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UNISUL - UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

Cleyce Mota da Silva, Matheus Alexandre Fortunato Petuco, Thais do Amaral, Thayane
Marcelo de Matos, Vitória Alves de Menezes

PNEUMONOTÓRAX E DERRAME PLEURAL: REVISÃO DE


LITERATURA

ITAJAÍ/SC

2024

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PALAVRA-CHAVE

PNEUMOTÓRAX; DERRAME PLEURAL; FISIOTERAPIA/TERAPIA

KEYWORD

PNEUMOTHORAX; PLEURAL EFFUSION; PHYSIOTHERAPY/THERAPY

RESUMO

O pneumotórax trata-se de um trauma de caixa torácica, que ocorre quando há a


presença de ar na cavidade pleural, na área entre a pleura parietal e a pleura visceral. Existe
diferentes tipos de pneumotórax assim como diferentes formas de diagnostica-los.

O derrame pleural trata-se de quando se fora um acumulo de liquido na cavidade


pleural, podendo ocorrer por diversas formas, sendo elas infecções, insuficiência cardíaca,
inflamações ou neoplasias.

ABSTRACT

Pneumothorax is a thoracic trauma that occurs when there is the presence of air in the
pleural cavity, in the space between the parietal and visceral pleura. There are different types
of pneumothorax, as well as various ways to diagnose them.

Pleural effusion is characterized by the accumulation of fluid in the pleural cavity,


which can occur through various means, such as infections, heart failure, inflammation, or
neoplasms.

OBJETIVO

Este seminário tem como objetivo revisar e analisar dois trabalhos de conclusão de
curso sobre pneumotórax e um TCC sobre derrame pleural. Tendo como intenção destacar a
avaliação inicial e diagnostico, metodologia e planos de tratamento.

Esse seminário busca promover uma melhor compreensão do público voltado a


estudantes das áreas da saúde sobre conceitos essenciais de pneumotórax e derrame pleural.

INTRODUÇÃO

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O pneumotórax é um dos principais traumas torácicos, podendo atingir até 55% dos
casos afetados. Manifesta-se frequentemente com sintomas como dor no peito e dificuldade
para respirar, exigindo um diagnóstico clinico de imediato. Qualquer suspeita relacionada a
esse tipo de trauma deve ser encaminhada para um exame de raio X. Procedimento essencial,
pois com o resultado do exame é possível identificar, além da gravidade, também possíveis
traumas cardiopulmonares. O diagnóstico rápido e preciso é de suma importância, pois com o
tratamento adequado é possível evitar complicações futuras relacionada ao trauma.

O derrame pleural é uma condição clinica que é quando tem um acumulo de líquidos
na cavidade pleural. Manifesta-se frequentemente com sintomas como dispneia, dor torácica,
tosse seca e febre, porém, sua manifestação depende em grande parte da doença de base. A
cavidade pleural, o espaço entre a pleura parietal e visceral, normalmente contém uma
pequena quantidade de liquido, que auxilia nos movimentos respiratórios. Quando ocorre uma
perturbação no equilíbrio desse liquido, é quando ocorre o derrame pleural, alterando a
mecânica pulmonar e torácica, onde temos distúrbios de restrição ventilatória pulmonar,
aumento do shunt intrapulmonar e diminuição da complacência. O diagnóstico rápido é
essencial para evitar complicações futuras relacionadas a essa condição clínica.

O tratamento fisioterapêutico precoce é de suma importância, pois visa aumentar toda


mobilidade torácica, exercícios respiratórios e recuperar a capacidade residual funcional
(CRF).

