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Bases para Leitura e interpretação da Radiografia Simples do

Tórax- RAIO X do tórax

Introdução
A radiografia simples do tórax (Raio-x) é u exame de imagem que e feito na base de radiação.

A radiação usada produz imagens que identificam alterações nos sistemas ósteo-articulares (fracturas
ou luxações), respiratório (condensação pulmonar, interposição liquida, pneumotórax), cardíaco
(cardiomegália, aneurisma da aorta), mediastino (alargamento do mediastino, pneumomediastino),
etc.

Estruturas anatômicas visíveis ao Rx do tórax

Nomenclatura em radiologia

 Radiopacidade ou estruturas radiopacas: são áreas que aparecem em branco ao raio-x. Ex:
coração, gordura, músculos, ossos
 Radiotransparência ou radiotransparente: são estruturas que aparecem em preto ao raio-x.
Ex: pulmões

De modo que se faça uma leitura simples, objectiva e orientada da radiografia do tórax, propõem-se
a seguinte sequência:

 Orientação (identificar o lado esquerdo e lado direito do tórax).


As referências usadas para orientar o RX são: hemi-cúpula diafragmática (e mais elevada do lado
direito devido a presença de fígado que o empurra para cima), câmara gástrica (rádio transparência
“preto/escuro”, presente no lado esquerdo da radiografia devido a presença de gases no estômago),
botão aórtico/crossa da aorta e ápice cardíaco (ambos virados para esquerda)

 Identificação
 Da região a que pertence a radiografia: tem aqui a radiografia do tórax (raio-x do tórax)
 Do paciente: nome, idade, sexo
 Dia de emissão: tirada no dia X
 Parâmetros técnicos

São 4 os principais parâmetros técnicos que se deve ter em conta na leitura na leitura de um “Raio-x”
do tórax: incidência, dose de radiação, amplitude da inspiração e centralização/alinhamento.

Incidência:

Pode ser Ântero-posterior (AP), Póstero-anterior (PA) ou em perfil (“lateral”).

• A incidência PA é a mais utilizada na radiografia simples do tórax. Pois: Evita a magnificação


do coração, que, por ser anterior, fica perto do filme; E, possibilita o posicionamento dos
ombros de tal forma que a escápula fique fora do filme.

Modo de execução: os feixes de raios x entram posteriormente, pelas costas do paciente, e a porção
anterior do tórax encontra-se em contato com o filme radiológico.

• Incidência AP: apenas em casos especiais, quando o paciente não consegue ficar na posição
ortostática: crianças pequenas e pacientes debilitados ou acamados.

• Incidência em perfil: os raios incidem pela lateral. Deve ser sempre solicitada e realizada,
juntamente com a PA.

Dose radicação

Devemos ser capazes de visualizar a sombra da coluna vertebral apenas nas suas porções mais
superiores. Exames onde a coluna é visualizada na sua totalidade estão muito penetrados.

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Inspiração correta

O ideal é que o exame seja realizado em apnéia inspiratória máxima.

Para sabermos se o exame está bem inspirado, devemos ter de 9 a 11 costelas posteriores ( adulto),
projectando-se sobre os campos pulmonares. Contam-se as costelas posteriores (apresentam-se mais
horizontalizadas)

Alinhamento

• Para que o exame esteja bem centrado, as bordas mediais das clavículas devem estar
equidistantes do centro da coluna. Além disto, as escápulas devem estar fora do campo.

Exame mal alinhado

Importância da avaliacao dos parâmetros técnicos: antes da leitura sequencial do raio-x do torax
recomenda-se a avaliacao destes parametros porque estas quando alterados dificutm ou
condicionam a leitura e interpretacao correcta dos achados presentes na radiografia. Pelo que , se
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não mencionados da a impressao do fraco dominio da materia por parte do estudante nos juris mais
exigentes.

Após a correcta identificação e caracterização dos parâmetros técnicos, segue-se então, a leitura
sequencial da radiografia:

De fora para dentro ou da periferia à profundidade:

1. Comece por tecidos moles (tecido celular subcutâneo e músculos), a seguir


2. Tecidos ósseos: coluna vertebral, clavículas, costelas
3. Mediastino:
3.1. Coração: morfologia e dimensões. Importa referir a presença ou ausência de cardiomegália
3.2. Aorta e artérias pulmonares. Pesquisar aneurisma da aorta
3.3. Hilos pulmonares
4. Parênquima pulmonar
5. Pleura (ângulos costo-frénicos)
6. Diafragma: altura, estudo comparativo entre a altura da hemi-cúpula diafragmática esquerda
e direita.

Alterações frequentes:

1. Pode ter infiltração de ar no tecido subcutâneo (enfisema subcutâneo), visualiza-se áreas


hipertransparentes.
2. Pode-se identificar traços de fracturas (solução de continuidade no tecido ósseo), visualiza-se
traço radiotransparente (“preto”)
3. Pode-se identificar cardiomegália. Estimada através de índice cardiotorácico, visualiza-se
silhueta cárdica aumentada (área de rádio-densa).
4. Pode-se identificar áreas de radiodensas (condensação pulmonar- Pneumonias,
broncopneumonias, neoplasias, abcesso pulmonar ou radio-transparentes-pneumotorax*,
enfisema pulmonar).
5. Normalmente os ângulos costofrênicos (ângulo entre o diafragma e o gradil costa, localiza-se
na parte látero-inferior da cavidade torácica) são agudos. Apagamento/opacidade do ângulo
costofrênico e sugestivo de derrame pleural. Este achado também costuma ser
acompanhado por linha de Damoiseau- curva parabólica de convexidade superior no topo do
nível líquido no derrame pleural.

Agora, pratique a leitura nos anexos presentes nas páginas seguintes!

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Anexo 1:
Paciente do sexo feminino de 22 anos, negra, refere início de sintomatologia há mais ou menos 3
semanas com tosse seca, de início insidioso, de predomínio nocturno. Refere agravamento progressivo
do sintoma, há cerca de 3 dias com tosse produtiva, com expectoração mucopurulentas, associada a
febre vespertina, emagrecimento e sudorese noturna. Ao exame objetivo, apresenta temperatura
axilar de 38.4Oc, expansibilidade diminuída no terço inferior do hemotórax direito, macicez a
percussão e fervores crepitantes, broncofonia e pectorilóquia nos 2/3 inferiores do hemitórax direito.
Pediu-se o RX a baixo:

a) Qual é o diagnostico sindromático. Justifique!


b) Faça a leitura sequencial da radiografia acima.
c) Mencione 3 possíveis causas do síndrome que o paciente apresenta.

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Anexo 2:
Paciente do sexo feminino de 87 anos, negra, refere início de sintomatologia há mais ou menos 3 meses
com tosse seca, de início insidioso, de predomínio nocturno. Refere agravamento progressivo do
sintoma, há cerca de 3 semanas com dispnéia de início insidioso, desencadeada pelo esforço (grau II),
de predomínio nocturno, agravada pela marcha e aliviada pelo repouso. Ao exame objetivo, apresenta-
se dispneico, com adejo nasal, FC 108bpm, FR 28cpm, expansibilidade diminuída no terço inferior do
hemotórax esquerdo, macicez a percussão e Diminuição do murmúrio vesicular nos 2/3 inferiores do
hemitórax esquerdo e trepopnéia a direita. Pediu-se o RX a baixo:

a) Qual é o diagnostico sindromático. Justifique!


b) Faça a leitura sequencial da radiografia acima.
c) Mencione 4 possíveis causas do síndrome que o paciente apresenta

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