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Apostila de Estudos Dirigidos

TEAM DEATHFACE

1
Conceitos Avançados, práticos e teóricos do Bodybuilding.

Introdução.

NESSA APOSTILA VOCÊ ENCONTRARÁ EXPLICAÇÕES TEÓRICAS E


GUIAS PRÁTICOS DE LINGUAGEM FÁCIL PARA APLICAÇÃO COTIDIANA
DIANTE AS MAIS DIVERSAS SITUACÕES COMUMENTE ENFRENTADAS.
Entendendo o Material pelo ponto de vista Científico:
“Livros são apenas experiências de terceiros passados em folha.”
Cabe salientar aqui, para os marinheiros de primeira viagem. Que nem
tudo que lemos na área científica é condizente com a prática. A ciência evolui,
e muitas vezes, no caso do Bodybuilding, ela tenta provar o que muitos atletas
já fazem há décadas. Então o fisiculturismo é uma ciência empírica.
Antes de questionar qualquer informação, é bom ter senso crítico. Afinal
o livro referência sobre aquele assunto, pode ter 20 anos, e pode não te ajudar
em um mundo moderno no qual informação é acessível a todos. Hoje, todos
tem seu próprio laboratório de experimentação dentro do seu laptop. Algumas
situações apresentadas possuem embasamento científico atual, outras são
simplesmente empíricas. Cabe o seu julgamento, e experiência, trata-las da
maneira que lhe for cabível.

EM CADA TÓPICO/ASSUNTO DIFERENTE ESTARÃO PRESENTES ALEM


DAS IMAGENS ILUSTRATIVAS, ALGUNS REFERENCIAIS CIENTIFICOS.
DEIXAMOS COMO FORMA DE ABSTRATO PARA O ALUNO PODER
FAZER UMA BUSCA ATIVA DO ARTIGO E DO CONTEUDO E
DESENVOLVER SEU PENSAMENTO CRITICO, ASSIM PODERA DISCUTIR
COM OS DEMAIS NO GRUPO DE INTERACÃO DO WHATSAPP.
O GRUPO DE INTERAÇÃO NO WHATSAPP SERVE COMO FERRAMENTA
DE NETWORKING INTEGRANDO ALUNOS INICIANTES AOS MAIS
EXPERIENTES PARA PODEREM AMPLIAR SUAS RELACOES E
COMPARTILHAR SEUS CONHECIMENTOS.

2
A CADA DOIS MODULOS NÓS FAREMOS UMA LIVE ABORDANDO OS
PRINCIPAIS TEMAS E DISCUSSOES QUE FORAM DEBATIDOS NO
GRUPO.

PREFÁCIO.
Essa apostila tem como objetivo guiar novos aprendizes do bodybuilding em
conceitos práticos e teóricos usados no dia-a-dia do atleta/entusiasta.
Tudo escrito aqui partirá de experiências e observações de ciência aplicada.

O material irá destruir alguns mitos do que se lê hoje na internet, e mostrará


qual a nossa filosofia de trabalho sobre assuntos diferentes.

Ao término dos módulos você se encontrará preparado para enfrentar e lidar


com as diversas variáveis que surgem no dia-a-dia para nós que levamos o
bodybuilding e o fitness como estilo de vida, desde as coisas mais simples até
as mais obscuras.

IMPORTANTE

Todas as informações contidas na apostila, tanto teóricas quanto

práticas são de cunho informativo, portanto cabe ao aluno/leitor toda a

responsabilidade ao seguir ou aplicar qualquer conduta aqui descrita.

Ressaltando que diante diversos problemas enfrentados pelos individuos

que se aventuram nesse mundo underground, o melhor caminho é sempre

buscar o acompanhamento médico em vez de optar pela auto-medicacão.

3
Sumário
Introdução ao conceito de Blast & Cruise / TRT ............................................................ 6
Cinco coisas que você deve saber antes de entrar em B&C................................ 10
Frequência de uso/administração ........................................................................ 13

Uso em mulheres / Considerações primordiais ........................................................... 15


O impacto dos anticoncepcionais nos ganhos ..................................................... 18
Síndrome dos ovários policísticos........................................................................ 20

DHT amigo, não vilão ................................................................................................. 22


Finasterida ........................................................................................................... 23
Estradiol .............................................................................................................. 25

Prolactina.................................................................................................................... 27
Ginecomastia ....................................................................................................... 29
Libido ................................................................................................................... 33

Acne ........................................................................................................................... 36
Fertilidade ............................................................................................................ 39
Manutenção do perfil lipídico ............................................................................... 41

Função Hepática......................................................................................................... 43
Hematócrito/Policitemia secundária aos AES ...................................................... 47
Hipertensão arterial secundária aos AES ............................................................ 50

Tireoidianos ................................................................................................................ 52
Termogenicos ...................................................................................................... 55
Exames ............................................................................................................... 59

Nódulos e Inflamações ............................................................................................... 61


Entendendo Hipertrofia............................................................................................ 65
Dietas ...................................................................................................................... 72

Estratégias.................................................................................................................. 78
Amenizando o impacto do “cheat meal”................................................................... 79
Metformina .............................................................................................................. 81

4
Antioxidantes .............................................................................................................. 83
O lado negativo de estimulantes em doses altas ..................................................... 84
Enzimas Digestivas ................................................................................................. 85

Lugol........................................................................................................................... 87
Treinamento, o fator esquecido ............................................................................... 89
GH e Peptídeos ....................................................................................................... 92

SARMS ..................................................................................................................... 104


Conclusão da Apostila ........................................................................................... 107
Referências ........................................................................................................... 108

Créditos .................................................................................................................... 110

5
- Introdução ao conceito de Blast and Cruise / TRT.

