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Organizadores
Maria Lusia de Morais Belo Bezerra
Israel Gomes de Amorim Santos
Maria Betania Monteiro de Farias
Solma Lúcia Souto Maior de Araújo Baltar
Interfaces na Saúde Coletiva
Arapiraca/AL
2021
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS COMITÊ CIENTIFICO
Reitor: Odilon Máximo de Morais Coordenadores do grupo de Trabalho
Vice-Reitor: Anderson de Almeida Barros Dra. Solma Lúcia Souto Maior de Araújo Baltar (UFAL)
Diretor da Eduneal: Renildo Ribeiro Dra. Maria Lusia de Morais Belo Bezerra (UFAL)
Ma. Maria Betania Monteiro de Farias (UFAL)
CONSELHO EDITORIAL DA EDUNEAL Dr. José Crisólogo de Sales Silva (UNEAL)
Presidente: Renildo Ribeiro Revisores Científicos
Titulares Dr. Acúrcio Catelo David (UFAL)
Professores: Dra. Cledja Soares de Amorim Castro (USJT-SP)
José Lidemberg de Sousa Lopes Dr. Ednaldo Almeida Gomes (UFAL)
João Ferreira da Silva Neto Dra. Francisca Maria Nunes da Silva (UFAL)
Luciano Henrique Gonçalves da Silva Dr. Israel Gomes de Amorim Santos (UNEAL)
Dra. Ivanise Brito da Silva (HC-UFPE)
Natan Messias de Almeida
Dr. José Crisólogo de Sales Silva (UNEAL)
Maria Francisca Oliveira Santos Dr. Kevan Guilherme Nóbrega Barbosa (CESMAC)
Márcia Janaína Lima de Souza - Sistema de Bibliotecas Ma. Mabel Alencar do Nascimento Rocha (UNEAL)
(SIBI) Ma. Maria Betania Monteiro de Farias (UFAL)
Dra. Maria Lusia de Morais Belo Bezerra (UFAL)
Suplentes Esp. Mônica Vanderlei dos Santos Bezerra (UFAL)
José Adelson Lopes Peixoto Dr. Rafael Rodrigues da Silva (UFAL)
Edel Guilherme Silva Pontes Dra. Solma Lúcia Souto Maior de Araújo Baltar (UFAL)
Maryny Dyellen Barbosa Alves Brandão Me. Victor Menezes Silva (UFAL)
Ariane Loudemila Silva de Albuquerque Revisão ortográfica e ABNT
Ahiranie Sales dos Santos Manzoni Thayná Fontan Duarte Ayres
Elisângela Dias de Carvalho Marques - Sistema de
Bibliotecas (SIBI) Capa
Marseille E. Lessa de Santana
Diagramação
Mariana Lessa
Catalogação na Fonte
I61 Interfaces na saúde coletiva / (Organizadores) Maria Lusia de Morais Belo Bezerra
... [et al.]. – Arapiraca : Eduneal, 2021.
169 p. : il. : color (e-book).
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-65-86680-31-7
DOI: 10.48016/GT4L1
CDU: 614(813.5)
Solma Baltar
Sumário
Prefácio.................................................................................................... 8
Apresentação............................................................................................. 10
PARTE 1
Cenário epidemiológico de doenças e agravos em Alagoas
6. Perfil dos autores de violência sexual contra mulheres em Alagoas entre 2009
e 2017......................................................................................................... 72
PARTE II
Revisão da literatura como caminho metodológico para investigação de doenças
recorrentes
O
reconhecimento da realidade de doenças e agravos de uma população, considerando
os seus vários aspectos, não apenas para evitá-los, mas, sobretudo, para buscar
melhores condições para a manutenção e melhoria da qualidade da saúde, são alvos
constantes da saúde coletiva. Esse campo utiliza múltiplas ferramentas, como os estudos
epidemiológicos, e, na construção de seus conhecimentos, permeiam reflexões baseadas em
múltiplos olhares.
Para uma melhor compreensão e clareza na exposição dos capítulos do e-book
Interfaces na Saúde Coletiva, esta obra foi organizada em duas seções: a primeira
apresenta trabalhos epidemiológicos que foram realizados a partir do levantamento de dados
de situações de saúde no território alagoano, e a segunda seção, por trabalhos de revisão
sistematizada da literatura para investigação de problemas relacionados à saúde pública
brasileira. Para organização de cada seção, considerou-se a natureza do agente etiológico e/
ou a situação de saúde investigada.
Neste sentido, os capítulos 1, 2 e 3 tratam da epidemiologia de doenças provocadas
por parasitas e vírus. No capítulo 1, os leitores conhecerão a situação epidemiológica da
esquistossomose mansoni em municípios da 3ª região de saúde de Alagoas. No capítulo 2,
é apresentada a ocorrência de estruturas parasitárias em esgoto de uma cidade do sertão
alagoano, onde os autores discutem a relevância do saneamento na prevenção deste tipo de
contaminação. O capítulo 3, por sua vez, traz importante contribuição no entendimento da
situação epidemiológica das hepatites virais no estado de Alagoas.
Utilizando-se de um desenho de estudo baseado na prevalência de doenças e agravos,
os autores dos capítulos 4, 5, 6 e 7 discutem, respectivamente, doenças mais recorrentes em
Programas de Saúde da Família (PSFs) de uma cidade do interior de Alagoas, as internações
hospitalares de crianças com pneumonia, o perfil dos autores de violência sexual contra
mulheres, e aspectos relacionados com a coinfecção HIV e tuberculose. Esses três capítulos
abordam temas de muita relevância para a saúde pública alagoana e, juntamente com os três
primeiros capítulos, mostram que a coleta de dados secundários pode e deve ser incentivada
para que haja um planejamento de saúde baseado em evidências.
Saindo do campo do levantamento de dados, os capítulos de 8 a 13 trazem revisões
da literatura que seguem distintos caminhos metodológicos, abordando temas como adesão
ao tratamento da tuberculose em população privada de liberdade, estudo de polimorfismos
de alguns genes para a análise de medida de risco de susceptibilidade para a tuberculose,
a atuação de profissionais da saúde no combate à sífilis, lesões dermatológicas e orais
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Os Organizadores.
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Apresentação
E
ste e-book é fruto de diversas discussões que ocorreram durante as atividades de
um dos Grupos de Trabalho (GT 4 – Ciências Biológicas, Saúde e suas Interfaces)
do X ENCCULT - Encontro Científico e Cultural de Alagoas, sob a coordenação
geral do Prof. Dr, José Crisólogo de Sales Silva. O evento aconteceu no período de 1 a 4 de
Setembro de 2020, excepcionalmente, no formato online, marcando a sua 1ª década pela
ressignificação, inovação e ampliação do compartilhamento de saberes, sendo norteado pelo
tema “ENCCULT: 10 anos debatendo práticas e reflexões sobre ensino, pesquisa e extensão”.
Apesar das dissonâncias existentes entre as regiões geográficas em relação ao cuidado
com a saúde, o Brasil se destaca por apresentar um amplo território com potencial de
crescimento e desenvolvimento no campo da Ciência e Tecnologia. Mas, vale salientar que
a história da saúde brasileira é regada por desafios que nos ensinam sobre a importância
de estabelecer conexões firmes entre os conhecimentos científicos, buscando fortalecer as
ações de enfrentamento e mitigação das adversidades que afetam as condições de saúde
da população.
No cenário atual de pandemia provocada pelo SARS-Cov-2, que emergiu no Brasil no
início de 2020 e se espalhou rapidamente com altas taxas de infecção, agregado aos agravos
e doenças que persistem na população, é possível vislumbrar a importância da integração
entre as áreas das ciências. Logo, com um olhar fixo à saúde e bem-estar da coletividade, a
comunidade científica mergulha nas pesquisas buscando resoluções para problemas atuais
e antigos.
A proposta do GT-4 foi trabalhar as diversas nuances, dentro das linhas de trabalho
das Ciências Biológicas, das Ciências da Saúde e das interfaces, entre estas duas grandes
áreas do conhecimento humano, buscando agregar temas diversificados. Nesse contexto,
apresentamos o e-book Interfaces na Saúde Coletiva, que constitui o primeiro volume
que emerge de uma série de três livros digitais. Este e-book compila treze trabalhos de
autores de instituições de ensino superior de alguns estados do nordeste brasileiro, que
investigaram temas em saúde coletiva. Assim, esta obra busca contribuir com as reflexões,
discussões e ações neste campo da ciência no país.
PARTE 1
Cenário epidemiológico de doenças e
agravos em Alagoas
1
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4220-6870, Graduanda do curso de ciências biológicas; Universidade
Estadual de Alagoas - UNEAL; Santana do Ipanema, AL; Brazil. E-mail: jordana.uneal@outlook.com;
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8541-8187, Graduando do curso de ciências biológicas; Universidade
Estadual de Alagoas - UNEAL; Santana do Ipanema, AL; Brazil. E-mail: adr123Kbral@gmail.com;
(3)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6266-5997, Graduanda do curso de ciências biológicas; Universidade
Estadual de Alagoas - UNEAL; Santana do Ipanema, AL; Brazil. E-mail: cabral_andressa@outlook.com;
(4)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4181-2091, Mestrando em Biologia Parasitária; Universidade Federal
de Sergipe – UFS; São Cristóvão – SE; Brazil. E-mail: darligton@gmail.com;
(5)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5210-6697, Professor adjunto; UNEAL, Campus II, Santana do
Ipanema, Alagoas, Brazil. E-mail: israel.santos@uneal.edu.br.
INTRODUÇÃO
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REFERENCIAL TEÓRICO
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prurido. Outros sintomas comuns são febre, dor de cabeça, náuseas, anorexia, vômitos,
diarréias, perda de peso e nível de eosinofilia elevado (PORDEUS et al., 2008). Outros
sintomas vão surgindo devido à migração e posterior posicionamento dos vermes adultos,
tais como: dores abdominais, toxemia, esplenomegalia, hepatoesplenomegalia e exantema
generalizado (GRYSEELS et al., 2006).
A fase crônica da esquistossomose ocorre, com maior frequência, em áreas endêmicas,
onde os indivíduos, normalmente assintomáticos, passam a apresentar as formas clínicas.
A forma crônica tem início alguns meses após a infecção, podendo acometer vários órgãos
de forma grave e se manifestar nas formas intestinal, hepatointestinal, hepatoesplênica e/ou
ectópicas (PORDEUS et al., 2008).
O diagnóstico da infecção pelo S. mansoni ocorre quando há a identificação de ovos
nas fezes do paciente (PORDEUS et al., 2008). A rápida identificação da esquistossomose é
importante para a diminuição da taxa de transmissão e, principalmente, para o rastreamento
de áreas endêmicas (BECK et al., 2008).
EPIDEMIOLOGIA
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Uma série de ações, visando à correta realização das atividades do PCE, deve ser
realizada em âmbito municipal, como delimitação demográfica, inquéritos coproscópicos
censitários, tratamento de infectados, controle de planorbídeos, medidas de saneamento
ambiental, educação em saúde, vigilância epidemiológica e alimentação anual do Sistema de
Informação do PCE (SISPCE). Essas atividades devem ser incorporadas à rotina desenvolvida
pela Estratégia Saúde da Família (ESF) (BRASIL, 2004; BRASIL, 2008).
O monitoramento é essencial para determinar o impacto das intervenções de controle.
O objetivo é reduzir a morbidade e a transmissão da doença: o tratamento periódico de
populações em risco curará sintomas leves e impedirá que as pessoas infectadas desenvolvam
doença crônica grave e em estágio avançado. O controle da esquistossomose foi implementado
com sucesso, nos últimos 40 anos, em vários países, incluindo Brasil, Camboja, China, Egito,
Maurício, República Islâmica do Irã, Omã, Jordânia, Arábia Saudita, Marrocos, Tunísia,
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entre outros. No Burundi, Burkina Faso, Gana, Níger, Ruanda, Serra Leoa, República Unida
da Tanzânia e Iêmen, foi possível ampliar o tratamento da esquistossomose para o nível
nacional e ter um impacto sobre a doença em alguns anos. É necessária uma avaliação do
status da transmissão em vários países. Nos últimos 10 anos, houve ampliação de campanhas
de tratamento em vários países da região subsaariana, onde vive a maioria dos que estão em
risco (WHO, 2020).
METODOLOGIA
Área de estudo
Alagoas é um estado brasileiro, pertencente a região do Nordeste, sendo o segundo
menor estado em extensão territorial, possuindo 3.322 milhões de habitantes distribuidos
em seus 102 municípios. Em termos sociais e de saúde, o estado possui IDH (índice de
desenvolvimento humano) de 0,68, e é dividido em 10 Regiões de Saúde, sendo oito dessas
endêmicas para a esquistossomose. A 3ª Região de Saúde é a mais prevalente para o agravo. Além disso,
é composta por 11 municípios e a quinta mais populosa do estado (226.286 habitantes), sendo
o seu IDH-Municipal um dos menores (0,539). A região possui apenas 66% dos domicílios
com abastecimento de água da rede pública e 47,5% com rede de esgoto adequada. Entre os
municípios que compõem essa regional de saúde, destacam-se, em termos de positividade
para a esquistossomose mansoni: Branquinha, Campestre, Santana do Mundaú e São José
da Laje (ALAGOAS, 2017).
Variáveis de estudo
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Perfil Epidemiológico
1. Indicadores Operacionais
CT = Nº de indivíduos tratados
X 100
Nº de indivíduos a tratar
Para essa análise, os dados foram tabulados, utilizando-se o software Microsoft Excel
2019, onde foram calculadas as frequências absolutas e relativas das variáveis: idade, faixa
etária e sexo.
Positividade para Outros Helmintos: número de exames positivos para cada helminto
dividido pelo número de exames realizados.
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4. Vetores do S. mansoni
Aspectos éticos
Por se tratar de dados secundários e de domínio público, não foi preciso o envio de
projeto para um comitê de ética em pesquisa, envolvendo seres humanos, como preconiza a
resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.
RESULTADOS
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Quanto à infecção por outros helmintos, nos municípios estudados, foram reportadas
45.868 infecções. Destes registros, os ancilostomídeos foram responsáveis por 20.606
infecções, o Ascaris lumbricoides por 17.217 infecções e o Trichuris trichiura por 8.045
infecções. O município com maior ocorrência de outros helmintos foi Branquinha com cerca
de 53,83% (24.695/45.868), seguido de São José da Laje com 38,56% (17.689/45.868),
enquanto a menor ocorrência foi vista no município de Campestre com 0,90% (417/45.868)
apenas (gráfico 1).
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Tabela 3. Análise de regressão por Joinpoint da positividade, intensidade da infecção e tratados por
esquistossomose em quatro municípios da 3ª região de saúde do estado de Alagoas, 2007-2016.
MUNICÍPIOS VARIÁVEIS ANO AAPC (95%IC) p-valor TENDÊNCIA
Positividade 2007-2016 13.7* (2.3; 26.3) <0.001 Crescente
Intensidade de infecção
1a4 2007-2016 24.4* (15.3; 34.3) <0.001 Crescente
Branquinha
5 a 16 2007-2016 -6.7* (-12.4; -0.6) <0.001 Decrescente
Acima de 17 2007-2016 -19.0* (-33.6; -1.3) <0.001 Decrescente
Tratados 2007-2016 -7.0* (-11.1; -2.7) <0.001 Decrescente
Positividade 2007-2016 -3.0 (-14.4; 10.0) 0.6 Estável
Intensidade de infecção
1a4 2007-2016 -5.8* (-11.0; -0.3) <0.001 Decrescente
Campestre
5 a 16 2007-2016 -3.0 (-18.6; 15.6) 0.7 Estável
Acima de 17 2007-2016 -28.2 (-57.6; 21.4) 0.2 Estável
Tratados 2007-2016 -14.1* (-22.4; -4.8) <0.001 Decrescente
Positividade 2007-2016 -1.0 (-7.9; 6.4) 0.8 Estável
Intensidade de infecção
Santana do Mun- 1 a 4 2007-2016 -0.4 (-4.1; -3.4) 0.8 Estável
daú 5 a 16 2007-2016 -2.5 (-8.9; 4.3) 0.4 Estável
Acima de 17 2007-2016 -1.4 (-11.7; 10.0) 0.8 Estável
Tratados 2007-2016 -5.3* (-10.0; -0.4) <0.001 Decrescente
Positividade 2007-2016 -5.8* (-10.2; -1.1) <0.001 Decrescente
Intensidade de infecção
1a4 2007-2016 -6.7* (-11.0; -2.1) <0.001 Decrescente
São José da Laje
5 a 16 2007-2016 -1.6 (-9.0; 6.4) 0.6 Estável
Acima de 17 2007-2016 -22.5* (-32.5; -10.9) <0.001 Decrescente
Tratados 2007-2016 -5.2 (0.3; -2.1) 0.4 Estável
*APC =Variação Percentual Anual; APCC = Variação Percentual Anual Média; *Tendência significati-
va p-valor <0.001.
DISCUSSÃO
No presente estudo, foi possível evidenciar que os dados referentes a alguns aspectos
operacionais do PCE, nos municípios estudados, assemelham-se aos dados de estudos de
regiões próximas, onde ficou demonstrado que os municípios não alcançaram a cobertura
de tratamento indicada. Por outro lado, a população trabalhada esteve dentro da média
preconizada para o PCE, ou seja, representou pelo menos 20% da população elegível para
os inquéritos nos municípios. Apesar disso, a realização de inquéritos coproscópicos esteve
abaixo do preconizado, pois as diretrizes preconizam pelo menos 80% dos indivíduos
elegíveis, tendo exame parasitológico de fezes realizado. É importante ressaltar que essa
redução, na realização dos inquéritos parasitológicos observados, compromete a pactuação
feita pelos municípios com o Minstério da Saúde (BRASIL, 2014), de forma que essa redução
no diagnóstico prejudica a cobertura de tratamento, uma vez que possíveis indivíduos
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positivos não serão diagnosticado como tal e, consequentemente, há uma ocultação da real
conjuntura epidemiológica desses municípios.
Com relação ao tratamento, os dados do estudo mostraram que esse indicador também
evidencia uma cobertura abaixo da recomendada, de modo que o não tratamento dessas
populações pode desencadear a manutenção da transmissão local da doença e das suas
consequências, como a emergência de formas graves da morbidade e casos de hospitalização,
como também óbito. Desse modo, essa problemática mostra que há déficit nas ações desses
programas de controle, desde a fase dos inquéritos coproscópicos até a fase de tratamento
da população, também retratando uma possível falha e dificuldade em desenvolver ações
específicas, como também integradas das políticas de atenção à saúde (SANTOS et al., 2016).
Com relação aos óbitos, diferentemente de estudos anteriores, observou-se que as
maiores taxas de mortalidade por esquistossomose ocorreram em indivíduos do sexo
feminino. Esses dados não refletem significância devido ao baixo número de casos referente
à quantidade de anos, além disso, a ligação entre sexo e mortalidade por esta morbidade,
por vezes, é motivo de discordância em diversos estudos, de modo que as atividades de
lazer, ocupacionais e econômicas seriam indicadores mais úteis (HUANG; MANDERSON,
1992). Em relação à faixa etária, a maior quantidade de óbitos, em grupos etários com idade
avançada, está relacionada a forma crônica da doença, uma vez que os danos da morbidade
ocorrem lentamente nos indivíduos infectados, associada ou não a outras comorbidades,
como doenças cardiovasculares e neoplasias que poderiam aumentar o risco de óbitos
relacionados à esquistossomose (AMARAL et al., 2006).
Em relação às atividades de malacologia, observou-se que houve que três dos quatro
municípios estudados não a realizaram em nenhum dos anos do estudo, tendo sido Branquinha
o único município a realizar essa atividade. Uma vez que, na maioria dos municípios
estudados, não há dados referentes à captura e diagnóstico da infecção de caramujos,
pode-se supor que os números apresentados, neste estudo, não refletem a realidade destes
municípios no que concerne a malacologia, e por essa atividade não ser obrigatória, para
execução pelas equipes locais do PCE, os municípios não as torna prioritárias e, assim, não
são efetivadas. Além disso, notou-se também a presença de outros helmintos, com maior
número nos ancilostomídeos, e essas infecções, geralmente, ocorrem mutuamente com a
esquistossomose, porém poucos estudos discutem a respeito desse fato, de forma a dificultar
comparações, dessa forma necessitando de maior investigação na associação do S. mansoni
com outras parasitoses intestinais.
Nas tendências temporais, os indicadores relacionados às ações de controle ou
se mantiveram estáveis ou melhoraram para os quatro municípios. O município de
Branquinha apresentou uma tendência crescente na positividade, o que pode ser explicado
por uma cobertura de diagnóstico. Por outro lado, o município de Campestre apresentou
uma tendência estável, porém, as coberturas de diagnóstico e tratamento não atingiram o
preconizado no referido município.
Os percentuais de cobertura de tratamento identificados, no estudo, sofreram
oscilações, e não atingiram, na maioria dos anos, o nível recomendado pelo Ministério
da Saúde. Isso reforça a necessidade de intensificar as medidas de controle em áreas de
transmissão existentes e emergentes, com o objetivo de promover a eliminação de formas
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graves e mortes pela doença (AMARAL et al., 2006). Como as áreas endêmicas
compartilham condições socioeconômicas semelhantes, a redução de contaminação
e do surgimento das formas graves de esquistossomose pode estar comprometidas de
acordo com as medidas atualmente adotadas, a menos que haja outras medidas para
controlar a transmissão, como saneamento básico adequado, educação e medidas de
saúde (NASCIMENTO; OLIVEIRA, 2014 ).
Por se tratar de um estudo utilizando dados secundários, o mesmo pode mostrar
algumas limitações. A subnotificação dos óbitos e a qualidade do preenchimento da
declaração de óbito são fatores a serem considerados, apesar de todo o avanço em termos
de cobertura do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Limitações semelhantes foram
encontradas em outros estudos utilizando dados secundários, porém elas não invalidam os
mesmos (MARTINS-MELO et al., 2014; ALBUQUERQUE et al., 2017).
CONCLUSÃO
Dessa forma, através dos dados obtidos pela pesquisa, percebe-se uma fragilidade do
PCE em alguns municípios que apresentaram uma baixa cobertura nos exames e tratamento.
É importante ressaltar que houve tendência decrescente positiva da esquistossomose,
apesar do baixo número de exames e tratados. Dessa forma, é importante intensificar as
medidas de controle, focalizando nessas áreas prioritárias. Durante o período, os caramujos
encontrados nos municípios estudados foram da espécie B. glabrata, sendo que nenhum
destes caramujos foram encontrados positivos para a infecção pelo Schistosoma mansoni.
