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- O acidente vascular cerebral é ocasionado pela perda irreversível da perfusão sanguínea cerebral em decorrência de
um processo obstrutivo arterial.
- É a terceira maior causa de morte em todo o mundo e a principal causa de incapacidade. 70% dos pacientes que
sobrevivem a um AVC apresentarão incapacidade moderada a grave.
- Um AVC pode ser isquêmico (87%) ou hemorrágico.
ETIOLOGIA
LUIZA RAMOS 1
FISIOPATOLOGIA
- Cardioembolia e falha na bomba: defeitos na bomba cardíaca (cardiomiopatia dilatada, por exemplo) geram estase
sanguínea, o que aumenta a coagulabilidade do sangue, formando trombos, que podem se desprender da câmara
cardíaca, atingir a circulação arterial e chegar até o encéfalo (imagem abaixo – coluna 2). Quando há falha da bomba,
a perfusão de certas áreas do cérebro é comprometida, o que também pode causar um AVC isquêmico (imagem abaixo
– coluna 3).
- Perda da funcionalidade
- Alterações sensitivas
- Cefaleia
- Diplopia – acometimento de nervos cranianos (III, IV, VI).
- Nistagmo – principalmente vertical ou multidirecional -> disfunção cerebelar.
- História de ataque isquêmico transitório (AIT) – presença de déficit neurológico, que se resolve em até 24h, sem área
de infarto evidenciada na ressonância magnética.
- Vertigem/tontura
- Náusea/vômitos
- Dor cervical
- Síndrome de Horner – ptose, miose e anidrose.
- Alteração do nível e do conteúdo da consciência
- Confusão
Fatores de risco
LUIZA RAMOS 3
Exames complementares para investigação da etiologia do AVC
Cardioembolias
- Eletrocardiograma/Holter 24h: permitem identificar a presença de arritmias, o que auxilia a determinar se o AVC é
de etiologia cardioembólica.
- Ecocardiograma: avalia a estrutura e a função cardíaca/valvar, permitindo identificar alterações que podem ser
responsáveis pela ocorrência do AVC (imagem abaixo)
Obs.:
- Ecocardiograma, duplex e eletrocardiograma são solicitados para quase todos os pacientes, para excluir/confirmar
etiologias.
- Quadro clínico característicos, mas sem AVC evidente na tomografia -> pode-se dar o diagnóstico de AVC e intervir.
A ressonância também pode ser feita para confirmar o AVC, mas perde tempo.
Exames laboratoriais
- Obs.: o eletroencefalograma não é indicado no caso de AVC. Esse exame é indicado apenas para o controle,
investigação e acompanhamento da epilepsia.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
- AVC hemorrágico
- AIT
LUIZA RAMOS 4
- Encefalopatia hipertensiva
- Hipoglicemia
- Migrânea
- Epilepsia – paralisia de Todd
- Transtorno psiquiátrico
- Encefalopatia de Wernicke (associada a deficiência de tiamina)
- Neoplasia
TRATAMENTO
Prevenção secundária
Cardioembolias
LUIZA RAMOS 5
- Como escolher entre AAS e anticoagulação? Aplicar as escalas CHA2DS2Vasc e HAS-BLED individualmente para cada
paciente (imagem abaixo).
LUIZA RAMOS 6
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO (AVCh)
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- O acidente vascular cerebral é ocasionado pela perda irreversível da perfusão sanguínea cerebral em decorrência de
um processo obstrutivo arterial.
- 13% dos casos de AVC são hemorrágicos. Destes, 75% são hemorragias intraparenquimatosas e 25% hemorragias
subaracnóideas.
- O AVC hemorrágico mata mais do que o AVC isquêmico.
ETIOLOGIA
Hemorragias intraparenquimatosas
Primárias
- Etiologia hipertensiva – a hipertensão arterial de longa data causa enfraquecimento vascular devido à lesão
endotelial constante. Com isso há a formação de pequenas dilatações aneurismáticas nos pequenos vasos chamadas
de micronaeursimas de Charcot-Bouchart. É a etiologia mais prevalente, acometendo núcleos da base, tronco
encefálico e tálamo (artérias lenticuloestriadas, tálamoperfurantes e perfurantes pontinas – hemorragia mais
profunda). Quando o paciente é submetido a níveis pressóricos mais altos (atividade física, atividade sexual, etc.) esses
microaneurismas podem se romper.
- Angiopatia amiloide – o depósito de proteínas amiloides leva ao enfraquecimento da parede dos vasos, fazendo com
que eles se rompam. Acomete principalmente pequenos vasos lobares (córtex cerebral – hemorragia lobar). Mais
comum em pacientes acima de 65-70 anos de idade.
- Uso de anticoagulantes (melhor classificado como causa secundária) – o uso de anticoagulantes gera maior
dificuldade de interromper o processo hemorrágico, caso ele aconteça por algum motivo ou pode desencadear
hemorragias espontâneas.
Secundárias
- Tumores – o rompimento de neovasos presentes em tumores causa hemorragia. Pode acontecer tanto em tumores
primários do SNC ou em tumores que sofrem metástase. A principal fonte de metástase que causa sangramentos no
SNC é o melanoma.
- AVC isquêmico que sofre transformação hemorrágica – no AVCi há lesão das células neuronais, o que provoca
processo inflamatório e, consequentemente, quebra da barreira hematoencefálica. Pode ocorrer também o
sangramento dos vasos colaterais na área de isquemia. Além disso, quando há trombólise, o fluxo sanguíneo no vaso
previamente ocluído retorna, provocando hemorragia na área previamente isquêmica.
