Você está na página 1de 17

FMU – FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

EDUCAÇÃO FÍSICA

TREINAMENTO APLICADO A SINDROME CORONARIANA


DIOGO RIBEIRO DO NASCIMENTO PINTO – RA: 6314928
GUSTAVO DA SILVA SIGNORELLI – RA: 7314468
ISABELLY LORRAINE PEREIRA XAVIER – RA: 6900249
JULIA DO NASCIMENTO LEITE – RA: 6948880
LUIZ HENRIQUE FARIA VIEIRA – RA 6567078
MARIANA NUNES CERVANTES – RA: 7392410
MATEUS TENORIO DO CARMO – RA: 6957036
NAMOR KAUÊ DOS SANTOS – RA: 7473852
ROBSON OLIVEIRA DE AZEVEDO – RA: 6221020

TURMA: 14207B

PRESCRIÇÃO PARA GRUPOS ESPECIAIS


PROFESSOR: ANDERSON AOKI

SÃO PAULO
2023
FMU – FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
EDUCAÇÃO FÍSICA

TURMA: 14207B

TREINAMENTO APLICADO A SINDROME CORONARIANA

Trabalho apresentado ao curso de Educação


Física da FMU – Faculdades Metropolitanas
Unidas para obtenção de nota da matéria de
Prescrição para Grupos Especiais, sob
supervisão do professor Anderson Aoki.

SÃO PAULO
2023
Sumário
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4
2 DEFINIÇÃO DA SINDROME CORONARIANA AGUDA ....................................... 5
2.1 Descrição .......................................................................................................... 5
2.2 Equivalentes Isquêmicos................................................................................. 7
3 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DA SÍNDROME CORONARIANA .... 8
4 FISIOPATOLOGIA DAS SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS ................... 9
4.1 Disfunção miocárdica ...................................................................................... 9
4.2 Infarto do miocárdio......................................................................................... 9
4.3 Disfunção elétrica .......................................................................................... 10
5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA SÍNDROME CORONARIANA AGUDA ........ 12
7 RECOMENDAÇÕES PARA A PRESCRIÇÃO DO TREINAMENTO FÍSICO ...... 15
3 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 16
4 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 17
4

1 INTRODUÇÃO

O termo SCA é empregado aos pacientes com evidências clínicas ou


laboratoriais de isquemia aguda, produzida por desequilíbrio entre suprimento e
demanda de oxigênio para o miocárdio, sendo, na maioria das vezes, causada
por instabilidade de uma placa aterosclerótica. A Síndrome Coronariana Aguda
(SCA) é considerada comum, sendo uma das principais causas de morte no
mundo.
A cada ano, cerca de 7 milhões de pessoas recebem o diagnóstico desta
síndrome. Para isso, é necessário um manejo rápido e constante atualização
acerca dos tratamentos. Ela é um conjunto de sinais e sintomas que se
relacionam com a obstrução das artérias coronárias, aquelas que irrigam o
coração com o fluxo sanguíneo. Quando a obstrução de fato acontece, surge o
risco de ocorrer o infarto agudo do miocárdio, mais conhecido como ataque
cardíaco.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), as doenças
cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. No Brasil, dados do
governo mostram que 300 mil pessoas sofrem infartos por ano, com 30% dos
casos sendo fatais.
Neste trabalho iremos aprofundar os conhecimentos sobre conceitos e
definições da síndrome coronariana, características epidemiológicas, alterações
fisiopatológicas da doença para o organismo, manifestação clínicas e o efeito do
treinamento físico tendo também recomendações e/ou diretrizes para a
prescrição do treinamento físico na patologia.
5

2 DEFINIÇÃO DA SINDROME CORONARIANA AGUDA

A Síndrome Coronariana Aguda é caracterizada por qualquer condição


provocada por redução ou bloqueio súbito do fluxo sanguíneo para o coração.
É causada com mais frequência por ruptura de placa ou formação de
coágulos nas artérias do coração.
• O tratamento é feito com auxílio médico;
• Requer um diagnóstico médico;
• Sempre requer exames laboratoriais ou de imagem;
• Curto prazo: resolve-se em dias ou semanas;
• Crítico: necessita de atendimento de emergência;