Muitos alunos chegam com dúvidas a respeito do uso de hormônios.


Antigamente a famosa TPC (Terapia pós ciclo) era comum entre os ratos de
academia. A questão é que a ciência avançou. Apesar de reposição hormonal
ainda ser um tabu no Brasil, na Flórida (Onde Ugo morou por 2 anos.), era algo
bem comum. Há todo um interesse das grandes farmacêuticas em manter a
reposição de testosterona longe do mercado, mas isso não vem ao caso.
O que acontecia com o usuário de hormônios até os anos 90 (adeptos de
TPC)?
O rapaz usava 8-10 semanas de hormônios, desligando seu eixo
hormonal, e após isso colocava um coquetel de drogas para TENTAR
recuperar esse eixo, depois repetia o processo, 2,3 até 4 vezes ao ano, até que
no final seu eixo se perdia de vez, com recuperações cada vez mais difíceis.
De anos pra cá, principalmente fora do Brasil, começou a se usar o
processo de Blast and Cruise, Blast seria a fase mais anabólica do uso de
hormônios, e o CRUISE, seria a fase de reposição hormonal usando o mínimo
possível para se manter a dosagem fisiológica de testosterona (TRT). O cruise
também serve como uma ponte entre 2 Blasts. Podendo assim, ser subjetivo
em termos de dosagem de atleta pra atleta.
Com o tempo foi se descobrindo que essa era a forma mais saudável e
estável de se construir um shape a longo prazo. Afinal você não está a brincar
com seu eixo a cada 2 meses. Podendo assim parar quando quiser, através de
protocolos mais avançados de restauração de eixo. (Como uso da Triptorelina.)
Por essas e outras, eu sempre cito aos mais antigos, não se usa mais TPC,
hormônios são um estado. Ou você usa ou ,não. Se você usa e de fato quer
chegar a outro nivel, vai ter que usar ininterruptamente.

E a primeira pergunta que recebo é sobre os gastos. Posso te afirmar


que fica muito mais caro pagar antigas TPCs, do que usar dosagens baixas de

6
Testosterona por semana.
Portanto basicamente o Blast and cruise consiste nesses períodos onde o
blast seria aquele momento pré estabelecido onde se usariam doses
teoricamente um pouco mais elevadas visando alcançar os objetivos
individuais. Já o cruise seria a manutenção de uma dose suprafisiológica baixa
que faça a manutenção dos ganhos sejam em termos de massa magra ou
baixa de percentual de gordura. É no cruise também onde os usuários devem
se atentar a corrigir o máximo possível a sobrecarga causada no blast, como:
cuidado com a saúde hepática, perfil lipídico e diversos outros marcadores
importantes para manutenção de saúde no usuário.

7
 MODULAÇÃO HORMONAL

É febre de alguns anos pra cá, o termo “modulação hormonal”, que na


verdade não é reconhecido na medicina e muito menos pela sociedade
brasileira de endocrinologia. A verdade é que existe a reposição hormonal e a
prescrição de esteroides anabolizantes para o ganho estético (em termos de
massa magra e perda de gordura) por médicos que 90% das vezes não tem
conhecimento teórico nem prático sobre o assunto, e, então este segundo
cenário é mascarado com o termo “modulação hormonal”.
Raramente um jovem/adulto até os 50 anos de fato apresentaria níveis
baixos de testosterona, é muito fácil enganar o cliente por valores de referência
(sim nesse ramo o paciente se tornou cliente). E mesmo com os níveis baixos
circulando por volta dos 200 ng, ainda se tem que levar em consideração a
quantidade de testosterona livre e o SHBG.
Mesmo em relação a esses marcadores, sendo a livre média e o shbg
normal dentro da referência, é perfeitamente possível se manter em uma
condição fisiológica de libido, energia, massa muscular, óssea etc... pela
individualidade de resposta de cada um.
Portanto é inconsequente colocar jovens completamente desinformados
em dependência desses hormônios, porque infelizmente é o que acontece,
e, as sequelas na qualidade de vida principalmente nos aspectos psicológicos
são grandes e difíceis de se estabilizar. Os médicos devem refletir, assim como
nós profissionais da área, antes de prescrever (por mais ínfimos que sejam os
colaterais fisiológicos) esteroides para entusiastas, sem ressaltar tudo que vem
junto a longo prazo. Por isso há coisas básicas que todo iniciante deve saber
antes de iniciar o uso de hormônios, coisas que o profissional médico/coach ou
quem indicou, raramente cita.

8
( Niveis de Testosterona Livre no Sangue por Idade.)