• Como diferenciar, na imagem, um AVCi que sofre transformação hemorrágica de um AVC hemorrágico? No
AVCh, a área de hemorragia (hiperdensa) é maior, circundada por uma pequena área de edema (hipodensa).
No AVCi que sofre transformação hemorrágica, a área de hemorragia (hiperdensa) é menor, circundado por
uma grande área hipodensa correspondente à isquemia.
LUIZA RAMOS 7
- Malformação arteriovenosa – comunicação entre vasos do sistema arterial e venoso, submetendo o sistema venoso
a altas pressões, o que pode levar ao rompimento de vasos. Mais súbito e mais comum em pessoas mais jovens.
- Abuso de drogas – drogas simpaticomiméticas (cocaína, anfetaminas, efedrina, metilfenidato, etc.).
Hemorragias subaracnóideas
Obs.:
- É difícil distinguir o AVCi do AVCh apenas pela clínica, pois ambos apresentam manifestações semelhantes. Por isso,
é essencial realizar exames de imagem para fechar o diagnóstico.
- As manifestações do AVCi tendem a ser súbitas, enquanto no AVCh, os sintomas surgem e pioram progressivamente
(a área de sangramento aumenta progressivamente).
Outras manifestações
LUIZA RAMOS 8
Fatores de risco
Tomografia computadorizada
Eletrocardiograma
Exames laboratoriais
ICH Score
LUIZA RAMOS 9
Obs.: na suspeita de hemorragia subaracnóidea, sem sangue evidente na TC, pode-se realizar punção lombar para
pesquisa de sangue no LCR.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
- AVC isquêmico
- Transtorno psiquiátrico
- Encefalopatia hipertensiva
- Hipoglicemia
- Migrânea
- Epilepsia – a epilepsia pode ser decorrente de um sangramento intracraniano ou apenas mimetizar os sintomas do
sangramento.
- Meningite (hemorragia subaracnóidea)
TRATAMENTO
Fase aguda
Obs.: se o paciente estiver estável e melhorando clinicamente, não é necessário realizar tomografia de controle antes
da alta.
Prevenção secundária
LUIZA RAMOS 10
EPILEPSIA
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- A epilepsia é caracterizada pela predisposição persistente do cérebro em gerar crises epilépticas e pelas
consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais dessa condição.
- A epilepsia pode estar associada a malformações estruturais do SNC, a atrofia cerebral (idosos) ou ser idiopática.
Pode acontecer em qualquer faixa etária.
- Crise epiléptica é um evento, a epilepsia é uma doença (persistente).
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
LUIZA RAMOS 11
- Crise focal secundariamente generalizada: tem início em um único ponto de disparo (focal – unilateral), mas, em um
segundo momento, se generaliza, levando ao acometimento bilateral.
Obs.: um mesmo indivíduo pode apresentar diferentes tipos de crise, em momentos distintos.
ETIOLOGIA
DIAGNÓSTICO
- Acompanhante – é importante buscar o relato de um acompanhante que tenha presenciado alguma crise.
- Anamnese geral – história da moléstia atual, história pregressa, história familiar, etc.
- Anamnese específica – número de crises, semiologia da crise (características, duração, se houve liberação de
esfíncteres e mordedura da língua, presença de sintomas pós-ictais como sonolência, confusão mental, etc.), fatores
desencadeantes.
- Exame físico completo – geral e neurológico.
- Eletroencefalograma – registro das ondas elétricas cerebrais, o que pode auxiliar a identificar o tipo de epilepsia. O
EEG pode ser normal caso o paciente não esteja em crise no momento, portanto, não exclui a possibilidade de
epilepsia.
- Neuroimagem – excluir AVC, tumores, etc. A ressonância magnética é o exame de escolha, pois fornece mais
detalhes.
- Avaliação laboratorial – diagnóstico diferencial de causas metabólicas, infecciosas, imunológicas ou genéticas e
definir a etiologia.
TRATAMENTO
Indicação
- O tratamento deve ser aplicado apenas para os pacientes que se enquadram nos critérios diagnósticos de epilepsia.
- 80% dos pacientes com epilepsia tem remissão das crises em até 5 anos de tratamento.
Farmacocinética
LUIZA RAMOS 12
Escolha da medicação
- Obs.:
• Deve-se, na maioria dos casos, utilizar
um FAE em monoterapia, visto que a
associação não oferece benefício no
controle das crises.
• É importante selecionar o FAE mais
eficaz para o tipo de síndrome em
questão e escalonar lentamente até a
dose máxima tolerada.
• Considera-se epilepsia refratária
quando as crises não se resolvem com
pelo menos duas medicações em doses
apropriadas por um ano.
LUIZA RAMOS 13
DOENÇA DE PARKINSON
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- Doença neurodegenerativa de caráter progressivo, que afeta preferencialmente indivíduos após os 50 anos, com
envolvimento predominantemente motor e que pode levar a incapacitação física.
- Afeta mais homens do que mulheres (1,5:1,0).
- A taxa de acometimento pelo Parkinson é maior em países com maior expectativa de vida.
QUADRO CLÍNICO
Motor
- Bradicinesia: lentificação dos movimentos (os movimentos ficam cada vez mais
lentos). É a característica mais marcante da doença de Parkinson. No exame físico,
pede-se para fazer o finger test (o paciente com Parkison realiza o movimento
mais lentamente ou em menor amplitude - imagem). Leva a redução e dificuldade
dos movimentos, com amplitudes reduzidas. A deglutição é prejudicada,
provocando acúmulo de saliva devido a dificuldade da musculatura. A bradicinesia
leva também a perda da capacidade expressiva, pela lentificação dos movimentos
da musculatura da mímica facial (fáscies em máscara).
