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ESTUDO DE CASO CLÍNICO: ESTÁGIO

SUPERVISIONADO I

ELISVANIA JESUS DOS SANTOS


ELISVANIA JESUS DOS SANTOS

Estudo de Caso Clínico apresentado à Disciplina Estágio


Supervisionado I do curso de Enfermagem da Universidade
Salgado de Oliveira – UNIVERSO, realizado no Lar D’Joanita,
como requisito parcial de aprovação da mesma, sob a
orientação da Prof. Manuela Côrtes.

Salvador
2023
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SUMÁRIO

1. HISTÓRICO DE ENFERMAGEM……………………………………………….4
2. EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM……………………………………………….4
3. DEFINIÇÃO DAS PATOLOGIAS………………………………………………..6
3.1 FATORES PREDISPONENTES, FATORES DE RISCO, MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS, ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
3.2 TRATAMENTO MÉDICO REALIZADO
3.3 COMPLICAÇÕES DA PATOLOGIA E TRATAMENTO

3.4 PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM


4. REFERÊNCIAS………………………………….……………………………….20
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1 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

Paciente W.A.L., 69 anos, sexo masculino, idoso, parda, viuvo, brasileiro, reside na
cidade de Salvador, no bairro da Liberdade. Admitido a dois meses pelo abrigo Lar
D’Joanita, trazido pelos familiares quando recebeu alta do Hospital Ernesto Simões.
Com diagnóstico clínico de Hipertensão arterial sistêmica (HAS), Flutter e Fibrilação
arterial, Insuficiência cardíaca congestiva (ICC), Doença pulmonar Obstrutiva crônica
(DPOC), Doença Vascular periférica, Úlcera de decúbito em MIE não visualizado e
Transtorno Bipolar;. Em uso medicamentoso de clonidina 100 mg/ 3 x dia; digoxina
0,25mg/dia; hidralazina 20mg/ 3 x dia, rivaroxabana 20 mg/dia, sinvastatina 20mg/
2x dia, mirtazapina 15 mg/ 2x dia, Isossorbida 10mg/ 3x dia, Quetiapina 50mg 2x dia,
ioso gliclazida 10 mg/dia, clonazepam gotas/dia.

1.1 Evolução de enfermagem

Paciente encontrado sentado num ambiente de convivência coletiva, lúcido,


orientado no tempo e no espaço, com ventilação espontânea em ar ambiente
receptivo e colaborativo com a entrevista, aferido SSVV, PA: 160 X 120. Ftc 78 bom,
T.36•C Fr: 19pm relata sen algia. Exame físico: normotenso, normocárdico,
eupneico, afebril, couro cabeludo e pavilhão auricular íntegros, faço corada, mucosa
ocular normocrômica, Pupilas isocóricas, escleróticas, anictérica, cavidade nasal
íntegros, cavidade oral com arcada dentária incompleta sem uso de prótese, região
cervical sem a presença de gânglios palpáveis, tórax simétrico expansivo bilateral
mente, e MSE com lesão na pele, abdômen globoso indolor a palpação com
presença de ruídos hidroaéreos; MID com amputação supropoletar e MIE
apresentando curativo refere dejeção e diureses presentes, sono mantido, dieta com
boa aceitação. Segue aos cuidados de enfermagem.
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1.2 ESCALAS DE ENFERMAGEM

ESCALA DE MORSE – Risco severo de lesão por pressão – 10


ESCALA DE BRADEN – Risco médio de queda – 50

2- Diagnóstico de enfermagem

Risco de integridade da pele prejudicada relacionado por pressão sobre saliência


óssea.
Risco de gases prejudicada relacionado a desequilíbrio na relação ventilação
perfusão evidenciado por padrão respiratório normal.
Risco de úlcera por pressão relacionado a doença cardiovascular segundo escala de
Braden risco severo de 10.
Risco de queda relacionado a redução de mobilidade segundo escala de Morsen
risco elevado de 50

.PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM

● Aferir SSVV a cada 6h00;

● Auxiliar a paciente sempre, devido a sensibilidade para andar;

