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Universidade Anhembi Morumbi - Vila Olímpia

INFARTO

Barbara Cobucci Faria Montans


Bianca de Abreu Basso Brandão
Bianca Machado Luciani
Giovanna Pessoa Rodriguez
Isabela Fernandes Pituris
Karina Anjos Pereira
Maria Victoria Ferreira Petrólio
Raphaella Freitas de Oliveira
Stephanie Gil Viaro
Vitória Maria Masiero Rocha

São Paulo - SP
2023
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Resumo

Este trabalho aborda o tema infarto, também conhecido como ataque cardíaco. Que ocorre
devido à formação de coágulos que bloqueiam o fluxo sanguíneo no coração. Nele citamos os
principais tipos de infarto, os fatores de risco, como diabetes, hipertensão, tabagismo, obesidade e
sedentarismo, que podem contribuir para o infarto. Os sintomas podem variar de pessoa para
pessoa, mas tendem a ter desconforto no peito, dificuldade respiratória, enjoo e vômitos, dentre
outros. Como é feito o diagnóstico dos exames envolvidos.
O texto também menciona a reabilitação após um infarto, dividida em três fases, que envolve
repouso, exercícios monitorados e progressivos. Além disso, aborda pesquisas e avanços na área
da saúde relacionados ao infarto e suas complicações potenciais.

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Sumário

1. INTRODUÇÃO………………………………………………………………4
2. DESENVOLVIMENTO…………………………………………………….. 5
2.1 O que é um infarto e quais são os tipos?…………………………. 5
2.2 Fatores de risco para o infarto…………………………………….5-6
2.3 Sintomas comuns de um infarto……………………………………..6
2.4 Diagnóstico e exames para identificar um infarto……………….6-7
2.5 Tratamento e intervenções médicas……………………………...7-8
2.6 Prevenção no infarto: estilo de vida saudável e estratégias…...8-9
2.7 Infarto em diferentes grupos demográficos……………………….10
2.8 Recuperação após um IAM e mudanças no estilo de vida…..10-11
2.9 Infarto e suas complicações potenciais………………………...11-13
2.10 Pesq. e avanços na área da saúde relacionados ao infarto..13-15
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ………………………………………………16
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ……………………………………..17

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1. JUSTIFICATIVA

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma doença cardiovascular grave, ou seja, é uma
Síndrome Isquêmica Miocárdica Instável (SIMI) e sua principal causa é o acúmulo de placa
aterosclerótica, ocasionando oclusão na parede do vaso, dificultando a passagem do sangue para
órgãos, células e tecidos. É um desafio para os profissionais de saúde detectar precocemente a
placa antes dos sintomas clínicos (MERTINS et al., 2016).
Nos últimos anos, estudos epidemiológicos mostraram um crescimento de doenças
cardiovasculares, dos quais o IAM está em destaque devido a sua maior magnitude e severidade.
Em 2011, cerca de 20 milhões de pessoas apresentaram doenças do aparelho cardiovascular em
todo o mundo, dos quais cerca de 12 milhões foram vítimas fatais do IAM. Sendo que, as doenças
cardiovasculares consistem na principal causa de morte no Brasil, tendo sido responsável por cerca
de 29% dos óbitos em 2009 (HUGUENIN et al., 2016).

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 O que é um infarto e quais são os tipos?


O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, é a morte das células de uma região do músculo do
coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e
intensa.
A principal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam
no interior das artérias coronárias, chegando a obstruí-las. Na maioria dos casos o infarto ocorre
quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do
fluxo sanguíneo.

Tipo 1: É o mais conhecido, desencadeado pela obstrução da passagem do sangue por uma
artéria.
Tipo 2: Ocasiona a diminuição da irrigação sanguínea no músculo cardíaco por causa de
eventos graves. Um deles é a crise hipertensiva, que eleva a demanda por oxigênio de modo
abrupto. Já espasmos das artérias, pressão baixa e arritmias reduzem a oferta de oxigênio ao órgão.
Tipo 3 ou infarto fulminante: É o mais temido, pois leva à morte súbita. Geralmente, a falta de
oxigênio e nutrientes mata a maioria das células cardíacas. Outro motivo são lesões que
comprometem a frequência cardíaca normal, gerando arritmias graves.
Tipo 4: Reúne os casos de infarto pós angioplastia das artérias coronárias, procedimento que
serve para desobstruir esses vasos sanguíneos através da inserção de um fino tubo para aumentar
o espaço de passagem do sangue. O infarto pode ocorrer logo depois desse tratamento ou em
decorrência de nova obstrução.
Tipo 5: Identificado quando existe relação entre o infarto e a revascularização cardíaca.
Popularmente chamado de ponte de safena, o procedimento consiste em uma ligação artificial entre
a artéria coronária e a aorta, eliminando a necessidade de que o sangue passe pelo trecho obstruído
por outro evento cardiovascular.