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27-32, jun. 2016.
27. SANTOS, Alan Dantas; SANTOS, Márcio Bezerra; SANTOS, Priscilia Gardênia
Rodrigues dos; BARRETO, Aline Silva, ARAÚJO, Karina Conceição Gomes Machado.
Análise espacial e características epidemiológicas dos casos de esquistossomose mansônica
no município de Simão Dias, Nordeste do Brasil. Revista de Patologia Tropical, v. 45, n. 1,
p. 99, 26 fev. 2016.
26
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28. SANTOS, Alan Dantas; LIMA, Ana Caroline Rodrigues; SANTOS, Márcio Barbosa;
ALVES, José Antônio Barreto; GÓES, Marco Aurélio de Oliveira; NUNES, Marco Antônio
Prado; SÁ, Sidney Loudes César Souza; ARAÚJO, Karina Conceição Gomes Machado.
Spatial analysis for the identification of risk areas for schistossomiasis mansoni in the State
of Sergipe, Brazil, 2005-2014. Revista Soc Bras Med Trop, v 49, n 5, p 608-615. Setembro,
2016.
29. WHO. World Health Organization. Schistosomiasis, 2014. Ficha informativa 115.
World Health Organization, Genebra. Disponível em: https://www.who.int/en/news-
room/fact-sheets/detail/schistosomiasis. Acesso em: 05 de ago de 2020.
30. WHO. World Health Organization. Schistosomiasis, 2020. Disponível em: https://
www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/schistosomiasis. Acesso em: 04 de ago. de
2020.
27
2
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1693-1753, graduando em licenciatura em Ciências Biológicas;
UNEAL, Campus II; Santana do Ipanema, Alagoas; Brazil. E-mail: joao.p.v.machado@gmail.com;
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9926-481X, graduando em licenciatura em Ciências Biológicas;
UNEAL, Campus II; Santana do Ipanema, Alagoas; Brazil. E-mail: pedrodantas714@gmail.com;
(3)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9681-4284, mestranda em Biologia Parasitária; UFS, Campus São
Cristóvão; São Cristóvão, Sergipe; Brazil. E-mail: tatyanemartins95@gmail.com;
(4)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6375-633X, mestranda em Biologia Parasitária; UFS, Campus São
Cristóvão; São Cristóvão, Sergipe; Brazil. E-mail: pleticia706@gmail.com;
(5)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9958-9331 , mestranda em Biologia Parasitária; Universidade
Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão; São Cristóvão, Sergipe; Brasil. E-mail: rosalia_elen@hotmail.
com;
(6)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5210-6697, professor adjunto; UNEAL, Campus II, Santana do
Ipanema, Alagoas, Brazil. E-mail: israel.santos@uneal.edu.br.
ABSTRACT: The lack of basic sanitation allows the transmission of diseases, directly impacting people’s
quality of life. Thus, the objective of this work was to analyze the occurrence of parasitic structures in open
sewers in the city of Santana do Ipanema, Alagoas. The study was carried out during the months of April
and May 2019 at 5 points of a street in that city. The points in the studied area were selected with the help of
Google Earth-Maps. The collection was carried out once a week, over a period of three weeks. The samples
were collected according to the specialized methodology with some modifications, being necessary the pre-
homogenization of the water by agitation, in order to cause the suspension of the particles. In the laboratory,
these samples were processed by the spontaneous sedimentation method. During the first two weeks of the
study of the 5 collection points, 3 distinct points presented Strongyloides stercoralis larvae. In the last week,
cysts of Giardia lamblia and Entamoeba histolytica were found in two of these points. The other points did
not present parasitic structures or did not have material at the time of collection. From the results found it
was possible to verify the presence of parasitic structures on a street with poor basic sanitation. Thus, it is
suggested that the population residing in the study area may be subject to infection, especially when there is an
abundance of liquid waste from peridomestic sewage.
1
DOI: 10.48016/ GT4L1cap2
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INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
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PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Inicialmente, foi realizada a avaliação das características físicas das áreas da cidade
através do Google Earth-Maps para identificar as principais localidades que demonstraram
deficiência no saneamento básico, pavimentação das ruas e que apresentavam acúmulo
de resíduos líquidos ao ar livre. Foi estabelecido, dentre as regiões mapeadas, uma rua e
marcados 5 pontos amostrais para coleta de material ao longo da rua escolhida, com base
na quantidade de resíduos líquidos presentes no momento da primeira coleta, visualizados
abaixo na Figura 2.
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Após estabelecimento dos pontos amostrais, a coleta foi realizada no período de três
semanas, sendo a coleta do material realizada uma única vez por semana a fim de monitorar
a variabilidade temporal associada à eventual presença de parasitas na água modificado de
Cordeiro et al. (2014).
As amostras foram coletadas, segundo a metodologia descrita por Ayres e Mara (1997),
com algumas modificações, sendo necessário a pré-homogeneização da água por agitação a
fim de causar a suspensão das partículas. Esse processo foi realizado com o auxílio de fuê.
O material homogeneizado foi acondicionado em coletores, previamente etiquetados, de
acordo com cada ponto de coleta e conservados em caixa térmica de isopor até o momento
da análise.
ANÁLISES DA ÁGUA
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ANÁLISE DE DADOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1 S. stercoralis - G. lamblia
2 - Sem água -
3 - S. stercoralis -
4 - Sem água -
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Em contrapartida aos resultados obtidos por Cordeiro et al. (2014), que encontrou
helmintos da ordem Strongylida, o presente estudo detectou a presença de larvas de
S. stercoralis (Figura 5), nematódeo este que, segundo Neves et al. (2005), apresenta
distribuição mundial, especialmente, nas regiões tropicais e tem transmissão na forma
de larva infectante (filarióide) através da pele, principalmente, em pessoas que não usam
calçados onde a penetração ocorre, comumente, através dos membros inferiores como os
pés, particularmente, nos espaços interdigitais e lateralmente, uma vez que a superfície
plantar muito espessa pode constituir uma barreira. Aqui, as larvas de S. stercoralis foram
detectados, nas águas dos esgotos da rua em estudo, durante duas semanas, em três pontos
de coleta.
CONCLUSÃO
A partir dos resultados encontrados, existe o risco de infecção da população por cistos
de G. lamblia, E. histolytica/dispar e larvas de S. stercoralis na rua estudada, principalmente,
nos períodos de maior quantidade de água nesse local, o que pode ser intensificado durante
o período chuvoso. Sendo assim, faz-se necessário tomar medidas a priori de prevenção e
alerta da população local a fim de minimizar fatores de risco para a saúde e, posteriormente,
contatar as autoridades competentes para solucionar o problema com relação ao serviço de
saneamento.
O estudo contribui para constatar a presença de estruturas parasitárias em uma rua
com saneamento básico precário; este é o primeiro estudo, que demonstra a presença de
formas parasitárias de interesse médico, em águas residuais domésticas na cidade de Santana
do Ipanema. Diante do exposto, propomos ainda que novos estudos podem ser realizados
na área, avaliando não só os resíduos líquidos domésticos, como também a prevalência de
parasitos em humanos, através de levantamento parasitológico, associado à presença e/
ou ausência de estruturas parasitárias em águas residuais, como um fator de risco para a
ocorrência de doenças parasitárias.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
1. AYRES, Rachel M.; MARA, Duncan. D. Análises de águas residuales para su uso
em agricultura. Manual de técnicas parasitológicas y bacteriológicas de laboratorio.
Organización Mundial de la Salud. Ginebra, p. 4-5, 1997.
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em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm. Acesso
em: 7 mai. 2019.
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12. FERREIRA, Mateus de Paula; GARCIA, Mariana Silva Duarte. Saneamento básico:
meio ambiente e dignidade humana. Dignidade Re-Vista, v. 2, n. 3, p. 12, 2017.
13. GAZZINELLI, Andrea et al. A research agenda for helminth diseases of humans:
Social ecology, environmental determinants, and health systems. PLoS Neglected Tropical
Diseases, v. 6, n. 4, 2012.
14. HARHAY, Michael O.; HORTON, John; OLLIARO, Piero L. Epidemiology and control
of human gastrointestinal parasites in children. (Special Issue: Pediatric infections.).
Expert Review of Anti Infective Therapy, v. 8, n. 2, p. 219–234, 2010.
15. HOFFMAN, William. A., PONS, Juan. A., JANER, José. L., Sedimentation concentration
method in Schistosomiasis mansoni. Puerto Rico, J Publ Hlth 9: p. 283-298, 1934.
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17. LIMA, Shirlene Telmos Silva de. Fatores ambientais e socioculturais relacionados à
manutenção da esquistossomose mansoni em área de baixa endemicidade no estado do
Ceará. [s.l.] Universidade Federal do Cerará, 2013.
18. MUÑOZ, Susana Seguro; FERNANDES, Ana Paula Morais. Principais Doenças
causadas por Helmintos. In: CASARO, Beatriz Borges. Principais Doenças Infecciosas
e Parasitarias e seus Condicionantes em Populações Humanas, 2010. Licenciatura em
Ciências, USP- Univesp, Módulo 5. Disponível em: https://midia.atp.usp.br/plc/ju0004/
impressos/ju0004_01.pdf. Acesso em: 06 de Ago, 2020.
19. MATOS ROCHA, Thiago José.; BRAZ, Jarbas Costa; LINS CALHEIROS, Claudia
Maria Lins. Parasitismo intestinal em uma comunidade carente do município de Barra de
Santo Antônio, estado de Alagoas. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 7, n. 3, p. 28–33,
2011.
21. NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. 11º ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2005.
276 p.
22. SEGUÍ, Raimundo et al. Prevalence of intestinal parasites, with emphasis on the
molecular epidemiology of Giardia duodenalis and Blastocystis sp., in the Paranaguá Bay,
Brazil: A community survey. Parasites and Vectors, v. 11, n. 1, p. 1–19, 2018.
37
3
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8759-0872; Acadêmico de Enfermagem; Centro Universitário
Tiradentes (UNIT), Campus Maceió – AL, BRAZIL. E-mail: lazarooliveira99@hotmail.com;
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8631-0293; UNIT/AL, Campus Maceió – AL, Acadêmica de
Enfermagem; BRAZIL. E-mail: adeniamirelly123@gmail.com;
(3)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1368-3790; UNIT/AL, Campus Maceió – AL, Acadêmica de
Enfermagem; BRAZIL. E-mail: laviniaamorim20@gmail.com;
(4)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9369-5379; UNIT/AL, Campus Maceió – AL, Acadêmica de
Enfermagem; BRAZIL. E-mail: luizadanielyrodrigues@hotmail.com ;
(5)
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-7332-8440; UNIT/AL, Campus Maceió – AL, Acadêmica de
Enfermagem; BRAZIL. E-mail: sthefanny.rayanna@hotmail.com.
(6)
ORCID: http://orcid.org/0000-0001-5174-5238; UNIT/AL, Campus Maceió – AL, Docente de Enfermagem;
BRAZIL. E-mail: apaularebelo@hotmail.com;
ABSTRACT: Introduction: Viral hepatitis are systemic infectious conditions that cause inflammation
and hepatic necrosis, their etiological agents are named by letters of the alphabet in Virus A (HAV), B (HBV),
C (HCV), D (HDV) and E (HEV). From 1999 to 2018, 632,814 confirmed cases of viral hepatitis in Brazil were
reported in the Information System for Notifiable Diseases (SINAN), being characterized as a major public
health problem. Objective: To describe the notified cases of viral hepatitis A, B, C and D, in the state of Alagoas
between the years 2009 and 2018. Methodological Procedure: This is an ecological epidemiological study,
with a historical data series, with a quantitative approach, using data related to viral hepatitis in Alagoas,
available at SINAN, through the data reported between 2009 and 2018, made available by the Department of
Informatics of the Unified Health System (DATASUS) of the Ministry of Health. Results and Discussion:
According to data collected through SINAN, on viral hepatitis in Alagoas between 2009 and 2018, there were
a total of 3,545 notifications. Among these cases, the highest number was hepatitis A, with 43.39% (n = 1538);
followed by hepatitis B, with 36.33% (n = 1288); hepatitis C presented 20.06% of cases (n = 711) and the lowest
number of notifications was hepatitis D, with 0.23% of the total number of reported cases (n = 8). Regarding
notifications of hepatitis according to sex, men were the most infected, with 53.40% of cases, while women
had 46.60% of reported cases. The state of Alagoas had many confirmed cases, this may be related to the lack
of basic sanitation in some regions, the population’s lack of knowledge about the disease, the socioeconomic
status of individuals, the low vaccination coverage of Hepatitis B in adults, the absence of a vaccine against
Hepatitis C, among other factors. Conclusion: Therefore, Alagoas is a state with a considerable number of
cases of viral hepatitis, thus following the national and global trend that characterizes these infections as a
public health problem.
1
DOI: 10.48016/ GT4L1cap3
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INTRODUÇÃO
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HCV-RNA reagentes, o Brasil obteve 174.703 casos. Em 2018, tanto os homens, quanto as
mulheres, com idade entre 55 a 59 anos, tiveram as maiores taxas de detecção, chegando ao
total de 46,1 casos por 100 mil habitantes entre o sexo masculino e 28,5 entre sexo feminino
(BRASIL, 2019).
Dentre as hepatites virais, a que causa mais óbitos é a hepatite C. No período de 2000
a 2017, foram contabilizados 53.715 óbitos relacionados ao HCV. Na análise da divisão dos
casos por regiões, o sudeste obteve mais casos com 63,1%, seguido do Sul com 25,2%, e
as regiões que tiveram menos ocorrências foram o Nordeste com 6,1%, Centro-Oeste com
3,2% e o Norte com apenas 2,5% (BRASIL, 2019). Essa variação, na distribuição entre as
diferentes regiões, explica-se em razão do Brasil ser um país de dimensões continentais
(OLIVEIRA et al., 2018).
Por sua vez, a doença pelo HDV se concentra, principalmente, na região Norte do
país, com 74,9% das notificações. A maior parte se deu entre o sexo masculino que obteve
57,7% dos casos, porém é percebido que, ao longo dos últimos anos, essa divergência entre
os sexos vem diminuindo. Em relação à faixa etária, a população jovem é a que detém maior
número de notificações de infecção pelo vírus da hepatite D. Sobre a mortalidade, dos 781
óbitos associados à infecção pelo HDV, a maioria teve a hepatite D como causa básica do
óbito (67,7%) (BRASIL, 2019).
Segundo o Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde (MS),
no Brasil e no mundo, as hepatites virais são caracterizadas como um grande problema de
saúde pública (BRASIL, 2008). Diante disso, o presente estudo se justifica pela importância
da produção de mais evidências sobre esse problema que atinge grande parte da população
mundial, tendo em vista as estimativas que apontam que, no mundo inteiro, milhões de
indivíduos são portadores crônicos de algum tipo de hepatite e bilhões já tiveram contato
com um dos seus vírus causadores ao longo da vida (BRASIL, 2005a).
Dessa forma, este estudo apresenta como objetivo descrever os números de notificações
dos casos de hepatites virais A, B, C e D, no estado de Alagoas, entre os anos de 2009 e 2018.
Com isso, pretende-se levantar dados que possam contribuir com as pesquisas voltadas para
essa temática, identificando quais tipos de hepatites são mais comuns no estado de acordo
com os dados epidemiológicos notificados.
REFERENCIAL TEÓRICO
Existem diferentes meios para a transmissão das hepatites virais, alguns deles podem ser
por via fecal-oral, que se concentra, principalmente, em lugares com baixas condições sanitárias,
pode ocorrer por atividade sexual sem proteção, contato com sangue infectado e também
transmissão vertical. A transmissão através de transfusão sanguínea já foi algo frequente,
entretanto, na atualidade, não é uma situação comum, pelo fato de que, atualmente, existe uma
maior rigorosidade diante dos sistemas de controle e na triagem de doadores (BRASIL, 2020).
Assim, é possível classificar a transmissão dessas infecções em dois grupos distintos,
um composto pelos tipos A e E, como também o outro pelas hepatites B, C e D. O primeiro
grupo tem como principal forma de transmissão a via fecal-oral. Já no segundo, existem
várias formas de disseminação, como por exemplo, a via sexual, pelo sangue assim como
fluidos corporais e compartilhamento de objetos pessoais (BRASIL, 2014a).
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A hepatite pelo HAV apresenta como principais formas de transmissão a via fecal-oral,
o contato interpessoal ou através de água e alimentos infectados, pode acontecer durante os
quinze dias anteriores à aparição dos sintomas e até uma semana depois de ter iniciado a
icterícia, também pode ocorrer diante da atividade dígito-anal-oral e no sexo por via oral ,
como também anal, onde exista o contato da mucosa oral de um indivíduo com o ânus de
uma pessoa com infecção aguda pelo HAV (BRASIL, 2005b).
Sua disseminação está atrelada a diversos fatores, tais como: às condições de
saneamento, nível socioeconômico, grau de educação sanitária e nível de higiene da
população. O período de incubação representa o intervalo entre a exposição do indivíduo
suscetível ao vírus e o início dos sinais, como também sintomas da infecção como fadiga,
náuseas e vômitos, febre baixa e urina escura, podendo variar de 15 a 50 dias. O prognóstico
da hepatite A, geralmente, é excelente e sua evolução resulta em recuperação completa
(BRASIL, 2005b).
No caso da hepatite B crônica, o início da sintomatologia é notado pela persistência
do AgHBs, viremia em graus avançados e existência de AgHBe. Quando a infecção é obtida
durante o período perinatal, os indivíduos, geralmente, demonstram níveis normais de
transaminases, persistência de AgHBe e aumento do DNA do VHB, denominado como fase
imunotolerante (MOREIRA; AREAIS, 2009).
Sua transmissão pode acontecer pela realização de alguns procedimentos de saúde
sem a esterilização correta ou utilização de material descartável, transmissão vertical,
aleitamento materno e acidentes com perfurocortantes (BRASIL, 2005b). Também pode
ocorrer por meio de:
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em indivíduos portadores crônicos deste vírus, que dessa forma se configura como uma
superinfecção. Quando se trata da sua forma de transmissão, os mecanismos são iguais aos
do HBV (BRASIL, 2005b).
A hepatite pelo HEV ocorre tanto de forma epidêmica, como de forma esporádica,
em áreas endêmicas de países em desenvolvimento. A via de transmissão fecal-oral favorece
a disseminação da infecção nos países em desenvolvimento, onde a contaminação dos
reservatórios de água mantém a cadeia de transmissão da doença. A transmissão interpessoal
não é comum. Em alguns casos, os fatores de risco não são identificados (BRASIL, 2005b).
No que diz respeito aos índices de contaminação, é de suma importância que haja
medidas de prevenção, como também o controle de disseminação. Nesse sentido, a melhoria
das condições sanitárias contribui para esse controle, assim como a imunização. Sobre a
hepatite A, a vacinação universal em crianças é a ferramenta mais importante para controlar
a disseminação do HAV, diminuindo assim, a ocorrência da doença (BRITO; SOUTO, 2020).
Segundo Brito Souto (2020), desde os anos de 1990, os antígenos contra o HAV são
disponibilizados, tornando-se a vacina monovalente de vírus inativado mais usada. Diante
dos resultados na diminuição da incidência de hepatite A do programa público de vacinação
universal infantil contra o HAV, é possível considerá-lo como um plano bem-sucedido,
entretanto, ainda deve-se manter esforços para ampliar a cobertura vacinal, para dessa
forma diminuir ainda mais a disseminação do vírus e a incidência de infecções.
Assim como a hepatite A, a hepatite B é uma doença imunoprevenível, logo, pode
ser prevenida através da vacinação, a vacina contra o HBV encontra-se disponível no
calendário nacional de imunização do Sistema Único de Saúde (SUS) para todas as pessoas,
independentemente da idade ou condição social (BRASIL, 2014). Outra forma de prevenção
consiste em não compartilhar objetos de uso pessoal que tenham contato com fluidos
corporais, além de usar preservativo durante as relações sexuais (BRASIL, 2014b).
Por outro lado, não existe vacina contra as hepatites C e E. Assim, para evitar a evitar
a infecção pelo HCV, existem outras medidas preventivas, entre elas, as mais importantes
são: não compartilhar objetos de uso pessoal que possam ter contato com sangue e usar
preservativo durante as relações sexuais (BRASIL, 2014). Diante disso, a forma indispensável,
para a prevenção da hepatite C, é diminuir o risco de exposição ao vírus (FERREIRA;
PONTAROLO, 2017).
A hepatite D depende da presença do vírus B para se reproduzir, logo, as medidas
preventivas consistem nas mesmas utilizadas na hepatite B. Para a hepatite E, como sua
transmissão se dá pela contaminação dos reservatórios de água, a prevenção se baseia na
melhora das condições de higiene e saneamento básico, consumindo água tratada e evitando
contato com esgoto a céu aberto, além de realizar sempre a higienização das mãos e alimentos
(BRASIL, 2014b).
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme dados coletados através do SINAN, sobre hepatites virais em Alagoas entre
2009 e 2018, houve um total de 3.545 notificações, considerando as hepatites A, B, C e D.
Entre esses casos, o maior número foi de hepatite A, com 43,39% (n= 1538); seguido da
hepatite B, com 36,33% (n= 1288) e a hepatite C 20,06% (n= 711), o menor número de
notificações foi referente a hepatite D, com 0,23% dos casos (n= 8) (Figura 1).
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Hepatite B 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Homens 139 58 43 48 51 57 39 70 83 89
Mulheres 118 59 45 30 56 64 46 51 92 86
Hepatite C 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Homens 46 16 33 28 13 11 56 71 70 72
Mulheres 28 16 25 14 12 15 42 45 68 70
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Hepatite D 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total de casos 1 - 1 - - 3 1 - 2 -
Homens - - 1 - - 1 1 - 1 -
Mulheres 1 - - - - 2 - - 1 -
Figura 2: Casos de hepatites virais em alagoas, segundo o sexo por ano de notificação, 2009-2018.
A partir da descrição dos dados, é possível afirmar que houve um maior número de
casos, em Alagoas, de hepatite A, seguido pelas hepatites B e C, que também tiveram um
número significante, quando comparado com a hepatite D, que teve um menor número de
casos notificados. Tal evidência pode ser compreendida, devido às hepatites virais mais
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comuns serem causadas pelos vírus A, B e C e com menor frequência, o vírus da hepatite D,
que é mais comum na região Norte do país (NUNES et al., 2017).
