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SAÚDE DO ADULTO

DISFUNÇÕES CARDIOCIRCULATÓRIAS
(INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E DOENÇAS
INFECCIOSAS DO CORAÇÃO)

Profº Ms. Enfº Carlos Colares Maia

Fortaleza/Ce
2023 1
OBJETIVOS DA AULA

▪Identificar conceitos e manifestações clínicas do


IAM e de Doenças Infecciosas do Coração;

▪Conhecer a assistência de Enfermagem ao


cliente/paciente com IAM e Doenças Infecciosas
do Coração.

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Infarto Agudo do Miocárdio

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INFARTO DO MIOCÁRDIO

✓O Infarto Agudo do Miocárdio(IAM) é uma das


doenças mais frequentes nos países
ocidentais e continua sendo importante causa
de mortalidade e morbidades populacionais.

(SMELTZER et al. 2015; BRASIL 2014)


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FISIOPATOLOGIA DO INFARTO
AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM)
➢IAM: Uma área do coração é destruída de maneira
permanente devido a falta do suprimento de oxigênio;
➢Etiologia:
➢Fluxo sanguíneo reduzido em uma artéria coronária
devido à ruptura de uma placa aterosclerótica e à
subsequente oclusão de uma artéria por um trombo;
➢Vasoespasmo de artéria coronária (estreitamento ou
constricção);

(SMELTZER et al. 2015)


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FISIOPATOLOGIA DO INFARTO
DO MIOCÁRDIO

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FISIOPATOLOGIA DO INFARTO
DO MIOCÁRDIO

➢Suprimento de O2 diminuído
(grande perda sanguínea, anemia);

➢Demanda aumentada para


oxigênio (FC rápida, tireotoxicose,
consumo de cocaína);

➢Desequilíbrio entre aporte e


demanda de O2;
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

➢Cardiovasculares:
➢Desconforto e Dor torácica que acontecem
subitamente e de forma contínua;
➢Dor típica: em peso, opressão, aperto ou queimação
que pode permanecer localizada na região
retroesternal, ou precordial, ou irradiar-se;
➢Dores em pontada, ou que pioram com respiração ou
movimentos não é típica do IAM;
➢Distensão venosa jugular aumentada (quando o IAM
causou IC);
➢Alterações no ECG e na frequência cardíaca;
(SMELTZER et al. 2015; BRASIL, 2014)
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

➢Respiratórias: dispneia, taquipneia, estertores;


➢Gastrointestinais: náuseas, vômitos, indigestão;
➢Genitourinárias: o débito urinário diminuído pode
indicar choque cardiogênico;
➢Cutâneos: Pele fria, pegajosa, sudoreica e pálida;
➢Neurológicos: Ansiedade, inquietação e tontura
podem indicar uma má oxigenação cerebral;
➢Psicológicos; Medo com a sensação de morte iminente
ou o paciente pode negar que alguma coisa está
errada.
(SMELTZER et al. 2015)
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ACHADOS DIAGNÓSTICOS

➢Onda P→ A onda P representa a despolarização atrial


→ contração atrial;

➢Complexo QRS – Despolarização dos ventrículos →


contração dos ventrículos. A repolarização atrial também
ocorre neste momento, por isso não é registrada no ECG;

➢Onda T – Repolarização dos ventrículos → fim da


contração dos ventrículos, causando a diástole
(relaxamento das fibras ventriculares).

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ACHADOS DIAGNÓSTICOS

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ECG NORMAL

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ALTERAÇÕES DE IAM NO
ECG

➢Inversão da onda T e elevação do segmento ST;


➢A lesão miocárdica causa alterações no segmento ST;
➢Células lesionadas: repolarizam com maior rapidez que
as células normais, fazendo com que o segmento ST
se eleve;
➢Elevação em duas derivações contíguas: indicador de
IAM;
➢Nem todos os pacientes com IAM apresentam
alteração no primeiro ECG.

(SMELTZER et al. 2015) 13


ALTERAÇÕES DE IAM NO
ECG

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IAM COM SUPRA ST

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ALTERAÇÕES DE IAM NO ECG

➢A medida que a área da lesão se torna


isquêmica, a repolarização é modificada e
retardada fazendo com que a onda T se
inverta;

➢Para alguns pacientes não existem


alterações no ECG, sendo o IAM
diagnosticado pelos níveis sanguíneos dos
biomarcadores.