- Tremor: tremor em repouso, de alta amplitude e baixa frequência (3,5 a 6
ciclos/segundo) – “movimento de contar moedas”. Pode acometer qualquer membro, mas afeta mais os membros
superiores. A amplitude varia de acordo com o estado emocional e com o relaxamento muscular. Não
necessariamente o paciente portador de doença de Parkinson apresentará tremores.
- Rigidez: rigidez plástica, em roda denteada -> descoordenação causada pela deficiência de funcionamento dos
núcleos da base, o que provoca contração simultânea da musculatura extensora e flexora. Acontece principalmente
na manipulação passiva da articulação do paciente.
- Instabilidade postural: mudança do centro de gravidade -> alterações da marcha. Postura encurvada para frente,
com braços semifletidos. Pequenos desvios da posição ereta, que pode levar a quedas. Passos curtos, calcanhares
arrastando, com projeção anterior.
- Acometimento assimétrico: geralmente, as manifestações iniciam-se unilateralmente e progridem para o outro lado.
- Início insidioso: inicia e evolui progressivamente.
Não motor
- Os sintomas não motores podem preceder, suceder ou aparecer paralelamente aos sintomas motores.
- Constipação instestinal – redução da motilidade intestinal (disautonomia).
- Depressão
- Hiposmia
- Seborreia no couro cabeludo e na face
- Sudorese (disautonomia)
- Hipotensão postural – cuidado com quedas.
LUIZA RAMOS 14
FISIOPATOLOGIA
- Diminuição da estimulação da via direta (excitatória): degeneração dos neurônios dopaminérgicos da substância
negra compacta -> inibição da produção de dopamina na substância negra -> não ativação dos receptores D1 do
putâmen -> não ativação da via direta da execução do movimento (excitatória) -> córtex não ativa o putâmen ->
putâmen não produz GABA -> não inibe o globo pálido interno (GPI) -> GPI produz GABA e inibe o tálamo -> o córtex
não é estimulado -> não há execução do movimento.
- Aumento da estimulação da via indireta (inibitória): falta de dopamina -> não há bloqueio dos receptores D2 ->
putâmen produz GABA e inibe globo pálido externo (GPE) -> GPE deixa de produzir GABA, o que não inibe o núcleo
subtalâmico (NST) -> NST ativa o GPI -> GPI produz GABA e inibe o tálamo -> o córtex não é estimulado -> não há
execução do movimento .
DIAGNÓSTICO
Critérios diagnósticos
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Diagnóstico diferencial
- Parkisonismo atípico – paralisia supranucelar progressiva (paralisia do olhar vertical), degeneração corticobasal
(demência grave, distúrbios de memória, linguagem ou praxia), atofia de múltiplos sistemas (sintomas cerebelares e
Babinski).
- Alzheimer com sinais extrapiramidais – na DP, a demência aparece anos após o início dos sintomas motores. No
Alzheimer, a demência aparece primeiro.
- Doença com corpos de Lewy – Parkinsonismo associado a quadro demencial (alucinações visuais, sensibilidade a
neurolépticos, flutuação diária, memória pouco afetada e início antes dos 60 anos).
- Doença de Hutington
- Doença de Wilson
- AVC
- Calcificações
- Hematoma subdural
- TCE
- Tremor essencial
- Exposição a CO, manganês, MTPT, metanol, dissulfeto de carbono ou dietilenoglicol.
TRATAMENTO
- Os medicamentos
antiparkinsonianos disponíveis
atualmente são a levodopa, os
agonistas dopaminérgicos, os
inibidores da MAO e os inibidores da
COMT
- A escolha da medicação para o
tratamento da doença de Parkinson
deve ser feita de forma
individualizada, considerando a idade,
a expectativa de vida, o grau de
incapacitação funcional e a atividade
profissional do paciente. A levodopa é a melhor droga disponível para o tratamento, porém, o seu efeito é limitado a
4-5 anos. Por isso, é importante considerar os fatores citados acima para decidir quando e como utilizar a levodopa.
Essa droga pode ser utilizada em associação com outros antiparkinsonianos, o que pode potencializar e prolongar o
efeito. De modo geral, é importante realizar a manutenção do tratamento de acordo com a resposta e as
individualidades do paciente. O tratamento das eventuais comorbidades, com fisioterapia, fonoterapia,
antidepressivos, etc., também é importante para otimizar a expectativa de vida do paciente.
- Mecanismos de ação e modos de uso dos antiparkinsonianos -> ver imagens abaixo.
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- Amantadina: tem efeito anti-glutamatérgico. Boa para tratar os tremores.
- Entacapona: como seu mecanismo de ação consiste na inibição da degradação da levodopa, ela só deve ser utilizada
com a levodopa.
LUIZA RAMOS 17
PROGNÓSTICO
- A doença de Parkinson é incurável e de caráter progressivo, mas intervenções podem ser feitas a fim de oferecer
qualidade de vida ao paciente. Normalmente, o tratamento é capaz de estabilizar o quadro do paciente por 4 a 5 anos.
Após esse período, começam a surgir complicações (discinesia e flutuações motoras), mas a qualidade de vida e a
independência, apesar de reduzidas, são mantidas. Após 10 anos, a demência e o declínio motor se intensificam e
progridem para imobilidade, o que provoca grande declínio na qualidade de vida. O óbito pela doença de Parkinson
geralmente acontece por complicações infecciosas.
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LUIZA RAMOS 19
DEMÊNCIAS
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- Demências são alterações cognitivas que trazem impacto na funcionalidade e nas atividades do cotidiano.