2.1 Descrição

A Síndrome Coronariana Aguda é um conjunto de sinais e sintomas


caracterizados pela redução abrupta do suprimento sanguíneo do coração. A dor
torácica é a sua principal manifestação.
Esse termo inclui 3 condições: angina instável, infarto agudo do miocárdio
sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST) e infarto agudo do
miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST).
O infarto agudo do miocárdio (IAM) é caracterizado por elevação aguda
dos marcadores de lesão miocárdica, indicando necrose, associado a sinais
6

clínicos (dor torácica ou equivalentes anginosos) ou eletrocardiográficos


(alterações dinâmicas de ST ou novas ondas Q) de isquemia.
A angina se difere do infarto por não ter elevação dos marcadores da
lesão miocárdica, ou seja, não há necrose.
Pode ainda, porém, ocorrer elevação dos marcadores de lesão miocárdica
sem sinais clínicos ou eletrocardiográficos de isquemia, o que se caracteriza uma
injúria miocárdica.

A Síndrome Coronariana Aguda (SCA) é um diagnóstico exclusivamente


clínico, feito com base, principalmente, na caracterização da dor. Para fins de
emergência, considera-se como dor torácica qualquer dor localizada entre a
mandíbula e o epigástrio. É importante ressaltar, no entanto, que o termo “dor” é
impreciso, e que, muitas vezes, o paciente vai descrever apenas um desconforto.
Essa dor/desconforto deve ser caracterizada quanto a três informações
fundamentais: primeiro a característica: retroesternal ou precordial; mal
localizada; podendo se apresentar em aperto, peso ou pressão e algumas vezes
queimação; e que pode irradiar para: mandíbula, ombro, membros superiores. A
segunda informação depende da presença de fatores desencadeantes da dor ou
fatores de piora: se teve relação com esforços físicos ou estresse emocional. Por
fim, deve-se observar a duração desse incômodo, e se fatores de melhora dos
sintomas. No caso da SCA, a duração na maioria das vezes é maior que 15 a 20
minutos e não há melhora com repouso.
Era costume classificar a dor de acordo com sua caracterização em dor
do tipo A: definitivamente anginosa; do tipo B: provavelmente anginosa; do tipo
C: provavelmente não anginosa; e do tipo D: definitivamente não anginosa.
Hoje classificamos apenas em dor típica, quando encontramos essas 3
características, e como dor atípica, a qual perde ao menos uma dessas
7

características. Não havendo nenhuma, pode ser considerada dor não-anginosa,


devendo sempre tomar cuidado com os chamados equivalentes isquêmicos, que
serão discutidos mais à frente.
Ainda, é preciso atentar-se às características que reduzem a
probabilidade de se tratar de SCA. São elas: dor pleurítica – ventilatório
dependente; dor cortante ou em pontada; dor posicional; dor não associada a
esforço físico; dor reprodutível à palpação e dor com duração de segundos.

2.2 Equivalentes Isquêmicos

Os equivalentes isquêmicos são grandes fontes de erro no departamento


de emergência, e merecem destaque. Define-se como equivalente isquêmico,
um ou mais sintomas inespecíficos que ocorrem no paciente com SCA na
ausência de dor torácica.
Essas manifestações são mais frequentemente vistas em pacientes
idosos, diabéticos, portadores de doença renal crônica avançada (DRC), história
de doenças psiquiátricas, como demência, e em mulheres.
O equivalente isquêmico mais comum é a dispneia. Ao se abordar a
dispneia na emergência, é fundamental que SCA entre no diagnóstico
diferencial. Outros importantes equivalentes isquêmicos são a diaforese, náusea
e/ou vômito, síncope, desconforto epigástrico e delirium — este último
especialmente em pacientes com mais de 80 anos.
Um pequeno parêntese para aqueles pacientes que apresentam, crônica
e intermitentemente, dor torácica típica desencadeada por esforços, que, no
entanto, cede com o repouso e tem duração de até 10 minutos - a angina estável,
que pode evoluir para uma lesão aguda de placa aterosclerótica, levando a uma
SCA.
8

