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Aterosclerose Coronariana

É o acúmulo anormal de lipídios que forma uma placa de ateroma, um tecido fibroso
no revestimento das paredes dos vasos arteriais, que bloqueia e estreita os vasos, dificultando
a circulação do sangue. Fatores de risco: Síndrome metabólica, obesidade, tabagismo,
hipertensão arterial, hiperlipidemia e diabetes. Os sintomas dependem do órgão afetado:
coronária (angina do peito e infarto do miocárdio), cérebro (isquemia) e aorta (aneurismas).
Tratamento e prevenção: Modificar estilo de vida, praticar atividades físicas, uso de
medicamentos hipolipemiantes, abandonar tabagismo, tratar hipertensão, controlar diabetes
mellitus e cirurgia S/N (angioplastia).

Angina do peito ou Angina Pectoris


Síndrome que provoca dor ou pressão intensa na região anterior do tórax
(precordial), devido à diminuição do fluxo de sangue no coração (isquemia), resultando em
suprimento inadequado de oxigênio para o miocárdio. Dura em torno de 1 a 5 minutos e
passa. Causas: A deficiência de irrigação do miocárdio pode ser causada por aterosclerose
(obstrução das artérias coronárias). Fatores predisponentes: hipertireoidismo, diabetes
mellitus, hipertensão arterial, hipotensão, hereditariedade. Crise anginosa: Frio intenso,
esforços físicos (aumenta demanda de oxigênio do miocárdio), emoções fortes, alimentação
pesada, estresse. Maior incidência em homens acima de 40 anos. Sinais e Sitomas: Início
súbito, dor retroesternal que pode se irradiar para pescoço, ombro e braço esquerdo; sensação
de opressão no tórax, amortecimento do braço esquerdo, dificuldade respiratória, palidez,
sensação de morte iminente. Desparece sem deixar sintomas. Diagnóstico: Anamnese
(localização, duração e intensidade da dor), exame físico, ECG, cineangiocoronariografia e
provas de esforço. Tratamento: Orientar paciente para que evite situações que geram crise
anginosa (exposição ao frio, estresse emocional, fumo, alimentação excessiva, exercícios
físicos violentos); carregar sempre consigo a medicação que utiliza, ter uma dieta
equilibrada, evitar excessos alimentares, administração de sedativos e tranquilizantes e
repouso. Cuidados de enfermagem na crise anginosa: Acalmar o paciente, deitá-lo,
afrouxar-lhe as roupas, administrar medicação CPM, oxigenioterapia, observar efeito da
medicação e possíveis efeitos tóxicos (cefaleia, sincope, aumento da PIC, hipotensão e
taquicardia), controlar SSVV, em caso de paradas (respiratória ou cardíaca) aplicar
respiração artificial e compressão cardíaca, orientar paciente e família sobre os cuidados para
prevenir novas crises. Administração de medicamentos: nitroglicerina (relaxante da
musculatura lisa e vasodilatador coronariano), pode ser EV, SL e spray, não administrar se
PA sistólica < 90 mmHg; betabloqueadores (reduzem consumo de O² e diminuem Fc);
antiplaquetário e anticoagulantes (AAS, Clopidogrel, Heparina, O²). Complicações: Infarto
do miocárdio.

