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AFECÇÕES CARDIOVASCULARES

O coração é um órgão oco, localizado no centro do tórax, ocupando o espaço entre os


pulmões e se apoiando sobre o diafragma. Pesa cerca de 300g (trezentos gramas).
É formado por quatro câmaras, divididas em átrio direito e ventrículo direito, em átrio
esquerdo e ventrículo esquerdo, separado entre si pelo septo intraventricular.
As comunicações entre átrios e ventrículos são feitas através de válvulas cardíacas. No lado
direito do coração a válvula existente é denominada tricúspide, pelo fato de ser formada
por três cúspides. No lado esquerdo denomina-se bicúspide ou mitral; ao conjunto das
duas dá-se a denominação de válvulas atrioventriculares.
A função cardíaca consiste em receber o sangue venoso proveniente de todo o organismo,
através das veias cava superior e inferior, encaminhá-lo aos pulmões através da artéria
pulmonar, e impulsioná-lo novamente à circulação sistêmica pela aorta.
Um coração adulto normal bate cerca de 60 a 80 vezes por minuto. Uma falha dessa bomba
por apenas poucos minutos pode ser fatal
https://youtu.be/JUIDLeuaCOM

ANGINA PECTORIS
uma síndrome caracterizada por dor ou por uma sensação de
opressão na região anterior do tórax, que surge como
consequência de um fluxo sanguíneo coronariano insuficiente ou
de um suprimento inadequado de oxigênio ao tecido miocárdio.
Em geral é causada pela aterosclerose associada a uma
obstrução de uma artéria coronariana importante. Pode ainda
ser secundária ao aparecimento de estenose ou insuficiência
aórtica grave, hipertireoidismo, anemia, aortite e taquicardia.
Manifestação clínica:
Os sintomas de angina manifestam-se através de uma dor de intensidade
variável localizada atrás da parte média ou terço superior do externo, sentida
profundamente, no tórax.
O paciente pode colocar a mão fechada sobre o local da dor. Normalmente
esta dor se irradia para o pescoço, os ombros, ou as extremidades superiores,
mais frequentemente no lado esquerdo.
Uma sensação de fraqueza nos braços, punhos e mãos e mesmo de morte
iminente, acompanhada de apreensão intensa, pode ser experimentada pelo
paciente.
Cada crise costuma ter duração inferior a três minutos, mas pode perdurar
por cinco a quinze minutos, quando o paciente se encontra em repouso. Os
fatores que podem desencadear a dor são: esforço físico exagerado, ingestão
de refeição pesada, emoções fortes, excitação, exposição ao frio.
Diagnóstico a avaliação diagnóstica é feita através da observação das manifestações clínicas,
do teste de nitroglicerina com resposta positiva, ou seja, quando há melhora da dor com
administração de comprimidos de nitroglicerina, Faz parte da classe dos medicamentos
vasodilatadores, possuindo ação antianginosa, atua reduzindo o consumo cardíaco de
oxigênio, secundário à redução da pré e pós carga cardíaca; redistribuindo o fluxo
coronariano em direção a áreas isquêmicas através de artérias colaterais e alívio dos
espasmos coronarianos. por via sublingual, e através do ECG e do teste de esforço.

Tratamento: A terapêutica da angina consiste em reduzir a carga do trabalho cardíaco