O perfil epidemiológico das hepatites A, B e C está relacionado, principalmente, pela
falta de saneamento básico e outros fatores. Devido à transmissão da hepatite A ser por
via fecal-oral e alimentos contaminados, a disseminação está relacionada às condições
de saneamento básico, nível socioeconômico da população, grau de educação sanitária e
condições de higiene da população. E a hepatite B e C, através de relação sexual desprotegida,
utilização inadequada de material descartáveis, uso de drogas com compartilhamento de
seringas, hemodiálise e contato com sangue contaminado (BRASIL, 2010).
Ao longo dos anos de 2009 a 2018, houve um decréscimo considerável nos casos
de hepatites A em Alagoas, diferente dos casos de hepatite B e C, que apresentaram um
crescimento das notificações durante esses anos, tornando Alagoas um estado com uma
grande prevalência de casos de hepatites virais entre 2009 e 2018. Acredita-se que a redução
de casos de hepatite A se deu em consequência da crescente urbanização da população e
das melhorias do saneamento básico que vem ocorrendo desde o fim do século XX (BRITO;
SOUTO, 2020).
Além disso, a vacinação das crianças é uma ferramenta importante para a prevenção
e redução da incidência da doença, o que pode explicar a diminuição dos casos de hepatite A
partir de 2014, pois, nesse ano, foi implantado, no Brasil, o programa de vacinação contra o
HAV, ofertando dose única da vacina, inicialmente, a todas as crianças com idade entre 15 e
24 meses, e em 2017, ampliando para menores de 5 anos (BRITO; SOUTO, 2020).
Em contrapartida, apesar da existência da vacina contra Hepatite B, ainda existem
muitos casos desta hepatite em Alagoas, isto pode estar relacionado com a baixa cobertura
desta vacina em adultos (VIVALDINI et al., 2019). Há, também, prevalência dos casos de
hepatite do tipo C, que pode ser atribuída a diversos fatores como virológico, demográfico,
clínico e até mesmo o estilo de vida (GOMIDE et al, 2019).
De acordo com os dados coletados, no presente estudo, do total de casos confirmados,
os homens (53,40%) foram mais afetados do que as mulheres (46,60%), seguindo, desta
forma, a tendência nacional apresentada no estudo epidemiológico, realizado de 1999 a
2017, que mostrou maior prevalência das Hepatites virais no sexo masculino. Tal como, na
Hepatite A, com uma taxa de incidência em homens maior que nas mulheres, sendo 1,5 e 0,5
casos para 100 mil habitantes, respectivamente. Como também, na Hepatite B, em que do
total de casos notificados 54,4% foram em homens, e nas Hepatites C e D, o sexo masculino
apresentou 58,0% e 57,7%, respectivamente (BRASIL, 2018b).
Os dados apresentados, neste estudo, mostram que, no período analisado, o estado
de Alagoas obteve muitos casos confirmados, podendo, desta forma, considerar as Hepatites
virais um importante problema de saúde pública. Isto pode estar relacionado com a ausência
de saneamento básico em algumas regiões, a falta de conhecimento da população a respeito
da doença, a condição socioeconômica dos indivíduos, a baixa cobertura da vacina de
Hepatite B em adultos, a ausência de vacina contra a Hepatite C, dentre outros fatores.
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CONCLUSÃO
Conclui-se que, no estado de Alagoas, entre os anos de 2009 e 2018, a maioria dos
casos das hepatites virais foi da hepatite A, com 43,39%, seguido das hepatites B e C, com
36,33% e 20,06% consecutivamente; já a hepatite D, apresentou-se como a menos frequente
nessa população, com apenas 8 casos notificados ao longo desses anos, o que representa
apenas 0,23%.
Além disso, foi possível notar um decréscimo nos casos de hepatite A ao longo dos
anos, o que não aconteceu com as hepatites do tipo B e C, em que o número de casos oscilou
durante esses anos, mas apresentaram um crescimento das notificações nesse período.
Portanto, Alagoas é um estado com um número considerável de casos de hepatites virais,
seguindo assim, a tendência nacional e mundial que caracteriza essas infecções como um
problema de saúde pública.
REFERÊNCIAS
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13. BRITO, Wagner Izidoro de; SOUTO, Francisco José Dutra. Vacinação universal
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implantação do programa. Rev. bras. epidemiol., Rio de Janeiro, v. 23, 2020. Disponível
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&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 25 jul. 2020.
15. GOMES, Andréia Patrícia et al. Hepatites virais: abordagem clínica com ênfase nos
vírus A e E. Rev Bras Clin Med., São Paulo, v. 10, n. 2, 2012. Disponível em: http://files.
bvs.br/upload/S/1679-1010/2012/v10n2/a2782.pdf. Acesso em: 30 julho 2020.
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16. GOMIDE, Geisa Perez Medina et al. Epidemiological survey of hepatitis C in a region
considered to have high prevalence: the state of Minas Gerais, Brazil. Rev. Soc. Bras. Med.
Trop., Uberaba, v. 52, 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0037-86822019000100336&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 25 jul. 2020.
18. 18. MOREIRA, Teresa; AREAIS, Jorge. Hepatite B Crónica. Rev. J Port Gastrenterol.
v. 16, n. 5, p. 187-191, Lisboa nov. 2009. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/pdf/ge/
v16n5/v16n5a03.pdf. Acesso em: 23 jul. 2020.
20. OLIVEIRA, Thaysa Johanne Borges et al. Perfil epidemiológico dos casos de hepatite
C em um hospital de referência em doenças infectocontagiosas no estado de Goiás, Brasil.
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scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232018000100051&lng=pt&
nrm=iso. Acesso em: 30 jul. 2020.
21. VIVALDINI, Simone Monzani et al. Análise exploratória espacial de casos de HBV no
Brasil entre 2005 e 2017. Rev. Bras. Epidemiol., São Paulo, v. 22, supl. 1, 2019. Disponível
em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-790X2019000200404&script=sci_
arttext&tlng=pt. Acesso em: 30 jul. 2020.
49
4
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6188-7536, discente do Curso de Ciências Biológicas (Licenciatura)
Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) Campus II. Santana do Ipanema, Alagoas, Brasil. E-mail:
Daltonmatosgn@gmail.com ;
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7673-3871, discente do Curso de Ciências Biológicas (Licenciatura)
Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) Campus II. Santana do Ipanema, Alagoas, Brasil. E-mail:
lorenasilvalore@gmail.com;
(3)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1618-5519, discente do curso de Fisioterapia (Bacharelado)
Universidade de Ciências da Saúde (UNCISAL). Maceió, Alagoas, Brasil. E-mail: thaywissontk11@gmail.
com;
(4)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2506-0152, discente do Curso de Ciências Biológicas (Licenciatura)
Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) Campus II. Santana do Ipanema, Alagoas, Brasil. E-mail:
liindyf@gmail.com;
(5)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2898-2646, Mestrando em Biologia Parasitária, Universidade
Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão, Sergipe Brasil. E-mail: wandklebson.paz@gmail.com.
ABSTRACT: With the crisis experienced in 1994, the Ministry of Health created the Family Health
Program (FHP) with the objective of improving primary care. The program deals with pregnant women, the
elderly, children, and patients with NCDs (Chronic Noncommunicable Diseases), whose mortality rate is
high. This study aimed to identify the most present diseases, link them with the socioeconomic conditions of
the communities and verify whether professionals have adequate means of education about combating these
diseases with families in two FHP units in deprived areas of Santana do Ipanema, Alagoas. For data collection,
a semi-structured questionnaire was used for health agents, and the Informed Consent Form was used.
According to the information collected at one point, most of the families served are low-income. The most
common diseases are: diarrhea, Upper Airway Infections, diabetes, hypertension, among others. Hypertension
and diabetes were more present, with 33,3% each. In the second point visited, the most frequent diseases were:
diarrhea, hypertension, Sexually Transmitted Infections (STIs), among others. Cases of diarrhea and STIs
were more cited by the agents as problems. No relationship was found between the most prevalent diseases in
the observed communities and the socioeconomic profile of the residents, as they are chronic diseases. On the
other hand, other diseases that have been reported have shown to be related to the profile of residents (worms
and infectious diseases. It Is concluded that in both FHPs the majority of diseases mentioned by the agents
were of chronic profile, therefore, it does not have a direct connection with the socioeconomic situation of the
community. In contrast, reports of some infectious diseases and worms were found in both communities, and
these do express a direct link with the socioeconomic situation of the families.
1
DOI: 10.48016/ GT4L1cap4
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INTRODUÇÃO
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REFERENCIAL TEÓRICO
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Em Alagoas, esse quadro ainda se faz presente na maioria dos municípios. Entre as
doenças endêmicas em destaque, em Alagoas, estão a dengue, zika vírus, febre chikungunya,
hanseníase, esquistossomose, tuberculose e leishmaniose. Além das doenças crônicas. É de
suma importância a existência e prevalência dos PFS’s para a população alagoana, nesse
contexto, o Programa de Saúde da Família apresenta-se como um eixo articulador do sistema
de saúde no qual trabalha em conjunto com a porta de entrada do atendimento. A estratégia
adotada sugere que a reorganização do atendimento primário para as ações de promoção de
saúde, prevenção de riscos dos agravos, acaba sendo decisiva na assistência, recuperação e
cuidados aos doentes (PERREAULT et al., 2016).
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Visitando o primeiro PSF, que se localiza no bairro Santo Antônio, foram respondidos
5 questionários, e, segundo os agentes, o posto abrange famílias com sua grande maioria de
baixa renda. A estrutura não apresenta comodidade para suportar ou até mesmo atender a
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comunidade participante. O mesmo possui saneamento básico, mas não desfruta de serviços
básicos como calçamento.
De acordo com as consultas ao local, foi observado que, diariamente, o atendimento
pode ser de até 40 pessoas, com média de 600 por mês. As doenças que ocorrem na
comunidade segundo os agentes são: diarreia, Infecção das Vias Aéreas Superiores (IVAS),
diabetes, depressão, tuberculose, dengue, gastrite, osteoporose, hipertensão, doenças
cardíacas e hanseníase.
As mais frequentes são as crônicas como a hipertensão (citadas por 33,3% dos
agentes) e diabetes, citadas por 33,3% dos agentes (Tabela 1). São causadas, normalmente,
por alimentação incorreta e sedentarismo, atingindo grande parte da população nacional e
é responsável por boa parte dos óbitos em todo país.
Tabela 1. Questionário feito aos agentes do PSF do bairro Santo Antônio, Santana do Ipanema,
Alagoas (N=5)
Diabetes 3 33,3
Hipertensão 3 33,3
Quais as doenças mais ocorrentes no
PSF? Depressão 1 11,1
Como ressalta Lessa (1998), a hipertensão (HA) arterial e diabetes mellitus (DM) fazem
parte de uma classe de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), representando, de
forma mútua, uma das principais causas de óbitos em todo o país. Corroborando, também,
com os estudos de Torres e Monteiro (2007), no qual ele retrata que, em 2020, as doenças
cardiovasculares, diabetes e o câncer atingiriam a maior parte da população.
As DCNT’s vêm sendo investigadas, há bastante tempo, nos países desenvolvidos da
América do Norte e Europa, iniciando-se tais investigações em torno de 1923 e, com mais
ênfase, na década de setenta, por metodologias mais modernas.
Estas doenças deixaram de ocorrer, preferencialmente, em países desenvolvidos,
representando uma grave preocupação à saúde para populações residentes nos países
em desenvolvimento (REDDY; YUSUF, 1998). No caso do Brasil, existem fatores que
agravam e dificultam a implantação de programas de prevenção, como também combate
a estas enfermidades, como a desigualdade social, somada à dimensão continental do país
(MALFATTI; ASSUNÇÃO, 2011).
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Tabela 2. Questionário feito aos agentes de saúde do bairro São Pedro, Santana do Ipanema, Alagoas.
Frequência
Respostas dos agentes Frequência
Perguntas absoluta (N)
de saúde (%)
Diabetes 4 19,06
Hipertensão 3 14,3
Diarreia 5 23,8
Doenças Sexualmente
Quais as doenças mais Transmissíveis (DST) 5 23,8
ocorrentes no PSF?
Hanseníase 1 4,76
Pneumonia 1 4,76
Cefaleia 1 4,76
Saúde Mental 1 4,76
Visitando, por último, o posto do bairro São Pedro contava com uma estrutura mais
adequada para o atendimento dos seus participantes, porém o atendimento ao paciente
ainda é insatisfatório por dificuldades enfrentadas devido à falta de recursos. Suporta
um atendimento diário de até 35 pacientes, em média 650 mensais, todas de famílias de
baixa renda. As doenças ocorrentes, na comunidade, são: diarreia, hipertensão, Doenças
Sexualmente Transmissíveis - DST, diabetes, verminoses, cefaleia, pneumonia, hanseníase,
astes, leishmaniose visceral, hanseníase, tuberculose e saúde mental.
Com relação às DSTs, no ano de 1999, a OMS estimou um total de 340 milhões de casos
novos por ano de doenças sexualmente transmissíveis, no qual seria possível o tratamento
destas doenças em todo o mundo, entre pessoas com idade de 15 a 40 anos, no qual 10 a 12
milhões destes casos são no Brasil (BELDA JUNIOR; SHIRATSU; PINTO, 2009).
O sexo feminino apresenta infecções não tratadas por gonorreia e clamídia, tendo em
vista que 10% a 40% acabam desenvolvendo doenças inflamatórias pélvicas (DIP). Além
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disso, mais de 25% acabam se tornando inférteis, visto que a taxa de infertilidade por causas
não infeciosas varia de 3% a 7% (BELDA JUNIOR; SHIRATSU; PINTO, 2009).
Como no PSF de Santo Antônio, as doenças mais frequentes do PSF de São Pedro,
citadas pelos agentes, são a hipertensão e a diabetes. Contudo, é importante ressaltar
doenças causadas pela situação socioeconômica e ambiental do bairro, como a diarreia,
que foi destaque de ocorrência na comunidade, normalmente causada através de infecção
por vírus, bactérias ou outros parasitas. A DST transmitida, principalmente, por falta de
proteção no ato sexual, traz observações sobre a falta de conhecimento sobre gravidade e
ocorrência das doenças sexualmente transmissíveis, principalmente, por pessoas carentes,
afetando diretamente os adolescentes. São consideradas doenças de alta transcendência,
com elevados índices de morbimortalidade e impacto psicológico, trazendo perdas do ponto
de vista econômico e social, principalmente, pelo fato de atingir uma grande parcela da
sociedade em idade produtiva e reprodutiva (DORETO; VIEIRA, 2007).
Outras doenças que se destacam, no bairro, são as verminoses, hanseníase e
leishmaniose visceral, comuns em bairros periféricos, em que a qualidade de vida da
população é precária, e os mesmos não são instruídos sobre as causas de tais doenças.
Em relação à saúde mental, citado pelos agentes de saúde, o adoecimento do psíquico
também é um dos grandes problemas enfrentados na sociedade, como a depressão, ansiedade,
entre outros transtornos. Tais fatores acabam comprometendo a saúde das populações,
afetando diferentes faixas etárias, causando sofrimento tanto para o indivíduo, mas também
para a família (ROCHA et al., 2010).
Apesar desses dados sobre a situação de saúde mental, em grupos populacionais,
eles ainda são bem escassos, gerando carência de informação sobre esses indicadores de
morbidade. No qual a ausência de informação sobre a situação de saúde mental é um dos
fatores que contribuem para a atenção precária ou inexistente em saúde mental, tanto nas
ofertas de serviços de saúde quanto na elaboração de políticas de promoção a saúde (ROCHA
et al., 2010).
Outra doença, citada pelos agentes de saúde, é a diarreia. Segundo Victora (2009),
todos os anos cerca de 2 milhões de crianças, no mundo, morrem de diarreia, as crises
diarreicas ainda são responsáveis por uma porção de mortes de (16%) em crianças menores
de 5 anos (ANDRADE; NETO, 2011). A doença diarreica aguda (DDA) é um problema de
saúde pública em várias regiões do planeta, em particular, aquelas onde a pobreza predomina
(RANDT; ANTUNES; SILVA, 2015).
Segundo a OMS, a diarreia aguda é caracterizada quando o número de evacuações
líquidas for igual ou maior que três, ou contendo muco e sangue, no período de 12 horas
ou quando a duração da mesma for menor que 15 dias (ALMEIDA et al., 1998). Muitas
vezes a diarreia é causada por alimentos contaminados. Doenças transmitidas por alimentos
(DTA) são consideradas um problema de Saúde Pública, acaba atingindo diversos países,
manifestando-se de diversas formas, desde ligeiras indisposições até situações mais graves
que podem precisar de cuidados hospitalares ou mesmo causar a morte do indivíduo
(MARCHI et al., 2011).
Com relação à população, em ambos os PSF, são de baixa renda. Segundo Barros (2017),
estudos relacionados à desigualdade de renda são feitos através de pesquisas domiciliares,
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no qual apresentam algumas limitações. Com a melhoria na renda e na saúde, estão ligadas,
diretamente, ao bem-estar social, tendo em vista que entender a relação entre doença e bem-
estar se trata de algo necessário para a compreensão de tal população (SANTOS; JACINTO;
TEJADA, 2012).
Segundo Santos, Jacinto e Tejada (2012), a saúde afeta a renda. Consoante isso, a
saúde tem impacto direto sobre a produtividade oferta de trabalho, afetando o crescimento
econômico da região, o que justifica a baixa renda mencionada pelos agentes de saúde.
Estudos mostram que as DCNT afetam mais populações de baixa renda, por serem
mais vulneráveis, estarem mais expostas aos riscos e terem um menor acesso aos serviços de
saúde (MALTA et al., 2017).
Os PSFs estudados apresentam estruturas e localidades inadequadas, atendimento
insatisfatório por problemas enfrentados, muitas vezes, negligenciados, segundos os
agentes. Além da estrutura física, enfrentam também a falta de profissionais qualificados e de
recursos mais específicos para os atendimentos. Ambos atendem população de baixa renda,
e se destacam com maior atendimento em pacientes com doenças crônicas. Em diversas
localidades do Brasil, populações são excluídas da infraestrutura urbana, como os serviços
de saneamento básico e dos equipamentos públicos (PAZ; ALMEIDA; GÜNTHER, 2012).
Ressaltando que as condições socioeconômicas e ambientais de uma população são
circunstâncias causadoras de grande parte de doenças e mortes em todo país. São tratamentos
de altos custos para o governo, mas que podem ser evitadas através da assistência básica, que
é um grande problema devido às dificuldades enfrentadas pelo SUS. Todavia, foi possível
reduzir os índices de mortalidade através dos serviços que são oferecidos pelo Programa de
Saúde da Família (PSF), criado em 1994, como aspecto alternativo de promoção da saúde
no país, por meio de equipes de Agentes Comunitários de Saúde - ACS (PAZ; ALMEIDA;
GÜNTHER, 2012).
A comunidade estudada que mais se destaca em doenças relacionadas ao perfil
socioeconômico e ambiental foi a de São Pedro, com um grande índice de diarreia, além de
casos de verminoses e doenças bacterianas.
CONCLUSÃO
Foi observado em ambos os PSF’s que a maioria das doenças, citadas pelos agentes,
foram diabetes e hipertensão, ou seja, eram doenças de perfil crônico, além disso, também
foram encontrados relatos de algumas doenças infecciosas e verminoses em ambas as
comunidades. Podendo haver relação com o perfil socioeconômico da população local.
Dessa forma, é necessário a otimização de políticas públicas de saúde para que o índice das
doenças diminua na região. Adicionalmente, são necessários estudos que avaliem a relação
entre a ocorrência dessas doenças e determinantes sociais de saúde.
REFERÊNCIAS
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11. DUNCAN, B. B. et al. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: prioridade para
enfrentamento e investigação. Revista de Saúde Pública, v. 46, p. 126-134, 2012.
12. ISER, B. P. M. et al. Fatores de risco e proteção para doenças crônicas não
transmissíveis obtidos por inquérito telefônico-VIGITEL Brasil-2009. Revista Brasileira
de Epidemiologia, v. 14, p. 90-102, 2011.
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transmissíveis. An. Bras. Dermatol. Rio de Janeiro, v. 84, n. 2, p. 151-159, Apr. 2009.
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entrevistas telefônicas. Revista de Saúde Pública, v. 39, p. 47-57, 2005.
20. NEVES, D. P. et al. Parasitologia Humana. 13 ed. Editora Atheneu, São Paulo, 2016.
23. PERREAULT, M. et al. Programa de Saúde da Família no Brasil: reflexões críticas à luz
da promoção de saúde. Revista Enfermagem Contemporânea, v. 5, n. 1, 2016.
24. RANDT, K. G.; ANTUNES, M. M. C.; SILVA, G. Alves Pontes da. Diarreia aguda:
manejo baseado em evidências. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 91, n. 6, supl. 1, p.
S36-S43, 2015.
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30. SILVA, S. A. et al. Saneamento básico e saúde pública na Bacia Hidrográfica do Riacho
Reginaldo em Maceió, Alagoas. Eng. Sanit. Ambient. Rio de Janeiro, v. 22, n. 4, p. 699-
709, aug. 2017.
35. VICTORA, C. Mortalidade por diarreia: o que o mundo pode aprender com o
Brasil?. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 85, n. 1, p. 3-5, fevereiro de 2009.
61
5
Suian Sávia Nunes Santos(¹); Joyce Kelly da Silva(²); Sarah Cardoso de Albuquerque(³); Vanessa
Mirtiany Freire dos Santos(4); Lucas Kayzan Barbosa da Silva(5); Ana Caroline Melo dos Santos(6)
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4564-6601, Faculdade Unirb Arapiraca – UNIRB ARAPIRACA;
BRAZIL. Graduanda em Enfermagem. E-mail: suyan.savia@gmail.com;
(²)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1956-5816, Faculdade Unirb Arapiraca – UNIRB ARAPIRACA;
BRAZIL. Graduanda em Enfermagem. E-mail: joyskeller9@gmail.com;
(³)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5809-4837, Faculdade Unirb Arapiraca – UNIRB ARAPIRACA;
BRAZIL. Graduanda em Enfermagem. E-mail: Sarah-albuquerque12@hotmail.com;
(4)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8968-8037, Faculdade Unirb Arapiraca – UNIRB ARAPIRACA;
BRAZIL. Graduanda em Enfermagem E-mail: vanessamirtiny@gmail.com;
(5)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0081-1068, Universidade Federal de Alagoas – UFAL; BRAZIL.
Mestre em Enfermagem pela UFAL. E-mail: lucaskayzan@gmail.com;
(6)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0280-6107, Faculdade Unirb Arapiraca – UNIRB ARAPIRACA;
BRAZIL. Doutoranda em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Especialista em
Enfermagem em Genética e Genômica – SBEGG, Pós-graduanda em Cardiologia e Hemodinâmica, E-mail:
anacaroline12305@gmail.com.
