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Anatomia Segmentar

Coração
Prof. João Francisco Barbieri
CORONARIA ESQUERDA

-

OBSTRUCEODele A
·

V
..

:
Revascularização usando uma mamária esquerda.
Qual a relação entre o tabagismo e o sobrepeso com o quadro do paciente?

O tabagismo e o sobrepeso são dois fatores de risco significativos que podem contribuir para o quadro clínico do paciente com
obstrução arterial coronariana, hipertrofia ventricular esquerda e dor no peito. Aqui está a relação entre esses fatores de risco e o
quadro clínico do paciente:

Tabagismo:

• O tabagismo é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, como aterosclerose e doença coronariana.
• Os produtos químicos tóxicos do tabaco podem danificar o revestimento dos vasos sanguíneos, levando à formação de
placas de aterosclerose nas artérias coronárias.
• A aterosclerose é caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura, cálcio e outros materiais nas paredes das artérias
coronárias, levando à obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco. Esse processo pode resultar em
angina (dor no peito) e até mesmo um infarto do miocárdio.

Tabagismo : vasoconstrição = aumento de pressão arterial


Nicotina : aumento da pressão

Sobrepeso:

• O sobrepeso e a obesidade estão associados a um maior risco de doença cardíaca.


• Indivíduos com excesso de peso frequentemente apresentam fatores de risco adicionais, como pressão alta, diabetes e
níveis elevados de colesterol no sangue, que podem sobrecarregar o coração e aumentar o risco de doença cardíaca.

i
• Além disso, o excesso de gordura corporal pode contribuir para a hipertrofia ventricular esquerda, uma adaptação do
coração para lidar com o aumento da carga de trabalho. Isso pode ser observado no Eletrocardiograma.

Sobrepeso: dano no endotelio


Lesão endoteliais = processo inflamatório crônico (sofrimento celular)
Disfunção vascular

No caso do paciente, a combinação de tabagismo e sobrepeso pode ter contribuído para o desenvolvimento da aterosclerose nas
artérias coronárias, levando à obstrução arterial e, finalmente, à dor no peito (angina) e à hipertrofia ventricular esquerda, uma
resposta do coração ao estresse adicional. A cirurgia de revascularização foi realizada para restaurar o fluxo sanguíneo adequado
para o músculo cardíaco e melhorar o prognóstico do paciente.

Esse caso destaca a importância de controlar fatores de risco, como tabagismo e excesso de peso, na prevenção de doenças
cardiovasculares e enfatiza como esses fatores podem contribuir para o desenvolvimento de condições cardíacas graves.

Qual o motivo do indivíduo apresentar dor intensa no peito com irradiação para o braço esquerdo?

A dor intensa no peito com irradiação para o braço esquerdo é um sintoma clássico de uma condição cardíaca grave conhecida
como angina instável ou, em casos mais graves, infarto do miocárdio. A irradiação para o braço esquerdo ocorre devido a um
fenômeno chamado "dor referida".

Aqui está o motivo dessa apresentação de sintomas:

- Obstrução Coronariana: A dor é geralmente desencadeada por uma obstrução parcial das artérias coronárias que
fornecem sangue ao músculo cardíaco (miocárdio). Essa obstrução pode ser causada pelo acúmulo de placas de gordura, cálcio
·

e outros materiais nas paredes das artérias coronárias, uma condição conhecida como aterosclerose.

- Isquemia do Miocárdio: Quando as artérias coronárias ficam parcialmente obstruídas, o fluxo sanguíneo para o
músculo cardíaco é reduzido. Isso leva à falta de oxigênio e nutrientes, resultando em isquemia do miocárdio, que é a lesão
temporária do músculo cardíaco devido à falta de suprimento sanguíneo adequado.

- Irradiação da Dor: O coração possui um sistema de nervos que compartilha rotas de dor com os nervos que inervam o
braço esquerdo. Quando ocorre isquemia no miocárdio, os nervos cardíacos e os nervos que inervam o braço esquerdo · podem
enviar sinais de dor ao mesmo tempo para o cérebro. Isso leva à sensação de dor no peito e à irradiação da dor para o braço
·

esquerdo.

