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DOENÇAS

CARDIOVASCULARES
Profª Marcela Klyviann
Anatomia do Coração

A
extremidade pontuda
do coração é o ápice e
a porção mais larga
oposta ao ápice é a
base.
INTRODUÇÃO
O coração fica apoiado sobre o diafragma

O epicárdio é a camada externa do coração é constituído por uma


delgada lâmina de tecido seroso.

O Miocárdio é a camada média e mais espessa do coração,


composto por músculo estriado cardíaco,. É este músculo que
permite que o coração contraia e impulsione o sangue.

O Endocárdio é a camada interna e é constituída de uma fina


camada de epitélio simples sobre uma camada de tecido
conjuntivo.
FISIOLOGIA DO CORAÇÃO
 As principais funções do coração são:

1. Fornecimento de oxigênio para o organismo;


2. Eliminação de produtos metabólicos (dióxido de carbono) do
organismo.
O ritmo cardíaco normal é chamado de ritmo cardíaco sinusal e tem as
seguintes características:

1. Frequência ventricular e atrial – 60 a 100 bpm


2. Ritmos ventricular e atrial normal em 2T;

Alterações desse ritmo e frequência chamamos de arritmias cardíacas.


DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte
no mundo. Dentre suas diversas formas, a doença arterial
coronariana (DAC) é a forma mais prevalente e a maior
causa de morte nos países desenvolvidos. Além da alta
prevalência, a DAC cursa com alta mortalidade e alto custo
para os sistemas de saúde. Estudos sugerem que, para um
adulto de 40 anos de idade, o risco de desenvolver DAC
durante a vida é de 49% para homens e 32% para mulheres.
DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA
A DAC - é uma consequência do processo
de aterosclerose, no qual há obstrução
gradual ou súbita das artérias coronárias
por placas de gordura e coágulos. Com
isso, há insuficiência das artérias
coronárias (vasos sanguíneos
encarregados em irrigar o próprio
coração), de proporcionarem ao músculo
cardíaco (miocárdio), os nutrientes e o
oxigênio de que este necessita para
manter a sua atividade normal.
FATORES DE RISCO PARA DAC
MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS
A DAC pode manifestar-se por uma dor
no peito passageira relacionada aos
esforços ou estresse, que resulta de um
déficit transitório na irrigação do
miocárdio, resultado de uma obstrução
parcial da artéria coronária, onde há um
desequilíbrio entre a oferta e demanda
de sangue e oxigênio na região
“entupida”.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A dor no peito relacionada a DAC, podem ter as seguintes características:
– Sensação de aperto no coração;
– Dor que se espalha em regiões como costas, pescoço, nuca, ombros e braços
(especialmente o esquerdo);
– Dor recorrente, que dura por alguns minutos, desaparece e retorna, variando sempre
de intensidade
– Pode vir junto com falta de ar, tontura, náuseas.
Na presença dessas sensações, é de extrema importância procurar ajuda especializada
o mais rápido possível. Conforme o tempo passa a dor diminui, mas o dano torna-se
mais extenso e irreversível.
EXAMES PARA DIAGNÓSTICO

Há várias opções e o seu médico irá avaliar qual indicar, baseado


nos riscos e benefícios. Os testes mais usados são:

– Eletrocardiograma;
– Ecocardiograma;
– Teste ergométrico;
– Cintilografia do miocárdio;
– AngioTomografia e
– Coronariografia (“cateterismo”)
ANGINA PECT0RIS (ANGINA
DO PEITO)
É a descrição utilizada para caracterizar a
dor torácica causada pela falta de sangue
(isquemia) que acomete o músculo cardíaco.
A angina é quase sempre relacionada a
doenças que causam obstrução nas artérias
responsáveis por levar sangue ao coração,
as coronárias.
ANGINA PECT0RIS (ANGINA
DO PEITO)
 Angina Estável – Dor que ocorre com
esforço mas é aliviada pelo repouso.
 Angina Instável – Os sintomas aumentam
com frequência e gravidade também
conhecida como pré - infarto.
 Angina Variante – Dor em repouso causada
por vasoespasmo da artéria coronária.
CAUSAS
✔ A maior causa é aterosclerose, ou seja, a deposição de placas de
gordura dentro dos vasos (coronárias) responsáveis por levar sangue ao
músculo do coração. Em situações nas quais o entupimento atinge mais
de 70 % do diâmetro do vaso, o coração, ao ser submetido a uma
demanda aumentada, como esforço físico ou estresse emocional, tem
uma oferta de oxigênio insuficiente para aquela demanda, levando à
chamada isquemia e com isso à angina de peito. A aterosclerose, por
sua vez, é multifatorial, sendo principalmente relacionada a outras
doenças ou fatores de risco, como:
CAUSAS
✔ idade avançada,
✔ hipertensão,
✔ diabetes,
✔ hipercolesterolemia,
✔ tabagismo,
✔ histórico familiar
✔ Sedentarismo
✔ Temperatura extrema
✔ Atividade sexual
✔ Dieta rica em carboidratos e gorduras
SINTOMAS

Costuma ser desencadeada por


A angina se manifesta como uma
esforço físico, estresse emocional
sensação de dor ou desconforto no
ou frio intenso e é aliviada com
centro do peito, de localização
repouso, ocorrendo em crises que
mal definida, mais comumente
duram de cinco a quinze minutos.
descrita como aperto, peso,
Pode se irradiar para pescoço,
sufocação, queimação ou
braço, ombros, mandíbula ou mais
estrangulamento.
raramente para as costas.
SINTOMAS

Sintomas como ânsia, náusea, indigestão, suor frio, falta de ar e palidez podem
acompanhar as crises. Dor de localização muito bem definida (apontada com a
ponta de um dedo) ou de duração fugaz (alguns segundos apenas) geralmente
não é angina.

Nos casos em que a dor ocorre de maneira intensa, súbita e muito prolongada, o
indivíduo provavelmente está sofrendo um infarto do miocárdio, uma
manifestação grave que significa entupimento súbito e total de um vaso do
coração e demanda atendimento imediato devido ao risco iminente de morte ou
graves complicações.
DIAGNÓSTICO
 Inicialmente é clínico, baseado nos sintomas e fatores de risco apresentados pelo paciente, e
em seguida alguns exames são utilizados para pesquisar a causa e confirmar o diagnóstico.

 Podem ser utilizados exames de estresse (teste ergométrico), em que o paciente é submetido
a um esforço físico controlado em esteira enquanto uma máquina (eletrocardiograma) lê os
batimentos cardíacos e detecta sinais de isquemia quando o coração atinge um determinado
nível de aceleração. Também podem ser usados com o mesmo propósito o ecocardiograma
de estresse e a cintilografia com medicina nuclear, sendo em determinadas situações usadas
substâncias que provocam estresse no coração nos indivíduos que não conseguem se
exercitar (estresse farmacológico).

 Já o exame que confirma definitivamente se a pessoa apresenta obstrução nas artérias


coronárias é o cateterismo cardíaco. Em alguns casos, mais recentemente vem ganhando
espaço a tomografia computadorizada das artérias coronárias. Esses dois últimos exames
têm como desvantagem o uso de contraste à base de iodo.
TRATAMENTO
 Além do tratamento dos fatores de risco (controle da pressão e diabetes, cessação do
tabagismo), existem vários medicamentos capazes de aliviar os sintomas e até mesmo
reduzir a chance de morte ou infarto nos pacientes com angina.
 Para alívio imediato, são utilizados os nitratos (hydralazine, minoxidil), medicamentos
com efeito de dilatar os vasos do coração e usados pela via sublingual durante as
crises de angina. Para impedir o aparecimento das crises, são comumente utilizados os
betabloqueadores (atenolol, metoprolol, propranolol), remédios capazes de reduzir
os batimentos cardíacos e poupar a energia do coração em situações de alta demanda,
com isso diminuindo a isquemia.
 Em casos mais graves, podem ser feitas intervenções a fim de desobstruir as artérias
entupidas. Uma delas é a angioplastia, procedimento no qual um balão dilata, pelo
próprio cateterismo o vaso com obstrução, sendo colocada uma armação de metal (stent)
para manter o vaso aberto. Outra alternativa é a cirurgia de revascularização do
miocárdio, em que enxertos (vasos retirados ou desviados do próprio paciente, como a
veia safena) são usados para criar novos caminhos para o sangue chegar ao músculo
cardíaco de maneira adequada, desviando da obstrução.
TRATAMENTO
 Cada procedimento tem vantagens e desvantagens que devem ser discutidas caso a caso com o médico, paciente e
familiares. Vale ressaltar que de nada adianta o procedimento se os fatores de risco não forem combatidos.