ABSTRACT: Pneumonia is an acute respiratory infection (ARI), which consists of a syndromic condition
resulting from inflammation of the lung tissue, triggered by the penetration of an infectious or irritating agent.
This is a retrospective study of secondary basis by SIH / SUS, made available by DATASUS / TABNET, with the
purpose of collecting data on hospital admissions and the mortality rate of children between 0 and 14 years old
with pneumonia in the state of Alagoas. Inclusion criteria were assessed for the prevalence of: character of care,
regime, age group and sex; between 2015 and 2019. In the period described, 27128 cases of pneumonia were
reported in children from Alagoas.It was analyzed by service character, which as a matter of urgency obtained
6034 (66.28) cases notified in 2015.It was identified in Regime, that the private regime obtained 3910 (142.70)
notified in 2015.It was presented by age group that children between 5 to 9 years old obtained 878 (93.33) in
the year 2016.It was observed by sex, that the male sex had 3400 (24.64) in 2015. It is concluded that male
children were the most affected by pneumonia, and that the year 2015 presented high rates of notifications.
In order to combat the increase in the disease in children, it is necessary to intensify the prevention, diagnosis
and treatment of the disease. Another preventive measure of prevention in children is immunization through
vaccination, thus reducing the chances of contracting the disease. However, it is important to know the profile
of the affected children and to encourage the appropriate filling out of the notification forms so that strategy
planning is effective.
1
DOI: 10.48016/ GT4L1cap5
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INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Desde a década de 70, foi visto que a pneumonia é de 5 a 10 vezes maior em países
em desenvolvimento, principalmente, entre crianças menores de 5 anos. Em 2016, dados
do Ministério da Saúde (MS) apontaram a doença como a principal causa de óbitos infantis
no Brasil e responsável por grande parcela das internações de crianças menores de um ano,
devido às questões de vulnerabilidade social, como a desnutrição, que acarreta suscetibilidade
às doenças, e do fator de risco da própria idade como função da fragilidade da população
infantil (NASCIMENTO-CARAVALHO et al., 2002).
O Ministério da Saúde (2013) enfatiza os fatores de risco para o agravamento da
pneumonia em crianças, responsáveis pelas internações hospitalares: idade < 2 meses;
tiragem subcostal; convulsões; sonolência; estridor em repouso; desnutrição grave;
impossibilidade de ingestão de líquidos; sinais de hipoxemia; doença de base debilitante
(ex.: cardiopatia, pneumopatia crônica, doença falcêmica); derrame pleural, abcesso
pulmonar, pneumatocele; falha de terapêutica ambulatória; apoio familiar não favorável
ao tratamento domiciliar da criança com quadro agudo. Assim, identificar o perfil das
notificações de casos de pneumonia promove a identificação de necessidades relacionadas
à saúde, epidemiologia e mortalidade infantil (BRASIL, 2012)a selector valve, a multi-port valve, a gas-liquid
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separator and a solenoid valve for the determination of arsenic by hydride generation atomic
absorption spectrometry using tetrahydroborate as reductant was developed. The reduction
time of sample with tetrahydoborate has increased by keeping the reactant in gas-liquid
separator by using the solenoid valve. Various parameters affecting the performance of the
sequential injection system were optimized, including reaction-time, carrier gas flow, sample
volume, tetrahydroborate volume and concentration. Established sequential injection
hydride generation technique was simple and automated operation. A sample throughput of
112/h was achieved with 400 μL samples with a precision of 2.0% RSD at 4 μg/L As (n = 10.
Devido a esta condição, a atenção à criança representa um campo prioritário que
necessita um olhar atencioso, pois tendo em vista a sua suscetibilidade ao adoecimento e
ao agravamento das enfermidades em função da fragilidade da própria idade (DIAS-DA-
COSTA et al., 2010; OLIVEIRA et al., 2012).
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Tabela 1 - Casos notificados de crianças com pneumonia de ≤ 1 ano a 14 anos, no estado de Alagoas
Identificou-se que por caráter de atendimento (Tabela 2), que no ano de 2015 obteve
altas notificações por Urgência com 6034(66,28).
Tabela 2 –Casos notificados e prevalência por Caráter de Atendimento em crianças com pneumonia
de ≤ 1 ano a 14 anos, no estado de Alagoas
Eletivo Urgência
Ano Total de casos Prevalência Total de casos Prevalência Total
2015 27 2,96 6034 66,2 6061
2016 32 3,51 5583 61,3 5615
2017 62 6,81 5263 57,8 5325
2018 205 22,5 5094 55,9 5299
2019 346 38 4482 49,2 4828
Total 672 - 26456 - 27128
A taxa de mortalidade, por caráter de atendimento (Tabela 3), encontra-se alta por
eletivo, no ano 2018, com 2,23% dos dados notificados.
Tabela 3 – Taxa de Mortalidade doscasos notificados por Caráter de Atendimento em crianças com
pneumonia de ≤ 1 ano a 14 anos, no estado de Alagoas.
Ano atendimento Eletivo Urgência Total
2014 ... 0,47 0,47
2015 - 0,43 0,43
2016 - 0,52 0,52
2017 1,59 0,49 0,5
2018 2,23 0,62 0,69
2019 1,53 0,53 0,6
Total 1,64 0,51 0,54
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)
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Apontou-se que, por Regime (Tabela 4), no ano de 2015, o regime privado obteve
3910(142,70) notificados.
Tabela 4 – Número de casos notificados e prevalência por Regime em crianças com pneumonia de
≤ 1 ano a 14 anos, no estado de Alagoas.
Tipo de regime
Público Privado
A taxa de mortalidade que está alta se encontra no regime público (Tabela 5) com 1,1%
em 2014.
Tabela 5 – Taxa de Mortalidade dos casos notificados por Regime em crianças com pneumonia de
≤ 1 ano a 14 anos, no estado de Alagoas.
Tipo de serviço
No que se diz por Faixa Etária (Tabela 6), em crianças de 5 a 9 anos, no ano de 2016,
obteve 878(93,33) de casos notificados.
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Tabela 6 – Número de casos notificados e prevalência por Faixa Etária em crianças com pneumonia
de ≤ 1 ano a 14 anos, no estado de Alagoas.
Faixa etária
≤ 1 ano 1 - 4 anos 5 -9 anos 10 - 14 anos
Ano Total Prevalência Total Prevalên- Total Prevalência Total Prevalência Total
cia
2015 2212 8,1 2952 10,8 699 23,2 198 5,8 6061
2016 1803 6,6 2801 10,2 878 93,3 133 3,9 5615
2017 1844 6,7 2563 9,4 741 85,4 177 5,2 5325
2018 1930 7 2634 9,6 542 87,7 193 5,7 5299
2019 1661 6,1 2457 9 551 81,8 159 4,7 4828
Total 9450 - 13407 - 3411 860 - 27128
Tabela 7 – Taxa de Mortalidade dos casos notificados por Faixa Etária em crianças com pneumonia
de ≤ 1 ano a 14 anos, no estado de Alagoas.
Faixa etária
Observou-se, no sexo (Tabela 8), que o sexo masculino obteve o maior número de
notificações, com 3400 (24,64) no ano de 2015.
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Tabela 8 – Número de casos notificados e prevalência por Sexo em crianças com pneumonia de ≤ 1
ano a 14 anos, no estado de Alagoas.
Masculino Feminino
No que se identificou, na taxa de mortalidade alta (Tabela 9), no critério por sexo, o
sexo masculino obteve notificações de 2,16% no ano de 2016.
Analisou-se que utilizando o teste T (Figura 1), foi identificado diferença significativa
entre os sexos em 2015 a 2019 (p= 0,0021).
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Figura 1 – Análise realizada no programa PRISMA utilizando o teste T por Sexo em crianças com
pneumonia de ≤ 1 ano a 14 anos, no estado de Alagoas.
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a diminuição de casos nessas crianças no que foi analisado, nesse estudo, em crianças
alagoanas, tendo sua menor taxa de mortalidade em crianças 5 a 9 anos, no ano de 2017,
com 0,13% e em crianças entre 1 a 4 anos com taxa de 0,14%. No que se verificamos sobre o
sexo, o sexo masculino obteve a maior prevalência, no ano de 2015, com 24,6% (3400 casos
notificados no SIH/SUS) em relação ao 461.489 (IBGE 2010) da população masculina de
crianças alagoana. No que se contribui na taxa de mortalidade por sexo, o sexo masculino
tem a sua taxa mais alta, no ano de 2016, com 2,16%, em alguns estudos, relacionam a taxa de
mortalidade alta em crianças devido ao risco de internação por pneumonia foram associados
à escolaridade, idade materna e condição socioeconômica (RICCETTO et al., 2003).
CONCLUSÃO
Frente aos dados apresentados, observou que o sexo masculino foi o mais acometido
por pneumonia e o ano de 2015 apresentou um alto número de notificações. Para combater o
aumento da pneumonia em crianças ≤ 1 ano a 14 anos, há uma necessidade da intensificação
das ações de prevenção, como a educação em saúde para os pais, diagnóstico e tratamento da
doença, comprimento do caderno de vacinação da criança, com a vacina pneumocócica, que
ajuda na prevenção da pneumonia, e reduz a hospitalização por esta doença ou mortalidade
causada pela a mesma.
Neste contexto, o controle dos principais fatores de risco é necessário para que
ocorra redução significativa no número de hospitalizações, com enfoque nas populações
de maior risco, como crianças e idosos, dentro do cenário nacional. Todavia, é estimular o
preenchimento adequado das fichas de notificações para que os planejamentos de estratégias
sejam eficazes. Sendo assim, é importante conhecer o perfil das crianças acometidas com
está doença como ferramenta de estratégia para combater os números de internações
hospitalares por pneumonia.
REFERÊNCIAS
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www.unicef.org/rightsite/sowc/statistics. php. Acesso: 9 Jan 2011.
71
6
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8759-0872; Acadêmico de Enfermagem; Centro Universitário
Tiradentes (UNIT), Campus Maceió – AL, BRAZIL. E-mail: lazarooliveira99@hotmail.com;
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9701-8968; UNIT/AL, Campus Maceió – AL, Acadêmica de
Enfermagem, BRAZIL. E-mail: joiciellybispo22@gmail.com;
(3)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0457-7996; UNIT/AL, Campus Maceió – AL, Acadêmica de
Enfermagem, BRAZIL. E-mail: ellen.beatriz26@outlook.com;
(4)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8631-0293; UNIT/AL, Campus Maceió – AL, Acadêmica de
Enfermagem; BRAZIL. E-mail: adeniamirelly123@gmail.com;
(5)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9478-5424; UNIT/AL, Campus Maceió – AL, Acadêmica de
Enfermagem; BRAZIL. E-mail: dearmariatereza@gmail.com;
(6)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9474-7137; UNIT/AL, Campus Maceió – AL, Docente de Enfermagem;
BRAZIL. E-mail: albambf@hotmail.com.
ABSTRACT: Violence originates from Latin violence and consists of the intentional use of physical force or
power, against oneself or others. One of the forms of violence is sexual, which according to the Pan American
Health Organization and the World Health Organization, is characterized as any attempt or consummation of a
sexual act without consent. Currently, violence affects all ages, ethnicities, social classes or gender, but the main
victims of this injury are women, at any stage or cycle of their life. The present study aims to characterize the
profile of the authors of violence against women in the state of Alagoas between the years 2009 and 2017. With
this, it is intended to raise data that can contribute to the recognition of those who present themselves as the
main agents offenders according to reported epidemiological data. This is a descriptive study with a quantitative
approach, using data referring to Sexual Violence in the period from 2009 to 2017 in Alagoas, found in the
Information System for Notifiable Diseases (SINAN), made available by the Information System of the Unified
Health System (DATASUS) of the Ministry of Health. This survey was conducted in July 2020, the analysis was
based on absolute and relative data on sexual violence against women in Alagoas and was carried out using basic
descriptive statistics. In view of the results, a large difference was evidenced in the number of cases of sexual
violence according to sex, where a greater number of women victims of this type of violence was observed, being
1,555 (93.39%) compared to men with 128 (7 , 61%). Among the known aggressors, friends/ acquaintances were
the ones who practiced sexual violence the most, representing 54.42% of the cases (n = 357). Among relatives,
stepfathers (n = 74) were the ones who practiced this type of aggression the most, representing 11.28% of the
cases, followed by parents (n = 57) in 8.69% and brother (sister) (n = 17). In relationships, most of the cases
had the boyfriend (girlfriend) (n = 47) as the aggressor, corresponding to 7.16% of the cases, followed by the
spouse (n = 24) in 3.66%, ex boyfriend (ex girlfriend) (n = 19) in 2.90%, ex spouse (n = 17) in 2.59% and unstable
relationship (n = 9) in 1.37%. From the description of the data, it is possible to state that there are a greater
number of reported cases of sexual violence against women compared to men. As a result, it is noticeable that
the lack of a link facilitates a shorter time for filing the complaint, while the existence of a relationship extends
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this period. Therefore, it is concluded that the profile of the perpetrators of violence against women in the state of
Alagoas between the years 2009 and 2017, was predominantly composed of known people. In addition, according
to the epidemiological data reported in SINAN, most of these aggressors are composed of family members and
people with whom women have had some type of relationship during their life.
INTRODUÇÃO
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Diante da relevância dos dados expostos, esse estudo apresenta como objetivo
caracterizar o perfil dos autores de violência contra a mulher, no estado de Alagoas, entre
os anos de 2009 e 2017. Com isso, pretende-se levantar dados que possam contribuir com
o reconhecimento daqueles que se apresentam como os principais agentes agressores de
acordo com os dados epidemiológicos notificados.
REFERENCIAL TEÓRICO
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onde persistem permissões legais para que estupradores não sejam acusados caso se casem
com a vítima (ONU, 2018).
Um marco, na luta contra a violência doméstica e familiar contra a mulher, foi a
adoção da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra
a Mulher, que aconteceu em Belém do Pará, em 1994, promovida pela Organização dos
Estados Americanos (OEA), onde houve a recomendação para que o Brasil desenvolvesse
ações para o fim desse tipo de violência. Com isso, foram planejados e propostos projetos de
lei voltados à solução dessa problemática (SOUZA; BARACHO, 2015).
Nesse sentido, em razão das recomendações da OEA, foi criada a Lei Maria da Penha
(Lei nº 11.340 de 2006), para que dessa forma, o Brasil efetuasse uma reforma legislativa
para combater, definitivamente, a violência doméstica contra mulheres no país, isto, após
ter sido responsabilizado por negligência e omissão na apuração do delito de violência
doméstica (SOUZA; BARACHO, 2015). Com isso, a Lei nº 11.340 de 2006:
Essa lei descreve, em seu Art. 9º, que a mulher, em situação de violência doméstica
e familiar, deve ter assistência garantida de acordo com o que rege a Lei Orgânica da
Assistência Social, sendo assistida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), juntamente, com o
Sistema Único de Segurança Pública, além de outros órgãos, quando necessário. Garante,
ainda, em seu parágrafo 3º, acesso aos recursos oriundos do desenvolvimento científico
e tecnológico, devendo ter acesso aos procedimentos que forem necessários em casos de
violência sexual (BRASIL, 2006).
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme dados coletados através do SINAN, entre 2009 e 2017, houve um total de
23.480 casos de violência notificados no estado de Alagoas. Entre as vítimas, 8.255 (35,16%)
eram homens e 15.224 (64,84%) eram mulheres e 1 dado foi ignorado quanto ao sexo. Entre
esses casos, 1.683 foram de violência sexual, 10.477 outros tipos de violência e 11.320 foram
dados ignorados ou em branco quanto ao tipo de violência, sendo o sexo feminino o que
apresenta maiores índices, com 6.965 (61,53%), enquanto o sexo masculino apresenta 4.355
(38,47%) (Tabela 1).
Foi observada uma grande diferença no número de casos de violência sexual, segundo
o sexo, onde observou-se um maior número de mulheres vítimas desse tipo de violência,
sendo 1.555 (93,39%) em comparação aos homens com 128 (7,61%). Além disso, 3.772
(36,0%) homens e 6.704 (63,99%) mulheres sofreram outros tipos, na qual foi possível notar
que as mulheres seguem sendo as mais acometidas diante dos números gerais de violência
(Tabela 1).
Tabela 1. Frequência de Violência e Violência Sexual, segundo sexo no estado de Alagoas, Período:
2009-2017.
Sexo Igno-
Violência Sexo Feminino Sexo Masculino Total
rado
Ao analisar o perfil dos autores que cometeram violência sexual contra mulheres,
evidenciou-se que, entre os 1.555 casos notificados, 48,6% eram violentadores conhecidos (n=
756), enquanto 44% eram violentadores desconhecidos (n= 684). O número de ignorados/
em branco representaram 7,4% (n= 115) dos casos (Figura 1). Entre os agressores conhecidos,
os notificados como amigos/conhecidos foram os que mais praticaram a violência sexual,
representando 22,96% dos casos (n=357) (Tabela 2).
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A partir da descrição dos dados, foi possível afirmar que houve um maior número
de casos notificados de violência sexual contra as mulheres em relação aos homens. Tal
evidência pode ser devido a uma menor notificação de violência sexual contra homens
em decorrência de uma masculinidade tóxica que os impedem de procurar os serviços de
saúde após terem sofrido a agressão por medo de terem a sua virilidade refutada (GASPAR;
PEREIRA, 2018).
Ainda assim, as meninas são mais suscetíveis a sofrerem violência sexual. Sendo
que a prevalência de abuso sexual, na infância, é de 18% para meninas e 8% para meninos,
além disso, os autores de violência sexual contra meninas são, na grande maioria dos casos,
homens. Meninas, também, têm maiores chances de sofrer abuso físico ou sexual por
parceiros íntimos e estupro por conhecidos ou desconhecidos (WHO, 2016).
Além do mais, tais atos de violência acontecem em diferentes contextos,
principalmente, em ambientes que deveriam ser considerados locais seguros para as
meninas, como por exemplo: nos lares, a caminho para a escola, em suas comunidades,
entre outros (WHO, 2016). Isso foi abordado pelo Relatório de status global sobre
prevenção da violência, ao afirmar que uma em cada três mulheres sofreu violência
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física ou sexual praticada por seu parceiro íntimo em algum momento da sua vida
(WHO, 2014).
Moreira et al. (2015) e Chehab et al. (2017) observaram, em seus estudos, um grande
índice de violência sexual praticada por amigos/conhecidos. Este achado corrobora com o
encontrado no presente estudo. Ainda foi observado, no presente estudo, um alto número
de agressores desconhecidos, isto pode ser em decorrência do medo ou receio das mulheres
em realizar a denúncia ou identificar o violentador.
Este fato pode ser explicado pela existência de uma tolerância social da violência, seja da
vitimização de meninas como da perpetração por parte de meninos e homens. Isso vem sendo
visto como algo normal e além do domínio das comunidades, pois a vergonha e o medo geram
uma diminuição de denúncias às autoridades. Diversas vezes, as vítimas são julgadas culpadas
pela violência que sofreram, fato esse decorrente dessa tolerância social, principalmente,
aquela cometida por parceiros íntimos, onde as mulheres são vistas como inferiores, perante a
sociedade, devido a normas culturais ligadas ao gênero e a masculinidade (WHO, 2016).
Acosta et al. (2016) ao analisar, em seu estudo, o período de tempo entre a agressão e
o registro da ocorrência policial, verificou-se que 74,3% das mulheres denunciaram o ato em
até 72 horas após a agressão. 43,5% foram vitimadas por alguém desconhecido. Enquanto
que entre 20,5% das ocorrências registradas somente entre 4 dias e 2 meses, 12,9% dos
casos apresentavam o parceiro ou conhecidos como os acusados. Com isso, é perceptível que
a inexistência de um vínculo corrobora para um menor tempo de realização da denúncia,
enquanto que a existência de um parentesco prolonga esse período.
Entre os agressores familiares, o padrasto e o pai são os principais autores da
violência sexual. Isso condiz com um estudo publicado por Teixeira et al. (2019), referente
às características dos casos de violência sexual ocorridos em Alagoas, evidenciando-se que
12,1% correspondia a violência intrafamiliar, sendo que 4,0% possuía relação ao padrasto
e 3,2% ao pai. Já em outro estudo, com relação aos agressores que possuíam algum tipo
de vínculo com a vítima, prevaleceu o cônjuge/namorado, padrasto, pai biológico e irmão
(NUNES; LIMA; MORAIS, 2017).
A sociedade patriarcal é organizada com base nessa inferioridade dos homens sobre
as mulheres, que se submetem a sua autoridade, vontades e poder. Os homens dominam o
poder público, o ambiente doméstico e ainda possuem controle sobre as mulheres e seus
corpos. Mesmo com todos os avanços sociais dos últimos tempos, onde mulheres vêm
ganhando cada vez mais um espaço na sociedade, o comando patriarcal ainda se mantém
enraizado, sendo estimulado, diariamente, na depreciação de características ligadas ao
feminino, na violência doméstica e no acatamento da violência sexual (BRASIL, 2014).
CONCLUSÃO
Dessa forma, é possível notar que o perfil dos autores de violência contra a mulher,
no estado de Alagoas, entre os anos de 2009 e 2017, foi, predominantemente, composto por
pessoas conhecidas. A maior prevalência dentre esses agressores é composta por familiares
e pessoas com as quais as mulheres tiveram algum tipo de relacionamento durante sua
vida, entre esses, destacam-se os padrastos, pais e namorados (as), que se caracterizam,
consecutivamente, como os principais agressores diante dos dados.
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REFERÊNCIAS
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82
7
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2898-2646, Mestrando em Biologia Parasitária, Universidade
Federal de Sergipe (UFS), Campus São Cristóvão, Sergipe Brasil. E-mail: wandklebson.paz@gmail.com.