Infarto Agudo do Miocárdio


É a necrose isquêmica de uma área do miocárdio (súbita interrupção do fluxo
sanguíneo nas artérias do coração, que leva a lesão e morte de parte do músculo cardíaco)
ocasionada pela obstrução parcial ou total de uma ou mais artérias coronárias (trombo,
hemorragia ou placas de gordura). A localização e a gravidade do infarto dependem da
artéria atingida e da extensão da área necrosada. Causas: doença aterosclerótica, hipertensão
arterial, choque hipovolêmico, embolia, hemorragia. Fatores predisponentes: tabagismo,
obesidade, sedentarismo, estresse emocional, alimentação com excesso de sal e gordura e
hereditariedade. A incidência é maior em homens acima de 40 anos. Sinais e sintomas: dor
súbita, contínua e intensa em região retroesternal tipo constritiva, podendo irradiar para parte
superior do abdome, ombro, pescoço e braço esquerdo, pulso rápido, irregular e filiforme,
hipotensão arterial, sudorese, palidez, náuseas, vômitos, dispneia, cianose, PCR.
Diagnóstico: histórico, ecocardiograma (ultrassom), ECG (mede atividade elétrica do
coração, decúbito ventral: prona), exames de sangue (dosagem de enzimas CK-MM, CK-
MB, LDH1e TGO, mioglobulina e troponina altas. Tratamento: monitorar paciente por 72h,
analgésicos (sulfato de morfina e narcóticos), oxigenoterapia, anticoagulantes (heparina,
AAS), agentes trombolíticos (estreptoquinase, AP-t ativador do plasminogênio tecidual) que
atuam dissolução de um trombo ou coágulo sanguíneo, vasodilatadores coronarianos
(relaxam e alargam), digitálicos (digoxina, fortalece a musculatura cardíaca), sedativos e
tranquilizantes, inibidores da enzima conversora de angiotensina (hormônio peptídico que
causa vasoconstrição e aumento da pressão arterial) e repouso absoluto. Observações: O
paciente deverá ficar em uma unidade equipada com monitores contínuos, equipamentos de
ressuscitação, equipe médica e de enfermagem especializada por 72h (período que ocorrem
complicações graves). Após o período crítico, ele ainda permanece hospitalizado, sendo
medicado e observado rigorosamente e em repouso. A dieta deve ser leve, hipossódica,
hipogordurosa e de fácil digestão, evitando líquidos gelados (causam arritmia). Tratamento
cirúrgico: cateterismo, ponte de safena e angioplastia. Complicações: parada cardíaca e
respiratória, choque cardiogênico, fibrilação ventricular, insuficiência cardíaca congestiva,
edema agudo de pulmão e embolia pulmonar. Cuidados imediatos de enfermagem:
proporcionar repouso absoluto, controlar SSVV, reconhecer sinais de alarme se
monitorizado, administrar medicação CPM (cateter calibroso para emergência), manter
paciente calmo, controlar diurese, proporcionar cuidados de higiene, orientar familiares,
anotar e avisar qualquer alteração, observar oxigenoterapia, cuidados na administração de
analgésicos (nunca administrar narcóticos se a respiração do paciente estiver inferior a 12
mrpm), estimular respiração profunda, mudanças de decúbito, exercícios leves com MMII
para evitar complicações respiratórias e circulatórias. Cuidados na convalescença
(recuperação): orientar paciente e família para que evitem conversas excessivas e assuntos
desagradáveis, orientar quanto a dieta, exercícios que poderá fazer e sobre restrições que
deverá obedecer, evitando fumo, álcool, controlando peso corporal, evitando atividades que
provoquem dispneia ou cansaço excessivo e extremos de calor e frio.

Insuficiência Cardíaca
É a incapacidade de o coração bombear o sangue em quantidade suficiente para
suprir as necessidades do organismo. Isso provoca uma sobrecarga hídrica de sangue e
líquidos nos órgãos (anasarca). Causas: hipertensão com hipertrofia do miocárdio,
aterosclerose, infarto agudo do miocárdio, miocardite, insuficiência aórtica, hipervolemia,
anemia, insuficiência renal e arritmia cardíaca. Diagnóstico: anamnese, exame físico, ECG,
ecocardiograma, RX de tórax, pressão venosa central, cateterismo cardíaco, exames de
sangue (hemograma, dosagem de sódio, potássio, ureia, creatinina). Tratamento e cuidados
de enfermagem: controlar o peso para saber se está retendo líquido, controlar líquidos
ingeridos e eliminados (balanço hídrico), proporcionar repouso, conforto e higiene, orientar
quando a dieta que deve ser leve e hipossódica, estimular ingestão de alimentos ricos em
potássio em pacientes que tomam diuréticos, estimular exercícios com MMII para evitar
complicações circulatórias, verificar SSVV conforme rotina, manter a cama em posição de
Fowler para facilitar a respiração, observar funcionamento intestinal, administrar digitálicos
para aumentar a força de contração do músculo cardíaco (verificar pulso antes, se bpm
inferiores a 60, comunicar enfermeiro antes de administrar) e observar os efeitos tóxicos
(anorexia, náuseas, vômitos, bradicardia), administrar diuréticos para auxiliar na eliminação
do excesso de líquidos, anti-hipertensivos (IECA, betabloqueadores, bloqueadores de canais
de cálcio, hidralazina, isossobrida, alfabloqueadores) e oxigenoterapia para aliviar dispneia.
Complicações: embolia pulmonar, trombose de veias dos MMII e edema pulmonar.