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK216175/

9
 CINCO COISAS QUE VOCÊ DEVE SABER ANTES DE INICIAR O
USO DE HORMÔNIOS

1 - Não importa se você vai utilizar testosterona bioidêntica em creme ou


cápsulas, só por isso ela não é diferente nem mais segura que a terapia de
reposição com testosterona injetável, e, muitas vezes pode até ser levemente
ou mais danosa se você levar em consideração a efetividade, custo, e
metabolização da mesma. Afinal você pode até atingir escores de testosterona
total altos, porém a testosterona livre não tende a subir tanto logo em termos
de ganhos estéticos, os injetáveis são melhores veículos por maior exposição a
dosagens plasmáticas elevadas, enquanto os bioidênticos são apenas para
reposição funcional.

2- Há efeitos no aumento do desempenho e evolução física, efeitos no sistema


nervoso central como aumento do senso de bem estar, e, o potencial
ansiolítico. Temos também melhora do desempenho sexual na libido/potência,
quando se cessa o uso tem-se um período de adaptação e recuperação longo,
que aliado aos fatores externos do dia-a-dia, levam o usuário a um certo grau
de dependência, ou desmotivação. Portanto na maioria dos casos
principalmente em jovens deve ser ressaltado esse fator. De fato aquele
indivíduo está apto a arcar com tudo isso pois na maioria das vezes, ele está
entrando em um buraco escuro sem ter consciência disso.

3 - Os efeitos não são dose-dependentes, cada indivíduo tem uma


sensibilidade para a testosterona, alguns podem responder melhor com 200mg
quinzenalmente, do que outros com as mesmas 200mg semanalmente,
depende de “N fatores”. Nunca comece pensando que maiores doses vão
significar maiores resultados. Um grande erro é começar com altas doses
tendo um shape que não seja proporcional a elas, isso faz com que muito dos
usuários se frustrem com os resultados e fiquem estagnados querendo
aumentar cada vez mais a dose e esquecendo de fatores importantes. Deve-se
sempre aprender a controlar todas variáveis como estradiol, prolactina, dht e os

10
outros impactos que os esteróides causam que afetam a qualidade de vida no
dia-a-dia.

4 - O fígado diferentemente do que todos pensam não é quem mais sofre com
a testosterona e sim o sistema cardiovascular, uma atenção aos níveis do
painel lipídico durante toda terapia de reposição hormonal deve ser feita com
uma manutenção cautelosa, e adequação de protocolos e proteções para
prevenir futuras complicações.

5 - Fertilidade: a testosterona de fato com o uso prolongado diminui a


contagem de espermatozoides e a motilidade dos mesmos, mas isso não quer
dizer que ela te deixa infértil completamente, isso varia muito, ultimamente
muitos homens têm filhos durante a trt e após anos de uso. Inclusive atletas
que utilizam e abusam nas dosagens, portanto preste atenção aos métodos
contraceptivos utilizados. E em um cenário oposto mesmo quando não
pretendem ter filhos em um período de tempo próximo é interessante a
manutenção basal da fertilidade do indivíduo, ou de níveis de fsh e lh, para que
se tenha uma quantidade de abp circulante, e futuramente seja mais fácil a
recuperação

Estudos Selecionados onde a Variação de Testosterona tem impacto sobre composição corporal e força.

Reference Study Population Control Results


Variables
Cross-Sectional Studies
Field et al., MMAS. 1,241 men Age, BMI, Low T levels related to higher BMI
1994 smoking
Abbasi et al., 144 men, 60 to 80 years of Age Total T and free T correlated with lean body mass and
1998 age from communities of total adipose mass, with age partialled out of the
SE Wisconsin correlation; hormones did not predict either measure in
regression analysis
Baumgartner et 121 male volunteers, 65-97 Knee height Free T associated with muscle mass
al., 1999 years old
Couillard et al., 217 healthy and sedentary Waist girth Higher BMI, % body fat, fat mass with lower T levels. T
2000 men ages 17 to 64; 57 men also negatively correlated with body fat in waist, hip, but
age 50 or older not with visceral adipose tissue

NOTE: BMI = body mass index; MMAS = Massachusetts Male Aging Study; T = testosterone.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK216175/

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Frequencia de uso

No Brasil, mais exclusivamente, criou-se muita “broscience” até nos


aspectos fisiológicos quanto ao funcionamento, sinergia e posologia dos EAA's.
Primeiro que não existe uma dosagem mínima de cada droga que nem a
cultura do meio propaga. Isso faz que muitas vezes faz com que iniciantes sem
a mínima experiência já acharem que é necessário usar mais de meia grama
(+500mg) de algo em primeiro contato.
Segundo que existe uma janela terapêutica, não tão exata, mas que se
o usuário conseguir situar-se dentro dela, vai ter o melhor físico aparente.
Terceiro, muitas vezes o atleta, seja homem ou mulher, sobe as dosagens
antes do contest e acaba embaçando o shape sem perceber justamente por
isso, porém acaba culpando a dieta, o diurético ou o timing.
Acontece que quando ultrapassamos essa janela, a nível intra-celular, a
resposta dos receptores androgênicos se torna cada vez mais ineficaz, não
falemos literalmente que eles se saturam, mas ocorre algo parecido, mesmo
sob dosagens de gh e insulina (onde também ocorrem muitas contra
regulações). Independente do diurético que o atleta possa estar usando, as
alterações a nível de equilíbrio de eletrólitos e reabsorção de água mediadas
diretamente pelos hormônios, pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona e
pelo adh. Mais uma série de alterações indiretas pela própria ansiedade
induzida pelo aumento dos hormônios aliados ao estresse pré-competição,
tudo isso vai prejudicar negativamente o atleta custando muitas vezes aquele
primeiro lugar ou troféu que ele tanto queria.