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6188-7536, discente do Curso de Ciências Biológicas (Licenciatura)
Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) Campus II. Santana do Ipanema, Alagoas, Brasil. E-mail:
daltonmatosgn@gmail.com
ABSTRACT: Tuberculosis (TB) and Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS) are the infectious
diseases with the highest mortality in the world. The human immunodeficiency virus (HIV) compromises
the immune system and favors illness from TB and, in this perspective, TB-HIV co-infection is a potentially
fatal association. Even with this potential, there are shortcomings regarding the monitoring of cases under
treatment and the surveillance of contacts. In addition, little is known about the reasons that lead to cases
that evolve to death, abandonment. Thus, the objective was to analyze the epidemiological profile and the
temporal patterns of tuberculosis / HIV coinfection in the state of Alagoas from 2001 to 2019. An ecological
time series study was designed to assess the trends in the epidemiological indicators of tuberculosis/HIV co-
infection in the state of Alagoas. For this, all cases of TB/HIV co-infection in the period from 2001 to 2019
were selected through the Diseases Information and Notification System (SINAN). The categorization of cases
is carried out using sociodemographic and clinical variables. In addition, time trends were analyzed using
epidemiological indicators. During the study period, were observed 1,726 cases of TB/HIV co-infection, in
which higher proportions of cases were observed in males, aged 20 to 39 years, brown skin color, with no or
low education and residents in the urban area. In addition, there was a high percentage of patients with severe
clinical aspects, as well as a high percentage of patients who did not undergo supervised treatment or who
abandoned treatment. Not enough, there was an increasing pattern in most of the analyzed epidemiological
indicators, with emphasis on the mortality rate, with an annual increase of 7.9%, as well as an annual increase
of 7.7% in the proportion of municipalities that presented co-infection. Thus, it is perceived that it is extremely
important to optimize the diagnosis in primary care, such as monitoring by a multidisciplinary team of patients
and contacts. This work emphasizes the need for investments in basic public health programs, as this is the
only way we will have more attention to patient care and adherence to treatment.
1
DOI: 10.48016/ GT4L1cap7
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INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Embora seja uma das doenças infecciosas mais antigas da história da humanidade,
a tuberculose (TB) ainda representa um grande desafio à saúde pública global. Segundo
estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da população mundial está
infectado pelo bacilo causador da TB e pode desenvolver a doença em algum momento
da vida. Em 2015, estimou-se que cerca de 10,4 milhões de pessoas adoeceram por TB e
1,4 milhões de mortes foram atribuídas à enfermidade, juntamente, com a Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS). A TB é uma das mais importantes causas de mortalidade
por agentes infecciosos no mundo (WHO, 2016).
Devido à importante associação entre a TB e a infecção pelo HIV, desde 1997,
a testagem, para o HIV, é recomendada para todos os indivíduos com diagnóstico de
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TB. Todavia, somente 55,0% dos casos de TB notificados, no mundo, tinham testagem
documentada para o HIV no ano de 28 2015. No Brasil, onde a testagem é disponível em
todo o território nacional, somente 68,9% dos casos novos de TB foram testados para o HIV
no ano de 2014, sendo este um indicador operacional importante que reflete a qualidade do
diagnóstico da coinfecção TB-HIV no país. No estado de São Paulo, a testagem anti-HIV foi
realizada em 78,7% dos casos novos de TB no mesmo ano (BRASIL, 2016a; WHO, 2016).
Em relação ao diagnóstico da TB ativa em indivíduos infectados pelo HIV, a
investigação inicial é realizada de forma semelhante à avaliação de pessoas HIV negativas, ou
seja, por meio do questionamento da presença de sinais e sintomas sugestivos de TB (como
febre, tosse, perda de peso e sudorese noturna), e a coleta de escarro, sendo de fundamental
importância para a realização do diagnóstico bacteriológico (BRASIL, 2011).
Embora a TB ativa possa ser desenvolvida com qualquer contagem de linfócitos
T-CD4, o risco é maior conforme a imunodeficiência progressiva do indivíduo (MANDELL
et al., 2015). Em indivíduos com imunodeficiência avançada, as adenopatias e as formas
extrapulmonares são frequentemente encontradas, o que torna o diagnóstico laboratorial
ou bacteriológico mais complexo (MANDELL et al., 2015). Nesse sentido, outros métodos
diagnósticos devem também ser empregados, como os exames de imagem, biópsia, coleta de
líquor, dentre outros, como forma de potencializar o diagnóstico (BRASIL, 2011).
Na avaliação de indivíduos vivendo com HIV/AIDS, a TB ativa deve ser descartada, e a
infecção latente deve ser investigada tanto no momento do diagnóstico da infecção pelo HIV
(BRASIL, 2011; MANDELL et al., 2015). O diagnóstico e o tratamento da infecção latente
são estratégias fundamentais para o controle da TB nas pessoas que vivem com o HIV, já
que nesta população, quando infectada pelo bacilo, o risco de desenvolver a TB ativa é igual
a 10,0% ao ano, enquanto que, em indivíduos sem a infecção pelo HIV, o risco é de 10,0% ao
longo de toda a vida (MAHER et al., 2010).
O tratamento da TB ativa em casos coinfectados pelo HIV, em geral, é composto pelos
mesmos esquemas e período de duração do tratamento, na população, em geral (BRASIL,
2011). O uso da rifabutina, em substituição à rifampicina, deve ser considerado para pacientes
com esquemas de tratamento com antirretrovirais que incluam inibidores de protease ou
inibidores de transcriptase reversa (BRASIL, 2011).
O tratamento diretamente observado (TDO) deve ser preconizado, visto que,
inegavelmente, contribui à adesão ao tratamento, em especial, nos casos de coinfecção
que, em geral, são mais complexos do que os não coinfectados. A supervisão da tomada
da medicação e o vínculo estabelecido com a equipe de saúde, durante o TDO, contribuem
para a continuidade do tratamento da TB e podem facilitar o atendimento, como também
manejo de condutas específicas para esta população, como a introdução e acompanhamento
da adesão à TARV, o monitoramento de interações medicamentosas e reações adversas, e a
investigação de outros agravos associados ao HIV (BRASIL, 2017).
Em relação à magnitude da coinfecção TB-HIV, estima-se que, em 2015, cerca de
11,0% de todos os casos de TB, no mundo, eram HIV positivos, totalizando 1,2 milhões de
pessoas acometidas pela coinfecção. Em relação à mortalidade, cerca de 390 mil indivíduos
foram à óbito, devido à coinfecção TB-HIV, no mesmo ano (WHO, 2016).
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PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Fonte de Dados
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre os anos de 2001 e 2019, um total de 1.726 casos de coinfecção por TB-HIV
ocorreram no estado de Alagoas. As características sociodemográficas predominantes dos
casos foram: sexo masculino (66,6%), faixa etária entre 20 a 39 anos (58,5%), pessoas pardas
(74,5%), pessoas que residem em área urbana (86,9%) e < 8 anos de escolaridade (42,5%),
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no entanto, esse último pode ter sido subestimado, pois cerca de 33,7% dos dados não foram
estabelecidos (Tabela 1).
Em relação aos aspectos clínicos desses casos, foi relatado que cerca de 70,3% foram
casos novos (1.214 casos), porém, 18% dos casos (310) foram reingressos após abandono de
tratamento. A forma clínica mais prevalente foi a pulmonar (76,8%) e cerca de 87,4% dos
pacientes coinfectados por TB-HIV desenvolveram a AIDS.
Foi realizada a 1ª baciloscopia de escarro em cerca de 55,7% dos pacientes, sendo que,
em quase metade deles, foram positivos (27,4%). Quanto a 2ª baciloscopia, a maioria dos
dados não foram estabelecidos (55,4%) e, em cerca de 25%, não foi realizado o teste, sendo
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que, naqueles que foram realizados, 8,9% deram positivos e 10,6% negativos, como também,
na cultura de escarro, 6,3% foram positivos e 4,8% negativos, sendo a maioria não realizados
(80,7%). Por fim, quanto ao teste rápido da tuberculose, 7,5% dos casos foram detectados
através da sensibilidade por rifampicina (RIF) e 0,3% foram resistentes a RIF, sendo que a
maioria dos casos não foram estabelecidos pelo SINAN ou não realizados (86,4%) (Tabela 2).
Tipo do caso
Caso novo 1214 70,3
Recidiva 85 4,8
Reingresso após abandono 310 18
Transferência 89 5,2
Pós óbito 20 1,2
Ignorado/Branco 8 0,5
Forma clínica
Pulmonar 1325 76,8
Extrapulmonar 313 18,1
Pulmonar + Extrapulmonar 88 5,1
AIDS
Sim 1509 87,4
Não 128 7,4
Ignorado/Branco 139 5,2
1ª Baciloscopia de escarro
Positivo 473 27,4
Negativo 489 28,3
Não realizado 718 41,6
Ignorado/Branco 46 2,7
2ª Baciloscopia de escarro
Positivo 153 8,9
Negativo 183 10,6
Não realizado 433 25,1
Ignorado/Branco 957 55,4
Cultura de Escarro
Positivo 109 6,3
Negativo 82 4,8
Em andamento 142 8,2
Não realizado 1393 80,7
Teste rápido TB
Sensível a RIF 129 7,5
Resistente a RIF 5 0,3
Não detectável 87 5
Inconclusivo 14 0,8
Não realizado 483 28
Ignorado/Branco 1008 58,4
Fonte: MS/SVS/SINAN – Elaboração própria
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9.4 (APC IC95%: 6,4 a 12,5; p <0,05). As tendências das taxas de prevalência revelaram-se
crescentes entre homens (APC: 12.8; IC95%: 8,6 a 17,2) e mulheres (APC: 8,8; IC95%: 5,4
a 12,3) e nas faixas etárias de 0-9 anos (APC: 6,9; IC95%: 2,7 a 11,2), 20-39 anos (APC: 8,0;
IC95%:4,9 a 11,3) e 40-59 (APC: 8,6; IC95%: 5,2 a 12,1).
A porcentagem de casos de coinfecção TB-HIV (APC: 11,2; IC95%: 8,4 a 14,1), taxa de
mortalidade bruta na população geral (APC: 7,9; IC95%: 1,7 a 14,5) e Proporção de municípios
com transmissão (APC: 7,7; IC95%: 3,4 a 12,1) também apresentaram tendências crescentes
com incrementos estatisticamente significativos.
Em relação as outras duas faixas etárias, elas apresentaram tendências estáveis,
porém com valores crescentes não positivos. Apenas a taxa de letalidade apresentou valor
decrescente não significativo (Tabela 4).
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com TB/HIV positivos. Isso permitiu a redução de, provavelmente, 5,8 milhões de óbitos no
mundo (WHO, 2016).
Neste estudo, a porcentagem de pessoas diagnosticadas com a coinfecção TB/HIV,
em Alagoas, variou entre 1,26% em 2001 a 14,2% em 2019, demonstrando um crescimento
significativo, sendo que, no Brasil, em 2015, foi constatado cerca de 9,7% de pessoas
diagnosticadas com TB-HIV (BRASIL, 2016). Isso mostra o quanto está elevado o número
de casos de coinfecção dessas doenças no estado, evidenciado, também, pelas tendências
crescentes de quase todos os indicadores nesse trabalho.
A porcentagem de coinfecção TB/HIV, no Estado, é superior a alguns países da
Europa, como Espanha (6,2%), Inglaterra (7,4%), Áustria (1,7%), França (5,6%) e Bélgica
(5,6%); no entanto, é um pouco inferior a Portugal (14,6%) (PIMPIN et al., 2011).
Quando se faz um comparativo com outros estados do Brasil, a porcentagem de casos
de Alagoas é maior que em Minas Gerais (8,3%) e em Pernambuco (10,5%) (AUGUSTO et
al., 2013; BARBOSA; COSTA, 2014). Entretanto, as variações, nesses resultados, podem
ocorrer devido a diferenças no cálculo adotado em cada estudo, assim como por variação
real no número de casos de coinfecção TB/HIV.
Houve predomínio da coinfecção em homens adultos, de baixa escolaridade e de cor
da pele parda. Tal perfil é conclusão semelhante à de diversos outros estudos realizados,
no Brasil, para a coinfecção TB-HIV, além de compatível com o perfil dos pacientes
soropositivos para o HIV/Aids no país (PINHEIRO et al., 2002; GASPAR et al., 2016;
BALDAN; FERRAUDO; ANDRADE, 2017; CASTRIGHIN et al., 2017).
Estudando as características clínicas associadas à TB, é conclusivo dizer que existe
falhas no sistema de saúde pública brasileiro, pelo fato de ser observado evidente falta de
exames de diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com TB.
Isso é evidenciado, também, pelo fato de a taxa de mortalidade ter se mantido
crescente, pois, por serem evitáveis, os óbitos podem ser considerados eventos sentinelas
capazes de identificar falhas nos sistemas de saúde, assim como avaliar as estratégias de
controle empregadas. A mortalidade por TB está associada à quimioterapia irregular ou
inadequada, à demora no diagnóstico, à multirresistência às drogas, à coinfecção com HIV e
à presença de outras comorbidades, sobretudo em idosos (OLIVEIRA et al., 2018; SANTOS
et al., 2018).
A interpretação desses resultados deve levar em consideração que esse estudo tem
algumas limitações decorrentes do sistema de notificação e armazenamento dos dados de
morbidade. Dentre elas, cabe destacar a utilização de dados secundários que, muitas vezes,
apresentam inconsistência em relação à quantidade e à qualidade de suas informações.
A limitação mais importante desse estudo se refere às variáreis sociodemográficas e
clínicas-epidemiológicas da coinfecção TB/HIV que não foram preenchidas corretamente
e, consequentemente, não foram disponibilizadas de maneira correta, sendo demonstrado
altos valores ignorados e/ou em brancos. Esse fato pode influenciar na interpretação desses
dados, podendo os mesmos serem subestimados.
Apesar das limitações ou problemas mencionados, os resultados do presente estudo
mostram consistência e coerência com conhecimentos existentes sobre essa comorbidade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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24. WHO. World Health Organization. Global tuberculosis report 2016. Geneva: WHO;
2016.
95
PARTE 2
Revisão da literatura como caminho
metodológico para investigação de
doenças recorrentes
8
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9310-4164, estudante de Farmácia; Autarquia de Ensino Superior
de Arcoverde-AESA/Escola Superior de Saúde de Arcoverde-ESSA; Arcoverde, Pernambuco; Brasil. E-mail:
lanadellyvln@outlook.com.
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9215-4231, mestre em Saúde Pública – FIOCRUZ-PE, docente do
bacharelado em Farmácia; Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde-AESA/Escola Superior de Saúde de
Arcoverde-ESSA; Arcoverde, Pernambuco; Brasil. E-mail: williansmelo1@gmail.com.
ABSTRACT: The lack of adherence to the treatment of tuberculosis can lead to therapeutic failure both by
promoting multidrug-resistant bacilli or relapse of the disease, which is not only a concern for the population
deprived of liberty, but also for extramural populations. This integrative literature review aimed to analyze
how the scientific literature has discussed adherence to tuberculosis treatment by the person deprived of
liberty - PPL, verifying in the studies factors that hinder adherence to tuberculosis treatment by the general
population and by PPL. The research was carried out in the SCIELO database, where 868 articles were found,
at the end of which 13 articles were selected for analysis. Male individuals, young, with low education, of
black / brown color / race, are part of the group most frequently associated with tuberculosis cases in the
population, a pattern seen in the PPL in Brazil and as a component associated with the abandonment of drug
treatment of tuberculosis, in addition to other factors such as the use of alcohol and other drugs. The prison
environment favors the illness of the PPL and the difficulty in accessing health in the prison service, makes it
difficult to treat the patient, who fights the disease, often without any support. PPL’s health care structure does
not meet the real needs of the Brazilian prison system; overcrowding hinders a good performance of health
professionals, so that they can monitor and guarantee the therapy and the bond with the patient, establishing
the need to implement truly multiprofessional strategies, such as the effective integration of the pharmacist in
the monitoring of the patient with tuberculosis.
INTRODUÇÃO
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Para efetividade no tratamento do paciente com TB, garantindo a cura deste e que o
indivíduo não seja mais um vetor de transmissão para a doença, é indispensável a adesão
dos pacientes a no mínimo seis meses de antibioticoterapia (TORTORA; FUNKE; CASE,
2010). Embora a eficácia do esquema antituberculose seja de até 95% (RABAHI et al., 2017),
a efetividade do tratamento varia muito de acordo com o local em que vive, as condições de
atendimento, a educação em saúde oferecida, o vínculo da equipe de saúde com o paciente e a
assistência que o enfermo recebe da sociedade e familiares (SANTOS; SÁ, 2014). Assim, com
a falta de estrutura e deficiência enfrentadas pelo sistema prisional brasileiro já qualificam a
PPL ao risco de não adesão ao tratamento (RABAHI et al., 2017).
A falta de adesão, que pode ocorrer pelo abandono do tratamento, uso errado dos
medicamentos e uso irregular dos medicamentos, pode levar à falência terapêutica tanto pela
seleção de germes resistentes ou recidiva da doença (RABAHI et al., 2017), sendo não só
uma preocupação para PPL, mas também para população extramuros, pois as pessoas com
TB que não aderem a terapêutica continuam doentes e permanecem como fonte de contagio,
evidenciando a necessidade de atenção para com a adesão ao tratamento da TB na PPL.
O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura com o objetivo
de analisar como e o que a literatura científica aborda sobre a adesão ao tratamento da
tuberculose pela PPL, verificando, em estudos, fatores que dificultam a adesão ao tratamento
da tuberculose pela população em geral e pela PPL.
METODOLOGIA
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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como ser do sexo masculino, jovem, com baixa escolaridade (JÚNIOR; OLIVEIRA; LÉON,
2013), fazer uso de drogas (MACEDO; MACIEL; STRUCHINER, 2017), apresentar agravos
associados (VALENÇA et al., 2016a), ter feito tratamento anterior para TB e ter antecedente
de encarceramento.
A alta taxa de incidência e prevalência de TB, nos presídios, é ainda aumentada pela
grande mobilidade dos apenados entre as unidades prisionais, favorecendo a transmissão
da doença, sem o devido monitoramento e rastreio em saúde, para TB, diante do fluxo da
PPL (WINTER; GARRIDO, 2017). Em 2017, a taxa de incidência de TB, na PPL do Brasil, foi
de 1087,2, representando 10,5% dos casos da TB no país (BRASIL, 2018).
A população total do estudo realizado, no estado do Espírito Santo, foi constituída dos
casos de tuberculose registrados na PPL de 2014 a 2016, incluindo casos novos, recidivas,
reingressos após abandono, transferência ou método de entrada desconhecido. O estudo
apontou que as unidades que não contabilizaram casos de TB eram, em sua maioria,
localizadas em cidades do interior do estado e tinham taxa de ocupação inferior a 100%,
enquanto o Centro de Triagem de Viana, localizado em uma região metropolitana, apresentou
a maior incidência de diagnóstico, e sua taxa de ocupação estava acima de 200%, 17,3 por
mil privados de liberdade foram diagnosticados com TB nesse local, tais resultados de
superlotação são vistos como um retrato nacional. O Brasil, em 2019, apresentou um déficit
de 312.925 vagas nas unidades prisionais, o que vai em desacordo com a Lei de Execução
Penal (LEP) (BRASIL, 2020b). O estudo apresentou uma faixa etária de 18 a 29 anos para
os casos de TB registrados, o que engloba a PPL que, em 2019, 44,79% das pessoas privadas
de liberdade tinham de 18 a 29 anos (BRASIL, 2020a; BRASIL, 2020b; MACEDO, 2020).
Macedo, Maciel e Struchiner (2017), por meio de estudo descritivo, com dados do
SINAN sobre casos de TB na PPL, avaliaram uma população de estudo composta por 55,07%
de jovens até 29 anos de idade, 61,67% pretos e indivíduos com baixa escolaridade. Entre
2007 e 2013, foram notificados 39.083 casos de TB na PPL, com prevalência superior em
mulheres, ao contrário do quadro de outros estudos (ALVES et al., 2020) e do panorama do
país, em 2017, no Plano Nacional de Combate à Tuberculose (PNCT) (BRASIL, 2018), onde
69% dos casos da TB foram em indivíduos do sexo masculino, e no Levantamento Nacional
de Informações Penitenciarias (BRASIL, 2020a), onde 8.975 casos de TB registrados, em
2019, foram em homens e apenas 138 em mulheres na PPL. Tal trabalho apresenta dados
divergentes aos demais aplicados nesta revisão, pois a prevalência mais elevada de TB foi em
indivíduos da cor/raça indígena, com idade acima de 60 anos. O resultado que se equiparou
aos outros estudos foi a prevalência acentuada de TB em privados de liberdade que possuíam
1 a 4 anos de escolaridade, mostrando a correlação entre os fatores socioeconômicos e a
infecção por TB. A baixa escolaridade dificulta o acesso da população as informações
(SOARES et al., 2017; RODRIGUES et al., 2017; JÚNIOR; OLIVEIRA; LÉON, 2013, ALVES
et al., 2020; SANTOS; SÁ, 2014) relativas ao adoecimento por TB e afins, como sobre o
tratamento, gravidade e a transmissão da doença, sendo a informação considerada como
fator relevante para a adesão ao tratamento (JÚNIOR; OLIVEIRA; LÉON, 2013), uma vez
que o desconhecimento quanto a possibilidade de cura pode influenciar no abandono do
tratamento pelo paciente (SOUZA et al., 2009).
Valença et al. (2016a), através de uma revisão integrativa de 21 artigos, apresentou
um estudo que caracterizou a presença de cepas agrupadas nos presídios do Rio de Janeiro e
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Rio Grande do Sul, como uma reflexão sobre as condições de risco de infecção em indivíduos
no sistema prisional, além de ser um claro indicativo de transmissão intramuros do bacilo. A
TB pulmonar é a mais frequente adquira, sua transmissão ocorre por inalação de partículas
muito finas contendo de 1 a 3 bacilos, que alcançam os pulmões, gerando sintomas de tosse,
que corroboram com propagação da TB por aerossóis (TORTORA; FUNKE; CASE, 2010;
ALVES et al., 2020).
Um estudo qualiquantitativo, realizado em um presídio no sul do Brasil (VALENÇA
et al., 2016b), que abrigava 764 apenados entre 2012 e 2013, desenvolveu ações de busca
ativa e passiva para detecção de casos de TB pulmonar na PPL do local, o que resultou em
36 pessoas privadas de liberdades diagnosticadas com TB, além das 14 pessoas privadas de
liberdade que já estavam em tratamento da infecção.
A busca ativa obteve participação da PPL, que foram estimulados a divulgar que
todos com tosse e escarro poderiam solicitar uma avaliação para TB junto à equipe de saúde
prisional. O estudo (VALENÇA et al., 2016b) apontou uma particularidade das unidades
prisionais relativa ao acesso à saúde, verificou-se que os líderes/chefes das galerias/
blocos avaliavam a condição de saúde dos demais, pois tinham a responsabilidade de
repassar uma lista sobre os apenados que precisavam de atendimento de saúde, podendo
priorizar ou não a inclusão de alguns, esse papel regulador também era exercido pelos
próprios agentes de segurança, estes relacionavam o acesso aos serviços de saúde ao bom
comportamento do indivíduo privado de liberdade, com uma percepção de que o acesso
aos serviços de saúde era um privilégio (OLIVEIRA; NATAL; CAMACHO, 2015). Essa
é uma estrutura de poder específica do sistema prisional (SANTOS; SÁ, 2014), a qual
é inerente ao planejamento de saúde que venha ser implantado na unidade prisional
(VALENÇA et al., 2016b).