FIGURA 1: REPRESENTAÇÃO DE UM PULMÃO SAUDÁVEL (ESQUERDA) E UM PNEUMOTÓRAX


(DIREITA)

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FIGURA 2: REPRESENTAÇÃO DE UM PULMÃO SAUDÁVEL (ESQUERDA) E UM DERRAME
PLEURAL (DIREITA)

DIAGNÓTICO INICIAL

A fase inicial ao avaliarmos um trauma torácico, após os sintomas informado pelo


paciente, é avaliar se há lesões cardiopulmonares, isso facilmente pode ser obtido através da
anamnese e exames físicos, mas podendo ser requisitado exames de imagens de acordo com a
gravidade, sendo eles, radiografia, ecografia e tomografia computadorizada (TC).
Primeiramente o paciente deve ser classificado entre baixo ou alto risco de lesão grave a fim
de elaborar o melhor plano terapêutico. Em casos de pneumotórax, existe vários tipos que
variam em termos de causa, gravidade e suas características clinicas, os principais tipos são,
Pneumotórax espontâneo primário, que ocorre sem uma causa subjacente em pessoas sem
históricos de doenças pulmonares, normalmente em homens jovens e magros. Pneumotórax
espontâneo secundário, esse já tem uma causa subjacente, como no caso de Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica (DPOC). Pneumotórax traumático, ocorrendo por traumas na caixa
torácica, como por exemplo em um acidente de carro ou ferimentos penetrantes.

RAIO X DE TÓRAX

Após a realização da anamnese e exame físico, é importante realizar um exame


radiográfico para identificar a condição pulmonar, se há atelectasia, trama vascular aparente.
Abaixo analisaremos um raio X (Figura 3), no qual podemos identificar a ausência da trama
vascular e o pulmão apresentando atelectasia.

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FIGURA 3: RAIO X DE TÓRAX APRESENTANDO UM CASO DE PNEUMOTÓRAX.

FIGURA 4: RAIO-X DE TÓRAX COM SUSPEITA DE DERRAME PLEURAL.

No caso apresentado na figura 4, o paciente estava apresentando dispneia ao repouso e


murmúrio vesicular na base do pulmão direito. Analisando o exame de raio X, foi possível
identificar opacidade na base do pulmão direito, tornando-se então compatível com derrame
pleural.

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ECOGRAFIA

A ecografia ou ultrassonografia pode vir a se tornar uma opção de exame com maior
sensibilidade, como por exemplo o uso do FAST (Focused Assessment with Sonography
inTrauma), que é um exame ultrassonográfico utilizado como parte integrante na avaliação de
pacientes traumatizados. A Ecografia de tórax é realizada com frequência em emergências
para diagnosticar ou descartar pneumotórax ou derrame pleural, assim como outros distúrbios
torácicos.

FIGURA 5: ULTRASSONOGRÁFIA COMPLEMENTAR REFERENTE A FIGURA 4.

O Exame ultrassonográfico, complementar ao raio X referenciado na figura 4,


apresentou que a densidade se tratava de atelectasia juntamente com derrame pleural. Casos
como esse, nos quais mesmo com o exame radiográfico ainda restam suspeitas de um derrame
pleural, o exame complementar ultrassonográfico se torna de suma importância a fim de
confirmar ou descartar o diagnóstico.

TRATAMENTO

O tratamento para pneumotórax e derrame pleural é feito com o objetivo de garantir a


expansão pulmonar, prevenindo a adesão pleural, aumentando a mobilidade torácica e
eliminando a dor. O tratamento cirúrgico é alcançado com uma drenagem torácica
(Toracotomia) onde é colocado um tubo torácico. Com o paciente em decúbito dorsal, a área
onde será inserido o tubo recebe anestesia local, inserção do tubo torácico no segundo espaço
intercostal, logo acima da borda superior da terceira costela.

O tratamento fisioterapêutico deve ser iniciado logo após o tratamento médico ser
realizado, tendo como principal objetivo restaurar a expansão pulmonar, a mobilidade torácica
e garantir o melhor padrão respiratório e conforto. A fisioterapia conta com inúmeras técnicas
manuais a fim de melhorar a qualidade respiratória do paciente. Abaixo explicando como
funciona a abordagem fisioterapêutica.

