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ASCARIDÍASE E ENTEROBÍASE

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Heloisa Helena da Penha dos Santos Osanai

seõçatona reV
Fonte: Shutterstock.

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PRATICAR PARA APRENDER


Caro aluno, como futuro profissional da saúde, você compreende como os
parasitos podem ter efeitos devastadores sobre a saúde do hospedeiro, ainda que
fiquem por longos períodos debilitando o organismo antes do indivíduo buscar
atendimento médico. 

Alguns distúrbios, como a geofagia, fazem com que indivíduos acometidos por
infecções parasitárias tenham o desejo de comer terra, o que se dá devido às
condições nutricionais do organismo. No cenário das parasitoses, a geofagia é uma
consequência da subnutrição causada pela infestação de helmintos que absorvem
elevadas quantidades de nutrientes, impactando nos hábitos do indivíduo, na
aprendizagem e na vida laboral. 

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As helmintoses são parasitoses causadas por vermes, como ascaridíase e
enterobíase, que, dependendo da infestação (carga parasitária), podem

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desencadear episódios como esses, comprometendo as condições básicas que o
indivíduo precisa para desempenhar suas atividades diárias.

Nesta seção, acompanharemos o caso de Júlia, filha de Gustavo, que foi


diagnosticada com síndrome de Loeffler durante o período que a família viajou
para o interior. 

Para entender o quadro clínico de Júlia, vamos estudar nesta seção as


peculiaridades clínicas da ascaridíase e da enterobíase, bem como planejar e
executar o processamento, acondicionamento de amostras, as técnicas gerais e
diferenciais para auxílio diagnóstico, a fim de contribuir para o manejo clínico e o
tratamento dessas parasitoses.

Nesta seção temos como situação-problema o caso de Júlia, filha de Gustavo, que
foi diagnosticada com síndrome de Loeffler durante o período que a família passou
no interior, em um Hotel-Fazenda. Júlia brincou bastante com as demais crianças
do hotel e estava muito bem. Mas, nos últimos dias, começou a apresentar tosse,
cansaço e inapetência. Gustavo apresentou esses sintomas há dois meses, mas
pensou ser devido à alergia. 

O médico, mediante anamnese e histórico de viagem, solicitou hemograma e


radiografia de Júlia, além de exame parasitológico de fezes de Júlia e de Gustavo. O
hemograma apresentou eosinofilia elevada e a radiografia evidenciou pequenas
manchas nos pulmões. O exame parasitológico de fezes de Gustavo apresentou
resultado positivo para ascaridíase e o exame de Júlia foi negativo.

O médico prescreveu medicamento para as manifestações pulmonares de Júlia e


medicamentos anti-helmínticos para o pai. Solicitou exame parasitológico de Júlia
após 15 ou 20 dias, para acompanhar o quadro clínico, diante da suspeita de
ascaridíase.
A partir dos estudos desta seção, analise: por que o médico ministrou tratamentos
diferentes? Quais os medicamentos utilizados em caso de ascaridíase?

Está pronto? Então, vamos aos estudos!! 

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CONCEITO-CHAVE

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Os helmintos ou vermes parasitas pertencem ao reino animalia e são encontrados
em três filos: os platelmintos (seres parasitas em forma de fita, achatados); os
nematelmintos (seres parasitas roliços), e os anelídeos (vida livre, como, por
exemplo, a minhoca). O Ascaris lumbricoide, agente da ascaridíase, e o Enterobius
vermicularis, agente da enterobíase, são vermes parasitos, de ciclo monoxênico,
pertencentes ao filo Nematelminthes. A Figura 2.6 apresenta os dois filos nos quais
temos espécies parasitárias do homem. A classe Nematoda apresenta famílias,
dentre as quais temos a Ascarididae e a Oxyuridae, cujos representantes
estudaremos nesta seção. 