3 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DA SÍNDROME


CORONARIANA

As doenças de infarto agudo no miocárdio, representam hoje a maior


causa de mortalidade e incapacidade no Brasil e no mundo, no ano de 2004 na
cidade do Rio de Janeiro somente de síndrome coronariana obteve 117.690
mortes, isso mostra que é uma preocupação, pois mais e mais vemos relatos de
doenças cardiovasculares.
Estes pacientes possuem um risco muito grande de desencadear um
infarto, hoje em dia temos tratamentos que ajudam a diminuir as causas de
morte, como bloqueadores, inibidores da enzima de conversão da angiotensina,
entre outros.
Foi feito uma pesquisa no ano de 2007 que durou um ano com 170
pacientes, o hospital escola Álvaro Alvin pegou os pacientes que chegavam,
diagnosticavam o paciente e se tivesse com a síndrome coronariana eles
relatavam nos bancos de dados para que houvesse a análise dos dados dos
pacientes.
Esta pesquisa foi definida pela presença de dor precordial ou retroesternal
em repouso, ou demais aparições como: dor torácica mal definida.
Nos resultados ficaram o seguinte, a maioria dos paciente era do sexo
masculino ( 64,12%) com a média de idade de 60,9 anos, a doença coronariana
prévia foi documentada em 10% dos casos.
fatores de riscos com maior relevância no estudo foi: hipertensão arterial
sistêmica, presente em 84,71% dos pacientes, e sedentarismo em 73% dos
casos.
Um estudo realizado entre 2016-2020 no Estado do Pará mostra que as
características da SCA (Síndrome Coronariana Aguda) tem como dor de aperto,
queimação, pressão ou peso associadas, ou não, a irradiação para o membro
superior, mandíbula juntamente com desconforto em epigastro. Esse estudo
mostra ainda que a SCA está relacionada aos maus hábitos de vida e
sedentarismo principalmente entre o sexo masculino, bem como erros
diagnósticos e seu manejo adequado. Apesar de estar predominante em
homens, a tendência global é que aumente os números de mulheres que
desenvolvem a síndrome coronariana.
O manejo correto do paciente com IAM está diretamente relacionado com
a queda da curva de óbitos relacionados a essa injúria. A demora na
identificação e intervenção do quadro mostram estar associados aos piores
desfechos ao paciente. Verifica-se a importância dos centros hospitalares
na captação da demanda dos pacientes diagnosticados com IAM, sobretudo
os serviços de referência cardiológicos que possuem centro de hemodinâmica
9

e profissionais especializados. No geral, todos esses aspectos implicam em


uma redução da morbimortalidade relacionada ao IAM.
Tendo em vista o cenário acima, percebe-se a grande relevância
clínica e epidemiológica do IAM no Brasil. Entretanto, verifica-se uma
quantidade insuficiente de trabalhos voltados para a caracterização
epidemiológica do IAM na região norte do país.

4 FISIOPATOLOGIA DAS SÍNDROMES CORONARIANAS


AGUDAS

As consequências iniciais variam com tamanho, localização e duração da


obstrução, estendendo-se da isquemia transitória ao infarto. A medição dos
marcadores mais recentes e mais sensíveis indica que ocorre provavelmente
algum grau de necrose celular, mesmo nas formas mais leves; assim, os eventos
isquêmicos ocorrem como um continuum e a classificação em subgrupos,
embora útil, é um tanto arbitrária. A sequela do evento agudo depende
principalmente da massa e do tipo de tecido cardíaco infartado.

4.1 Disfunção miocárdica

O tecido isquêmico (mas não infartado) tem comprometimento da


contratilidade e relaxamento, resultando em segmentos hipocinéticos ou
acinéticos; esses segmentos podem se expandir ou sofrer abaulamento durante
a sístole (denominado movimento paradoxal). O tamanho da área afetada
determina os efeitos, que se estendem de insuficiência cardíaca leve ou mínima
a choque cardiogênico; normalmente, é necessário que boa parte do miocárdio
seja isquêmica para provocar disfunção miocárdica significativa. Algum grau de
insuficiência cardíaca ocorre em cerca de dois terços dos pacientes
hospitalizados com infarto do miocárdio. Denomina-se cardiomiopatia isquêmica,
se houver persistência de débito cardíaco baixo e insuficiência cardíaca. A
isquemia que envolve o músculo papilar pode acarretar regurgitação da valva
mitral. Movimentação disfuncional da parede pode permitir a formação de trombo
mural.

