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Conselho Editorial:
Prof. Dr. Carlos Henrique Lucas
Prof. Dr. Leandro Colling
Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB
Universidade Federal da Bahia – UFBA
Prof. Dr. Djalma Thürler
Profa. Dra. Luma Nogueira de Andrade
Universidade Federal da Bahia – UFBA
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Profa. Dra. Fran Demétrio Afro-Brasileira – UNILAB
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB
Prof. Dr Guilherme Silva de Almeida
Prof. Dr. Helder Thiago Maia Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
USP - Universidade de São Paulo
Prof. Dr. Marcio Caetano
Prof. Dr. Hilan Bensusan Universidade Federal do Rio Grande – FURG
Universidade de Brasília - UNB
Profa. Dra. Maria de Fatima Lima Santos
Profa. Dra. Jaqueline Gomes de Jesus Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Instituto Federal Rio de Janeiro – IFRJ
Dr. Pablo Pérez Navarro
Profa. Dra. Joana Azevedo Lima Universidade de Coimbra - CES/Portugal
Devry Brasil – Faculdade Ruy Barbosa e Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG/Brasil
Prof. Dr. João Manuel de Oliveira Prof. Dr. Sergio Luiz Baptista da Silva
CIS-IUL, Instituto Universitário de Lisboa Faculdade de Educação
Profa. Dra. Jussara Carneiro Costa Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
Universidade Estadual da Paraíba – UEPB
APRESENTAÇÃO 11
Mirian Santos Paiva
PREFÁCIO 15
Antonio Marcos Tosoli Gomes
POSFÁCIO 245
Mirian Santos Paiva
Michele Mandagará de Oliveira
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Para começar a discussão acerca da teoria das representações sociais
(TRS), destaca-se que o próprio termo representação social (RS) engloba objetos
e fenômenos que se localizam no dia-a-dia dos grupos sociais, possuindo
relação e origem em conceitos formulados pelo senso comum e no processo
de interações consubstanciadas por estes mesmos grupos. Ao mesmo tempo,
pode ser identificada em uma área de conhecimento específico, a partir das
proposições de Serge Moscovici(1-2), no contexto da psicologia social. Caracteriza-
se, portanto, em um primeiro momento, em um fato social e também em uma
área de saber. Assim, estes fenômenos e objetos estão difundidos na cultura,
na comunicação e em diferentes práticas levadas a cabo no meio social(3).
As representações sociais têm, como fundamento, os indivíduos e os
grupos sociais em função do seu caráter psicossocial, em especial quando
eles se deparam com a tensão entre sua objetividade e sua subjetividade,
permanentemente contextualizada em seu meio histórico e social. Sá(3:24)
destaca que “uma representação social é sempre de alguém (o sujeito) e
de alguma coisa (o objeto)”. Consequentemente, a teoria considera, em seu
contexto, tanto os comportamentos dos sujeitos e as suas atitudes, motivações
e opiniões, quanto a estrutura social, as instituições que a compõem e a
concretude histórica própria que a caracteriza.
A teoria nasce realizando uma ruptura epistemológica com o behaviorismo,
afirmando que não há distinção entre os universos exterior e interior de um
1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
2
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Vitória, ES, Brasil.
3
Centro Universitário FG. Guanambi, BA, Brasil.
4
Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Salvador, BA, Brasil.
Podem ser citados, como exemplo, as teorias que são, de certo modo,
comuns à aids e à COVID-19, quais sejam, a de que ambas se configuram como
castigo divino ou como tendo origem em um laboratório. Chama a atenção,
inclusive, um estudo(19) realizado com pastores evangélicos abordando as
representações que eles possuem acerca do HIV/Aids, explicitando que estas
teorias de castigo por causa do pecado, punição em função da prática do sexo
considerada desviada e como praga enviado pelo divino continuam presentes
neste grupo social, o que significa dizer que quase quarenta anos depois dos
primeiros casos da síndrome (à época da realização do estudo), as mesmas
teorias do senso comum continuam circulando e influenciando atitudes e
práticas diante das pessoas que vivem e convivem com o vírus.
Ao mesmo tempo, chama a atenção um aspecto específico nos estudos que
o Grupo de Pesquisa RELIGARES vem desenvolvendo sobre as representações
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A teoria das representações sociais e os fenômenos representacionais
entre os quais se convive diariamente indicam que se trata de uma teoria com
INTRODUÇÃO
A Teoria das Representações Sociais (TRS) fundamenta-se na psicologia
social, na vertente da Escola Francesa criada por Serge Moscovici que em 1961
desenvolveu a teoria através da obra: La psychanalyse: Son image et son public.
Moscovici explica no seu estudo sobre a representação social da psicanálise,
como o conhecimento científico é convertido em um saber do senso comum;
como também possibilita reconhecer que as representações sociais constituem
para nós uma realidade partilhada e elaborada(¹).
A TRS é fundamentalmente dinâmica, suscetível à transformação, o que
permite a compreensão da sociedade de modo mais dialogal e portando
a possibilidade do encontro entre o senso comum e o universo reificado.
Deste modo, a representação funciona como um sistema de interpretação da
realidade que rege as relações dos indivíduos com seu meio físico e social, ela
vai determinar seus comportamentos e suas práticas(2,3).
Desta maneira, as representações são sempre um produto da interação
e comunicação e tornam sua forma e configuração específicas a qualquer
momento, como uma consequência do equilíbrio específico desses processos
de influência social. Enquanto essas representações são partilhadas, penetram
e influenciam o pensamento social de cada um, influenciando suas visões de
mundo(1).
O uso da TRS abrange uma diversidade de pesquisas com objetos sociais
também variados. No momento, sabe-se que existem abordagens diferenciadas
acerca da teoria que não se constituem como alternativas a esta, mas se
complementam: a societal, processual e a estrutural.
1
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Jequié, BA, Brasil.
2
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
X1 1.
X2 2.
X3 3.
X4 4.
X5 5.
X6
As 5 palavras menos características referente ao estímulo indutor...
X7
X8 1.
X9 2.
X10 3.
X11 4.
X12 5.
X13 As 5 palavras restantes:
X14
1.
X15
2.
3.
4.
5.
X1 a X15 = palavras evocadas pelos participantes resultantes da análise prototípica
Fonte: autores, 2021.
01 -1 0 +1 +1 0 ...
02... +1 -1 +1 0 -1
Fonte: autores, 2021.
Figura 3: Esquema
Figura ilustrativo
3: Esquema da árvoreda
ilustrativo de similitude
árvore de similitude
A análise deAsimilitude
análise de similitude foi desenvolvida
foi desenvolvida particularmentepara
particularmente para oo estudo
estudo das
das representações
representaçõessociais em1962
sociais em 1962
porpor Claude
Claude Flament.
Flament. O autor
O autor utilizou utilizou
a interface a as
entre
interface entre as ciências humanas e a matemática, desenvolveu a análise
ciências humanas e a matemática, desenvolveu a análise através da teoria dos grafos,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constata-se que pesquisas que utilizam multimétodos e são alicerçadas
na TRS mostram-se adequadas para temáticas inseridas no cotidiano dos
indivíduos e grupos sociais e para a compreensão do pensamento social.
Através da utilização de multimétodos é possível identificar a estrutura e
organização dos conteúdos constituintes das representações sociais sobre
um objeto conforme a abordagem estrutural.
No estudo da estrutura representacional de grupo sobre um assunto/objeto
de representação, pode-se utilizar a técnica de evocações livres de palavras
para a apreensão dos elementos compartilhados e cognitivamente ativados
ao termo indutor. A partir desta técnica, realizam-se testes essenciais para
verificação e definição da centralidade dos elementos e o papel que os termos
exercem na representação.
Dentre os diversos testes de centralidade, neste capítulo discutiu-se o choix-
par-bloc e a constituição de pares de palavras que são métodos considerados
de fácil aplicação e análise, além disso, dão uma indicação dos elementos
centrais. Entretanto, para a confirmação de centralidade de um objeto social
é necessário a utilização de outros métodos como o mise-en-cause e/ou os
esquemas cognitivos de base.
Deste modo, abrem-se os caminhos para que pesquisadores da TRS
busquem aprimorar seus conhecimentos e aplicar em estudos a abordagem
estrutural com enfoque na identificação e organização da estrutura
representacional de um objeto social.
INTRODUÇÃO
O eixo teórico norteador do estudo foi a Teoria das Representações Sociais
(TRS), que serviu como ferramenta capaz de traduzir e dar o sentido e os
significados atribuídos pelos/as jovens católicos/as quanto a influência dos
princípios religiosos frente aos acontecimentos presentes na sociedade.
Ao longo dos anos, muitas pesquisas têm se aportado na TRS para explicar
e traduzir o conhecimento, as dinâmicas, os fenômenos e comportamentos
sociais, uma vez que a representação social do sujeito dá significado a partir
dos contextos inseridos, tanto individualmente, como no grupo de pertença(1).
Logo, a teoria remete a uma categoria de conhecimento individual que elabora
comportamentos da vida cotidiana, oriundos de pensamentos pertencentes a
um sujeito e um grupo, de forma fluída, complexa e entrecruzada(2-3).
A origem das representações sociais está nas representações coletivas de
Durkheim, quando determinou etapas essenciais para o desenvolvimento da
pesquisa ao definir o coletivo como princípio do desenvolvimento intelectual
do ser humano, o qual é levado a enxergar suas ideias associadas aos
comportamentos coletivos(4). Moscovici ao construir a teoria, interessou-se mais
em explorar a heterogeneidade das ideias coletivas nas sociedades modernas,
1
Centro Universitário FG. Guanambi, BA, Brasil.
2
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA, Brasil.
3
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
4
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Jequié, BA, Brasil.
5
Universidade Nova de Lisboa (NOVA). Lisboa, Portugal.
MÉTODO
O método e os aspectos éticos essenciais que nortearam o presente
manuscrito, também o fizeram na dissertação intitulada: “A influência da religião
católica entre os/as jovens sobre o exercício da sexualidade e a prevenção do
HIV/aids”(14), que utilizou o Facebook como cenário de estudo e suas ferramentas
para aplicação de instrumentos. Portanto, trata-se de estudo teórico-reflexivo,
sobre a experiência de uma pesquisa fundamentada na transversalização
entre a Teoria das Representações e as pesquisas que utilizam redes sociais,
como o Facebook.
O contexto da Pesquisa
Foram utilizados recursos multimetológicos, multitécnicas de coleta e
análise dos dados, para apreender as representações sociais de jovens católicos/
as sobre o exercício da sexualidade e as formas preventivas para o Vírus da
Imunodeficiência Humana/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/aids).
Todas as etapas de delineamento do cenário de estudo, recrutamento dos
participantes e coleta de dados ocorreu no Facebook, nas ferramentas, on-line
e off-line disponibilizadas para diálogo entre pessoas, chamada de ‘caixas de
bate-papo’, foram os espaços aproveitadas para aplicação dos instrumentos.
6
As caixas de diálogos particulares no Facebook se encontram na barra lateral de ‘bate papo’, a qual
permite que você contate rapidamente alguns dos amigos com os quais você mais conversa. Basta
clicar no nome de um amigo para abrir uma janela virtual que permitirá a conversação. Disponível
em: <https://www.facebook.com/help/260938680677469/>. Acessado em 15 de junho de 2015.
7
O perfil individual é uma página no Facebook individual e pessoal. Nenhuma empresa, negócio,
grupo ou marca pode ser incluído nesta categoria. Esse perfil tem um limite de amigos, até
5.000. Disponível em: <http://www.webmarketingpt.com/social-media/facebook-pagina-vs-
perfil/#axzz37YvWNxYa>. Acessado em: 15 de junho de 2015.
DESENVOLVIMENTO
Pondera-se que o Facebook é uma plataforma tecnológica, ou seja, um
ciberespaço que proporciona interação entre as pessoas, como em outras
redes sociais. É um espaço virtual composto por ferramentas necessárias à
difusão e compartilhamento de informações, cujos recursos disponíveis servem
para promover a troca de mensagens de texto, comentários, notícias, vídeo,
áudio, fotos e informações pessoais, bem como a possibilidade de delimitar e
conformar grupos baseados interesses comuns(11).
Nas relações estabelecidas na rede há a possibilidade de delimitação
dos grupos de pertencimento social, que compartilham de ideias, ideologias,
informações, símbolos, crenças, fenômenos, conhecimentos culturais
e religiões, os quais são aspectos que favorecem a identificação de
semelhança da vida cotidiana, o que permite a construção e estruturação
de representações sociais. Qualquer rede sociais, virtual ou física, pode ser
entendida enquanto uma representação de um conglomerado de pessoas
unidas pelo compartilhamento ideias e recursos perpassado por valores e
interesses comuns(13). Tais motivações são necessárias para a compreensão
do grupo de pertencimento que contribuiu com o estudo.
Embora, deve-se considerar que restringir um grupo de um determinado
contexto não é suficiente para proceder com generalizações dos resultados,
oriundo de experiências e vivência do cotidiano, como foi o caso das/os jovens
católicos/as participantes, ainda que o método adotado envolvesse o Facebook,
para que fosse possível alcançar uma quantidade maior de participantes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao ponderamos sobre a experiência de uma pesquisa desenvolvida com
jovens católicos que participaram na Jornada Mundial da Juventude possibilitou
a identificação e aproximação do grupo no Facebook e, por transversalizar
os resultados com a TRS, conseguiu-se perceber o grupo de pertencimento
social. As redes sociais, consideradas ciberespaços para compartilhamento
e discussão de informações, são constituídos por grupos que coadunam de
pensamentos semelhantes, e no caso dos participantes da pesquisa possuíam
uma identidade religiosa bem delimitada, cujo espaço propiciava discussões
que revelaram consensos e/ou dissensos relacionados ao objeto de estudo.
Destarte, a TRS em interface com o Facebook enquanto universo de pesquisa
e ferramenta para coleta de dados possibilitou a apreensão da rede significados
cognitivos construídos na memória coletiva de modo intrainvididual, dentro dos
grupos de pertença social. Por meio da construção, difusão e compartilhamento
de informações, discussão de temas e formação de um novo conhecimento
coletivo, é que as representações sociais se processam e estruturam. Nesse
sentido, as redes socais com suas diversas comunidades virtuais, que agrupam
as pessoas conforme suas afinidades e visões semelhantes de mundo,
favorecem que a discussão, o compartilhamento de informações e a construção
de conhecimentos fundamentadas em contextos culturais e sociais, ambíguos
ou semelhantes em diversos aspectos.