2.2 Fatores de risco para o infarto

Existem vários fatores de riscos que podem ocasionar o Infarto agudo no miocárdio que são:
Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Tabagismo, Obesidade,
Sedentarismo, estresse e consumo de álcool excessivo. Todos esses fatores facilitam o
desenvolvimento das doenças cardiovasculares. No entanto, o conhecimento e o controle desses
fatores são primordiais para a prevenção das doenças cardiovasculares, se adequando a prática de
exercícios físicos, alimentação saudável, controle da HAS e do DM, não fumar, podendo minimizar o
risco do IAM.
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Os diabéticos têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto. Pacientes com
familiares próximos (pais ou irmãos) com histórico de infarto também tem mais chance de
desenvolver a doença.

2.3 Sintomas comuns de um infarto

Os Sintomas de um infarto podem ser:


•Desconforto no peito: Sensação intensa ou incômoda no tórax que pode irradiar para os
membros, garganta, queixo, região dorsal ou abdômen.
•Dificuldade respiratória: Dificuldade em inspirar e expirar, frequentemente associada a
transpiração.
•Enjoo e emese: Sensação desagradável que pode resultar em vômitos.
•Transpiração fria: Produção excessiva de suor frio, geralmente acompanhada de palidez na
pele.
•Inquietação: Uma sensação intensa de ansiedade ou temor.
Mas podem variar de pessoa para pessoa, e nem sempre são tão óbvios.

2.4 Diagnóstico e exames para identificar um infarto

O Diagnóstico e exames para identificar um infarto podem ser por meio de:

•Avaliação dos sintomas: Seu médico inicialmente perguntará sobre os sintomas que você está
vivenciando, como dor no peito, falta de ar, sudorese e náusea.
•Eletrocardiograma (ECG): Um eletrocardiograma registra a atividade elétrica do coração e
pode revelar mudanças características de um ataque cardíaco. Este é um exame rápido e crucial.
•Exames sanguíneos: Quando ocorre lesão no músculo cardíaco, os níveis de certas enzimas
cardíacas, como troponina e creatina quinase-MB, aumentam. Portanto, os testes sanguíneos são
essenciais para o diagnóstico.
Radiografia do tórax: Isso pode auxiliar na detecção de problemas cardíacos ou pulmonares
que podem estar causando os sintomas.
•Exames de imagem: A angiografia coronária por tomografia computadorizada (TC) ou
ressonância magnética cardíaca podem fornecer imagens detalhadas do coração e dos vasos
sanguíneos.

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•Ecocardiograma: Um ecocardiograma utiliza ondas de ultrassom para criar imagens do
coração em tempo real, permitindo aos médicos avaliar a função cardíaca e identificar regiões
danificadas.
•Teste de estresse: Em determinados casos, o seu médico pode requisitar um teste de
estresse, como uma cintilografia miocárdica ou um teste ergométrico, para avaliar a resposta do
coração ao exercício

2.5 Tratamento e intervenções médicas

O protocolo para tratamento de infarto é muito amplo e possui diversas formas de tratar o
paciente afetado.

Tratamento imediato

Consiste em medidas como oxigênio, aspirina, nitratos e morfina e entre outros procedimentos
e terapias.
Oxigênio age limitando a lesão miocárdica isquêmica e ajuda a reduzir a intensidade de
elevação do ST junto ao monitoramento contínuo de ECG
Aspirina ou ácido acetilsalicílico é um antiagregante plaquetário, age inibindo a COX e a
produção da TXA-A2 que impede a agregação plaquetária.
Os nitratos e nitroglicerinas são usados como vasodilatadores para reduzir a dor isquêmica que
está associada a isquemia coronária porém não substitui outras medicações.
Morfina causa a diminuição da resistência vascular sistêmica, tem efeito analgésico sobre o
SNC que por consequência reduz a ansiedade.
Betabloqueadores são os mais escolhidos para o tratamento pois é capaz de reduzir as
chances de um novo infarto, bloqueia o estímulo simpático sobre a FC, reduz a pós carga ventricular
e a isquemia pós-infarto.