- Sinais de Alerta: A irradiação da dor para o braço esquerdo é um sinal de alerta de que o coração não está recebendo
sangue e oxigênio adequadamente. Esse sintoma é comumente associado a condições cardíacas graves, como angina instável
ou infarto do miocárdio.

Portanto, quando um indivíduo apresenta dor intensa no peito com irradiação para o braço esquerdo, é fundamental procurar
atendimento médico de emergência imediatamente, pois esses sintomas podem indicar um problema cardíaco significativo que
requer avaliação e tratamento médico imediatos.

A dor NÃO é vascular, é neural


Quais os tipos de hipertrofia cardíaca? Quais condições podem gerer essas hipertrofias?

A hipertrofia cardíaca refere-se ao aumento do tamanho e da massa do músculo cardíaco, o miocárdio. Ela pode ocorrer em
resposta a várias condições e ser classificada em diferentes tipos. Aqui estão os principais tipos de hipertrofia cardíaca e as
condições que podem desencadeá-las:

- Hipertrofia Cardíaca Fisiológica: Este tipo de hipertrofia ocorre em resposta a estímulos normais, como o aumento da
demanda cardíaca durante o exercício físico. O coração aumenta de tamanho para atender às necessidades do organismo
durante atividades físicas. Essa é uma adaptação normal do músculo cardíaco.

- Hipertrofia Cardíaca Patológica: Este tipo de hipertrofia é resultado de doenças cardíacas subjacentes e, geralmente,
é prejudicial para o coração. Pode ser subdividida em vários subtipos:

a. Hipertrofia Concêntrica: Nesse tipo de hipertrofia, o músculo cardíaco aumenta em espessura, mas não em tamanho. Isso
leva a uma redução do volume da câmara cardíaca. Condições que podem causar hipertrofia concêntrica incluem hipertensão
arterial, estreitamento da válvula aórtica (estenose aórtica) e cardiomiopatia hipertrófica.

b. Hipertrofia Excêntrica: Nesse tipo de hipertrofia, o músculo cardíaco aumenta em tamanho e espessura. Isso ocorre em
resposta a um aumento no volume sanguíneo que o coração precisa bombear. Pode ser observado em condições como
insuficiência cardíaca congestiva e regurgitação da válvula mitral.

- Hipertrofia Assimétrica e Concêntrica (Cardiomiopatia Hipertrófica): Este é um tipo específico de hipertrofia


cardíaca em que o músculo cardíaco aumenta em espessura de maneira desigual. É uma condição genética que pode levar a
uma hipertrofia cardíaca assimétrica, especialmente no septo interventricular. Isso pode afetar o fluxo sanguíneo e aumentar o
risco de arritmias cardíacas.

As condições que podem gerar hipertrofia cardíaca, especialmente a hipertrofia patológica, incluem hipertensão arterial não
controlada, estenose aórtica (estreitamento da válvula aórtica), cardiomiopatia hipertrófica, doença arterial coronariana,
insuficiência cardíaca congestiva, valvulopatias (doenças das válvulas cardíacas) e algumas condições genéticas.

A hipertrofia cardíaca, quando patológica, pode ser prejudicial, uma vez que o músculo cardíaco mais espesso e rígido pode
levar a uma função cardíaca comprometida e aumentar o risco de complicações cardiovasculares, como arritmias, insuficiência
cardíaca e morte súbita. Portanto, é essencial identificar e tratar as condições subjacentes que podem levar a essa hipertrofia e
monitorar a saúde cardíaca para evitar complicações.