- A queixa de perda de memória pode estar associada ou não às demências. Quando relacionada a demência, o
paciente obrigatoriamente apresentará declínio funcional. Na perda de memória não associada a demência, não há
declínio funcional. Envelhecimento, causas psiquiátricas (depressão e ansiedade), uso de medicações
(benzodiazepínicos) e declínio cognitivo leve são possíveis causas dessa perda de memória.
INVESTIGAÇÃO COMPLEMENTAR
- Exames laboratoriais: hemograma, eletrólitos, VDRL, HIV, função hepática, vitamina B12, ácido fólico, função
tireoidiana e LCR.
- Eletrofisiológico: eletroencefalograma. Quadros flutuantes (paciente melhora e piora periodicamente) podem
sugerir evento epiléptico, que pode ser confirmado pelo ECG
- Imagem: RNM de crânio (preferencialmente) ou tomografia.
DOENÇA DE ALZHEIMER
Critérios diagnósticos
Critérios de demência
- Obs.: a avaliação neuropsicológica inclui mini mental, teste de fluência verbal e teste do relógio.
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Critérios de demência na Doença de Alzheimer
- Critérios de demência
- Início insidioso
- História de piora cognitiva
- Apresentação amnéstica ou não (a apresentação mais comum é a amnéstica)
- Exame de imagem normal (ou no máximo com alteração no hipocampo)
Critérios de exclusão
- História de AVC
- Corpos de Lewy (declínio cognitivo, alucinações visuais, Parkinsonismo, hiperssensibilidade a antipsicóticos,
flutuações motoras diurnas).
- Demência frontotemporal (declínio cognitivo com alterações comportamentais muito mais significativas do que a
perda de memória)
- Afasia progressiva primária – demência com acometimento principalmente temporal, na qual a linguagem é o
componente mais afetado.
- Outras doenças (HIV, sífilis, deficiência de B12, alterações tireoidianas).
Quadro clínico
Alterações cognitivas
- Memória: comprometimento da memória episódica (novos aprendizados – lobo temporal), dificuldade de evocar a
memória recente (lobo frontal) e de reconhecer locais (depende da memória episódica).
- Linguagem: afasia de compreensão, nomeação, leitura e escrita (lobo temporal – área de Wernicke e área de Broca).
- Apraxia: perda da capacidade de executar movimentos sob comando.
- Agnosia: incapacidade de reconhecer objetos familiares.
Alterações comportamentais
- Delírios
- Alucinações
- Agressividade
- Alterações do sono
- Distúrbios afetivos
- Ansiedade e fobias
LUIZA RAMOS 21
LUIZA RAMOS 22
Tratamento
- Não farmacológico
- Farmacológico: cognitivos e neuropsiquiátricos
- Tratamento não convencional
Não farmacológico
- Ambiente seguro – boa iluminação, eliminar obstáculos, colocar barras e evitar tapetes.
- Execução de tarefas – pedir ao paciente para executar as tarefas que ele consegue fazer. Fazer ele se sentir útil e dar
estímulos cognitivos;
- Paciência – orientar os familiares sobre o quadro e as dificuldades do paciente.
- Criar rotina.
Farmacológico
2) Medicamentos neuropsiquiátricos
- Depressão: ISRS (escitalopram e sertalina), duais (venlafaxina e duloxetina) ou atípicos (mirtazapina a trazodona).
- Psicose: neurlépticos atípicos (preferencial – quetiapina e risperidona) ou típicos (controle agudo dos sintomas
psicóticos – haloperidol e tioridazina).
- Flutuação do humor: antiepilépticos (ácido valproico, carbamazepina e lamotrigina), lítio (pode trazer efeitos
colaterais graves em idosos – preferir os antiepilépticos).
- Comportamento: memantina (antagonista dos receptores glutamatérgicos) – modulação do comportamento
principalmente nos casos de demência moderada a grave.
LUIZA RAMOS 23
- Obs.: pacientes no início do quadro de declínio cognitivo
demencial, devem ser tratados inicialmente com AchE. De
acordo com a progressão da doença, pode-se associar
outros medicamentos de acordo com as necessidades do
paciente (memantina, por exemplo).
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TABAGISMO
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TIPOS DE DEPENDÊNCIA
- Dependência física: adaptação fisiológica do corpo ao consumo habitual de uma substância, surgindo sintomas
quando o uso da droga termina ou é diminuído.
- Dependência psicológica: ideação que a pessoa desenvolve quanto à necessidade da substância para se alcançar um
equilíbrio ou percepção de bem-estar, como por exemplo em situações emocionais ou para melhora de desempenho.
- Dependência comportamental: condicionamento e associação do cigarro com comportamento e situações. Ex.:
pacientes que só fumam quando bebem.
COMPOSIÇÃO DO CIGARRO
FISIOPATOLOGIA
Neoplasias
- Os gases relacionados ao cigarro geram mutação do gene p453, favorecendo a proliferação desordenada de células
não funcionais.
- A chance de desenvolvimento de câncer é proporcional a quantidade de cigarros e duração do hábito.
- A associação de cigarros e bebidas leva a indução de enzimas capazes de ativar carcinógenos.
LUIZA RAMOS 26
DPOC
- Os gases oxidantes aumentam a atividade das elastases e diminuem a atividade das anti-proteases. Como
consequência, tem-se a perda de cílios da mucosa respiratória, levando a metaplasia escamosa e hiperplasia de
glândulas mucosas, com aumento do número de células caliciformes e metaplasia dessas células. Com isso, há redução
de alvéolos, formação de tampões mucosos, redução do número de pequenas artérias e inflamação.
