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Maria Eduarda Arrais – S6

GT 2 MÓDULO 26

Objetivos de estudo: insuficiência coronariana é transitória,


ocorrendo em situações em que há
desequilíbrio, ocorrendo então isquemia.
Objetivo Geral: Compreender a doença arterial
coronariana estável/crônica As consequências desse desequilíbrio podem
levar uma adaptação dos miócitos a isquemia
Objetivos Específicos:
ou se suficientemente prolongada pode levar a
1. Estabelecer o diagnóstico diferencial de morte celular, podendo deixar regiões sem
precordialgia contração ou hibernantes (não contraem em
2. Diferenciar as manifestações da DACC: repouso).
angina estável, angina instável, IAM, morte
súbita e ICC  INSUFICIÊNCIA CORONARIANA: refere-
3. Definir e classificar a DACC se a incapacidade da circulação coronariana
4. Conhecer a epidemiologia da DACC em manter fluxo sanguíneo adequado em
5. Entender a fisiopatologia da DACC e seus todas as condições de exigências de O2
fatores de risco  ISQUÊMIA: é a expressão da insuficiência
6. Analisar o quadro clínico da DACC e suas da circulação sanguínea, no caso coronária,
complicações no momento em que ocorre um
7. Citar os diagnósticos diferenciais desequilíbrio entre o consumo e a oferta de
8. Elucidar a avaliação do paciente na O2, causada exclusivamente pela
emergência e a abordagem diagnóstica incapacidade de aumento proporcional do
9. (critérios no ECG, ergometria, fluxo sanguíneo e NÃO importando a causa
ecocardiografia, enzimas e CATE) da sua redução. Isso pode ser verificado
10. Compreender o tratamento do paciente por vários métodos diagnósticos.
com DACC  ISQUEMIA SILENCIOSA: Ou doença
isquêmica do miocárdio silenciosa, é a
isquemia sem sintomas concomitantes,
detectada por qualquer dos meios
Definições e introdução: descritos como verificadores de isquemia.

# DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA/DOENÇA


ISQUEMICA DO MIOCÁRDIO: OBSERVAÇÃO:
Se refere ao comprometimento da circulação É fundamental entender a diferença de DAC e
coronariana com alterações da luz das insuficiência coronariana: A primeira
artérias, podendo levar a alterações no fluxo corresponde às alterações anatômicas das
sanguíneo coronariano (ISQUEMIA em uma ou artérias coronárias que justificam a alteração
mais porções do músculo cardíaco), sendo sua funcional que acontece no musculo
principal etiologia é a aterosclerose das correspondendo a insuficiência coronariana.
artérias coronárias, sendo as demais causas
(ex.: embolia, vasculite, dissecção coronariana) A doença isquêmica do miocárdio secundária à
bastante incomuns. aterosclerose coronariana pode ter três
apresentações clínicas distintas:
Os sintomas mais frequentes relatados
devem-se ao desequilíbrio entre a oferta e a (1) ASSINTOMÁTICA: Ou isquemia silenciosa,
demanda de O2 no miocárdio, se devendo a paciente é portador de fatores de risco para
alterações em qualquer ponto da circulação aterosclerose porem os indícios de isquemia
coronariana. Na maioria das vezes a miocárdica só podem ser detectados por
exames complementares. Possuem o MESMO # ANGINA:
prognóstico de sintomáticos.
 Síndrome clínica caracterizada por dor ou
desconforto em quaisquer uma das
regiões: tórax, epigástrio, mandíbula, ombro,
(2) AGUDA - SCA – Evolui em curto espaço de
dorso ou MMSS.
tempo com sintomas e sinais de isquemia
prigressiva que se manifestam em REPOUSO.  Descritores: “sufocamento”, “queimação”,
A causa deste problema é a instabilidade da “opressão”, “peso”
placa de ateroma, que sofre rupturas em sua  Duração angina estável?? Alguns minutos:
superfície originando um trombo (constituído 10-20
por plaquetas e fibrina).  Fator de piora/início: atividade física e
estresse emocional e decúbito despertando
Existem três síndromes coronarianas agudas o paciente no meio da noite.
diferentes: (1) Angina Instável (AI); (2) IAM  Fator de melhora: uso de nitroglicerina e
sem supradesnível do segmento ST (IAMSST); derivados, repouso
(3) IAM com supradesnível do segmento ST
 Irradiação: membros superiores (direito,
(IAMST).
esquerdo ou ambos), ombro, mandíbula,
CARACTERISTICAS: pescoço, dorso e região epigástrica;
 Localização:
(1) paciente com angina prévia, porém,
diminuição progressiva do limiar anginoso - Dor isquêmica: Quando se solicita para o
(ANGINA EM CRESCENDO); paciente localize o local da dor, no desconforto
isquêmico o paciente esfrega a mão
(2) angina de início há no máximo dois meses,
difusamente sobre o esterno ou a coloca como
que evoluiu de forma rápida até a classe III
punho cerrado no meio do peito – SINAL DE
da CCS (ANGINA DE INÍCIO RECENTE);
LEVINE
(3) angina em repouso com > 20min de
- Dor provavelmente não isquêmica: consegue
duração ocorrendo há no máximo uma semana
delimitar bem a sensação podendo ate apontar
(ANGINA DE REPOUSO).
com o dedo a região
- EQUIVALENTES ANGINOSOS: sinais e
(3) CRÔNICA: Também chamada de ANGINA sintomas diferentes de dor no peito porem
ESTÁVEL. Paciente refere sinais e sintomas igualmente indicativos de isquemia miocárdica.
de isquemia durante esforço, em repouso as Observa-se principalmente em idosos,
manifestações desaparecem. Não há mulheres, diabéticos e transplantados
“instabilidade” da placa de ateroma, mas esta é cardíacos.
grande o suficiente para obstruir a maior
parte do lúmen coronariano (>50%), produzindo
isquemia somente em face de um aumento na
demanda miocárdica.