Nesse contexto on-line e globalizado de formação de representações
sociais, verifica-se que o aculturamento das pessoas se dá pela facilidade
de aproximação virtual, possibilitada pela realização de leituras diversas da
realidade. Por isso, há a facilidade de utilizar tal espaço para aplicação das
AGRADECIMENTOS
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
pela concessão de bolsa de mestrado, que oportunizou e incentivou a realização
desta pesquisa.
1-Coutinho MPL, Saldanha AAW, Castanha AR. Profissionais que trabalham com AIDS e
suas representações sociais sobre o atendimento e o tratamento. Est. Pscol, Campinas.
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INTRODUÇÃO
O diagnóstico de Paralisia Cerebral (PC) para um (a) filho (a) repercute em
uma nova realidade na rotina de pais, mães e suas famílias. Pois, a partir de
então, o cuidado que esses indivíduos prestam aos seus filhos modificam seus
valores, sonhos e aspirações, relações diárias e sociais; transforma a visão de
mundo e a materialização de objetos e conceitos ou mesmo reestrutura-os.
Ou seja, se a chegada de um filho já é capaz de mudar a vida do casal e,
consequentemente, a rotina da família, ser pais/família de uma criança com PC,
constitui um processo delicado e complexo, haja vista que esses pais passam
a lidar com algo novo e inesperado em suas vidas. Ademais, geralmente esses
indivíduos nunca haviam tido contato anterior com a realidade da PC, sendo
a partir da observação de que há algo diferente no desenvolvimento de sua
criança, que esses pais recorrem aos serviços de saúde para compreender tal
desenvolvimento. É desta forma que esses pais passam a conhecer não só o
diagnóstico acrescenta o conceito da PC e prognóstico de seu filho.
A paralisia cerebral, ou a encefalopatia crônica não-progressiva da
infância, advém de uma lesão no cérebro ocorrida nas fases de maturação
estrutural e funcional, no período pré, peri ou pós-natal, e acarreta num
grupo de desordens do movimento, da postura, tônus muscular anormal,
levando a limitação das atividades funcionais da criança em desenvolvimento
e até a incapacidade física(1). Outros órgãos e sistemas também podem sofrer
alterações em seu funcionamento, problemas como alterações sensoriais,
cognitivas, perceptivas, de comunicação e de comportamento, epilepsia e
1
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Jequié, BA, Brasil
2
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA, Brasil.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1 – Rede das estórias contadas sobre a PC com destaque para o núcleo
central: Família. Jequié/BA/BR, 2021
Conhecimento
Primeira periferia Fé
Vida
Falar
Criança
Casa
Elemento de contraste
Problema
Médico
Especial
Quadro 2 – Grupos do sentido e seus respectivos vértices com conexões mais densas dentro
da rede semântica das representações de mães e pais sobre a PC. Jequié/BA/BR, 2021
Grupos do sentido Vértices conectados
Novo, esperar, pecado, esperança, humano, certeza, buscar,
Busca pelo diagnóstico aliada
sonho, sol, justiça, solução, saúde, recuperação, declarar,
a busca de explicação e
conservar, realização, reconhecer, concretizar, prosseguir,
certeza de recuperação
presenciar, paz, segurança, surpresa, notícia, merecer, progresso
Médico, poder, morte, convulsão, exames, diagnosticar,
Desfecho e Sentimentos explicar, preocupação, reagir, sangue, organismo, acabar,
frente a confirmação da medo, estranho, risco, enfermidade, espasmo, sofrimento,
Paralisia Cerebral e Luto doar, desmaio, apagar, respirar, barulho, sufocar, aliviar,
pelo filho idealizado desenvolvimento, sequela, perseguição, provocar, remédio,
adoecer
Problema, pessoa, mundo, realidade, mão, pé, orientação,
Constituição da nova
envolver, abraçar, coração, aposentar, importante, sarar,
realidade social
crescer, cabeça, depressão, indefinido
Aceitação do filho com Criança, especial, descobrir, aceitar, representar, necessidade,
Paralisia cerebral e busca dedicação, incondicional, união, pequeno, aparecer, escolher,
de atributos para enfrentar a carinho, empenhar, acordo, independente, própria, culpa,
nova realidade oferecer, superar, responsabilidade
Instalação de nova rotina Vida, nascer, força, trabalho, difícil, luta, escola, aprender,
período marcado por pensar, tornar, perder, desespero, valorizar, crise, mandar,
sentimentos mistos e buscar prematuridade, icterícia, história, hospital, dor, relação,
de explicações ultrasom, acolher, parto, adaptar, sobreviver, conforto, vencer
Necessidade de atenção Falar, perceber, amigo, estudar, perguntar, parecer, profissional,
profissional no processo de nutricionista, conceito, esclarecer, justamente, amizade,
construção do conhecimento aguentar, trocar
1-Milbrath MV, Siqueira HCH, Motta MGC, Amestoy SC. Família da criança com paralisia
cerebral: percepção sobre as orientações da equipe de saúde. Texto contexto - enferm.,
2012,21(4): 921-928.
2-Ribeiro MFM, Barbosa MA, Porto CC. Paralisia cerebral e síndrome de Down: nível de
conhecimento e informação dos pais. Ciênc. saúde coletiva. 2011, 16 (4):2099-2106.
3-Dantas MAS, Pontes JF, Assis WD, Collet N. Facilidades e dificuldades da família no
cuidado à criança com paralisia cerebral. Rev. Gaúcha Enferm. 2012, 33(3):73-80.
4-Janik MDC, Newman TB, Cheng YW, Xing G, Gilbert WM, Wu YW. Maternal Diagnosis
of Obesity and Risk of Cerebral Palsy in the Child. The Journal of Pediatric. 2013, 163(5)
1307-312
5-Moscovici S. El Psicoanálisis, su imagen e su público. Colección Temas Básicos,
Argentina: Editorial Huemul S.A; 1979.
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Conclusão de Curso (TCC) - Universidade Federal do Amapá, Macapá, 2010.
7-Jovcheliovitch S. Vivendo a vida com os outros: intersubjetividade, espaço público
e representações sociais. In: Guareschi PA, Jovchelovitch S, organizadores. Textos em
representações sociais. Rio de Janeiro: Vozes; 1999. p.63-85.
8-Lopes CRS, Vilela ABA, Pereira HBB. AnCo-Redes_modelo para análise cognitiva de
representações sociais. Curitiba: Appris Editora; 2018.
9-Abric, JC. A abordagem estrutural das representações sociais. In: Moreira ASP, Oliveira,
DC, organizadores. Estudos interdisciplinares de representação social. Goiânia: Ed. AB;
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10-Abric JC. Central System, Peripheral System: their functions and roles in the
dynamics of social representations. Papers on Social Representations. Textes sur les
Représentations Sociales; 1993.
11-Abric JC. Specific Processes of Social Representations. Papers on Social
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12-Sá CP. Núcleo Central das Representações Sociais. 2a. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro:
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13-Oliveira DC, Marques SC, Gomes AMT, Teixeira MCTV. Análise das evocações livres:
uma técnica de análise estrutural das representações sociais. In: Moreira ASP, Camargo
BV, Jesuíno JC, Nóbrega SM, organizadores. Perspectivas teórico-metodológicas em
representações sociais. João Pessoa: Editora universitária da UFPB; 2005, p. 573-603.
14-Trinca, W. Procedimento de Desenhos-Estórias: formas derivadas, desenvolvimentos
e expansões. São Paulo: Vetor; 2013.
15-Coutinho MPL, Serafim RCNS, Araújo LS. A aplicabilidade do Desenho-estória com
Tema no campo da pesquisa. In: Coutinho MPL. Saraiva ERA. Métodos de pesquisa em
psicologia social perspectivas qualitativas e quantitativas, organizadoras. João Pessoa:
Editora universitária; 2011. p. 205-251.
INTRODUÇÃO
As técnicas projetivas retratam um enfoque mais ampliado da avaliação
da personalidade, entretanto, a sua aplicação não se restringe apenas à esta
perspectiva de investigação, mas estende-se ao estudo de outros contextos, que
incluem a apreensão dos indivíduos acerca das suas vivências e experiências
subjetivas, mostrando-se legítimas, também, para desvelar e trazer à tona
traços velados ou inconscientes da personalidade, bem como, aparatos
emocionais significativos (1-2-3).
A partir da utilização de instrumentos projetivos, o indivíduo é capaz de
elucidar características representadas pelo objeto projetado, realçando, desse
modo, sinais que apontam para a performance da sua estrutura psíquica e
para seu manejo subjetivo com realidades internas e externas (3). Neste sentido,
destaca-se que há um conjunto de ferramentas projetivas aplicadas para a
avaliação psicológica, dentre as quais, traz-se à evidência, neste texto, a técnica
projetiva Desenhos-Estórias com Tema, que representa uma expansão do
procedimento Desenhos-Estória (D-E), cujos primórdios de aplicabilidade
encontram-se localizados no final do século XX.
O psicólogo Walter Trinca, há quase meio século (1972), introduziu a técnica
projetiva Desenhos-Estórias (D-E) como instrumento de investigação clínica
1
Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus XII, Guanambi, BA, Brasil.
2
Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhéus, BA, Brasil.
3
Centro Universitário FG (UniFG), Guanambi, BA, Brasil.
4
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Jequié, BA, Brasil.
5
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil.
6
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
MÉTODO
Trata-se de um relato de experiência sobre a aplicabilidade da técnica
projetiva Desenhos-Estória com Tema, durante a realização da pesquisa
“Atenção à mulher em processo parturitivo em uma maternidade pública do
interior da Bahia: um estudo com Desenhos-Estória com Tema”, cujo objeto de
investigação foi a percepção de puérperas sobre a atenção recebida durante
o processo parturitivo no centro obstétrico de uma maternidade pública do
interior da Bahia, norteado pela questão: Como as puérperas percebem a
atenção recebida durante o processo parturitivo no centro obstétrico de
uma maternidade pública do interior da Bahia? Com vistas a responder a
esta pergunta, traçou-se como objetivo “analisar a percepção de puérperas
hospitalizadas no Alojamento Conjunto de parto normal, de uma maternidade
pública do interior da Bahia, sobre a atenção recebida durante o processo
parturitivo”.
Este estudo possui, portanto, caráter teórico-reflexivo, objetivando descrever
uma experiência de pesquisa de campo, baseada na utilização do Desenhos-
Estória com Tema, enquanto instrumento capaz de auxiliar na realização
de pesquisas qualitativas, em suas fases de coleta e produção de dados.
Participantes da pesquisa
Tomando como base o objeto desse estudo, para a escolha das
participantes foram utilizados os seguintes critérios de inclusão nesta pesquisa:
Puérperas que estivessem internadas na enfermaria C (enfermaria destinada
às mulheres que passaram pelo parto vaginal e encontravam-se em conjunto
com seus recém-nascidos); Puérperas com idade superior a dezenove anos;
Puérperas de parto simples natural em vértice; Puérperas com feto nativivo.
Estabelecidos estes parâmetros previamente, foram escolhidas 19 puérperas
para participarem desta pesquisa. Esta escolha foi feita aleatoriamente, sendo
respeitada a voluntariedade para a participação.
Foi bem, graças a Deus, correu tudo bem, cheguei, entrei, correu
tudo “ok”, fui bem atendida pela médica e pelas enfermeiras,
foi tudo bem acompanhado. Quando você está num local que
é bem atendido, bem recebido, estão ali lhe apoiando, pra se
acontecer alguma coisa, lhe incentivando, é mais fácil, você
fica mais tranquila, vai começando a relaxar, aí é gostoso, e
quando você vê, já teve (E5, negra, multigesta).
Não foi muito bom não, porque eu tive muita dificuldade para
ter o parto normal, porque é meu primeiro filho, aí eu tive muita
dificuldade mesmo para ter, pois a dor foi muito grande, mas
valeu a pena. (...) O tratamento do médico que fez meu parto
foi ótimo porque ele teve muita paciência comigo (E7, parda,
primigesta).
(16)
O Ministério da Saúde ressalta que a “anestesia” da escuta e a indiferença
(16)
O Ministério da Saúde ressalta que a “anestesia” da escuta e a indiferença
O Ministério da Saúde (16) ressalta que a “anestesia” da escuta e a indiferença
diante do outro em relação as suas necessidades promovem a “imersão do profissional
diante do outro em relação as suas necessidades promovem a “imersão do
no isolamento”,
profissional entorpecem sua entorpecem
no isolamento”, sensibilidade e enfraquecem os laços coletivos
sua sensibilidade através
e enfraquecem os
laços
dos coletivos atravésa própria
quais se constroem dos quais se constroem
humanidade. a própria
Nesta perspectiva, humanidade.
tem-se que a vida nãoNesta
perspectiva, tem-se
é o que se passa queem
apenas a vida
cada não
um dosé osujeitos,
que semas,
passa apenas
sobretudo, em ocorre
o que cada um na dos
sujeitos, mas, sobretudo, o
coletividade, entre os sujeitos. que ocorre na coletividade, entre os sujeitos.
Contrariando
Contrariando esta perspectiva
esta perspectiva humanizada
humanizada e geradora edegeradora de vínculos, a
vínculos, a entrevistada
entrevistada número 19 (E19) confirma através do seu desenho a solidão e
número 19 (E19) confirma através do seu desenho a solidão e a dor que enfrentou
a dor que enfrentou durante o processo parturitivo. Paralelamente a isso,
durante o processo parturitivo. Paralelamente a isso, ela representa e a indiferença de
ela representa e a indiferença de uma integrante da equipe de saúde que
uma integrante
transitava peloda equipe de saúde
corredor, próximoque transitava
à sala de pelo corredor,
parto, próximo
e não à sala de parto,
lhe prestou o apoio e
e não lhe prestou o apoio e a assistência idealizados
a assistência idealizados por ela para aquele momento: por ela para aquele momento:
Meu parto foi um parto rápido, com muitas dores, “uma em cima da
outra” e eu pari em mais ou menos meia hora. Me colocaram no soro,
dentro de meia hora eu tive meu filho, também foi um soro e tanto! Eu
um soro daquele, mas foi bom que andou ligeiro, adiantou
nunca vi um soro daquele! O soro botou mesmo pra esquentar e dar
logo
aquela(E2,
dor enegra, multigesta).
descer logo! (...) Mas foi bom, apesar da dor do soro, eu
nunca vi um soro daquele, mas foi bom que andou ligeiro, adiantou
logo (E2, negra, multigesta).