diminuindo-se, assim, a demanda de oxigênio miocárdio. Consiste, ainda, em aliviar com
fármacos, especialmente a nitro e em prevenir o infarto do miocárdio. Em casos mais graves,
quando se verifica a evolução progressiva do quadro com desenvolvimento de insuficiência
cardíaca congestiva e de arritmias é necessária uma intervenção cirúrgica com fins de
propiciar um novo acesso de suprimento sanguíneo ao miocárdio.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
A assistência de enfermagem deve prover meios para aliviar a dor e prevenir
infarto do miocárdio.
Para isto deve: reduzir a atividade física para uma taxa abaixo do nível em que
ocorre a dor anginosa; evitar expor o paciente a situações de stress e
ansiedade, que desencadeiam aparecimento dos sintomas; oferecer dieta leve
e fracionada atentando para que não ocorra excesso alimentar; evitar que o
paciente se exponha ao frio e, quando o fizer, fazer com que esteja
devidamente agasalhado, No inverno, o risco de infarto pode ser até 30%
maior do que em outras épocas do ano. “Um dos principais motivos é a
vasoconstrição, que reduz o fluxo sanguíneo provocando um desequilíbrio
entre a oferta e a demanda de oxigênio no organismo proporcionar repouso;
verificar sinais vitais de 6/6 hs (ou conforme prescrição).
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO –
IAM refere-se ao processo em que o tecido miocárdio é destruído
em áreas cardíacas que foram privadas do suprimento sanguíneo
adequado. É causado por uma oclusão da artéria coronária ou de
um de seus ramos, quer por um trombo, quer pela obstrução da
luz do vaso por aterosclerose, doença inflamatória crônica de
origem multifatorial, causada pelo acúmulo de gordura (lipídios) e
consequente inflamação da parede dos vasos, com formação de
placas calcificadas. Ocorre um desequilíbrio entre o suprimento e a
demanda de oxigênio do miocárdio.
Oclusão coronariana, ataque cardíaco e infarto do miocárdio são
expressões usadas como sinônimos, porém, o termo infarto do
miocárdio é utilizado com maior frequência.
Manifestações clínicas:
Esta patologia normalmente acomete indivíduos do sexo masculino, com idade superior a 40
anos e portadores de aterosclerose dos vasos coronarianos. Entretanto, podem ocorrer crises
em mulheres e homens mais jovens, na faixa etária entre 20 e 30 anos.
As manifestações típicas começam por dor súbita, geralmente na parte inferior da região
esternal e no abdome superior. É uma dor constante e constritiva, podendo aumentar a sua
intensidade até tornar-se insuportável. Esta dor intensa, tipo garra, pode irradiar-se para os
ombros e braços, geralmente para o lado esquerdo.
Ao contrário da angina, ela começa espontaneamente, persiste por horas ou dias e não é
aliviada pelo repouso nem pelo uso de nitroglicerina. A pulsação pode tomar-se muito rápida,
irregular e fraca, quase imperceptível.
O indivíduo com oclusão grave pode apresentar sinais de choque; a pele adquire uma
coloração acinzentada, com uma sudorese intensa e viscosa; ocorre uma hipotensão em
níveis muitos baixos e a temperatura corporal eleva-se em poucas horas. São frequentes
ainda sintomas como ansiedade, inquietação, dispneia, fraqueza, vertigem, náuseas e
vômitos.
É importante lembrar que alguns pacientes com infarto do miocárdio agudo podem não
apresentar sintomatologia clínica, sendo ele diagnosticado somente através do ECG. Estes
pacientes são denominados de “coronarianos silenciosos”.
Diagnóstico
O Diagnóstico do IM pode ser obtido a partir do aparecimento da sintomatologia já descrita,
da história clínica, de exames físicos e laboratoriais, como o eletrocardiograma — ECG, a
dosagem de transaminase glutâmico oxalacética — TGO, a elevação de TGO pode indicar
lesão em outros órgãos e tecidos como músculos, rins, cérebro e coração a
creatinofosfoquinase — CPK, Quando elevada, essa enzima pode ser um marcador de infarto
do miocárdio, miocardite, hipertermia e distrofia muscular a desidrogenase que se
apresentam em níveis elevados logo após a instalação do infarto e a cineangiocoronariografia.
O prognóstico sobre o paciente dependerá da extensão da área lesada e da assistência que
ele receberá nas primeiras horas.

Tratamento as primeiras 48 horas após o infarto são as mais críticas e requerem vigilância
constante, pois a zona do infarto pode aumentar progressivamente e o risco de choque
cardiogênico e fibrilação ventricular é elevado.
O tratamento objetiva detectar e tratar as arritmias, aliviar o choque e a dor, proporcionar
repouso ao miocárdio, evitar possíveis complicações e interromper a evolução da
arteriosclerose, que é basicamente responsável pelo IM.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Os cuidados a serem prestados ao portador de IAM deverão ser individualizados e, assim sendo, serão prescritos pelo
Enfermeiro. Entretanto, alguns integram a rotina e são apresentados a seguir:

a) Cuidados imediatos: proporcionar ambiente calmo e repousante; verificar sinais vitais de 30 em 30 minutos.
Se o paciente estiver sob monitorização, ficar atento aos sinais de alarme; fazer punção venosa em vaso
calibroso; fazer oxigenação e massagem cardíaca, em casos de urgência, e solicitar a presença do plantonista;
anotar diurese de hora em hora; prestar cuidados higiênicos, no leito; estimular respiração profunda; mudar de
decúbito de duas em duas horas; fazer exercícios passivos com os membros inferiores; manter vigilância
constante, anotar as alterações e solicitar imediatamente a presença do médico e/ou enfermeiro, nas situações
de risco.