O fato é que, na ausência de tratamento, o


desfecho de todas as formas de
aterosclerose coronária é o mesmo: infarto
miocárdico na região suprida pelo vaso doente,
o que, dependendo da extensão e localização,
pode evoluir com complicações elétricas (ex.:
arritmias, incluindo a morte súbita por FV/TV)
e/ou mecânicas (ex.: falência ventricular
esquerda; ruptura de parede livre; ruptura do
septo interventricular; ruptura de músculos
papilares, aneurisma miocárdico).
CLASSIFICAÇÕES DE DOR TORÁCICA:
1. Classificação clínica da dor:
- Angina típica: 3 características semiológicas:

(1) Sensação de aperto, peso, compressão,


desconforto, dor epigástrica ou pressão
retroesternal
(2) Início durante esforço físico ou emoções;
(3) Alívio após repouso ou nitrato sublingual
(em 1-5min).

- Angina atípica ou provável: 2 características.


Tende a ser mais comum em mulheres, idosos Epidemiologia:
e diabéticos e a interpretação continua sendo
doença coronariana como mais provável  A doença isquêmica do miocárdio (DAC) é
uma das principais causas de óbito na
- Dor torácica não cárdica: somente 1 ou contemporaneidade, aplica-se ao estilo de
nenhum critério desses, o desconforto vida moderno com dietas gordurosas
torácico é dito como não anginoso e se aliadas ao sedentarismo, tabagismo,
interpreta como provavelmente não cardíaco obesidade, DM2 que são fortes fatores de
risco para aterosclerose das coronárias.

