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SÍNDROME METABÓLICA
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@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues
O ácido nicotínico de liberação intermediária pode fenofibrato pode ser mais eficaz do que a genfibrozila
aumentar o HDL-C e, segundo alguns estudos contribui nesse grupo.
para redução de eventos cardiovasculares.
TRIGLICERÍDEOS
O ezetimiba associado às estatinas permite acentuada
redução do LDL-C e a sua utilização pode ser considerada Um fibrato (genfibrozila ou fenofibrato) é o fármaco de
para atingir as metas lipídicas preconizadas. escolha para reduzir os triglicerídeos em jejum, que
costumam atingir uma diminuição de 30 a 45%. A
A terapêutica combinada de estatinas com fibratos ou administração concomitante com fármacos metabolizados
com o ácido nicotínico pode ser uma opção atrativa nos pelo sistema 3A4 aumenta o risco de miopatia. Nesses
indivíduos com síndrome metabólica que apresentem casos, o fenofibrato pode ser preferível à genfibrozila.
elevação do LDL-colesterol e dos triglicerídeos e redução
do HDL-colesterol. Outros fármacos que reduzem os níveis de triglicerídeos
incluem estatinas, ácido nicotínico e prescrição de ácidos
OUTROS PONTOS graxos ômega-3. Para esse propósito, uma dose
intermediária ou alta das estatinas “mais potentes”
LDL-COLESTEROL (atorvastatina, rosuvastatina) é necessária. O efeito do
As diretrizes para o colesterol da ACC/AHA de 2013 não ácido nicotínico nos triglicerídeos em jejum está
têm recomendações específicas para pacientes com relacionado com a dose e é de cerca de 20 a 35%, um efeito
síndrome metabólica; entretanto, deve-se prescrever uma que é menos pronunciado do que aquele dos fibratos. Em
estatina em todos os pacientes com diabetes, de 40 a 79 pacientes com síndrome metabólica e diabetes, o ácido
anos de idade, com LDL-colesterol entre 60 e 189 mg/dL. nicotínico pode aumentar os níveis de glicemia em jejum.
Para pacientes com diabetes e doença cardiovascular A prescrição de preparações de ácido graxo ômega-3
aterosclerótica (DCVAS) diagnosticada, as evidências reduz os níveis de triglicerídeos em jejum em cerca de 25
atuais sustentam uma dose de estatina de alta intensidade a 40%. Não ocorre qualquer interação medicamentosa
(p. ex., atorvastatina 40 a 80 mg ou rosuvastatina 20 a 40 com fibratos ou estatinas, e o principal efeito colateral de
mg ao dia). Para os pacientes com síndrome metabólica seu uso é a eructação com gosto de peixe.
sem diabetes, deve-se utilizar uma estimativa de risco de HDL-COLESTEROL
DCVAS de 10 anos, e um risco de ≥ 7,5% deve levar a
uma discussão entre o profissional de saúde e o paciente Pouquíssimos compostos modificadores de lipídeos
sobre a instituição de terapia com estatina para prevenção aumentam os níveis de HDL-colesterol. Estatinas, fibratos
primária da DCVAS. e sequestradores de ácido biliar têm efeitos modestos (5-
10%), enquanto a ezetimiba e os ácidos graxos de ômega-
Dietas com restrição de gorduras saturadas (menos de 6% 3 não têm qualquer efeito. O ácido nicotínico é o único
de calorias) e gorduras trans (o menos possível) devem ser fármaco atualmente disponível com propriedades de
aplicadas de maneira intensiva. Embora as evidências elevação do HDL-colesterol previsíveis. A resposta está
sejam controversas, o colesterol da dieta também pode ser relacionada com a dose, e o ácido nicotínico pode
restrito. Se o colesterol continuar elevado, é necessária aumentar o HDL-colesterol em cerca de 30% acima da
intervenção farmacológica. linha de base. Após vários ensaios de ácido nicotínico
Com base em evidências substanciais, o tratamento com versus placebo em pacientes tratados com estatina, ainda
estatinas, que reduz o LDL-colesterol em 15 a 60%, é a não há evidências de que elevar a HDL com ácido
intervenção farmacológica de primeira escolha. nicotínico afete de maneira benéfica os eventos de
DCVAS em pacientes com ou sem síndrome metabólica.
O inibidor da absorção do colesterol ezetimiba é bem
tolerado, devendo ser uma segunda escolha de intervenção PRESSÃO ARTERIAL
medicamentosa. A ezetimiba reduz o LDL-colesterol em A relação direta entre a pressão arterial e a taxa de
15 a 20%. mortalidade por todas as causas foi bem-estabelecida em
Os sequestradores de ácidos biliares, colestiramina, estudos que comparam os pacientes com hipertensão (>
colestipol e colesevalam podem ser mais efetivos do que a 140/90 mmHg), os pacientes com pré-hipertensão (>
ezetimiba; todavia, como podem aumentar os níveis de 120/80 mmHg, porém < 140/90 mmHg) e os indivíduos
triglicerídeos, precisam ser usados com cautela em com pressão arterial normal (< 120/80 mmHg).
pacientes com síndrome metabólica quando os Em pacientes com síndrome metabólica sem diabetes, a
triglicerídeos em jejum são > 300 mg/dL. Os efeitos melhor escolha para o anti-hipertensivo inicial é um
colaterais consistem em sintomas gastrintestinais inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA) ou
(distúrbios do paladar, distensão abdominal, eructação, um bloqueador do receptor de angiotensina II, visto que
constipação, irritação anal). essas duas classes de fármacos são efetivas e bem
Os fibratos são mais bem empregados para reduzir o LDL- toleradas. Em todos os pacientes com hipertensão, deve-se
colesterol quando os triglicerídeos não estão elevados. O recomendar um padrão de dieta com restrição de sódio,
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rica em frutas e vegetais e laticínios com baixo teor de
gordura. O monitoramento doméstico da pressão arterial
pode ajudar a manter um bom controle da pressão arterial.
ALTERAÇÃO DA GLICEMIA DE JEJUM
Em pacientes com síndrome metabólica e diabetes tipo 2,
o controle glicêmico intensivo pode modificar, de maneira
favorável, os níveis de triglicerídeos em jejum e/ou HDL-
colesterol.
Nos pacientes com comprometimento da glicemia em
jejum sem diagnóstico de diabetes, uma intervenção no
estilo de vida que inclua redução do peso, restrição
dietética de gordura e aumento da atividade física mostra
reduzir a incidência de diabetes tipo 2. A metformina
também reduz a incidência de diabetes, embora o efeito
seja menor do que o observado com intervenção no estilo
de vida.
RESISTÊNCIA À INSULINA
Várias classes de fármacos (biguanidas, tiazolidinedionas
[TZDs]) aumentam a sensibilidade à insulina. Pelo fato de
a resistência à insulina ser o mecanismo fisiopatológico
primário para a síndrome metabólica, os fármacos
representativos nessas classes reduzem sua prevalência.
Tanto a metformina quanto as TZDs aumentam a ação da
insulina no fígado e suprimem a produção endógena de
glicose. As TZDs, mas não a metformina, também
melhoram a captação de glicose mediada pela insulina no
músculo e no tecido adiposo.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
I Diretriz Brasileira De Diagnóstico E Tratamento Da
Síndrome Metabólica - 2005
Jameson, JL Medicina Interna de Harrison - 2 Volumes.
Disponível em: Minha Biblioteca, (20ª edição). Grupo A,
2019.