4.2 Infarto do miocárdio

O infarto do miocárdio é a necrose miocárdica decorrente de redução


abrupta do fluxo sanguíneo coronariano de uma parte do miocárdio. O tecido
10

infartado é permanentemente disfuncional; no entanto, existe uma zona de


isquemia potencialmente reversível adjacente ao tecido infartado. O IM
compromete predominantemente o ventrículo esquerdo, mas a lesão pode
estender-se ao ventrículo direito ou aos átrios.
O infarto pode ser:
• Transmural: infartos transmurais envolvem toda a espessura do
miocárdio, do epicárdio ao endocárdio, e geralmente caracterizam-se
por ondas Q anormais no ECG.
• Infartos não transmurais (subendocárdicos): infartos não transmurais
não atravessam a parede ventricular e só causam alterações de
segmento ST e onda T (ST-T).
Como a profundidade transmural da necrose não pode ser determinada
clinicamente com precisão, os infartos, geralmente, são classificados como
IMCST ou IMSST pela presença ou ausência de elevação do segmento ST ou
ondas Q no ECG.
Necrose de uma parte significativa do septo ventricular ou parede
interventricular pode levar à ruptura, com consequências catastróficas. Um
aneurisma ventricular ou pseudoaneurisma pode formar-se.

4.3 Disfunção elétrica

Disfunção elétrica pode ser significativa em qualquer forma da síndrome


coronária aguda. Células isquêmicas e necróticas perdem a atividade elétrica
normal, resultando em várias alterações do ECG (predomínio de alterações de
ST-T), arritmias e alterações da condução. As alterações de ST-T da isquemia
incluem infradesnível do segmento ST (quase sempre descendente a partir do
pontonto J), inversão da onda T, elevação do segmento ST (em geral, referido
como corrente de lesão) e ondas T pontiagudas na fase hiperaguda do infarto.
As alterações da condução podem refletir a lesão de nó sinusal, nó AV ou tecidos
de condução especializados. A maioria das alterações é transitória, porém
algumas são permanentes.
Apesar da diferenciação da SCA em três formas clínicas, todas dividem,
na maioria dos casos, o mesmo substrato fisiopatológico da ruptura da placa
aterosclerótica e conseqüente trombose superposta, produzindo isquemia
miocárdica aguda. Entretanto, em alguns pacientes o fenômeno isquêmico
decorre de prolongada redução do fluxo coronário por vasoespasmo arterial
localizado ou difuso ou por trombose aguda, na ausência de substrato
aterosclerótico angiograficamente visível. O conhecimento destes processos é
importante não só para o adequado tratamento da SCA como também para sua
prevenção. A placa aterosclerótica é formada de maneira básica por um lago
11

lipídico na camada íntima da artéria - o core lipídico - que é envolta por uma capa
fibrosa. A integridade da capa fibrosa é mantida por meio da síntese contínua de
colágeno e elastina que a fortalece contra a tensão gerada na luz da artéria
coronária pela pressão arterial e o shear stress (estresse gerado pelo fluxo
sangüíneo sobre o endotélio).
A doença coronariana aterosclerótica é hoje entendida como tendo um
forte componente inflamatório endotelial e sub-endotelial, em especial quando
existe infiltração e deposição de partículas lipídicas, notadamente o colesterol de
baixa densidade (LDL). A inflamação é desencadeada por intermédio da atração
e aglomeração de macrófagos e linfócitos T no interior da placa, que podem levar
a uma degradação da capa fibrótica pela liberação da enzima metaloproteinase
e inibição da produção de colágeno pelo interferon. Tem se observado que a
concentração de macrófagos é maior em placas instáveis. Por outro lado, os
mecanismos anti- inflamatórios intraplaca levam a uma continuada produção de
colágeno e elastina que procuram fortalecer a capa fibrótica, impedindo sua
ruptura.
O processo inflamatório é tão importante na SCA que a proteína C reativa,
uma citocina pró-inflamatória produzida pelo fígado, prediz maior gravidade ao
paciente quando aumentada em sua concentração plasmática, ao contrário da
interleucina-10, uma citocina antiinflamatória que, quando elevada, indica melhor
prognóstico. Admite-se hoje que, quando este balanço inflamação versus anti-
inflamação pende para o primeiro, a placa torna-se mais vulnerável e rompe-se.
A exposição do colágeno sub-endotelial produz ativação das plaquetas e induz
a sua adesão e agregação no local da ruptura. Paralelamente, o fator tecidual da
placa rota ativa a cascata de coagulação, gerando formação de trombina (o mais
potente agente coagulante do organismo) que produz fibrina e que, junto com as
plaquetas, formam o trombo intra-luminal. Este trombo pode ser mais ou menos
obstrutivo e mais ou menos permanente, gerando então diversos graus de
intensidade e duração da isquemia miocárdica. É baseado neste processo
fisiopatológico da instabilização da placa aterosclerótica que se alicerça todo o
racional terapêutico da SCA.
Naqueles poucos casos de SCA em que não se observa doença coronária
aterosclerótica, o fenômeno isquêmico pode decorrer de vasoconstricção
coronária transitória localizada ou difusa (denominada Síndrome de Prinzmetal)
ou de trombose coronária aguda (com ou sem recanalização coronária
espontânea). Há que se levar em conta ainda que, se houver disponibilidade de
uma adequada rede de circulação colateral para o território da artéria coronária
ocluída (também denominada artéria culpada), a intensidade do fenômeno
isquêmico miocárdico pode ser reduzida. Em consequência, a manifestação
clínica pode ser minimizada, mesmo que a artéria culpada permaneça fechada.
12

