Na literatura, conside-
lar, com consrricções irregulares ao longo de toda
ra-se que uma bolha mede 1cm ou mais de diâme-
sua extensão. 2. (TC) Dilatação de brônquios
tro e possui paredes que habitualmente não ultra-
que freqüentemente apresentam espessamento
passam lmm de espessura. O objetivo desta carac-
de suas paredes, assumindo a forma de tubos de
terização do diâmetro é possibilitar a diferenciação
maior calibre, uniformes (bronquiectasias cilín-
de pequenos cistos e do faveolamento. 2. (Te)
dricas), o u com formações saculares (bronquiec-
Uma cavidade pulmonar de paredes definidas e
tasias císticas). As bronquiectasias císticas afigu-
com conteúdo gasoso (evemualmente com nível
ram-se, em geral, em cachos de cistos (pequenas
líquido), com 1cm ou mais de diâmetro, demar-
bolhas), distribuídos ao longo ou no trajeto dos
cada por parede fina, podendo ser múltipla e,
brônquios axiais. Um importanre reparo anatô-
muitas vezes, associada a Outros sinais de enfisema
mico consiste na relação uniforme entre o diâ-
pulmonar. É o termo preferido para descrever cis-
m etro interno da estrutura brônquica e o diâme-
tos que comenham ar no pulmão, com exceção de
trO do vaso sa ngüíneo adjacenre à sua pared e.
pneumatocele. Bulia, em língua inglesa.
Quando a relação brônquio/vaso é maior que a
unidade, sobretudo na presença de espessamen to
BRONCOGRAMA AÉREO da parede do brô nquio, firma-se o diagnóstico de
(Radiol.) É a rradução radiológica do con- bronquiectasia (vide o sinal do "anel de sinete").
traste entre o ar no interior de um brônquio ou Em contrapartida, as condições responsáveis por
de vários brônquios pérvios, circu ndado(s) por aumenro do volume intravascular, na circulação
um parênquima pulmonar cuja transparência pulmonar, determ inam aumento proporcional
usual foi alterada pela substitu ição do seu conteú- do calibre vascular em relação ao diâmetro da luz
do gasoso por um produto patológico qualquer, do brônquio adjacente, cujo sinal deve ser valori-
cuja densidade aos raios X seja maior que a do ar. zado, especialmente quando em segmemos pul-
Em geral, é a expressão utilizada quando se iden- monares não-pendentes.
tifica uma imagem tubular gasosa (transparente),
no interior de uma área de pulmão desarejado, BRONQUIECTASIAS DE TRAÇÃO
opacificado. Esta imagem tubular deve ter tama-
Dilatação brônquica, geralmente irregular,
nho e orientação usual de um brônquio ou de
vários brônquios, presumivelmente representan- em associação a alterações do parênquima cir-
cunjacente (opacidad es reticulares, em vidro fos-
do um segmento da árvore brônquica.
co ou consolidação), decorrente de componente
fibro-atelectásico retrátil. Este tipo de bronquiec-
BRONQUIECTASIAS tasia é secundário a uma enfermidade pulmonar
1. (Patol.) Aumento permanente do calibre produtora de fibrose, não havendo habitualmen-
de brônquio ou de brônquios que, habitualmen- te um distúrbio intrínseco parietal do brô nquio.
Principais Termos Utilizados em Tomografia do Tórax
CISTOS ENFISEMA
(Radiol.) Denominação usualmente utiliza- 1. (Pato\.) Aumento permanente do espaço
da para descrever um conjunto de cavidades cis- aéreo distaI ao bronquíolo terminal, acompanha-
tóides de paredes finas e bem-defin idas, com for- do de destruição das paredes alveolares. A ausên-
ma arredondada ou bizarra, comeúdo gasoso, cia de "fibrose óbvia" historicamente rem sido
Aparelho Respiratório
mente. Todavia, o bronquíolo, quando normal, do circunjacente). A interface não poderá ser
que upre essas estruturas, tem paredes com d iâ- identificada se o ar do pulmão circundante aos
metro aproximado de 0,15mm, aquém do lim ite vasos for substiruído por um procluLO parol6gico
de resolução da tomografia compmadorizaela ele com densidade semelhante à dos vasos. 2.
alta resolução ('rCAT) . Portanto, vias aéreas (TCAR) : O "sinal da interface" elefine a irregula-
normais no interior do lóbulo pulmonar secun- ridade das margens de estruturas intratorácicas,
dário não podem ser habitualmente ielenrifi ca- tais co mo vasos, brônq uios e superfícies pleurais,
elas. Estruturas cenrrolobulares e complexo cen- e deriva de enferm idade intersticial, sobretudo
trolobular são denomjnações que podem ser usa- quando produtora de fibrose.