● Manter grades elevadas devido ao risco de queda;

● Identificar fatores de riscos;

● Avaliar a interação medicamentosa em relação aos efeitos colaterais; reações

adversas e eficazes;

● Conversar com a paciente;

● Observar-lo discretamente ;

● Avaliar o estado mental e de humor


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DEFINIÇÕES DA PATOLOGIA

HIPERTENSÃO

Hipertensão arterial crônica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada


por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se
frequentemente a alterações ou estruturas do órgão alvo (coração encéfalo rins e
vasos sanguíneos) e alterações metabólicas,com consequente aumento do risco de
eventos cardiovascular fatais e não fatais.
HIPERTENSÃO
Fatores predisponentes:
Entre os fatores responsáveis pela mudança na pressão estão: a gordura abdominal,
o excesso de bebida alcoólica e o consumo de sal, além da falta de atividade física
(sedentarismo). O estresse também pode fazer o corpo liberar hormônios —
substâncias que regulam o funcionamento do organismo — que contraem os vasos
(SCHNEIDER, 2019).
Etiologia
A causa da hipertensão arterial na maioria das vezes (mais de 90%) é
desconhecida. Sendo que a ativação do sistema nervoso simpático, do sistema
renina angiotensina, aldosterona e a curva de pressão natriurese alterada tem papel
importante na fisiopatogênese da hipertensão (ANDRADE; FERNANDES, 2016).

Fisiopatologia
Na maioria dos pacientes, o débito cardíaco é normal ou levemente aumentado e a
RVP é elevada. Esse padrão é típico de hipertensão primária e de hipertensão
decorrente de aldosteronismo primário, feocromocitoma, doença renovascular e
doença do parênquima renal (BAKRIS, 2022)
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Fatores de riscos;Alguns fatores de risco para hipertensão arterial são: idade


avançada, histórico familiar, obesidade, sedentarismo, consumo excessivo de sal e
álcool, tabagismo e estresse.

complicações;As complicações da hipertensão podem incluir danos nos órgãos,


como o coração, os rins e os vasos sanguíneos, além de aumentar o risco de
acidente vascular cerebral (AVC) e problemas cardiovasculares.

Tratamento;O tratamento para hipertensão geralmente envolve mudanças no estilo


de vida, como dieta saudável, exercícios regulares, redução do consumo de sal e
álcool, além do uso de medicamentos prescritos pelo médico. É importante seguir as
orientações médicas para controlar a pressão arterial adequadamente, a importância
também de ter hábitos saudáveis

Assistência de enfermagem

Alguns cuidados de enfermagem para pacientes com hipertensão incluem


monitoramento regular da pressão arterial, orientação sobre dieta saudável e
redução do consumo de sal, incentivo à prática de exercícios físicos regulares,
administração adequada de medicamentos prescritos, educação sobre os riscos e
complicações da hipertensão, incentivo à adesão ao tratamento, acompanhamento
regular do paciente para avaliar a eficácia do tratamento e fornecer suporte
emocional.

Flutter e Fibrilação Atrial (FA)

Definições: a FA é a arritmia sustentada mais frequente na prática clínica,


responsável por aproximadamente um terço das hospitalizações por distúrbios do
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ritmo cardíaco.

Fisiopatologia: Fibrilação atrial e flutter atrial são descargas elétricas muito rápidas
que fazem com que os átrios (câmaras superiores do coração) se contraem muito
rapidamente, e alguns desses impulsos elétricos atingem os ventrículos, levando-os
a contraírem-se de forma mais rápida e com menor eficiência que o normal.

Fatores predisponentes: incluem idade avançada, doença cardíaca pré-existente,


hipertensão arterial, diabetes, obesidade, consumo excessivo de álcool, tabagismo e
histórico familiar dessas condições.

Fatores de Riscos;Alguns fatores de risco para flutter atrial e fibrilação atrial são:
idade avançada, história familiar, hipertensão arterial, doença cardíaca pré-existente,
problemas na tireoide, consumo excessivo de álcool, obesidade e apneia do sono.