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Fracionamento de doses

Muitos pacientes/usuários aderem ao fracionamento da administração das


injeções de testosterona e outros hormônios em uma reposição hormonal,
cruise e até alguns blasts. Utilizam do argumento que mesmo com a meia vida
média dos ésteres mais utilizados (cipionato e enantato), quanto menor a
oscilação menor serão os colaterais como a aromatização.
Acontece que na prática isso não ocorre em se tratando da maioria dos
usuários (com exceção das high doses), e o embasamento teórico para maior
aromatização também é falho. VocêS só se expõem ou expõe paciente/usuário
a um maior stress pelo método invasivo com muitas aplicações
intramusculares, que vão trazer mais riscos e complicações incômodas como:
dor, inflamações, nódulos e abscessos. Simplifique! Como na nutrição, seu
corpo não é uma calculadora.
Em termos de dosagens vai ser muito individual mas com nossa prática,
dosagens de até 400mg/week se o usuário tiver um shape consolidado com um
baixo percentual de gordura e não for um aromatizador nato, pode ser feito 1
shot semana perfeitamente. Se puxarmos diretrizes de endocrinologia, os shots
são feitos com cipionato por exemplo quinzenalmente e as vezes até de 21 em
21 dias, e isso não confere colaterais ou necessidade de controle extra na
maioria dos usuários. Aqueles que têm tendência a aromatizar mudando a
frequência ou não acabaram sofrendo com isso.
O que se deve ter percepção são alguns fatores que podem aumentar a
aromatização como o excesso de tecido adiposo, o estresse hepático e até o
uso de tireoidianos concomitante.

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Sempre questionam também sobre o uso de doses de cruise
200mg/week em média por via subcutânea. Pode ser feito sem problema algum
e até confere uma certa estabilidade, o grande problema está que em alguns
indivíduos a imunogenicidade pode gerar maior propensão a nódulos e existe
também o fator "dor", a injeção subcutânea de cipionato deixa o local com um
certo desconforto. Quando falamos de injeções de outros compostos ou até
testosteronas underground, devemos prestar atenção pois são drogas de
procedência duvidosa, higiene duvidosa e composição duvidosa. Logo os
riscos são maiores, a concentração das drogas para serem utilizadas na via
subcutânea também não devem ser muito altas pois a absorção é menos eficaz
já que o tecido adiposo é menos vascularizado que o muscular, portanto
formulações com no máximo 100mg/ml seriam as mais ideais.

14
Mulheres e hormonios

O que mais vejo são mulheres que em baixo ou alto grau virilizaram pelo uso
inocente e/ou errado de hormônios em diversos contextos. Acontece que para
as mulheres é quase utópico pensar em usar esteroides ser ter o minimo de
efeitos masculinizantes. Mesmo que sejam minimos eles vão existir e é
exatamente no primeiro contato onde as mulheres na maioria das vezes usam
sem instrucão que ocorre a virilizacão que não acompanha o shape. O que
buscamos é sempre manter os traços femininos na face, preservar o tom vocal,
evitar hirsutismo (pelos), hiperplasia do clitoris, etc... Para isso alguns cuidados
devem ser adotados no uso:

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1- Nunca comecem com doses elevadas ou aquela dose que sua amiga
utilizou, afinal cada uma tem uma resposta diferente. Logo é sempre
interessante quando for comecar o uso, comecar por doses mais baixas e ir
aumentando semanalmente ou bisemanalmente. Mesmo que parecam
inofensivas, drogas como oxandrolona e stanozolol tem alto potencial de
virilizar.

2- Quando utilizarem drogas de meia vida longa como nandrolona e boldenona,


não cometam o erro de ir aumentando por falta de resultados, são compostos
que demoram a agir e que tem suas concentrações aumentadas na corrente
sanguinea com o decorrer do tempo, por isso demoram tambem pra sair de
circulação. Dessa maneira vão demorar a descer seus níveis plasmáticos pela
longa meia vida e qualquer efeito que tenha surgido vai demorar mais para ser
corrigido.··.
3 - Algumas de vocês tem uma sensibilidade muito alta para androgenos, mas
de maneira negativa e geralmente não veem resultados, pois há piora da
sensibilidade insulinica e N outros fatores que so as fazem ter colaterais ( em
sua maioria ), então há outros caminhos e alternativas em vez de ficar
insistindo em aumentar doses ou usar outros hormonios. Logo, sempre
procurem saber um pouco mais (além do básico) antes de utilizarem algo afinal
é a imagem e saúde de vocês que está em jogo (saúde mental, reprodutiva,
cardiovascular, etc) e se estão querendo utilizar os hormonios como uma forma
de suprir falhas no treino e na dieta, reforcem as outras variaveis antes.

4- No caso das mulheres nem sempre a avaliacão da proporcão do esteroide


quanto ao anabolismo e androgenismo são validos, afinal vemos algumas
mulheres respondendo bem a baixas doses de trenbolona que é 5x mais
androgenica que a testosterona, mas na pratica virilizando menos. Logo a
teoria nesses casos não se aplica pois tem N fatores estruturais dos compostos
que vao intervir no resultado final. Não existe um ranking de fato de quais
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compostos são melhores ou piores para as mulheres pois a individualidade
reina. Porem como sabido dentre todos compostos alguns se destacam para
uso nas mulheres de acordo com o objetivo: primobolan, nandrolona,
boldenona e os classicos oxandrolona e stanozolol, sendo esses ultimos os
mais comuns porem nem sempre a melhor escolha pois alem de serem mais
hepatotoxicos, tambem são piores para o perfil lipidico.