● Terapia de reperfusão
Esse tratamento ocorre nas primeiras 12 horas de evolução tem como objetivo a recanalização
coronariana e a interrupção do dano ao miocárdio, esse processo pode ser feito através da
angioplastia transluminal coronariana percutânea primária ou por agentes trombolíticos.

● Angioplastia transluminal coronariana percutânea ATCP


Esse procedimento restaura os vasos por meio da dilatação arterial onde um balão é inserido
através do cateter e insuflado em alguns casos é colocado até mesmo um dispositivo chamado stant
para que o local se mantenha estabilizado e aberto.
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● Terapia Fibrinolítica
Quando a aplicação do fibrinolítico é feita dentro dos 30 minutos as chances de salvar o
miocárdio são muito grandes, pois a fibrinólise pode limitar o tamanho do infarto e preservar a
função VE e reduzir a mortalidade. Exemplo desses medicamentos são os estreptoquinase,
alteplase e tenecteplase.

● Terapia antitrombótica
Essa terapia é utilizada juntamente com a terapia fibrinolítica, porém nesse caso o
anticoagulante que vai inibir indiretamente a trombina. As medicações usadas geralmente são
prasugrel, ticagrelor, cangrelor e elinogrel .

● Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA)


Os inibidores da enzima conversora de angiotensina provocam relaxamento dos vasos
sanguíneos que por consequência reduz a pressão arterial. Isso acontece devido a angiotensina II
que é secretada naturalmente pelos rins ou seja a enzima age desse hormônio. Um exemplo de
ECA é o captopril, muito usado por pacientes com problemas cardíacos.

2.6 Prevenção no infarto: estilo de vida saudável e estratégias

Quando uma ou mais artérias do coração ficam bloqueadas, o fluxo sanguíneo é interrompido,
levando a um infarto.
Embora qualquer pessoa possa experimentar essa condição, certos fatores podem aumentar a
probabilidade de sua ocorrência. Estes incluem obesidade, hipertensão e diabetes, bem como
estresse emocional, falta de atividade física, tabagismo e dieta insuficiente.

Medidas que tendem a diminuir o risco de infarto:


• Controlar a pressão e diabetes
• Deixar de fumar
• Manter uma dieta balanceada
• Praticar atividades físicas
• Reduzir a carga de estresse

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Um estilo de vida saudável e estratégias para a prevenção do infarto inclui:

1. Alimentação balanceada: Consuma uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais,
proteínas magras e gorduras saudáveis. Reduza o consumo de alimentos processados, gorduras
saturadas e açúcares refinados.

2. Exercício regular: Pratique atividades físicas regularmente, como caminhada, corrida,


natação ou qualquer atividade que goste. Recomenda-se pelo menos 150 minutos de atividade
moderada por semana.

3. Controle do peso: Mantenha um peso saudável para reduzir a pressão arterial e o risco de
doenças cardíacas.

4. Evite o tabagismo: Pare de fumar, pois o tabagismo aumenta significativamente o risco de


infarto.

5. Controle do estresse: Encontre maneiras de gerenciar o estresse, como meditação, ioga ou


práticas de relaxamento.

6. Limite o consumo de álcool: Se optar por beber, faça-o com moderação, respeitando as
diretrizes de saúde.

7. Controle da pressão arterial: Mantenha a pressão arterial sob controle com monitoramento
regular e, se necessário, medicação prescrita pelo médico.

8. Gerenciamento do colesterol: Monitore os níveis de colesterol no sangue e siga as


orientações médicas para mantê-los saudáveis.

9. Exames médicos regulares: Faça check-ups regulares com seu médico para avaliar sua
saúde cardiovascular e receber orientações personalizadas.

10. Conscientização: Esteja ciente dos fatores de risco pessoais e familiares para doenças
cardíacas e tome medidas preventivas.