- A destruição de alvélolos está associada a mecanismos que levam a DPOC.
- A metaplasia está associada ao desenvolvimento de neoplasias.
Doenças cardiovasculares
- Obs.:
• Após IAM, o risco é maior e a sobrevida é a metade, em 12 meses. Após trombólise, a taxa de reoclusão é
quatro vezes maior.
• Após cessar o tabagismo, o risco de IAM retorna ao normal em 10 anos.
Trato gastrointestinal
Problemas reprodutivos
Outras doenças
- Oesteoporose – aumenta a taxa de perda óssea a antagonismo ao efeito protetor do estrogênio (aumento do câncer
de mama e da osteoporose).
- Rugas faciais
- Catarata e cegueira
- Disfunção olfativa
- Redução da secreção de hormônios tireoideanos -> hipotireoidismo.
LUIZA RAMOS 27
ABORDAGEM DO PACIENTE
Como abordar?
TRATAMENTO
LUIZA RAMOS 28
Tratamento farmacológico
Nicotina
- Adesivo transdérmico, pastilha ou goma de mascar.
- Alternativas para a reposição de nicotina.
- Tem como objetivo reduzir os sintomas de abstinência em decorrência da dependência física.
- Iniciar com a maior dose e reduzir progressivamente até suspender.
Bupropiona
- Antidepressivo que atua diminuindo a vontade de fumar e ansiedade e os sintomas e em decorrência da abstinência.
- Nos primeiros 7 dias: 150mg/dia – pela manhã (sem interromper o tabagismo, para evitar recaídas).
- Nas próximas 11 semanas: 300mg/dia – de manhã e à tarde (interromper o tabagismo – o medicamento já atingiu o
nível sérico adequado para evitar recaídas e abstinência).
Vareniclina
- Agonista parcial do receptor nicotínico beta-2. Estimula o receptor e bloqueia a ação da nicotina livre.
- Utilizado em casos de recaída ou síndrome de abstinência forte.
LUIZA RAMOS 29
ALCOOLISMO
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- “O alcoolismo é uma doença crônica com fatores genéticos, psicossociais e ambientais, frequentemente progressiva
e fatal, caracterizada pela dificuldade de controlar o consumo da bebida, preocupação com a droga, uso apesar das
consequências futuras e distorções de pensamento, especialmente a negação”.
CONCEITOS BÁSICOS
Doses de álcool
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Abuso de álcool
Dependência de álcool
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EPIDEMIOLOGIA
FISIOPATOLOGIA
- Ação sedativo-hiponótica.
- Absorção gástrica e intestinal.
- Ação sobre os receptores de opioides -> sensação de
prazer, recompensa.
- Ação sobre os receptores NMDA -> excitação, euforia.
- Ação sobre receptores GABA (inibitório) -> sedação.
- Memória, função executiva e percepção afetados.
- Alterações sistêmicas – cérebro (demências), fígado
(hepatopatias alcóolicas), coração (arritmias,
miocardiopatia alcoolica), sistema endócrino (alterações
pancreáticas e tireoideanas) e sistema imunológico
(imunossupressão).
Intoxicação
Abstinência
- Sistema nervoso: neuropatias, alterações cognitivas, demência (síndrome de Wernick-Korsakoff – alteração nos
circuitos de Papez – alucinações, alterações de memória, etc).
- Sistema cardiovascular: HAS, arritmias e miocardiopatia. O álcool lesa o tecido cardíaco, fazendo com que os
cardiomiócitos sejam substituídos por tecido fibroso, o que altera a funcionalidade e a estrutura da bomba cardíaca.
- Sistema gastrointestinal: esteatose, hepatite alcóolica, cirrose, varizes esofágicas, carcinoma de células escamosas
do esôfago.
- Pâncreas: pancreatite aguda (pode ser fatal) ou crônica, câncer de pâncreas.
- Sistema hematopoiético: anemia, trombocitopenia, perda da imunidade celular e humoral -> pancitopenia.
- Alterações psiquiátricas: ansiedade, depressão e personalidade anti-social.
- Neoplasias: orofaringe, mama e CCE.
- Outras: gota, cetoacidose, tireoideopatias, infertilidade, doenças odontológicas.
DIAGNÓSTICO
- O diagnóstico do abuso e da dependência alcoólica é clínico, baseado no exame físico e na anamnese detalhados.
- É importante discutir com o paciente sobre o seu diagnóstico, estimulando-o a ser ativo no seu tratamento.
- Pesquisar tentativas prévias de interrupção do etilismo.
LUIZA RAMOS 31
- Em alguns casos, solicitar exames complementares para avaliar os efeitos do álcool no organismo (RM de crânio para
investigar demências, eletroneuromiografia para avaliar lesões de nervos periféricos, TC contrastada de abdome para
avaliar o pâncreas, avaliação hepática, endoscopia para avaliar o esôfago, etc.).
- Pode-se utilizar alguns instrumentos para avaliar o paciente, como o questionário CAGE (maior sensibilidade) e a
escala AUDIT (maior especificidade).
TRATAMENTO
- O tratamento deve ser individualizado. É importante utilizar técnicas motivacionais, definir metas e limites de
consumo e discutir os efeitos do álcool.
Tratamento da abstinência
- Abstinência leve a moderada: tratamento ambulatorial, com acompanhamento próximo, retornos mais frequentes.
- Abstinência grave (hipertensão, alteração das funções mentais, alterações psiquiátricas concomitantes): internação.