Outra ferramenta contra alguns aspectos negativos do uso dos AES nas
mulheres é o uso da espironolactona que é um diurético poupador de potássio
que age também como um antiandrogênico e pode ser interessante de ser
incluído em alguns protocolos para conter alguns efeitos secundários como
minimizar um pouco a retenção e controlar um pouco alguns quadros de acne.
Já para a queda de cabelo, finasterida pode ser um tiro no pé, sempre optem
por tratamentos tópicos com minoxidil por exemplo.
Muitas mulheres experienciam efeitos negativos e duradouros com
finasterida mesmo após cessarem o uso pela influência do mesmo em alguns
neuroesteroides que modulam o comportamento como vocês poderão ver mais
a frente.

17
 O IMPACTO DO USO DE ANTICONCEPCIONAIS

Como se especula, de fato os anticoncepcionais, muitas vezes "um mal


necessário", tem efeitos extremamente negativos para a qualidade de vida da
mulher. Baseado em diversas literaturas científicas e metanálises e
associando-as à prática, vou listar alguns dos efeitos negativos dos
anticoncepcionais, ressaltando que no vídeo acima salvo vou relacionar melhor
eles.
Em um quadro bem geral o impacto no painel endócrino consiste na
diminuição dos níveis de testosterona livre pelo aumento muito expressivo da
produção e quantidade circulante de SHBG. Também há uma diminuição dos
níveis de testosterona total mas não tão expressivos quanto à livre que é a
mais importante para exercer efeitos anabólicos e efeitos no sistema nervoso
central que vão desencadear todo padrão comportamental típico dos
andrógenos: atividade ansiolítica e aumento da libido por exemplo. Vai refletir
nos padrões sinápticos interferindo nas compulsões alimentares e quadros
depressivos ou maior tendência aos mesmos. Também há uma elevação dos
níveis de cortisol dose-dependentes em relação a quantidade de Estrogénios.
Tudo isso esteticamente vai refletir em um acúmulo de gordura
localizada e geral maior, aumento da retenção hídrica, uma leve resistência
insulínica que pode sim associada a dieta prejudicar o ganho de massa,
adicionando o fator da baixa na testosterona livre conseguimos um forte
obstáculo no ganho de massa muscular. Na escolha e adaptação como visto
na maioria dos estudos, as formulações com menor quantidade de estrogénios
tiveram um impacto um pouco menor mas ainda MUITO relevante. E as
formulações apenas com progesterona se mostraram as menos impactantes
nesses quesitos.

18
Para as mulheres que são do meio, se não tiverem contra indicações
específicas, um dos métodos menos prejudiciais sistemicamente é o DIU-
MIRENA ou DIU de cobre, que após colocado, tem ali sua validade média de 5
a 10 anos, e o hormônio progestogênico nele contido, vai ter mais ação local e
não sistêmica (no caso do mirena, pois o de cobre nâo contem hormônio). Há
hoje em dia no mercado também CHIPS com derivados de progesterona que
possuem ação androgênica/anabólica como a gestrinona, que podem agir
positivamente no físico e como método contraceptivo. No entanto são métodos
caros e podem ter seus efeitos colaterais como retenção, acne entre outros
assim como os esteroides, e os resultados estéticos em termos de ganhos de
massa magra podem ser frustrantes.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK164632/

19
Outra ferramenta contra alguns aspectos negativos do uso dos AES nas
mulheres é o uso da espironolactona que é um diurético poupador de potássio
que age também como um antiandrogênico e pode ser interessante de ser
incluído em alguns protocolos para conter alguns efeitos secundários como
minimizar um pouco a retenção e controlar um pouco alguns quadros de acne.
Já para a queda de cabelo, finasterida pode ser um tiro no pé, sempre optem
por tratamentos tópicos com minoxidil por exemplo.
Muitas mulheres experienciam efeitos negativos e duradouros com
finasterida mesmo após cessarem o uso pela influência do mesmo em alguns
neuroesteroides que modulam o comportamento como vocês poderão ver mais
a frente.··.
Sindrome dos ovarios policisticos e estratégias

A resistência insulínica presente na maioria das mulheres


diagnosticadas com a síndrome dos ovários policísticos é a maior inimiga das
mulheres na busca por um corpo estético, além de ser fator de risco para
obesidade, hipercolesterolemia e outras doenças metabólicas. Sabemos que
as mulheres com SOP têm níveis de andrógenos circulantes mais elevados,
porém de nada isso tem validade se a sensibilidade insulínica não for
trabalhada.
Para isso algumas estratégias básicas devem ser adotadas: A inclusão da
Metformina que nesse caso já tem muita literatura comprovando a melhora na
captação de glicose e atenuando os efeitos virilizantes negativos; A questão
dietética, que é extremamente importante não só reduzindo a quantidade de
carboidratos (eu disse reduzindo e não zerando ou fazendo extremamente low)
e o timing da ingestão desses carboidratos também é muito importante levando
em conta os aspectos bioquímicos de quando o seu corpo esta com maior
avidez por glicose (ex: desjejum, pós-treino).