A consulta a um médico é essencial para obter orientações específicas com base na saúde
individual.

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2.7 Infarto em diferentes grupos demográficos

O infarto agudo do miocárdio (IAM) persiste como uma das principais causas globais de
morbidade e mortalidade, com dados cruciais fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
delineando padrões notáveis nas incidências de IAM entre grupos demográficos específicos.
Em relação aos homens, a OMS revela que eles enfrentam IAM em idades mais jovens do que
as mulheres, principalmente devido a fatores de risco predominantes como tabagismo e hipertensão
arterial. Esses elementos contribuem para uma maior prevalência de IAM nesse grupo.
Contrastando com essa tendência, a IAM em mulheres ocorre em idades mais avançadas, mas com
uma taxa de mortalidade significativamente maior.
A subestimação dos riscos cardiovasculares em mulheres, juntamente com sintomas atípicos,
leva a diagnósticos tardios e intervenções menos eficazes, exacerbando a gravidade das
ocorrências. Entre os idosos, o IAM torna-se mais frequente à medida que envelhecem. Fatores
como diabetes, colesterol elevado e estilo de vida sedentário desempenham papéis significativos,
aumentando a vulnerabilidade dessa população ao IAM. De maneira alarmante, os jovens também
emergem como um grupo vulnerável, contradizendo percepções comuns.
A OMS relata um aumento preocupante nas incidências de IAM nesse grupo demográfico,
impulsionado por estilos de vida pouco saudáveis, incluindo dieta inadequada e falta de exercício. A
detecção precoce e a conscientização são cruciais para mitigar essa tendência alarmante.
Os dados da OMS indicam que o IAM está ocorrendo em idades mais precoces, impactando
indivíduos durante períodos de construção familiar e desempenho ideal no trabalho.
A análise das faixas etárias revela picos notáveis em ocorrências, como 50 a 59 anos para
homens e 60 a 69 anos para mulheres. A queda dos níveis de estrógenos após o climatério pode
explicar a equiparação na ocorrência de IAM entre os gêneros após os 79 anos. Compreender essas
disparidades é imperativo para orientar políticas de saúde pública.
A implementação de estratégias preventivas, programas educacionais e intervenções
específicas adaptadas a cada grupo demográfico é essencial. A conscientização precoce e a
educação pública são fundamentais para mitigar a carga global do IAM e melhorar a saúde
cardiovascular em todo o mundo.

2.8 Recuperação após um infarto e mudanças no estilo de vida

O processo de reabilitação após um IAM (Infarto Agudo do Miocárdio) leva algum tempo,
principalmente para as pessoas com uma idade já avançada.
Podemos considerar como inicio do processo de recuperação o repouso; Partindo do principio
que o descanso facilitaria todo o processo para o miocárdio cicatrizar. Após isso, podemos
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considerar como continuação do processo, as atividades físicas (seguindo instruções e
acompanhamento de um médico especialista).

A reabilitação pós-infarto é dividida em três fases.

• Fase I da reabilitação: Nessa fase seguimos a estratégia em relação à mobilização precoce


do paciente, em que o mesmo durante algumas vezes ao dia reveza entre ficar sentado e em pé
(sem em nenhum momento se esforçar demais, deve-se realizar somente exercícios “leves”). Ainda
nessa primeira fase são monitorados pela equipe de enfermeiros sinais e sintomas, como: Tonturas,
dispnéias, arritmias e entre outros.

• Fase II da reabilitação: Nesta fase acontece uma evolução baseada na fase I onde é
evoluída a mobilização para pequenos exercícios físicos que são baseados na capacidade funcional
do paciente. O limite Maximo de freqüência cardíaca nas atividades e nos exercícios físicos será
aquele valor ao atingir a capacidade funcional útil. O aumento gradativo da intensidade dos
exercícios é extremamente importante para evitar lesões, esforços altos não permitidos; que podem
afetar de forma negativa o processo de reabilitação;

• Fase III da reabilitação: Os níveis mais intensos de atividades físicas são atingidos nesta
etapa da reabilitação, é necessário o monitoramento do eletrocardiográfico caso o paciente
apresente arritmia desencadeada ou agravada pelo excesso de esforço físico. Esses exercícios mais
intensos só podem e devem ser aplicadas aos pacientes que não apresentam sinais de disfunção
ventricular.