Como é feita uma revascularização usando uma mamaria esquerda

A revascularização do miocárdio usando uma artéria mamária esquerda (mamária interna esquerda) é um procedimento
cirúrgico comumente realizado para restaurar o fluxo sanguíneo adequado ao músculo cardíaco. Aqui estão as etapas gerais
de como é realizada uma cirurgia de revascularização do miocárdio (ou "ponte de safena") usando uma artéria mamária
esquerda:

- Preparação do Paciente: O paciente é preparado para a cirurgia, o que inclui administrar anestesia geral para
mantê-lo inconsciente durante o procedimento. Eletrodos e monitores são colocados para acompanhar o ritmo cardíaco, a
pressão arterial e a saturação de oxigênio.
- Acesso Cirúrgico: O cirurgião faz uma incisão no peito para acessar o coração. Isso é geralmente feito no esterno
(osso que divide o tórax) por meio de uma esternotomia mediana, onde o esterno é dividido para expor o coração.
- Preparação da Artéria Mamária Esquerda: A artéria mamária esquerda é identificada e preparada para ser usada
como enxerto. Ela é liberada de suas conexões no peito, mantendo seu suprimento sanguíneo.
- Preparação do Local de Enxerto: O cirurgião escolhe um vaso coronário doente (uma artéria que está estreitada ou
bloqueada) que requer revascularização. A mamária esquerda é anastomosada (costurada) diretamente na artéria coronária
selecionada. A anastomose é a conexão entre a artéria mamária e a coronária, permitindo que o fluxo sanguíneo flua da
mamária para a coronária.
- Teste de Enxerto: O cirurgião verifica se a anastomose está funcionando corretamente, muitas vezes injetando uma
solução salina colorida para observar o fluxo de sangue.
- Outros Enxertos: Além da mamária esquerda, outras artérias ou veias podem ser usadas para criar enxertos e
revascularizar outras artérias coronárias afetadas. A safena, uma veia da perna, é frequentemente usada para esse fim.
- Fechamento da Cirurgia: Após a conclusão da revascularização, o cirurgião fecha a incisão no peito e sutura o
esterno. O paciente é então acordado da anestesia e transferido para a unidade de cuidados intensivos para recuperação.

É importante ressaltar que a revascularização do miocárdio é realizada para aliviar os sintomas da doença arterial coronariana
e melhorar o fluxo sanguíneo para o coração, reduzindo assim o risco de complicações cardíacas. O uso da artéria mamária
esquerda como enxerto é uma técnica comum e eficaz devido à sua alta taxa de patência e durabilidade a longo prazo.
Hipertrofia Cardíaca
A hipertrofia cardíaca é definida como o aumento da massa cardíaca devido ao aumento do tamanho dos cardiomiócitos.
Este crescimento pode resultar de sobrecarga hemodinâmica, de pressão ou de volume impostas ao coração. Diversos
estímulos mecânicos e neuro-humorais têm sido implicados, e diversas moléculas e rotas de sinalização interdependentes
estão associadas ao desenvolvimento da hipertrofia cardíaca.

A hipertrofia cardíaca é um dos mais importantes marcadores de morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares.
Tendo em vista que está associada a uma série de condições patológicas que afetam o aparelho cardiovascular, existe grande
interesse no estudo de mecanismos celulares e subcelulares que controlam a expressão de genes que irão determinar o
aumento da massa cardíaca em resposta à sobrecarga de trabalho.

A hipertrofia pode ser dividida em dois tipos principais: a hipertrofia excêntrica e a concêntrica.

A hipertrofia excêntrica : tem como estímulo inicial uma sobrecarga de volume e é caracterizada por uma parede cardíaca
delgada e dilatação ventricular (aumentando o diâmetro da câmara), onde ocorre a adição dos sarcômeros em série.

A hipertrofia concêntrica : é causada, geralmente, por uma sobrecarga de pressão, que leva a um espessamento da parede
ventricular e gera a deposição de novos sarcômeros em paralelo, sem mudanças no diâmetro ventricular.

A hipertrofia cardíaca também pode ser classificada como hipertrofia fisiológica ou patológica. A hipertrofia patológica
apresenta padrão mais concêntrico, reprogramação de genes fetais, remodelamento da matriz extracelular, fibrose e disfunção
cardíaca. Esta pode evoluir para um coração dilatado, apresentando fibrose extensa, morte de cardiomiócitos e insuficiência
cardíaca. Por outro lado, a hipertrofia cardíaca fisiológica, que resulta de um estímulo fisiológico, como o exercício, tem padrão
mais excêntrico e se caracteriza por manter a função cardíaca normal ou até aumentada. Se for retirado o estímulo inicial o
coração retorna ao padrão normal.