Além dos agentes causadores da enterobíase e da ascaridíase, os agentes


etiológicos da ancilostomíase, da estrongiloidíase e da tricuríase fazem parte da
lista de helmintos intestinais com maior importância clínica, sendo a ascaridíase a
verminose com maior prevalência no mundo e no Brasil. As crianças são as mais
afetadas, alcançando de 70 a 90% dos infectados, inclusive levando a óbito. A
enterobíase ou oxiuríase acomete principalmente crianças, independente da
condição socioeconômica, nos mais diversos países, mas não é letal. 

Figura 2.4 | Quadro taxonômico de alguns helmintos do filo Platyhelmintes e Aschelminthes


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Fonte: Gazzinelli (2014).

A transmissão ocorre por veiculação hídrica, alimentos, fômites e relações


interpessoais. Os hábitos em grupo, as brincadeiras, compartilhamento de
brinquedos, contato com o solo colaboram para que as crianças sejam as mais
afetadas pela ascaridíase e enterobíase. Os ovos da A. lumbricoides e de E.
vermicularis podem sobreviver a lavagens de roupa, nas superfícies dos
brinquedos, nos lençóis (inclusive as larvas de E. vermicularis), por isso a fervura
das roupas é uma das medidas adotadas durante o tratamento e os brinquedos
laváveis devem seguir a higienização adequada nas creches.

FISIOPATOLOGIA E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS


Ascaridíase - Os sintomas estão diretamente relacionados à quantidade e à fase
do ciclo do parasito, pois após a ingestão de ovos com larva filarioide (L 3 -
infectante), ocorre a eclosão das larvas no intestino delgado. Ao nível do ceco, as
larvas perfuram a penetram pela mucosa intestinal e se deslocam via corrente
sanguínea para o fígado. A passagem das larvas pelo fígado pode causar pontos de
fibrose em decorrência de lesões hemorrágicas e necrose tecidual. Do fígado,
migram para o coração e, através do bombeamento do sangue venoso para os
pulmões, as larvas alcançam os alvéolos pulmonares, desencadeando um quadro
clínico autolimitado, com duração de 1 a 2 semanas, definido como Síndrome de
Loeffler (bronquite, pneumonia, alergia, tosse e eosinofilia), realizam muda e se
transformam em larva infectante L5, que impulsionadas pela tosse e muco
ascendem pelos brônquios, traqueia e faringe. Esse ciclo no qual a larva (L4) do
Ascaris lumbricoides migra para os pulmões via corrente sanguínea e realiza a

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muda para larva infectante L5 é definido como ciclo de Loss ou ciclo pulmonar. 

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ASSIMILE

Eosinofilia é o aumento de eosinófilos. Destaca-se que, no hemograma, o


valor de referência é entre 0 e 500 eosinófilos por µL de sangue. A
eosinofilia é um dos sinais da síndrome de Loeffler, mas nem sempre é
muito acentuada, podendo se apresentar no limite ou pouco mais de 500 a
quantidade de 1000 eosinófilos por µL de sangue.

Se deglutidas, as larvas chegam no intestino delgado onde se desenvolvem,


atingem a maturidade sexual e postura de ovos. O consumo elevado de
carboidratos, proteínas, lipídios e vitaminas A e C podem causar, ao longo do
tempo, desnutrição e enfraquecimento físico e cognitivo do hospedeiro. Em função
da carga parasitária, esses helmintos podem se enovelar e obstruir a via intestinal,
causando constipação, obstruir o ceco, causando apendicite aguda, pancreatite
aguda, devido à obstrução do canal de Wirsung, e obstrução do ducto colédoco,
causando insuficiência biliar.

Enterobíase - Assim como na ascaridíase, após a ingestão de ovos embrionados,


ocorre a eclosão das larvas no intestino delgado e a maturidade e reprodução na
região do ceco. Após a reprodução, os machos são expelidos juntamente com as
fezes, enquanto as fêmeas migram para a região perianal onde liberam os ovos. Os
sintomas são decorrentes da infestação crescente, causando prurido anal intenso
e lesões nessa região em detrimento da coceira. Os sintomas inespecíficos que
podem ocorrer são vômitos, tenesmo e cólicas abdominais. Ainda pode ocorrer,
esporadicamente, a migração do Enterobius vermiculares para a região genital
feminina, causando vulvovaginite, inflamação nos ovários (ooforite) ou inflamação
das trompas (salpiningites).
VOCABULÁRIO 

Na enterobíase ou oxiuríase a transmissão pode ser das seguintes formas:

1. Autoinfecção direta, quando ocorre a transmissão fecal/oral no próprio


hospedeiro, pelas mãos ou hábitos de higiene inadequados.