20
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4200666/

Obviamente essa adequação deve ser feita de acordo com a rotina do paciente
e por um nutricionista que entenda bem esses aspectos metabólicos. Então
high carbs com SOP is a NO NO, e fiquem atentos com planejamentos
nutricionais com alta frequência de alimentação com carbs presentes em todas
elas, pois isso pode estar sabotando seus ganhos.

Logo algumas estratégias práticas que gosto de indicar na questão dietética do


timing como citei são os jejuns intermitentes adaptados como o 12/12,
utilizando dos artifícios de incluir os carboidratos nos momentos onde a
sensibilidade insulínica está maior, que vamos abordar mais a frente no módulo
da dietética.

21
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1365-2265.2008.03305.x

DHT: amigo, não vilão.

Muitos usuários pensam que o DHT é um grande inimigo quando na


verdade ele é um aliado tirando o fator estético da queda de cabelo. Essa febre
por diminuir ou "controlar DHT" é perigosa. O DHT é um hormônio com uma
ótima atividade no sistema nervoso central quando falamos de modulação
positiva do humor, "mood", comportamento, ansiolítico e tem uma acão muito
pró-libido e funcão sexuais. Infelizmente para aqueles que querem controlá-lo
pensando que vão parar a queda de cabelo, infelizmente isso não vai ocorrer
principalmente se o individuo tiver tendência genética para a calvície. Ele vai
até conseguir controlar ela em um grau baixo porém vai estar se prejudicando
muito mais em termos de "mood" e dos ganhos/evolução com os AES.

O básico que deve ser feito é suplementar com vitaminas suprindo todo
complexo B em boas doses e as lipossolúveis também aliados aos tratamentos
tópicos como dermaroll e minoxidil com boas concentrações 5% ou mais,
aplicados com frequência. Já na questão da escolha e estruturação dos
diversos hormônios, para aqueles indivíduos que têm tendência, deve se evitar

22
dosagens altas de testosterona para que não se converta muito DHT. Nesses
casos optar por hormônios como a boldenona e a nandrolona que se
convertem em DHB e DHN que são metabólitos que tem menor afinidade pelo
receptor androgênico que o DHT, já ameniza em certo grau.

Finasterida

O uso de finasterida para tratar a queda de cabelo em usuários de


hormônios (e não usuários) implica alguns fatores a serem ressaltados. De fato
inibindo a enzima 5 alfa redutase o indivíduo que faz o uso de testosterona
apenas consegue reduzir os níveis circulantes de DHT, isso consegue frear em
certo grau a queda de cabelo. Mas ainda assim alguns efeitos adversos devem
ser ressaltados.
Ao inibirmos o DHT mesmo que ele não caia para níveis muito baixos,
podemos ter prejuízos a nível comportamental envolvendo: ansiedade, libido
baixa, insônia etc... E isso acontece porque a finasterida não inibe apenas a 5
alfa redutase, inibe também algumas isoformas suas que atuam a nível cortical.
Essas isoformas controlam não só a conversão de alguns esteróides como
também agem a nível neuronal modulando alguns receptores como o GABA.
E é essa inibição que pode causar prejuízos em graus variáveis nos
indivíduos que utilizam finasterida. Em graus mais severos pode ocasionar a
conhecida (mas não muito comum) Síndrome pós finasterida (SPF).
Obviamente os efeitos em não usuários se mostram mais acentuados que nos

23
usuários de hormônios, mas cabe novamente a individualidade de cada um.
Vale ressaltar também que utilizar finasterida concomitantemente com
esteróides derivados de DHT não tem nenhuma utilidade, uma vez que eles já
são 5 alfa reduzidos, os 2 exemplos mais clássicos são a oxandrolona e o
stanozolol.
Mulheres também são mais susceptíveis a sofrer com alguns desses
colaterais após uso de finasterida. A posologia varia muito, uma das
alternativas para aqueles que querem tentar amenizar ou "controlar" um pouco
o DHT seria a utilização de Saw palmetto 200 a 400mg, mas que também não
se mostra tão eficaz.
Na minha experiência o indivíduo deve tocar em hormonios ja ciente
dessa questão da queda de cabelos e não cogitar o uso de finasterida, com
exceção de alguns casos.
Outro último ponto relevante é sobre a hiperplasia benigna prostática
que pode ser agravada com altos índices de DHT, deve se fazer sempre o
acompanhamento com dosagens de PSA, porém não é via de regra que
acometimentos prostáticos serão tão aumentados assim naqueles usuários que
não tem história familiar de doença prostática. Já naqueles com histórico
genético, todo cuidado deve ser tomado.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5346286/