Tomei soro porque eu estava sentindo uma dor muito
Tomei soro
fraca, porque
aí eles meeu deram
estava sentindo
sorouma dor amuito
para dorfraca, aí eles me Assim
aumentar.
deram soro para a dor aumentar. Assim que aumentou, rapidinho o
que aumentou, rapidinho o meu
meu bebê nasceu (E4, parda, primigesta).
bebê nasceu (E4, parda,
primigesta).
A entrevistada número 8 representou, através de seu desenho, a infusão
A entrevistada
endovenosa número
da ocitocina 8 representou,
e desenhou através
a componente de seu
da equipe desenho,
de saúde, a infusão
a quem a
endovenosa da ocitocina e desenhou a componente da equipe de saúde, a
puérpera não soube identificar com exatidão, apontando para o leito e solicitando que a
quem a puérpera não soube identificar com exatidão, apontando para o leito e
cliente voltasse
solicitando que a para este espaço.
cliente Mais
voltasse umaeste
para vez comprova-se
espaço. Mais a imposição
uma vezdacomprova-se
postura
horizontalizada
a imposição dadurante
posturaa parturição.
horizontalizada durante a parturição.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em virtude do que foi ponderado, percebe-se que as técnicas projetivas são
amplamente utilizadas nos processos de avaliação da personalidade, podendo
ter seu uso estendido, também, para outras possibilidades, e, neste sentido,
apresenta grande serventia para a percepção dos indivíduos acerca das suas
vivências e experiências. Estas técnicas permitem, aos sujeitos, projetar objetos
que se tornam importantes para caracterizar seu aparelho psíquico e para a
forma como ele lida com o seu entorno, bem como com as questões internas
que o perpassam.
INTRODUÇÃO
O crescente número de pessoas em situação de rua no Brasil e em
países desenvolvidos, tem revelado a exclusão social em todo o mundo o
que demonstra a dificuldade por parte do Estado em responder frente as
desigualdades sociais, urbanização e migrações contínuas(1-2). A existência
de pessoas que vivenciam a situação de rua é um fenômeno social que vem
assumindo novas expressões nas sociedades modernas, principalmente nos
grandes centros urbanos. Esse grupo social tem como habitação os logradouros,
albergues públicos ou filantrópicos e, ainda, vivencia situações de trabalho,
condições de vida e inserções sociais precárias(3).
A população em situação de rua é um grupo populacional heterogêneo,
composto por pessoas com diferentes realidades, mas que têm em comum a
condição de pobreza absoluta e a falta de pertencimento à sociedade formal(4,5).
São homens, mulheres, jovens, crianças, idosos, famílias que têm em sua
trajetória o enfrentamento de algum infortúnio em suas vidas, seja a perda do
emprego, o rompimento de laços familiares e afetivos, o envolvimento direto
ou indireto com a problemática das drogas, que aos poucos foram perdendo
a perspectiva de projeto de vida, referências familiares, passando a utilizar o
espaço da rua como (sobre)vivência e moradia(5-6).
A população que vivencia situação de rua engloba as pessoas excluídas
das estruturas sociais, que possuem menos que o necessário para atender as
necessidades básicas do ser humano. Esse segmento populacional tem a sua
1
Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Ilhéus, BA, Brasil.
2
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA, Brasil.
METODOLOGIA
Pesquisa exploratória, descritiva de cunho qualitativo que utilizou os
princípios da Teoria das Representações Sociais, em sua abordagem estrutural.
O estudo foi realizado em sua fase inicial nos espaços da Universidade Estadual
de Santa Cruz (UESC), tendo como participantes 67 Discentes do curso de
Enfermagem. Em virtude da pandemia de covid-19, com a resolução CONSU
N.º 03/2020 que suspendeu as atividades presenciais, houve necessidade de
mudança no processo de coleta de dados. Foi incluída a modalidade de coleta
virtual. Para tanto, foi submetida uma emenda ao Comitê de Ética em Pesquisa
da UESC solicitando autorização para a coleta virtual, quando foi obtido o
parecer aprovado de Nº 4.082.938. Após a aprovação, a coleta foi retomada
na modalidade virtual.
Os meios para contato com as/os participantes, foram: ligação telefônica;
WhatsApp; Telegram e e-mail disponibilizados pelos Colegiados dos respectivos
cursos, vinculados ao Departamento de Ciências da Saúde.
Como critérios de inclusão foram estabelecidos: estar regularmente
matriculados, com idade igual ou superior a 18 anos. Como critérios de
exclusão: discentes que estivessem de licença por qualquer motivo no
momento da coleta de dados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Participaram do estudo 67 Discentes do curso de Enfermagem. Quanto
ao gênero, 78,8% se autodeclararam mulheres cisgêneras, 19,4% homens
cisgêneros e 1,8% não responderam essa informação. No que tange a situação
conjugal, 86,6% eram solteiras/os; 11,4% casadas/os; 2,0% estavam em união
estável.
Quanto ao local de moradia, a maior parte das/os participantes, 67,4%,
residem na cidade de Ilhéus; 23,3% na cidade de Itabuna; 9,3% moram em
outras cidades do interior baiano. Quando questionadas/os sobre raça ou cor
autodeclarada, 58,3% se consideraram pardas; 24,3% brancas; 16,2% negras
ou pretas e 1,2% não autodeclaram nenhuma raça.
Acerca da orientação sexual, 86,5% se autodeclararam heterossexuais;
7,1% bissexuais; 3,8% gays; 1,4% lésbicas e 1,2% não declararam nenhuma
orientação sexual. Com relação a religião autodeclarada: 40,3% católicas; 24,1%
cristãs; 8,8% espíritas; 2,5% são agnósticas e 24,3% afirmaram não possuir
nenhuma religião.
Tendo em vista o objeto de estudo, 75,4% das/os participantes relataram
que já tiveram algum contato com PSR; desses apenas 24,6% admitiram terem
atendido PSR. No tocante às atividades curriculares das/os discentes - projetos
sociais, atividades acadêmicas, doações e prestação de socorro.
Para o termo indutor “pessoas em situação de rua” foram evocadas 325
palavras, das quais 22 eram diferentes. Para o processamento dos dados, foi
definida a frequência média de 20 e a mínima de 10, excluindo-se palavras que
tivessem frequência inferior a esse valor. A média das ordens médias (OME)
foi de 2,8. Com base nesses parâmetros foi construído o Quadro de Quatro
Casas (Quadro 1).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo possibilitou conhecer elementos da estrutura das representações
sociais de um grupo de acadêmicos acerca de pessoa em situação de rua.
Percebeu-se a possível centralidade de elementos específicos como fome,
pobreza, vulnerabilidade e necessitados evocações características e presente
no cotidiano das pessoas que vivenciam essa realidade. Uma das evocações
de maior destaque foi o termo “fome”, no núcleo central, no qual revela a
precariedade de acesso a alimentos essenciais para a manutenção da vida.
Nessa conjuntura, esta pesquisa demonstrou que é importante a discussão
dessa temática na formação de discentes, com vistas a desconstruir as
representações hegemônicas que potencializam as situações de preconceito,
violências e discriminação que culminam em exclusão. Desse modo, reafirma-
se a importância de uma reflexão mais abrangente, que ultrapasse a ideia
do assistencialismo e permita a implementação de políticas mais amplas e
efetivas, que visem a promoção do cuidado com qualidade, equânime, integral
e holístico.
1-Macerata I, Soares JGN, Ramos JFC. Apoio como cuidado de territórios existenciais:
Atenção Básica e a rua. Interface (Botucatu) [Internet]. 2014;18:S919-30.
2-United Nations (UN). Resolution adopted by General Assembly one 25 September
2015. Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development. Genebra:
United Nations, 2015.
3-Carneiro-Jr NC, Jesus CH, Crevelim MA. The family health strategy focused on access
equity and targeted at the homeless population living in large urban centers. Saúde
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4-Donoso MTV, Bastos MAR, Faria CR, Costa AA. Estudo etnográficosobre pessoas em
situação de rua em um grande centro urbano. REME Rev Min Enferm.2013;17(4):894-901.
5-Silva DO, Oliveira JF, Porcino C, Gomes AMT, Suto CSS, Carvalho ESS. Representações
sociais de pessoas em situação de rua sobre “cuidar de si”. Rev. Bras. Enferm;
2020;73(2):1-8.
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artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. 11a. ed.
Petrópolis: Vozes; 2011. p.17-27.
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10-Intituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Estimativa da População em Situação
de Rua no Brasil. Brasília: Rio de Janeiro: IPEA; 2016.
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in general practices: descriptive evaluation using healthcare utilisation data. BJGP Open;
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12-Halpern, S. C. et al. Vulnerabilidades clínicas e sociais em usuários de crack de acordo
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Saúde Pública, Rio de Janeiro [Internet]. 2017;33(6):e00037517.
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para uma teoria geral. Physis, Rio de Janeiro [Internet].2014;24(3):673-692.
17-Moscovici S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar; 1976.
INTRODUÇÃO
O vírus Human Immunodeficiency Virus (HIV) tem como principal alvo o
sistema imunológico, que é responsável pela defesa do organismo contra
doenças. Assim, com a incapacidade do organismo de se defender, o
indivíduo fica susceptível a infecções oportunistas, e surge a Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida, chamada de Aids ou Sida, é denominada de
síndrome, porque apresenta um conjunto de sinais e sintomas que não dizem
respeito apenas a uma doença(1).
Por ser uma doença que traz tantos comprometimentos físicos e psíquicos,
a atenção à saúde aos indivíduos que vivem com o HIV não deve ser restrita
apenas ao cuidado da patologia. O cuidado prestado deve ser acolhedor
visando estabelecer relações entre profissional e paciente a fim de garantir
melhoria do estado de saúde e da qualidade de vida dessa população(2).
Abordar a temática sobre HIV/Aids em Instituições de Ensino Superior (IES),
especificamente, na graduação em enfermagem, oportuniza aos acadêmicos
serem propulsores na construção de conhecimento, contribuindo na formação
de futuros profissionais preparados para orientar a população sobre as
formas de prevenção e enfrentamento dos desafios trazidos pelo HIV, além
de constituir profissionais competentes a atender e cuidar da população com
sensibilidade e ética(3).
1
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Campus VII. Senhor do Bonfim, BA, Brasil.
2
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA, Brasil.
3
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Campus IV. Jacobina, BA, Brasil.
4
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Feira de Santana, BA, Brasil.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, descritiva e fundamentada
na TRS, visto que busca compreender como os/as graduandos/as elaboram e
compartilham conhecimentos acerca do cuidado à pessoa vivendo com HIV.
A pesquisa foi realizada seguindo os critérios da pesquisa descritiva que
visa observar, registrar e descrever as características de um determinado
RESULTADOS
Concernente aos estudantes participantes, 29 eram do sexo feminino (74,4%);
a faixa etária prevalente foi de 20-25 anos (71,8%), e se autodenominaram de
classe baixa (51,3%). A maioria dos/as discentes se encontravam no 8º semestre
(61,5%), sendo que os demais participantes eram do 6º semestre (38,5%); quando
questionados/as sobre o grau de formação anterior 89,7% afirmaram ter apenas
o ensino médio, 5,1% já possuem nível superior completo e 5,1% vieram de um
curso superior não concluído.
Em relação ao cuidado à pessoa vivendo com HIV, dos/as 15 discentes
participantes da entrevista semiestruturada apenas três já tiveram experiência
Aceitação 21 2,857
Acolhimento 14 2,786 Cuidado 11 3,455
Medicação 15 2,400 Informação 10 3,600
Respeito 11 2,364
Atenção 5 2,200
CTA 4 2,000
Competência 4 3,750
Exames 5 2,400
Ética 4 4,750
Medo 7 2,286
Humanização 8 3,000
Orientação 7 2,857
Tratamento 9 3,000
Preconceito 8 2,250
Prevenção 7 2,714
Proteção 6 2,667
DISCUSSÃO
O termo ‘aceitação’ (Quadro 1), apresenta-se como elemento central por
ter sido o mais evocado pelos/as acadêmicos/as, apresentando frequência de
21 evocações. Por possuir significado subjetivo, tornou-se necessário recorrer
à base de dados para melhor compreensão do termo, buscando, assim, a
representatividade reproduzida pelos/as participantes da pesquisa. Esclarece-
se que o termo ‘aceitação’, no processo da lematização, estava intimamente
ligado aos termos ‘apoio familiar’ e ‘vínculo’. Nessa perspectiva, “aceitação” nos
conduziu a visibilizar que, em momentos de grandes transtornos e angústia,
característicos do sofrimento de viver com HIV, a necessidade de apoio familiar
e do vínculo que se estabelece entre cliente/profissional é imprescindível, no
imaginário dos/as acadêmicas, para que esses indivíduos aceitem a doença
(diagnóstico) e busque tratamento adequado.
A família se caracteriza como fonte de cuidado, colaborando para o
equilíbrio físico e mental do indivíduo que vive com HIV(20). Além disso, as
autoras apontam que a família ocupa o lugar de elo necessário para maior
adesão ao tratamento, ajudando, assim, a melhorar a qualidade de vida dessas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As representações que emergiram nesse estudo se expressam de forma
diversa. De um lado, o quadro de quatro casas, por meio das evocações,
mostrou uma representação social do cuidado à pessoa que vive com HIV
que perpassa por sentimentos de compaixão/solidariedade, amparada no
termo ‘aceitação’ e tendo o ‘acolhimento’ como fundamental na prestação
de assistência de qualidade. Do outro, ressalta-se o cuidado em sua vertente
biológica e curativista, revelando por meio do medo e preconceito.
A realização da pesquisa contribuiu para compreender as representações
do grupo estudado, com vistas a subsidiar a discussão das ações e dos modos
de aprendizado no processo formativo na enfermagem focado em acolhimento
e prestação de um cuidado integral as populações vulneráveis.