Não se pode esquecer que há uma ligação direta entre a tuberculose no sistema prisional
e a tuberculose na sociedade externa ao cárcere, a transmissão de TB não se dá apenas entre
as PPL, como também para os funcionários, familiares dos apenados e, como consequência,
para a população externa ao cárcere (WINTER; GARRIDO, 2017). Uma epidemia de TB não
controlada no interior do presídio pode representar um grave risco para estes contatos e para
sociedade como um todo, assim como, uma TB contraída na comunidade pode desencadear
uma epidemia na população penitenciaria (JÚNIOR; OLIVEIRA; LÉON, 2013), criando um
ciclo de contaminação.
A TB pode ser completamente curável (JÚNIOR, 2013; RABAHI et al., 2017), mas
para que isso ocorra, o paciente deve seguir com a terapia pelo tempo necessário e obter
resposta diante da abordagem medicamentosa escolhida (WINTER; GARRIDO, 2017). A
falta de adesão ao tratamento é um dos motivos para o alto índice de mortalidade por TB,
estudos apontam a visível semelhança entre as características demográficas dos casos de
abandono e óbito associados a TB, relacionados ao perfil da população acometida pela doença,
evidenciando a correlação entre abandono do tratamento e óbito (SOARES et al., 2017). A
falta de adesão também aumenta a taxa de bacilos multirresistentes aos medicamentos e
casos de recidiva da doença (WINTER; GARRIDO, 2017).
A adesão é um processo dinâmico, multifatorial, que envolve aspectos comportamentais,
psíquicos e sociais e que requer decisões compartilhadas entre o paciente, a equipe de
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saúde e a sociedade, deve ter uma abordagem que atenda as singularidades socioculturais e
subjetivas, objetivando uma melhor qualidade de vida (SOUZA et al., 2009).
Soares et al. (2017), um estudo qualitativo ecológico descritivo, realizado no estado
Pernambuco, com dados do SINAN da população em geral, em relação a casos novos, com
encerramento ou abandono entre 2001 e 2014, verificou que foram registrados 57.015 casos
novos de todas as formas de tuberculose no território de Pernambuco, 6.473 desses casos
obtiveram encerramento classificado como ‘abandono’ do tratamento, o que equivale a
uma proporção de abandono total de 11,3%. Os fatores intrínsecos ao usuário, associados a
interrupção do tratamento da TB na população pernambucana do estudo (SOARES et al.,
2017), foram: o uso de álcool (RODRIGUES et al., 2017; CAMPANI; MOREIRA; TIEBOHEL,
2011) e outras drogas (RODRIGUES et al., 2017; CAMPANI; MOREIRA; TIEBOHEL, 2011;
CHIRINOS; MEIRELLES, 2011), a falsa impressão de cura, pois após 15 dias de tratamento o
paciente passa a ser considerado não infectante começando a sentir a melhora dos sintomas
(SOUZA et al., 2009) e o desconforto causado pela falta de alimento. A modalidade de
tratamento aplicado e a operacionalização dos serviços de saúde, foram os fatores extrínsecos
apontados como relevantes para o abandono da terapia. Percebeu-se que o indicador de
abandono foi maior entre indivíduos do sexo masculino (11,9%) (CHIRINOS; MEIRELLES,
2011), na faixa etária de 20 a 39 anos (12,7%), etilistas (15,4%), com o Ensino Fundamental
incompleto (12,1%) e de cor/raça preta (13,3%). A idade apresentada nesse estudo coincidiu
com os resultados de Campani, Moreira e Tiebohel (2011) e Chirinos e Meirelles (2011).
A idade de 20 a 39 anos relatada como fator relevante para o abandono do tratamento da
TB está intimamente ligada a fatores sociais, a população encontrada nessa fase da vida
manifesta maior predisposição ao consumo de outras drogas e ao etilismo, sendo esta a
primeira causa de ruptura do vínculo do paciente com o serviço de saúde, como observado
no resultado de outros estudos (VALENÇA et al., 2016b).
A pesquisa, desenvolvida por Campani, Moreira e Tiebohel (2011), ilustrou que o
grupo de abandono do tratamento apresentou um nível de escolaridade inferior ao grupo
de cura, e o maior número de casos de abandono ocorreu entre indivíduos com menos de
sete anos de escolaridade, o que é observado no PNCT, onde a taxa de abandono é maior
em indivíduos com menos de 8 anos de escolaridade (BRASIL, 2018). A média da taxa de
abandono foi de 10,4%, o abandono do tratamento ocorreu aos 3,7 a 2,7 meses, resultado
observado também em outros estudos (CHIRINOS; MEIRELLES, 2011). Constatou-se uma
frequência significativamente maior de indivíduos não brancos no grupo abandono, embora
pacientes brancos tenham predominado em ambos os grupos estudados, de curados e de
insucesso no tratamento, a infecção por HIV, mostrou-se frequente no grupo de abandono,
o HIV e a TB são quase inseparáveis, a TB é a doença que lidera, diretamente, as causas de
morte na maioria da população mundial infectada pelo HIV (TORTORA; FUNKE; CASE,
2010; BRASIL, 2018).
Os efeitos adversos à medicação, sem a necessidade de modificação do esquema
terapêutico, ocorreram em maior número nos casos de abandono, os efeitos adversos
são considerados como preditores ao abandono do tratamento (VIEIRA; GOMES, 2008;
SANTOS; SÁ, 2014), as reações adversas a RHZE, mais frequentemente relatadas, são dores
articulares, reações gástricas e reações de pele (RABAHI et al., 2017; VIEIRA; GOMES,
2008). Os efeitos adversos costumam aparecer nos dois/três primeiros meses de tratamento,
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o que explica uma incidência de abandono relevante nesse período (VIEIRA; GOMES,
2008; CHIRINOS; MEIRELLES, 2011). Os fatores relacionados às reações adversas, no
tratamento da TB, são múltiplos, mas os principais determinantes destas reações são a
dose administrada, horários de administração da medicação, idade, estado nutricional,
alcoolismo, condições da função hepática e renal e coinfecção pelo HIV (VIEIRA; GOMES,
2008), a qual inclui mais medicamentos a serem tomados pelo paciente, podendo resultar
em interações medicamentas significativas (RABAHI et al., 2017; BRASIL, 2019; ARBEX
et al., 2010a; ARBEX et al., 2010b), trazendo riscos ao paciente e mais efeitos indesejáveis.
Rodrigues et al. (2017), por meio de uma pesquisa qualitativa que utiliza como
referencial teórico-analítico a análise do discurso, realizado por 8 pessoas que foram
acometidas por TB pulmonar e que iniciaram e concluíram o tratamento em Unidades de
Saúde da Família (USFs) do município de João Pessoa e obtiveram a cura como desfecho
terapêutico, traz resultados de como o tratamento autoadministrado (CAMPANI; MOREIRA;
TIEBOHEL, 2011), a falta de suporte familiar, a fragilidade no vínculo entre doente e
profissional e a ausência de trabalho em equipe, nos serviços de saúde, contribuem para a falta
de adesão ao tratamento da TB (ALVES et al., 2020; SANTOS; SÁ, 2014). A família consegue
identificar necessidades, sofrimentos, sentimentos e dar apoio; o afeto familiar permite que
o sujeito doente tenha estabilidade para lutar contra a doença, ajuda-o a conseguir suprir
suas carências emocionais e a aceitar a situação de encontrar-se adoecido, contribuindo na
adesão e continuidade nos tratamentos. Os discursos, feitos pelos entrevistados, revelaram
que a forma como a pessoa com tuberculose é cuidada por profissionais de saúde e familiares
é determinante para a adesão e continuidade do tratamento, como constatado em Campani
(2017), onde os pacientes que não residiam com familiares apresentaram uma maior taxa
de abandono.
Outro fator relevante ao abandono do tratamento é o fato de as pessoas acometidas
pela TB sofrerem preconceito (JÚNIOR; OLIVEIRA; LÉON, 2013) e serem excluídos do
simples convívio social e das atividades diárias como compartilhar utensílios, sentimento
presente na fala dos entrevistados (RODRIGUES et al., 2017) e retratado em muitos estudos
como a forma de transmissão da TB elucidada para os pacientes de forma errônea (JÚNIOR;
OLIVEIRA; LÉON, 2013; ALLGAYER et al., 2019).
Chirinos e Meirelles (2011), trata-se de uma revisão integrativa da literatura, onde
foram analisados 9 estudos, foram correlacionados com a não adesão ao tratamento
cinco fatores principais: aspectos sociodemográficos, uso de drogas, aspectos
relacionados aos serviços de saúde e ao tratamento da doença, ocorrência de outras
doenças, principalmente, crônicas, e o cuidado em saúde. Horários inadequados,
estabelecidos pela equipe de saúde para receber a medicação, falha na orientação, falha
de agendamento dos retornos, retirada precoce do medicamento pelo profissional, dose
inferior a indicada, foram observados nos casos de abandono revisados em Chirinos
e Meirelles (2011). O tratamento diretamente observado (TDO) foi um fator positivo
no aumento a adesão ao tratamento, como observado em Macedo, Maciel e Struchiner
(2020), que o TDO aumentou em 20% a chance de sucesso no tratamento da TB. O TDO
é preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde
(MS) para o tratamento da tuberculose, tanto na população, em geral, como para PPL,
destacando como benefício o fortalecimento do vínculo com o profissional de saúde,
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Alves et al. (2020), estudo quantitativo observacional e analítico, realizado com base
de dados secundários do SINAN e da Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba, teve como
população de estudo os casos notificados de TB na PPL entre 2007 e 2016. Foram notificados
614 casos novos de TB na PPL, onde a proporção de abandono mais elevada em indivíduos
com AIDS, menor ou igual a 29 anos de idade, com diabetes, HIV positivo e sem TDO.
Em Allgayer et al. (2019), um estudo transversal de carácter quantitativo exploratório
e descritivo realizado em Unidades de Saúde Prisional do Rio Grande do Sul, entre agosto
e outubro de 2015, foi observado que seu grupo de estudo foi composto apenas por prisões
masculinas de regime fechado ou semiaberto, 76,9% das unidades estavam superlotadas
e com a composição sociodemográfica característica da PPL brasileira (BRASIL, 2020a).
Nesse estudo, observou-se que 23,1% das unidades optaram por isolamento do apenado
com TB, o isolamento é um fator de discussão entre os profissionais da saúde, pois não há
necessidade de isolamento para aqueles doentes já inseridos no sistema prisional, pois a PPL
do local já foi largamente exposta ao risco de infecção e a contagiosidade tende a diminuir
rapidamente após o início do tratamento (SOUZA et al., 2009).
Oliveira, Natal e Camacho (2015) realizaram estudo de casos múltiplos com abordagem
qualitativa constatou a forte presença da realidade hierárquica de poder apresentada
em Valença et al. (2016b), argumentou que a baixa proporção de recursos destinados às
necessidades sanitárias, pequena participação dos gerentes e profissionais de saúde nas
decisões sobre a aplicação dos recursos, o crescimento contínuo do número de privados de
liberdade e a implantação parcial ou baixa do plano de controle da tuberculose nas unidades
prisionais podem influenciar as taxas de cura e de abandono nas prisões.
No estudo qualitativo de Santos e Sá (2014) foi realizada uma pesquisa em cinco prisões
da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará, localizadas nos municípios de Santa
Isabel e Marituba, entre 2011 e 2012. Foram feitas entrevistas fenomenológicas com 22
pessoas privadas de liberdade do sexo masculino, que se encontravam em tratamento para
TB no sistema prisional, não foi especificado quanto tempo cada um tinha de tratamento,
mas os discursos foram muito pertinentes, pois, muitas vezes, os pacientes não são escutados,
seus receios não são levados em consideração pela equipe de saúde.
O tratamento se mostrou um desafio para outros entrevistados que confessaram
pensar em abandonar a terapia medicamentosa, que se sentiam prejudicados pelos
medicamentos. Utilizar o medicamento, em jejum, foi tido como uma grande dificuldade,
mas a administração, em jejum, é necessária pois a biodisponibilidade dos fármacos usados
no tratamento da tuberculose, exceto rifampicina, é maior quando tomados com o estômago
vazio (RABAHI et al., 2017), garantindo o efeito terapêutico da antibioticoterapia para TB.
Os entrevistados relataram também coceira (RABAHI, 2017; VIEIRA; GOMES, 2008),
fraqueza e fome. Diante desses problemas relacionados à terapêutica, a equipe de saúde não
oferecia assistência, mesmo que o manejo para tais casos seja orientado pelas diretrizes
do MS para o tratamento da TB (BRASIL, 2019). O apoio da família e colegas do bloco
carcerário se mostrou essencial para adesão ao tratamento, mas, muitas vezes, o doente não
tem esse apoio da família, ou das pessoas próximas a ele, dependendo totalmente de si e
do vínculo estabelecido com a equipe de saúde do presídio, o apoio é dificultado devido ao
estigma histórico criado em torno da TB (JÚNIOR, OLIVEIRA; LÉON, 2013).
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isolamento social, exigindo uma atenção e tratamento humanizado, que leve em consideração
os fatores que predispõem ao abandono da terapia medicamentosa nessa população.
O farmacêutico, como agente de saúde, só tem a agregar na assistência prestada
apenado com TB, pois este tem um papel fundamental na garantia da farmacoterapia
adequada, buscando resultados terapêuticos seguros e minimizando os resultados
desfavoráveis (RODRIGUES; AQUINO; MEDINA, 2018), além de trazer sugestões diante
do enfrentamento aos efeitos adversos provocados pela antibioticoterapia da TB, como
estratégias de aprazamento, administração da terapia com alimentos pobres em glicose
e lactose (RABAHI et al., 2017), como também medidas não farmacológicas para tais
adversidades do tratamento.
A implementação de programas, que coloquem o farmacêutico diretamente ligado
ao TODO, garantem mais um ponto de apoio e incentivo ao tratamento junto aos outros
profissionais de saúde que fazem parte das ESP. Portanto, por meio de serviços farmacêuticos
consolidados, é possível promover o efetivo cuidado ao paciente com TB na PPL, diante
da utilização adequada dos medicamentos, estabelecendo-se o fortalecimento da relação
farmacêutico paciente, trazendo apoio para as ESP e, consequentemente, ampliando a
adesão terapêutica (RODRIGUES; AQUINO; MEDINA, 2018).
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
7. BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Brasília,
1984. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm. Acesso em:
05 ago. 2020b.
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20. SANTOS, M. N. A.; SÁ, A. M. M. Viver com tuberculose em prisões: o desafio de curar-
se. Texto & Contexto Enfermagem, v. 23, n. 4, p. 854-861, out/dez, 2014.
23. TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. Porto Alegre: Artmed,
2010.
112
9
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2627-7385, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas; Universidade Federal de Pernambuco-UFPE; Recife, Pernambuco; Brasil. karolayne.silvasouza@
ufpe.br;
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4791-7177, Doutora em Fitopatologia e professor de Biomedicina
e Enfermagem; Centro Universitário do Rio São Francisco-UNIRIOS; Paulo Afonso, Bahia, Brasil. katia.
felix@fasete.edu.br;
(3)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2168-8927, Cochrane Brasil, Programa de Saúde Baseado em
Evidências, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil. nelson.carvas96@gmail.com;
(4)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4358-4029, Mestre em Nutrição e Professor do Curso de
Biomedicina; Centro Universitário do Rio São Francisco-UNIRIOS; Paulo Afonso, Bahia, Brasil.
rafaell_85@hotmail.com;
(5)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0203-4506, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas; Universidade Federal de Pernambuco-UFPE; Recife, Pernambubo; Brasil. milena.freire@ufpe.
br;
(6)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6402-531X, Graduada em Biomedicina, Centro Universitário do Rio
São Francisco-UNIRIOS; Paulo Afonso, Bahia, Brasil. flaviasteffany@hotmail.com.
ABSTRACT: Tuberculosis is an infectious disease that has Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis)
as its main etiological agent, which is a worldwide public health problem. Errors in the individual’s immune
response to the pathogen can trigger susceptibility to the infectious agent, thus, studies with SNPs in the
NRAMP1 / SLC11A1 gene, have been widely carried out in investigations of susceptibility to infectious diseases,
especially tuberculosis. Considering the impact that this disease can have on human health, the main objective
of this study was to relate the simple nucleotide polymorphisms in the 5´Promotor, D543N, INT4 and 3´UTR
variants of the NRAMP1/ SLC11A1 gene in the individual’s susceptibility to M. tuberculosis through a meta-
analysis. This work was carried out following the methodological guidelines of a Systematic Review according
to the PRISMA protocol, of which searches were carried out in the main Medline electronic databases via
Pubmed, Science Direct and Lilacs. The studies were selected according to the eligibility criteria, with a total
of 39 scientific articles chosen for data collection, without language or year restriction. The results of this work
showed a possible association between the SNPs of the NRAMP1/SLC11A1 gene with the risk of susceptibility
to tuberculosis. The subgroup analysis suggested that of the 5 ethnicities and / or continents analyzed
(Africa, South America, North America, Caucasian and Asians), only Caucasians did not obtain statistically
significant results of any variant at a higher risk of susceptibility to tuberculosis. Studies like this, help in a
better understanding of the disease, as well as in its prevention and early diagnosis, which can also influence
tuberculosis control.
INTRODUÇÃO
As doenças infecciosas são uma das principais causas de óbitos no mundo, sendo que,
nos últimos anos, os avanços da genética e da biologia molecular têm permitido uma maior
compreensão acerca dessas doenças, contribuindo, assim, para o benefício da saúde humana
(FERRIS; HOOD, 2018).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a tuberculose está entre as dez
principais doenças que mais causam óbitos globalmente. Estima-se que, em 2017, obteve-
se 1,3 milhões de óbitos no mundo e, aproximadamente, 10 milhões de pessoas tenham
desenvolvido a doença. Neste mesmo ano, estimou-se 5,1 mil óbitos e cerca de 86.858 casos
notificados por tuberculose no Brasil, inserindo, assim, o país entre os 20 países com maiores
números de casos absolutos incidentes por tuberculose (WHO, 2018).
Uma das principais características da tuberculose é que apenas o contato com seu
principal agente etiológico, a M. tuberculosis, não é suficiente para o desenvolvimento da
tuberculose, visto que, o perfil genético do indivíduo é um relavante determinante para a
suscetibilidade a esta doença (CHAPMAN; HILL, 2012). A compreensão da genética do
hospedeiro é uma perspectiva de ferramenta na medicina clínica, principalmente, para a
elucidação da expressão genética do hospedeiro. Os erros, na resposta imune, reduzem o
combate ao patógeno e, com isso, podem desencadear a suscetibilidade ao agente infeccioso
(PACHECO; MORAES, 2009).
A suscetibilidade e/ou resistência do hospedeiro às doenças podem estar associadas,
principalmente, aos polimorfismos de nucleotídeos simples (SNPs). Estudos de polimorfismos,
no gene NRAMP1/SLC11A1, têm sido associados a suscetibilidade à tuberculose, os quais
buscam a elucidação de sítios polimórficos no DNA que propiciem a redução da resposta
imune do indivíduo e, com isto, predispõem o hospedeiro à infecção pela M. tuberculosis
(HARISHANKAR; SELVARAJ; BETHUNAICKAN, 2018).
Considerando a extensão e o potencial do impacto na saúde, causado por esta doença,
os objetivos dessa pesquisa foram relacionar os polimorfismos de nucleotídeo simples nas
variantes 5´Promotor, D543N, INT4 e 3´UTR do gene NRAMP1/SLC11A1 na suscetibilidade
do indivíduo ser acometido pela tuberculose, testando a seguinte hipótese por meio de
revisão sistemática com metanálise.
REFERENCIAL TEÓRICO
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de um paciente já infectado, dos quais, são inaladas por pessoas sadias e, assim, podem
ser contaminadas. A maior parte das infecções causadas por estes bacilos se restringem,
principalmente, aos pulmões, denominando-se de tuberculose pulmonar, podendo, também,
comprometer outros órgãos como gânglios, ossos, articulações, peritônio, pleura, sistema
urinário e meninges, na qual é denominada de tuberculose extrapulmonar (NOGUEIRA et
al., 2012).
A entrada dos bacilos de M. tuberculosis, no trato respiratório do indivíduo, são
internalizadas por fagocitose pelos macrófagos alveolares através do reconhecimento de seus
receptores para os bacilos e, assim, pela formação de um fagossomo buscam a eliminação da
bactéria. No entanto, essa linha de defesa pode não conseguir sua eliminação e, assim, estes
bacilos invadem o tecido intersticial do pulmão e se deslocam para o parênquima pulmonar.
Posteriormente, as células inflamatórias e/ou dendríticas transportam os bacilos para os
linfonodos, ocasionando o recrutamento de células B e T para a formação de um granuloma
no parênquima pulmonar, denominando-se de tuberculose latente (PAI et al., 2016).
O diagnóstico primário da tuberculose se dá pela suspeita clínica, na qual o paciente
apresenta quadro de febre baixa, sudorese, adinamia, indisposição e perda de peso. Assim,
de acordo com a localização da doença no indivíduo, este pode ter sinais e sintomas como
tosse produtiva e sangramento respiratório, estando esses sintomas associados a forma
pulmonar da tuberculose, já os sinais e sintomas da tuberculose extrapulmonar se apresenta
de acordo com o órgão afetado pela doença. Sua confirmação diagnóstica ocorre pela
identificação de bacilos do M. tuberculosis no material coletado da lesão. Mundialmente, os
métodos utilizados no diagnóstico da tuberculose são os bacteriológicos, histopatológicos,
imunológicos, além de métodos complementares como os exames moleculares e de imagem
(CAMPOS et al., 2006).
Todavia, o contato do hospedeiro com o patógeno é essencial para o desenvolvimento
da tuberculose, no entanto, este contato não é suficiente para desencadear uma infecção e a
doença clínica no hospedeiro. Além dos fatores ambientais necessários para o desenvolvimento
da doença clínica, a base genética do hospedeiro contribui para a exposição do mesmo ao
patógeno. Assim, a variabilidade genética tem sido discutida na literatura como um fator
que confere a suscetibilidade ou a resistência do hospedeiro às doenças infecciosas, inclusive
a tuberculose (DALLMANN-SAUER; CORREA-MACEDO; SCHURR, 2018).