Representação das diferenças entre hipertrofia cardíaca fisiológica e patológica. VE,


ventriculo esquerdo; VD, ventriculo direito; IAM, infarto agudo do miocárdio.
Diversos estudos têm tentado demonstrar as diferenças bioquímicas e moleculares entre as hipertrofias fisiológica e
patológica. De maneira geral, estímulos neuro-humorais como a angiotensina || (Ang II) e endotelina 1 (ET-1), resultam na
ativação da proteína G, através dos receptores Gaq que estão associados à hipertrofia patológica e progressão para
insuficiência cardíaca .

Por outro lado, a ativação de fatores de crescimento como o fator de crescimento insulínico (IGF), que estimulam a ativação
da proteína cinase B (PKB ou Akt) e fosfoinositol-3-cinase (P13K), estão implicados em um crescimento fisiológico ou adaptativo.
Ainda, há rotas comuns as duas hipertrofias como a calcineurina e ERK1/2 (cinase reguladora do sinal extracelular) que parecem
ser ativadas tanto por estímulos patológicos como pelo exercício. A elucidação de cascatas de sinalização que podem ter papéis
distintos nestas duas formas de hipertrofia é crítica para o desenvolvimento de estratégias mais eficientes para o tratamento da
insuficiência cardíaca.

Modelo ilustrando as vias de sinalização envolvidas no desenvolvimento da hipertrofia


fisiológica e patológica. IGF, fator de crescimento insulínico; PI3K, fosfoinositol-3-cinase;
Akt, proteína cinase B; Ang II, angiotensina II; ET-1, endotelina-1; Gaq, receptor aq; p38,
proteína 38 tirosina cinase ativada por mitógenos.

Hipertrofia Cardíaca Fisiológica Associada ao Exercício

A prática regular de exercícios físicos leva a uma série de adaptações fisiológicas no organismo que se instalam de forma
gradual e variam conforme as características do treinamento. Entre as adaptações cardiovasculares se destaca a hipertrofia
cardíaca fisiológica, que ocorre em resposta às alterações hemodinâmicas, que geram sobrecarga cardíaca durante as
sessões de treinamento.

O exercício físico é um estímulo já conhecido para o desenvolvimento de hipertrofia ventricular esquerda. As alterações
estruturais, resultantes do treinamento físico, dependem da natureza, duração e intensidade do exercício.
As diversas modalidades esportivas têm sido classificadas, fundamentalmente, em dois grandes grupos: esportes de
resistência, nos quais predominam as formas isotônicas ou dinâmicas do exercício, e esportes de força, nos quais predominam
as formas isométricas ou estáticas do exercício. Entretanto, raramente o condicionamento atlético é puramente isotônico ou
isométrico, e a maioria das atividades físicas envolve um componente dinâmico e estático, embora com predomínio de um
deles.

A hipertrofia induzida pelo treinamento físico resulta em aumento de massa muscular em resposta à sobrecarga de
trabalho. Esta hipertrofia é um mecanismo fisiológico compensatório, caracterizado principalmente pelo aumento do
comprimento e diâmetro dos cardiomiócitos, desta forma sendo responsável pela manutenção da tensão na parede ventricular
em níveis fisiológicos.

Diversos estudos têm utilizado modelos de exercício físico aeróbico em animais a fim de compreender os mecanismos da
hipertrofia cardíaca fisiológica.