 Envelhecimento populacional
 12-14% dos homens entre 65-84 anos são
portadores de angina estável (forma
crônica e sintomática da aterosclerose
coronariana) e entre 10-12% das
mulheres. A prevalência de doença
coronariana assintomática gira em torno de
2. Classificação quanto a severidade: 2-3% da população geral.
 Angina estável: A maioria dos pacientes é
- Angina estável: Placa aterosclerótica crônica do sexo masculino (~ 70%), proporção essa
causando uma doença isquêmica crônica com que fica ainda maior na faixa etária < 50
obstrução de >50% do lúmen. anos. Em mulheres, a prevalência de
- Angina instável: muito relacionada a evento doença coronariana só se torna significativa
coronariano agudo. Ainda é subdividida em 3 após a menopausa...
grupos conforme as características clínicas:
em repouso, de aparecimento recente e em
crescendo. Fisiopatologia e etiologias DAC:
A causa mais comum de DAC é a
ATEROSCLEROSE, um processo imuno-
inflamatório desencadeado pela oxidação das
lipoproteínas de baixa intensidade (LDL),
processo que ocorre inicialmente na camada
subintimal da artéria.
Em associação, há disfunção endotelial e, Fatores de risco doença coronariana:
consequentemente, reduzem-se os níveis das
substâncias protetoras produzidas pelo
Como a doença coronariana é comumente
endotélio íntegro, em especial o do óxido nítrico.
causada por aterosclerose, e considerando que
Outros processos inflamatórios, devidos a esta última é uma condição difusa que
arterites, também podem reduzir a luz das acomete diversos leitos arteriais do corpo,
artérias coronárias. com frequência no exame clínico do paciente
identificam- se outros sinais e sintomas de
vasculopatia obliterativa, por exemplo:
claudicação intermitente (aterosclerose dos
membros inferiores), história de AIT/AVC
(aterosclerose cerebrovascular), massa
abdominal pulsátil (aneurisma de aorta).

Alterações na microcirculação como


hipertrofia de ventrículo esquerdo e síndrome
X também podem levar a insuficiência
coronariana. Fluxo lento coronariano, anomalias
anatômicas como origens anômalas das
artérias coronarianas.
Alterações do tônus vascular (espasmos) nas
artérias coronarianas podendo levar a um
quadro clínico de IAM.
Isquemias silenciosas (Holter mostrando SST
e paciente sem sintomas).

Manifestações clínicas:
É de difícil diagnóstico pois a maioria dos
indivíduos com doença nas artérias coronárias
não apresenta sintomas.

Na DAC crônica especificamente, o que 1) Angina:


caracteriza esta condição é a ocorrência de Dor em constrição, queimação, peso ou aperto.
isquemia miocárdica transitória, esforço- Também descrita como uma sensação de
induzida, que melhora com o repouso. asfixia e ansiedade.
Sua causa é na maioria das vezes a obstrução Localizada retroesternal e precordial, correndo
hemodinamicamente significativa (> 50% do irradiação para superfície ulnar do antebraço
lúmen) de uma ou mais coronárias epicárdicas esquerdo, MMSS direito, dorso, pescoço e
por placas de ateroma “estáveis” (superfície mandíbula. Também é comum a dor
íntegra e sem trombos). epigástrica associada ao desconforto torácico.
Fatores desencadeantes: esforço físico, ateromas, podem ser encontrados sinais
atividade sexual, posição, alimentação, específicos do fator causal, como sopro
respiração, componente emocional e sistólico aórtico ejetivo em portadores de
espontânea; estenose aórtica ou cardiomiopatia
hipertrófica, mucosas descoradas na
Fatores de alívio: repouso, nitrato sublingual,
anemia e sinais de tireotoxicose, no
analgésico, alimentação, antiácido, posição e
hipertireoidismo.
apneia;
 Durante um episódio de dor anginosa,
podem ser flagrados estertores
crepitantes pulmonares e terceira bulha à
ausculta do coração, sinais de disfunção
ventricular esquerda transitória.
 Sopro sistólico transitório de regurgitação
mitral também pode ser auscultado,
resultado da isquemia dos músculos
papilares.
 Preditores de DAC: Terceira Bulha (B3),
Quarta Bulha (B4) ou galope, sopro de
regurgitação mitral, desdobramento
paradoxal de Segunda Bulha (B2) e
estertoração pulmonar bibasal.
Achados de aterosclerose em outros
territórios, como pulsos de membros
inferiores diminuídos, endurecimento
2) Equivalentes anginosos: arterial e aneurisma abdominal, aumentam
a probabilidade de DAC.
Comum em mulheres, idosos e diabéticos. Outros achados, como pressão arterial
Deve ser valorizado tal quanto a angina típica. elevada, xantomas e exsudatos retinianos,
Dispneia, tontura, fadiga e eructações. apontam para a presença de fatores de
risco da DAC.
 Hipofonese das bulhas cardíacas, assim
3) Sintomas associados: como rubor facial, pode indicar doenças do
pericárdio e/ou pleura contígua ao coração.
Sudorese, náusea, vômito, palidez, dispneia,  A palpação da parede torácica
hemoptise, tosse, pré-síncope e síncope. frequentemente revela os locais da dor
nos pacientes com síndromes
músculo-esqueléticas, mas pode também
Exame físico: estar presente naqueles pacientes com
angina típica.
Geralmente não é de grande utilidade para
diagnóstico de DAC porem pode ter achados de
grande valor prognostico.