Manifestação clínica: Manifestações clínicas incluem pré-excitação ventricular,


hipertrofia ventricular, distúrbio de condução cardíaca e arritmias atriais.

Complicações: As complicações da fibrilação atrial e flutter atrial podem incluir o


risco de formação de coágulos sanguíneos, acidente vascular cerebral (AVC),
insuficiência cardíaca, comprometimento da função cardíaca, fadiga, falta de ar e
palpitações.

Tratamento clínico: O tratamento inclui o uso de medicamentos que retardam as


contrações dos ventrículos e, em alguns casos, medicamentos ou choques elétricos
(cardioversão) que restauram o ritmo cardíaco.

Assistência de enfermagem: Monitoramento contínuo do ritmo cardíaco,


verificação dos sinais vitais, administração adequada de medicamentos prescritos,
avaliação e gerenciamento da dor ou desconforto, orientação sobre estilo de vida
saudável e controle da pressão arterial, suporte emocional ao paciente e à família,
além de colaborar com a equipe médica no planejamento do tratamento e
acompanhamento do paciente.
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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)

Definição: Insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa, na qual o


coração é incapaz de bombear sangue de forma a atender às necessidades
metabólicas tissulares, ou pode fazê-lo somente com elevadas pressões de
enchimento.

Fisiopatologia: IC de início recente envolve, mais frequentemente, três modelos


associados à base etiológica - miocardites agudas, valvopatias agudas e síndrome
coronariana aguda. A isquemia miocárdica ocasiona disfunção ventricular e IC por
meio de vários mecanismos.

Fatores predisponentes: Doença cardíaca pré-existente, como doença arterial


coronariana, hipertensão arterial não controlada, diabetes, histórico familiar de
insuficiência cardíaca, tabagismo, obesidade e consumo excessivo de álcool.

Fatores riscos: Histórico prévio de ataques cardíacos, pressão arterial elevada,


doença cardíaca pré-existente, diabetes, obesidade, tabagismo, consumo excessivo
de álcool, uso de certos medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides
(AINEs), e condições pulmonares crônicas.

Complicações: As complicações da insuficiência cardíaca congestiva podem incluir


falta de ar, fadiga, inchaço nas pernas e tornozelos, ganho de peso repentino,
batimentos cardíacos irregulares, tosse persistente, diminuição da capacidade de
exercício e aumento do risco de complicações cardíacas graves, como arritmias e
insuficiência cardíaca aguda.

Manifestações clínicas: Pacientes diagnosticados com insuficiência crônica podem


identificar um quadro da descompensação cardíaca quando há aumento de sinais e
sintomas mesmo em repouso, como respiração ofegante, batimento cardíaco
irregular e pressão arterial elevada.

Tratamento clínico: O tratamento da IC vem sofrendo modificações através dos


anos. No momento, a terapêutica baseada no tripé, digital, diuréticos e inibidores da
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enzima conversora tem provocado as melhores respostas, com redução de


manifestações clínicas, de necessidade de hospitalizações e de mortalidade.

Assistência de enfermagem: Monitoramento dos sinais vitais, controle do balanço


hídrico, administração de medicamentos prescritos, orientação sobre restrição de sal
e líquidos, auxílio na realização de exercícios físicos adequados, avaliação e
gerenciamento dos sintomas respiratórios, apoio emocional ao paciente e à família,
além de colaborar com a equipe médica no planejamento do cuidado e no
acompanhamento do paciente.

Doença pulmonar Obstrutiva Periférica (DPOC)

Definição: A DPOC é uma enfermidade respiratória com manifestações sistêmicas,


que se caracteriza por obstrução crônica ao fluxo aéreo que não é totalmente
reversível, estando associada a uma resposta inflamatória anormal à inalação de
fumaça de cigarro e outras partículas e gases tóxicos.

Fisiopatologia: Caracteriza por obstrução crônica ao fluxo aéreo que não é


totalmente reversível, estando associada a uma resposta inflamatória anormal à
inalação de fumaça de cigarro e outras partículas e gases tóxicos.