 Também não existe qualquer evidência científica de que esses procedimentos devem ser feitos rotineiramente em
indivíduos assintomáticos, apenas pela presença da obstrução em si. Em todos os casos, independente do tratamento,
o indivíduo portador de obstrução nas coronárias deve tomar indefinidamente o ácido acetilsalicílico (AAS –
Aspirina), a fim de evitar formação de coágulos dentro das coronárias e assim prevenir a ocorrência de infarto do
miocárdio.

PREVENÇÃO

A prevenção da angina passa pela adoção de hábitos saudáveis, como dieta, exercício e evitar o fumo, além de
tratamento precoce dos fatores de risco, sobretudo diabetes, pressão alta e colesterol alto.
TRATAMENTO

.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Avaliar as características da dor no peito e sintomas
associados.
 Avaliar a respiração, a pressão sanguínea e frequência
cardíaca em cada episódio de dor torácica.
 Fazer um ECG, cada vez que a dor torácica surgir, para
evidenciar infarto posterior.
 Monitorizar a resposta ao tratamento medicamentoso.
 Avisar o médico se a dor não diminuir.
 Identificar junto ao cliente as atividades que provoquem
dor.
 Oferecer assistência de maneira calma e eficiente de modo
a reconfortar o cliente até que o desconforto desapareça.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Prover um ambiente Ajudar o paciente a Ajudar o paciente a


Providenciar
confortável e identificar seus estabelecer um plano
orientação nutricional
silencioso para o próprios fatores de para modificações dos
ao cliente/família.
cliente/família. risco. fatores de risco.

Esclarecer o Nitroglicerina pode Orientar o paciente a


Cuidados de
cliente/família acerca causar uma sensação não deglutir a saliva
enfermagem na
dos medicamentos que de queimadura sob a até que o comprimido
administração do
deverão ser tomados língua quando dor esteja totalmente
nitrato
após a alta hospitalar. forte; diluído
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
 O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, é a morte das
células de uma região do músculo do coração por conta da
formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de
forma súbita e intensa.
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
 A principal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se
acumulam no interior das artérias coronárias, chegando a obstruí-las. Na maioria dos
casos o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à
formação do coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo, levando a diminuição da
oxigenação das células do músculo cardíaco (miocárdio).
 O infarto pode ocorrer em diversas partes do coração, depende de qual artéria foi
obstruída. Em casos raros o infarto pode acontecer por contração da artéria,
interrompendo o fluxo de sangue ou por desprendimento de um coágulo originado dentro
do coração e que se aloja no interior dos vasos.​
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

 No IAM ocorre uma erosão


da placa de aterosclerose;

 Reduz de forma crítica o


fluxo sanguíneo;

 Desencadeia isquemia
cardíaca e necrose e
fibrose do tecido.
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
SINTOMAS
 O principal sintoma do Infarto é dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as
costas, rosto, braço esquerdo e raramente o braço direito. Esse desconforto costuma ser intenso
e prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre tórax. Esses sinais podem ser
acompanhados de suor excessivo, palidez e alteração na frequência cardíaca.

 Em idosos, o principal sintoma pode ser a falta de ar. A dor também pode ser no abdome,
semelhante à dor de uma gastrite ou esofagite de refluxo, mas é pouco frequente.