(SMELTZER et al. 2015)


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INVERSÃO DE ONDA T

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BIOMARCADORES
CARDÍACOS

➢Creatina Cinase (CK-MB): Isoenzima encontrada nas


células cardíacas e só aumenta quando existe lesão
dessas células;
➢Troponina: Proteína encontrada no miocárdio que regula
a sua contratilidade;
➢Normalmente os níveis de troponina I cardíaca é menor a
0.10 ng/Ml e troponina T menor a 0,01 ng/mL;
➢São marcadores confiáveis e críticos da lesão miocárdica.

(SMELTZER et al. 2015)


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TRATAMENTO CLÍNICO

➢Meta: minimizar o comprometimento miocárdico,


preservar a função miocárdica e prevenir
complicações;
➢Repouso absoluto e Suporte de Oxigênio;
➢Morfina (reduz a carga de trabalho e relaxa
bronquíolos);
➢Nitratos (agentes vasoativos que dilatam veias
e artérias).

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TERAPIA FARMACOLÓGICA

➢Beta-bloqueador (Atenolol, Propanolol);


➢Trombolíticos (dissolvem e lisam o trombo em
uma artéria coronariana), minimizando o
tamanho do infarto e preservando a função
miocárdica. Ex: estreptoquinase, reteplase,
alteplase.
➢Ainda que os trombolíticos dissolvam o trombo
eles não afetam a lesão aterosclerótica, podendo
ser necessário um cateterismo ou outras
intervenções invasivas.
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CUIDADOS NA TERAPIA
TROMBOLÍTICA
▪O paciente está em risco para sangramento;
▪É contraindicado em pacientes com distúrbios
hemorrágicos, história de AVC hemorrágico,
traumas ou cirurgias recentes;
▪Evitar punções intravenosas e injeções
musculares;
▪Aplicar pressão por um intervalo mais longo
após qualquer punção;
▪Monitorar o paciente para detectar arritmias e
hipotensão;
PROCEDIMENTOS
INVASIVOS

➢Cateterismo Cardíaco (Cinecoronariografia ou


Estudo Hemodinâmico )

➢Exame invasivo para confirmar a presença de


obstruções das artérias coronárias ou avaliar o
funcionamento das valvas e do músculo cardíaco;

➢Planejar a melhor intervenção;


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PROCEDIMENTOS INVASIVOS

FINALIDADES DO CATETERISMO:

I. Diagnóstica: para avaliar o grau de obstrução das

artérias que irrigam o músculo cardíaco;

II. Terapêutica: para correção da obstrução por meio

de angioplastia.

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PROCEDIMENTOS INVASIVOS

➢Angioplastia Coronariana Transluminal


(ACTP):
➢Um cateter com balão na extremidade é
utilizado para abrir vasos coronários
bloqueados e resolver a isquemia;
➢Melhorar o fluxo sanguíneo dentro de uma
artéria comprimindo e rompendo o ateroma.

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PROCEDIMENTOS INVASIVOS

➢Stent de artéria coronária:


➢A área que foi tratada pela
angioplastia pode fechar-se
( lesão→ processo inflamatório);
➢Rede de material que proporciona
suporte estrutural para um vaso em
risco de fechamento;
➢Medicação antiplaquetária (evitar
formação de trombos) → clopidogrel
e aspirina.
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PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

Revascularização da Artéria Coronária:

➢Um vaso sanguíneo é enxertado na artéria


coronária ocluída, de tal modo que o sangue possa
fluir além da oclusão;

➢Pacientes que tem artérias coronárias com


aproximadamente 70% de oclusão;

➢Veia safena e artéria mamária são as mais utilizadas;


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PROCEDIMENTO CIRÚRUGICO

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PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

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PLANEJAMENTO E METAS
➢Alívio da dor ou sinais e sintomas isquêmicos;

➢Prevenção do comprometimento miocárdico;

➢Ausência de disfunção respiratória;

➢Manutenção da perfusão tissular adequada, por meio da


diminuição da carga de trabalho do coração;

➢Ansiedade reduzida;

➢Adesão ao programa de autocuidado;


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CUIDADOS DE ENFERMAGEM

➢Aliviando a dor e outros sinais;

➢Identificação de complicações;

➢Promovendo a perfusão tissular adequada (evitar


alto consumo de oxigênio);