Entende-se que a problemática do HIV ainda precisa ser mais discutida
no âmbito universitário, para além das questões atinentes à biossegurança,
uma vez que as pessoas que vivem com o vírus, além de cuidados específicos,
necessitam de uma atenção especial por parte dos profissionais da enfermagem.
Espera-se que este estudo traga resultados benéfico na promoção da saúde
no contexto do HIV.
Carle Porcino1
Maria Thereza Ávila Dantas Coelho1
Jeane Freitas de Oliveira1
Lanna Katherine Leitão Conceição1
Ana Paula de Lima Valverde2
Ester Mascarenhas de Oliveira3
Maria Virgínia Almeida de Oliveira Teles4
Dejeane de Oliveira Silva5
INTRODUÇÃO
O cuidado à saúde de pessoas transgêneras e/ou de gênero-diversas ainda
é pouco discutido nos espaços de formação técnica e superior em saúde.
Destarte, as campanhas feitas em 2003[a] e 2004[b] pelo Ministério da Saúde
(MS) e a publicação da Política Nacional de Saúde Integral de Pessoas[c] Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais(1) (LGBT) em 2010/2011, os avanços
no que se refere à formação e à qualificação de profissionais de saúde acerca
das necessidades de saúde de pessoas transgêneras ainda são incipientes(2-3).
A referida Política explicita em seu bojo as estratégias para sua implementação
pela gestão nos âmbitos dos níveis: federal, estadual e municipal do Sistema
Único de Saúde (SUS). As ações e atividades do Plano Operativo da referida
política estão estruturados em quatro eixos estratégicos e pretendem incidir
sobre os diferentes condicionantes e determinantes que sustentam as
desigualdades sociais em saúde que acometem as pessoas LGBT, quais sejam:
Eixo 1: Acesso da população LGBT à Atenção Integral à Saúde; Eixo 2: Ações
de Promoção e Vigilância em Saúde para a população LGBT; Eixo 3: Educação
permanente e educação popular em saúde com foco na população LGBT; Eixo
4: Monitoramento e avaliação das ações de saúde para a população LGBT(1).
Dessa maneira, tendo em vista a importância de conhecer para melhor
acolher, estreitar laços com o movimento social organizado de pessoas
transgêneras, assim como o investimento na formação de estudantes e
1
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA, Brasil.
2
Universidade Salvador (UNIFACS). Salvador, BA, Brasil.
3
Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Brasília, DF, Brasil.
4
Universidade Nova de Lisboa (NOVA). Lisboa, Portugal.
5
Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Ilhéus, BA, Brasil.
METODOLOGIA
Este é um estudo descritivo, de abordagem qualitativa e delineado
com o aporte da Teoria das Representações Sociais (TRS)(12), que privilegia a
abordagem estrutural(14), realizado no período de outubro de 2015 a janeiro
de 2016, com 243 estudantes do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BIS)
da UFBA, regularmente matriculadas/os no componente curricular ‘HACA40
- Campo da Saúde: Saberes e Práticas’ que, por ser obrigatório, concentra o
maior número de discentes. No respectivo semestre foram disponibilizadas 335
vagas, das quais 257 foram preenchidas. Do total de estudantes, 243 aceitaram
participar, 11 não participaram por terem idade inferior a 18 anos e três não
manifestaram interesse em participar da pesquisa.
Para coleta de dados foram aplicados dois instrumentos específicos:
questionário de caraterização e o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP).
O questionário contemplou questões relacionadas ao gênero, orientação
sexual, faixa etária, estado civil, naturalidade, raça/cor, religião, semestre em
curso, se exerciam atividade remunerada, renda mensal familiar e se já tinham
vivenciado alguma situação de discriminação ao longo da vida. :
O TALP é um instrumento oriundo da psicologia clínica, amplamente
utilizado em pesquisas fundamentadas na TRS, cuja aplicação implica em
solicitar às/aos estudantes que, a partir da expressão indutora “pessoa
transgênera”, escrevessem até cinco palavras que rapidamente lhes viessem
à mente. Em seguida, que classificassem as palavras evocadas por ordem
de importância, de 1 a 5. Por último, que justificassem o motivo pelo qual
determinada palavra foi considerada a mais importante. A aplicação do TALP
pode ser feita individual e/ou coletivamente, desde que o/a pesquisador/a
oriente a/o participante e explicite antes de sua aplicação através de um
exercício demonstrativo. Também foi informado a preferência por palavras,
expressões e/ou frases curtas, bem como a observância para o limite de tempo
RESULTADOS
Das(os) 243 estudantes que participaram do estudo: 167 eram mulheres;
201 na faixa etária de 18 a 29 anos; 207 solteiras/os; 160 soteropolitanas/
os; 201 raça/cor preta/parda; adeptas/os do cristianismo (católicas/os, 74
e protestantes 57); 72 não possuíam religião; 207 estavam matriculadas/
DISCUSSÃO
A representação social da “pessoa transgênera” para as/os participantes
do estudo comporta em seu possível núcleo central as seguintes palavras:
mudança (f=111, OME=2,360), identidade de gênero (f=104, OME=2,702),
cirurgia de mudança de sexo (f=56, OME=2,071) e cirurgia (f=52, OME=2,481);
por apresentarem alta frequência e terem sido mais prontamente evocados,
estruturam o campo representacional em análise(14,21,25). Assim, considerando
a hierarquia e saliência, os termos mudança - maior frequência - e cirurgia
de mudança de sexo - mais prontamente evocado - foram considerados
importantes para o grupo em função da forte conotação simbólica frente ao
objeto representado. Esses elementos são considerados consensuais em seu
núcleo central, pois estão ligados à memória coletiva do grupo, determinam
a organização e conferem significados à representação(13). Essa compreensão
ainda se mostra ligada ao saber e poder que a biomedicina imprime sobre os
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo possibilitou analisar a estrutura da representação de discentes
de um curso superior em saúde sobre a pessoa transgênera. Os dados
apresentados revelaram aspectos concernentes aos processos identitários
e aos enfrentamentos cotidianos por pessoas transgêneras, mas também
a possibilidade de um viés patologizante, biologicista e medicalizante na
compreensão dessas vivências.
Os dados apresentados, embora limitados a um grupo de estudantes de
um curso de uma universidade pública, oferecem elementos de reflexão para
o acolhimento e práticas de cuidados em saúde, dada a aparente dificuldade
de lidar com as questões que remetem ao gênero e às sexualidades. Revelam
a necessidade de dialogar sobre a temática investigada com estudantes de um
modo geral, mas sobretudo com estudantes da área de saúde. A discussão
sobre as transgeneridades devem se estender na educação continuada com
profissionais de saúde em atuação, na perspectiva de apontar direções para
a construção de uma prática que respeite as demandas, singularidades e se
mostre comprometida com as diretrizes do SUS.
Notas
“Travesti e respeito: já está na hora dos dois serem vistos juntos. Em casa. Na boate.
[a]
está o título da referida política, parece que a política construída se destina à orientação
sexual e à identidade de gênero, mas sem levar em consideração as pessoas. Não se
pode perder de vista que as pessoas não são a orientação sexual e nem a identidade
de gênero, visto que essas características integram a dimensão intersubjetiva de cada
pessoa que assim se reconhece e ocupam posições distintas em suas vidas. Nesse caso,
a forma ‘humanizada’ e respeitosa é colocar o termo “pessoa” antes de assinalar sua
orientação sexual e/ou a identidade gênero - considerando esse aspecto como essencial
no planejamento e dispensa de cuidado a essa pessoa.
INTRODUÇÃO
O uso de álcool e outras drogas está presente desde os primórdios da
humanidade. No decorrer do tempo, tem sido atribuído diferentes sentidos
para essa prática, além de terem sido modificadas suas formas e motivações,
considerando o contexto social. Isso envolve questões sociais, culturais,
jurídicas, econômicas, biológicas, dentre outras, o que revela a abrangência e
complexidade do tema(1).
Inicialmente, o uso de drogas era voltado principalmente para fins religiosos
e sua função atribuída mais recentemente é a terapêutica, na área da saúde.
Outras finalidades relacionadas à utilização de tais substâncias envolvem a
recreação, o comércio ou até mesmo a sobrevivência pessoal(2). Ainda assim,
houve no Brasil, principalmente no início do século XX, ações estatais que
vetavam o comércio de substâncias psicoativas (SPA) e, um pouco mais adiante,
intervenções eugenistas e higienistas que marginalizavam as pessoas que
faziam uso dessas substâncias. Essas intervenções resultaram em internações
compulsórias devido à patologização dessa prática e, no âmbito jurídico, na
proibição de algumas substâncias para consumo e comercialização(2).
Por conseguinte, a especificação entre as drogas classificadas como
lícitas e ilícitas difere de modo exponencial no que se refere à relação entre
aqueles que usam com os que a comercializam. Nesse aspecto, uma pessoa
que vende crack e maconha, por exemplo, não é vista do mesmo modo como
aquela que comercializa bebidas alcoólicas, pois, se por um lado o primeiro é
classificado como traficante, por outro, o comércio desenvolvido pelo segundo
é considerado como aceitável pela sociedade(3).
1
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA, Brasil.
METODOLOGIA
Esta é uma pesquisa de abordagem qualitativa e de natureza descritiva,
realizada na UFBA, na cidade de Salvador. Para tal finalidade, a coleta dos
dados ocorreu em sala de aula, previamente combinada com docentes dos
componentes curriculares “Introdução ao Campo da Saúde” e “Oficinas de
Textos Acadêmicos e Técnicos em Saúde”, nos meses de março e abril de
2019, por meio de um questionário semiestruturado vinculado ao projeto de
pesquisa “Concepções e práticas pessoais e profissionais ligadas a processos
de saúde e doença”.
Para participar desta pesquisa, os critérios de inclusão foram: ser aluno
ingressante ou veterano do BIS, cursando os componentes curriculares
supracitados, no semestre 2019.1. Esses componentes curriculares foram
selecionados por serem obrigatórios para os estudantes do BIS e por reunirem
o maior número de discentes do curso em suas respectivas turmas. Foram
considerados como critérios de exclusão: idade inferior a 18 anos e ser
estudante de outras graduações. Inicialmente, 185 ingressantes e 155 veteranos
aceitaram participar da pesquisa de forma voluntária. Aplicando os critérios de
exclusão, foram selecionados 164 ingressantes e 148 veteranos, considerados
participantes, cujos dados possibilitaram a caracterização desse grupo social.
As questões do questionário utilizadas neste estudo estão relacionadas
aos dados sociodemográficos, tais como idade, semestre no curso, gênero,
orientação sexual, com quem vive, raça/cor e renda; à temática do álcool
e outras drogas (frequência do uso); e as respostas oriundas do Teste de
Associação Livre de Palavras (TALP), ao estímulo indutor “droga”, com vistas
à apreensão das Representações Sociais. Para tanto, foi solicitado que
elencassem no TALP até cinco palavras que viessem rapidamente à mente
ao escutarem o termo “droga”; em seguida, que classificassem por ordem de
importância e justificassem a palavra considerada como mais importante(15).
A TRS, em sua vertente estrutural, foi utilizada neste estudo como referencial
teórico-metodológico por facultar o entendimento acerca do comportamento,
Fonte: autores.
Acredito que seja uma das drogas [crack] que causam maior
dependência e danos, não apenas na saúde biológica, também
na saúde psicológica e social (E193, 19 anos, veterana, mulher
cisgênera).
Fonte: autores.
DISCUSSÃO
O álcool foi apontado como a substância mais utilizada entre os estudantes
universitários do presente estudo, assim como em outras pesquisas(22-23). No
entanto, este estudo diverge quanto à continuidade da sequência das SPA
mais utilizadas, uma vez que neste, a sequência é continuada pela maconha
e tabaco respectivamente, enquanto que na literatura é o inverso.
Em outro estudo(24), a ritalina foi considerada um remédio cujo uso
é destinado, farmacologicamente, para aprimorar capacidades cognitivas.
Considera-se, entretanto, que a inobservância da prescrição no que se refere
ao uso pode potencializar o risco de consumo abusivo. Ainda assim, é frisado
que os riscos são raros e que o uso deve ser avaliado com o objetivo de gerar
melhoria na qualidade de vida do usuário.
Além disso, é importante destacar que o termo “vício”, muitas vezes,
foi apresentado com o mesmo sentido de dependência, tipificando o uso
constante de álcool e outras drogas como potencialmente danoso. Isso nos
permite inferir a relação entre “vício” e “fuga”, vide a gama de fatores motores,
seja no ambiente familiar ou acadêmico, para comportamentos de evasão por
meio do consumo de SPA. O uso de SPA mostra-se presente por motivações
como “válvula de escape”, alívio de pressões e do sofrimento, diminuição do
estresse, pertencimento e relações sociais(25), as quais podem ser intensificadas
pela entrada no ambiente universitário, marcado pela mudança de hábitos e
rotina, afastamento da família, desafios desconhecidos e outras implicações
causadas na vida por essa nova realidade. Essa “válvula de escape” também
é interpretada como fuga.
A droga quando associada ao termo “fuga” foi representada pelos
estudantes como um método utilizado para esquivo, alívio e/ou diminuição de
tensões relacionadas ao ambiente familiar e/ou acadêmico em detrimento do
regozijo e do bem-estar autodeclarado. Nessa sequência, um estudo apontou
que o ser humano, de modo geral, possui um histórico de busca por métodos
que o aproximasse do prazer ou o afastasse do sofrimento(26). Seguindo a
lógica encontrada nos resultados suscitados a partir da representação da
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É possível inferir, portanto, que a representação da droga entre os
universitários do BIS remete ao uso de substâncias químicas, sejam elas
medicinais ou não, com enorme potencial para ocasionar dependência, como
meio de fuga às adversidades do meio e como fator agravante para depressão
e outras doenças. A representação centrada no termo “vício” demonstra a
importância da redução de danos causados ou intensificados pelo uso de
drogas para evitar a dependência e outros problemas de saúde que foram
evidenciados pelo sistema periférico do campo representacional em análise,
tais como doenças, depressão e até mesmo a morte.
