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Apostila Sinais Vitais

Os sinais vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o diagnóstico inicial
e o acompanhamento da evolução do quadro clínico da vítima.
São eles:
Pulso → Respiração → Pressão arterial → Temperatura
Considerações:
- Sua verificação é essencial na avaliação da vítima, devendo ser realizada
simultaneamente à história e ao exame físico;
- São mais significativos quando obtidos em série, possibilitando o acompanhamento de
suas variações - Seus valores devem ser analisados conforme a situação clínica.

Na obtenção dos sinais vitais devemos considerar as seguintes condições:


Condições ambientais, tais como temperatura e umidade no local, que podem causar
variações nos valores;
Condições pessoais, como exercício físico recente, tensão emocional e alimentação, que
também podem causar variações nos valores;
Condições do equipamento, que devem estar apropriados e calibrados.

Pulso:

 Pulso é a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede arterial cada
vez que o ventrículo esquerdo se contrai.
 Em locais onde as artérias de grosso calibre se encontram próximas à superfície
cutânea, pode ser sentido à palpação.
 Cada onda de pulso sentida é um reflexo do débito cardíaco, pois a freqüência de
pulso equivale à freqüência cardíaca.
 Débito cardíaco é o volume de sangue bombeado por cada um dos lados do
coração em um minuto.
 Podem ser considerados normais os seguintes índices de freqüência cardíaca -
BPMIN:

 Adultos (60 a 100) → Crianças (80 a 120) → Bebês – (100 a 160)


 1.1. Taquicardia
 Taquicardia é o aumento da freqüência cardíaca (acima de 100 bpm nos
adultos). Em vítimas de trauma pode ocorrer por hipóxia ou hipovolemia.
 1.2. Bradicardia
 Bradicardia é a diminuição da freqüência cardíaca (abaixo de 60 bpm nos
adultos). Nas vítimas de trauma pode estar associada a choque neurogênico.
Pode estar associada também a doenças primárias do coração ou doenças da
tireóide.

1.3. Locais para Obtenção do Pulso

 Os melhores locais para se palpar o pulso são onde artérias de grosso calibre se
encontram próximas à superfície cutânea e possam ser comprimidas contra uma
superfície firme (normalmente um osso).

As artérias radiais, ao nível dos punhos, são mais comumente usadas na checagem do
pulso em vítimas conscientes.
- As artérias carótidas, ao nível do pescoço, são normalmente usadas para palpação do
pulso em vítimas inconscientes.
- Artérias femorais na raiz da coxa,
- Braquial no braço,
- Axilar na axila e,
- Pedioso no dorso do pé.
Também podermos medir o pulso pela ausculta cardíaca, no ápice ou ponta do
coração, no lado esquerdo do tórax, levemente abaixo do mamilo (pulso apical).
1.4. Procedimentos para Palpação do Pulso

1)Relaxe a vítima. Para palpar o pulso radial, mantenha o braço da vítima


descansando confortavelmente, preferencialmente cruzando a parte inferior do tórax.
Para o pulso carotídeo, palpe a cartilagem tireóide no pescoço (pomo de Adão) e
deslize os dedos lateralmente até sentir o pulso.

2) Use dois ou três dedos para encontrar e sentir o pulso. Use somente a ponta dos
dedos e nunca o polegar (usando o polegar o examinador poderá sentir seu próprio
pulso digital).

3) Evite muita pressão. Pressionando forte poderá interromper o pulso da vítima.

4) Sinta e conte o pulso durante 30 ou 60 segundos (se contar por 30 segundos,


multiplique por dois). Use relógio que marque os segundos.

Respiração

 Respiração é o processo através do qual ocorre troca gasosa entre a atmosfera e


as células do organismo. É composta pela ventilação e pela hematose. Na
ventilação ocorre a entrada de ar rico em oxigênio para os pulmões (inspiração)
e a eliminação de ar rico em dióxido de carbono para o meio ambiente
(expiração).
 A freqüência respiratória pode variar com a idade - MRPMIN:
Adultos (12 a 20) → Crianças (20 a 30) → Bebês – (30 a 60)
 Outros fatores podem alterar a respiração como exercícios físicos, hábito de
fumar, uso de medicamentos e fatores emocionais. Em um adulto em repouso a
profundidade da respiração ou o volume de ar inalado é aproximadamente 500
ml por inspiração.