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2. Autoinfecção indireta, quando a transmissão fecal/oral é no próprio

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hospedeiro, mas por meio de alimentos ou poeira.

3. Heteroinfecção, quando a transmissão ocorre para outro hospedeiro,


por meio de poeira ou alimentos.

4. Retroinfecção, quando ocorre o trânsito de larvas do ânus para o ceco,


tornando-se adultas.

5. Autoinfecção interna, quando a eclosão de larvas ocorre no interior do


ânus, migram para o ceco, tornando-se adultas. No ceco ocorre a
reprodução.

MORFOLOGIA PARASITÁRIA E DIAGNÓSTICO CLÍNICO E


LABORATORIAL
O Ascaris lumbricoide e o Enterobius vermiculares possuem reprodução sexuada e
apresentam dimorfismo sexual. A fêmea desses helmintos é maior e mais robusta
do que o macho, e este tem como característica a extremidade caudal curvada e
com espícula, conforme podemos conferir na Figura 2.7, macho e fêmea de Ascaris
lumbricoides. O ovo de ambos mede 50 micrômetros. A seguir, destacamos as
características de cada espécie.

Ascaris lumbricoides - Esse helminto tem coloração branco-leitosa, mas os machos


apresentam a extremidade caudal em curva e com um par de espículas que o
auxiliam durante a cópula. O tamanho é variável e, dependendo das condições
nutricionais do hospedeiro, a fêmea pode chegar a 40 cm, enquanto o macho pode
alcançar até 30 cm, sendo a maior espécie dos geohelmintos. O ovo apresenta
forma oval e possui camada interna, camada média espessa e a camada externa,
composta de mucopolissacarídeo secretado pela parede uterina, que lembra a
superfície do abacaxi, em função da membrana mamilonada. Conforme a Figura
2.8 apresenta, uma fêmea pode eliminar até 200.000 ovos por dia, podendo ser
identificados ovos fecundados oriundos de copulação de machos e fêmeas ou ovos
inférteis (não fecundados), com aparência desidratada, provenientes de maior
quantidade de fêmeas. Ainda pode ocorrer ascaridíase sem liberação de ovos, nos

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casos de infestação por machos, porém não é comum.

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EXEMPLIFICANDO

Durante a microscopia podemos identificar apenas ovos inférteis de Ascaris


lumbricoide. Mesmo assim, o tratamento deverá ser realizado, pois
confirma a presença de fêmeas.

Figura 2.7 | Ovos de Ascaris lumbricoides

Fonte: Slideshare.

Figura 2.8 | Helmintos adultos de Ascaris lumbricoides


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Fonte: Researchgate.

O diagnóstico clínico da ascaridíase é prejudicado devido aos sintomas não serem


específicos. O diagnóstico laboratorial é conclusivo a partir de identificação dos
ovos nas fezes por meio dos métodos de Lutz, MIFC, Ritchie e Coprotest que
permitem a pesquisa de cistos de protozoários e ovos e larvas de helmintos, bem
como o método Kato-Katz, para a quantificação da carga parasitária. 

Para a execução do método Kato-Katz, primeiramente, deve-se recortar 3 cm do


papel celofane e mergulhar em solução verde de malaquita por 24 horas.
Conforme demonstrado na figura 2.9, coleta-se uma pequena porção de fezes (que
podem ser provenientes de conservação - MIF) comprimindo-a com a tela sobre
um papel absorvente. As fezes que passaram pela tela são dispostas na placa com
orifício central sobre uma lâmina até preencher totalmente o espaço. Em seguida
retira-se a placa e coloca-se o papel celofane, invertendo a lâmina e pressionando
para espalhar o material fecal. 