24
 ESTRADIOL

O controle de estradiol é uma das variáveis mais sensíveis quando o


assunto é sobre hormônios. Nosso comportamento/temperamento, função
sexual, níveis hidroeletrolíticos e diversos outros fatores são modulados direta
e indiretamente pelo Estradiol.
O objetivo é alcançar o "Sweet spot" do estradiol, que é um dos principais
capítulos do livro em que estou trabalhando. Em questões numéricas, níveis
entre 15 e 35-40 seriam os mais desejáveis em todos os aspectos... Mas
porque?
Porque é o ponto onde você vai conseguir manutenção da estética do
shape, manutenção humoral com constância psicológica, regulação do sistema
imune, e melhor proteção cardiovascular. Outra questão interessante a ser
citada é que sempre regulamos o estradiol no "feeling", pois o acesso mensal a
exames laboratoriais não é uma realidade para todos, porém em alguns casos
que não são poucos, o indivíduo pode não apresentar sintomatologia alguma
mesmo com altos níveis de E2.
É aí que é interessante a periodização dentro da possibilidade de cada
indivíduo na questão de controle com mensuração numérica do nível de E2.
Muitos problemas corriqueiros como rinites, alergias alimentares, dermatites
entre outros problemas de cunho imunológico, estão relacionados com a
modulação imune que o Estradiol faz, e também, diversos outros aspectos
como a trombogênese. Além disso, ressaltando sempre que devemos
correlacionar com outras coisas, como a elevação do hematócrito, que por si só
já é um fator de risco para eventos trombóticos.

25
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4462035/

26
 PROLACTINA

Os maiores causadores de hiperprolactinemia excluindo prolactinomas são os


seguintes:

Temos primordialmente o hipotireoidismo onde o TRH elevado tem um


efeito estimulatório na secreção de prolactina. Além disso, o uso de drogas
anti-psicóticas como a quetiapina e alguns antidepressivos que indiretamente
podem reduzir a atividade dopaminérgica a nível hipotalâmico.
O estrogênio quando elevado também exerce um grau de estímulo e em
algumas pessoas sensíveis é possível ter hiperprolactinemia sem o uso de
drogas 19nor como trenbolona e nandrolona.

Como puxamos isso para prática, além das situações citadas acima? Vou
enumerar algumas:

27
- Pulsos com grandes doses de HCG, com amplitude. Pelo fato do HCG
mimetizar o GnRh, e o GnRH exercer em certo grau um efeito igual do TRH
pois ambos tem certa semelhança molecular!

- Estradiol descontrolado com o paciente assintomático e usando


concomitantemente altas doses de nandrolona e trenbolona principalmente. E
muitas vezes usando os anti psicóticos/depressivos também.

- Por mais que seja barakatismo/Lairibeirismo ainda existem médicos e


coaches que sugerem o uso de lugol para seus alunos/atletas, o lugol que é
uma solução de iodo causa um efeito negativo na incorporação do iodo em si
na tireoide, assim o paciente pode inclusive desenvolver um certo grau de
hipotireoidismo e acaba por elevar seus níveis de TRH. Junte todos esses
ingredientes e você tem as situações mais comuns onde a prolactina se
elevaria em usuários de esteróides!

Regulando estes fatores, e utilizando dosagens normais a medianas de drogas


que possam converter em metabólitos semelhantes a prolactina, eu diria que
80% ou mais dos usuários não vão ter problemas com elevação de prolactina.
Sendo assim o uso de agonistas d2 como bromocriptina e cabergolina quase
sempre não vai ser necessário salve exceções que são confirmadas via
dosagem de PRL no exame.

28
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6179767

– Ginecomastia, aromatização, o que você precisa saber.


(PRÁTICO PARA INICIANTES.).

Existem dois tipos de Ginecomastia mais comuns:

1- Por aromatização de Testosterona. A testosterona aromatiza-se, ou seja,


converte-se em Estrogênio no corpo do homem. Mas isso pode CAUSAR OU
NÃO, Ginecomastia. (Explicarei abaixo.)

2- Por aumento de Prolactina.

Primeiro vou explicar por prolactina, que é mais simples:


Drogas que podem aumentar sua prolactina (mais comuns.);
Trenbolona, nandrolona e Hemogenin.

"Alguns Anabolizantes "são" Naturalmente Progestinas (Trenbolona,


Nandrolona), ainda não há um consenso no mecanismo de causa de

29
hiperprolactinemia por conta desses esteroides, mas se supõe que está
relacionado à conversão estrutural em metabólitos que se assemelham a
prolactina. Esse talvez seja o mecanismo de ação da formação de
Ginecomastia por prolactina causada por alguns esteroides e Pré Hormonais
existentes no mercado (exemplo M-DROL).”.
Como saber em um ciclo se é por prolactina a ginecomastia?
Por experiência própria prática alguns dos sinais são:

1- A libido pode ser alterada ou não, mas a ejaculação fica um pouco alterada.
2- Aperte o peito, sairão algumas gotas de líquido, isso é chamado de
galactorreia e é altamente sugestivo de aumento de prolactina.
3- A ginecomastia é DOLORIDA, ela dói mesmo, diferente da de estradiol, que
da uma hipersensibilidade que é incomoda, mas não dói.

Neste caso, podemos usar Cabergolina (Dostinex ou Cabertrix.) ou


Parlodel. (Com cuidado, antes checar tópico sobre Prolactina.)

Protocolos mais usados:


Parlodel, (1/2 comprimido Dia sim Dia não, por 2 semanas.)
Cabergolina (1/2 comprimido 2x por semana, por 1 ou 2 semanas.)
normalmente 1 semana já cessa o problema.

Em doses normais de trenbolona e nandrolona a maioria dos usuários não ter


efeitos de aumento de prolactina.

30
Ginecomastia por aromatização de Testosterona. (Estrogênio)

Primeiro, ENGANA-SE quem acha que Estrogênio ALTO = GINECO.