Não basta somente seguir as indicações acima, devemos somar a essas informações uma
dieta equilibrada. Ela deve ser elaborada por um nutricionista para que seja rica em alimentos
saudáveis e não contenha alimentos que possam ser prejudiciais ao coração.
Sugestão de exercícios leves: Bocha, pesca esportiva, golfe e entre outros.

2.9 Infarto e suas complicações potenciais

As principais complicações mecânicas são:

1. Regurgitação da valva mitral com ou sem ruptura do músculo papilar


Comum em pacientes com IAM (infarto agudo do miocárdio) inferior e é mais grave para
pacientes com ruptura parcial ou total do músculo papilar. Essa disfunção pode ser suspeitada
através de novo sopro sistólico em foco mitral, presença de congestão pulmonar ou choque
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cardiogênico, também pode ser detectada em pacientes com poucos sintomas através de
ecocardiograma.
Nas insuficiências mitrais discretas, a conduta aplicada geralmente adotada é por meio de
medicações orais. Para casos mais graves, é indicado o uso de cateter de Swan-Ganz junto com o
balão intra-aórtico e utilização de inotrópicos e vasodilatatores periféricos que tem o objetivo de
diminuir a pós carga do ventrículo esquerdo e reduzir e regurgitação.

2. Ruptura do septo ventricular


Ocorre com mais frequência no 3° e 5° dia após infarto, principalmente nos pacientes que não
receberam terapia de reperfusão. Em pacientes que receberam terapia fibrinolítica o aparecimento
costuma ser mais precoce, geralmente nas primeiras 24 horas.
Clinicamente surge novo sopro pansistólico associado a abrupto deterioramento clínico do
paciente, com sinais de insuficiência cardíaca congestiva e choque cardiogênico
Com a cineangiocoronariografia e o estudo hemodinâmico confirmam o defeito septal e as
lesões coronárias, possibilitando a programação cirúrgica, que indicada para todos os pacientes o
mais precocemente possível.

3. Ruptura da parede livre do ventrículo


Ocorre com mais frequência em idosos, mulheres, pacientes que cursam com hipertensão
arterial sistêmica durante a fase aguda inicial do infarto, pacientes com circulação colateral ausente
e quando se usa a terapia fibrinolítica com mais de 14 horas de evolução do início dos sintomas.
A evolução clínica da ruptura é variável. Pode ser aguda, grave e inesperada, levando à morte
súbita ou subaguda, com manifestações clínicas inespecíficas. O tratamento é cirúrgico de
emergência e drenagem pericárdica pode ser realizada para alívio do tamponamento cardíaco antes
da correção cirúrgica.

4. Aneurisma de ventrículo esquerdo


Os principais fatores envolvidos na formação do aneurisma de ventrículo esquerdo pós-infarto
agudo do miocárdio são a extensão da área necrótica e ausência de circulação colateral.
A mortalidade é 6 vezes mais frequente nos pacientes com aneurisma do ventrículo esquerdo
que naqueles sem aneurisma e a causa de óbito está relacionada à insuficiência cardíaca
congestiva progressiva, sendo a causa mais frequente a morte súbita por arritmia ventricular grave.
Os achados clínicos costumam ser sinais de insuficiência cardíaca e/ou de arritmia ventricular
acentuada. O eletrocardiograma costuma apresentar persistência do supradesnível do segmento ST
e o diagnóstico costuma ser confirmado por ecocardiograma, que também pode detectar a presença
ou não de trombo cavitário associado. A cineangiocoronariografia e o estudo hemodinâmico têm
indicação para o diagnóstico e auxiliam a programação cirúrgica quando indicada.
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O tratamento cirúrgico do aneurisma do ventrículo esquerdo dentro do primeiro mês do infarto
do miocárdio só é indicado nos pacientes que se apresentam em choque cardiogênico refratário à
terapêutica clínica, com progressivo comprometimento da função ventricular, pois a área infartada
apresenta-se friável e o risco cirúrgico é elevado. São também de indicação cirúrgica aqueles
pacientes que evoluem com taquicardia ventricular refratária ao tratamento clínico.