Figura 2.9 | Método de kato-katz


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Fonte: Oliveira Júnior e Calvão (2020, p. 65).

Após 2 horas, realizar a microscopia para a identificação e a contagem de todos os


ovos presentes, seguindo o seguinte cálculo: n° de ovos x 10³, de acordo com a
Organização Mundial da Saúde (WHO, 2011), totalizando o número de ovos por
grama (opg). A tabela 2.1 expressa os valores de referência para avaliar a
intensidade de infecção.

Tabela 2.1 | Intensidade de infecção por Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e ancilostomídeos por
grama de fezes (opg*)

Intensidade da infecção
Geo-helmintos
Leve Moderada Intensa

A. Lumbricoides 1-4999 opg 5000-49999 opg   ≥ 50000 opg

T. trichiura 1-000 opg 1000-9999 opg ≥ 10000 opg

Ancilostomídeos 1-1999 opg 2000-3999 opg’ ≥ 4000 opg

Fonte: Word Heath Organization (2011).

Destaca-se que as manifestações pulmonares são anteriores à instalação e


desenvolvimento do helminto no intestino delgado, portanto, sem a deposição de
ovos durante semanas. A radiografia é indicada mediante manifestações intestinais
e pulmonares, em virtude de obstrução mecânica intestinal e síndrome de Loeffler,
respectivamente, bem como exame de sangue para evidenciar possível eosinofilia
(aumento da quantidade de eosinófilos no sangue, que pode ser fator indicador de
parasitoses ou de alergias). 

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O tratamento da ascaridíase, conforme preconiza o Ministério da Saúde, utiliza os
seguintes medicamentos anti-helmínticos: albendazol, mebendazol ou levamizol.

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Em caso de obstrução intestinal, o tratamento é realizado com piperazina, óleo
mineral, antiespasmódicos e hidratação. Nesse caso, são indicados sonda
nasogástrica e jejum, com administração de mebendazol. (BRASIL, 2010).

Enterobius vermicuralis possuem cor branca, são helmintos finos, com aparência
de linha e com projeções ao lado da região bucal definidas como “asas cefálicas”
(C), conforme demonstrado na figura 2.10. As fêmeas podem medir até 1 cm de
comprimento e o macho chega até 0.5 cm, com a região caudal curvada e com uma
espícula. O ovo tem o contorno que remete à letra “D”, com a membrana
translúcida e dupla. 

Figura 2.10 | Morfologia do Enterobius vermicularis

Legenda:

1 – Vista lateral da parte anterior: (B) asas cefálicas, (E) esôfago, (B) bulbo esofágico.

2 – Fêmea – (B) bulbo esofágico, (I) intestino.

3 – Macho: (B) bulbo esofágico, (I) intestino, (T) testículo, (A) cloaca.

4 – Ovos. 
Fonte: Slideplayer.

O diagnóstico clínico da enterobíase tem como sintoma específico o prurido na


região anal, geralmente noturno, causando irritabilidade, inquietude durante o

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sono, lesões na mucosa anal devido à coceira intensa. 

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Os sintomas inespecíficos são: vômito, tenesmo, cólicas intestinais e inflamação na
região vulvovaginal. O diagnóstico conclusivo é por meio do teste de Hall, que
consiste em swab anal e preparo de lâminas para visualização em, no máximo,
duas horas. O método de Graham ou fita adesiva consiste em coletar material da
região perianal com auxílio de fita adesiva, seguida de observação microscópica
para identificação dos helmintos ou ovos, conforme a Figura 2.11. Como a
migração da fêmea para a região não é diária, pode haver a necessidade de coletar
em dias consecutivos. Não se deve aceitar material se a coleta for realizada em
presença de talco, pomada ou se o paciente tiver utilizado medicamento anti-
helmíntico.

       Figura 2.11 | Método de Graham com a visualização de ovos de E. vermicularis

Fonte: Slideplayer.

