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Disciplina: Semiologia e Semiotécnica

Data: 25/10/2023 Professora: Cíntia Mariano

SINAIS VITAIS

As alterações das funções corporais geralmente se refletem na temperatura do corpo, na pulsação, na


respiração e na pressão arterial, podendo indicar enfermidades. Por essa razão são chamados sinais
vitais.
A avaliação dos sinais vitais instrumentaliza a equipe de saúde na tomada de decisão sobre as
intervenções.
Essas medidas fornecem informações muito importantes sobre as condições de saúde dos pacientes, pois
é um método eficiente de monitoramento.
Existem equipamentos próprios para a verificação de cada sinal vital, que devem ser verificados com
cautela.

TEMPERATURA
A temperatura é a medida do calor do corpo: é o equilíbrio entre o calor produzido e o calor perdido.
Ela é mantida entre produção e perda de calor pelo organismo no ambiente e deve-se ao mecanismo
controlado pelo hipotálamo.
O ser humano é um ser homeotérmico, isto é, possui a capacidade de manter a temperatura corporal
dentro de certo intervalo pré-determinado apesar das variações térmicas do meio ambiente (homeostasia
térmica).
O equilíbrio térmico é conseguido através do balanço entre a perda e a produção ou aquisição de calor.
Tempo para deixar o termômetro no paciente é de 5 a 10 minutos.

Terminologia
Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°C
Afebril: 36,1°C a 37,2°C
Febril: 37,3°C a 37,7°C
Febre: 37,8°C a 38,9°C
Pirexia: 39°C a 40°C
Hiperpirexia: acima de 40°C

Valores de referência para a


temperatura É considerado normal
36ºC a 37ºC Temperatura axilar-
35,8°C a 37°C Temperatura inguinal-
36ºC a 36,8ºC Temperatura bucal-
36,2ºC a 37,4ºC Temperatura retal-
36,4ºC a 38ºC

Verificação da temperatura axilar


1. Higienize as mãos
2. Prepare o material necessário
3. Explique o procedimento ao paciente
4. Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%
5. Enxugue a axila, caso seja necessário, coloque o termômetro na região axilar com o bulbo em contato
direto com a pele do paciente, pedindo ao paciente que mantenha o braço por sobre o tórax, com a mão
no ombro oposto e o cotovelo rente ao corpo
6. Retire o termômetro após 5 min, realiza a leitura e memorize o resultado
7. Agite o termômetro para que o mercúrio desça abaixo de 35°C
8. Realize a assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70%
9. Higienize as mãos
10. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

Verificação de temperatura oral


1. Higienize as mãos
2. Prepare o material necessário
3. Explique o procedimento ao paciente
4. Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%
5. Coloque o termômetro sob a língua do paciente, recomendando a ele que o conserve na posição,
mantendo a boca fechada
6. Retire o termômetro após 5 min, realize a leitura e memorize o resultado
7. Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70% e guarde-o em local
apropriado
8. Higienize as mãos
9. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

Verificação da temperatura retal


1. Higienize as mãos
2. Prepare o material necessário
3. Explique o procedimento ao paciente
4. Calce as luvas de procedimento
4. Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%
5. Coloque o paciente em decúbito lateral esquerdo com a perna direita flexionada (posição de Sims)
6. Lubrifique a ponta do termômetro e introduza-o no ânus, acompanhado a curvatura do reto,
aproximadamente 1,5 cm em lactentes e 4 cm em adultos
7. Retire o termômetro após 3 min, realize a leitura e memorize o valor
8. Lave o termômetro com água e sabão
9. Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70%
10. Retire as luvas de procedimento
11. Higienize as mãos
12. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

PULSO E RESPIRAÇÃO: devem ser verificados no mesmo procedimento, pois o paciente pode
interferir, parando ou alterando o ritmo respiratório.

PULSO
O pulso também compõe os sinais vitais que quando se palpa uma artéria, o pulso arterial é percebido
como uma expansão da parede arterial síncrona com o batimento cardíaco.
A expansão é devida à distensão súbita da parede arterial originada pela ejeção ventricular na aorta e sua
transmissão aos vasos periféricos.
Na realidade, o pulso arterial é uma onda de pressão dependente da ejeção ventricular e, por isso, a
análise do pulso arterial proporciona dados inestimáveis da ejeção ventricular esquerda, do mesmo modo
que o pulso venoso expressa a dinâmica do enchimento ventricular direito.