Tipos de Insuficiência Cardíaca:


 Insuficiência cardíaca do lado esquerdo: significa que a força da câmara esquerda
do coração, que bombeia sangue para todo o corpo, está reduzida e,
consequentemente, tem que se esforçar mais para bombear a mesma quantidade de
sangue, a tendência é hipertrofiar e o sangue ir se acumulando dentro dos pulmões,
provocando edema pulmonar. O acúmulo de sangue que entra no lado esquerdo do
coração provoca congestão pulmonar e dificuldade respiratória. Sinais e sintomas
ICE: dispneia e cansaço, ortopneia paroxística noturna (sufocamento), tosse, palidez,
cianose de extremidades, oligúria, noctúria;
 Insuficiência cardíaca do lado direito: a câmara que bombeia sangue para os
pulmões apresenta problemas e retém o sangue que vai para os pulmões. Essa retenção
faz com que o sangue volte para o corpo, podendo apresentar problemas para outros
órgãos. O acúmulo de sangue proveniente do lado direito do coração provoca
congestão e acúmulo de líquidos em outras partes do corpo, como nas pernas e no
fígado. Sinais e sintomas ICD: edema de MMII, cianose de extremidades, distensão
abdominal (devido hepatomegalia, esplenomegalia e ascite), dilatação das veias do
pescoço e taquicardia.

Hipertensão Arterial
É a elevação duradoura da pressão arterial, na qual a pressão diastólica está acima
de 90mmHg e a sistólica acima de 140mmHg, ou seja, maior ou igual a 140/90mmHg.
Fatores de risco: tabagismo, dislipidemia, homens acima de 60 anos, alto consumo de café,
álcool e drogas, obesidade, mulheres na pós-menopausa, histórico familiar, dieta rica em
sódio. Sintomas: enxaquecas matinais, fadiga, nervosismo e irritabilidade, escurecimento da
visão e vertigens, alterações na retina com hemorragias, dispneia e crise anginosa.
Complicações: angina ou infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, aneurismas
vasculares, nefropatia, doença arterial vascular periférica, acidente vascular encefálico
isquêmico ou hemorrágico, diminuição da acuidade visual devido a retinopatia e
insuficiência ventricular esquerda. Tratamento não farmacológico: controle de peso, dieta
hipolipídica e hipossódica, abolir ingestão de álcool e tabagismo, praticar atividades físicas
regulares, aumentar ingestão de frutas e verduras, controlar glicemia e redução do estresse.
Tratamento farmacológico: sedativos de ação moderada, medicamentos diuréticos (Lasix,
Aldactone), hipotensores (Aldomet, Adalat, Capoten, Minipress) e betabloqueadores
(Propranolol). Cuidados de enfermagem: proporcionar repouso e relaxamento, verificar
SSVV (principalmente PA), observar efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensão,
hiponatremia, náuseas, vômitos, dor abdominal, hipopotassemia, hipotonia muscular -
diminuição dos tônus muscular -, cãibras, sonolência e arritmias), orientar paciente sobre
evitar café, fumo, álcool, gorduras, sal, situações de estresse e incentivar a praticar exercícios
físicos.

Endocardite
É a inflamação da camada que reveste internamente o coração e as válvulas
cardíacas (endocárdio). Endocardite reumática: complicação da febre reumática.
Endocardite infecciosa: causada por infecção microbiana. Causas: febre reumática,
complicações pós-operatórias (substituições valvulares, válvulas artificiais) e infecções
(qualquer infecção no organismo pode atingir o coração através da corrente sanguínea,
principalmente as infecções respiratórias e urinárias). A endocardite reumática atinge mais
crianças e adolescentes, e a infecciosa, os idosos. Os sinais e sintomas são decorrentes das
lesões das válvulas cardíacas e da toxidade da infecção podendo ser febre, mal-estar, perda
de peso, cansaço, petéquias na pele, sudorese, calafrios, dores musculares, sopro cardíaco,
dispneia e anemia. Diagnóstico: exame físico, anamnese, hemocultura, ECG e provas de
resistência reumática. Tratamento: antibióticos, anti-inflamatórios, antitérmicos, repouso,
cirurgia de substituição das válvulas cardíacas S/N. Complicações: destruição das válvulas
cardíacas, anemia e embolia pulmonar.

