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2 ª SEMESTRE - MEDICINA
Cáceres- MT
2020/1
DOR TORÁCICA
Em sua abordagem inicial, é preciso atentar-se para a pervidade das vias aéreas, a presença
de ventilação e de pulso, além da identificação de condições que acarretam risco iminente de
morte.
As principais causas que ameaçam a vida são agrupadas, principalmente, em: dissecção
aórtica, embolismo pulmonar, pneumotórax, pneumomediastino, pericardite, ruptura esofágica
e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
Vários fatores interferem para o retardo de pacientes com dor torácica no Pronto-Socorro e
que pioram o prognóstico. Entre eles têm-se aqueles atribuídos ao paciente, levando a
diferenças individuais na experiência subjetiva de dor, como: conhecimento de experiência de
outros pacientes, contribuição genética para diferenças individuais, interação entre fatores
genéticos e sociais, fatores psicológicos que influenciam a sensibilidade à dor, a não
valorização, pelo paciente, dos sintomas de dor torácica, a atribuição dos sintomas a
condições crônicas pré-existentes (dor muscular), ausência de conhecimento dos benefícios do
rápido tratamento. Salienta-se que apenas 20% dos pacientes com dor torácica e infarto agudo
do miocárdio (IAM) procuram por atendimento nas duas primeiras horas.
Coração, pulmões, esôfago e grandes vasos propiciam estimulação visceral aferente pelos
mesmos gânglios autônomos torácicos. O estímulo doloroso nesses órgãos é
caracteristicamente percebido como oriundo do tórax, mas, como as fibras nervosas aferentes
se sobrepõem no gânglio dorsal, a dor pode ser sentida (como dor referida) em qualquer local
entre a região umbilical e a orelha, incluindo os membros superiores.
Estímulo doloroso de órgãos torácicos pode causar desconforto descrito como pressão,
dilaceração, gases com ânsia para eructar, indigestão, queimação ou sensação dolorosa.
Excepcionalmente, outras descrições da dor torácica são dadas como dor em punhalada e, às
vezes, dor lancinante como uma agulhada. Quando a sensação tem origem visceral, muitos
pacientes negam que estejam tendo dor e insistem que é simplesmente “desconforto”.
A HDA deve definir localização, duração, caráter e qualidade da dor. Deve-se questionar o
paciente sobre qualquer evento precipitante (p. ex., sobrecarga ou uso excessivo dos músculos
torácicos), bem como qualquer fator desencadeante ou atenuante.
Fatores específicos que devem ser observados incluem se a dor ocorre durante o esforço ou
em repouso, existência de estresse psicológico, se a dor ocorre durante a respiração ou com a
tosse, dificuldade de deglutição, relação com a alimentação e posições que exacerbam ou
aliviam a dor (posição supina ou inclinada para frente).
A história clínica deve averiguar o consumo de fármacos que podem deflagrar o espasmo
de artérias coronárias (p. ex., cocaína, triptanos) ou doença GI (particularmente álcool e
AINEs).
Exame físico
A duração da dor pode fornecer indícios da gravidade da doença. A dor de longa duração
(durante semanas ou meses) não constitui manifestação de doença que ponha a vida em risco
imediatamente. Com frequência, essa dor tem origem musculoesquelética, embora seja
necessário considerar a origem GI ou cancerosa, especialmente em pacientes idosos. Da
mesma forma, as dores breves (< 5 s), agudas e intermitentes raramente resultam de doenças
graves. As últimas provocam tipicamente dor, que dura de minutos a horas, embora os
episódios possam ser recorrentes (p. ex., a angina instável pode desencadear vários episódios
de dor durante 1 ou mais dias).
A idade do paciente é útil para a avaliação da dor torácica. A dor torácica em crianças e
adultos jovens (< 30 anos) têm menor probabilidade de ser decorrente de isquemia
miocárdica, embora o infarto do miocárdio possa ocorrer em indivíduos entre 20 e 30 anos.
Doenças musculoesqueléticas e pulmonares são as causas mais comuns nessas faixas etárias.
A exacerbação e o alívio dos sintomas também são úteis para a avaliação da dor torácica.