 4ª bulha + com sopro mitral e estertores


crepitantes em campos pulmonares:
podem indicar disfunção ventricular
esquerda
 4ª bulha (miocardiopatia isquêmica),
miocardiopatia valvas, hipertensiva ou
idiopática.
 Em pacientes com angina devido a outras
causas que não obstrução coronária por
 Muitos pacientes possuem exame físico O exame deve atingir carga de esforço
alterado não pela doença coronariana em si, suficiente ou seja 85% da FC máxima para
mas sim pelos seus fatores de risco... idade e sexo para que o exame seja valido.
Por exemplo: HAS; obesidade centrípeta e O exame deve ser realizado preferencialmente
acantose nigricans (resistência à insulina); em assintomáticos para tentar fazer
diminuição e assimetria dos pulsos periféricos, diagnostico de DAC ou em pessoas com
sopro carotídeo e aneurisma de aorta sintomas para aumentar as chances desse
abdominal (aterosclerose); xantomas e diagnóstico.
xantelasmas (hipercolesterolemia); alterações
Como a sensibilidade da prova de esforço é de
características no fundo de olho (HAS/DM);
aproximadamente 75%, um resultado negativo
manchas nicotínicas nas pontas dos dedos...
não exclui a presença de DAC, embora torne
improvável a presença da doença no tronco da
artéria coronária esquerda ou doença em três
Diagnostico e abordagem na emergência: vasos.
A intensidade do infra desnivelamento do
1. ELETROCARDIOGRAMA: segmento ST e o tempo necessário para a
Normal em 50% dos pacientes com angina recuperação das alterações ao ECG também
típica e nos outros é possível encontrar são importantes. O risco da prova de esforço é
alterações como: pequeno porem há contraindicações: infarto
agudo do miocárdio (< 4 dias), angina instável
- Inversão de onda T de moderado e alto risco, ritmos cardíacos
- Supra ou infra ST instáveis, estenose aórtica grave, miocardite
aguda e endocardite infecciosa ativa.
OBS: NÃO SÃO ESPECIFICOS PARA DOENÇA
ISQUEMICA, no entanto quando ocorrem
acompanhadas ao episodio de dor e 3. CINTILOGRAFIA DE PERFUSÃO
desaparecem após cessada a dor são MIOCÁRDICA (cores):
consideradas especificas.