Miocardite
É a inflamação do miocárdio (músculo cardíaco). Causas: complicação da febre
reumática ou por infecções causadas por vírus, fungos, bactérias, parasitas e ricketsias.
Sinais e sintomas: fadiga, dispneia, palpitações, desconforto precordial e sinais de
insuficiência cardíaca. Diagnóstico: exame físico, anamnese, ECG, hemocultura, provas de
função cardíaca e reumática. Tratamento: antibióticos, anti-inflamatórios, antitérmicos,
repouso, tratamento da insuficiência cardíaca. Complicações: insuficiência cardíaca
congestiva, edema pulmonar, trombose venosa e embolia.

Flebite e Tromboflebite
Flebite é a inflamação das paredes de uma veia e tromboflebite é a formação de um
coágulo numa veia em consequência da flebite ou devido à obstrução parcial da veia, ou
seja, é a inflamação e mais um trombo nos MMII. Causas: estase venosa (estagnação de
sangue), traumatismos (injeções, cateteres de demora), insuficiência venosa precedente,
obesidade, anticoncepcionais orais, imobilização no leito. Sintomas: edema local,
endurecimento da veia, hiperemia no local, dor e hipertemia local e mialgia. Tratamento:
repouso com elevação das extremidades para retorno circulatório, aplicação de
anticoagulantes (heparina) quando há formação de trombos e analgésicos. Complicações:
úlcera varicosa. Cuidados de enfermagem: movimentação ativa e passiva dos MMII no
pós-operatório, deambulação precoce e o repouso deve ser com os membros elevados em
uma posição mais alta que a do coração. Prevenção: uso de meias elásticas para pessoas
com atividades restritas, adotar posição correta na cama (uma perna não deve fazer pressão
sobre a outra), evitar longos períodos sentados ou em pé, evitar pressão nas pernas.

Insuficiência Venosa Crônica


Resultado da oclusão crônica da veia ou da incompetência das válvulas venosas, ou
seja, anormalidade do funcionamento do sistema venoso causada por uma
incompetência valvular, associada ou não à obstrução do fluxo venoso (estase venosa).
Causas: insuficiência valvular, estase venosa e trombose venosa profunda. Sintomas:
edema, dilatação acentuada das veias das pernas, pigmentação marrom da pele e pele seca
com rachaduras e pruriginosa (coceira). Complicações: infecção, veias varicosas e
ulcerações.

Veias Varicosas
São veias superficiais dilatadas e tortuosas causadas por incompetência das
válvulas venosas (parte inferior do tronco, esôfago, reto). Causas: distensão crônica das
veias (gravidez, obesidade, ocupações que requerem ficar muito de pé), fragilidade
hereditária das paredes das veias ou das válvulas e perda de elasticidade por idade avançada.
Sintomas: veias dilatadas, tortuosas e pigmentadas, dor, cãibras musculares, fadiga muscular
nas pernas, sensação de peso nas pernas, edema nos tornozelos, sinais de insuficiência
venosa crônica (edema, dor, pigmentação e ulceração). Tratamento clínico: evitar estase
venosa usando meias elásticas, não cruzar as pernas, controlar ganho de peso, evitar
traumatismos nas pernas, elevar os pés da cama em 15 a 20 cm antes de dormir e estimular
exercícios físicos como caminhada e natação. Tratamento cirúrgico: safenectomia.