Fatores de risco: Para a DPOC incluem exposição ocupacional a poeiras e


produtos químicos, baixo nível socioeconômico, história de asma, falta de atividade
física regular e desnutrição.

Fatores predisponentes: tabagismo, exposição prolongada a poluentes


atmosféricos, história familiar de DPOC, exposição ocupacional a substâncias
irritantes, infecções respiratórias frequentes na infância e envelhecimento.

Complicações: As complicações da DPOC podem incluir exacerbações frequentes


e graves da doença, infecções respiratórias recorrentes, insuficiência respiratória,
doenças cardiovasculares, perda de peso, ansiedade e depressão, e redução da
qualidade de vida.
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Manifestações clínicas: falta de ar aos esforços, que pode progredir até para
atividades corriqueiras como trocar de roupas ou tomar banho; pigarro, tosse
crônica, tosse com secreção e que piora pela manhã

Tratamento Clínico protocolo de tratamento de DPOC, no Brasil, é seguido por toda


a rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Dentre os diferentes tipos de tratamento,
o farmacológico é considerado um dos principais pilares no manejo da doença. A
fisioterapia respiratória, a oxigenoterapia e/ou uso da ventilação não invasiva,
conforme gravidade e indicação, também demonstram ser estratégias com grande
potencial para minimizar os sintomas respiratórios, melhorar a qualidade de vida e
reduzir o risco de mortalidade.

Assistências de enfermagem: Cuidados de enfermagem para pacientes com


DPOC incluem monitoramento dos sinais vitais, administração adequada de
medicamentos prescritos, orientação sobre técnicas de respiração e uso de
dispositivos auxiliares, educação sobre o manejo da doença, apoio emocional,
incentivo à prática de exercícios físicos adequados e acompanhamento regular do
paciente para avaliar a progressão da doença e ajustar o plano de cuidados,
conforme necessário

Doença Vascular Periférica

A doença vascular periférica é uma condição caracterizada pelo estreitamento ou


obstrução dos vasos sanguíneos que fornecem sangue às extremidades do corpo,
como pernas e braços. Isso pode resultar em sintomas como dor, cansaço,
formigamento, úlceras e dificuldade de cicatrização. É causada principalmente pela
aterosclerose, mas também pode ser causada por outros fatores, como diabetes,
tabagismo e hipertensão arterial. O tratamento visa melhorar o fluxo sanguíneo e
aliviar os sintomas.

Fisiopatologia: Formação de placas de aterosclerose nos vasos sanguíneos das


extremidades. A aterosclerose é caracterizada pelo acúmulo de depósitos de
gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias, levando à
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obstrução do fluxo sanguíneo.

À medida que as placas de aterosclerose se desenvolvem, ocorre um estreitamento


progressivo dos vasos sanguíneos, reduzindo o suprimento de sangue rico em
oxigênio para os tecidos periféricos. Isso pode resultar em sintomas como dor nas
pernas durante a caminhada (claudicação intermitente), formigamento, fraqueza
muscular e dificuldade de cicatrização.

Em estágios avançados da doença vascular periférica, as placas podem se romper


ou causar trombose, obstruindo completamente o fluxo sanguíneo e levando a
complicações graves, como úlceras nas pernas ou gangrena.

Fatores de risco: Tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado,


obesidade, histórico familiar da doença, idade avançada, sedentarismo e doença
renal crônica.

Fatores predisponentes:

● Tabagismo: O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o


desenvolvimento da doença vascular periférica.
● Diabetes: Pessoas com diabetes têm maior probabilidade de desenvolver
problemas circulatórios, incluindo a doença vascular periférica.
● Hipertensão arterial: A pressão alta aumenta o risco de danos aos vasos
sanguíneos, incluindo os que estão nas extremidades.
● Colesterol alto: Níveis elevados de colesterol podem levar ao acúmulo de
placas nas artérias, obstruindo o fluxo sanguíneo.
● Idade avançada: O risco de desenvolver doença vascular periférica aumenta
com a idade.
● Obesidade: O excesso de peso coloca maior pressão sobre os vasos
sanguíneos, aumentando o risco de obstrução.
● Histórico familiar: Pessoas com histórico familiar de doença vascular
periférica têm maior probabilidade de desenvolvê-la.
● Inatividade física: A falta de exercícios regulares pode contribuir para o
desenvolvimento da doença vascular periférica.
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As manifestações clínicas:

● Claudicação intermitente: Dor, cãibras ou sensação de peso nas pernas


durante a atividade física, aliviada com repouso.
● Dor em repouso: Dor persistente nas pernas ou pés, mesmo quando em
repouso, muitas vezes pior à noite.
● Alterações na pele: Pele pálida ou azulada nas extremidades, feridas que
demoram a cicatrizar e desenvolvimento de úlceras.
● Alterações nas unhas e pêlos: Unhas grossas e quebradiças, crescimento
lento dos pelos nas pernas.
● Diminuição da sensibilidade: Sensação de formigamento, dormência ou
fraqueza nas pernas.
● Pulsação fraca ou ausente: Ausência ou enfraquecimento dos pulsos nas
extremidades afetadas.
● Disfunção erétil: Em homens, dificuldade em obter ou manter ereções.

Tratamento clínico:

● Modificações no estilo de vida: Isso pode envolver parar de fumar, adotar


uma dieta saudável e equilibrada, fazer exercícios regularmente e controlar os
fatores de risco, como diabetes e hipertensão arterial.
● Medicamentos: O médico pode prescrever medicamentos para controlar a
pressão arterial, reduzir o colesterol, dilatar os vasos sanguíneos ou prevenir
a formação de coágulos sanguíneos.
● Terapia antiplaquetária: Medicamentos como a aspirina podem ser prescritos
para ajudar a prevenir a formação de coágulos sanguíneos.
● Revascularização: Em casos mais graves, pode ser necessária uma
intervenção cirúrgica para restaurar o fluxo sanguíneo adequado. Isso pode
ser feito por meio de angioplastia com colocação de stent ou através de uma
cirurgia de ponte de safena ou enxerto vascular.
● Cuidados com feridas: Se houver úlceras ou feridas nas pernas, é importante
realizar curativos adequados e seguir as orientações médicas para promover
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a cicatrização.

Assistência de enfermagem:

● Avaliação e monitoramento dos sintomas e sinais vitais.


● Educação ao paciente sobre a doença, fatores de risco e medidas de
autocuidado.
● Orientação sobre a importância de parar de fumar, adotar uma dieta saudável
e realizar exercícios físicos.
● Administração de medicamentos conforme prescrição médica.
● Avaliação e cuidados com feridas, incluindo curativos adequados e
monitoramento da cicatrização.
● Ensino sobre a importância da higiene adequada dos pés e prevenção de
lesões.
● Instruções sobre o uso adequado de meias de compressão, se indicado pelo
médico.
● Apoio emocional ao paciente e à família, fornecendo informações e
esclarecendo dúvidas.

Transtorno Bipolar:

O transtorno bipolar é uma condição psiquiátrica crônica que causa mudanças


extremas de humor, variando entre episódios de mania (euforia, energia excessiva,
impulsividade) e episódios de depressão (tristeza profunda, falta de energia,
desinteresse). Essas alterações de humor podem afetar significativamente o
funcionamento diário e a qualidade de vida da pessoa afetada.

Fisiopatologia: Ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que


envolva uma combinação de fatores genéticos, químicos e ambientais. Alguns dos
principais aspectos da fisiopatologia incluem:

● Disfunção neuroquímica: Desregulação dos neurotransmissores, como a


dopamina, serotonina e noradrenalina, que desempenham um papel
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importante na regulação do humor.