2. TESTE DE ESFORÇO/ERGOMETRICO:
Excelente para diagnóstico.
Feito quase exclusivamente na esteira
ergométrica, é amplamente utilizado na
avaliação de DAC.
Na presença de doença isquêmica grave o
desempenho do paciente é limitado pelos
sintomas como dispneia, tontura e fadiga
intensa e o exame deve ser interrompido. O
ECG pode mostrar infra de ST ≥ 4mm, queda
de pressão sistólica superior a 10 mmHg e ou
surgimento de taquiarritmia ventricular.
Além de ser utilizado no diagnóstico, este Os exames de imagem de perfusão miocárdica
exame é útil para determinar o grau de associados ao ECG são superiores ao ECG de
exercícios que o paciente pode realizar e para esforço para detectar DAC, identificar doença
avaliar o grau da sua limitação física, ajudando multiarterial, suspeitar de quais vasos estão
nas decisões terapêuticas. doentes, determinar a magnitude da área
isquêmica e do miocárdio já com fibrose.
Também se mostra útil na detecção de
viabilidade miocárdica em pacientes com
disfunção global ou regional do ventrículo
esquerdo (VE).
INDICAÇÃO para fins diagnostico em
indivíduos com ECG de repouso anormal e na
dificuldade de interpretação do segmento ST
como nos portadores de hipertrofia de VE,
BRE e usuários de digitálicos.
Devido ao seu custo, não deve ser empregado
para rastreamento de DAC em pacientes com
ECG de repouso normal e baixa probabilidade
de doença.
Nos casos em que não há a possibilidade de
realizar esforço físico (idosos, insuficiência
vascular periférica, doença pulmonar, doenças 4. ECOCARDIOGRAMA:
do sistema locomotor ou acidente vascular O ecocardiograma pode detectar alterações da
cerebral prévio), pode-se optar pelo estresse contratilidade regional ou global da parede do
farmacológico com vasodilatador, sendo o ventrículo decorrente de uma cicatriz antiga ou
dipiridamol e a adenosina os mais utilizados, ou de isquemia miocárdica persistente. Alterações
com dobutamina. Sempre que possível, do relaxamento também podem ser um
prefere-se o estresse pelo esforço, pelas indicativo da presença de DAC.
informações adicionais que proporciona
(alterações do segmento ST, tolerância ao Pode ser usado também estressores
esforço e comportamento da pressão arterial (aumenta força e velocidade do coração
e da freqüência cardíaca). simulando um exercício). Habitualmente,
utiliza-se a dobutamina como agente
PACIENTE DE ALTO RISCO: Há achados que estressor, pois permite observar o
identificam paciente de alto risco à cintilografia aparecimento de hipocinesias, acinesias ou
de perfusão miocárdica, como múltiplos discinesias, ausentes no repouso. Este recurso,
defeitos de perfusão em mais de um tanto quanto a cintilografia de perfusão sob
território de suprimento arterial, defeitos estresse, é mais sensível que o teste
grandes e intensos de perfusão, captação de esforço no diagnóstico da isquemia
pulmonar aumentada do radiofármaco miocárdica.
Verifica HIPOCINEMIA OU ACINESIA.
(refletindo disfunção de VE após estresse) e
ALTO RISCO: são os mesmos da cintilografia
disfunção sistólica de VE. São essas
de perfusão, e incluem: múltiplas áreas
características que se procura em pacientes já
reversíveis de alteração contrátil segmentar,
sabidamente portadores da DAC para poder
extensão destas áreas, dilatação ventricular
definir a necessidade e, sobretudo, o eventual
transitória e disfunção sistólica de VE ao
benefício de uma revascularização miocárdica.
repouso.

5. CINEANGIOCORONARIOGRAFIA
(CATE):
O diagnóstico definitivo, a avaliação anatômica
de sua gravidade e suas repercussões no
desempenho cardíaco ainda requerem
cateterismo cardíaco, cineangiocoronariografia
e ventriculografia esquerda, o padrão de
referência no diagnóstico da DAC obstrutiva.
Devem ser avaliados por algum método não 7. ESCORE DE CÁLCIO:
invasivo antes do cateterismo.
Usa-se para determinar o grau de calcificação
São consideradas lesões angiograficamente das coronárias. Pode ser feito com a
importantes aquelas que apresentam angiotomografia e com a tomografia normal
obstrução de 50% ou mais do lúmen arterial. para calculá-lo. Não muito feito na investigação
de angina estável. Paciente de emergência,
INDICAÇÕES: pacientes cujo diagnóstico da
paciente com baixa probabilidade.
doença obstrutiva permaneça duvidoso, a
despeito do estudo funcional; sinais de alto
risco nos testes não-invasivos; permanência
de sintomas com terapia ideal; e pacientes Diagnóstico diferencial:
muito sintomáticos com mínimo esforço
(classe funcional III e IV da CCS), nos quais a
etiologia isquêmica é muito evidente ou a
probabilidade de se indicar revascularização
miocárdica é alta.

6. ANGIOTOMOGRAFIA DE CORONÁRIAS:
Anatomia detalhada das coronárias e
calcificação de coronarianas. Faz-se quando
ergométrico não pode ser feito. Análise o
acúmulo de cálcio. SE NORMAL AFASTA O
DIAGNÓSTICO.

