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FISIOPATOLOGIA:
AVE ISQUÊMICO:
É causado por uma obstrução súbita do fluxo arterial
encefálico, devido, em maioria, à uma causa embólica
(trombo proveniente da circulação) ou, mais
raramente, trombótica (o trombo é formado na
própria artéria envolvida no AVE). Quando não é
possível determinar a causa do AVE, o denominamos
O tipo mais comum de AVE hemorrágico é o
AVE criptogênico.
hipertensivo. Causado pelo rompimento dos
A interrupção do fluxo sanguíneo subsequente gera aneurismas de Charcot-Bourchard, durante um pico
isquemia, causando privação neural de oxigênio e hipertensivo, principalmente nas artérias perfurantes
glicose, assim levando à disfunção neuronal (quando (as mesmas acometidas pelo AVE isquêmico lacunar).
o fluxo cerebral de oxigênio cai abaixo de O acúmulo de sangue no parênquima cerebral ou no
20ml/100mg/ min). Caso não haja reversão do espaço subaracnóide (por compressão) eleva
quadro, acontece o infarto do núcleo isquêmico, a agudamente a pressão intracraniana, em razão do
morte do tecido e uma lesão irreversível. Ao redor da edema vasogênico causado em volta do hematoma
região infartada, existe a zona de penumbra, onde um pelo rompimento vascular.
mecanismo de extração aumentada de oxigênio
Quanto maior a extensão do sangramento e o volume
apesar do baixo fluxo permite que a lesão causada
do hematoma, maior será a hipertensão intracraniana
seja potencialmente reversível, contanto que o fluxo
e pior será o prognóstico. Além disso, outros fatores
sanguíneo seja restaurado (por recanalização do vaso
podem piorar esse prognóstico, como a presença de
ocluído ou circulação colateral, altamente
sangue nos ventrículos (hemoventrículo) ou
dependente da pressão arterial – por isso, é preciso
hemorragia subaracnóidea. Esses parâmetros são
ter cuidado no controle da PA na fase aguda do AVE
analisados na Escala de Fisher modificada, criada
isquêmico).
inicialmente para análise seletiva de hemorragias
subaracnóideas, mas hoje utilizada para mensurar
prognóstico de qualquer AVE hemorrágico. O
AVE HEMORRÁGICO: hematoma aumenta de tamanho nas 12-36 horas
seguintes ao AVE, pela inflamação local, contribuindo
Ocorre pela ruptura de estruturas vasculares
para a piora clínica e para o pior desfecho.
cerebrais, fazendo compressão das estruturas
encefálicas e causando isquemia secundária e edema.
Pode ser devido a uma Hemorragia
Intraparenquimatosa (HIP), quando o sangramento
acontece dentro do parênquima cerebral,
principalmente devido à fragilidade da parede
vascular e rompimento dos aneurismas de Charcot-
Bourchard (causados pela adaptação do vaso à HAS);
ou devido a uma Hemorragia Subaracnóidea (HSA),
quando o sangramento ocorre entre as meninges
o Uso de anticoagulantes (medicamentos que inibem a
coagulação sanguínea)
o Aneurisma cerebral (protuberância arterial)
o Uma ligação anormal entre as artérias e as veias
(malformação arteriovenosa) no interior do crânio
No caso do acidente vascular cerebral isquêmico, os As artérias mais atingidas são os ramos perfurantes. Se
fatores de risco modificáveis também incluem: incluem nesse quadro paresias e parestesias plenas ou no
lado contralateral à artéria afetada, alterações na visão,
o Fibrilação atrial afasias, rebaixamento de nível de consciência, tontura e
o Estreitamento (estenose) de uma artéria carótida no distúrbios de marcha (principalmente nos AVEs
pescoço cerebelares), cefaleias súbitas (muito relacionadas à HSA),
dentre outros. O chamado “AVC isquêmico maligno” ou
No caso do acidente vascular cerebral hemorrágico, os “infarto maligno cerebral” é definido como o infarto de
fatores de risco modificáveis também incluem: mais de 50% do território de irrigação da artéria cerebral
média, representando grande parte do hemisfério cerebral, Os sinais e sintomas dependem da área acometida do
e têm mortalidade de 80%. No AVE hemorrágico, os encéfalo; O encéfalo é irrigado por dois sistemas
sintomas aparecerão de acordo com o local em que a arteriais: um anterior (sistema carotídeo – 2 artérias
hemorragia esteja concentrada. carótidas) e outro posterior (sistema vértebro-basilar
Os locais mais acometidos na Hemorragia – 2 artérias vertebrais).
Intraparenquimatosa (HIP) são: Putâmen, Tálamo,
Cerebelo e Ponte. Ramos da artéria carótida interna (após perfurar a
dura-máter):
Hemorragia no Putâmen: Costuma atingir a cápsula o artéria oftálmica
interna, cursando com quadro súbito de hemiplegia o artéria comunicante posterior
fasciobraquicrural contralateral. Desvio do olhar conjugado o artéria coroidal anterior
contrário à hemiplegia também pode ocorrer. A hemorragia o artéria cerebral média (ramos terminais)
pode se estender e causar hemoventrículo. o artéria cerebral anterior (ramos terminais)
o ramos centrais (perfurantes)
Hemorragia talâmica: Também atinge a cápsula interna,
gerando os mesmos sintomas da hemorragia no putâmen, As artérias vertebrais D e E, dão origem às artérias espinais
associada a hemianestesia para todas as sensibilidades. anterior e posterior. Percorrem a face ventral do bulbo e
Pela extensão da hemorragia ao hipotálamo e teto do originam as artérias cerebelares inferiores posteriores, que
mesencéfalo, são comuns: desvio dos olhos em direção ao irrigam a porção lateral do bulbo e as porções posteriores e
nariz, ou para o lado da hemiplegia; pupilas mióticas; inferiores do cerebelo. Ao nível do sulco bulbopontino, as
anisocoria com pupila menor ao lado da hemorragia artérias vertebrais se unem para formar a artéria basilar.
(síndrome de Horner) e afasia talâmica. É comum a
hemorragia se estender ao terceiro ventrículo.
Os sulcos ajudam a delimitar os lobos cerebrais, que O cerebelo é importante para a manutenção da
recebem o nome de acordo com a sua localização em postura, equilíbrio, coordenação dos movimentos
relação aos ossos do crânio: frontal, temporal, parietal e e aprendizagem de habilidades motoras.
occipital. Além desses, existe a ínsula, situada
profundamente no sulco lateral.
LOBO TEMPORAL
LOBO PARIETAL
LOBO OCCIPITAL