Febre Reumática
É uma doença inflamatória sistêmica que afeta as grandes articulações, tendões,
pele, sistema circulatório, respiratório, nervoso e renal. Causas: existe uma correlação entre
a febre reumática e infecções pela bactéria Streptococcus hemolítico (infecções de amídalas,
faringe e ouvido). A incidência é maior em crianças e adolescentes. Sinais e sintomas:
início insidioso, que evolui com febre, mal-estar e dores articulares, a inflamação começa
nas grandes articulações (joelhos, cotovelos, punhos e quadris), provocando dor, calor,
edema e dificuldade de movimento. A doença tem caráter migratório e recidivante, podendo
desaparecer por algum tempo e retornar em outra articulação, acabando por atacar todas ou
pode se localizar no coração, sistema nervoso, rins e aparelho respiratório. Diagnóstico:
exame físico, anamnese, cultura das secreções de orofaringe, pesquisa de Streptococcus beta
hemolítico, provas de atividade reumática, proteína C reativa, titulação das estreptolisinas
“O” e ECG. Tratamento: repouso, antibióticos - penicilina (bactérias), anfotericina B
(fungos) -, anti-inflamatórios (AAS) e corticoides (prevenção das lesões cardíacas).
Complicações: endocardite, miocardite, pericardite, insuficiência cardíaca, glomerulonefrite,
encefalite e pneumonia. Cuidados de enfermagem: proporcionar repouso, controle da
diurese, observar aparecimento de complicações cardíaca, renal e cerebral, estimular
alimentação e ingestão de líquidos, proporcionar recreações se paciente for criança.
 Cateterismo Cardíaco: Procedimento realizado em unidades de hemodinâmica,
com UTI e cirurgia cardíaca S/N, injeta-se contraste à base de iodo no vaso para
visualização, através da introdução de um cateter no sistema venoso ou arterial de um
dos MMSS ou MMII, podendo televisionar e registrar o ritmo cardíaco, pressões e
saturação de O² nas quatro câmaras cardíacas. Utilizado para avaliar a permeabilidade
da artéria coronária, após IAM, e para determinar se os procedimentos de
revascularização serão necessários.
 Angiografia (Cineangiocoronariografia): Técnica que injeta contraste dentro
do sistema vascular para delinear o coração e os vasos sanguíneos com a finalidade de
determinar obstruções ou estreitamentos, usualmente realizada junto ao cateterismo
cardíaco.
 Eletrocardiograma (ECG): Representação da atividade elétrica do coração.
Aplica-se eletrodos em posições padronizadas sobre a pele do tórax e dos membros.
Idade, altura, peso, sintomas e medicamentos devem ser anotados para melhor
interpretação do exame.
 Holter: Representação gráfica da atividade elétrica cardíaca, feita com aparelho
instalado no corpo da pessoa, que permanece durante 24h, monitorando a atividade
cardíaca do paciente, enquanto ele faz sua rotina.
 Ecocardiografia: É o ultrassom do coração que auxilia na avaliação de algumas
características do órgão, como as morfológicas – tamanho, aparência, espessura,
formato -, a capacidade de funcionamento e o fluxo sanguíneo.
 Eletrocardiograma de esforço (teste ergométrico): O paciente faz exercícios
numa esteira, ou aparelho semelhante a uma bicicleta, e se avalia as anormalidades do
ECG, que indica a isquemia miocárdica e avalia a capacidade para o desempenho
físico.
 Arteriografia: Radiografia da artéria após administração de sustância radiopaca.
Recomenda-se fazê-la com anestesia geral. Dependendo do local, recebe diferentes
denominações: aortografia (contraste injetado na aorta por punção lombar,
visualizando-se a aorta), arteriografia femoral (injete-se o contraste na artéria femoral,
obtendo-se a radiografia dos vasos dos MMII), arteriografia subclávia (injeta-se o
contraste na artéria subclávia, visualizando-se as artérias dos MMSS).
 Estase sanguínea: paralisação ou diminuição da circulação sanguínea;
 Êmbolo: fragmento de corpo estranho presente na corrente sanguínea (coágulo, ar,
gordura);
 Embolia: oclusão de uma artéria por um êmbolo;
 Trombo: coágulo sanguíneo formado dentro do coração ou dos vasos sanguíneos,
devido ao retardamento do fluxo de sangue ou de alterações do próprio sangue ou das
paredes vasculares;
 Cianose: coloração azulada da pele devido à falta de oxigênio;
 Anóxia: ausência de oxigênio nos tecidos;
 Hipóxia: diminuição de oxigênio nos tecidos;
 Isquemia: redução ou deficiência do fluxo sanguíneo em determinada região do
corpo;
 Necrose: tecido morto devido à falta de circulação no local;
 Hipotensão arterial: diminuição da pressão arterial;
 Hipertensão arterial: elevação da pressão arterial;
 Bradicardia: frequência cardíaca abaixo do normal;
 Taquicardia: frequência cardíaca acima do normal;
 Taquisfigmia: pulso rápido e fino;
 Arritmia: ritmo cardíaco descoordenado;
 Assistolia: ausência de batimentos cardíacos – parada cardíaca;
 Extrassístoles: batimento cardíaco acontecendo antes do seu momento normal no
ritmo cardíaco;
 Claudicação: andar mancando;
 Bigeminismo: 2 batimentos cardíacos seguidos.