das indistintamenre e represenram a tradução de
Core Structures ou Centri/obular Structures. LlNFONODOMEGALlA
Refere-se ao aumento de volume de linfono-
FAVEOLAMENTO (FAVO-DE-MEL) do, quando suas dimensões ultrapassam os limites
1. (Parol.) C isros pulmonares criados pela considerados normais para a cadeia Iinfonodal em
destruição de espaços aéreos distais, por fibrose do questão. O termo adenomegaLa não é um sinôni-
parênquima pulmonar, com desarranjo da arqui- mo recomendável, pois linfonodos não são estrutu-
tetura de ácinos e bronquíolos. Representa o está- ras glandulares verdadeiras. O termo linfonodopa-
gio final de fibrose, em parte ou na subtotaLdade dos tia fica reservado para situações onde for possível
pulmões. 2. (TC) Espaços cÍsticos (3mm a 30mm), identificar doença do linfonodo como, por exem-
de paredes relativamenre espessas «5mm), os quais, plo, quando se identifica necrose em seu interior.
agrupados, dispõem-se habitualmente em cama-
das, inicialmente na regiao subpleural, e se asse- LINHA SUBPLEURAL
melham a um favo-de-mel. Uma armadilha diag- É uma opacidade, habitualmente curvilínea
nó ti ca é a presença de consulidaçãu em parênqui-
fina, que mede poucos milímetros de espessura,
ma com enfisema que pode se assemelhar ao fave- usualmente situada a 1cm da pleura, com distri -
olamento por fibrose.
buição paralela à sua superfície. Trata-se de um
indicador inespecífico de atclectasia, edema, fi-
FISSURA, CISSURA brose ou inflamação.
1. (Anar.) É o espaço criado pela justaposição,
por invaginação, das pleuras viscerais que reves- LINHAS INTRALOBULARES
tem cada um dos lobos pulmonares. Em geral , Imagens lineares muito delgadas, qu e corres-
identificam -se as cissuras maiores (oblíquas), que pondem a comprometimento dos septos alveola-
separam os lobos inferiores dos demais, e a cissura res (interstícios alinfáticos), fornecendo uma
menor (horizontal), que distingue o lobo médio apresentação imagética semelhante a um rendi-
do lobo superior direito. Cissuras supran umerá rias, lhado extremamente fino. Os sepros inrerlobula-
que separam alguns segmentos pulmonares, po- res pod em estar comprometidos, apresentan-
dem ser encontradas com freqüência . do-se como imagens lineares significativamente
mais espessas, delimitando os lóbulos secundários,
INTERFACE circundando as linhas intralobulares. Vide pa-
1. (Radiol.) Quando duas estruturas com drão de Pavimentação em Mosaico.
diferentes densidades radiológicas se encontram
justapostas, é possível identificar seus limites (p. LÓBULO PULMONAR SECUNDÁRIO
ex.: vasos com densidade de partes moles em Conforme a definição proposta por Müller, é
co ntato com a densidade de ar do pulmão areja- uma unidade subsegmentar, identificada pela pre-
Aparelho Respiratório
sença de septos interlobulares, circundando que lcm, sugere-se qualificá-lo como "pequeno
pequenas porções, de variados tamanhos, de nódulo". Pode ser definido pelas características de
parênquima pulmonar. Estas pequenas porções suas margens (mal definidas ou bem definidas),
de pulmão, que são separadas das demais pelos ou qualHo à localização ou dimibuição (randô-
sepws interlobulares, são facilmente reconhecíveis mica, perilinfática, centrolobular, subpleural).
na tomografia computadorizada dc alta resolução,
sempre que o interstício linfático septal estiver
OPACIDADE
comprometido. Por isw, lóbulo pulmonar secun-
dário tem sido um termo amplamente utilizado (Radial.) Imagem que se distingue, pelo me-
pelos imagenologistas na descrição de doenças nos parcialmente, das estruturas que a circundam
pulmonares difusas. Apesar de ser um termo mui- ou se superpõem, por apresentar maior densidade.
to útil para descrever ° comprometimento dos É um termo recomendado quando não se conse-
interstícios linfáticos periféricos, deve-se ter co- gue defini-la como um nódulo, massa, consolida-
nhecimento que este termo é inadequado para ser ção, coleção pleural ou outra alteração específica.
utilizado como uma unidade h.l11cional dos pul-
mões, pois nada têm a ver com a ramificação
OPACIDADE (ATENUAÇÃO) EM
brônquica ou bronquiolar, nem, tampouco, com
VIDRO FOSCO
a ramificação arterial ou arteriolar dos pulmões.
