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Atendimento ao paciente politraumatizado

Politraumatizado
“Indivíduo que apresenta ferimentos de pelo menos duas regiões do corpo,
que exigiriam cada um deles, um tratamento hospitalar”.

O politraumatizado é o mais grave doente do serviço de emergência, o mais


oneroso para o hospital e requer para o seu atendimento adequado uma equipe
multiprofissional treinada.
A mortalidade aumenta com o número de ferimentos (5 ferimentos, 50%
sobrevivem)

- Ruptura de fígado (30% mortalidade)

- As combinações mais freqüentes são lesões de crânio e tórax

- A combinação mais rara é caixa torácica e abdômen


É considerada uma doença grave e também um sério problema social.
- É a principal causa de morte na faixa etária nos adultos jovens (até 45
anos), perdendo somente para as doenças cardíacas e o câncer.
- Devido a era industrial, a alta tecnologia, condições socioeconômicas o
número de casos tem aumentado significativamente.
- O importante para diminuirmos o número de trauma em todo mundo
visa a prevenção que pode ser dividida em:
- Primária: visa e eliminação dos fatores determinantes do trauma. Ex:
sinalização de vias públicas, educação da população;
-
- · Secundária: procura reduzir a gravidade das lesões decorrentes do
traumatismo. Ex: uso de cinto de segurança, capacete, air-bag;
-
- · Terciária: está relacionada ao atendimento pré e hospitalar, através de
medidas terapêuticas visando melhores resultados. Ex: treinamento da equipe,
redução da morbi- mortalidade através de uma assistência adequada.
- O numero de óbitos em geral está disposto da seguinte forma:
-
- · 50% são imediatas: ocorrem segundos ou minutos após o trauma;
- · 30% mediatas: ocorrem algumas horas após o trauma;
- · 20% tardias: ocorrem dias ou semanas após o trauma devido a
infecções, complicações pós-operatórias, sepse.

- A primeira hora é considerada a hora de ouro para o atendimento do


traumatizado, uma vez que os doentes que recebem cuidados adequados neste
período têm maior taxa de sobrevida quando comparados aqueles tratados
tardiamente.

Avaliação inicial do Politraumatizado


O atendimento inicial do traumatizado envolverá as seguintes etapas:
I) Planejamento (preparo pré e intra hospitalar)
II) Triagem
III) Avaliação primária (ABCDE)
IV)Reanimação
V) Avaliação secundária e história
VI) Monitorização e Reavaliação contínua
VII) Tratamento definitivo

I) Planejamento (preparo pré e intra hospitalar)


- A coordenação entre a equipe de atendimento pré- hospitalar e intra-
hospitalar é de suma importância para o atendimento adequado da vítima.

II) Triagem
- A triagem no local do acidente, número de vítimas deverão ser
classificadas de acordo com o tipo de tratamento necessário e os recursos
disponíveis, para que dessa forma a vítima seja encaminhada ao hospital
adequado as suas necessidades.
III) Avaliação primária (ABCDE)
A - vias aéreas com controle da coluna cervical;
B - Respiração e ventilação;
C - Circulação com controle de hemorragia;
D - Incapacidade e estado neurológico;
E - Exposição, mas prevenindo a hipotermia.

III) Avaliação primária (ABCDE)


- A avaliação neurológica deverá conter de uma forma rápida o estado
neurológico verificando o nível de consciência, tamanho e reação das pupilas.
Como regra básica para avaliação do paciente politraumatizado usamos o
seguinte método AVDI:
A- Alerta
V- Responde ao estímulo Verbal
D- Só responde a Dor
I- Irresponsivo aos estímulos
- A exposicão do indivíduo deve ser cautelosa tomando cuidado com a
coluna vertebral
IV) Reanimação

A adoção de medidas agressivas de reanimação e o tratamento de todas as


lesões potencialmente fatais, à medida que são identificadas, são essenciais
para maximizar a sobrevivência do doente.

A- vias aéreas
B- Respiração/ventilação/oxigenação
C- Circulação
D- Desfibrilação
V) Avaliação secundária e história
- A avaliação secundária só se inicia quando a primária for completada.
Nessa avaliação o paciente é avaliado da cabeça aos pés, incluindo sinais
vitais, procedimentos especiais como lavagem peritoneal, radiografias e
exames laboratoriais, exame neurológico minucioso incluindo escala de coma
de Glasgow. Observações:
- Sondagem vesical está contra indicada nos casos suspeitos de lesão de
uretra, hematoma escrotal;
- Sondagem Nasogástrica em casos de suspeita de fratura de base de
crânio.
VI) Monitorização e Reavaliação contínua

• Manter monitorização completa


• Gasometria arterial
• Débito urinário
• Exame físico
• Escala de Coma de Glasgow.

VII) Tratamento definitivo


• Os critérios de triagem inter-hospitalar ajudam a determinar o grau, o
ritmo e a intensidade do tratamento definitivo.

• Estes critérios levam em consideração o estado fisiológico do doente, a


presença de lesões evidentes, os mecanismos de trauma, as doenças
associadas, e outros fatores que podem alterar o prognóstico do paciente.

Bibliografia
GOMES, A.M. Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva. São Paulo,
EPU, 1998

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