Terminologia
Pulso normocádico: Batimento cardíaco normal
Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais
Pulso arrítmico: os intervalos entre os batimentos são desiguais
Pulso dicrótico: dá impressão de dois batimentos
Taquisfigmia: pulso acelerado
Brasisfigmia: frequência abaixo da faixa normal
Pulso filiforme: indica redução da força ou do volume do pulso periférico
Valores de referência para pulsação
O pulso radial é habitualmente o mais verificado. E sua média normal é de:
RN ou Lactentes: - 110 a 160 bpm
Abaixo de 7 anos: - 80 a 120 bpm
Acima de 7 anos: - 70 a 90 bpm
Puberdade: - 80 a 85 bpm
Adulto: 60 – 100 bpm
Acima dos 60 anos: - 60 a 70 bpm

Verificação do pulso periférico


1. Higienize as mãos
2. Explique o procedimento ao paciente
3. Aqueça as mãos se necessário, friccionando-as
4. Coloque as polpas digitais dos dedos médios e indicador sobre uma artéria superficial e comprima
levemente
5. Conte os batimentos durante 1 min
6. Observe arritmias e amplitude
7. Higienize as mãos
8. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

RESPIRAÇÃO
A principal função da respiração é suprir as células do organismo de oxigênio e retirar o excesso de
dióxido de carbono.
Na respiração, o oxigênio inspirado entra no sangue e o dióxido de carbono (CO2) é expelido, com
frequência regular.
A troca destes gases ocorre quando o ar chega aos alvéolos pulmonares, que é a parte funcional do
pulmão.
É nesse processo que o sangue venoso se transforma em sangue arterial.
A frequência respiratória em geral é mensurada através da observação da expansão torácica contando o
número de inspirações por um minuto.

Terminologia
Eupneia: respiração normal
Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e
cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa.
Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta.
Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco profunda.
Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade
Apneia: ausência da respiração
Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e diminui a profundidade, com
períodos de apneia. Quase sempre ocorre com a aproximação da morte
Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e expiração suspirante, característica
de como diabético.
Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período irregular de
apneia.
Respiração sibilante: sons que se assemelham a assovios

Valores de referência para


respiração Adulto: - 12 a 20 irpm
Criança: - 20 a 25 irpm
Lactentes: - 30 a 640 irpm
Verificação de frequência respiratória
1. Higieniza as mãos
2. Posicione o paciente confortavelmente
3. Coloque a mão no pulso radial do paciente, como se fosse controlar o pulso, e observe os movimentos
respiratórios
4. Conte a frequência respiratória por 1 minuto e memorize
5. Higienize as mãos
6. Registre o valor e as características da respiração na folha de anotação de enfermagem

PRESSÃO ARTERIAL
É a medida da força do sangue contra as paredes das artérias.
A medida da pressão arterial compreende a verificação da pressão máxima chamada sistólica e pressão
mínima diastólica.
Esse sinal vital é a medida da pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias.
A pressão ou tensão arterial depende da força de contração do coração, da quantidade de sangue
circulante e da resistência dos vasos.
Ao medir a pressão arterial consideramos a pressão máxima ou sistólica que resulta da contração dos
ventrículos para ejetar o sangue nas grandes artérias e a pressão mais baixa ou diastólica, que ocorre
assim que o coração relaxa.
A pulsação ventricular ocorre em intervalos
regulares. A PA é medida em mmHg.

Terminologia
Hipertensão: PA acima da média
Hipotensão: PA inferior à média
Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam
Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam

Valores de referência para pressão


arterial Pressão sistólica:
140x90mmHg Pressão diastólica:
90x60mmHg

Hipotensão – inferior a 100 x 60


Normotensão – 120 x 80
Hipertensão limite – 140 x 90
Hipertensão moderada – 160 x 100
Hipertensão grave – superior a 180 x 110

Verificação da pressão arterial


1. Higienize as mãos
2. Prepare o material na bandeja
3. Explique o procedimento ao paciente
4. Remova as roupas do braço no qual será colocado o manguito
5. Posicione o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima.
6. Realize a assepsia, com algodão embebido em álcool a 70% nas olivas e no diafragma do estetoscópio
7. Selecione o manguito de tamanho adequado ao braço
8. Centralize o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial
9. Solicite que o paciente não fale durante a mensuração
10. Palpe a artéria braquial e coloque o estetoscópio sobre ela sem comprimi-la excessivamente
11. Insufle o manguito até ultrapassar 20 a30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica ( ponto de
desaparecimento do pulso radial)
12. Proceda à deflação lentamente
13. Determine a pressão sistólica na ausculta do primeiro som, que é um som fraco seguido de batidas
regulares, e em seguida, aumente ligeiramente a velocidade de deflação
14. Determine a pressão diastólica no desaparecimento do som
15. Ausculte cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som, para confirmar seu desaparecimento
16. Informe o valor da pressão arterial medido ao paciente
17. Realize a assepsia com álcool a 70% nas olivas e no diafragma do estetoscópio
18. Guarde o material
19. Higienize as mãos
20. Registre o valor obtido na folha de anotação de enfermagem

Referência Bibliográfica
ANDRIS, Deborah. Semiologia: bases para a prática assistencial. Série Práxis. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006.

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