- DOR ESOFÁGICA:
 O espasmo esofagiano difuso pode causar
um desconforto retroesternal em aperto
essencialmente indistinguível da angina.
Esta sensação desagradável, inclusive, pode
melhorar com repouso e/ou nitrato.
 A grande diferença é que a dor no EED
pode não ter relação com esforço, e sim
como a alimentação! A DRGE, por sua vez,
costuma causar precordialgia “em
queimação”
 Pode ser acompanhada de regurgitação e paciente tem baixa probabilidade pré-teste
pirose. de coronariopatia.
 Vale lembrar, contudo, que a dor
“psicogênica” deve ser um diagnóstico de
- DOR MUSCULOESQUELÉTICA: exclusão.

 A distensão da musculatura peitoral e


intercostal é comum, e pode ser - TAMPONAMENTO CARDÍACO:
confundida com angina.
 A dor é agravada pela digitopressão local,  TRÍADE DE BECK: Turgência jugular,
bem como pela realização de certos hipotensão e hipofonese de bulhas
movimentos específicos (e não cardíacas
exatamente com qualquer esforço físico).  Pulso paradoxal
 A inflamação das cartilagens
costoesternais (síndrome de Tietze) é
outra etiologia importante e, neste caso, as Tratamento:
vezes verifica-se a presença de sinais
flogísticos. O tratamento do paciente portador de DAC
baseia-se em cinco aspectos fundamentais:

- DOR PERICÁRDICA: • tratamento de doenças associadas que


possam precipitar ou piorar a angina;
 A dor no pericárdio tende a ser contínua (e • controle dos fatores de risco;
não transitória), possuindo caráter
• medidas não-farmacológicas, sobretudo
pleurítico (piora a inspiração profunda),
mudança no estilo de vida;
agravando-se com o decúbito dorsal e
• terapia medicamentosa;
melhorando com a posição genupeitoral
 A irradiação da dor torácica para a crista • revascularização miocárdica, quando
do músculo trapézio é achado específico da indicada, seja por técnica percutânea ou
dor pericárdica. cirúrgica.

- TEP: 1. Explicação e orientação:

 A distensão aguda do tronco da artéria - Programa de perda de peso


pulmonar, que ocorre no TEP, pode causar - Exercício: caminhadas de no mínimo de 30
dor torácica do tipo “anginosa”. minutos 3-4 dias na semana (aumenta HDL)
 A pista clínica é a presença de dispneia com
pulmões “limpos” num portador de fatores - Controle da HAS
de risco para TEP (ex.: pós-operatório, - Controle de LDL: < 70 para alto risco e <100
câncer, imobilização prolongado etc). para risco intermediário
 IRpA, choque, síncope, hipotensão,
taquicardia, dor torácica e cianose (no geral, - HDL-c: > 50
sintomas variados). - Controle rigoroso do DM (Hb glicada < 7% e
glicemia próxima a valores normais)

- DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS: - Redução do colesterol sérico com dieta e