5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA SÍNDROME CORONARIANA


AGUDA

Os sintomas de síndrome coronária aguda dependem um pouco da


extensão e localização da obstrução e são muito variáveis. O estímulo doloroso
proveniente de órgãos torácicos, incluindo o coração, pode causar desconforto,
descrito como pressão, dilaceração, gases com ânsia para eructar, indigestão,
queimação, sensação dolorosa, dor em punhalada e, às vezes, dor lancinante
como uma agulhada. Muitos pacientes negam estar sentindo dor e insistem que
a dor é meramente "desconfortável". Exceto quando o infarto é maciço, o
reconhecimento da magnitude da isquemia pelos sintomas de maneira isolada é
difícil.
Esses sintomas estão relacionados à angina, que é uma sensação de dor
em forma de aperto no peito, que dura de 10 a 20 minutos e que pode irradiar
para o queixo, pescoço e braços.
A principal manifestação clínica da Síndrome Coronariana Aguda é a dor
torácica do tipo anginosa, caracterizada por dor na região anterior e central do
tórax, difusa, podendo irradiar para o epigástrio, mandíbula, região
interescapular e braço. Essa dor é geralmente descrita como "pressão", "peso"
ou "aperto" ela tem duração maior ou igual a 10 minutos, porém não dura mais
que poucas horas, além disso, costuma piorar com esforço e melhorar no
repouso.
Alguns sinais que indicam que a dor provavelmente não é anginosa são:
piora à palpação, piora a mobilização dos braços, piora ao inspirar ou expirar, e
duração de dias. Associado do sintoma de dor torácica, pode aparecer sudorese,
dispneia, náuseas e vômitos, tontura e sintomas de ansiedade.
Alguns pacientes podem ter dor torácica atípica ou sintomas incomuns,
principalmente idosos, mulheres, portadores de doença renal crônica, diabetes
ou demência e transplantados cardíacos. Outros sinais e sintomas podem ser
apresentados, como:
• Cansaço ao realizar pequenos esforços físicos,
• Sensação de falta de ar;
• Tonturas;
• Suor frio;
• Náusea e/ou vômitos.
Os indivíduos acometidos pela doença são predominantemente do sexo
masculino, têm, em média, 60 anos e apresentam fatores de risco como histórico
familiar para SCA, diabetes, hipertensão e tabagismo.
13

6 EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NA DAC

A inatividade física é um dos principais fatores de risco para a DAC


chegando a duplicar o risco de desenvolvimento dessa doença (NIEMAN, 1999;
MCARDLE; KATCH; KATCH, 2008). A prática regular de exercícios físicos tem
um efeito protetor contra a DAC, se feita permanentemente.

O treinamento físico aumenta a capacidade funcional e reduz os sintomas


nos pacientes coronariopatas. Entretanto, tais pacientes têm um risco maior de
complicações durante a prática de exercícios; portanto, devem-se seguir
orientações adequadas para minimizar esses riscos. Com base nos benefícios e
nos riscos documentados do exercício físico para pacientes com doença arterial
coronariana, é Posicionamento Oficial do Colégio Americano de Medicina do
Esporte que a maior parte dos pacientes coronariopatas deve participar de um
programa de exercícios individualmente prescritos para atingir uma saúde ideal
dos pontos de vista físico e emocional.