O principal tipo de polimorfismo relacionado às doenças são os SNPs (Polimorfismos
de nucleotídeos simples), dos quais, são grandemente pesquisados na genética de
populações humanas por estarem associados à suscetibilidade genética do indivíduo
a doenças (GRIFFITHS et al., 2016). O SNP é a variação de uma base nucleotídica em
determinada posição específica no DNA, sendo a maioria dessas variações genéticas do
tipo benignas, no entanto, alguns podem conduzir a suscetibilidade do indivíduo a doenças
(HAWKINS et al., 2017).
Os SNPs são os tipos de polimorfismos mais encontrados em um DNA, onde
denominan-se de SNPs comuns quando o alelo comum ocorre em uma frequência de 5% ou
mais em uma determinada população e, ocorrendo em uma frequência menor que 5%, são
denominados de SNPs raros. Estes SNPs estão localizados no interior dos genes, em regiões
como éxons, íntrons e regiões reguladoras do gene. Para o estudo dos SNPs em populações,
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PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A busca inicial identificou uma totalidade de 1.390 estudos, sendo eliminados 180
duplicatas, levando a 1.210 estudos a serem analisados pelo título e leitura completa das
mesmas, na qual, 1.171 estudos foram excluídos. Assim, 39 estudos preencheram os critérios
de elegibilidade e foram incluídos nessa revisão sistemática com meta-análise. A Figura
1 demonstra o fluxograma segundo a recomendação PRISMA, abordando a totalidade de
inclusão e exclusão de estudos buscados.
Figura 1. Diagrama de fluxo descrevendo o processo de inclusão dos estudos pesquisados de
acordo com o protocolo PRISMA.
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Legendas: TB = Tuberculose, N = Tipo de tuberculose não especificado, América N. = América do Norte, América S. = América
do Sul, Etnias Dist. = Etnias Distintas (branco, africano, asiático e povo inuit), Pul./Extr. = Pulmonar e Extrapulmonar, Radio. =
Radiografia, Bacil. de escarro = Baciloscopia de escarro, Cult. = Cultura, Histo. = Histopatologia, PCR = Reação de Cadeia Polim-
erase.
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Realizou-se a análise dos resultados do presente trabalho por dois modelos: Modelo
SNP de genótipo heterozigoto e homozigoto em conjunto e Modelo SNP de genótipo
heterozigoto e homozigoto individuais. Os resultados abordaram que o modelo SNP de
genótipo heterozigoto e homozigoto em conjunto na região 5´Promotor (GT)n tiveram
resultados com OR de 1.09 (IC 95%, 0.95 -1.26), o SNP na região INT4 (G/C) obteve-se
resultado com OR de 1.17 (IC 95%, 1.04 - 1.30), o SNP na região D543N (G/A) tiveram
resultados com OR de 1.22 (IC 95%, 1.10 - 1.37), e por último o SNP 3´UTR (+/del) obteve
um resultado de OR de 1.32 (IC 95%, 1.21 - 1.45), Q= p>0.01. A heterogeneidade entre os
estudos variou de moderada a alta heterogeneidade (I2 de 53% a 74%). Estes resultados
podem ser observados nas Figuras 2, 3, e 4 e 5.
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CONCLUSÃO
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subgrupo sugeriu que das 5 etnias e/ou continentes analisados (África, América do Sul,
América do Norte, Caucasiano e Asiáticos), apenas os caucasianos não obtiveram resultados
estatisticamente significativos de nenhuma variante a um maior risco de suscetibilidade a
tuberculose. Contudo, sugere-se que mais estudos epidemiológicos com dados de amostragem
maiores sejam realizados, para a atualização e verificação das hipóteses do presente estudo.
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10
(¹)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1579-0976, estudante; Universidade Federal de Alagoas - UFAL;
Arapiraca, Alagoas; Brazil. E-mail: neusaloise9@gmail.com;
(²)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1619-9299, estudante; Universidade Federal de Alagoas - UFAL,
Brazil. E-mail: aninhaesthefani@gmail.com;
(³)
ORCID: http://orcid.org/0000-0003-0377-8793, professora; Universidade Federal de Alagoas- UFAL,
Brazil. E-mail: lusia.bezerra@gmail.com.
ABSTRACT: Syphilis is a sexually transmitted infection (STI), which has Treponema pallidum as its
etiological agent, affects thousands of people worldwide, including Brazil, bringing complications to public
health. Even though it is an old disease, with well-defined handling information, there are still barriers to its
control. In this context, the objective of the research was to identify scientific studies that designate the reality
of the engagement of health professionals in Brazil in relation to the fight against syphilis. An integrative
literature review was carried out, based on the following guiding question: “what do Brazilian scientific research
in the health field show in relation to professional engagement in fighting syphilis?”. From this perspective,
data were collected in the LILACS, BDENF and SCIELO databases, considering the years 2010 to 2019
respecting the inclusion criteria that were: publications available online and free, with full text, Portuguese
language, Brazilian authorship, as well as such as documents of the type: original and review articles, thesis
and dissertation. The exclusion criteria were: studies that could not identify a relationship with a theme, after
reading the title and abstract, with English, Spanish, German and French, a study that did not have Brazilian
authorship and duplicate publications. The following terms were used as descriptors: syphilis, prevention,
“health professionals”, “primary care”. Thus, 23 studies were selected to compose this integrative review. The
analyzed documents revealed the importance of health professionals in controlling syphilis. Health education
is a strategy that encourages the prevention and promotion of the population’s health. However, it has become
evident that the class of health professionals who is most engaged is nurses. Their engagement with a focus on
syphilis control was revealed in prenatal care, in the use of educational technologies, counseling, prevention
and other health promotion strategies. In view of the studies analyzed, most health professionals have
several difficulties to act in prevention, with knowledge deficiency in the management of syphilis, reflecting a
performance below expectations, which is a major problem in Brazilian public health. Therefore, training for
health professionals is necessary, especially for professionals involved in Primary Health Care, to favor early
intervention, preventing the spread of the disease.
1
DOI: 10.48016/ GT4L1cap10
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INTRODUÇÃO
A sífilis é uma doença bacteriana sistêmica e crônica, porém curável, exclusiva do ser
humano, conhecida há séculos, que tem como agente etiológico, o Treponema pallidum,
sendo considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST) (BRASIL, 2020). Diz-se
que a sífilis chegou ao Brasil através dos portugueses e acomete os órgãos, como também
sistemas do corpo humano. É transmitida, principalmente, por via sexual (sífilis adquirida) e
vertical (sífilis congênita), mas também de maneira rara, pode ocorrer transmissão indireta
(objetos contaminados, tatuagens) e por transfusão sanguínea (MELLO, 2016). De acordo
com os dados epidemiológicos atuais, pode-se observar o número elevado de casos no ano
de 2018, onde a sífilis adquirida apresentou 75,8 casos por 100.000 habitantes. A taxa de
detecção de sífilis, em gestantes, foi de 21,4/1.000 nascidos vivos, a taxa de incidência de
sífilis congênita foi de 9,0/1.000 nascidos vivos e a taxa de mortalidade por sífilis congênita
foi de 8,2/100.000 nascidos vivos (BRASIL, 2019).
Os sinais e sintomas da sífilis dependem do seu estágio e pode colocar em risco não
só a saúde adulta, como também ser transmitida durante a gestação e prejudicar o bebê,
logo, é fundamental o acompanhamento de gestantes e de seus parceiros sexuais durante o
pré-natal, para prevenir essa doença (MS, 2019). A necessidade de treinar os profissionais
de saúde acerca do diagnóstico, tratamento e acompanhamento, ampliar o cuidado pré-
natal, aumentar a cobertura dos testes rápidos e os medicamentos para o tratamento
é imprescindível (SILVEIRA et al., 2019). O cenário atual da sífilis está intrinsecamente
ligado à educação em saúde, ao desempenho e comprometimento dos profissionais da saúde
para combater essa doença que tem acometido uma grande parcela da população brasileira.
Considerando este contexto, o estudo de revisão é essencial para ter conhecimento sobre
estudos que abordam essa temática.
Logo, para conduzir o presente estudo, desenvolveu-se a seguinte questão: “o que
mostram as pesquisas científicas brasileiras, na área da saúde, em relação ao engajamento
profissional no combate à sífilis?” Nesse sentido, o objetivo da pesquisa foi identificar estudos
científicos que designam a realidade do engajamento dos profissionais da saúde no Brasil
com relação ao combate à sífilis.
REFERENCIAL TEÓRICO
A sífilis adquirida acontece com o contato com pessoas infectadas através de sexo
desprotegido, contato com a mucosa, saliva e sangue. Essa doença pode ser classificada em
diversos estágios. Na sífilis primária, os sintomas acontecem, geralmente, três semanas
após a infecção, com aparecimento de cancro duro na região anogenital, como também na
boca, língua e região mamária. Na mulher, quando é localizada no interior do trato genital,
passa despercebido, em seguida, há o desaparecimento dessas lesões, evoluindo para a sífilis
secundária, com aparecimento de erupções cutâneas A sífilis secundária começa em quatro a
dez semanas, após o aparecimento do cancro, onde o agente etiológico se dissemina no corpo,
com lesões cutâneas, geralmente, nas palmas das mãos e planta dos pés. Quando não há
tratamento, a sífilis entra no estágio de latência, onde o infectado é assintomático e pode ter
a duração entre um a trinta anos. Após esse estágio de latência, ocorrerá o estágio mais grave
que é a sífilis terciária, onde advirão lesões internas que leva a destruição tecidual, atingindo
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órgãos internos, pele, tecidos moles e, quando transcorre a localidade oral, normalmente,
afeta a língua e o palato (COSTA et al., 2010; KALININ; PASSARELLI NETO; PASSARELLI,
2016). Nos países em desenvolvimento, ocorrem cerca de 12 mil novos casos, ao ano, em
pessoas adultas acometidas com esta doença. No Brasil, estima-se, aproximadamente, 1,4%
e 2,8% de pessoas acometidas com sífilis adquirida (AZEVEDO DANTAS et al., 2017).
A transmissão vertical é acometida pelo contato do recém-nascido com lesões
maternas, pela amamentação ou parto, mas, também por via transplacentária do T.
pallidum para o concepto. A sífilis congênita apresenta quadro clínico variável. Esta forma
da doença é classificada por recente e tardia, uma vez que o diagnóstico é feito até dois
anos de idade. Quando os sinais da doença são similares à sífilis secundária, com erupções
cutâneas, é denominada sífilis congênita recente. Depois do segundo ano de vida, com sinais
como surdez, ceratite intersticial, tíbia em “Lâmina de Sabre”, nariz “em sela”, mandíbula
curta, resultantes da cicatrização da doença sistêmica precoce, são características da sífilis
tardia (COSTA et al., 2010; GUERRA et al., 2017). No Brasil, a taxa de transmissão vertical
é, aproximadamente, de 25% (AZEVEDO DANTAS et al., 2017).
A incidência de taxas de sífilis congênita aumentou, progressivamente, em crianças
menores de um ano, dentre os anos 2010 a 2015. Nesse sentido, também, houve aumento
nas taxas de mortalidade infantil, natimorto, aborto espontâneo nas mais variadas regiões
do Brasil, sendo que as regiões Nordeste e Sudeste apresentaram as maiores taxas de sífilis
congênita entre 2,7 e 6,9 / 1.000 nascidos vivos (BEZERRA et al., 2019).
A sífilis é conhecida, há séculos, de forma que as informações necessárias sobre a
doença são bem definidas, mas, uma grande parcela de gestantes infectadas não tem
o atendimento necessário para o controle e a prevenção. Ademais, a sífilis, no período
gestacional, ocorre entre mulheres jovens (cerca de 28 anos), relacionada ao baixo nível
socioeconômico, com pouca escolaridade, com qual, um pré-natal inadequado reflete na
contribuição da persistência da transmissão vertical (MAGALHÃES et al., 2013).
Nessa perspectiva, é importante destacar que a sífilis, nos indivíduos de sexo
masculino, pode contribuir, agravando a problemática para a saúde pública, uma vez que os
homens têm menos aproximação com os serviços de saúde e busca tratamento alternativo
para seus estados de adoecimento. Isso sobrepõe aos estados de complicações, em longo
prazo, para a saúde masculina, além de contribuir para a transmissão da bactéria. A infecção
transmitida sexualmente é tratada com muito preconceito entre os homens, por ser uma
doença ligada ao sexo, causa preocupação e sensação de vulnerabilidade frente às relações
sexuais. Complementarmente, a desinformação é outro fator que promove a manutenção da
doença (PEREIRA et al., 2020).
A persistência da sífilis está, também, ligada a situações de fragilidade na atuação dos
serviços de saúde e baixa qualidade na assistência pré-natal, no qual compromete o controle
da doença. Alguns estudos demonstram que, mesmo as mulheres recebendo o diagnóstico
referente à sífilis, não recebem o tratamento adequado (SILVA et al., 2014).
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
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2019. Uma das melhores formas, para iniciar um estudo, é com a pesquisa bibliográfica,
evidenciando semelhanças e diferenças entre artigos e outros tipos de estudos, como também
a revisão integrativa tem esse propósito (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). O percurso
percorrido, para a construção da revisão, foi apresentado na figura 1.
Para a seleção dos artigos, foram utilizadas as seguintes bases de dados: LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), BDENF (Base de Dados
de Enfermagem) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online). Os critérios de inclusão
utilizados foram os seguintes: publicações disponíveis on-line e gratuitas, com texto completo;
idioma português; autoria brasileira, com intervalo de tempo compreendido entre 2010 e
2019; documentos do tipo artigos originais e de revisão, como também tese e dissertação.
Os critérios de exclusão foram: estudos que não fossem identificados relação com tema, após
leitura de título e resumo; com idioma inglês, espanhol, alemão e francês; estudo que não
tivesse autoria brasileira, como também publicações duplicadas. Os descritores utilizados
foram: sífilis, prevenção, “profissionais da saúde” e “atenção primária”. Para a busca, foram
consideradas as seguintes estratégias: sífilis AND “profissionais da saúde”; sífilis AND
prevenção AND “profissionais da saúde”; sífilis AND prevenção e sífilis AND “profissionais
da saúde” AND “atenção primária”.
A partir da busca padronizada, nas bases de dados realizadas em junho de 2020,
foram encontrados 966 artigos, sendo considerados apenas os que atendessem aos critérios
de inclusão, sendo assim, obtidos 329 artigos. Foi realizada a leitura de título e resumo,
respeitando-se os critérios de inclusão, no qual se conservaram 23 artigos para análise
detalhada. O processo de seleção dos artigos seguiu de acordo com a figura 2.
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Tabela 1. Artigos selecionados para a revisão integrativa de literatura, distribuídos por base de dados.
Bases de dados n (%)
LILACS 10 (43,47)
BDENF 07 (30,43)
SCIELO 06 (26,08)
Total 23 (100)
Para análise dos estudos selecionados, foram lidos os documentos na íntegra, com a
atenção voltada para o foco da temática e se respondia a questão norteadora. Uma vez que
atendiam essas exigências, foram extraídas informações e organizadas em dois quadros. O
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primeiro, contendo identificação dos estudos como: identificação (ID), autor (es)/ano de
publicação, título tipo de documento, como também o tipo de estudo. E, o outro quadro,
contendo o engajamento profissional e os estudos relacionados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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De acordo com os estudos, tornou-se evidente que a maioria dos profissionais engajados
são os/as enfermeiros/as. Os profissionais de enfermagem têm um papel fundamental para
o combate à sífilis, sendo cinco dos estudos, exclusivamente, voltados a esse engajamento
(ANDRADE et al., 2011; ARAÚJO et al., 2019; BECK; SOUZA, 2018; NUNES et al.,
2017; NOBRE et al., 2018). Os estudos, também, mencionam outros profissionais como
médicos que, juntos com os enfermeiros, auxiliam no diagnóstico e tratamento (COSTA et
al., 2018; DOMINGUES et al., 2013a; DOMINGUES; HARTZ; LEAL, 2012; SILVA et al.,
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assistência ofertada à Atenção Básica, com arranjos de baixo custo nas ações de prevenção,
tratamento, monitoramento, são aspectos positivos no combate à sífilis adquirida (FERRE
et al., 2018).
Os aspectos mencionados buscam responder à questão norteadora da pesquisa, sendo
o engajamento profissional no controle da sífilis na atenção primária à saúde, organizado no
quadro 2.
Cuidados no pré-natal A1, A2, A4, A5, A6, A7, A8, A14 e A17
A maioria dos artigos tinha como objetivo avaliar o desempenho dos profissionais de
saúde acerca da temática sífilis, destacando-se a transcendência da atuação deles no controle
da doença (ANDRADE et al., 2011; ARAUJO et al., 2014; ARAÚJO et al., 2019; BECK;
SOUZA, 2018; BECKER, 2012; CARVALHO MARTINS et al., 2014; COSTA et al., 2018;
DOMINGUES, 2011; DOMINGUES; HARTZ; LEAL, 2012; DOMINGUES et al., 2013a;
DOMINGUES et al., 2013b; FERRE et al., 2018; GUANABARA et al., 2017; HORTA et al.,
2017; LOPES, 2010; NOBRE et al., 2018; NUNES et al., 2017; OLIVEIRA, 2014; ROCHA et
al., 2016; RODRIGUES, 2015; SCHMEING, 2012; SUTO et al., 2016)
Ao investigar os estudos, foi possível ver a fragilidade dos profissionais ao deparar-
se com casos de sífilis. A carência de conhecimento e especialização adequada fragilizam
a assistência prestada aos pacientes e, muitas vezes, o processo de enfermagem não é
devidamente implementado, causando diversas falhas no atendimento, pois há uma
deficiência na formação acadêmica, o que precarizam os conhecimentos e como agir
corretamente (ARAÚJO et al., 2019; SUTO et al., 2016).
Quando não se encontra dificuldade entre os profissionais, há uma grande
problematização nas unidades primárias de saúde que não se encontram em condições
estruturais, processuais, além da falta de medicamentos para contribuir para o combate da
sífilis congênita (ARAUJO et al., 2014; NUNES et al., 2017).
Com base nos estudos analisados, o maior engajamento dos profissionais da saúde,
no controle da sífilis, tem como prioridade a forma gestacional e congênita, envolvendo o
cuidado pré-natal e o acompanhamento frequente das gestantes, com o monitoramento
contínuo como forma de prevenção.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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141
11
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6865-6685 Graduando em Odontologia; Centro Universitário
Maurício de Nassau (UNINASSAU); Recife, Pernambuco; Brazil. williamsdutra98@gmail.com
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4316-0242 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife,
Pernambuco; Brazil. la.aguiar67@gmail.com
ABSTRACT: Hyperinflammation is a process that can occur in severe cases of COVID-19. This conditon can
generate vascular pathologies and, how consequence of that, the dermatological and oral lesions. The present
study is an integrative literature review. The search for data collection was carried out in July 2020 using PubMed
and Google Search looking for original and review articles, which were used as search words: “COVID-19”,
“cytokine cloud”, “Inflammation”, “SARS-cov-2” were used with the combination of “dermatology”, “lesions”,
“oral”, “ulcers” and “dermatitis”, “leukocyte vasculitis”, “chronic diseases”. In the articles found, a correlation
between leukocyte vasculitis (LCV) lesions and children in patients positive for COVID-19 was identified.
In addition, biochemical analyzes were also correlated with a high level of lymphopenia, neutrophilia and
fibrinoid necrosis. However, oral lesions would not be the cause of cell infection by the virus, as it shows a high
concentration of ACE2 receptors in the oral epithelium. The cause would be the hyperinflammatory state of
the organism and its microvascular reflexes, noteworthy: ulcers (especially on the tongue) and erythematous
lesions, where a masticatory mucosa represents 75% of the lesion site. These microvascular reflexes are the
result of lymphopenia induced by the cytokine cloud in the pulmonary alveoli, and by high levels of TNF,
IL-1β, IL-6, IL-8, G-CSF and GM-CSF and cytokine IL-17. These biomolecules, found in the cytokine cloud,
coincide with the histopathological findings of an oral ulcer showing signs of lymphopenia and thrombotic
tendencies. In relation to vascular issues, such as thrombotic tendencies, they can be explained by the meeting
point between dermatological and oral lesions, which may have symptomatic emission together, being an
inflammatory consequence such as erythematous lesions. This coincides with the dermatological literature
on the inflammation of blood vessels, in which it shows the biochemical relationships with the inflammatory
state induced by SARS-cov-2 in histopathological analyzes. Being dermatological and oral changes, therefore,
indirect consequence of the cytokine cloud mediated by LCV.
INTRODUÇÃO
1
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COVID-19 têm manifestações da doença com sintomas médios a moderados, porém apenas
15% progride para a doença severa, sendo caracterizado pela pneumonia, apenas 5% podem
desenvolver a síndrome de aflição respiratória aguda (ARDS) ou a falha em múltiplos órgãos
(MUYAYALO, 2020).
A resposta inflamatória pode ser resumida de acordo com a sequência: 1) estímulo
inicial dos padrões moleculares associados a patógenos (PMAP) e padrões moleculares
associados a danos (DAMP) nos receptores celulares TRL’s (do inglês, Toll like receptors); 2)
A ativação das rotas inflamatórias intracelulares; 3) Substâncias inflamatórias são produzidas
no núcleo celular; 4) As células da inflamação são recrutadas ao local lesado. Essa resposta
é produzida pelas células do tecido lesado e das inflamatórias circuladas pelo sangue. Esse
processo é essencial para a cura do estímulo danoso ao tecido, e induz a homeostase do
organismo, fazendo com que o patógeno seja eliminado, porém uma incontrolada resposta
pode levar ao dano a diversos órgão do corpo e a doenças crônicas (CHEN et al., 2018).
Pacientes, portadores de doenças pré-existentes, que induzem processos inflamatórios
crônicos, podem ser um fator de risco para o agravamento da COVID-19. Doenças como
hipertensão, diabetes, doenças na artéria coronária e problemas cérebro-vasculares,
possuem taxas de mortalidade de 58,8%, 42,3%, 19,2% e 15,4%, respectivamente. Além
disso, foi reportado que indivíduos do sexo masculino possuem uma taxa de mortalidade de
2,8%, enquanto que o sexo feminino é em torno de 1,7%. (KATULANDA et al., 2020).
Nos processos inflamatórios sistêmicos, ocorre uma resposta inflamatória incontrolada
iniciada nos pulmões, mais especificamente, em células AT2. A alta concentração de citocinas
induz a chamada “nuvem de citocinas”, que atinge vários tecidos celulares e provocam falhas
nos órgãos cardíacos, hepáticos e renal. Ao provocar falhas, induzem a síndrome respiratória
aguda e alterações vasculares, podendo ocasionar eventos trombóticos (SONG et al., 2020).