Dentre esses protocolos, os mais utilizados são: exercício forçado em esteira, nado forçado e exercício voluntário em
rodas de treinameno. Há diferentes protocolos de exercício em esteira que variam em duração, inclinação e velocidade. No
entanto, alguns estudos têm falhado em demonstrar hipertrofia cardíaca com este modelo. Outro protocolo muito utilizado é o
nado forçado, que tem demonstrado hipertrofia cardíaca em torno de 15% nos animais treinados Já o exercício em rodas de
treinamento, apesar de ser voluntário, tem apresentado 12% a 20% de hipertrofia cardíaca em quatro semanas de
treinamento. Além disso, este tipo de protocolo produz menos estresse para os animais e mimetiza o exercício em humanos.
Anatomia do Coração

O coração é um órgão muscular que bombeia o


sangue ao longo do sistema circulatório para distribuí-
lo pelo corpo. Ele está localizado no mediastino,
envolvido em um saco seroso de duas camadas
conhecido como pericárdio. O coração possui o
formato de uma pirâmide com quatro faces, orientada
como se tivesse tombado para um dos lados. Assim,
a base da pirâmide está voltada para a parede
torácica posterior e seu ápice aponta em direção à
parede torácica anterior No

Os grandes vasos que se originam do coração encaminham seus ramos para a cabeça e o pescoço, o tórax, o abdome e
os membros superiores e inferiores.

O coração é um órgão essencial no organismo humano. Você pode viver sem seu baço, ou com um único rim. Você possui
até mesmo a capacidade de regenerar parcialmente seu fígado, mas você não pode viver sem um coração. Esse artigo
fornece uma introdução à anatomia desse órgão.

Existem algumas variações na terminologia referente ao coração em Português do Brasil e Português Europeu. Essa
variação de terminologia pode ser bastante confusa, portanto serão explicitadas abaixo para melhor compreensão do restante
do texto.

• Em Português do Brasil o termo átrio é equivalente ao termo aurícula, utilizado em Português Europeu.
• O termo aurícula em Português do Brasil faz referência a outra estrutura, que em Português Europeu é chamada
de apêndice auricular ou auriculeta.
• O termo valva, utilizado em Português do Brasil, corresponde ao termo válvula, em Português Europeu.
• No Português brasileiro o termo válvula pode ser utilizado como referência aos componentes das valvas, ou seja, como
sinônimo do termo cúspide. O contrário ocorre em Português Europeu, que usa o termo valva como sinônimo de cúspide.
Anatomia do coração

O coração possui cinco faces ou superfícies: a base, também conhecida como face ou superfície posterior e as faces
diafragmática (inferior), esternocostal (anterior) e pulmonares (laterais) direita e esquerda. Ele possui ainda quatro margens ou
bordas:

• A margem direita é um pequeno segmento do átrio direito, que se estende entre as veias cavas superior e inferior.
1.

• A margem esquerda é formada pelo ventrículo esquerdo e pela aurícula esquerda.


• A margem superior é formada por ambos os átrios e suas respectivas aurículas.
• A margem inferior é marcada pelo ventrículo direito.
Internamente, o coração é dividido em quatro câmaras: dois átrios (direito e esquerdo) e dois ventrículos (direito e esquerdo).

&

Átrio direito

-
Ventrículo direito
-
Ventrículo esquerdo

O átrio direito recebe sangue desoxigenado das veias sistêmicas, e o bombeia para o ventrículo direito, que em seguida o
encaminha aos pulmões. O átrio esquerdo recebe sangue oxigenado dos pulmões, e o envia para o ventrículo esquerdo, que o
distribui por todo o corpo.

As metades direita e esquerda do coração são separadas pelos septos interatrial e interventricular, que são contínuos entre
si. Além disso, os átrios são separados dos ventrículos pelos septos atrioventriculares. O sangue flui dos átrios para os
ventrículos através dos orifícios atrioventriculares (direito e esquerdo), que são aberturas nos septos atrioventriculares. Essas
aberturas se abrem e se fecham alternadamente pelas valvas cardíacas, dependendo da fase do ciclo cardíaco.

Valvas cardíacas

As valvas cardíacas separam os átrios dos ventrículos, bem como os ventrículos dos grandes vasos, situando-se nos
orifícios atrioventriculares e nas raízes do tronco pulmonar e da aorta. Cada uma delas possuí dois ou três folhetos, também
chamados de cúspides.
As cúspides se abrem para permitir que o sangue flua em uma direção, e em seguida se fecham para ocluir os orifícios e
impedir o refluxo do sangue.