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INTRODUÇÃO
A adoção de métodos de proteção sexual tem correlação com a percepção
de pessoas sobre a sexualidade. Os sujeitos que compreendem positivamente
o comportamento humano face à libido tanto apresentam mais conhecimentos
em relação às formas de prevenção quanto tendem a se proteger mais
em suas práticas sexuais. Por conseguinte, as pessoas que apresentam
emoções desagradáveis em relação às condutas sexuais demonstram menor
conhecimento sobre o uso de métodos de proteção(1).
O uso do preservativo entre os jovens é mais frequente do que em outros
segmentos da população, porém esse público tem negligenciado quanto à
utilização da camisinha nos últimos tempos(2). Especificamente em relação
ao público de estudantes universitários, os jovens adultos, ao ingressarem
em uma universidade, ganham gradativamente uma maior liberdade e
independência, o que os deixa mais expostos e vulneráveis a comportamentos
de risco(3). Isso porque a universidade é um ambiente de experiências, inclusive
sexuais(2). Soma-se ainda a isso o conhecimento incipiente sobre as Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST) e o desconhecimento do próprio ou alheio
estado sorológico, pelos universitários.
Nesse contexto, as extensões universitárias ‘AIDS: Educar para desmitificar’
e ‘Formação em Saúde: diálogos e olhares sobre as travestilidades’, da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), visam ampliar conhecimentos e reflexões
dos sujeitos sobre questões voltadas à sexualidade, com um estímulo à adoção
de práticas de cuidado em saúde. Sustentadas na articulação entre pesquisa,
ensino e extensão, de modo interdisciplinar, essas extensões universitárias
possibilitam uma ação transformadora, por meio de um processo educativo
e dialógico, do trânsito de conhecimento e da interação entre a universidade
1
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA, Brasil.
METODOLOGIA
Esta é uma pesquisa de natureza descritiva e exploratória, de abordagem
qualitativa (13). ancorada na TRS, privilegiando a abordagem estrutural
desenvolvida por Jean-Claude Abric(9). Para esse autor, as representações
sociais são organizadas em torno de um núcleo central que possui as seguintes
funções: gerar e atribuir significados aos objetos e organizar a natureza dos
laços entre os elementos do campo representacional sustentado pelas zonas
periféricas.
Um questionário semiestruturado foi aplicado virtualmente através da
Plataforma Moodle/UFBA nos encontros de duas atividades de extensão
mencionadas acima e intituladas “AIDS: Educar para desmitificar” e “Formação
em Saúde: diálogos e olhares sobre as travestilidades”. Essas atividades foram
escolhidas por contarem com a participação de estudantes da área da saúde
e por possibilitarem o contato virtual com essas pessoas, sem a exposição
ao Sars-Cov-2, já que este trabalho foi desenvolvido durante o isolamento
social consequente da pandemia da COVID-19. Esse instrumento de produção
de dados foi aplicado entre agosto e novembro de 2020. Participaram deste
estudo 39 pessoas, sendo 29 participantes da extensão sobre a AIDS e 10, da
extensão sobre as travestilidades, com idade maior ou igual a 18 anos. Sujeitos
com idade inferior a 18 anos foram excluídos do estudo.
O questionário continha perguntas relacionadas a dados sociodemográficos
(idade, raça/cor, renda, religião, gênero, orientação sexual, curso e/ou profissão)
e à frequência de uso do preservativo, seguidas do Teste de Associação Livre
de Palavras (TALP) com o termo indutor: “uso do preservativo”. Foi solicitado
as/aos participantes que escrevessem até cinco palavras e/ou frases curtas que
viessem à mente a partir da leitura do enunciado; em seguida, que indicassem,
dentre os termos evocados, aquele considerado o mais importante e justificasse
sua importância.
O TALP é um instrumento utilizado amplamente no campo de estudos das
Representações Sociais (RS), cujo propósito é apreender a realidade de um
grupo a partir da composição semântica, considerando o que é discutido no/
pelo grupo, com base nas palavras evocadas prontamente pelo indivíduo(14).
Por meio dessa técnica projetiva, as/os pesquisadores em RS identificam as
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre as/os 39 estudantes participantes do estudo, 30 eram mulheres
cisgêneras (76,93%); 27, heterossexuais (69,23%); 16 e 8, pardas e pretas
respectivamente (61,54%); 24 tinham entre 18 a 24 anos (61,54%); 27 não
exerciam atividade remunerada (69,23%); e 27 possuíam renda familiar entre 1
e 4 salários mínimos (69,24%). Dentre as pessoas que declararam que exerciam
atividade remunerada, o valor de até R$1000,00 por mês foi o mais frequente,
o que representou 15,39% (6 pessoas) do total de participantes. Ainda em
relação aos participantes do estudo, 24 declararam que possuem alguma
religião (61,53%). Quanto ao curso de graduação, 9 (23,08%) dos participantes
são estudantes do BI em Saúde e 29 (74,36%) pertencem a outras graduações
em saúde. Notou-se também a presença de uma integrante (2,56%) já graduada
e atuante no campo da saúde. Esses dados podem ser visualizados no Quadro
1 abaixo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As representações sociais sobre o uso do preservativo entre estudantes da
área de saúde que participaram de duas extensões universitárias, desenvolvidas
no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC/
UFBA), que se predispuseram a participar desta investigação, giraram em torno
das ideias de proteção da saúde e de prevenção de doenças. Por isso, a questão
do autocuidado foi destacada como elemento importante para esse grupo. O
uso do preservativo foi representado como algo importante para evitar o risco
de adoecimento. As preocupações das pessoas em relação ao risco de contrair
uma IST e de gerar uma gravidez inesperada apresentaram-se como fatores
motivacionais. Inferiu-se que, para esse grupo, o estado de saúde não deve
ser um fator condicionante para o uso, ou não uso, do preservativo.
Ao refletir sobre os dados deste estudo, inferiu-se também que o motivo de
uso do preservativo é o inverso do motivo do não uso. Ou seja, a utilização do
preservativo perpassa pela busca de proteção e prevenção. A partir do momento
em que o sujeito se sente seguro e protegido, quando, no seu imaginário, ela(e)
não está correndo riscos, o não uso do preservativo torna-se uma alternativa
viável. Se uma pessoa deseja ter uma relação sexual e reconhece os seus riscos,
o uso do preservativo é considerado. Essa contribuição ajuda a explicar o
porquê de o uso do preservativo diminuir em pessoas com um menor número
de parceiros sexuais, em mulheres e em pessoas de maior idade: a sensação
equivocada de segurança. Isso nos leva a crer que, para aumentar a frequência
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15-Coutinho MPL, Bú E. A Técnica de Associação Livre de Palavras sobre o Prisma do
Software Tri-Deux-Mots (version 5.2). Revista Campo do Saber. 2017;3(1):219-243.
INTRODUÇÃO
A amamentação está associada a diversos fatores, dentre eles estão os
biológicos, psicossociais, socioculturais, geográficos e principalmente familiares,
permeados por mitos e crenças, consolidando ou não a continuidade e duração
da prática de aleitar(1).
O aleitamento materno propicia ainda inúmeros benefícios para o binômio
mãe-filho como proteção do bebê contra doenças, fortalecimento de vínculo,
desenvolvimento motor e sensorial. Sabe-se que, as experiências maternas
no processo de aleitar podem ser positivas ou negativas, especialmente para
primíparas, momento em que estão vivenciando um novo tipo de cuidado(2).
Sendo assim, é de extrema importância a abordagem e aproximação
com o aleitamento materno ainda durante o pré-natal, reforçadas no parto
e principalmente no puerpério, fase de grandes inseguranças e incertezas,
influenciadas ainda por concepções e representações sociais pregressas e/ou
atuais transmitidas pelas gerações e pelo contexto local(3).
Entende-se que, as mudanças nas normas sociais e nos padrões de
maternidade e amamentação ao longo do tempo e do espaço definiram
condutas semelhantes e diferentes entre as gerações, o que resultou na
continuidade de ações durante o aleitar ou no rompimento do modo de cuidar
dos filhos das gerações mais novas (4).
Dessa forma, as nutrizes acabam por introjetar valores, tabus, crenças,
atitudes e normas, através da experiência com mulheres de lugares e gerações
1
Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Ilhéus, BA, Brasil.
2
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Jequié, BA, Brasil.
3
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (URFB). Santo Antônio de Jesus, BA, Brasil.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo qualitativo referente a um recorte de uma pesquisa
de pós-doutorado, fundamentado na Teoria das Representações Sociais, por
compreender que este referencial permite a percepção das formas em que os
[...] eu tinha pouco leite e eu não queria dar outro leite [...]
eu não tinha experiência de outro leite, então eu dei para
outras pessoas dar de mamar para ela [...] (1ª geração).
[...] minha avó indicava que podia dar chá, que ele sentia
sede, que era para eu dar água (3ª geração).
Muita paciência que você tem que ter, porque pelo fato
de você sentir muita dor amamentando [...] (3ª geração).
Uma pessoa que mora em capital, não tem tanto tempo para
você se locomover do trabalho para casa, para poder “dar
mama”, entendeu? Mas interior, acho que é mais tranquilo,
a pessoa se dedica mais a amamentação[...] (3ª geração).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As evidências demonstraram que, para as mulheres migrantes da mesma
família e de diferentes gerações, a amamentação constitui-se como uma prática
social, cultural e intergeracional construída a partir da obrigatoriedade, doação
e sacrifício. Nota-se que, as dificuldades na amamentação das mulheres
migrantes associadas à vulnerabilidade do processo migratório permitem
que este processo seja continuado em benefício da(o) filha(o).
Ressalta-se que, para as mulheres migrantes das gerações mais velhas, o
processo migratório influenciou afetivamente menos em relação às gerações
mais novas, devido ao contexto histórico e social sobre a amamentação na
época em que viveram, algo diferente das atuais.
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INTRODUÇÃO
O aleitamento materno é a maneira mais saudável de alimentar e nutrir o
neonato. É um ato fisiológico que a mãe oferta ao filho, oferecendo benefícios
não somente pelo período de lactância, mas por toda a vida. É um processo
complexo, singular e um ato que, mesmo isoladamente, tem a capacidade de
reduzir a ocorrência de doenças infecciosas diminuindo a morbimortalidade
infantil ao ofertar a nutrição de alta qualidade para criança contribuindo para
seu crescimento e desenvolvimento, atuando também na saúde da mulher ao
reduzir o risco de determinados tipos de câncer e anemias, e quando realizado
com sucesso, proporciona satisfação para a maioria das mulheres(1).
Nesse contexto, existe a especificidade da mulher que amamenta pela
primeira, a puérpera primípara, a qual demanda ser orientada quanto o
processo de amamentação com mais detalhamento. Os profissionais de
saúde têm papel fundamental nesse processo, podendo informar e envolver
essas mulheres apontando as vantagens e desvantagens da amamentação,
esclarecendo os benefícios para mãe e para a criança, para que a partir dessas
orientações, a mulher possa se empoderar nesse contexto.
Vale salientar que, segundo as recomendações do Ministério da Saúde
(MS) do Brasil(2) o aleitamento materno exclusivo se dá por seis meses e
complementado até os dois anos ou mais, podendo acarretar em prejuízos à
1
Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Salvador, BA, Brasil.
2
Centro Universitário Estácio da Bahia. Salvador, BA, Brasil.
3
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA, Brasil.
4
Hospital da Sagrada Família. Salvador, BA, Brasil.
5
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Campus VII. Senhor do Bonfim, BA, Brasil.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa,
fundamentada na Teoria das Representações Sociais (TRS). O estudo de
abordagem qualitativa é pertinente a esta pesquisa pelo fato dela tomar
como material principal a fala cotidiana, aprendida a partir do discurso das
informantes, que é capaz de revelar valores, símbolos e representações,
permitindo a captação e a valorização das subjetividades(8).
As representações sociais expressam o senso comum criado dentro
das comunicações sociais, o qual é pautado pelos mitos e crenças em uma
sociedade tradicional. Estas representações servem de parâmetro para uma
análise de grupos utilizados para pesquisa de aspectos sociais e as pesquisas
de caráter empírico não geram resultados replicáveis ou generalizáveis, pelo
fato de estarem condicionados a um perfil estabelecido dentro do aspecto
que será analisado(5).
O campo específico desta pesquisa foi uma maternidade pública, situada na
cidade de Salvador, Bahia. Fundada em março de 1959, pelo então governador
Antônio Balbino, a maternidade recebeu o nome da então primeira dama e
está localizada na Baixa de Quintas.
Salvador é um município brasileiro, capital do estado da Bahia, localizado
na região nordeste do Brasil. Com 2.211.539 habitantes, sendo que 1.172.017
são mulheres e apresenta densidade demográfica de 3.859,44 habitantes por
quilômetro quadrado(9).
Esta maternidade realiza em média 900 atendimentos e 300 partos por
mês, sendo considerada um dos centros de prestação de serviços às mulheres
de Salvador e de outros municípios da Bahia. Nesta instituição, as mulheres
dispõem de serviço de pré-natal completo, composto de consultas com médico
obstetra, enfermeiro, nutricionista e assistente social. Sendo referência na
rede estadual para assistência obstétrica, foi a primeira unidade no estado e
a segunda em todo o país a implantar o Método Canguru(10).
Participaram do estudo 101 puérperas primíparas, sendo que destas
apenas 86 responderam ao estímulo: aleitamento e você mesma no ano de
2016. Puderam participar as puérperas primíparas que estavam amamentando
e hospedadas no alojamento conjunto, com no mínimo um dia após o parto.
RESULTADOS
Com base nas respostas que nortearam o estudo, em relação ao perfil sócio
demográfico podemos traçar a seguinte composição: quanto à faixa etária a
que predominou foi entre 14 anos e 26 anos de idade atingindo um percentual
de 75,25% das entrevistadas, tratando-se de religião a que predominou foi
a opção sem religião com 36,63%, a raça predominante foi a parda, porém
segundo o IBGE(9) a raça negra é composta entre pardos e negros, baseando-se
nesta premissa foram encontrados 94,06% participantes pertencentes à raça
negra. A renda familiar tem uma influência muito marcante na abordagem das
representações sociais e dentre as participantes, a renda dominante foi de um
salário mínimo com 42,57%. Quanto à procedência encontramos 99,01% da
Bahia, naturais de diversos municípios e 0,99% representando uma natural
de Recife (PE).