REFLITA
As fêmeas de Enterobius vermicularis migram para a região perianal no
período noturno, mas não há um consenso sobre o porquê desse
comportamento. Da mesma forma que há estudos que questionam o fato
das fêmeas, que ao chegarem na região perianal, podem realizar a postura

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de ovos ou, devido à grande quantidade de ovos em seu interior, ocorra o

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rompimento do corpo e, em seguida, a liberação dos ovos. Por isso,
pesquise sobre essa fase do ciclo e confira os estudos sobre o Enterobius
vermicularis.

De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, o tratamento pode ser


realizado com os seguintes medicamentos anti-helmínticos, via oral: pamoato de
pirvínio ou pamoato de pirantel, em 10mg/kg e dose única; mebendazol 100 mg,
2x/dia, por 3 dias seguidos; albendazol, 10 mg/kg, dose única até 400 mg. O
tratamento é contraindicado para gestantes (BRASIL, 2010).

PROFILAXIA
A profilaxia da enterobíase é a higiene pessoal, principalmente o hábito de lavar as
mãos, higienização adequada dos alimentos e da residência, trocar as roupas de
cama diariamente e ferver as roupas devido à resistência dos ovos às lavagens,
aparar as unhas das crianças regularmente e estender o tratamento para todos
que habitam a mesma residência.

Na ascaridíase é necessário ter o cuidado com as possíveis fontes de


contaminação, como esgoto sanitário e solo, pois, para que ocorra o
desenvolvimento das larvas rabditoides para filarioide, o ovo precisa de um
ambiente com umidade e temperatura média de 30 °C. 

FAÇA VALER A PENA


Questão 1
Além dos agentes causadores da enterobíase e da ascaridíase, os agentes
etiológicos da ancilostomíase, da estrongiloidíase e da tricuríase fazem parte da
lista de helmintos intestinais com maior importância clínica, sendo a ascaridíase a
verminose com maior prevalência no mundo e no Brasil. As crianças são as mais
afetadas, alcançando de 70 a 90% dos infectados, inclusive levando a óbito. Os
helmintos ou vermes parasitas pertencem ao reino animalia e são encontrados em
três filos: os platelmintos, nematelmintos e anelídeos. 

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Assinale a alternativa que apresenta corretamente a classificação do Ascaris
lumbricoide e do Enterobios vermicularis.

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a.  Ascaris lumbricoide, agente da ascaridíase, e o Enterobius vermicularis, agente da enterobíase, são
vermes parasitos, de ciclo monoxênico, pertencentes ao filo dos platelmintos. 

b.  Ascaris lumbricoide, agente da ascaridíase, pertence ao filo dos anelídeos e o Enterobius vermicularis,
agente da enterobíase, pertence ao filo dos platelmintos.

c.  Ascaris lumbricoide e Enterobius vermicularis são helmintos pertencentes ao filo dos nematelmintos.

d.  Ascaris lumbricoide e Enterobius vermicularis, são helmintos pertencentes ao filo dos anelídeos. 

e.  Enterobius vermicularis é um anelídeo e Ascaris lumbricoides é um platelminto, ambos pertencentes ao


reino protista.

Questão 2
O Ascaris lumbricoide e o Enterobius vermiculares possuem reprodução sexuada e
apresentam dimorfismo sexual. A fêmea desses helmintos é maior e mais robusta
do que o macho, que tem como característica a extremidade caudal curvada e com
espícula. O ovo de ambos mede 50 micrômetros. 
Considerando as características do Ascaris lumbricoides, analise as afirmativas a
seguir:

I. O Ascaris lumbricoides tem coloração branco-leitosa, mas os machos


apresentam a extremidade caudal em curva e com um par de espículas que os
auxiliam durante a cópula.

II. O tamanho é variável e, dependendo das condições nutricionais do hospedeiro,


a fêmea pode chegar a 20 cm, enquanto o macho pode alcançar até 10 cm,
sendo a maior espécie dos geohelmintos.

III. O ovo apresenta forma oval e possui uma camada interna, uma camada média
espessa e a camada externa, composta de mucopolissacarídeo secretado pela
parede uterina, que lembra a superfície do abacaxi, em função da membrana
mamilonada.
IV. Uma fêmea pode eliminar até 200.000 ovos por dia, sendo considerados para a
identificação ovos fecundados oriundos de copulação de machos e fêmeas,
descartando os ovos inférteis (não fecundados), com aparência desidratada.