Existem dois tipos de valvas: as atrioventriculares, situadas sempre entre um átrio e um ventrículo, e as semilunares, situadas
entre um ventrículo e a raiz de um grande vaso (tronco da artéria pulmonar e aorta). As valvas atrioventriculares impedem o fluxo
retrógrado de sangue dos ventrículos em direção aos átrios:

• A valva atrioventricular direita é chamada de valva tricúspide, e situa-se entre o átrio e o ventrículo direitos. Ela possui,
como o próprio nome sugere, três cúspides ou folhetos: anterior (anterossuperior), septal e posterior (inferior).

• A valva atrioventricular esquerda é chamada de valva mitral ou valva bicúspide. Esses nomes se devem ao fato de que
essa valva possui duas cúspides: anterior (aórtica) e posterior (mural), cujos formatos lembram o formato de uma mitra, que é
uma espécie de chapéu alto utilizado por autoridades da religião católica (papa, bispos, arcebipos, etc).

-
Valvas cardíacas em um cadáver

As valvas semilunares impedem o fluxo sanguíneo retrógrado dos grandes vasos para os ventrículos.

• A valva pulmonar encontra-se entre o ventrículo direito e a abertura do tronco pulmonar. Ela possui três cúspides com
formato semilunar: anterior (não adjacente), esquerda (adjacente esquerda) e direita (adjacente direita).

• A valva aórtica encontra-se entre o ventrículo esquerdo e a abertura da aorta. Ela possui três cúspides: esquerda
(coronária esquerda), direita (coronária direita) e posterior (não coronária).

Na prática clínica, as valvas cardíacas podem ser auscultadas, geralmente com o auxílio de um estetoscópio.

Fluxo sanguíneo através do coração

O fluxo sanguíneo através do coração é bastante lógico. Ele ocorre em função do ciclo cardíaco, que consiste em
contrações e relaxamentos alternados do miocárdio dos átrios e ventrículos. O período de contração do miocárdio é chamado
de sístole, enquanto o período de relaxamento é chamado de diástole. Note que sempre que os átrios se contraem (sístole
atrial), os ventrículos se relaxam (diástole ventrícular), e vice-versa. Vamos traduzir em palavras o fluxo cardíaco do coração:

• O átrio direito recebe sangue desoxigenado das veias cavas superior e inferior e do seio coronário
• O átrio direito se contrai, empurrando sangue através da valva tricúspide até o ventrículo direito. O ventrículo então se
contrai, passando o sangue para o tronco pulmonar através da valva pulmonar, até que o sangue chegue aos pulmões
• Nos pulmões, o sangue é oxigenado e em seguida retorna ao coração, entrando no átrio esquerdo através das veias
pulmonares
• O átrio esquerdo se contrai e empurra o sangue para o ventrículo esquerdo através da valva mitral.
• O ventrículo esquerdo empurra o sangue oxigenado através da valva aórtica para a aorta, a partir da qual o sangue é
distribuído para todo o corpo.

O ciclo cardíaco é controlado involuntariamente por um plexo autonômico nervoso chamado de plexo cardíaco.
Átrio direito
Ventrículo direito do coração


i)
Tronco pulmonar

d
Veias pulmonares esquerdas Átrio esquerdo

1 ↓

Ventrículo esquerdo do coração Aorta ascendente

C
6
Circulação coronariana

O coração precisa também de sangue oxigenado para seu adequado funcionamento. O suprimento arterial do coração é
realizado por duas artérias, as artérias coronárias direita e esquerda.

-
Circulação coronariana

Os músculos cardíacos funcionam o tempo todo (ainda bem!), então o coração possui uma alta necessidade nutricional.
As artérias coronárias emergem dos seios aórticos na raiz da aorta ascendente, e então originam vários ramos que
envolvem o coração. Assim, o sangue oxigenado atinge cada parte do órgão.