Outro componente deste quadro sócio demográfico que impacta nas
representações sociais é a escolaridade, pois à medida que se avança no
conhecimento acadêmico, a mente percebe os fatos de forma diferente do
momento anterior, neste estudo totalizou com predominância o segundo grau
completo com 44,55%, não menos impactante temos a ocupação profissional
que teve predominância das que 98,02% possuíam algum tipo de ocupação
profissional incluindo as de ocupação informal e quanto ao estado civil 73,27%
encontravam-se solteiras no momento da entrevista. Com este perfil traçado
poderemos compreender melhor as respostas relacionadas ao aleitamento
materno, foco central deste estudo.
A árvore de similitude (Figura 1) apresenta o campo de interação dos
resultados a partir da identificação das múltiplas conexões entre as palavras
e indica os eixos representacionais: amor, bom, prazeroso, dor, aumento da
Figura 1 – Árvore ilustrativa da análise de similitude das justificativas das palavras mais
importantes para o estímulo indutor cuidado a mulher usuária de drogas, Salvador - Ba, 2016
DISCUSSÃO
Através do tempo, a prática da amamentação vem sofrendo influência do
contexto social, de estudos científicos vigentes na época, dos padrões culturais
e mitos. Todas essas influências refletem no comportamento de amamentação
da nutriz ao concretizar o conhecimento que esta possui, considerando que
o ato de amamentar, apesar de natural, não é automático e sim uma reflexão
das vivências desta mulher(15).
Reconhece-se então, que o início e manutenção da amamentação,
especialmente de forma exclusiva, pode sofrer influências de natureza
multifatoriais, sendo considerada a atuação dos profissionais da área de saúde
um dos fatores que ajudam nesta promoção, mas também deve-se levar em
consideração o aprendizado entre pares e aqueles que são transmitidos entre
gerações. Nesse sentido, a avaliação que uma pessoa faz de si tem como
referência o aprendizado adquirido através de sua interação com o contexto
social(16).
De uma forma geral, identifica-se as representações sociais do aleitamento
materno como uma expressão afetiva, como algo bom, uma capacidade
singular da mãe, que ao prover o leite cria a correlação com a imagem de uma
vaca, ao viver essa experiência de forma emocionante e prazerosa podendo,
INTRODUÇÃO
As interações amorosas desenvolvidas ao longo da existência assumem
grande relevância na vida dos adolescentes, o que poderá conferir uma
segurança emocional em um momento no qual há o distanciamento da família
e a necessidade de pertencimento ao grupo1.
O namoro é caracterizado, sobretudo, pela estabilidade da associação
entre duas pessoas, que é inversamente relacionado à probabilidade que uma
pessoa vai terminar a relação. Além da causalidade embutida no surgimento
do compromisso é necessário atentar o que deixa os pares unidos2.
Devido às transformações sociais ocorridas, modificando as relações de
intimidade e surgindo novas formas de se nomear um relacionamento, alguns
autores sintetizaram o “ficar”, o “pegar” e o “namorar” com a mesma definição,
referindo que podem ocorrer ao mesmo tempo (3-5).
Esses protótipos de relacionamento são replicados também no âmbito dos
namoros, afetos e das intimidades entre adolescentes. Ponderando que a escola
é um dos principais ambientes de sociabilidade dos adolescentes, o exercício da
sexualidade constitui dimensão fundamental da vivência escolar. As primeiras
vivências afetivas e íntimas se dão, assim, em um contexto de produção e
reprodução de relevantes desigualdades marcadas por subalternizações
diversas de gênero, raça e sexualidade6.
A violência no namoro ou também chamada de violência nas relações de
intimidade pode ser conceituada como uma prática ou ameaça de um ato de
1
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Feira de Santana, BA, Brasil.
2
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Campus VII. Senhor do Bonfim, BA, Brasil.
3
Universidade Católica de Salvador (UCSAL). Salvador, BA, Brasil.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e descritivo fundamentado
no aporte teórico-metodológico da Teoria das Representações Sociais. O campo
da pesquisa foi uma escolar da rede pública de ensino do município de Feira de
Santana- Bahia. Os participantes deste estudo foram 12 adolescentes cursando
o ensino fundamental, a faixa etária foi de 11 a 16 anos, que concordaram em
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram deste estudo 12 adolescentes, sendo seis do sexo feminino
e quatro do sexo masculino. A idade dos participantes variou de 11 a 16 anos
e a maioria, 8 participantes, se declararam solteiros/sem nenhum tipo de
relacionamento no momento, 1 “crush” e 1 relacionamento sério, os tipos de
relações atuais traduzem a vontade dos adolescentes em possuir relações
abertas e livres de opiniões alheias e as etiquetas da sociedade.
O sigilo sobre o nome dos participantes foi preservado, sendo estes
identificados com a abreviatura Adol. (Adolescente), seguido do número
indicativo o sexo e depois a ordem do Grupo Focal (Adol_01_F, Adol_02_F e
assim por diante). E relacionados ao grupo focal foram identificados GF1 para o
primeiro grupo focal e GF2 para o segundo grupo focal associados ao número
do participante no grupo e o sexo.
As Representações Sociais (RS) é um conjunto de definições, elucidações
e afirmações que se originam da vida cotidiana, no curso da comunicação
interindividual27. As representações que se formam na sociedade influenciam
diretamente no comportamento, atitudes e modos de agir, por isso que
constituem estruturas individuais de conhecimentos que norteiam os membros
de um grupo social em determinado tempo e espaço.
Nos resultados das explanações do Grupo Focal através das análises de
conteúdo, análise de similitude e nuvem de palavras foram desveladas as
representações da violência nas relações de intimidade dos adolescentes por
meio de duas categorias, a saber: (1) As diferentes faces da violência simbólica;
(2) As mídias sociais e a violência simbólica.
Essa análise admite que, quanto maior for o número de adolescentes que
considere a violência próxima ao celular, mais próximos estarão esses dois
itens, ou seja, mais conectados. A relação é expressa por um índice que vai
de zero (0) a um (1) e, ainda, pode ser representada graficamente por arestas
em um grafo.
Pelo método da nuvem de palavras, a palavra ‘violência’ foi a que teve uma
maior frequência no corpus – 17 vezes, seguida da palavra história - 15 vezes.
As palavras ‘celular’, ‘música’ e ‘pegar’ tiveram a mesma frequência e por isso o
mesmo tamanho. Graficamente, as palavras são posicionadas aleatoriamente
de tal forma que as palavras mais frequentes aparecem maiores que as outras.
Nesse sentido, observamos que os adolescentes representam o celular como
objeto/símbolo e ressignificam as relações evidenciando a violência, como já
foi reafirmado através da análise de conteúdo de Bardin.
Os resultados do presente estudo reforçam relatos da literatura sobre a
existência de violência física e do uso das mídias sociais, no desejo sempre de
manter o controle do parceiro (a), vingança-exposição, difamação14,40. Neste
sentido23, nossos resultados corroboraram com um estudo realizado em 10
capitais brasileiras, no qual observaram que a violência física é o tipo mais
comum de violência perpetrada e/ou vivenciada.
1-Andrade TA, Lima AO. Violência e namoro na adolescência: uma revisão de literatura.
Desidades. 2018;(19):20-35.
2-Bertoldo RB, Barbara A. Representação social do namoro: a intimidade na visão dos
jovens. Psico-USF. 2006;11(2):229-237.
3-Costa LG, Machado CE, Antunes R. Violência nas relações homossexuais: A face oculta
da agressão na intimidade, Psychologica. 2011;1:2-15.
4-Murta SG, Santos BRP dos, Nobre LA, Araújo IF de, Miranda AAV, Rodrigues IO, et al.
Prevenção à violência no namoro e promoção de habilidades de vida em adolescentes.
Psicol. USP. 2013;24(3):263-288.
5-Silva LMP, Oliveira CM, Santana MGS, Verissimo AVR, Santos TMB, Cardoso MD.
Violência entre namorados adolescentes em Pernambuco, Brasil. Adolesc Saude.
2017;14(3):63-70.
6-Marola CAG, Sanches CSM, Cardoso LM. Formação de conceitos em sexualidade na
adolescência e suas influências. Psicol. educ. 2011;33:95-118.
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de Portugal. Escola Anna Nery. 2016;20(1):183-191.
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12-Pimentel CE, Moura GB, Cavalcanti JG. Acceptance of Dating Violence Scale: Checking
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13-Almeida LMMF, Caldas JMP. Intimidade e saúde. Psicologia USP; 2012;23(4):737-755.
14-Cecchetto F, Oliveira QBM, Njaine K, Minayo MCS. Violências percebidas por homens
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15-Manita C, Ribeiro C, Peixoto C. Violência doméstica: compreender para intervir. Guia
de boas práticas para profissionais da Forças de Segurança. Lisboa: Edição da Comissão
para a Cidadania e igualdade de géneros da Presidência do Conselho de Ministros. 2009.
16-Machado LMGS. Crenças e representações sociais dos adolescentes sobre a violência
interpessoal [dissertação]. Porto (Portugal): Universidade Fernando Pessoa; 2010.
17-Ferreira M. Da intervenção do estudo na questão da violência conjugal em portugal.
Coimbra: Edições Almedina; 2005.
INTRODUÇÃO
Segundo o Ministério da Saúde são considerados prematuros (ou pré-
termos), os bebês que vêm ao mundo antes de completar 37 semanas de
gestação. No Brasil, aproximadamente 10% dos bebês nascem antes do
tempo previsto, entretanto, o avanço científico e tecnológico tem permitido
que a maior parte desses bebês consigam se desenvolver e crescer de forma
saudável.(1)
Existem múltiplos fatores que podem ser considerados como riscos
comuns associados à prematuridade, entre eles podem ser destacados a idade
materna (abaixo de 20 anos e acima de 35 anos), raça negra, renda mensal
inferior a 2 salários mínimos, primiparidade, hábitos maternos de tabagismo e
alcoolismo, uso de drogas ilícitas, desnutrição, anemia, ganho de peso ponderal
materno insuficiente, estresse na gestação, mães solteiras, gestação múltipla,
intervalo pequeno entre as gestações, ocorrência anterior de prematuridade,
ocupação materna, assistência pré-natal ausente ou inadequada, afecções
maternas (agudas ou crônicas) e intercorrências clínicas na gestação. Observa-
se que a prematuridade pode ser considerada um problema de saúde pública
mundial e, por isso, necessita de prevenção, com base na identificação dos
fatores de risco precocemente. (2-3)
Segundo a Organização Mundial de Saúde aproximadamente 15 milhões
de bebês prematuros nascem a cada ano no mundo. A prematuridade
é considerada a principal causa de morte em menores de cinco anos,
e as complicações que são relacionadas à prematuridade causaram
aproximadamente um milhão de mortes em 2015. (4)
1
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Jequié, BA, Brasil.
MÉTODO
Esse recorte integra a Tese de Doutoramento de Sumaya Medeiros Botêlho,
denominada Representações sociais de profissionais de saúde e percepções de
mães de bebês prematuros sobre ações de educação em saúde, defendida em
2019. Trata-se de uma abordagem qualitativa, de natureza exploratória, com o
aporte teórico da TRS proposta por Serge Moscovici, como uma possibilidade de
apreender os universos consensuais de pensamento, tendo em vista, a conexão
do sujeito e objeto, em interação dinâmica; (8) e na Teoria do Núcleo Central
das RS de Jean-Claude Abric, uma abordagem complementar, que apresenta
descrições mais detalhadas de supostas estruturas com as explicações de seu
funcionamento, possuindo compatibilidade com a teoria geral. (9)
Participaram desse estudo 33 profissionais de saúde de nível superior
(médicos, enfermeiros e fisioterapeutas) da Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal - UTIN ou na Unidade Semi-intensiva de um Hospital Municipal, no
município de Vitória da Conquista – BA - BR. A coleta de dados foi realizada no
próprio hospital, nos meses de junho, julho e agosto de 2018.
Foram incluídos os profissionais de saúde que tinham pelo menos seis
meses de atuação nas unidades; e excluídos, os profissionais de saúde que se
encontravam de férias ou de licença no período da coleta de dados.
Para a coleta de dados, inicialmente, foi realizada a técnica de observação
sistemática; em seguida, o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) e,
depois, a entrevista semiestruturada. A observação sistemática é comumente
utilizada em pesquisas que têm como objetivo a descrição precisa dos
fenômenos, por isso, elabora previamente um plano de observação. (10) Essa
técnica foi escolhida a fim de observar a rotina dos profissionais em relação
ao cuidado prestado aos bebês prematuros nas ações de educação em saúde
para mães. Foram 10 dias, escolhidos de forma aleatória e não sequencial,
seguindo um roteiro pré-estabelecido para a observação sistemática nas
unidades estudadas.
A seguir, o TALP que se constitui em uma técnica projetiva consistente em
solicitar aos participantes da pesquisa que evoquem um determinado número
de palavras (normalmente cinco), a partir de um estímulo indutor fornecido e,
em seguida, organizem as suas respostas de acordo à ordem de importância, da
mais importante para a menos importante. (11) No presente estudo, esse teste foi
realizado com os 33 participantes, sendo solicitado que eles evocassem cinco
RESULTADOS
Após a análise das entrevistas semiestruturadas emergiram uma Classe
Temática, As RS sobre o cuidado ao prematuro realizado nas ações educativas
para mães no olhar dos profissionais de saúde; e cinco Categorias, 1) O cuidado
na higiene, vestes pessoais e na postura dentro da unidade; 2) O cuidado no
aleitamento materno; 3) O cuidado no Método Canguru e no estabelecimento
de vínculo; 4) O cuidado no banho e na troca de fralda; 5) O cuidado ao estímulo
auditivo e ao toque.