fármacos
 No distúrbio conversivo pode haver a
somatização de queixas cardíacas cuja - Desencorajamento do tabagismo
características dependerão do grau de
conhecimento do paciente sobre o tema.
 O contexto clínico geral costuma sugerir
este diagnóstico, particularmente quando o
2. Terapia medicamentosa: 2.3 Estatinas:
DAC com FV preservada: Todos os pacientes portadores de DAC
documentada devem receber estatinas se
- Redução da mortalidade: aspirina, estatina,
apresentarem LDL-colesterol plasmático
B-bloqueador, BRA e IECA (efeito discreto)
maior que 100 mg/dL.
- Melhora dos sintomas e da capacidade de
Por segurança, o paciente deve ter a função
esforço: nitratos, antagonistas do cálcio e
hepática (TGO e TGP) e a enzima muscular
betabloqueadores
(CPK) monitoradas, e é contraindicado o uso
DAC estável com infarto, disfunção de VE: das estatinas nos portadores de lesão
hepática ativa.
- Redução da mortalidade e reinfarto com uso
de b-bloqueadores e IECA. De fato, estudos recentes têm mostrado que,
quanto menor o nível sérico de LDL-colesterol,
menor a incidência de eventos
2.1 Antiagregantes plaquetários: cardiovasculares. Desta forma, nos pacientes
de muito alto risco, já se preconiza alcançar
Todos os pacientes portadores de DAC devem níveis de LDL-colesterol abaixo de 70 mg/dL. E
receber de 75 a 325 mg/dia de aspirina, caso nos de risco intermediário deve-se manter <
não apresentem contra-indicação ou alergia 100.
aos salicilatos.
Pacientes que não possam receber aspirina
devem receber, em substituição, clopidogrel, 2.4 Nitratos:
ticlopidina ou triflusal. Eficazes na dor anginosa pois agem tanto na
Além dos efeitos antitrombóticos da aspirina, oferta quanto no consumo de O2. Aumentam a
talvez seu benefício também se dê por meio produção de oxido nítrico um poderoso
dos seus efeitos anti-inflamatórios, vasodilatador.
propriedade não compartilhada com os demais Seus efeitos benéficos na doença coronariana
antiagregantes. A aspirina reduz a chance de
infarto agudo do miocárdio em pacientes são: (1) redução da pré-carga; (2) redução
saudáveis portadores de nível elevado de
da pós-carga; e (3) vasodilatação coronariana
proteína C reativa. Aspirina também melhora a
direta. Os dois primeiros efeitos diminuem o
função endotelial em portadores de DAC,
MVO2, ao passo que o último aumenta o aporte
presumivelmente pelo bloqueio da liberação de
de O2 ao miocárdio… podem ser de ação rápida
fatores constritores dependentes do
ou ação longa.
endotélio, pela ação sobre a cicloxigenase
- Ação rápida: (isossorbida,
propatilnitrato) são ministrados por via
2.2 Anticoagulante oral: sublingual ou spray oral, e começam a agir nos
primeiros cinco minutos, mantendo seu efeito
A warfarina pode ser utilizada em associação por 30-45 minutos. Por tais motivos, são
ao AAS em pacientes coronariopatas que excelentes antianginosos “SOS”, sendo as
apresentam alguma indicação específica para drogas de escolha para o tratamento abortivo
anticoagulação (ex.: FA com risco das crises anginosas. Idealmente, o paciente
cardioembólico elevado, pós-IAM anterior deve tomá- -los enquanto estiver sentado,
extenso ou com presença de trombo pois a ortostase aumenta a chance de
intramural, entre outras). A dose é titulada hipotensão e/ou síncope. Também podem ser
para manter o INR entre 2-3. usados profilaticamente antes de eventos que
sabiamente causam angina como relação
sexual ou estresse emocional.
- Ação longa: mononitrato ou denitrato
de isossorbitol NÃO SÃO MAIS RECOMENDADOS
COMO ANTIANGINOSOS DE PRIMEIRA LINHA mecanismos: redução na demanda miocárdica
EM LONGO PRAZO. PIORAM A de O2 e aumento na oferta.
MORBIMORTALIDADE NA DAC ESTÁVEL
Três principais classes são as diidropiridinas
CRÔNICA. Aumentam a resposta adrenérgica
(nifedipina e anlodipino são os exemplos
e a atividade do sistema RAA agravando a
principais), fenilalquilaminas (verapamil) e
disfunção endotelial. A grande indicação dos
benzotiazepinas (diltiazem).
nitratos de ação longa na DAC estável é como
drogas de terceira linha em pacientes com
angina refratária à combinação de
betabloqueadores e antagonistas de canais de 2.7 Trimetazina:
cálcio di-idropiridínicos (os nitratos de ação Há uma classe de fármacos antianginosos que
longa podem ser associados a esta dupla, sem exercem seu efeito independentemente da
tantos prejuízos à morbimortalidade)… freqüência cardíaca, contratilidade ou pressão
arterial. São os chamados fármacos de ação
Os efeitos adversos dos nitratos são comuns metabólica, cujo único representante
e incluem cefaléia, rubor facial e hipotensão, comercialmente disponível no Brasil é a
de rápida reversão após a suspensão do trimetazidina.
medicamento. Frente ao estímulo isquêmico, o cardiomiócito
reverte o processo de oxidação da glicose para
oxidação de ácidos graxos, uma vez que o
2.5 Betabloqueador: aporte de oxigênio está diminuído.
A trimetazidina, pela inibição da enzima 3-
Indicado uso nos pacientes com angina, cetoacil coenzima A tiolase, favorece a via da
mesmo naqueles com DAC estável em que oxidação glicolítica, que, por sua vez, apresenta
ainda não há estudos conclusivos sobre seus eficácia energética superior à oxidação de
benefícios. São a droga de escolha para ácidos graxos quanto à geração de
prevenir angina de esforço. ATP.

