FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM,

BIOSSEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR

– BASES TECNOLÓGICAS
Qualis Centro de Formação Profissional
Enfª Cristiani Pereira - Coren/SC 271592
Sinais Vitais
Sinais Vitais
São medidas que fornecem dados fisiológicos e indicam as condições de
funcionamento dos sistemas orgânicos mais importantes para a
manutenção da vida, são chamados a assim por serem indicadores
indispensáveis do estado de saúde da pessoa, ou seja, indicam o
funcionamento básico do organismo.
São eles frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial,
temperatura e avaliação da dor.

Atenção: os batimentos cardíacos e a

frequência respiratória diminuem com a idade,
enquanto a pressão sanguínea aumenta.
Sinais Vitais: Considerações
Cabe ao profissional de enfermagem o controle ou monitoração dos
dados referentes aos sinais vitais, de modo que as alterações sejam
comunicadas e anotadas para realização das intervenções necessárias.

Por este motivo os profissionais de enfermagem precisam:

★ Conhecer os valores normais dos SSVV, de acordo com a faixa etária
do paciente.
★ Devem saber o que é normal para cada pessoa, pois existe variação
de indivíduo, diferindo conforme a idade e a situação física.
★ Saber correlacionar os dados, pois os SSVV não são números
isolados; eles refletem a inter-relação dos sistemas do organismo.
Sinais Vitais: Verificação
★ Admissão;
★ Internação de acordo com a rotina, prescrição ou necessidade;
★ Consultas ambulatoriais e de rotina;
★ Antes e após administração de hemocomponentes e de medicações
que afetem SSVV;
★ Antes e após procedimentos cirúrgicos;
★ Antes e após procedimentos invasivos e diagnósticos;
★ Em intercorrências;
★ Antes de intervenções de enfermagem que possam alterar SSVV.
Temperatura
Expressa equilíbrio da produção de calor do organismo por intermédio de
metabolismo, atividade muscular e outros fatores, além de perdas de calor
ocorridas por meio dos pulmões, pele e exercícios corporais;
Varia de acordo com ritmo circadiano, as refeições, a temperatura do
ambiente, o vestuário, a atividade física e os estados emocionais;

Em sua maioria a temperatura das

crianças é mais elevada que a dos
adultos.
Temperatura: Aferição

★ Febre /hipertermia é a elevação da temperatura do corpo acima dos

valores normais.
★ A aferição é feita colocando-se o termômetro embaixo do braço,
obtendo-se a temperatura corporal;
★ Lavar as mãos;
★ Higienizar o termômetro com álcool 70%;
★ Local de verificação deve estar seco e não exposto a ação do calor
ou frio;
Temperatura: Acessórios
Valores para Determinação de Febre: Diferentes Vias de
Mensuração
Temperatura: Variação
★ Hipotermia: abaixo de 35,7°C
★ Normotermia: 35,7°C 37,3°C
★ Febre leve ou febrícula: 37,4 a 37,7°C
★ Febre moderada: 37,8°C a 38,5°C
★ Febre alta ou elevada: acima de 38,5°C
★ Hipertermia 39 a 42°C.
Frequência Respiratória
★ Consiste na sucessão rítmica de movimentos de expansão e de
retração pulmonar com finalidade de efetuar as trocas gasosas entre
o organismo e o ambiente, promovendo absorção de oxigênio ao
trato respiratório e alvéolos e eliminando para gás carbônico;
★ O ritmo, a profundidade e o som refletem o estado metabólico do
corpo, a condição do diafragma e dos músculos do tórax;
★ Pode ser abdominal, diafragmática ou torácica;
★ O ritmo pode ser regular ou irregular;
★ Em prematuros e lactentes o ritmo é irregular, arrítmico, intermitente,
superficial e ainda com alternâncias da profundidade;
Frequência Respiratória: Valores

★ Homens 15 a 20 mrpm.
★ Mulher: 18 a 20 mrpm.
★ Criança: 20 a 24 mrpm.
★ Lactente: 30 a 40 mrpm.

*mrpm - movimentos respiratórios por minutos.