O sangue venoso do coração é coletado para as veias cardíacas: magna, média, parva e posterior do ventrículo
esquerdo. Essas veias convergem para uma estrutura venosa comum, o seio coronário, um vaso calibroso que leva sangue
desoxigenado do coração para o átrio direito.
Grandes vasos do coração

Os grandes vasos do coração são: a aorta, a artéria pulmonar, as veias pulmonares e as veias cavas superior e inferior. Por
que eles são chamados grandes vasos? Porque eles são possuem grandes dimensões. O diâmetro da aorta ascendente é de 2,1
centímetros, um pouco maior que o diâmetro de uma moeda de 10 centavos de Real, que tem 2,0 centímetros!

Os principais ramos da aorta incluem o tronco braquiocefálico (que se bifurca nas artérias subclávia direita e carótida comum
direita), a artéria carótida comum esquerda e a artéria subclávia esquerda.

A veia cava superior recebe sangue da metade superior do corpo através das veias braquiocefálicas direita e esquerda, e a
veia cava inferior recebe o sangue da metade inferior do corpo, através das veias ilíacas comuns.

Tronco pulmonar


Aorta ascendente


Veia cava superior

Veias pulmonares esquerdas

D Veias pulmonares direitas

D
Veia cava inferior

6
Artérias coronárias e veias cardíacas

O sistema arterial coronariano começa com as duas principais artérias que se originam no seio aórtico da raiz da aorta. A
artéria coronária direita se curva em torno do lado direito do coração, passando no sulco coronário/atrioventricular. Ela dá origem a
três grupos de ramos (anterior, marginal e inferior - anteriormente conhecido como posterior) que irrigam a maior parte das
estruturas localizadas do lado direito do coração. A artéria coronária esquerda cursa no sulco interventricular anterior, onde se
bifurca nos seus dois ramos terminais: a artéria interventricular anterior e a artéria circunflexa do coração. A maior veia do coração
é o seio coronário. Ela corre no sulco coronário, no aspecto inferior do coração e drena o sangue da maior parte do coração até o
átrio direito. O seio coronário possui várias tributárias, incluindo as veias cardíacas magna, média e parva; veia inferior do
ventrículo esquerdo e veia oblíqua do átrio esquerdo. A maior veia do aspecto anterior do coração é a veia cardíaca magna. Ela
recebe sangue de várias vênulas dos ventrículos e do átrio esquerdo, da veia marginal esquerda e da veia interventricular anterior.

Aorta ascendente Artéria coronária esquerda

d ·

Artéria interventricular anterior

! ↑
Artéria circunflexa do coração

Artéria coronária direita

Artéria circunflexa
do coração
-

Ramo do cone arterial da artéria coronária direita


Ramo do nó sinoatrial da artéria coronária direita

!
Ramo marginal direito da artéria coronária direita do coração

Ramo atrial da artéria coronária direita



I Seio coronário

!
Artéria interventricular posterior

as
Veia cardíaca magna

6
Veia cardíaca média

1
Veia cardíaca parva

Veia posterior do ventrículo esquerdo

6
Veia anterior do ventrículo direito


Mixomas
Um mixoma é um tumor cardíaco primário não canceroso que geralmente apresenta forma
irregular e consistência gelatinosa.

• As pessoas podem sentir falta de ar ou desmaiar, bem como apresentar febre ou perda de peso.
• Os médicos confirmam esse diagnóstico com um ecocardiograma.
• Uma cirurgia é necessária para remoção do mixoma.

Metade de todos os tumores cardíacos primários (surgidos no coração) são mixomas. Três quartos dos mixomas ocorrem
no átrio esquerdo, na câmara do coração que recebe o sangue rico em oxigênio proveniente dos pulmões. Os mixomas
geralmente se desenvolvem em mulheres, normalmente entre 40 e 60 anos de idade.

Alguns tipos incomuns de mixomas tendem a ser hereditários. Esses mixomas hereditários (parte do complexo de Carney,
uma síndrome de diversos tumores não cancerosos) normalmente se desenvolvem em homens jovens com aproximadamente
25 anos de idade e podem ocorrer em uma ou mais de qualquer uma das câmaras do coração.