➢Reduzindo a ansiedade (relação de confiança e


cuidado, informações e apoio emocional);
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DOENÇAS INFECCIOSAS DO
CORAÇÃO

➢As três camadas do coração podem ser


afetadas por processos infecciosos:
➢Endocardite (Endocárdio) – superfície
endotelial do coração;
➢Miocardite (Miocárdio) – camada mais espessa
constituída pelo músculo cardíaco;
➢Pericardite (Pericárdio) – saco membranoso
que envolve o coração;

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DOENÇAS INFECCIOSAS DO
CORAÇÃO

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DOENÇAS INFECCIOSAS DO
CORAÇÃO

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ENDOCARDITE INFECCIOSA
➢Infecção microbiana da superfície endotelial do coração
(pessoas com próteses valvares, defeitos cardíacos estruturais,
idosos);
➢Sintomas: febre e sopro cardíaco;
➢SNC: cefaleia, isquemia cerebral, acidente vascular causado por
êmbolos nas artérias cerebrais;
➢Diagnóstico: hemoculturas;
➢Tratamento:
✓Terapia farmacológica (antibiótico de longo prazo);
✓Intervenção cirúrgica (debridamento ou excisão valvular,
debridamento das vegetações e dos abcessos);
(SMELTZER et al. 2015) 34
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CUIDADOS DE ENFERMAGEM

➢Monitorar sinais vitais;


➢Iniciar terapia antimicrobiana assim que obtiver
hemoculturas;
➢Monitorar sinais e sintomas de embolização
sistêmica;
➢Avaliar sinais e sintomas de lesão orgânica (AVE,
meningite, IC);
➢Avaliar acesso periférico, feridas quanto a presença
de sinais flogísticos;
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MIOCARDITE

➢Processo inflamatório envolvendo o miocárdio;

➢Pode causar dilatação cardíaca, trombos na parede


do coração e degeneração das próprias fibras
musculares;

➢Alguns pacientes com sintomas brandos recuperam-


se totalmente, mas outros desenvolvem MCPD e IC;

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FISIOPATOLOGIA

➢Em geral resulta da infecção viral;

➢Pode acontecer depois de infecções sistêmicas


agudas;

➢Reação imune a tratamentos farmacológicos ou


radiação;

➢O grau de envolvimento do miocárdio determina os


sinais e sintomas; 39
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

➢O paciente pode ser assintomático;


➢Fadiga;
➢Dispneia;
➢Palpitação;
➢Desconforto no tórax e parte superior do abdômen;
➢Sintomas semelhantes ao da gripe;
➢Os pacientes podem evoluir para morte súbita ou
desenvolver ICC;
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TRATAMENTO

➢Tratar a causa subjacente;

➢Penicilina para infecções por estreptococos;

➢Repouso para diminuir carga de trabalho cardíaco,


lesão miocárdica e complicações;

➢Limitar atividades físicas até que a causa tenha sido


resolvida e a função do coração tenha voltado ao
normal; 41
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

➢Contribuir para resolução da febre, taquicardia e


outros sintomas;

➢Pacientes com arritmias devem ter monitorização


cardíaca contínua;

➢Meias de compressão elástica e exercícios dos


membros para evitar a trombose venose;
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PERICARDITE

➢Inflamação do pericárdio;

➢Pode ser uma doença primária ou pode desenvolver-


se durante patologias clínicas e cirúrgicas;

➢Pode ser assintomática;

➢Sintoma mais característico é DOR TORÁCICA;

➢Dor na clavícula, pescoço ou escápula;


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CUIDADOS DE ENFERMAGEM

➢Tratamento da dor com analgésicos, posicionamento e

apoio psicológico;

➢Restrição de atividade para melhora da dor;

➢Monitorar o paciente para IC;

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REFERÊNCIAS

▪SMELTZER et al. Tratado de Enfermagem Médico-


Cirúrgica. 13º Ed. 2015.

▪THALER, M.S. ECG Essencial: Eletrocardiograma na


prática Clínica. 7ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2013.

▪QUILICI, A.P. et al. Enfermagem em Cardiologia. São


Paulo: Atheneu, 2009.

▪https://www.einstein.br/especialidades/cardiologia/exames-
tratamento/monitorizacao-ambulatorial-pressao-arterial-mapa.
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