b) Convalescença: (Convalescença é um período que o organismo precisa para se recuperar de uma cirurgia ou
de alguma enfermidade. Indica que o paciente está em recuperação após um procedimento médico).Auxiliar o
paciente a se levantar do leito e a deambular quando não houver contraindicação; evitar expor o paciente a
atividades que desencadeiem dispneia ou cansaço excessivo; não expor o paciente a extremos de frio ou calor;
orientar os familiares a evitarem conversas excessivas e assuntos desagradáveis; oferecer dieta leve,
hipossódica e hipolipídica; não oferecer líquidos gelados, pois desencadeiam arritmias; atentar para alterações
na prescrição de enfermagem.
ENDOCARDITE é uma camada tecidual que reveste as cavidades do coração, recobrindo os folhetos de suas válvulas. A
inflamação dessa camada dá-se a denominação de endocardite, inflamação das estruturas internas do coração. Se for causada
por um agente infeccioso como uma bactéria ou fungo, chamamos de endocardite infecciosa. A endocardite acomete
principalmente as válvulas cardíacas. Dentre as doenças que afetam o endocárdio, desencadeando um quadro inflamatório.
A endocardite infecciosa é uma doença grave, causada por micro-organismos que invadem a corrente
sanguínea e se instalam em áreas danificadas do revestimento interno do coração (endocárdio), em válvulas
cardíacas defeituosas ou com próteses instaladas e nas grandes artérias.

Embora num número bem menor de casos a infecção possa ser provocada também pela entrada de fungos
e vírus no organismo, a grande maioria ocorre, quando bactérias de virulência variada, presentes em outras
regiões do corpo, conseguem penetrar na corrente sanguínea (episódio conhecido por bacteremia), e se
fixam no coração. Daí o nome endocardite bacteriana pelo qual a doença também é classificada.

A endocardite não infecciosa, também chamada de endocardite trombótica não infecciosa, é uma doença
de baixa incidência, provocada pela formação de vegetações únicas ou múltiplas, mas não infectadas, nas
válvulas cardíacas e no endocárdio adjacente, como manifestação secundária de diferentes problemas de
saúde. Por exemplo: doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico (endocardite de Libman
Sacks), febre reumática, traumas físicos, câncer de pulmão, estômago e pâncreas, tuberculose, pneumonia,
entre outras, são ocorrências capazes de produzir lesões nas válvulas do coração desses pacientes, lesões
que favorecem a formação de trombos e podem afetar órgãos à distância.
Tanto na endocardite infecciosa como na não infecciosa, trombos podem
soltar-se dessas vegetações e, carregados pela corrente sanguínea,
obstruir artérias à distância.