- Os principais medicamentos utilizados são os benzodiazepínicos, principalmente o lorazepam. Dose fixa para
controle e dose extra de resgate (à critério médico) na presença de exacerbações.
- Outras drogas: beta-bloqueadores (pacientes com arritmia), alfa-agonista, anticonvulsivantes (para crises epilépticas
– escolher medicamentos não tenham ação sobre as enzimas hepáticas).
LUIZA RAMOS 32
Prevenção de recaída
Farmacoterapia
Obs.: alguns pacientes podem não necessitar de medicação, mas todos devem fazer terapia.
PROGNÓSTICO
LUIZA RAMOS 33
SUPORTE BÁSICO DE VIDA
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LUIZA RAMOS 34
USO DO DEA
- O DEA é um dispositivo leve e portátil, que detecta ritmos chocáveis e realiza o choque na intensidade necessária
para RCE.
- Siga as instruções contidas no aparelho (são claras e explicativas).
- Quando há um excesso de pelos no tórax é necessário fazer a retirada (com o barbeador presente na caixa).
- Vítimas dentro da água devem ser retiradas e secas antes do uso do DEA.
- CDI ou marcapasso as pás não devem ser posicionadas sobre esses dispositivos.
- Adesivos de medicação transdérmica devem ser retirados.
- Obs.: ritmos chocáveis -> taquicardia ventricular sem pulso e fibrilação ventricular.
LUIZA RAMOS 35
*por Lídia Duarte
LUIZA RAMOS 36
OBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA
Manobra de Heimlich
LUIZA RAMOS 37
LUIZA RAMOS 38
ABORDAGEM DO PACIENTE COM ICTERÍCIA
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- A icterícia é caracterizada pela coloração amarelo-alaranjado da pele, conjuntiva e membranas mucosas, que resulta
de concentrações elevadas de bilirrubina no plasma. É uma manifestação clínica presente em diversos grupos de
doenças.
METABOLISMO DA BILIRRUBINA
- A bilirrubina é o produto da
degradação do radical heme das
hemoproteínas (classe de proteínas
responsável pelo transporte de
oxigênio). A principal hemoproteína
é a hemoglobina. A mioglobina, o
citocromo P450, a catalase e a
peroxidase são outros exemplos de
hemoproteínas.
-70-90% das hemoproteínas são
degradadas no sistema retículo
endotelial (baço, fígado, medula),
resultando na produção de
bilirrubina. Em média, são produzidos 4mg/kg de peso/dia de bilirubina.
- A bilirrubina não conjugada é captada pelos hepatócitos, por meio da difusão ou do transporte facilitado. No interior
do hepatócito, ela se liga à proteína glutationa S-transferase. Assim, forma-se a bilirrubina conjugada (mono ou
diglicuronato de bilirrubina). A bilirrubina conjugada, então, é transferida para a bile por meio do transporte ativo. A
bilirrubina excretada na bile atinge o trato gastrointestinal por meio das vias pancreáticas. As bactérios do íleo e do
cólon convertem parte da bilirrubina em urobilinogênio, que é convertido em estercobilinogênio e, posteriormente,
em estercobilina, que é excretada nas fezes. Outra parte do urobilinogênio é reabsorvido e convertido em urobilina,
que é excretada na urina.
LUIZA RAMOS 39
DISTÚRBIOS RELACIONADOS AO METABOLISMO DA BILIRRUBINA
- Aumento da produção de bilirrubina – pode acontecer devido à hemólise, destruição de hemácias transfundidas ou
reabsorção de um hematoma. Nessas condições, as provas hepáticas são normais. Encontra-se apenas
hiperbilirrubinemia modesta (aproximadamente 4mg/dL).
- Depuração hepática diminuída de bilirrubina – pode acontecer devido à redução na captação (medicamentos) ou
comprometimento da conjugação pela enzima UDP-glicuronil-transferase. Nesses casos, há acúmulo da bilirrubina
indireta. Algumas síndromes que cursam com deficiência da UDP-glicuronil transferase:
• Síndrome de Crigler Najar 1 – ausência de atividade enzimática
• Síndrome de Crigler Najar 2 – atividade enzimática a cerca de 10%.
• Síndrome de Gilbert – atividade enzimática a cerca de 30%.
• Outros: adquirida e Dubin-Johnson
- Inflamação e necrose tubular e/ou inibição do fluxo biliar (colestase intra-hepática ou extra-hepática) -> acúmulo da
bilirrubina direta.
- Causas de colestase: litíases, síndromes genéticas, icterícia associada ao ato operatório, esteatose hepática aguda
na síndrome HELLP, lesões hepáticas por uso de substânicas, infecções, etc.
LUIZA RAMOS 40
EXAMES DIAGNÓSTICOS
ABORDAGEM
Apresentações clássicas
LUIZA RAMOS 41
Exames de imagem
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DISLIPIDEMIA
_______________________________________________________________________________________
METABOLISMO LIPÍDICO
- Lipoproteínas são macromoléculas esféricas que tem como principal função o transporte de lipídeos. Elas são
constituídas por triacilglicerol, colesterol ou ésteres de colesterol, apolipoproteínas, ácidos graxos livres, fosfolipídeos
e vitaminas lipossolúveis.
- Os tipos de lipoproteínas variam de acordo com a densidade (quanto mais proteínas e menos lipídios, maior a
densidade), tamanho, função e local de síntese – são elas: quilomícron, VLDL, IDL, LDL, HDL.
- Os lipídeos da dieta sofrem a ação de lipases, o que resulta na quebra do triacilglicerol em ácidos graxos e glicerol.