Podem ser encontradas as seguintes alterações nos padrões respiratórios:


● Apnéia – Cessação intermitente (10 a 60 segundos) ou persistente (parada
respiratória) das respirações;
● Bradipnéia – Respiração lenta e regular;
● Taquipnéia – Respiração rápida e regular;
● Dispnéia – Respiração difícil que exige esforço aumentado.

Procedimentos para análise da Respiração


Empregar técnica de “ver, ouvir e sentir”, (7 a 10 segundos de verificação):
ØSe presente, ministrar imediatamente oxigênio à vítima;
Ø Se ausente, iniciar a ventilação artificial.
Procedimentos gerais no local do atendimento técnica:
Empregar a técnica de “Ver, Ouvir e Sentir”, através da seguinte forma:
a) Liberar as VAS da vítima através da manobra indicada;
b) Colocar o ouvido da boca e nariz da vítima voltando à face para seu tórax;
c) Observar os movimentos do tórax;
d) Ouvir os ruídos próprios da respiração;
e) Sentir a saída de ar das VAS da vítima.

Técnica de “Ver, Ouvir e Sentir”:

Fonte: Ministério da Saúde,2002.

Pressão Arterial
 É a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das
artérias. É constituída por duas mensurações: PA máxima (sistólica) e PA
mínima (diastólica).

Sistólica: é a pressão máxima exercida pelo sangue contra as paredes internas das
artérias durante a contração do coração (sístole)

Diastólica: é a pressão mínima exercida pelo sangue contra as paredes internas das
artérias durante o relaxamento do coração (diástole
Técnica empregada para aferir a pressão arterial

Verificar se o paciente/cliente não está com a bexiga cheia; praticou exercícios físicos;
ingeriu bebidas alcoólicas, café alimentos ou fumou até 30 minutos antes
Manter pernas descruzadas e braço na altura do coração;
Deixar o paciente/cliente descansar por 5 a 10 minutos;
Usar manguito de tamanho adequado ( bolsa de borracha com largura= 40% e
comprimento = 80% da circunferência do braço);
Posicionar a braçadeira cerca de 2 a 3 cm da fossa ante cubital, com a borracha na altura
da artéria braquial, com braçadeira não apertada ou frouxa;
Palpar o pulso radial e inflar até seu desaparecimento para estimar a pressão sistólica;
Posicionar a campânula do estetoscópio sobre a artéria braquial;
Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica.
Desinflar lentamente.
Determinar a sistólica no aparecimento dos sons e a diastólica no desaparecimento dos
sons. Não arredondar os valores para dígitos terminados em zero ou cinco.
Remover todo o ar, soltando o manguito.

ATENÇÃO:
Na impossibilidade de auscultar os batimentos, a pressão arterial sistólica poderá
ser medida palpando-se o pulso radial ou no membro inferior (pulso pedioso).
Ø Evitar verificar a PA várias vezes consecutivas no mesmo braço;
Ø Se a vítima for hipertensa e o socorrista começar a ouvir o som dos batimentos
cardíacos logo que desinflar o manguito, torne a inflá-lo acima dos 200 mmhg.

Valores normais de pressão arterial

Idoso – acima de 50 anos - 140-160/90-100 mmHg


Idade acima de 16 anos - 120/80 mmHg
Idade – 16 anos - 118/75 mmHg
Idade – 12 anos - 108/67 mmHg
Idade – 10 anos - 100/65 mmHg
Idade – 06 anos - 95/62 mmHg
Idade – 04 anos - 85/60 mmHg
Recém Nascido (3Kg) - 52/30 mmHg

O resultado poderá apresentar-se:


Normal (normotenso) → Alterado (hipertensão ou hipotensão)

Temperatura
 Existem vários fatores que influenciam no controle da temperatura corporal:
meios físicos e químicos e o controle feito através da estimulação do sistema
nervoso.
 A temperatura reflete o balanceamento entre o calor produzido e o calor perdido
pelo corpo.

 O índice normal de temperatura é de 37ºC, admitindo-se variações de até 0,6ºC


para mais ou para menos;
 As crianças têm temperaturas mais altas que os adultos, porque seu metabolismo
é mais rápido;
 Tem-se observado que a temperatura do corpo é mais baixa nas primeiras horas
da manhã, e mais alta no final da tarde ou no início da noite.
A temperatura corporal pode se elevar em situações de infecção, trauma,
medo, ansiedade, etc. Exposição ao frio e choque são causas freqüentes de temperatura
abaixo do normal

REFERÊNCIAS
Rodrigues;B. Andrea...et al. O guia da Enfermagem-Fundamentos para Assistência.São
Paulo,Iátria,2008

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