A doença se instala quando bactérias provenientes de diversas partes do


corpo – da boca principalmente, mas também da pele, intestinos,
aparelho respiratório e trato urinário – são levadas pela corrente
sanguínea até uma válvula do coração ou a outra área danificada do
endocárdio, onde se fixam.
No local, esses micro-organismos patogênicos se multiplicam e surgem
“vegetações”, ou seja, estruturas constituídas por restos celulares,
plaquetas, fibrina (proteína ligada à coagulação do sangue) e bactérias,
que podem destruir a válvula e comprometer o funcionamento do
coração, que passa a ter grande dificuldade para bombear o sangue, um
sinal indicativo de insuficiência cardíaca.
Manifestações clínicas:
A sintomatologia pode ser descrita por manifestações gerais como: calafrios, febre,
sudorese, anorexia, emagrecimento, tosse, dor lombar e esplenomegalia; por
manifestações cutâneas como: petéquias, máculas purpúreas nas regiões plantares e
palmares, nódulos avermelhados e dolorosos nas polpas dos dedos; por manifestações
cardíacas com ocorrência de mudança do murmúrio ou aparecimento de um novo e,
ainda, por manifestações nervosas descritas por cefaleia, acidente vascular encefálico —
AVE e meningite.
Causas: a endocardite pode se manifestar tanto numa válvula cardíaca já
lesada por alguma outra doença como também pode ser resultante de
contaminação de válvulas normais. Pode ocorrer de maneira secundária às
cirurgias cardíacas, em especial as que usam próteses valvulares, a
cateterizarão venosa demorada, as terapias endovenosas e antibióticas
demoradas. Verifica-se, ainda, grande incidência entre os viciados em drogas
injetáveis.
• Atividades como escovar os dentes ou mastigar alimentos,
especialmente se os dentes e gengivas não são saudáveis;
• Áreas com infecções, seja uma infecção de pele, intestino ou
até uma doença sexualmente transmissível;
• Cateteres ou agulhas;
• Procedimentos dentais, como os que causam cortes nas
gengivas;
• Procedimentos respiratórios que envolvam incisão ou biópsia,
como broncoscopia com biópsia, remoção de amígdalas ou
adenoides;
• Procedimentos gástricos e urinários, além do uso de
instrumentos para observar o interior da bexiga ou do intestino.
Diagnóstico: é realizado mediante minucioso exame físico e anamnese com observação
dos sinais e sintomas característicos da patologia. São utilizados exames laboratoriais
como a hemocultura, o ECG. A ecocardiografia e provas de atividades reumáticas.

Tratamento: consiste no cuidado das manifestações apresentadas pelo paciente, na


antibioticoterapia. No uso de antitérmicos, de anti-inflamatórios e no repouso. Nos casos
graves pode-se fazer necessária a intervenção cirúrgica para reparação ou substituição das
válvulas lesadas.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
A assistência de enfermagem dá-se na prevenção e identificação precoce da doença, no
tratamento e no restabelecimento do indivíduo. Os cuidados serão individualizados e
prescritos diariamente pelo Enfermeiro. Tais como: controlar sinais vitais; verificar
temperatura a intervalos de 6/6 horas; realizar a punção venosa de vaso calibroso; anotar
a data da introdução da agulha na punção venosa; manter observação e vigilância
constante das alterações ocorridas com o paciente; em situação de urgência solicitar a
presença do enfermeiro e/ou médico; proporcionar conforto e repouso ao paciente.
MIOCARDITE: é um processo inflamatório que acomete o miocárdio, causado por
complicação da febre reumática, Doença inflamatória que ocorre após um episódio de
amigdalite bacteriana provocada por Streptococcus, tratada inadequadamente. Pode
atingir as articulações, o coração e o cérebro, deixando sequelas cardíacas graves, com
consequências por toda a vida e podendo levar à morte. e por infecções virais, bacterianas
e fúngicas.

Manifestações clínicas:
Os sinais e sintomas irão se manifestar de acordo com o tipo de infecção, o grau da lesão
miocárdica e a capacidade de regeneração do coração. Podem ser observados sintomas
como: fadiga e dispneia, palpitações, dor e desconforto torácicos, febre e sinais de
insuficiência cardíaca congestiva.

Diagnóstico: A determinação do diagnóstico é feita mediante a execução do exame físico e


anamnese do paciente bem como mediante a utilização de exames laboratoriais que
constam de hemocultura, provas da atividade reumática, provas de função cardíaca e
eletrocardiografia — ECG.
Tratamento:
A terapêutica consiste em promover conforto e repouso, no leito, no tratamento da
insuficiência cardíaca, pelo uso de digitálicos e diuréticos e na administração de
antitérmicos, anti-inflamatórios e antibióticos.
A falta de resposta ao tratamento pode complicar o quadro, com o surgimento de
insuficiência cardíaca congestiva — ICC, edema pulmonar, trombose venosa e embolia.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Proporcionar ambiente calmo e livre de stress; proporcionar repouso rigoroso no leito;
verificar sinais vitais em intervalos de 6/6 horas ou conforme a prescrição; mudar de
decúbito de 2/2 horas; prestar cuidados higiênicos no leito, atentando para não cansar o
paciente; orientar e supervisionar a respiração profunda; realizar exercícios passivos e
ativos nos membros inferiores; administrar a medicação prescrita, observando o
aparecimento de sintomas tóxicos do medicamento; relatar as alterações ocorridas com o
paciente; executar suas atividades com habilidade e segurança, atentando para as
ansiedades do paciente; dar atenção às queixas do paciente, tentando aliviá-las
imediatamente, sempre que possível; solicitar a presença do enfermeiro, sempre que
necessário.
PERICARDITE O pericárdio é um saco membranoso que envolve o coração. A
pericardite é a inflamação dessa membrana e tem como causas a febre
reumática, infecções por vírus e bactérias, traumatismos torácicos, cirurgias
cardíacas, infecções respiratórias e renais e, ainda, pode ocorrer como
complicação do infarto do miocárdio.