Embora a angina possa ser sentida em qualquer local entre a orelha e a região umbilical (e
geralmente fora do tórax), é clássica e consistentemente relacionada com o estresse físico ou
emocional, i. e., os pacientes não desenvolvem angina após subir um lance de escadas em 1
dia e tolerar 3 lances no dia seguinte. A angina noturna é característica de síndromes cardíacas
graves, insuficiência cardíaca ou espasmo arterial coronariano.
A dor decorrente de muitas doenças, tanto graves como leves, pode ser exacerbada pela
respiração, movimentação ou palpação do tórax. Esses achados não são específicos da origem
na parede torácica, uma vez que cerca de 15% dos pacientes com IAM referem maior
sensibilidade do tórax à palpação.
A nitroglicerina pode aliviar a dor decorrente de isquemia miocárdica e de espasmo da
musculatura lisa não cardíaca (p. ex., doenças esofágicas ou biliares), por isso, sua eficácia ou
ausência de efeito não deve ser utilizada para o diagnóstico.
ABORDAGEM INICIAL
Como relatado anteriormente, o objetivo principal do atendimento ao paciente com dor
torácica é o de excluir imediatamente as causas que, potencialmente, implicam em risco
iminente de morte. Essa avaliação inicial corresponde às medidas dos sinais vitais, como:
frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória e oximetria de pulso para a
identificação da presença ou não de instabilidade hemodinâmica e/ou de insuficiência
respiratória.
As pleurites ou pleurisias são importantes causas de dor torácica. Em geral, a dor vem
acompanhada de tosse seca de timbre alto. Pode ocorrer febre e, em certa fase da doença,
surgir dispneia. A dor costuma ser aguda, intensa e em pontada ("dor pleuríticà'). O paciente a
localiza com precisão e facilidade. Sua área é pequena, bem delimitada, e ela não se irradia,
podendo o paciente cobrí-la com a polpa de um dedo, ou fazer menção de agarrá-la sob as
costelas com os dedos semifletidos. A dor aumenta com a tosse, o que faz o paciente
reprimi-la, o mesmo acontecendo com os movimentos do tórax. Nem sempre o decúbito sobre
o lado da dor proporciona alívio. Em muitos casos de pleurite, quando a dor desaparece, surge
a dispneia; isso significa que o derrame se instalou.
Nas pleurites diafragmáticas, o paciente adota uma posição antálgica (semi sentado),
comprimindo o hemitórax oposto com uma das mãos. Nas pleurisias diafragmáticas
periféricas, a dor se reflete na área dos nervos intercostais mais próximos, enquanto a dor nas
pleurisias diafragmáticas centrais o faz no território inervado pelo frênico (pontos frênicos),
na linha paraesternal. Nessas pleurites, o paciente não consegue definir com precisão o local
da dor, se torácica ou abdominal. Não é raro esses casos se acompanharem de um quadro de
falso abdome agudo, principalmente em crianças. As pleurites apicais provocam dor no
pescoço e no ombro.
O infarto pulmonar cortical, parietal ou diafragmático, provoca dor muito parecida com a
das pleurites e das pneumonias. A concomitância de doença emboligênica (trombose venosa
profunda e trombose intracavitária) até então não identificada contribui decisivamente para o
diagnóstico de infarto pulmonar. A sensação dolorosa provocada pelas viroses respiratórias é
bem diferente. O paciente queixa-se de dor difusa, como um desconforto, quase sempre de
localização retroesternal, que se exacerba com a tosse, que é seca.
A dor mediastínica, que surge principalmente nas neoplasias malignas da região, é uma
sensação dolorosa profunda, sem localização precisa (mas que varia com a sede da neoplasia),
surda e mal definida.
A dor de angina do peito clássica aparece após esforço, quando o paciente anda ou faz
algum exercício, após alimentação abundante ou quando sofre grandes emoções. Consiste em
uma sensação de aperto e opressão. Sua duração é de alguns minutos, cessando com a
interrupção do esforço que a provocou ou com o uso de vasodilatadores coronários. A dor do
infarto de miocárdio dura horas e não melhora com coronariodilatadores.
Na pericardite, a dor não se confunde com a angina, dela se diferenciando por não ser
desencadeada por esforço, pela sua menor intensidade, por haver atrito, por não se irradiar e
acompanhar-se frequentemente de quadro infeccioso como o da pleurite. Os pacientes com
pericardite às vezes assumem a "posição de prece maometanà'.