Pneumonia
Infecção do tecido pulmonar que pode ser causada por diversos organismos
(bactérias, micobactérias, vírus e fungos). Fatores predisponentes: baixa resistência
orgânica (crianças e idosos) e como complicação do sarampo, coqueluche e escarlatina.
Incidência: maior em crianças e idosos. Sinais e sintomas: início súbito (pneumocócica),
febre alta (38,5º a 40,5ºC), dor torácica pleurítica agravada pela respiração profunda e pela
tosse, taquipneia (25 a 45 mrpm), angústia respiratória (dispneia, uso dos músculos
acessórios na respiração), pulso rápido (taquicardia) que aumenta com a febre, cogestão
nasal (há infecção do trato respiratório superior), escarro, mialgia, cefaleia, inapetência,
sudorese, ortopneia, dispneia, mal-estar, dores musculares, dor torácica, batimentos das asas
do nariz e cianose. Diagnóstico: sinais e sintomas, exame físico, RX do toráx, exame de
escarro (tipo de infecção) e hemocultura. Fatores de risco: condições que produzem muco
ou obstrução (câncer, tabagismo, DPOC), pacientes imunossuprimidos, reflexo da tosse
diminuído (medicamentos, debilidade, fraqueza dos músculos respiratórios), aspiração de
material estranho (traumatismos, anestesias, nível de consciência deprimido, deglutição
anormal), uso de sondas nasogástricas e tubo endotraqueal, idade avançada, decúbito dorsal
em pacientes incapazes de proteger via aérea, terapia respiratória com equipamentos
inadequadamente limpos e transmissão de microrganismos por profissionais da saúde.
Tratamento: antibióticos (azitromicina, claritromicina, eritromicina, levofloxacino,
cefuroxima, ceftriaxona, ampicilina/sulbactam, ertapenem, ceftadizina, carbapenem,
piperaciclinatazobacta, fluorquinolona e vancomicina), oxigenioterapia (cateter nasal,
máscara, tenda de oxigênio), antitérmicos e analgésicos, anti-histamínicos, expectorantes,
antitussígeno, umidificação do ambiente, nebulização, repouso no leito, exercícios
respiratórios e hidratação. Complicações: hipotensão e choque (pctes que não receberam
tratamento adequado, microrganismos resistentes e comorbidades), atelectasia, colapso
pulmonar (obstrução dos brônquios pelas secreções), derrame pleural (acúmulo de líquido
entre as pleuras) que pode causar epiema (derrame pleural com bactérias), edema pulmonar e
infecções (miocardite, pericardite). Cuidados de enfermagem/prevenção: administrar vacina
antipneumocócica CPM, promover a tosse e a expectoração das secreções, incentivar o
paciente a parar de fumar e usar álcool, estimular mudança de decúbito e deambulação,
higiene oral frequente, elevar a cabeceira para evitar aspiração, observar frequência
respiratória, cuidar da higiene dos equipamentos, fisioterapia respiratória, higienizar as mãos
e usar luvas.

Tipos de pneumonia:
 Pneumonia adquirida na comunidade → Streptococcus pneumoniae, Haemophilus
influenzae, Legionella pneumophila (doença dos legionários), Mycoplasma
pneumoniae, pneumonia viral (Influenza A, B, adenovírus, citomegalovírus,
coronavírus, varicela-zoster) e clamídia.
 Pneumonia adquirida no hospital (nosocomial) → Pseudomonas aeruginosa,
Staphylococcus aureus, Klebisiella pneumoniae.
 Pneumonia do hospedeiro imunocomprometido → Pneumocystis, Aspergyllus
formigattus (fúngica), Mycobacterium tuberculosis (tuberculose).
 Pneumonia por aspiração → S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureus (bactérias
anaeróbicas).