Manifestações clínicas: manifesta-se por dor na parede anterior do tórax, que


é percebida abaixo da clavícula, na região escapular e no pescoço. Agrava-se
com a respiração e a mudança de decúbito. Esta dor pode ser aliviada quando
o paciente está na posição sentada ou quando o tórax é inclinado para frente.
Estão presentes, ainda, dispnéia, febre, sudorese, calafrios e arritmias. Podem
ocorrer queixas de sensação de plenitude dentro do tórax e dor subesternal
mal definida.
Diagnóstico: consiste no exame físico minucioso com ausculta cardíaca e anamnese.
Exames laboratoriais como hemocultura, eletrocardiograma (ECG), ecocardiografia,
pericardiocentese (punção do pericárdio), são de fundamental importância na
determinação do diagnóstico.

Tratamento: consiste no repouso rigoroso, na administração de antibióticos e corticoides de


anti-inflamatórios, analgésicos, antitérmicos e na pericardiocentese, quando houver
tamponamento cardíaco.
As principais complicações que podem surgir são a insuficiência cardíaca e o
tamponamento cardíaco.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Verificar sinais vitais de 6/6 horas; encorajar o paciente a permanece em repouso, quando apresentar dor
torácica e/ou febre; observar e relatar se o paciente se queixar de dor durante a mudança de decúbito;
orientar e supervisionar a respiração profunda, exceto nos casos em que esta atividade desencadeie dor
torácica grave; executar exercícios passivos e atividades nos membros inferiores; estar atento às alterações
ocorridas com o paciente e relatá-las no prontuário; administrar a medicação prescrita observando o
aparecimento de sintomas de toxicidade; solicitar a presença do enfermeiro quando necessário.
INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA se dá quando o coração torna-se incapaz de
bombear uma quantidade adequada de sangue que possa satisfazer as necessidades de
oxigênio e nutrientes dos tecidos. A insuficiência cardíaca congestiva é determinada pela
congestão circulatória decorrente da diminuição da contratilidade miocárdica. Como
consequência, o débito cardíaco torna-se insuficiente para manter adequado o fluxo de
sangue ao organismo. Este processo acaba por produzir retenção hídrica e de sódio e
aumento da pressão auricular esquerda, que vai resultar em congestão vascular.
Essa patologia pode ter como causas a hipertensão arterial, a arteriosclerose, infarto do
miocárdio, a miocardite, endocardite reumática, a insuficiência aórtica, a hipervolemia, a
anemia, a deficiência alimentar prolongada e a insuficiência renal. Inicialmente pode atingir
apenas um lado do coração, direito ou esquerdo, mas torna-se global, posteriormente.
Se ocorrer do lado esquerdo, será insuficiência cardíaca esquerda. O coração perde a força
contrátil necessária para impulsionar o sangue que chega dos pulmões para o organismo, e a
tendência é acumular este sangue nos espaços pulmonares, o que provocará um edema
pulmonar. Se, por outro lado, esta deficiência se der do lado direito - lCD, fatalmente
acontecerá dilatação do ventrículo direito e oxigenação diminuída do sangue. O sangue
tenderá a retornar para os locais de origem causando acúmulo de líquidos nos órgãos
responsáveis pela circulação.
Manifestações clínicas:
Na fase inicial da doença pode ocorrer insuficiência ventricular direita ou esquerda, passando a apresentar-se uma
combinação de sintomas com a falência dos dois ventrículos.