A dor devida à hipertensão da artéria pulmonar decorre de seu estiramento e lembra a dor
cardíaca, com a diferença de que não se beneficia com os nitritos.
Na esofagite é um sintoma frequente. Embora algumas vezes possa ser confundida com a
dor da angina, sua característica de queimação retroesternal, de aparecimento quando o
paciente se deita, facilita seu reconhecimento. Indagar nessas situações sobre uso de bebidas
alcoólicas, tabagismo, alimentação excessivamente quente ou muito condimentada. Os
indivíduos com hérnia de hiato e esofagite de refluxo, que na última refeição se alimentaram
exageradamente ou ingeriram líquidos em abundância, podem apresentar um quadro que
simula a síndrome anginosa.
EXAMES COMPLEMENTARES
Para adultos com dor torácica aguda, devem-se excluir imediatamente as condições que
põem a vida em risco. Inicialmente, a maioria dos pacientes deve ser submetida à oximetria de
pulso, ao ECG e à radiografia de tórax.
Alguns achados anormais nesses exames subsidiários confirmam o diagnóstico (p. ex.,
infarto agudo do miocárdio, pneumotórax ou pneumonia). Outras alterações sugerem o
diagnóstico ou, pelo menos, a necessidade de realizar investigação adicional (p. ex., o
contorno aórtico anormal na radiografia de tórax sugere a necessidade de exame para o
diagnóstico de dissecção da aorta torácica). Assim, se os resultados desses exames iniciais
forem normais, dissecção da aorta torácica, pneumotórax hipertensivo e ruptura esofágica são
amplamente improváveis.
Entretanto, nas síndromes coronarianas agudas, o ECG pode não se modificar durante
várias horas ou, às vezes, em nenhum momento, e na EP a oxigenação pode ser normal.
Portanto, pode ser necessária a obtenção de outros estudos com base nos achados da história
clínica e do exame físico.
Como um único conjunto de marcadores cardíacos, com resultado normal não exclui uma
causa cardíaca, pacientes com sintomas que sugerem síndrome coronariana aguda devem ser
submetidos a avaliações seriadas dos marcadores cardíacos e ECGs pelo menos em intervalos
de 4 h. Inicia-se o tratamento medicamentoso para a síndrome coronariana suspeita enquanto
se aguardam os resultados do 2º exame dos níveis de troponina, a menos que exista nítida
contraindicação.
Nos pacientes com dor torácica crônica, condições que colocam a vida em risco
imediatamente são improváveis. A maioria dos médicos solicita inicialmente a radiografia de
tórax e outros exames subsidiários com base nos sinais e sintomas.
● Causas musculoesqueléticas:
● Causas gastroesofágicas:
A dor de origem esofágica pode resultar de alterações associadas com a percepção anormal
imposta pela diminuição do limiar da dor, ou de transmissão anormal do estímulo no sistema
nervoso. Suas causas mais comuns são: refluxo gastroesofágico (RGE), espasmo esofágico,
esofagite e outras desordens motoras. A principal é o RGE, que representa a segunda causa
mais prevalente de dor torácica não cardíaca.
O alívio da dor com o uso de nitroglicerina não indica necessariamente a origem cardíaca.
Em alguns casos de espasmo esofágico, a dor pode ser aliviada por nitroglicerina, o que
dificulta o diagnóstico. A abordagem inicial ao paciente deve incluir a exclusão da SCA
usando a triagem apropriada em todos os pacientes com dor torácica aguda. A dor precordial
atípica deve ser avaliada com eletrocardiograma e teste de esforço, antes da realização de
propedêutica gastrointestinal.
Pode-se realizar prova empírica com objetivo diagnóstico, usando inibidor de bomba
protônica (IBP), após a exclusão de outras dores não cardíacas. A resposta clínica a esse
tratamento tem sensibilidade e especificidade diagnósticas do RGE, respectivamente, de 80%
e 74%. Em pacientes cuja resposta ao teste com IBP é negativa, a pHmetria e endoscopia
estão indicadas, sendo a primeira o padrão-ouro.
● Causas cardíacas:
Podem estar relacionadas com isquemia miocárdica devido a DAC, dissecção aguda de
aorta, doença valvular, inflamação do miocárdio ou pericárdio, ou atividade adrenérgica
exacerbada.