A causa dessa nuvem de citocinas e dos sintomas de sépsis são responsáveis por 28% dos
casos fatais da COVID-19 (TAY et al., 2020).
Vários autores (CHAUX-BODARD; DENEUVE; DESOUTTER, 2020; RECALCATI
et al., 2020; SANTOS et al., 2020; SOARES, 2020) mostraram pacientes positivos para o
SARS-cov-2 e com manifestações cutâneas, levando a uma dúvida se o surgimento de tais
lesões são consequências das reações medicamentosas ou do processo inflamatório pelo
vírus. Além disso, a alta expressão de receptores ACE2, na mucosa oral, poderia ser um
caminho para a penetrabilidade dos vírus nesses tecidos (XU et al., 2020).
Esse trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de literatura e identificar uma
possível associação das lesões dermato-patológicas e orais encontradas em pacientes com a
COVID-19.
REFERENCIAL TEÓRICO
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qual causa trombose em pequenos vasos sanguíneos (SONG et al., 2020). Pacientes com
ARDS apresentaram um valor médio de coagulação elevado (RANUCCI et al., 2020).
Também foi reportado uma maior ativação parcial do tempo de tromboplastina e altos
níveis de produtos de fibrina e D-dímero, tanto em pacientes que não sobreviveram, quanto
em relação a pacientes que sobreviveram (TANG et al., 2020).
Achados histopatológicos mostraram trombos evidentes em pequenos vasos
sanguíneos (SOARES et al., 2020). A análise histopatológica também mostrou uma necrose
fibrinóide, tendo produtos de fibrina na amostra (GOTA; CALABRESE, 2013). Seguindo
a metodologia proposta por Einhorn e Levis (2015), esses achados são suficientes para
caracterizar o diagnóstico da LCV.
As vasculites cutâneas referem-se à inflamação de vasos sanguíneos a nível da derme
e no tecido subcutâneo (GOTA; CALABRESE, 2013). A vasculite leucocitária, também
conhecida como vasculite hipersensitiva, é uma vasculite de vasos pequenos (MICHELLETTI,
2015), sendo que as lesões decorrentes mais frequentes encontradas pela LCV são: púrpura
palpável, bolhas, pápulas, placas, úlceras, livedo reticular e nódulos. Ela tem uma etiologia
multidirecional, podendo ser consequência de alimentos, medicamentos, infecções, doenças
autoimunes, doenças no colágeno vascular e malignidades (EINHORN; LEVIS, 2015). A
maioria das lesões da vasculite leucocitária ocorrem na pele e menos de 30% dos casos em
outros sítios anatômicos (BAIGRIE et al., 2020).
Os complexos de imunoglobinas se concentram nos vasos sanguíneos e atraem
leucócitos, como também moléculas de adesão ao local. As lesões teciduais dos vasos
sanguíneos ocorrem com a liberação de enzimas e espécies reativas de oxigênio (ROS)
para eliminar os antígenos acumulados na área. Esse processo aumenta a destruição
tecidual nas paredes dos vasos, causando uma maior permeabilidade para os fluidos e as
células vermelhas do sangue podendo extravasar na derme (BEZERRA et al., 2020). Os
danos causados nas células podem ser demonstrados por técnicas histológicas na biopsia
da lesão oral decorrente do processo inflamatório pela infecção pela COVID-19 (SOARES
et al., 2020).
Amostras histológicas ainda mostraram alto nível de células da imunidade, exibindo
uma infiltração de granulócitos, sendo o alto nível de linfócitos um sensor de infecção viral,
nesse caso, o SARS-cov-2, e o desenvolvimento da LCV (GOTA; CALABRESE, 2013).
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, em Julho de 2020, usando o PubMed, Scielo
e Google Search, procurando artigos originais e de revisão de literatura, os quais foram
usados como palavras de busca : “covid-19”, “nuvem de citocinas”, “inflamação” , “SARS-
cov-2”, foram usados com a combinação de “ dermatologia”, “lesões”, “oral”, “úlceras” e
“dermatite”, “ vasculite leucocitária”, “ doenças crônicas”. Os artigos selecionados foram
situados numa faixa temporal de 10 anos (2010-2020), tendo linguagem a inglesa e de
fontes de diversos países. Os artigos que não abordavam sobre o processo de inflamação da
COVID-19 e manifestações orais, como também dermatológicas foram excluídos.
Foram extraídos da bibliografia: autores, ano da publicação, país desenvolvido,
pacientes com manifestações cutâneas e/ou orais, doenças pré-existentes, severidade da
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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em casos severos e suas consequências microvasculares, visto que muitos pacientes tinham
doenças pré-existentes e estavam no estado severo da doença (RIAD; KLUGAR; KRSEK,
2020; SANTOS et al., 2020; SAKAIDA et al., 2020).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
147
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149
12
Ellen Beatriz Moura Barbosa(1); Lavínia Correia do Rozário Amorim(2); Lizandra Kelly Alves da Silva(3);
Joicielly Franca Bispo(4); Joyce Nayara Duarte da Silva(5); Ana Paula Rebelo Aquino Rodrigues(6).
(1)
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-0457-7996 Graduanda em Enfermagem; Centro Universitário
Tiradentes; Maceió, Alagoas; Brazil. ellen.beatriz26@outlook.com;
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1368-3790, Graduanda em Enfermagem; UNIT; Maceió, Alagoas;
Brazil. laviniamorim20@gmail.com;
(3)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9451-1244, Graduanda em Enfermagem; UNIT; Maceió, Alagoas;
Brazil. lizandraks@hotmail.com;
(4)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9701-8968, Graduanda em Enfermagem; UNIT; Maceió, Alagoas;
Brazil. joiciellybispo22@gmail.com;
(5)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8728-5648, Graduanda em Enfermagem; UNIT; Maceió, Alagoas;
Brazil. joyceeduarte.96@gmail.com;
(6)
ORCID: http://orcid.org/0000-0001-5174-5238, Mestra em Enfermagem; UNIT; Maceió, Alagoas; Brazil.
apaularebelo@hotmail.com.
ABSTRACT: Introduction: Influenza is considered an acute viral infection of the respiratory system
that has a large global distribution. Objective: To carry out a review of the literature regarding the historical
aspects of the influenza virus. Methodology: Study elaborated through a narrative review of the literature,
being used as source for data collection the databases Scientific Electronic Library Online (Scielo), Medical
Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), Pubmed, books and manuals of the Ministry of
Health (MS). Results and Discussion: Influenza is an ancient disease, it is believed that its name was
due to the customs of the time to associate physical phenomena with astrological influence. It was named
in this way in the 15th century, after an outbreak of respiratory disease in Italy, where people associated its
development with the influence of the stars, hence: Influenza. It seems that, due to its extreme virulence, the
H1N1 virus has stimulated the production and release of a considerable amount of inflammatory substances,
causing systemic inflammation and a more aggravating clinical picture when compared to those typical of
an influenza epidemic that occurs annually. The Spanish flu pandemic is considered to have spread in three
waves: The first, considered moderate, occurred in the spring of 1918; the second wave was the most serious
and destructive, in the fall of 1918; the last wave occurred in the spring of 1919, it was more severe than the
first, but not as severe when compared to the second wave. In 1957 a new strain of Influenza A was discovered,
H2N2, which caused a pandemic called the Asian flu. Conclusion: Influenza is an old virus that was already
the cause of a pandemic in 2009, reaching Brazil. Therefore, it is a matter of concern for vaccination coverage,
as they are chances of preventing new outbreaks and worsening of other respiratory diseases.
1
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INTRODUÇÃO
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METODOLOGIA
Estudo elaborado através de uma revisão narrativa da literatura, sendo utilizada como
fonte para coleta de dados as bases: Scientific Electronic Library Online (Scielo), Medical
Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), Pubmed, livros e manuais do
Ministério da Saúde (MS) e Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram empregados,
como descritores, as palavras Vírus da Influenza, Vírus H1N1 e Imunização, segundo os
Descritores em Ciências da Saúde (Decs).
A coleta dos dados foi realizada em julho de 2020. Para a seleção dos estudos, foi
estabelecido, como critérios de inclusão, artigos publicados nos últimos dez anos, nas
línguas portuguesa e inglesa. Como critérios de exclusão, foram descartados artigos que não
atendiam o objetivo da questão de pesquisa. Inicialmente, foram encontrados 106 artigos,
após a utilização dos critérios de exclusão, foram utilizados 4 artigos.
ORIGEM DO VÍRUS
A influenza é uma doença antiga, acredita-se que seu nome se deu devido aos
costumes da época de associar os fenômenos físicos à influência astrológica. Foi nomeada,
desta forma, no século XV, depois de um surto de doença respiratória na Itália, onde as
pessoas associaram o seu desenvolvimento à influência das estrelas, logo: Influenza. Devido
ao seu potencial pandêmico, a influenza se destaca dentre as doenças infecciosas, estudos
mencionam episódios de possíveis e comprovadas pandemias de influenza ao longo da
história (COSTA; MERCHAN-HAMANN, 2016; GOERING et al., 2020)
É chamada de Pandemia toda epidemia que possui base em propagação mundial,
que ocasiona um número elevado de doenças e mortes em todo o mundo, como também
que leva a um abalo na situação econômica dos países afetados. No decorrer da história
da humanidade, ocorreram diversas pandemias de muitas doenças, como por exemplo da
praga, varíola, cólera e da gripe espanhola, que é considerada a mais duradoura, repetitiva e
responsável por uma quantidade significativa de mortes (AKIN; GÖZEL, 2020).
A pandemia da gripe espanhola, que ocorreu em 1918, causou de 20 a 50 milhões
de mortes em todo o mundo. Ao que tudo indica, devido a sua extrema virulência, o vírus
H1N1 causou um estímulo na produção e liberação de uma quantidade considerável
de substâncias inflamatórias, causando inflamação sistêmica e um quadro clínico mais
agravante quando comparado aos típicos de uma epidemia de gripe que ocorre anualmente
(MADIGAN et al., 2016).
Considera-se que a pandemia da gripe espanhola se espalhou em três ondas: A
primeira, considerada moderada, ocorreu na primavera de 1918; a segunda onda foi a mais
grave e destrutiva, no outono de 1918; a última onda ocorreu na primavera de 1919, foi
152
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mais severa que a primeira, porém não tão grave quando comparada a segunda onda. Em
1957, foi descoberto uma nova cepa de Influenza A, a H2N2, que causou uma pandemia da
chamada gripe asiática. Iniciou na China e se espalhou para os Estados Unidos, de onde
se disseminou para Europa e América do Sul, levando apenas 6 meses para se espalhar
pelo mundo e causando, aproximadamente, 2 milhões de mortes (AKIN; GÖZEL, 2020;
MADIGAN et al., 2016).
Em Hong Kong, foi encontrada, em julho de 1968, outra cepa da influenza A,H3N2,
que foi a responsável pela pandemia da gripe de Hong Kong. Acredita-se que o vírus se
disseminou, por meio de veteranos da guerra do Vietnã, que retornavam para os Estados
Unidos. Estima-se que esta gripe causou o óbito de cerca de um milhão de pessoas (COSTA;
MERCHAN-HAMANN, 2016; AKIN; GÖZEL, 2020).
Em 2009, ocorreu mais uma pandemia de Influenza (H1N1pdm09), que teve início no
México e se propagou muito rápido devido à alta mobilidade da atualidade. Em 27 de abril a
Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma pandemia de fase 4 (transmissão entre
humanos com localização limitada, porém com potencial de causar pandemia); em 29 de
abril, anunciou fase 5 (transmissão sustentada em dois ou mais países) e, em 11 de junho,
declarou a fase 6 (disseminação internacional), já obtendo 30 mil casos notificados em mais
de 70 países (COSTA; MERCHAN-HAMANN, 2016; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
O H1N1 foi um rearranjo genômico em suínos, desta forma, os suínos eram o
reservatório deste vírus de alta virulência e que emergiu para infectar os humanos, ficando
conhecido como gripe suína. Os indivíduos mais afetados possuíam idade entre 5 e 21 anos,
em contrapartida, pessoas que possuíam 65 anos ou mais foram os menos infectados, o que
não era comum. A OMS declarou o fim da pandemia por H1N1 em 10 de agosto de 2010,
durou 472 dias (MADIGAN et al., 2016; GOERING et al., 2020).
O VÍRUS INFLUENZA
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A VACINA
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Influenza é um vírus antigo que já foi causa de pandemia em 2009, chegando até o
Brasil. Sendo assim, é pauta de preocupação para a cobertura vacinal, pois, são chances de
evitar novos surtos e agravos de outras doenças respiratórias. Suas codificações genéticas
são de suma importância para estudos futuros, sendo já encontrados três subtipos: A, B e C,
além de trazer informações para possíveis atualizações de antígenos.
REFERÊNCIAS
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https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/junho/25/guia-vigilancia-saude-
volume-unico-3ed.pdf. Acesso em: 06 jul. 2020.
9. FORLEO-NETO, Eduardo et al. Influenza. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 36,
n. 2, p. 267-274, abr. 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0037-86822003000200011&lng=es&nrm=iso. Acesso em: 13 jul. 2020.
11. MADIGAN, Michael T. et al. Microbiologia de Brock [recurso eletrônico]. 14. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2016.
12. MURRAY, Patrick R. Microbiologia Médica Básica [recurso eletrônico]. 1. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2018.
157
13
(1)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7332-8440, Graduanda em Enfermagem; Centro Universitário
Tiradentes; Maceió, Alagoas; Brazil. sthefanny.rayanna@hotmail.com.br;
(2)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9451-1244, Graduanda em Enfermagem; UNIT; Maceió, Alagoas;
Brazil. lizandraks@hotmail.com;
(3)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8753-8326, Graduanda em Enfermagem; UNIT; Maceió, Alagoas;
Brazil. flavia.cristina00@souunit.com.br;
(4)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6374-8815, Graduanda em Enfermagem; UNIT; Maceió, Alagoas;
Brazil. evylee.hadassa@souunit.com.br;
(5)
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3016-863, Graduanda em Enfermagem; UNIT; Maceió, Alagoas;
Brazil. mmarinhoalice@outlook.com;
(6)
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9474-7137, Enfermeira Obstétrica, Mestra em Enfermagem,
Doutoranda em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas e Docente do Centro Universitário Tiradentes e
da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas; Maceió, Alagoas; Brazil. albambf@hotmail.com.
ABSTRACT: Introduction: Acquired Immuno Deficiency Syndrome (AIDS) is the advanced clinical
manifestation of Human Immunodeficiency Virus (HIV) infection. Objective: To present and discuss the
factors that are involved with the high rate of HIV infections and the AIDS epidemiology. Methodology: An
integrative review study was carried out, with articles published in Portuguese and Spanish, in the MEDLINE
and LILACS databases, available in full, addressing the theme “The HIV / AIDS epidemic”, the descriptors
for selecting the articles were, “HIV”, “Acquired Immunodeficiency Syndrome”, “Etiology” and “Indexes”,
in the period of July 2020, selecting 10 articles according to the inclusion and exclusion criteria. Results
and Discussion: Data related to the detection of AIDS cases do not allow us to accurately understand the
dynamics of the HIV infection epidemic, noting that, in specific groups, there is little epidemiological data
showing the profile and trend of the epidemic. The authors agreed that when it comes to contracting HIV
and transmitting it, vulnerable people have higher risk behaviors, so an increase in the rate of infection was
observed among people with mental disorders compared to the general population. Still about this, other
authors agree that, when it comes to contracting HIV and transmitting it, the indexes point to significant
data of ignorance regarding the transmission, prevention and treatment of AIDS in the young population. In
addition, research indicates that this population is unaware of the possibility of spreading the disease through
oral sex, vertical transmission and breast milk, in addition to the likelihood that a healthy-looking person may
be infected with HIV. Still, it became evident that prejudice, discrimination, social exclusion and homophobia
have contributed to making Men who have Sex with Men (MSM), transgender and transvestites one of the
groups most prone to HIV / AIDS contamination. Conclusion: It was found from the scientific publications
found that the factors involved with the high rate of the HIV epidemic are: people with more than one partner,
non-use of condoms, inadequate knowledge about the virus and ways of transmission , the early onset of sexual
activity and transfusion of contaminated blood. In addition, treatment with antiretroviral drugs (ARV) has
been highly effective and one of the greatest allies in controlling the progress and chronicity of the disease.
1
DOI: 10.48016/ GT4L1cap13
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INTRODUÇÃO
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baseia-se no uso de medicamento antirretroviral por pessoas não infectadas que compõem
os segmentos mencionados (SILVA; CUETO, 2018).
O HIV pode ser transmitido durante as relações sexuais, por meio da inoculação
de sangue e derivados, e da mãe infectada para o concepto. O risco de transmissão
sexual aumenta com a prática do intercurso anal, na presença de úlceras genitais e
quando o estado de imunodeficiência do transmissor é mais avançado. A presença
de doenças sexualmente transmissíveis, a ausência de circuncisão e relações sexuais
durante o período menstrual também aumentam o risco de transmissão (RACHID;
SCHECHTER, 2017, p.16).
Vale ressaltar que, uma pessoa, após ter sido infectada pelo vírus HIV, pode
permanecer muitos anos sem desenvolver nenhum sintoma. Nesse caso, dizemos que a
pessoa está vivendo com HIV. A AIDS é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV e
surge quando a pessoa apresenta infecções oportunistas (que se aproveitam da fraqueza
do organismo, como tuberculose e pneumonia), devido à baixa imunidade ocasionada pelo
vírus (BRASIL, 2018.).
Quando falamos do aumento da incidência do HIV/AIDS, destaca-se a população
idosa, com dados significativos que vem emergindo como desafio para o Brasil no
sentido do estabelecimento de políticas públicas e estratégias que garantam o alcance
das medidas preventivas e a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas (SANTOS,
2011). Pesquisas apontam que os idosos mantêm a vida sexual ativa e estão expostos às
infecções sexualmente transmissíveis (IST), em especial, ao vírus da imunodeficiência
humana - HIV (ALENCAR, 2016).
As pesquisam apontam que os profissionais de saúde, principalmente, os médicos
e enfermeiros que atendem a população idosa, não estão preparados para identificar a
vulnerabilidade dessas pessoas em relação ao HIV/AIDS e não têm solicitado exames
sorológicos, o que pode estar relacionado à falta de investigação sobre a atividade sexual dos
idosos, remetendo, consequentemente, ao diagnóstico tardio do HIV/aids nessa população
(ALENCAR, 2016).
Ainda acerca disso, muitos idosos procuram os serviços de saúde, apresentando
sinais e sintomas sugestivos de infecções oportunistas que ocorrem na AIDS e os mesmos
são negligenciados pelos profissionais de saúde, que acabam por atribuir a sintomatologia
a outras morbidades mais prevalentes na população idosa (ALENCAR, 2016). Por isso
que o aconselhamento e o reconhecimento da vulnerabilidade são etapas fundamentais
na interação e na relação de confiança que se estabelece entre o profissional e o paciente
(SANTOS, 2011).
Conforme as recomendações do Ministério da Saúde sobre o diagnóstico laboratorial,
inicia-se, com triagem sorológica, realizando um imunoensaio, chamado teste de Elisa,
através de amostras de soro ou plasma, os resultados não-reagentes são denominados como
“amostra negativa para HIV”, concluindo o diagnóstico, e não havendo necessidade de realizar
um teste adicional, os resultados reagentes ou inconclusivo devem ser submetidos a uma
segunda confirmação sorológica (constituição antigênica diferente) e testes confirmatórios
(imunofluorescência indireta, imunoblot ou western blot (BRASIL, 2008).
Após um resultado positivo, mediante a confirmação sorológica, deve ser solicitado
uma nova amostra do paciente, no intuito de conferir seu estado sorológico, sendo necessário
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REFERENCIAL TEÓRICO
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PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
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MEDLINE 111 15 7 3 3
HIV AND Etio-
logia
LILACS 51 5 4 3 3
MEDLINE 7 2 2 1 1
HIV AND Indices
LILACS 33 8 7 4 4
Síndrome de MEDLINE 20 8 3 1 1
Imunodeficiência
Adquirida AND
Etiologia LILACS 11 3 2 0 0
Síndrome de MEDLINE 1 0 0 0 0
Imunodeficiência
Adquirida AND
Índices LILACS 18 10 6 1 1
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Luciana Ferreira Car- Identificar os fatores rela- O tratamento com medicação ARV tem sido o
cionados à perda auditi-
doso Assuiti; Gabriela mais importante fator para controlar a evolução
va em pessoas com HIV/ Revisão Integrativa
Marcellino de Melo da AIDS, sua cronicidade e garantir a sobrevida
AIDS na literatura cientí-
Lanzoni; 2013 fica mundial. das pessoas infectadas
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIA
2. ALENCAR, Rúbia. CIOSAK, Suely. Aids em idosos: motivos que levam ao diagnóstico
tardio. Rev. Bras Enferm, v.69, n.6, p. 1140 - 1145, Dez. 2016.
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8. BRAZ, Matheus Viana; FILHO, Nelson Silva. Prevalência da infecção pelo hiv em
pacientes psiquiátricos que fazem uso de um serviço público de saúde mental, Revista
Mudanças – Psicologia da Saúde,v.23, n.1, p.21-29, jun, 2015.
9. CAMARGO, Luiza Azem; CAPITÃO, Claudio Garcia; FILIPE, Elvira Maria Ventura.
Saúde mental, suporte familiar e adesão ao tratamento: associações no contexto HIV/Aids.
Revista Psico-USF, v.19, n.2, p.221-232, ago, 2014.
10. FONSECA, Leandro Noronha. Refletir o tempo: HIV/AIDS e Literatura. São Paulo:
Agência de Notícia da AIDS, 2019. Disponível em : https://agenciaaids.com.br/artigo/
refletir-o-tempo-hiv-aids-e-literatura/. Acesso em: 5 jul. 2020.
13. PÉREZ-MORENTE, María Ángeles et al. Factores de Riesgo Relacionados con las
Infecciones de Transmisión Sexual. Revista Española de Salud Pública, v.91, p.1-6, Jan., 2017.
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19. SILVA, Richardson Augusto Rosendo da; COSTA, Danyella Augusto Rosendo da Silva.
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da homofobia e vulnerabilidade ao HIV/Aids das travestis da Região Metropolitana do
Recife, Brasil.. Revista Ciênc. saúde coletiva, v. 18, n. 8, p. 2239-2251, ago, 2013.
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Informativo-Dia Mundial Contra a AIDS 2019. Brasília: UNAIDS, 2019. Disponível
em: https://unaids.org.br/wp-content/uploads/2019/11/2019_UNAIDS_WAD2019_
FactSheet.pdf. Acesso em: 5 jul. 2020.
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