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Para Pneumotórax, é realizado uma avaliação completa do paciente, na qual serão
verificados a identificação do tipo de pneumotórax, o comprometimento pulmonar e a
situação respiratória. Após esse processo, é realizado a mobilização precoce e exercícios
respiratórios, isso irá incluir a orientação de técnicas de respiração profunda e tosse para
prevenir complicações mais severas, como no caso de atelectasia. Abaixo alguns exemplos de
técnicas respiratórias profundas.

RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA

O paciente será instruído a realizar respirações profundas, focando na contração do


diafragma, isso é feito da seguinte forma, o paciente inspira lentamente pelo nariz seguido da
orientação para o paciente deixar o abdômen se expandir e após isso seguido com a expiração
lenta pela boca.

RESPIRAÇÃO COM SOPRO

O paciente será instruído a inspirar lentamente pelo nariz e, logo em seguida, realiza a
expiração lenta pelos lábios franzidos, da mesma forma que fosse assoprar as velinhas do bolo
de aniversário. Técnica usada para o fortalecimento dos músculos respiratórios.

Para derrame pleural é realizado uma avaliação inicial completa do paciente, no qual
iremos verificar a quantidade e tipo de fluido na cavidade pleural junto com a função
respiratória. Após a avaliação inicial, é seguido com a drenagem pleural, com técnicas
respiratórias ou posicionamento especifico do paciente no qual irá facilitar a eliminação do
liquido. É necessário também a realização de exercícios respiratórios assim como no
tratamento de pneumotórax, pois visam melhorar a expansão pulmonar e prevenir a
atelectasia. Após o quadro de melhora do derrame pleural é necessário iniciar o processo de
reabilitação pulmonar a fim de recuperar a CRF.

PREVENÇÃO

A prevenção para ambas as doenças, consiste em uma melhorar a qualidade de vida,


evitando o tabagismo, protegendo-se contra traumas torácicos, com utilização de cinto de
segurança, controlando doenças pulmonares e cardíacas e sempre estar realizando
acompanhamento médico (Check up)

CONCLUSÃO

Nesse seminário sobre pneumotórax e derrame pleural, nos proporcionou uma


compreensão mais abrangente dessas condições torácicas. Discutimos sua etiologia, sintomas,
formas de diagnósticos, tanto físicos como de imagens, os quais incluem os radiográficos e
ultrassonográficos. A importância de um tratamento precoce, principalmente o
fisioterapêutico, visando a restauração da ventilação pulmonar e mobilidade torácica normais.

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Prevenção contra essas condições torácicas envolvendo melhor estilo de vida, evitando o
tabagismo, proteção contra traumas e acompanhamento médico regular.

Em uma última análise, esse seminário proporcionou conhecimento que serve como
base na pratica clínica onde podemos ter cuidado efetivo em pacientes com pneumotórax e
derrame pleural.

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REFERÊNCIAS

1. UNIPACTO. Intervenção fisioterapêutica no pneumotórax. Revista


Multidisciplinar Unipacto, [S.l.], v. 2, n. 4, p. 16-27, out. 2020. Disponível em:
https://revista.unipacto.com.br/index.php/multidisciplinar/article/view/1327/1290.
Acesso em: 20 mar. 2024.
2. BIREME. Pneumotórax no trauma torácico fechado: abordagem inicial e
tratamento. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/883038/15-trauma-toracico-
fechado.pdf. Acesso em: 20 mar. 2024.
3. ALVES, Gessica. Recursos fisioterapêuticos na abordagem do derrame pleural:
revisão de literatura. 2018. 45 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Fisioterapia) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2018.
Disponível em:
https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/bitstream/123456789/5724/1/tcc%20gessi
ca%20alves%2015%2006.pdf. Acesso em: 20 mar. 2024.
4. SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA. Manual de utilização
de ultrassonografia pulmonar: POCUS no pulmão. 7. ed. Lisboa: Sociedade
Portuguesa de Medicina Interna, 2021. Disponível em: https://www.spmi.pt/wp-
content/uploads/2021/01/Manual-de-Utilizacao-de-Ultrassonografia-Pulmonar-a-
Cabeceira-do-Doente-POCUS-no-Pulmao-7.pdf. Acesso em: 20 mar. 2024.

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