Com esse aumento da O da capacidade funcional e o consumo máximo


de oxigênio (VO2máx) em pacientes coronariopatas, aumentando a diferença
arteriovenosa de oxigênio e em alguns casos também por aumento do volume
sistólico máximo a contribuição relativa desses dois fatores para o aumento do
VO2máx varia com as características do paciente e com o tipo de programa de
treinamento. O aumento do VO2máx nos pacientes coronariopatas após três
meses de treinamento é de aproximadamente 10 a 60% nos relatos publicados,
ficando em média em 20%5,6. Esses aumentos da capacidade funcional podem
subestimar os benéficos funcionais do exercício regular, porque aumentos
importantes da capacidade de endurance submáxima podem ocorrer em
indivíduos saudáveis com aumentos apenas modestos do VO2máx.

Em relação aos exercícios aeróbicos, esses são os mais amplamente


aceitos como forma protetora contra a DAC e são vários os seus efeitos
benéficos conhecidos, apresentados no quadro a seguir:
14

- Melhora a circulação e o metabolismo do miocárdio de forma a proteger


o coração do estresse hipóxico. As melhoras incluem uma vascularização
aprimorada e uma capacidade do fluxo sanguíneo coronariano aumentada
através do controle alterado do músculo liso vascular coronariano, assim como
uma maior reatividade dos vasos de resistência coronarianos.

- Aumentos moderados nas reservas cardíacas de glicogênio e na


capacidade glicolítica também se revelam benéficos se o suprimento de oxigênio
do coração acaba sendo comprometido bruscamente.

- Aprimora as propriedades mecânicas do miocárdio para permitir que o


coração treinado com exercícios mantenha ou aumente a contratilidade durante
um desafio específico.

- Estabelece características da coagulação sanguínea e outros


mecanismos hemostáticos mais favoráveis, incluindo maior fibrinólise e
produção de prostaciclina endotelial.

- Normaliza o perfil dos lipídeos sanguíneos de forma a retardar ou até


mesmo reverter a aterosclerose.

- Altera favoravelmente a freqüência cardíaca e a pressão arterial, de


forma que o trabalho do miocárdio diminui profundamente durante o repouso e
o exercício.

- Suprime o aumento de peso corporal relacionado à idade e promove


uma composição corporal e uma distribuição da gordura corporal mais
desejáveis, particularmente um nível reduzido de tecido adiposo intra-abdominal.

- Estabelece um equilíbrio neuro-hormonal mais favorável a fim de


conservar oxigênio para o miocárdio; melhora a mistura de carboidratos e
gorduras metabolizados pelo corpo.

- Proporciona uma saída favorável para o estresse e a tensão


psicológicos.
15

Os programas de reabilitação cardiovascular com ênfase em exercícios


físicos são importante forma de controle das DCV, como DAC e IAM, e
apresentam bom custo efetividade, visto o alto ônus econômico e social dessas
doenças.

Programas adequados de exercícios para pacientes coronariopatas


oferecem vários benefícios documentados, que podem ser atingidos com alto
nível de segurança. Esses benefícios incluem melhora da capacidade funcional;
redução dos sintomas de isquemia miocárdica e consequente menor mortalidade
por coronariopatia; melhoras do perfil lipídico, do peso e do controle da pressão
arterial; e, em pacientes diabéticos, de tolerância à glicose. Podem ocorrer ainda
melhor perfusão miocárdica, cessação do hábito de fumar e benefícios
psicológicos.

7 RECOMENDAÇÕES PARA A PRESCRIÇÃO DO TREINAMENTO


FÍSICO

Primeiramente precisamos entender claramente que os pacientes que


transportam síndrome coronariana não são um grupo homogêneo, pois cada
paciente terá uma prescrição individual de acordo com o seu grau diagnosticado.
A síndrome coronariana diminuí o fluxo sanguíneo das artérias do
coração, com isso diminuí os batimentos cardíacos e se tem um nível menor da
produção do volume máximo de oxigênio. Portanto é importante ressaltar que o
treinamento físico é de suma importância justamente porque atua e reage no
efeito contrário dos efeitos da síndrome.
O treinamento físico faz com que o fluxo sanguíneo seja aumentado,
portanto produz mais sangue nas artérias coronarianas e a produção de
oxigênio, com isso aumenta o volume máximo de oxigênio produzido.
Recomendações: São importantes exercícios contínuos que dá para
realizar no dia a dia, tais como caminhada, corrida diária, ciclismo, natação,
alongamentos, sempre com intensidade leve e moderada.
Para pacientes que contém dificuldades funcionais em membros inferiores
é importante que praticam treinamento de força em seus membros superiores, a
recomendação é de que o paciente faça seu treino de forma com que os
exercícios sejam feitos de forma leve, com uma certa facilidade nos movimentos,
para não demandar muita força.
16