Aumento da densidade dos pulmões, devido
à major atenuação dos feixes de raios X, onde ain-
MASSA
da é possível se identificar os contornos dos vasos e
Qualquer lesão expansiva pulmonar, pleural, estruturas brônquicas no interior da área pulmo-
mediastinal ou da parede torácica, com densidade nar acometida por um processo pawlógico que
de partes moles, gordura ou óssea, maior que determinou a redução da aeração dos espaços
3cm, com contornos, pelo menos parcialmente aéreos, seja por comprometimemo dos imerstÍcios
definidos, fora de topografia cissural, independen- ou por preenchimento parcial dos espaços aéreos;
rememe das caracrerÍsricas de seus comomos ou ali, alternativamente, por colapso parcial dos
da heterogeneidade de seu conteüdo. espaços aéreos, por inspiração insatisfatória ou por
mecanismos diversos. Deve ser distinguida de
MICRONÓDULO consolidação, na qual os vasos não são identificá-
Opacidade arredondada, com densidade de veis no interior da área de pulmão comprometido.
partes moles ou de cálcio, e diâmetro menor que Embora seja habitualmente indicativo de um pro-
7mm, ou, segundo alguns auwres, menor que cesso inflamatório potencialmente reversível, em
5mm ou 3mm . Mais recentemente, o termo alguns casos pode estar associado a fibrose pulmo-
"micronódulos" tem sido substituído por nar. Nos casos em que haja o predomínio de opa-
"pequenos nódulos", aplicável quando o diâme- cidades ou de atenuação em vidro fosco, a identi-
tro for menor que 1cm. ficação de bronquiectasias de tração ou de outros
indícios de subversão da arquitetura pulmonar, de
permeio, é indicativo de fibrose inequívoca.
NÓDULO
I. (Pawl.) Pequeno foco circunscrito de teci-
do anormal, grosseiramente esférico. 2. (Radial.) OPACIDADE LINEAR
Opacidade arredondada, pelo menos parcialmen- Imagem linear fina, alongada, com densida-
te delimitada, menor que 3cm (a partir desta de de tecido de partes moles. Raramente, calcifi-
medida recebe a denominação de massa), com cação ou material estranho pode aumentar a ate-
densidade de partes moles ou cálcio. Se menor nuação.
Principais Termos Utilizados em Tom og rafia do Tórax
pressão visual de que o pulmão normal está sen- onde o ar se interpõe entre a superfície superio r
do visto através de um delicado tecido reticular (antigravitacional) desta massa e a parede da
transparente (p. ex. mosquiteiro). Reticulação se- cavidade, em forma de menisco ou de meia-lua.
ria o termo para descrever áreas focais de agrupa- Com freqüência corresponde à p resenc,:a de bola
mento de imagens reticulares de qualquer espes- fúngica intracavitária.
sura (fina ou grossa). Vide o padrão de Pavime n-
tação em Mosaico. SINAL DO HALO
Opacidade em vidro fosco que circunda um
PNEUMATOCELE nódu lo, uma massa ou uma área de consolidação
(PatoI.lRadio l. ) Um espaço preenchido por arredondada Embora constitua-se em um sinal
gás, com paredes finas, dentro do pulmão, usu- inespecífico, por estar freqüememente associado
almente ocorrendo em associação a pneumonia a diversas etiologias, o seu achado em um pacien-
aguda (mais comumente de origem estafilocóci- te neurropênico febril deve-se, na maioria das
ca) e invariavelmente de caráter transitório. vezes, a infecção füngica, especialmente aspergi-
Resulta de pequena área de necrose bronquio- lose ou m ucormicose angioinvasivas .
lar, suficiente para permitir a passagem unidire-
cional de ar para os espaços aéreos durante a ins- SINAL DO SEPTO NODULAR (EM
piração, que fica aprisionado e imped ido de CONTAS, EM ROSÁRIO)
rerornar ao local de origem, devido à redução de Espessamento septal irregular que lembra o
calibre da via aérea que costuma ocorrer na fase aspecto de uma fileira de contas; é habitualmente
expi ratória, estabelecendo-se um mecanismo um sinal de linfangite carcinomatosa, mas rara-
valvular de hiperinsuflação localizada. mente pode ocorrer na sarcoidose.