2.10 Pesquisa e avanços na área da saúde relacionados ao infarto

A prática da cardiologia clínica modificou-se substancialmente em resposta aos avanços das


pesquisas experimentais das últimas décadas, as quais possibilitaram maior entendimento dos
mecanismos moleculares envolvidos nas doenças cardiovasculares.
Em observação dos artigos publicados nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia nos últimos
anos mostra grande avanço da produção científica na área básica, tanto de artigos originários de
investigadores brasileiros como de pesquisadores de várias nações.
Neste trabalho, comentaremos sobre estudos recentemente publicados nos Arquivos
Brasileiros de Cardiologia na área de pesquisa básica.
Como o papel do exercício físico na evolução das doenças cardiovasculares teve destaque na
produção científica nacional e internacional nos últimos anos. Artigos recentemente publicados nos
ABC mostraram que o exercício físico contribui para o equilíbrio redox e inflamatório no coração em
situações de agressão sistêmica, como a obesidade e a ovariectomia associada a nocaute do
receptor da lipoproteína de baixa densidade. Além disso, foi relatado que, na cardiopatia diabética, o
exercício estimula a angiogênese miocárdica. Mesmo atividades consideradas passivas, como a
vibração de corpo inteiro, tiveram efeitos benéficos em ratos, como o aumento da tolerância à
isquemia miocárdica. O conjunto dos resultados contribui para o entendimento dos mecanismos
pelos quais o exercício tem efeitos benéficos na prevenção e no tratamento das doenças
cardiovasculares.
Terapia nutricional é outra estratégia extensamente abordada na cardiologia. Um estudo
recentemente publicado destacou os efeitos antioxidantes do açaí e a melhora do metabolismo
energético no modelo global de isquemia-reperfusão em ratos, que foram independentes de
alterações na função ventricular esquerda.
Outro componente avaliado experimentalmente foi a gordura. Muniz et al. observaram que
dieta rica em banha aumenta o peso corporal sem, no entanto, levar a dislipidemia em ratos. Por
outro lado, alimentação rica em banha e em colesterol induz dislipidemia e danos graves ao fígado
Além das potenciais estratégias não farmacológicas descritas, novas indicações de
medicamentos foram contempladas nos estudos publicados nos ABC. Ramezani-Ali Akbari et al.
avaliaram o uso da trimetazidina em ratos com cardiomiopatia diabética. O fármaco, comumente
utilizado para melhorar o metabolismo miocárdico na insuficiência coronariana, reduziu o grau de
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hipertrofia miocárdica e melhorou parâmetros eletrocardiográficos e de função ventricular. Outro
medicamento avaliado foi o losartan, um bloqueador do receptor tipo 1 da angiotensina II, que
melhorou a função miocárdica de ratos com obesidade induzida por dieta.
No campo da revascularização miocárdica, foi observado que a administração de rapamicina
em combinação com α-cianoacrilato foi superior para manter a patência vascular ao uso isolado de
cada um dos fármacos em enxertos vasculares de ratos. Os efeitos positivos parecem ligados a
diminuição do espessamento intimal, da proliferação celular e da resposta inflamatória no enxerto.
Já na Linha de Cuidado, o Ministério da Saúde expande e qualifica as ações de telemedicina e
tele-ECG (Eletrocardiograma) no SAMU. O Eletrocardiograma é o exame que avalia a atividade
elétrica do coração, observando o ritmo, quantidade e velocidade dos impulsos elétricos, para
detectar alguma anormalidade. A emissão do laudo pode ser feita a distância, ainda no atendimento
pré-hospitalar, para agilizar as ações necessárias nos primeiros minutos. O exame que pode ser
feito em uma Unidade de Suporte Avançado (USA), por exemplo, foi incluído na Tabela de
Procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Essa nova estratégia também institui o uso da trombólise pré-hospitalar durante o atendimento
no SAMU. O trombolítico é um medicamento que atua na dissolução do coágulo, para restaurar o
fluxo sanguíneo. A aplicação feita nos primeiros minutos diminui o risco de sequelas e morte.
A bioimpressão é uma outra tecnologia em que temos a reprodução de tecidos semelhantes e
órgãos do indivíduo, na automontagem autônoma em que são usadas as células embrionárias para
a criação de microarquitetura biológica, e em mini tecidos desenvolvidos de componentes estrutural
e funcional de um tecido
Essa técnica é muito propícia na área da medicina, sendo aplicada em vários complexos
orgânicos do corpo humano, no caso nos sistemas circulatórios, esqueléticos, muscular, nervoso,
linfáticos, endócrino, reprodutivo, tegumentar, respiratório, digestivo e urinário, focados no avanço de
materiais biocompatíveis e biodegradáveis, biomoléculas, células e tecidos e órgãos, com aplicações
na medicina regenerativa, com objetivo de transplante de órgãos em seres humanos.
Já o adesivo cardíaco da Biolife 4D é desenvolvido no formato bioimpresso 3D, vascularizado e
condutor derivado de células iPS (células-tronco pluripotentes induzidas), que têm o objetivo de
melhorar a contração cardíaca, aumentando o trabalho de contração, após ataque cardíaco e outros
quadros de cardiopatia. O adesivo apresenta a qualidade de um coração com vida, para recuperar a
área cardíaca lesionada, assim apresentando melhorias na fisiologia cardíaca global.
Inovações no tratamento de cardiopatia isquêmica estão sendo desenvolvidas na
mesma linha citada anteriormente. Exemplos são os implantes de células-tronco, e a terapia
gênica, que também podem ser utilizadas na regeneração cardíaca
Alguns medicamentos podem contribuir para a melhoria da vida de pacientes e a
qualidade da prática médica. A medicina tem desenvolvido, com a ajuda da biotecnologia, a
busca por novos medicamentos para o controle do colesterol constantemente.
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Os biofármacos são proteínas e substâncias derivadas de ácidos nucléico usadas com
finalidade terapêutica ou para diagnóstico in vivo e produzidas por meios que não a extração direta
de fontes biológicas.
Como exemplo também o Samba, nome escolhido para uma molécula descoberta em um
estudo desenvolvido no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, em parceria com a
Universidade de Stanford. Sua importância é de marcar o início do processo para o desenvolvimento
de medicamentos mais eficazes contra a insuficiência cardíaca.
Já na pesquisa do prof. Ferreira avaliou a interação entre duas proteínas, a kinase beta 2
(beta2PKC) e a mitofurina 1 (Mfn1) dentro da mitocôndria, uma organela que produz energia para
todo organismo humano, principalmente o coração. No momento que as duas proteínas se unem, a
beta2PKC desliga a Mfn1, que altera a parte funcional da mitocôndria e impede a produção de
energia; com isso, a capacidade de contração do coração decai, impedindo que as células do
músculo cardíaco se expandem e prejudicando o bombeamento de sangue, tornando o coração
insuficiente.