Esses, por sua vez, entram no enterócito e se unem ao colesterol e às apolipoproteínas, formando o quilomícron
nascente, que tem a função de fornecer triglicerídeos para a reserva energética (tecido adiposo) e de doar energia
para a contração muscular (tecido muscular). Após esse processo, o quilomícron remanescente é direcionado ao
fígado, onde é metabolizado, formando o VLDL, que também transporta os ácidos graxos para o tecido adiposo e para
o tecido muscular. Após esse processo, forma-se então o LDL, que é captado pelo fígado e pelos tecidos periféricos.
No fígado, o LDL é metabolizado em ácidos biliares e colesterol, eliminados na bile.
LUIZA RAMOS 43
HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR
- Aumento do colesterol na corrente sanguínea, em razão de um componente genético autossômico dominante, que
gera um defeito no receptor de LDL. Consequentemente, o LDL não é absorvido pelo fígado e pelos demais tecidos e
se acumula na corrente sanguínea.
- 5% das pessoas que sofrem IAM apresentam hipercolesterolemia familiar.
Parâmetros laboratoriais
Apresentação clínica
- Xantomas – depósitos de
gordura (macrófagos
xantomizados) em tendões,
principalmente nos tendões
extensores dos joelhos e das
mãos. Pode gerar artralgia.
- Xantelasmas – depósito de
gordura no tecido subcutâneo.
- Arcos corneanos
- Doenças valvares – depósito de
gordura nas valvas.
Abordagem
- Aumento do colesterol LDL e/ou dos triglicerídeos, por razões ainda incertas.
- Apresenta fator genético autossômico dominante.
- Possíveis mecanismos fisiopatológicos: superprodução primária de ApoB e baixa secreção de VLDL, gerando o
acúmulo de LDL e outras moléculas aterogênicas.
SÍNDROME DE QUILOMICRONEMIA
- Síndrome que gera o acúmulo de quilomícrons na corrente sanguínea, que se manifesta por aumento dos triglicérides
(>200 mg/dL), em episódios repetidos ao longo da vida (alternância entre períodos normais e períodos de aumento
dos triglicérides).
- A fisiopatologia envolve defeitos em diversos aspectos do metabolismo lipídico, associado ao excesso da produção
de quilomícrons e à dificuldade de captação de ácidos graxos livres no tecido muscular e no tecido adiposo.
- O diagnóstico pode ser dificultado pela alta quantidade de triglicérides no plasma, que dificulta a dosagem dos
demais lipídios.
LUIZA RAMOS 44
Apresentação clínica
- Xantomas
- Lipemia retiniana
- Dor abdominal
- Pancreatite – depósito pancreático de quilomícrons.
- Neuropatia periférica – dores, parestesia e alterações de força decorrentes do acúmulo de quilomícrons na bainha
de mielina e nos nervos periféricos
- Depósito hepático de quilomícrons
Tratamento
DISLIPIDEMIA DIABÉTICA
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ABORDAGEM
TRATAMENTO
- Cessação do tabagismo
- Alimentação saudável - consumo de carnes brancas em detrimento às carnes vermelhas, redução do consumo de
frituras, gorduras saturadas e embutidos.
- Atividade física.
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Tratamento farmacológico
Estatinas
- Medicamentos mais utilizados.
- Atorvastatina (potência alta), rosuvastatina (potência alta) e sinvastatina (potência moderada) são os mais comuns.
- Inibem a HMG-CoA redutase
- Efeitos colaterais: constipação, dor abdominal, dificuldade para dormir, mialgia, rabdomiólise.
- Obs.: as estatinas devem ser utilizadas a noite, pois o pico de ação da HMG-CoA redutase é na madrugada.
- A ezetimiba pode ser associada as estatinas em alguns casos para produzir redução mais intensa do LDL.
Ácido nicotínico
- Niacina ou vitamina B3
- Reduz triglicerídeos, reduz modestamente colesterol total e LDL, aumenta HDL.
- Inibe a liberação de ácidos graxos livres do tecido adiposo.
- Reduz a síntese hepática do VLDL e do LDL.
- Efeitos colaterais: cefaleia, dor abdominal, dispepsia, náusea, vômito e exantema.
Fibratos
- Genfibrozil, fenofibrato.
- Efetivos em reduzir triglicerídios.
- Aceleram a oxidação de ácidos graxos no fígado e reduz a secreção de VLDL.
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VALVULOPATIAS
_______________________________________________________________________________________
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EPIDEMIOLOGIA
Insuficiência tricúspide
- Incapacidade de fechamento dos folhetos da valva tricúspide durante a sístole ventricular, provocando refluxo do
ventrículo direito para o átrio direito.
- Etiologia: sobrecarga de VD, hipertensão pulmonar, DPOC, shunt intracardíaco, doença primária da valva,
endocardite infecciosa.
- Diagnóstico:
• Sintomas de insuficiência cardíaca de ventrículo direito – edema, ascite, dor em quadrante superior direito
(congestão hepática), etc.
• Ecocardiograma + doppler – avaliação das características da valva e da presença de refluxo.
- Tratamento: tratar a causa primária. A troca valvar é rara, pois é pouco tolerada.
Insuficiência mitral
- Incapacidade de fechamento completo dos folhetos da valva mitral, provocando refluxo de sangue do ventrículo
esquerdo para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular.
- Etiologia: prolapso mitral (2/3 dos casos), isquemia miocárdica (infarto do músculo papilar), outras causas (doenças
do colágeno, doença reumática, endocardite, calcificação anular).