Frequência Respiratória
 Frequência Cardíaca
★ Trata-se da expansão e da retração de uma artéria, produzidas pela onda de
sangue, forçada através dela pela contração cardíaca;
★ A frequência se refere ao número de batimentos por minuto, ao ritmo padrão, a
regularidade e ao volume;
★ Pode ser influenciado por diversos fatores: idade, sexo, esforço, biotipo,
posições posturais, hemorragias, drogas, dor intensa, ansiedade, emoções,
choro e sono;
★ Ritmo pode ser normocárdico, bradicárdico ou taquicárdico;
★ Ritmo pode ainda pode ainda se regular ou irregular;
★ A força da batida do pulso pode ser cheio ou forte, fraco ou filiforme;
Frequência Cardíaca: Verificação
★ Depende do tamanho e da condição do paciente;
★ Verificado por palpação ou por ausculta;
★ Palpação: artéria radial, temporal, carótida, femoral e pediosa;
★ Em crianças maiores: artéria braquial, artéria radial, artéria femoral,
artéria carótida, artéria temporal e artéria pediosa;
★ Em caso de neonatos e lactentes, a verificação do pulso por palpação
é normalmente difícil, opta-se pela verificação direta do pulso apical
(aferido com estetoscópio) localizado na altura do mamilo.
Frequência Cardíaca: Verificação x Artérias
Frequência Cardíaca: Valores
★ Homens: 60-70 bpm
★ Mulheres: 65-80 bpm
★ Crianças: 110 a 115 bpm
★ Lactentes: 115-130 bpm
★ Recém-nascidos: 130-140 bpm

*bpm: batimentos por minutos

Frequência Cardíaca: Características
Quanto ao ritmo: que é regularidade entre uma batida e outra:
Rítmica: quando bate com regularidade;
Arrítmica: quando bate sem regularidade.

Quanto ao volume: que significa maior ou menor enchimento da artéria:

Cheia: quando há dificuldade de obliterar (obstruir) a artéria ao exercer
pressão moderada sobre ela;
Filiforme ou fina: quando o volume é pequeno e a artéria é facilmente
obliterada (fechar pouco a pouco).
Frequência Cardíaca: Características
Quanto a frequência, que se refere ao número de pulsações por minuto:

Bradicardia: quando o número de pulsações está abaixo de 50 bpm

(para adultos).

Taquicardia: quando o número de pulsações está acima de 100 bpm

(para adultos).
Pressão Arterial
Trata-se da pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias,
quando este é impulsionado pela sístole cardíaca;

Caracterizada pela presença das pressões sistólica e diastólica;

Pressão Sistólica é o ponto mais alto da pressão arterial e acontece no

momento da sístole cardíaca.

Pressão Diastólica é o ponto mais baixo da pressão arterial, ocorrendo no

momento da diástole cardíaca;
Pressão Arterial

Sístole: contração e saída de

sangue para os vasos sanguíneos;
Diástole: relaxamento entrada de
sangue no coração.
 Pressão Arterial: Locais de verificação

Locais de aferição de pressão arterial: braquial, radial, poplítea e tibial posterior.

Pressão Arterial: Valores
★ Pressão arterial sistólica (PAS): 90 a 120 mmHg.
★ Pressão arterial diastólica (PAD): 60 a 80 mmHg.
★ Hipertensão arterial: quando há elevação da PA (140x90 mmHg) ou
maior.
★ Pré-hipertensão: caracterizada pela presença de PAS entre 121 e
139 mmHg e ou/ PAD entre 81 e 89 mmHg.
★ Hipotensão arterial: quando ocorre diminuição da pressão arterial.
Pressão Arterial: Técnica de Verificação
★ Lavar as mãos;
★ Orientar o paciente e o responsável;
★ Escolher o manguito de tamanho adequado, considerando três
quartos do braço, da coxa ou da perna;
★ Deixe o paciente descansar por cerca de 5 a 10 minutos em ambiente
calmo e com temperatura agradável;
★ Remova a roupa do local de verificação;
★ Certifique-se que o paciente esteja de bexiga vazia;
★ Localize a artéria por meio de palpação;
 Pressão Arterial: Técnica de Verificação
★ Prenda o manguito de tamanho adequado ao braço do paciente,
firmemente, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital,
centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial;
★ Mantenha o braço do paciente na altura do coração;
★ Palpar o pulso radial, infle o manguito até o desaparecimento do pulso,
para estimar o nível de pressão sistólica, desinflar rapidamente e
aguarde 1 minuto antes de inflar novamente;
★ Coloque o estetoscópio no ouvido com a curvatura voltada para frente;
★ Determine a pressão sistólica no momento do aparecimento do
primeiro som, que é um som fraco seguido de batidas regulares;
 Pressão Arterial: Técnica de Verificação
★ Ausculte por cerca de 20 a 30mmHg abaixo do último som para
confirmar seu desaparecimento e, em seguida, proceda a deflação
rápida e completa;
★ Para determinar a pressão diastólica, considere o som mais fraco, ou IV
som Korotkoff, até 13 anos de idade. Após essa idade, considere o V
som Korotkoff, que representa o desaparecimento do som.
★ Registre os valores das pressões sistólica e diastólica, complementando
com a posição do paciente, o membro que foi medido e o tamanho de
manguito utilizado.
★ Registre o valor real seguido de mmHg obtido evitando
arredondamentos;
★ Espere por cerca de 1 a 2 minutos para realizar novas medições.
 Dor

★ 5º Sinal vital;
★ Existem vários métodos para verificação;
★ Métodos escolhidos de acordo com a capacidade cognitiva e a
condição clínica do paciente ;
★ Os mecanismos fisiológicos da dor envolvem conceitos de
sensibilização periférica e neuroplasticidade na perpetuação da dor,
com ação por meio de mediadores bioquímicos nas vias nociceptivas;
 Dor
Segundo Ministério da Saúde (2014) a avaliação
objetiva da dor do paciente deve ser realizada
através de escalas, as quais devem avaliar
vários parâmetros para agrupar os critérios de
mensuração das variáveis.