Edema Agudo de Pulmão (EAP)


Acúmulo anormal de líquidos nos pulmões. Causas: insuficiência cardíaca esquerda
devido a infarto do miocárdio, estenose aórtica e hipertensão. Sinais e sintomas: angústia
respiratória crescente (taquipneia, dispneia grave, cianose central, sudorese fria), uso da
musculatura respiratória acessória, tosse incessante, produtiva com secreção branca
espumosa ou rósea, cianose de extremidades, taquicardia, confusão mental, agitação e
ansiedade, estertores crepitantes audíveis em extensão variável do tórax, sibilos, ausculta
cardíaca prejudicada pela respiração ruidosa e hipertensão arterial. Diagnóstico: ECG,
gasometria arterial, RX de tórax, ecocardiograma, hemograma, eletrólitos, enzimas
cardíacas, ureia, creatinina, função hepática. Tratamento: depende da origem do EAP,
oxigenioterapia, analgésicos (morfina), diurético, vasodilatadores (nitroglicerina EV,
nitroprussiato), medicamentos inotrópicos (aumenta o tônus e a contratilidade do músculo
cardíaco), cardiotônicos e broncodilatadores. Cuidados de enfermagem: posicionar
paciente para promover circulação (posição ereta, pernas pendentes), tranquilizá-lo,
monitorar efeitos tóxicos dos medicamentos (morfina, diuréticos, vasoativos),
oxigenioterapia para manter saturação, manter vias aéreas permeáveis, aspirar secreção
faríngea S/N, providenciar material para cateterismo vesical de demora para controle hídrico,
material para punção de acesso venoso profundo, material para intubação S/N, controle
rigoroso dos SSVV, administrar medicamentos CPM e posicionar eletrodos para
monitorização cardíaca.

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)


Síndrome caracterizada pela obstrução crônica difusa das vias aéreas inferiores, de
caráter irreversível, ocasionando o aprisionamento de ar progressivo, associado a um
processo inflamatório. Inclui doenças que causam obstrução do fluxo de ar (bronquite,
bronquiectasia, asma brônquica e enfisema pulmonar).

Bronquite
Inflamação das membranas que revestem os brônquios e bronquíolos, aumento da
produção de muco, paciente fica suscetível à infecção respiratória. Causas e fatores
predisponentes: alergia, poluição atmosférica, fumo, deficiência nutricional, infecção viral,
bacteriana e fúngica, fatores hereditários (mãe fumante), clima frio e úmido. Sinais e
sintomas: tosse persistente e produtiva, expectoração mucopurulenta, espessa e de coloração
amarelo esverdeado, crises de tosse pela manhã, dispneia, roncos no peito, febre e cansaço
fácil. Diagnóstico: anamnese, exame físico, RX de tórax, testes de sensibilidade alérgica.
Tratamento: repouso, medicações, broncodilatadores, antitussígenos, antibióticos (se
infecciosa), corticoides, anti-histamínicos, vapor úmido, inalações, nebulizações com agentes
fluidificantes, prática de esportes que estimulam a respiração fora da crise. Complicações:
bronquiectasia (condição em que as vias aéreas dos pulmões são danificadas, dificultando a
secreção de muco), enfisema pulmonar, diminuição da resistência orgânica, predispondo a
outras doenças. Cuidados de enfermagem: manter ambiente umidificado, aquecido, evitar
pó, fumaça e qualquer fator irritante, observar e anotar cor, aspecto e quantidade da
expectoração, incentivar paciente a fazer exercícios respiratórios, estimular ingestão de
líquidos, controle dos SSVV, administrar medicamentos CPM e observar efeitos tóxicos, se
fumante, orientar paciente sobre abandono do fumo e mantê-lo calmo. Tipos:
 Bronquite Aguda: inicia com infecção das vias aéreas superiores (nariz, cavidades
nasais, faringe e laringe) e atinge as inferiores (traqueia, brônquios, bronquíolos,
alvéolos e pulmões), aparecimento súbito, duração média de 1 a 2 semanas.
 Bronquite Crônica: infecções recorrentes, sintomas desaparecem por algum tempo e
retornam.