- Fisiopatologia:
• Insuficiência aguda: insuficiência mitral -> sangue reflui para o AE -> sobrecarga do AE, que ainda não tem
tamanho suficiente para comportar a grande quantidade de sangue -> o sangue proveniente da circulação
pulmonar não consegue chegar ao AE -> congestão pulmonar. Além disso, como há refluxo de sangue para o
AE, o volume de sangue ejetado para a aorta é menor, causando sintomas de IC associados ao baixo débito
cardíaco.
• Insuficiência mitral crônica compensada: insuficiência mitral de longa data -> o VE e o AE já se adaptaram -> a
ejeção de sangue não é comprometida.
• Insuficiência mitral crônica descompensada: fibrilação atrial, disfunção do VE, etc. -> maior volume residual
no final da sístole -> aumento da pressão diastólica final no AE -> o sangue da circulação pulmonar tem
dificuldade para chegar ao AE -> congestão pulmonar.
- Manifestações clínicas: sintomas de insuficiência cardíaca esquerda (dispneia, fadiga, ortopneia).
- Exame físico: deslocamento do ictus para baixo e para a esquerda (hipertrofia ventricular esquerda), B1 hipofonética,
sopro típico (apical, holossistólico, que irradia para a axila).
- Exames complementares:
• ECG evidencia sobrecarga de VE (maior amplitude do complexo QRS nas derivações da esquerda).
• RX tórax evidencia cardiomegalia (hipertrofia ventricular e atrial
esquerda).
• Ecocardiograma mostra aumento do AE e do VE, anormalidades
da valva e doppler com grau de insuficiência.
• Cateterismo cardíaco – avaliação de causas isquêmicas.
- RX de tórax (imagem): aumento do ICT, cefalização do fluxo, dilatação
dos vasos do hilo pulmonar.
LUIZA RAMOS 50
Tratamento
- Aguda: vasodilatadores arteriais – diminuem a pressão do arco aórtico, aumentando o efluxo de sangue do coração.
- Crônica assintomática: sem evidência de benefícios com tratamento.
- Crônica sintomática:
• IECA – reduz volume de VE e melhora os sintomas.
• Cirurgia da valva:
o Reparo: somente se ruptura de cordoalha posterior.
o Troca valvar com preservação do aparato: mantém os folhetos e os músculos papilares.
o Trocar valvar mitral padrão: todo o aparato é removido e é inserida uma prótese.
• Se fibrilação atrial: anticoagulção. Nesse caso, utiliza-se a warfarina por se tratar de etiologia associada a
lesão valvar.
- Melhor momento para a cirurgia: se sintomas e se não resposta ao tratamento clínico.
- Um ou ambos os folhetos da valva mitral de projeta para o AE durante a sístole. Pode ser fisiológico ou patológico
(AVC, arritmias, endocardite, etc.).
Diagnóstico
- Sintomas: palpitação, síncope, dor torácica (isquemia
dos músculos papilares).
- Exame físico: clique mesossistólico e sopro
telediastólico (Valsalva).
- Ecocardiograma
Tratamento
- A maioria não necessita de tratamento.
- Se palpitações: beta-bloqueador.
- AAS em doses baixas se folheto redundante.
- Se grave: mesma terapia da insuficiência mitral.
Estenose mitral
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- Tratamento:
• Paciente assintomático e ritmo sinusal -> não é necessário tratar.
• Sinais e sintomas de congestão pulmonar -> diuréticos.
• Se fibrilação atrial: correção do ritmo (dilitazem, digoxina, beta-bloqueador) e anticoagulação.
• Procedimentos: valvotomia percutânea por balão, comissurotomia aberta, troca valvar.
Insuficiência aórtica
Estenose aórtica
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- Tratamento:
• Não se trata pacientes assintomáticos.
• Terapia clínica: uso de IECA, estatina, diuréticos e nitrato sem benefícios comprovados.
• Valvotomia por balão é pouco eficaz.
• A troca valvar é o único tratamento eficaz.
• Se cirurgia impossível: digoxina + nitrato (não melhora a expectativa de vida, mas melhora os sintomas).
PROTESES VALVARES
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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
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- A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica complexa que resulta da redução estrutural ou funcional do
enchimento ou do volume sanguíneo ejetado ventricular que, por sua vez, causa os sintomas clínicos cardinais de
dispneia, cansaço e sinais de IC, especificamente edema e estertores.
EPIDEMIOLOGIA
ETIOLOGIA
CLASSIFICAÇÃO
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FISIOPATOLOGIA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
EXAME FÍSICO
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Exame cardíaco
Exame pulmonar
- Crepitações, principalmente nas bases pulmonares (sobrecarga retrógrada de sangue nos pulmões)
- Sibilos expiratórios
- Derrame pleural (casos mais graves)
PROPEDÊUTICA
Exames essenciais
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Obs.:
- DAE -> diâmetro do átrio esquerdo (deve ser até 39mm).
- FE -> fração de ejeção (no caso do paciente em questão, não está alterada).
Outros exames
- Laboratoriais – hemograma, função renal, eletrólitos, função tireoidiana, ferritina, função hepática, glicose e
lipidograma.
- Holter 24h – avaliação de arritmias.
- Teste ergométrico – avaliação pré-transplante.
- RM cardíaca – investigação etiológica.
ESTÁGIOS
TRATAMENTO
Grupo A
Grupo B
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Grupos C e D
LUIZA RAMOS 58
Resumindo...
- Todos os pacientes grupo C ou D devem, obrigatoriamente, utilizar IECA ou BRA + beta-bloqueador.
- Para pacientes NYHA III ou IV, associar a espironolactona ao esquema acima.
- Os diuréticos e a digoxina são utilizadas se refratariedade ao tratamento anterior.
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