Entre as inúmeras escalas de avaliação da dor

descritas na literatura, várias podem ser
aplicadas na prática clínica. Escalas sugeridas
pelo Ministério da Saúde, para avaliação da dor
são: escala de faces e escala analógica.
Dor: Expressão Facial
Dor: Expressão Facial
 Saturação
A saturação de oxigênio (SPO2) é mensurada por meio da oximetria de
pulso e definida como a porcentagem de oxigênio arterial na corrente
sanguínea.

Os valores normais da SpO2 mensurados entre 95% a 100%.

Deve-se levar em conta durante a aferição da saturação a patologia de base

do paciente, visto que, a linha dos valores basais mensurados em pacientes
com comorbidades como cardiopatia congênita, pneumopatias e alterações
neurológicas podem ser mais baixas.
 Saturação

A Oxigenioterapia: quando o paciente tem alguma doença respiratória que

afeta os níveis de oxigênio abaixo do normal, ela necessita de terapia
respiratória. O procedimento da terapia dependerá da complicação do
paciente. O tratamento com oxigenoterapia, é um método de terapia
respiratória que utiliza uma concentração de oxigênio para equilibrar seu
nível no organismo.
Glicose: Teste
O teste da glicemia capilar é feito com
objetivo de verificar os níveis de açúcar
no sangue em determinado momento
do dia e para isso deve ser utilizado um
aparelho de glicemia que realiza a
análise de uma pequena gota de
sangue que é retirada da ponta do
dedo.
Glicose: Teste
A dosagem da glicemia capilar é mais indicada para pessoas que possuem
hipoglicemia, pré-diabetes e diabetes, sendo nesse caso recomendado que a
dosagem seja feita antes e após as refeições para que se possa fazer um
controle dos níveis de glicose e, assim, possam ser feitos ajustes na dieta ou
mudança na dose do medicamento caso haja necessidade.
Apesar da dosagem ser mais indicada antes e após as refeições, o
endocrinologista pode recomendar a dosagem em outros momentos do dia, como
antes de dormir e assim que acordar, por exemplo, pois assim é possível verificar
o comportamento do organismo em períodos de jejum, sendo importante no
tratamento do paciente diabético.
 Glicemia Capilar: Como Medir
É medida por meio de uma pequena quantidade de sangue que é retirada da ponta
do dedo e que é analisada pelo glicosímetro.
Para evitar espetar sempre o mesmo local, deve-se trocar de dedo a cada nova
medição da glicemia capilar.
Os aparelhos de glicemia mais recentes também conseguem medir o açúcar de
sangue retirado do braço ou coxa, por exemplo. Alguns aparelhos de glicemia podem
funcionar de forma diferente, sendo, por isso, importante ler as instruções de
utilização do fabricante, antes de usar o aparelho.
Para evitar leituras incorretas, é importante que a limpeza do equipamento seja feita
de forma regular e de acordo com a recomendação do fabricante, que as fitas
estejam dentro do prazo de validade, que o glicosímetro esteja calibrado e que a
quantidade de sangue seja suficiente para a análise.
 Glicemia Capilar: Como Medir
A glicemia também pode ser medida por meio de um pequeno sensor que é
acoplado no braço e que realiza medições constantemente durante o dia e a
noite. Esse sensor indica a glicemia em tempo real, nas 8 horas anteriores e
qual a tendência da curva glicêmica para os próximos momentos, sendo
esse sensor muito eficaz no que diz respeito ao controle da diabetes e
prevenção de hipoglicemia e hiperglicemia.
Glicemia Capilar: Valores de Referência
Após medir a glicemia capilar, é importante
comparar o resultado com os valores de
referência:

No caso dos recém-nascidos, é difícil que o

exame seja realizado em jejum, por isso, é
recomendado que os níveis de glicose no
sangue do recém-nascido estejam entre 50
e 80 mg/dL(miligramas por decilitro).
Referências
VIANA, D. Laplac(Org.).CURSO DIDÁTICO EM ENFERMAGEM. 10ª.São
Caetano do Sul,SP: BYendis Editora,2010. Módulo 1,vol.1. e Vol.2.