● Alterações no sistema de resposta ao estresse: Pessoas com transtorno
bipolar podem apresentar uma resposta anormal ao estresse, o que pode
desencadear episódios de mania ou depressão.
● Fatores genéticos: Existe uma predisposição genética para o
desenvolvimento do transtorno bipolar. Estudos sugerem que certos genes
podem estar envolvidos na regulação do humor e na resposta ao tratamento.
● Processos inflamatórios: Alguns estudos indicam que a inflamação crônica
pode desempenhar um papel na fisiopatologia do transtorno bipolar.
● Alterações estruturais do cérebro: Imagens cerebrais mostraram diferenças
na estrutura e função cerebral em pessoas com transtorno bipolar, incluindo
alterações no tamanho e atividade de certas áreas cerebrais.
Fatores de risco: Os fatores podem variar de pessoa a pessoa, mas algumas
mudanças significativas ou situações estressantes podem ser um gatilho, tais como:
Perdas - doença, morte de alguém importante na vida da pessoa, separação,
desemprego, dificuldades financeiras;
Ganhos - casamento, reconciliação, gravidez, nascimento, melhora de padrão
financeiro;
Sono - privação de sono;
Fuso - Alteração de fuso horário;
Substâncias - uso de álcool e drogas;
Medicamentos - parada ou diminuição da medicação.
Fatores ambientais e fatores genéticos também podem aumentar o risco de
desenvolver o transtorno bipolar:
Fatores ambientais - o transtorno bipolar é mais frequente em países com pessoas
com renda mais alta do que em países de mais baixa renda. Fatores genéticos e
fisiológicos - O histórico familiar de pessoas com transtorno bipolar é um dos fatores
que mais influencia para o desenvolvimento da bipolaridade. Estima-se que o risco
da doença acometer pessoas com algum histórico de bipolaridade na família é 10
vezes maior.

Fatores predisponentes
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Existem vários fatores que podem predispor uma pessoa ao desenvolvimento do


transtorno bipolar. Alguns dos principais fatores predisponentes incluem:

● Histórico familiar: Ter parentes de primeiro grau com transtorno bipolar


aumenta o risco de desenvolver a condição.
● Genética: Estudos sugerem que certos genes podem estar associados ao
transtorno bipolar, embora a herança genética seja complexa e não seja o
único fator determinante
● Alterações químicas cerebrais: Desequilíbrios nos neurotransmissores
cerebrais, como dopamina, serotonina e noradrenalina, podem desempenhar
um papel no desenvolvimento do transtorno bipolar.
● Eventos estressantes: Experiências traumáticas, eventos estressantes
significativos ou mudanças importantes na vida podem desencadear o início
dos sintomas em pessoas predispostas.
● Abuso de substâncias: O uso excessivo de álcool ou drogas pode
desencadear ou piorar os sintomas do transtorno bipolar.
● Disfunção hormonal: Alterações nos níveis hormonais, como durante a
gravidez ou na menopausa, podem influenciar o aparecimento ou
agravamento dos sintomas.

É importante ressaltar que esses fatores predisponentes não garantem o


desenvolvimento do transtorno bipolar, mas aumentam o risco. O transtorno bipolar
é uma condição complexa e multifatorial, e a interação entre esses fatores ainda
está sendo estudada.
Manifestações clínicas: As manifestações clínicas do transtorno bipolar podem
variar, mas geralmente envolvem episódios de mania e episódios de depressão.
Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

Episódios de Mania:
- Euforia excessiva ou humor elevado
- Aumento da energia e atividade física
- Fala acelerada e impulsividade
- Pensamentos acelerados e dificuldade em se concentrar
- Comportamento imprudente ou de risco, como gastar dinheiro de forma excessiva
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- Diminuição da necessidade de sono


- Irritabilidade ou agitação

Episódios de Depressão:
- Tristeza profunda e persistente
- Perda de interesse ou prazer em atividades antes apreciadas
- Fadiga e falta de energia
- Dificuldade em dormir ou dormir demais
- Alterações no apetite e peso, podendo levar a perda ou ganho significativo
- Sentimentos de culpa, inutilidade ou desesperança
- Dificuldade de concentração e tomada de decisões
- Pensamentos suicidas

É importante ressaltar que os sintomas podem variar em intensidade e duração, e


que nem todas as pessoas com transtorno bipolar experimentam todos os sintomas
mencionados.