DISCUSSÃO
As RS dos profissionais são gerenciadoras das suas práticas, uma vez
que o pensar dos profissionais sobre o cuidado ao prematuro realizado nas
ações de educação em saúde para mães se tornam guias para o seu fazer. (16)
Também para Abric, uma das grandes funções da RS é de orientar e guiar os
comportamentos e suas práticas sociais. Significa reconhecer também a função
justificadora, pois essa permite justificar as posições e os comportamentos,
pois, se a função de orientação guia o comportamento, a justificadora justifica
o comportamento. Por outro lado, a função de saber e a função identitária
devem ser consideradas, sem elas não haveria essas outras duas funções. (17)
Assim, o processo de orientações aos pais dos bebês prematuros é iniciado
desde o momento que eles vão ao hospital fazer a primeira visita. Inicialmente,
eles são muito bem orientados em relação ao não uso de adereços, brincos,
anéis, pulseiras e relógios durante a visita, para que não corra o risco de
machucar os bebês na hora de segurá-los e para evitar o risco de infecções.
Também, sobre a maneira correta de higienizar as mãos, pois a higienização das
mãos dentro do ambiente hospitalar constitui-se em uma prática prioritária e
resolutiva no que diz respeito a diminuir as taxas de infecções por transmissão
de microrganismos. (18) Pedem, ainda, o uso de vestimentas adequadas para as
mães, sendo orientadas a usar roupa com abertura ventral e central, facilitando
o contato pele a pele, a ordenha e a amamentação. (19) E que tenham postura
dentro da unidade, procurando sempre falar baixo, uma vez que na UTIN deve
se prezar sempre pelo silêncio para não alterar o estado comportamental dos
bebês.
A UTIN constitui um setor do Hospital que requer atenção especial dos
gestores da instituição, visto que se trata de um espaço onde são assistidos
bebês prematuros, na maioria das vezes, muito debilitados. Levando em
CONCLUSÃO
Este estudo apreendeu as RS de profissionais sobre o cuidado ao bebê
prematuro realizado nas ações de educação em saúde para mães e conseguiu
alcançar seu objetivo, pois conheceu as RS de profissionais de saúde sobre o
cuidado ao bebê prematuro hospitalizado realizado nas ações de educação em
saúde para mães, apreendendo os universos consensuais de pensamentos e,
também, elementos no núcleo central, elementos intermediários e periféricos
dessas RS.
As ações de educação em saúde para mães se relacionam com as
representações dos mesmos sobre o cuidado ao prematuro, na busca de
orientar as mães, sobre o filho que se encontra hospitalizado. As orientações
visam às prevenções para o risco de infecções hospitalares e para a melhoria
da saúde do bebê; buscam a inserção da mãe no processo do aleitamento
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas o sistema de saúde no Brasil, tem enfrentado
o desafio para planejar, implementar e melhorar a qualidade dos serviços
dispensados a população. Entretanto, para que essa meta seja alcançada é
necessária a incorporação de novas estratégias e ferramentas, que auxiliem
no planejamento, gestão e culminem com a redução de custos atrelados a
melhoria dos serviços oferecidos, considerando as expectativas, necessidades
e segurança de usuários.(1)
Nesse cenário, o Centro de Material e Esterilização (CME) destaca-se de
forma bastante singular, nos estabelecimentos de saúde por proporcionar
apoio aos serviços assistenciais e de diagnóstico que necessitam de produtos
utilizados na assistência à saúde, para prestação de assistência segura e de
qualidade aos seus clientes. Nesse serviço, a/o enfermeira/o desempenha
papel gerencial importante na condução do processo de trabalho em função
das peculiaridades inerentes.(2)
O CME pode ser definido como uma área, unidade ou um serviço destinado
à limpeza, ao acondicionamento, à esterilização, à guarda e à distribuição dos
produtos utilizados na assistência à saúde. A Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), nº 307, de 14 de
novembro de 2002, considera o CME como uma unidade de apoio técnico que
tem como finalidade o fornecimento de produtos para a saúde adequadamente
processados, proporcionando, assim, condições para o atendimento direto e
a assistência segura à saúde dos indivíduos enfermos e sadios.(3-4)
1
Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Salvador, BA, Brasil.
2
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
3
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA, Brasil.
METODOLOGIA
Pesquisa de abordagem qualitativa, norteada pela TRS privilegiando a
abordagem estrutural ou TNC. Os dados foram produzidos durante a realização
de um evento sobre Central de Material Esterilizado que acontece de forma
anual na Cidade de São Paulo- SP, – Brasil, onde participam profissionais
Enfermeira(o)s de todos estados do Brasil.
Os dados foram coletados no período de 22 a 31 de março de 2017, de
forma individual pela pesquisadora e em horário previamente combinado, em
duas etapas: inicialmente foi aplicada a técnica da evocação livre, através do
Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) para a(o)s 103 participantes com
o seguinte estímulo indutor: “reprocessamento/processamento de materiais
utilizados na assistência à saúde”. Os critérios de inclusão: ser enfermeira(o)
atuante em CME, com idade igual ou superior a 18 anos. Como critério de
exclusão: enfermeira(o) que não atuava exclusivamente no contexto do
trabalho em CME.
A utilização do TALP aplicado como técnica de coleta de dados nas
pesquisas de representações sociais foi motivada objetivando apreender as
projeções mentais de forma descontraída e espontânea, pelo fato da obtenção
do conteúdo semântico de maneira rápida e objetiva.(18)
A aplicação do TALP consistiu em solicitar a(o) participante que escrevesse
as cinco primeiras palavras que lhe ocorressem ao escutar a expressão
indutora: ‘reprocessamento/processamento de materiais utilizados na
assistência a saúde’. A seguir, solicitou-se que: a) enumerassem em ordem
crescente, levando em consideração o grau de importância; b) selecionasse a
palavra considerada a mais importante; c) justificasse a importância atribuída
à palavra escolhida.
Os dados oriundos TALP foram organizados e processados pelos softwares
Esemble de Programmes PermettantI’ Analyse de Évoctions - EVOC 2000(19) e
IRAMUTEQ(20) que gerou o quadro de quatro casas e a árvore de similitude.
O projeto de pesquisa foi cadastrado na Plataforma Brasil e apreciado e
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado da Bahia
(UNEB), sob o Parecer de nº Parecer de nº 1.963,466 de 04/03/2017, conforme
estabelece a Resolução 466/2012.
Características N = 103
Gênero
Mulher 92
Homem 11
Faixa Etária
> 45 15
39 – 45 23
32 – 38 32
25 – 31 31
18 – 14 02
Raça/cor
Branca 43
Parda 34
Negra 15
Outras 11
Qualificação
Graduação 16
Pós-Graduação 80
Mestrado 05
Doutorado 02
Tempo de Serviço (em anos)
< 20 11
16 – 20 15
11 – 15 12
06 – 10 31
0 – 05 34
DISCUSSÃO
Conforme pôde ser constatado na conformação estrutural da representação
social sobre “processamento de produtos utilizados na assistência à saúde”,
os elementos centrais e periféricos, entre enfermeira(o)s, os elementos do
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os termos alocados no possível núcleo central: reutilizar, limpeza,
esterilização, segurança e instrumental remetem a aspectos das etapas
inerentes ao fazer no âmbito da central de material e esterilização. O
termo reutilizar está estreitamente relacionado à utilização de instrumental
considerado de uso único, que pode ser submetido ao processamento,
considerando as recomendações do fabricante em observância a legislação
vigente, apontada pelo termo controle de qualidade na primeira periferia.
1
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Salvador, BA, Brasil.
2
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pelotas, RS, Brasil.
Cíntia Raquel da Silva Castro é assistente social, mestra em Sociologia pela Universidade
Estadual do Ceará (UECE) e doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade Federal da
Bahia (UFBA). Integrante do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Saúde, Violência
e Subjetividade (SAVIS). E-mail: raquelcastroas@gmail.com
José Vitor Araújo Rosa Ribeiro é bacharel em saúde e acadêmico de Odontologia pela
Universidade Federal da Bahia. Integrante do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em
Saúde, Violência e Subjetividade (SAVIS). E-mail: rosavitor1996@gmail.com
Karen Paula Damasceno dos Santos Souza é graduada em Enfermagem (2015), Mestre
(2018) e doutoranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FACENF/
UERJ). Bolsista CAPES. Integrante do Religares. E-mail: paulakaren8@gmail.com
Lanna Katherine Leitão Conceição é ativista pelos direitos das pessoas LGBTPQIA+,
graduanda em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e integrante
do Grupo de Pesquisa em Sexualidades, Violências, Drogas e Gênero (SVDG). E-mail:
lanna.klc@gmail.com
Louyze Maria dos Santos Lopes Silva é bacharela em saúde e acadêmica de Farmácia
pela Universidade Federal da Bahia. Integrante do Núcleo de Estudos Interdisciplinares
em Saúde, Violência e Subjetividade. Bolsista de iniciação científica PIBIC/CNPq. E-mail:
louml10@outlook.com
Luiz Carlos Moraes França é enfermeiro. Mestre (2018) e doutorando pelo Programa
de Pós-Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (FACENF/UERJ). Docente do Curso de Enfermagem da UNIAN
e da UniCBE. Integrante do Religares. E-mail: lcmoraesfranca@hotmail.com
Maria Thereza Ávila Dantas Coelho é psicóloga, mestre e doutora em Saúde Coletiva,
professora associada do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da Universidade
Federal da Bahia (UFBA) e coordenadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em
Saúde, Violência e Subjetividade (SAVIS). E-mail: mariathereza.ihac@gmail.com
Rafael Moura Coelho Pecly Wolter é doutor em Psicologia Social pela Universidade
de Paris V (René Descartes) (2008). Professor-Titular do Instituto de Psicologia e do
Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES). E-mail: rafaelpeclywolter@gmail.com
A
ABORDAGEM ESTRUTURAL 32, 36, 37, 38, 44, 45, 46, 65, 72, 99, 108, 112, 113, 125, 131,
134, 149, 153, 159, 229, 235, 243
ABORDAGEM PROCESSUAL 17, 22, 26, 27, 29, 31
ABUSO 149, 200
ACADÊMICAS 101, 115
ACADÊMICOS 8, 109
ACONDICIONAMENTO 231, 237, 240
ACONSELHAMENTO 183, 225
ADOLESCENTES 9, 73, 93, 156, 164, 199, 200, 201, 202, 203, 204, 205, 206, 208, 209,
210, 211, 212
AFETIVOS 25, 29, 97, 117, 138
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA 231, 243
AIDS 17, 28, 30, 45, 109, 114, 115, 116, 118, 120, 121, 149, 157, 160
ALCESTE 15, 16, 150
ÁLCOOL 17, 137, 138, 139, 140, 141, 143, 144, 145, 146, 147, 148, 149, 150, 200, 221
ALEITAMENTO 17, 167, 168, 171, 173, 176, 177, 178, 181, 182, 183, 184, 185, 189, 190,
191, 192, 193, 194, 195, 218, 221, 225, 226, 227, 230
ALTERIDADE 26, 31
AMAMENTAÇÃO 17, 120, 167, 168, 169, 170, 171, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 179,
181, 182, 184, 186, 187, 188, 189, 190, 191, 192, 193, 194, 195, 221, 224
ANÁLISE 15, 16, 26, 27, 29, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 48, 49, 59, 63, 65, 66,
69, 72, 76, 78, 79, 80, 81, 86, 92, 94, 100, 104, 105, 107, 108, 112, 113, 114, 119,
121, 127, 128, 133, 135, 136, 144, 145, 147, 148, 149, 150, 154, 160, 163, 164,
170, 171, 183, 184, 186, 194, 202, 203, 205, 206, 207, 208, 211, 218, 219, 229,
233, 237, 240, 244
ANÁLISE COGNITIVA DE REDES 7, 61
ANÁLISE DE CONTEÚDO 76, 79, 80, 211, 218, 229