Os betabloqueadores agem reduzindo o


consumo miocárdico de O2 pela redução na 2.7 IECA e BRA:
freqüência cardíaca, redução na pressão
arterial e redução na contratilidade. Também Os pacientes de alto risco, como diabéticos,
aumentam a oferta de O2 devido ao aumento nefropatas crônicos, hipertensos, história
do período diastólico. prévia de IAM, pacientes com disfunção
sistólica do VE e idade maior que 54 anos,
São necessárias 48 horas para atingir os também devem receber IECA. Os BRA foram
efeitos antianginosos. menos estudados na DAC crônica estável, e
A eficácia é determinada pela redução da ficam como alternativa para os indivíduos que
frequência cardíaca e melhora da classe não toleram o uso de IECA (ex.: tosse,
funcional (CCS). angioedema).

Pacientes em uso de betabloqueador podem


apresentar fadiga sem causa aparente, 2.8 Revascularização miocárdica:
depressão e disfunção erétil.
- INTERVENÇÃO CORONARIANA
A interrupção abrupta deve ser evitada devido PERCUTÂNEA: CATE
ao efeito rebote que pode levar a IAM.
Também conhecida como angioplastia
coronariana pelo uso de balão com ou sem a
2.6 Antagonistas dos canais de cálcio: introdução de stents, método usado para
revascularizar o miocárdio isquêmico em
Grupo heterógeno de fármacos que agem na pacientes com estenoses coronarianas.
musculatura lisa vascular e no miocárdio por
meio do bloqueio dos canais lentos de cálcio. Indicação: angina estável, ou não, acompanhada
Exercem seus efeitos anti-anginosos por dois de evidências de isquemia miocárdica. NÃO é
indicada para pacientes com poucos sintomas Referências de estudo:
ou assintomáticos.
É mais eficaz no alívio dos sintomas do que o 1) Clínica médica USP volume 2, 2ª edição -
tratamento clínico. Se vem sucedida alivia os Capítulo 15: Doença arterial coronariana
sintomas em mais de 95% dos pacientes e crônica.
mostrou ser mais eficiente que a terapia 2) Apostila MEDCURSO cardiologia: Capítulo 1 –
clínica em até 2 anos. Doença isquêmica do miocárdio
3) Diretriz de doença coronariana estável
2014
4) Goldman Cecil 25ª edição Capítulo 71: Angina
Pectoris e doença cardíaca isquêmica

- CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO
MIOCÁRDIO: SAFENA
Se baseia na anastomose proximal entre a
artéria aorta e a distal com a artéria
coronariana por meio de um enxerto. A veia
safena ou a artéria radial são os enxertos
livres mais usados.
As indicações para a cirurgia de
revascularização do miocárdio são geralmente
baseadas na presença de angina, de isquemia
miocárdica, na anatomia das artérias
coronárias e na função ventricular. Todos os
pacientes nestas condições podem ser
operados com bons resultados, porém o
candidato ideal deve ser homem com menos
de 75 anos, sem outras morbidades, em que o
tratamento clínico não foi suficiente para
remissão dos sintomas ou para melhorar a
qualidade de vida. Por outro lado, insuficiência
cardíaca congestiva e/ou disfunção ventricular
esquerda com fração de ejeção menor que
40%, idade maior que 75 anos e diabético
revascularizado previamente, com indicação
emergencial, têm risco aumentado de morte,
embora tenham benefício quanto a morbidade
e mortalidade como uma população.

Complicações:
- Arritmias: TV e FC, FA (principalmente em
infartos maiores com grande sofrimento de
musculo)

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