Como um mixoma pode bloquear o fluxo sanguíneo no coração

É comum que um mixoma no átrio esquerdo se desenvolva a partir de um pedículo e


oscile livremente com o fluxo sanguíneo. Ao oscilar, o mixoma pode mover-se para fora e
para dentro da válvula mitral adjacente, que se abre do átrio esquerdo para o ventrículo
esquerdo. Esse movimento oscilante pode tapar e destapar a válvula sucessivamente, de
modo que o fluxo sanguíneo é interrompido intermitentemente.

É comum que um mixoma no átrio esquerdo se desenvolva a partir de um pedículo e oscile livremente com o fluxo sanguíneo,
como um espirobol. Ao oscilar, ele pode mover-se para fora e para dentro da válvula mitral adjacente, que se abre do átrio
esquerdo para o ventrículo esquerdo. Esse movimento oscilante pode tapar e destapar a válvula sucessivamente, de modo que o
fluxo sanguíneo é interrompido intermitentemente.
Sintomas de mixomas

Ao se levantarem, pessoas com mixoma no átrio esquerdo podem sentir falta de ar ou desmaiar. Quando uma pessoa fica em
pé, a força da gravidade empurra o mixoma até o interior da abertura da válvula mitral, obstruindo o fluxo sanguíneo que atravessa
o coração. Esta obstrução causa uma queda transitória da pressão arterial, pois o coração não consegue bombear muito sangue.
Ficar deitado geralmente faz com que o mixoma se afaste da válvula e alivia os sintomas.

Outros sintomas de mixoma incluem

• Febre
• Perda de peso
• Dor articular
• Síndrome de Raynaud (os dedos das mãos e dos pés ficam frios e doloridos quando expostos ao frio)
Complicações do mixoma

Fragmentos de um mixoma ou coágulos de sangue que se formam na superfície do mixoma se desprendem (convertendo-
se em êmbolos), viajam pela corrente sanguínea até outros órgãos e obstruem as artérias nessas regiões. Os sintomas variam
dependendo da artéria que estiver bloqueada. Por exemplo, uma artéria do cérebro bloqueada por êmbolos de tumor de um
mixoma atrial esquerdo pode causar um acidente vascular cerebral; já uma artéria do pulmão bloqueada por êmbolos de um
mixoma atrial direito pode causar dor e tosse com sangue. Êmbolos são a complicação mais comum dos mixomas.

Outras complicações incluem certas anormalidades sanguíneas. Uma contagem reduzida de hemácias (anemia) pode
causar fadiga, fraqueza e palidez. Uma contagem reduzida de plaquetas pode causar problemas de coagulação sanguínea e as
pessoas podem apresentar pontos vermelhos (petéquias) ou manchas roxas na pele.

Diagnóstico de mixomas

• Avaliação médica
• Diagnóstico por imagem

A suspeita de mixoma se dá com base nos sintomas da pessoa. Com um estetoscópio, os médicos podem ouvir um ruído
(sopro cardíaco) produzido pelo fluxo sanguíneo anormal. O mixoma pode bloquear o fluxo sanguíneo arterial ou venoso.

Uma vez que diversos sintomas de um mixoma também podem ser causados por vários outros distúrbios, podem ser
necessários exames detalhados antes de se determinar um diagnóstico.

Os exames de sangue podem apontar um alto número de leucócitos (indicando inflamação), anemia e baixo número de
plaquetas no sangue. Entretanto, nenhum desses testes é conclusivo.

O diagnóstico é confirmado mediante um ecocardiograma. Às vezes podem ser necessários outros exames de imagem,
incluindo angiografia, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM).

Tratamento de mixomas

• Cirurgia

A extração cirúrgica do mixoma geralmente cura a pessoa. Após a cirurgia, ecocardiografias são realizadas periodicamente
por cerca de cinco anos para garantir que não haja recorrência do mixoma.

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