I - Na insuficiência cardíaca esquerda - ICE - as manifestações são: dispnéia de esforço, respiração superficial, dispnéia
noturna, ortopneia, tosse e fadiga, insônia, taquicardia, inquietação.

II - Na insuficiência cardíaca direita - lCD - os sinais e sintomas são a elevação da pressão e a congestão de veias e capilares
sistêmicos, com edema nos tornozelos, que aumenta no final do dia e diminui com o repouso e a elevação dos membros.

Outras manifestações são a congestão hepática, a dilatação das veias do pescoço, a anorexia e náuseas, a nictúria e
fraqueza.

Diagnóstico: faz-se mediante o exame físico e a anamnese, com achados


cardiovasculares significativos; exame de sangue para dosagem de sódio e
potássio, RX de tórax e gasometria; e ainda cateterismo cardíaco, pressão
venosa central, cineangiocoronariografia e ECG.
Tratamento: a terapêutica tem por objetivo melhorar a força
contrátil e a eficiência do miocárdio, reduzindo a demanda
circulatória e eliminando os fatores que estimulam a ação
cardíaca. Objetiva, também, eliminar o excesso de líquidos no
organismo. Para isto são adotadas medidas como: repouso;
dieta branda, fracionada, com pouco resíduo e hipossódica;
administração de digitálicos, que aumentam a contratilidade
miocárdica e de diuréticos, que auxiliam na eliminação do
excesso de líquidos; oxigenoterapia no alívio da dispnéia.
A complicação do quadro pode ocasionar embolia pulmonar,
trombose de veias dos membros inferiores, edema pulmonar e
até óbito.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Proporcionar conforto ao paciente; manter o paciente em repouso, observando na
prescrição o grau de atividade a que ele poderá ser submetido; promover ambiente calmo
e tranquilo que garanta o sono e o descanso do paciente; incentivar a mudança de decúbito
de 2/2 horas; estimular e supervisionar a respiração profunda; executar exercícios passivos
e ativos com os MMII; manter a cama em posição de Fowler; pesar o paciente diariamente;
anotar o volume de líquidos ingeridos e eliminados; oferecer a dieta leve, fracionada e
hipossódica; anotar alterações no funcionamento intestinal; administrar os medicamentos
conforme a prescrição, adotando cuidados especiais na administração deles; observar
aparecimento de sinais e sintomas de intoxicação medicamentosa; solicitar o enfermeiro
sempre que houver dúvidas na conduta prescrita.

Cuidados com a administração de digitálicos:


Verificar pulso e frequência cardíaca antes de administrar cada dose do medicamento. Caso o pulso esteja
inferior a 60 bat/min, solicitar a presença do plantonista antes de administrar; observar sintomas de
toxicidade digital, como arritmias, anorexia, náusea, vômito, diarreia, bradicardia, cefaleia, mal-estar e
alterações comportamentais.
HIPERTENSÃO ARTERIAL ou doença vascular hipertensiva é uma condição de anormalidade
dos pequenos vasos do sistema arterial. Ocorre uma elevação na pressão sistólica ou
diastólica. Fatores situacionais, como exercícios físicos, stress emocional, digestão, sono e
repouso contribuem para a oscilação dos níveis pressóricos.
A maior incidência da doença hipertensiva é verificada entre as mulheres da raça negra,
fumante, na faixa etária entre 30 e 50 anos e com história de hiperlipidemia, O termo
hiperlipidemia (dislipidemia) significa altos níveis de gordura na corrente sanguínea. A
hiperlipidemia inclui uma série de condições onde as gorduras estão elevadas mas, de
maneira geral, ela se aplica a alta de colesterol e de triglicérides no sangue.
Embora a incidência seja mais elevada no sexo feminino, a tolerância nas mulheres é maior
que nos homens.
A hipertensão arterial é classificada em primária e secundária. Pode ser definida como
primária, quando a pressão diastólica é igual ou superior a 90 mmhg e quando não existem
outras causas de hipertensão. É secundária quando acompanha outras patologias distintas,
como as de comprometimento renal e endócrino, a arteriosclerose e a estenose da aorta.
Manifestações clínicas apresentam características e sintomas diferentes em cada fase da doença:

Estágio 1: hipertensão acima de 130 por 90 e abaixo de 160 por 100


Estágio 2: hipertensão acima de 160 por 100 e abaixo de 180 por 110
Estágio 3: hipertensão acima de 180 por 110.

a) Fase pré-hipertensiva: ocorre elevação da pressão arterial para níveis de 200 mmHg para
sístole e 100 mmHg para diástole, juntamente com cefaleia, vertigem, insônia,
irritabilidade e hemorragia nasal;

b) Fase moderadamente grave: elevação dos níveis pressóricos para sístole acima de 200
mmHg e diástole acima de 100 mmHg, podendo aparecer sintomas como convulsão,
cefaleia occipital intensa e edema pulmonar;

c) Fase maligna: pode ocorrer elevação muito rápida da pressão arterial com danos graves
aos órgãos vitais: verifica-se acidente vascular encefálico — AVE, cefaleia, convulsões,
diminuição da visão, hemorragia ocular, náuseas e vômitos.
Diagnóstico: é determinado mediante exame físico e anamnese
minuciosa e verificação da pressão arterial a intervalos regulares.
Os estudos laboratoriais incluem o hemograma, Rx tórax e ECO.

Tratamento: Objetiva reduzir a pressão sanguínea a níveis normais


e, com isso, diminuir o risco da evolução rápida da lesão vascular.
Para os pacientes inclusos na pré-hipertensiva adota-se uma
terapia conservadora voltada para a autoeducação. Já os
pertencentes à fase moderada e maligna terapia com drogas tem
produzido melhora significativa, especialmente se o diagnóstico for
feito precocemente. São utilizados diuréticos e vasodilatadores
periféricos. Hábitos de vida (atividade física e dietas).
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Evitar situações de stress emocional para o paciente; manter o ambiente calmo
e tranquilo; verificar a pressão arterial todos os dias nos mesmos horários e com
o paciente sentado e em repouso; evitar excesso de atividade física; atentar
para sinais de confusão mental, irritabilidade, desorientação, cefaleia, náuseas e
vômitos; atender prontamente a uma crise convulsiva, evitando que o paciente
se machuque; oferecer dieta fracionada e hipossódica; anotar o volume de
ingestão e excreção hídrica; administrar medicação prescrita atentando para os
efeitos de toxicidade medicamentosa; relatar no prontuário todas as alterações
ocorridas com o paciente; solicitar o enfermeiro sempre que se fizer necessário
o esclarecimento de alguma conduta ou prescrição.
Efeitos colaterais da farmacoterapia: pode ocorrer hipotensão, sensação de
desmaio, vertigem ao mudar de posição, obstrução nasal, perda da força, perda
de apetite, secura na boca, emagrecimento, sonolência.
ARTERIOSCLEROSE é uma patologia que acomete as artérias e se caracteriza por endurecimento, perda de elasticidade e
espessamento das paredes arteriais. Apresenta três formas principais, assim distintas:

a) Aterosclerose: é forma mais comum manifestada pela formação de ateromas;

b) Esclerose média: consiste na calcificação da camada média das artérias;

c)Arteriosclerose: é manifestada por esclerose arteriolar difusa, com espessamento endotelial e fibromuscular das paredes
das arteríolas.
Etiologia:
Acredita-se haver uma predisposição hereditária para a arteriosclerose. Entre os fatores de
risco incluem-se a idade, o sexo e a raça. Verifica-se maior incidência entre os homens de
cor branca, na faixa etária de 35 a 44 anos.
Tensão emocional, hipertensão, obesidade, diabetes mellitus, inatividade física e o fumo
são também, fatores considerados de risco para a arteriosclerose.

Manifestações clínicas:
A sintomatologia específica, bem como os sinais de aterosclerose estão na dependência do
órgão ou tecido afetado, podendo ocorrer as doenças cardíacas (IM e
Angina Pectoris) e doença cerebrovascular.

Tratamento uma vez que a arteriosclerose e a aterosclerose podem afetar diferentes partes
do organismo; o tratamento processar-se-á onde ocorrer a afecção principal.
Deve-se, ainda, atentar para a redução dos fatores de risco, já descritos, enfatizando-se a
importância do autocuidado.

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