ANÁLISE DE SIMILITUDE 16, 41, 42, 43, 104, 184, 186, 202, 203, 205, 240
ANÁLISE LEXICAL 113, 207
ANÁLISE TEMÁTICA 80
ANCORAGEM 15, 62, 139
ANCO-REDES 63, 66, 67, 68, 69, 71
ANVISA 231
APREENDER 16, 49, 52, 63, 67, 71, 91, 138, 139, 153, 182, 217, 232, 235
B
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE (BIS) 125, 139
BACKGROUND 26
BEBÊS 175, 215, 216, 217, 221, 224, 225, 226
BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE (BVS) 168
BIS 125, 129, 139, 141, 147, 148
BVS 168
C
CAPACIDADE HEURÍSTICA 15
CASTIGO 28, 31
CELSO PEREIRA DE SÁ 16
CENTRALIDADE 17, 36, 37, 38, 39, 44, 66, 105, 106, 114, 132, 160, 207, 240
CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE MULHERES, GÊNERO, SAÚDE E ENFERMAGEM 11
CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO (CME) 231
CHOIX-PAR-BLOC 37, 38, 39, 40, 44
CIÊNCIA 93, 135, 252, 253
CIRURGIA DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL (CRS) 130
CLAUDE FLAMENT 41
CME 231, 232, 233, 235, 238, 239, 240, 241, 244, 248, 251
COGNEMA 40, 41
COGNEMAS 36, 39, 41, 42
COGNIÇÃO 25, 42, 90
COGNITIVOS 27, 29, 30, 37, 44, 46, 56, 233
COLETA DE DADOS 7, 47, 52, 80, 81
COMITÊ DE ÉTICA 50, 65, 78, 79, 99, 111, 126, 140, 154, 170, 185, 235
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA 65, 78, 99, 111, 140, 154, 170, 185, 235
COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA DA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDE-
RAL DA BAHIA 50
COMPLEXIDADE 11, 22, 133, 137, 193, 216, 239, 240
D
D-E COM TEMA 65
DENISE JODELET 16, 48
DEPOIMENTOS 85, 86, 149, 170, 171, 175, 187, 220
DESENHO-ESTÓRIA COM TEMA 64
DIÁLOGO 17, 26, 29, 49, 51, 53, 216, 218, 227
E
EDUCAÇÃO 62, 118, 120, 123, 133, 136, 157, 158, 159, 161, 162, 175, 191, 193, 212, 216,
217, 218, 219, 224, 225, 227, 241
EDUCAÇÃO EM SAÚDE 157, 175, 216, 217, 218, 219, 224, 225, 227
ELEMENTOS CENTRAIS 37, 42, 44, 112, 114, 127, 140, 142, 157, 237, 238
ELEMENTOS PERIFÉRICOS 37, 63, 64, 141, 237
ENFERMAGEM 45, 59, 84, 94, 108, 109, 110, 114, 117, 118, 119, 120, 150, 190, 194, 232,
233, 243
ENFRENTAMENTO 12, 17, 45, 71, 97, 98, 109, 182, 191, 225
ENSEMBLE DE PROGRAMMES PERMETTANT L’ANALYSE DÊS EVOCATIONS (EVOC) 38, 218
ENTREVISTA 36, 50, 51, 52, 53, 76, 79, 80, 81, 82, 88, 92, 100, 111, 112, 113, 169, 184,
185, 217, 218
ENTREVISTA EM PROFUNDIDADE 50, 51, 53
ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA 79, 80, 92, 112, 113, 169, 217, 218
ESCOLAR 199, 201
ESTERILIZAÇÃO 231, 237, 243
ESTUDANTES 9, 94, 108, 110, 113, 123, 124, 125, 126, 129, 133, 139, 141, 142, 143, 144,
145, 146, 147, 148, 150, 151, 152, 153, 154, 156, 159, 161, 163, 245
ESTUDANTES 231
EVOC 15, 38, 100, 112, 114, 126, 140, 141, 218, 235
EVOCAÇÃO 38, 100, 103, 126, 127, 131, 132, 157, 158, 161, 235, 239
EVOCAÇÕES 36, 37, 38, 42, 44, 45, 72, 94, 102, 103, 105, 106, 112, 113, 114, 115, 119,
131, 132, 136, 141, 142, 154, 158, 159, 163, 191, 218, 219, 229, 244
EVOCAÇÕES LIVRES 37, 38, 42, 44, 45, 72, 94, 114, 136, 163, 229, 244
EVOCADOS 38, 39, 42, 103, 112, 114, 115, 118, 126, 128, 129, 131, 143, 144, 145, 153,
154, 158, 184, 237, 238
EXCLUSÃO 39, 97, 98, 99, 102, 103, 105, 106, 107, 111, 132, 139, 169, 204, 226, 235
EXPRESSÃO INDUTORA 125, 127, 157, 160, 235, 236, 238
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA 152, 163
G
GEM – GRUPO DE ESTUDOS SOBRE A SAÚDE DA MULHER 11
GERAÇÕES 9, 167
GRUPO 22, 23, 25, 26, 27, 28, 29, 36, 37, 38, 44, 47, 48, 50, 52, 53, 54, 55, 56, 61, 62, 63,
64, 66, 69, 70, 71, 76, 90, 91, 97, 99, 100, 105, 106, 111, 119, 125, 126, 127, 128,
129, 131, 132, 133, 138, 139, 140, 144, 152, 153, 154, 156, 158, 159, 160, 161, 175,
192, 200, 202, 203, 204, 205, 206, 207, 232, 233, 234, 235, 237, 238
GRUPO DE PESQUISA 11, 17, 28, 245, 247, 248, 249, 250, 251, 253
GRUPO DE PESQUISA EM ENFERMAGEM: SEXUALIDADE, VULNERABILIDADE, DROGAS
E GÊNERO (SVDG) 245
GRUPO DE PESQUISA RELIGARES 17, 28
GRUPO DO MIDI 37
GRUPOS SOCIAIS 21, 24, 25, 26, 30, 44, 48, 49, 63, 117
H
HETEROGENEIDADE 47, 55, 90, 240
HIERARQUIA 36, 38, 128, 158
HIV 8, 17, 28, 30, 45, 49, 58, 59, 109, 110, 112, 113, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 120,
121, 159
I
IDEOLÓGICOS 24, 29
IMAGENS 24, 25, 27, 28, 29, 59, 62, 77, 79, 80, 89, 91, 92, 138, 202, 234
INDIVÍDUOS 21, 22, 26, 35, 41, 44, 52, 53, 55, 61, 62, 75, 76, 77, 89, 91, 103, 109, 111,
115, 116, 118, 182, 192, 204, 207, 231, 233
INFECÇÃO 121, 247, 248
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) 151
INFORMATIVOS 29
J
JEAN-CLAUDE ABRIC 36, 124, 138, 153, 217, 232
L
LA PSYCHANALYSE: SON IMAGE ET SON PUBLIC 35
LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS 123, 134
LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS (LGBT) 123
LIMPEZA 231, 237, 238, 239, 240, 241, 244
LINGUAGEM 25, 27, 38, 202, 204
M
MATERNO 17, 167, 168, 171, 173, 175, 176, 177, 178, 181, 182, 183, 184, 185, 189, 190,
191, 192, 193, 194, 195, 215, 218, 221, 225, 226, 228, 230
MEDICALIZAÇÃO 80, 81, 86, 87, 89, 92, 148
MEIO SOCIAL 21, 140
MENTAIS 25, 26, 29, 64, 77, 90, 100, 235
MÉTODO CANGURU 183, 218, 222, 226, 228, 230
MÉTODO DE ESCOLHAS SUCESSIVAS POR BLOCOS 37
MICROSOFT EXCEL 38, 140
MIGRANTES 9, 165, 167
MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS) 123, 181
MODIFICAR O CORPO 130
MULHER 46, 77, 78, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 92, 130, 132, 141, 143, 144, 145,
168, 170, 173, 174, 176, 177, 181, 182, 183, 186, 187, 189, 190, 191, 192, 193, 200,
201, 204, 205, 211, 225
MULHERES 55, 58, 78, 81, 84, 85, 86, 93, 94, 97, 101, 103, 104, 126, 131, 134, 135, 138,
154, 157, 161, 167, 168, 169, 170, 171, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 181, 183,
190, 191, 193, 195, 204, 230, 236
O
OBJETIVAÇÃO 15, 31, 62, 139
OBJETO 16, 18, 21, 22, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 32, 37, 40, 42, 44, 45, 48, 49, 54, 55, 56, 58,
64, 71, 75, 77, 78, 90, 91, 94, 99, 100, 101, 105, 124, 125, 127, 128, 131, 132, 133,
135, 138, 139, 140, 152, 158, 160, 161, 169, 170, 201, 207, 208, 216, 217, 218,
233, 234, 235, 240, 241
OME 101, 114, 126, 127, 128, 131, 132, 141, 142, 143, 144, 154, 157, 158, 159, 160, 236, 237
OPINIÕES 21, 23, 29, 55, 99, 110, 124, 129, 133, 169, 203, 234
ORDEM MÉDIA DE EVOCAÇÃO (OME) 127, 157
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS) 93
P
PARALISIA CEREBRAL (PC) 61
PARTURIENTE 82, 83, 84, 85, 86, 87
PATOLÓGICO 86
PECADO 28, 68
PEGAR 173, 199, 204, 205, 208, 209, 222
PENSAMENTO 15, 23, 26, 27, 31, 35, 38, 44, 45, 46, 58, 64, 71, 111, 112, 204, 207, 217, 234
PENSAMENTO ERUDITO 23
PENSAMENTO MÍTICO 26
PENSAMENTO SOCIAL 15, 26, 27, 35, 38, 44, 58, 111
PESQUISA 11, 12, 18, 27, 29, 32, 37, 38, 40, 43, 45, 47, 48, 49, 50, 51, 53, 55, 56, 57, 58,
59, 65, 66, 68, 69, 72, 77, 78, 79, 90, 91, 92, 93, 94, 99, 100, 106, 108, 110, 111,
112, 114, 115, 119, 120, 125, 126, 131, 135, 139, 140, 147, 149, 151, 153, 154, 156,
160, 162, 163, 164, 168, 169, 170, 183, 184, 185, 190, 193, 194, 201, 202, 203, 211,
212, 217, 218, 229, 234, 235, 236, 237, 244, 245
PESSOA 11, 17, 52, 62, 68, 98, 99, 100, 102, 106, 107, 110, 112, 113, 114, 116, 118, 119,
121, 124, 125, 127, 128, 129, 130, 131, 132, 133, 134, 136, 137, 138, 141, 144, 161,
176, 187, 189, 192, 199, 234
PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA (PSR) 98
Q
QUADRANTE 102, 103, 117, 126, 127, 131, 132, 140, 154, 158, 159, 237, 239, 240
R
RANG 102, 114, 219
RDC 231, 232, 243
REALIDADE 15, 16, 22, 25, 27, 28, 30, 31, 35, 48, 52, 56, 61, 62, 63, 66, 68, 69, 70, 76, 84,
87, 88, 90, 91, 99, 106, 111, 124, 131, 138, 140, 143, 146, 152, 153, 169, 191, 207,
233, 234, 239, 241
RELAÇÕES DE INTIMIDADE 9, 199, 200, 201, 203, 205, 207, 209
RELIGIÃO 49, 54, 55, 58, 69, 101, 125, 126, 153, 154, 155, 185
RELIGIOSIDADE 45
REMÉDIOS 142
REPRESENTAÇÃO 21, 22, 24, 25, 26, 27, 29, 30, 31, 32, 35, 36, 37, 38, 39, 42, 43, 44, 45,
47, 48, 51, 54, 62, 63, 64, 66, 67, 68, 69, 70, 72, 77, 84, 89, 94, 99, 102, 103, 104,
105, 107, 108, 112, 113, 114, 115, 117, 118, 119, 120, 124, 126, 127, 128, 131, 132,
133, 134, 138, 140, 142, 145, 146, 147, 148, 149, 154, 158, 160, 161, 169, 178, 186,
187, 190, 201, 205, 229, 233, 234, 237, 238, 242, 243
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS 15, 16, 17, 18, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32,
33, 35, 36, 37, 38, 41, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 54, 55, 56, 58, 59, 62, 63, 66, 69, 70,
71, 72, 90, 91, 92, 93, 94, 99, 100, 104, 106, 107, 108, 110, 113, 118, 120, 121, 125,
127, 128, 134, 135, 136, 138, 139, 145, 148, 149, 150, 152, 153, 157, 161, 162, 163,
164, 167, 168, 171, 178, 182, 183, 185, 189, 190, 191, 193, 194, 195, 201, 206, 207,
209, 210, 217, 219, 229, 232, 233, 234, 235, 243, 244
RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA 231, 232
RESULTADOS 29, 38, 54, 56, 98, 100, 117, 118, 119, 124, 131, 141, 146, 147, 152, 156,
158, 171, 178, 183, 185, 190, 193, 203, 206, 208, 218, 239, 240, 242
REUTILIZAR 237, 239, 240, 241
RISCO 51, 68, 104, 118, 138, 146, 149, 151, 152, 161, 163, 164, 181, 190, 201, 215, 216,
224, 225, 226, 227, 229, 237, 240, 241, 242
RS 21, 22, 33, 37, 58, 90, 91, 105, 108, 114, 125, 153, 202, 203, 211, 216, 217, 218, 221,
222, 223, 224, 225, 227, 228, 245
RUA 93, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 176, 212
S
SALA DE PARTO 81, 82, 84, 85, 178
SALIÊNCIA 39, 42, 128, 158
SAUDÁVEL 181, 186, 188, 189, 190, 191, 192, 202, 215
SAÚDE 4, 8, 9, 11, 15, 17, 29, 30, 31, 33, 38, 46, 58, 61, 62, 68, 69, 71, 72, 78, 80, 81, 82,
83, 84, 85, 86, 87, 88, 92, 98, 104, 107, 108, 109, 116, 117, 119, 120, 121, 123,
124, 125, 127, 128, 129, 130, 131, 133, 134, 135, 136, 137, 138, 139, 144, 145, 147,
T
TALP 50, 51, 52, 53, 76, 92, 100, 111, 112, 113, 118, 125, 126, 139, 140, 153, 154, 184,
217, 218, 219, 221, 222, 224, 235
TCLE 50, 51, 65, 78, 79, 80, 100, 101, 126, 154, 170, 185, 202
TÉCNICA PROJETIVA 52, 64, 65, 75, 76, 77, 79, 80, 92, 100, 153, 217
TEORIA 1, 3, 4, 5, 11, 35, 36, 45, 47, 49, 62, 65, 77, 92, 94, 99, 108, 110, 120, 125, 135,
138, 149, 152, 164, 168, 183, 194, 201, 216, 217, 232, 243, 244, 245
TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS 5, 11, 35, 47, 49, 62, 65, 77, 92, 99, 110, 125,
138, 152, 168, 183, 201, 216, 232, 245
TEORIA DO NÚCLEO CENTRAL 36, 217, 245
TEORIA DOS GRAFOS 42, 126, 184, 205
U
UFBA 4, 47, 61, 75, 97, 109, 123, 125, 126, 137, 139, 140, 141, 151, 153, 154, 161, 181,
231, 245, 247, 248, 249, 250, 251, 252, 253
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL (UTIN) 216
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB) 35, 47, 61, 65, 75, 167, 215,
247, 248, 249, 250, 251, 252, 253
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) 47, 61, 75, 97, 109, 123, 126, 137, 139, 151,
181, 231, 245, 247, 248, 249, 250, 251, 252, 253
UNIVERSOS REIFICADOS 25
USO ÚNICO 237
UTIN 216, 217, 220, 224, 226
V
VALORES 22, 25, 29, 36, 41, 44, 54, 55, 61, 62, 63, 70, 86, 99, 126, 138, 140, 141, 167,
171, 182, 183, 202, 235
VIDA 23, 24, 25, 27, 30, 47, 54, 58, 61, 67, 70, 72, 73, 85, 89, 90, 92, 97, 98, 103, 106, 109,
115, 124, 125, 127, 129, 130, 131, 133, 136, 145, 146, 150, 156, 157, 172, 173,
174, 178, 181, 182, 187, 188, 190, 191, 199, 201, 203, 209, 210, 216, 223, 225,
226, 227, 233, 239
VÍNCULO 62, 69, 83, 115, 116, 118, 167, 186, 190, 192, 216, 218, 222, 223, 225, 226, 227, 230
VIOLÊNCIA 9, 17, 46, 98, 104, 199, 200, 201, 202, 203, 204, 205, 206, 207, 208, 209, 210, 211, 212
VIVÊNCIA 54, 80, 97, 103, 105, 177, 190, 199, 216, 226, 230
VULNERABILIDADES 98, 102, 105, 129
W
WALTER TRINCA 64, 75, 76
Z
ZONA DE CONTRASTE 37, 64, 103, 105, 126, 131, 132, 140, 142, 144, 147, 154, 158, 237, 239