3 CONCLUSÃO

A Síndrome Coronariana Aguda é uma condição comum nos prontos-


socorros, sendo uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo.
Seu quadro é tipicamente caracterizado por uma dor torácica do tipo
anginosa e seu diagnóstico é feito por meio do ECG e dosagem de troponina.
O manejo e tratamento da SCA vai depender do resultado dos exames
diagnósticos, sendo dividido em IAM com supra de ST, IAM sem supra de ST e
angina instável.
Com base na reflexão dos artigos analisados, fica visível a necessidade
de conhecimento sobre as DCV, em especial sobre a SCA e suas manifestações
clínicas predominantes, por parte de todos os profissionais de saúde, o que pode
contribuir para a redução da taxa de morbimortalidade. Fica evidente, também,
que as condições de saúde da população têm grande influência para o
desenvolvimento da SCA, uma vez que a síndrome acomete indivíduos com
fatores de risco.
Diante do exposto, fica claro o papel que o estresse oxidativo exerce na
gênese e progressão das DCV como a DAC. Dentre as inúmeras intervenções
terapêuticas empregadas para estas doenças, o exercício físico desponta como
uma importante ferramenta na manutenção e/ou recuperação da função
endotelial, sendo seus benefícios bastante documentados na literatura atual.
No entanto, mais estudos se mostram necessários, a fim de que se possa
esclarecer todos os mecanismos envolvidos nesta ação terapêutica. Também é
preciso que se permita uma análise da intensidade de treinamento mais
adequada a estes pacientes, servindo de orientação para profissionais que
trabalham com prescrição e orientação do exercício físico para indivíduos com
DCV, buscando a redução da prevalência destas doenças na população
mundial.
Conclui-se, que se deve influenciar as pessoas para obter boas condições
de saúde, além de focar na prevenção de doenças crônicas.
17

3 REFERÊNCIAS

SÍNDROME CORONARIANA AGUDA: FISIOPATOLOGIA E COMO


DIAGNOSTICAR. Eu Médico Residente, 2022. Disponível em:
<https://www.eumedicoresidente.com.br/post/sindrome-coronariana-aguda>
Acesso em: 21 de abril de 2023.
PACIENTES COM SÍNDROME CORONARIANA AGUDA (SCA): ANÁLISE DAS
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PREDOMINANTES. Manancial - Repositório
Digital da UFSM, 2020. Disponível em:
<https://repositorio.ufsm.br/handle/1/26965>. Acesso em 21 de abril de 2023
EXERCÍCIO PARA PACIENTES COM DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA.
SciELO, 1998. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbme/a/Bmqb33fTxxf4dMgCV6W74Vx/?lang=pt>.
Acesso em 21 de abril de 2023.
EXERCÍCIO FÍSICO NA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA. EDisciplinas,
2015. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4095654/mod_resource/content/1/DA
C%20Cap%C3%ADtulo%209%20Livro%20Lancha%20-
%20vers%C3%A3o%20final.pdf#:~:text=Exerc%C3%ADcios%20de%20flexibili
dade%20(alongamento)%20s%C3%A3o,de%20tend%C3%B5es%20musculare
s%20do%20corpo>. Acesso em 21 de abril de 2023.
APRENDA A IDENTIFICAR A SÍNDROME CORONARIANA AGUDA. Curem,
2020. Disponível em: <https://blog.curem.com.br/em-alta/aprenda-a-identificar-
a-sindrome-coronariana-aguda/>. Acesso em 21 de abril de 2023.
MAPA MENTAL DE DOENÇA ISQUÊMICA CORONARIANA ESTÁVEL.
SanarMed, 2019. Disponível em: <https://www.sanarmed.com/mapa-mental-de-
doenca-isquemica-coronariana-estavel-ligas>. Acesso em 21 de abril de 2023.
REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR, DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA E
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO.
Efdeportes, 2011. Disponível em:
<https://www.efdeportes.com/efd152/reabilitacao-cardiovascular-efeitos-do-
exercicio-fisico.htm>. Acesso em 21 de abril de 2023.

Você também pode gostar