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em síntese, o infarto, uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o


mundo, é uma condição médica crítica que ocorre devido à obstrução das artérias coronárias. Este
estudo buscou analisar as causas, fatores de risco, sintomas, diagnóstico precoce e opções de
tratamento para esta patologia. Através da revisão da literatura, foi possível constatar que a
prevenção desempenha um papel fundamental na redução da incidência de infartos, enfatizando a
importância de estilos de vida saudáveis, monitoramento dos fatores de risco e acesso a cuidados
médicos adequados. A identificação precoce dos sintomas e o tratamento imediato são cruciais para
a sobrevivência e a qualidade de vida dos pacientes. Portanto, a educação pública e a
conscientização são componentes essenciais na luta contra o infarto. Espera-se que este trabalho
contribua para o conhecimento sobre o infarto e inspire medidas preventivas e ações de saúde
pública, visando a redução do impacto dessa condição na sociedade.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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● https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2021/dezembro/cada-segundo-impor
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● https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8386960/https://www.saudedireta.com.
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● https://www.saude.ce.gov.br/2021/04/19/prevencao-sintomas-e-tratamento-do-infarto-
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● https://telemedicinamorsch.com.br/blog/o-que-e-infarto
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Cardiol.2009;93(6 supl.2):e179-e264
● STEFÂNYA PEREIRA DA SILVA, M. et al. FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO
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29–43, 12 jun. 2019.
● Vista do PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES INTERNADOS POR
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM HOSPITAL DE GOIÁS
● Vista do PERFIL DEMOGRÁFICO DE PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO
MIOCÁRDIO NO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA

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