Asma Brônquica
Condição em que as vias respiratórias de uma pessoa ficam inflamadas, estreitas e
inchadas, além de produzirem muco extra, o que dificulta a respiração. A tríada
sintomática é tosse, dispneia e sibilos. Causas: alergias (pólen, pelos, poeira, mofo, ácaros,
alimentos), tensão emocional, infecções das vias aéreas, exercícios físicos, poluentes e
hereditariedade. Sinais e sintomas: dispneia intensa, respiração ruidosa, tosse, sensação de
sufocação e angústia, expectoração espessa, palidez, cianose de extremidades, sudorese e
estado de mal asmático (estreitamento grave, intenso e prolongado das vias aéreas, resistente
ao tratamento). Diagnóstico: crise asmática, sinais e sintomas, exame físico, RX de tórax,
exame de sangue, teste de sensibilidade a alergias em geral. Tratamento: anti-inflamatórios,
salbutamol, brometo de Ipatrópio-Atrovent (anticolinérgicos), corticosteroides
(hidrocortisona, dexametasona). Complicações: enfisema pulmonar, insuficiência
respiratória aguda (hipóxia e morte), estado de mal asmático. Cuidados de enfermagem:
paciente em posição de Fowler, manter ambiente umidificado, aquecido, livre de qualquer
fator irritante, administrar O² CPM, observar frequência e intensidade respiratória, coloração
da pele, pulso, aspecto da expectoração e estado emocional, incentivar a ingerir líquidos,
administrar medicamentos CPM e observar efeitos tóxicos (palpitações, nervosismo, palidez,
tremores, edema, retenção de líquidos), orientar quanto fatores alergênicos em casa (tapetes,
cortinas, fumaça, mofo, inseticidas, flores, animais), ensinar e estimular exercícios
respiratórios, orientar quando ao uso de broncodilatadores sob a forma de aerossóis.

Enfisema Pulmonar
DPOC de caráter irreversível, em que existe dilatação permanente dos alvéolos, com
perda de elasticidade pulmonar, devido ao rompimento deles e formação do tecido
cicatricial. Causas e fatores predisponentes: complicação da asma brônquica e da
bronquite crônica, fumo, poluição ambiental e fatores hereditários. Maior incidência em
homens acima de 45 anos. Sinais e sintomas: paciente perde gradualmente a função
pulmonar, apresentando tosse produtiva, infecções respiratórias, anorexia, perda de peso,
cansaço fácil e, nos estágios mais avançados, aparece deformação da caixa torácica (tórax
em “barril” devido a distensão pulmonar), cianose de extremidade, rosto avermelhado ou
arroxeado, deformação das pontas dos dedos (ficam achatadas). Diagnóstico: sinais e
sintomas, exame físico, espirometria (determinação da capacidade vital), RX de tórax,
exames laboratoriais e gasometria. Tratamento: antibióticos (se infecção), expectorantes,
broncodilatadores, oxigenioterapia, exercícios respiratórios. Complicações: infecções
supurativas agudas dos bronquíolos, hipóxia, pneumotórax espontâneo devido ao
rompimento dos alvéolos e insuficiência cardíaca congestiva. Cuidados de enfermagem:
manter ambiente umidificado, aquecido, evitar pó, fumaça e qualquer fator irritante, observar
e anotar cor, aspecto e quantidade da expectoração, incentivar paciente a fazer exercícios
respiratórios, estimular ingestão de líquidos, controle dos SSVV, administrar medicamentos
CPM e observar efeitos tóxicos, se fumante, orientar paciente sobre abandono do fumo e
mantê-lo calmo.

Exames do Sistema Respiratório


 Toracocentese: Realização de punção torácica colocando agulha entre as pleuras
para aspirar sangue (hemotórax), ar (pneumotórax), pus (empiema) ou líquido seroso
(pleuriaia). Utiliza-se com a finalidade de retirar material para ajudar no diagnóstico
e/ou esvaziar o espaço pleural para melhorar a respiração;
 Broncoscopia: Introdução de um broncoscópico através da laringe, traqueia e
brônquios, permitindo a visualização dessas vias, aplicação de medicamentos, retirada
de secreções, de tecidos (biópsia) e de corpos estranhos.

 Empiema: presença de secreção purulenta no espaço pleural;


 Hemoptise: hemorragia de origem pulmonar (escarro com sangue);
 Tosse produtiva: tosse com secreção;
 Enfisema pulmonar: dilatação patológica dos alvéolos pulmonares;
 Atelectasia: expansão incompleta dos pulmões.

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