Sua apresentação clínica é caracterizada por dor intensa, terebrante, aguda, de pico máximo
no início.
● Apesar do quadro agudo e intenso, seu diagnóstico requer alto índice de suspeição,
pois alguns pacientes não apresentam sintomatologia característica.
Valvulopatias: as lesões da valva aórtica e da mitral podem cursar, raramente, com dor
torácica. A estenose aórtica deve ser considerada diante de angina progressiva, dispneia ou
sincope.
● O exame físico revela pulsos parvus e tardus, ictus sustentado, e sopros característicos.
Pericardite: a pericardite aguda evolui com dor torácica, usualmente pleurítica, presença
de atrito pericárdico à ausculta e supra-desnivelamento de ST difuso ao eletrocardiograma. A
dor típica é súbita, em fincada ou opressiva, em tórax anterior, ventilatório-dependente, que
piora com a posição assentada. Pode irradiar, principalmente, para a região do trapézio.
Causas psicogênicas:
● Deve-se aventaem causa psicogênica em pacientes que relatam dor precordial, história
de vários infartos anteriores, e certa dissociação entre a intensidade da queixa e a observada,
além de exames eletrocardiográfico e enzimático normais.
Causas pulmonares
A dor torácica de origem pulmonar está relacionada com alterações dos vasos ou do
parênquima pulmonar, e do tecido pleural. As alterações dos vasos pulmonares podem se
manifestar de forma aguda, como ocorre no tromboembolismo pulmonar (TEP); ou crônica,
como na hipertensão pulmonar.
● A dor torácica é, em geral, de início agudo, aparece em 66% dos casos de TEP, e em
97% associa-se com dispnéia e taquipnéia.
● A dor torácica ocorre associada à pneumonia em 30% dos casos e,assim como no
câncer pulmonar e na sarcoidose a sua manifestação isolada é pouco frequente. Associa-se,
usualmente, com outra sintomatologia como: febre, tosse, e dispnéia.
É importante lembrar que, como outras doenças autoimunes, os pênfigos não são doenças
contagiosas. Podem aparecer em qualquer idade (crianças, jovens, adultos e idosos), mas são
mais frequentes em pessoas a partir dos 40-50 anos, tanto homens como mulheres. É
diagnosticada no mundo todo, mas existe um tipo específico de pênfigo, conhecido como
“fogo selvagem”, que é mais frequente no Brasil, sobretudo em áreas rurais.
Há dois tipos principais de pênfigo: pênfigo vulgar e pênfigo foliáceo, no entanto, nas
literaturas é possível encontrar outros tipos.
Manifestações Clínicas:
O pênfigo vulgar são bolhas que geralmente começam nas mucosas, principalmente na
boca (gengiva, lado de dentro das bochechas, língua, céu-da-boca, até a garganta), mas
também podem surgir dentro do nariz e na região genital. O paciente pode passar alguns
meses tendo bolhas e feridas somente nessas mucosas. A partir daí, surgem as bolhas na pele,
principalmente no couro cabeludo, costas, peito e depois no corpo todo.
O pênfigo foliáceo, como dito acima, é o tipo é mais comum no Brasil do que em outros
países, ocorrendo principalmente nas áreas rurais, onde é também chamado de “fogo
selvagem”. Nessa forma de pênfigo, as bolhas e feridas não aparecem nas mucosas, somente
na pele. Além dos pênfigos, há um outro grupo de doenças autoimunes que resulta na
formação de bolhas na pele e nas mucosas: os penfigoides. O principal deles se
chama penfigoide bolhoso, que afeta principalmente os idosos. A doença é caracterizada pelo
surgimento de bolhas grandes e muito firmes e que demoram muitos dias para romper.
O pênfigo foliáceo tem início em áreas seborréicas como face, couro cabeludo e parte
superior do tronco, apresentando eritema, descamação, crostas e ocasionalmente bolhas
flácidas. Quando as escamas desprendem-se e as bolhas se rompem, deixam erosões
dolorosas. Vesículas podem surgir ao longo das bordas das lesões. Eventualmente, pode haver
progressão para uma eritrodermia esfoliativa. Pode ocorrer piora com exposição ao sol ou ao
calor. Evidencia-se o sinal de Nikolsky. A mucosa não está comprometida. Sua variante
clínica, o pênfigo eritematoso, é considerada uma forma localizada e inicial de pênfigo
foliáceo, que apresenta lesões eritematodescamativas na face e em áreas seborréicas.