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Considerando o contexto apresentado, é correto o que se afirma em:

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a.  II e IV, apenas.

b.  I e III, apenas.

c.  I, II e III, apenas.

d.  I, II e IV, apenas.

e.  I, II, III e IV.

Questão 3
Os ovos do Enterobius vermicularis podem sobreviver a lavagens de roupa, nas
superfícies dos brinquedos, nos lençóis, onde podemos encontrar larvas, por isso a
fervura das roupas é uma das medidas adotadas durante o tratamento e os
brinquedos laváveis devem seguir a higienização adequada nas creches.
De acordo com as informações apresentadas na tabela a seguir, faça a associação
dos tipos de transmissão do E. vermicularis na Coluna A com seus respectivos
conceitos, apresentados na Coluna B.

Coluna A Coluna B

I - Autoinfecção direta 1 – Quando a transmissão fecal/oral é


no próprio hospedeiro, mas por meio
de alimentos ou poeira.

II - Autoinfecção indireta 2 – Quando a eclosão de larvas ocorre


no interior do ânus, migram para o
ceco, tornando-se adultas.

III - Heteroinfecção 3 - É quando ocorre a transmissão


fecal/oral no próprio hospedeiro, pelas
eca o a o p óp o ospede o, pe as
Coluna A mãos ou Coluna
hábitos B
de higiene
inadequados.

IV - Autoinfecção interna 4 - A transmissão ocorre para outro

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hospedeiro, por meio de poeira ou

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alimentos.

V - Retroinfecção 5 - Ocorre o trânsito de larvas do ânus


para o ceco, tornando-se adultas.

Assinale a alternativa que apresenta a associação CORRETA entre as colunas.

a. I - 4; II - 3; III - 5; IV – 1; V - 2.

b.  I - 5; II - 1; III - 4; IV – 3; V - 2.

c.  I - 4; II - 5; III - 2; IV – 3; V – 1.

d.  I - 3; II - 5; III - 1; IV – 2; V - 4.

e.  I - 3; II - 1; III - 4; IV – 2; V - 5. 

REFERÊNCIAS
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https://bit.ly/3ibN7B7. Acesso em: 8 mar. 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia Prático para o Controle das Geo-
helmintíases [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância
em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3hHIiAA. Acesso em: 5 mar.
2021.

BARBOSA, C. S. et al. Controle de qualidade das lâminas pelo método Kato-Katz


para o diagnóstico parasitológico da esquistossomose mansônica. J. Bras. Patol.
Med. Lab. [online].  v. 53, n. 2, p.110-114,2017. Disponível em:
https://bit.ly/3i7kZ1O. Acesso em: 10 mar. 2021.

COSTA-MACEDO, L. M.; COSTA, M. C. E.; ALMEIDA, L. M. Parasitismo por Ascaris


lumbricoides em crianças menores de dois anos: estudo populacional em

0
comunidade do Estado do Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 5,
n. 1, p.173-178, jan/mar, 1999. Disponível em: https://bit.ly/3xIEuEt. Acesso em: 9

seõçatona reV
mar. 2021.

DE CARLI, G. A. Parasitologia clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório


para diagnóstico das parasitoses humanas. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
Disponível em: https://bit.ly/36SEUwB. Acesso em: 8 fev. 2021.

NEVES, D. P. Parasitologia humana. 12. ed. São Paulo: Atheneu, 2012. 546 p. 

OLIVEIRA JÚNIOR, J. M. B. de; CALVÃO, L. B. Série Ciências biológicas [recurso


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V. 3. Disponível em: https://bit.ly/2Ujafpc. Acesso em: 9 mar. 2021.

WORLD HEATH ORGANIZATION. Helminth control in school age children: a guide


for managers of control programmes. 2nd ed. 2011. Disponível em:
https://bit.ly/2URWwph. Acesso em: 11 mar. 2021.

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