Tratamento clínico: O tratamento clínico do transtorno bipolar geralmente envolve


uma abordagem combinada que inclui medicamentos e terapia psicossocial. Alguns
dos principais componentes do tratamento incluem:

● Medicamentos estabilizadores de humor: Medicamentos como lítio, valproato


e carbamazepina são frequentemente prescritos para ajudar a estabilizar o
humor e prevenir episódios de mania e depressão.
● Antipsicóticos: Em alguns casos, antipsicóticos atípicos podem ser prescritos
para ajudar a controlar os sintomas maníacos ou mistos.
● Antidepressivos: Em episódios de depressão, antidepressivos podem ser
prescritos como parte do tratamento, muitas vezes em combinação com
estabilizadores de humor.
● Terapia psicossocial: A terapia psicossocial desempenha um papel importante
no tratamento do transtorno bipolar. Isso pode incluir terapia cognitivo-
comportamental, terapia interpessoal ou terapia de grupo para ajudar a
gerenciar os sintomas, desenvolver habilidades de enfrentamento e melhorar
o funcionamento social e emocional.
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● Gerenciamento do estilo de vida: Manter um estilo de vida saudável, incluindo


uma rotina regular de sono, exercícios físicos regulares, alimentação
balanceada e evitar o uso excessivo de álcool ou drogas, pode ser benéfico
no gerenciamento do transtorno bipolar.

É importante ressaltar que o tratamento do transtorno bipolar deve ser


individualizado e adaptado às necessidades específicas de cada pessoa. O
acompanhamento regular com profissionais de saúde mental é essencial para
monitorar a eficácia do tratamento e fazer ajustes, se necessário.

Assistência de enfermagem :

● Avaliação: Realizar uma avaliação completa do paciente, incluindo histórico


médico, histórico de sintomas e exame físico.
● Monitoramento dos sinais vitais e do estado mental: Monitorar regularmente
os sinais vitais do paciente, como pressão arterial, frequência cardíaca e
respiratória, além de avaliar o estado mental do paciente em relação a
alterações de humor, pensamentos suicidas ou comportamentos de risco.
● Administração de medicamentos: Administrar os medicamentos prescritos
pelo médico, seguindo as orientações corretas de dosagem e horários.
● Educação do paciente e da família: Fornecer informações sobre o transtorno
bipolar, seus sintomas, tratamento e importância da adesão aos
medicamentos prescritos. Orientar sobre a identificação de sinais de alerta de
recaída ou piora dos sintomas.
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REFERÊNCIA:

CAMPOS, Juliana Lacerda O.; DIAS, Raphael; SILVA, Ana Cristina Simões e.
Hipertensão Arterial Sistêmica. 1. ed. -- Belo Horizonte, MG : Ed. Da Autora, 2020,
51p.

NANDA International. Diagnóstico de enfermagem: definições e classificação


2015-2017; tradução Regina Machado Garcez – Porto Alegre: Artmed, 2015

Cortes Manuela Estudo de caso. LAR D’JOANITA 2023. Atividade realizada para
aprovação parcial no Estágio Supervisionado I, do Curso de Enfermagem, do
Centro Universo Salvador.

NANDA – I - North American Nursing Diagnosis Association International.


Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2009 - 2011.
Porto Alegre (RS): Artmed;

GARCEZ, R.M. Bases Teóricas de Enfermagem. 4 ed. São Paulo: Artmed, 2016.
MORSCH, José Aldair. CID F31 – TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR. Publicado
em: 18 de março de 2022. Disponível em:https://telemedicinamorsch.com.br/blog/cid
f31#:~:text=F31.0%3A%20Transtorno%20afetivo%20bipolar,atual%20depressivo%2
0leve%20ou%20moderado. Acesso em: 29/09/2023

NANDA – I - North American Nursing Diagnosis Association International.


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Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2009 - 2011.


Porto Alegre (RS): Artmed; 2010.
Tratado de enfermagem médico- cirúrgica, disponível em:
https://www.scielo.br/j/abc/a/VCQkdfNs5QNyTYhp8WdnMdN/?lang=pt SciELO -
Brasil - Diretriz de fibrilação atrial Diretriz de fibrilação atrial , Acessado em:
28/09/2023 às 14:45

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