Antigamente, esta variante era denominada de síndrome de Senear-Usher que correspondia à
associação de pênfigo e lúpus eritematoso, sendo uma denominação inadequada, pois são
doenças independentes.
No pênfigo vulgar observa-se erosões orais em 50-70% dos casos que, usualmente,
precedem as bolhas cutâneas por semanas ou meses ou são as únicas manifestações da
doença. O local de apresentação das lesões geralmente é o palato mole (80%). Outras
mucosas podem estar envolvidas como: conjuntiva, faringe, laringe, esôfago, uretra, vulva e
colo uterino. A pele apresenta muito mais erosões localizadas ou generalizadas do que bolhas.
As bolhas são flácidas, não-pruriginosas e só eventualmente são vistas íntegras.
Tanto no caso dos pênfigos como dos penfigoides, o diagnóstico deve ser realizado por
médicos dermatologistas. O médico vai fazer perguntas para entender como, quando e onde as
lesões apareceram e vai examinar tanto a pele como a boca e a região genital.
Para se confirmar totalmente o diagnóstico, é necessário fazer uma biopsia de pele. Para
isso, o médico irá aplicar uma anestesia local (por meio de injeção) e retirar um pequeno
pedaço de pele, e em seguida dará um ou dois pontos no local. Esse fragmento de pele será
enviado a um laboratório de patologia, e lá, um médico patologista irá examiná-lo no
microscópio para verificar o tipo de bolha e o nível onde ela se forma dentro da pele (mais
superficial, no caso do pênfigo foliáceo, um pouco mais abaixo, no caso do pênfigo vulgar, e
ainda mais profunda, no caso do penfigoide bolhoso).
Em alguns casos, pode ser necessário retirar um segundo fragmento de pele (por meio de
outra biopsia), para fazer um exame chamado imunofluorescência direta. E também, em
alguns casos, pode ser necessário fazer um exame de sangue chamado imunofluorescência
indireta (são poucos os laboratórios que fazem esse exame), para confirmar o diagnóstico.
Como essas doenças podem ser graves se não tratadas de forma adequada, e como os
medicamentos utilizados são bastante fortes e podem apresentar efeitos colaterais, é
importante que o médico tenha certeza do diagnóstico.
Tratamento:
Prognóstico:
PÊNFIGO PARANEOPLÁSICO
É uma forma distinta de pênfigo, descrito em 1990, que está associada principalmente a
doenças linfoproliferativas como linfoma não-Hodgkin (42%), leucemia linfocítica crônica
(29%) e doença de Castleman (10%). A mais constante característica clínica é a presença de
uma estomatite intratável com um quadro de líquen plano penfigóide se superpondo ao
eritema polimorfo com bolhas cutâneas e lesões palmoplantares em alvo. O anticorpo
predominante é a IgG1. Na imunoprecipitação ocorre reação a múltiplos antígenos de 250 kD
(desmoplaquina 1), 210 kD (desmoplaquina 2), 230 kD (antígeno do penfigóide bolhoso),
plectina (500 kD), envoplaquina (210 kD), periplaquina (190 kD) além das desmogleínas 1
(160 kD) e 3 (130 kD). É interessante lembrar que a IgG não penetra membranas celulares e
que a maioria desses antígenos estão na superfície externa dos ceratinócitos. O prognóstico é
grave.
É uma nova doença bolhosa intraepidérmica auto-imune caracterizada por uma erupção
vesicopustular, infiltração de neutrófilos na pele e auto-anticorpos do tipo IgA contra a
superfície dos ceratinócitos. Não há auto-anticorpos do tipo IgG. Ocorre em pessoas de
meia-idade ou idosos atingindo mais axilas, virilhas, tronco e extremidades proximais. Dois
tipos têm sido descritos: neutrofílico intraepidérmico e dermatose pustular subcorneana. O
último tipo é clínica e histologicamente indistinguível da doença de Sneddon-Wilkinson,
sendo necessária avaliação imunológica. A dapsona é a droga de escolha.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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2018. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/sintomas-
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FRANÇA, Emanuel. Pênfigos. Clínica Emanuel França. Recife, 2018. Disponível em:
http://www.emmanuelfranca.com.br/penfigos-2/.