 Nos diabéticos e nos idosos, o infarto pode ser assintomático, sem sinais específicos. Por isso,
deve-se estar atento a qualquer mal-estar súbito apresentado por esses pacientes.
FATORES DE RISCO
▪ Tabagismo
▪ Colesterol alto
▪ Hipertensão
▪ Diabetes
▪ Obesidade
▪ Estresse e depressão.

Os diabéticos têm de duas a quatro vezes mais


chances de sofrer um infarto. Pacientes com
familiares próximos (pais ou irmãos) com histórico
de infarto também tem mais chance de desenvolver a
doença.

Diagnóstico
Além da avaliação clínica dos sintomas, são feitos
exames de ECG, ecocardiograma e cateterismo.
DIAGNÓSTICO
Biomarcadores cardíacos:

CPK – CREATINOFOSFOQUINASE

CK TOTAL E CK MB

MIOGLOBINA E a principal o
TROPONINA
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
 O
​ mais importante no tratamento do infarto é a desobstrução da artéria entupida. Existem duas formas de
realizar esta desobstrução: angioplastia coronária (desobstrução mecânica) ou fibrinolíticos (desobstrução
com medicamentos - Estreptoquinase). No primeiro, um catéter-balão é inserido por meio de uma punção
arterial (no punho ou virilha) e direcionado até o local do entupimento da artéria.

 Esse cateter é inflado par​​a que seja aberta a artéria, em seguida é colocado um stent (um dispositivo
semelhante a uma mola), mantendo a artéria aberta e normalizando a circulação de sangue. Já os
fibrinolíticos são medicamentos para dissolução do coágulo. Essa técnica é indicada somente quando não é
possível a desobstrução por angioplastia, pois pode causar hemorragias.

 ​Além disso, são associados ao tratamento outros medicamentos que tem por objetivo evitar a formação de
novos coágulos, prevenir arritmias e controlar o colesterol, além de favorecer a cicatrização da área afetada.
PREVENÇÃO
▪ Prática regular de exercícios físicos

▪ Alimentação adequada

▪ Cessação do tabagismo

▪ Controle dos fatores de risco, como diabetes, hipertensão arterial e


colesterol elevado são fundamentais para evitar o entupimento das
artérias e consequente infarto.
AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM

 Obter as informações em relação à dor torácica do paciente;


 Questionar o paciente sobre outros sintomas experimentados
associados à dor;
 Avaliar o estado cognitivo, comportamental e emocional;
 Questionar o paciente em relação ao estado de saúde anterior;
 Obter informações sobre a presença ou ausência de fatores de risco
cardíaco;
 Identificar o sistema de apoio social e os prestadores de atendimento
potenciais do paciente;
 Identificar a reação de outras pessoas significativas para a situação
de crise.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

 Posicionar paciente no leito na posição Semi-Fowler.


 Administrar oxigênio por meio de cateter nasal.
 Administrar nitroglicerina e morfina com base nos sinais vitais e
alívio da dor, conforme prescrito.
 Monitorar cuidadosamente a PA (não invasivo);
 Instalar monitorização cardíaca contínua;
 Monitorar regularmente a frequência cardíaca e o ritmo.
 Administrar e monitorar a terapia trombolítica;
 Monitorar os sinais de sangramento; evitar as punções venosas ou
arteriais desnecessárias;
INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM

 Administrar líquidos de acordo com a prescrição;

 Monitorar cuidadosamente se há sinais de insuficiência ventricular


esquerda em desenvolvimento (auscultar os sons respiratórios para
estertores e batimentos cardíacos para Sopros);

 Observar se há sinais ou sintomas de ansiedade, por ex: frequência


cardíaca, PA e frequência respiratórias aumentadas;

 Administrar diazepam conforme prescrito;


Exercício de Fixação

 Quais os biomarcadores?
 De acordo com o mnemônico, qual a ordem correta para medicação/controle
do IAM?

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