Isso até ocorre, mas muitas das vezes o indivíduo pode ter altos níveis de E2 e
não apresentar Ginecomastia ou qualquer sensibilidade. A taxa de
aromatização depende de N fatores, o fator genético individual, quantidade de
massa gorda, pois o tecido adiposo expressa muita aromatase e inclusive os
escores hepáticos influenciam no clearance do estradiol. Já outras pessoas
podem desenvolver Ginecomastia mesmo com índices relativamente baixos de
estradiol, algumas vezes dentro da referência, pois tem abundância em
receptores e esses receptores são hiperfuncionantes/sensíveis.

PORTANTO, NÃO SE DEVE TRATAR GINECO COM ANTI ESTROGÊNIOS


SEM SABER O QUADRO EM QUE ESTA INSERIDO.

Tamoxifeno é um remédio CRIADO para inibir a ação do estrogênio no


receptor de e2 na glândula mamária, ele não baixa o estrogênio do corpo, mas
trata diretamente o nódulo/tecido glandular em si, evitando que o estímulo do
e2 desenvolva mais aquela glândula.

31
Quando você usa ANTI E, você pode ajudar o seu corpo a curar a
Ginecomastia OU NAO, pois você esta tratando ela como uma segunda via,
(você baixa o estrogênio pra talvez baixar a Ginecomastia.).
Portanto ANTE E, pode ser usado sim para PREVENIR, em um cara q usa
testo acima de 600 e converte fácil, porém, nunca pra TRATAR, eu não acho
jogo usar para prevenir por que você baixando seu estrogênio influencia
negativamente em outras coisas, que é assunto pra outro post.
Sinais:

1- Coceira, e incômodo no peito.


2- Inchaço
3- Sua libido provavelmente estará ALTA, e não baixa.

Exemplo de protocolo de tratamento de Ginecomastia por E1


Cinco dias 60mg tamoxifeno
Cinco dias 40mg tamoxifeno
Cinco dias 20mg tamoxifeno.
95% dos casos ZERA a Ginecomastia, o que sobrar é o tecido que fibroso
(Ginecomastia antiga.), nesses casos, só cirurgia.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15238910

32
– Libido, o que você precisa saber.

Primeiramente é imprescindível que se saiba diferenciar o que é libido e o que


é potencia/funcionalidade sexual, afinal muitos indivíduos tratam isso como se
fossem coisas iguais. Em se tratando do uso de hormônios a funcionalidade se
difere muito da libido mesmo que muitas vezes caminhem juntas. A libido
engloba principalmente a vontade e o desejo sexual proveniente do sistema
nervoso central SNC, enquanto a funcionalidade é a presença da ereção e
manutenção da mesma com facilidade.
Diversas condições vao impactar negativamente tanto na libido quanto na
funcionalidade enquanto algumas vao impactar mais na libido ou mais na
funcionalidade. Dentro do âmbito dos usuários de hormônios é muito
contraditório pensar que com níveis suprafisiologicos de andrógenos o
individuo ainda possa ter uma queda de libido e disfunção erétil, porem
infelizmente isso acontece. As oscilações hormonais em conjunto com as
alterações nos neurotransmissores alteram muito o comportamento sexual do
usuário de esteroides. Quadros de hiperprolactinemia, elevação do estradiol
com baixa proporcionalidade com níveis de testosterona podem negativar
muito a libido e a funcionalidade, outras alterações como o esgotamento por
alterações no padrão do sono e fadiga causados indiretamente pelos
hormônios também prejudicam a libido e funcionalidade. Alteracoes orgânicas
como elevações brutas do hematócrito, escores inflamatórios sistêmicos altos e
afins também tem esse efeito.
Mesmo tendo dito tudo isso ainda em termos percentuais digamos que a
maioria dos problemas de libido e funcionalidade dos usuários de esteroides
são de cunho psicológico. A questão sexual ( vou chamar assim a juncao dos
dois fatores ) é altamente passível de ser influenciada pelo fator psicológico que
não so gera ansiedade e tensão alterando todos impulsos nervosos que
controlam a ereção mas também a vontade, e é justamente nesse ponto que os
hormônios deixam os usuários ainda mais sensíveis. É de suma importância
que o coach ou o psicólogo atue fornecendo conforto para que a ansiedade de
uma possível próxima falha não aterrorize o individuo sempre e aquele

33
problema se torne uma bola de neve.
Outro ponto a ser citado e que o uso de medicações como inibidores de
fosfodiesterase 5 como sidenafila e tadalafila podem servir como muleta de
apoio nos estágios iniciais das questões sexuais no inicio, mas tornar o uso
deles crônicos quando não se tem problemas orgânicos além de ser mais um
fator prejudicial por ser um fármaco a mais diário sendo utilizado, vai acabar
perdendo esse efeito de muleta de apoio fazendo com que o individuo recorra a
mais drogas ou se afunde em um quadro depressivo/ansioso ainda pior.
Portanto descartados todos fatores orgânicos fisiológicos como os citados
anteriormente, se nâo tratado o fator psicológico esse quadro dificilmente vai
ser vencido. Naqueles que optam pela auto-medicacao com uso dos inibidores
de PDE5 como o tadalafila, sempe optem por dosagens conservadoras como o
tadala diário de 2,5 a 5mg/dia por ter a mesma efetividade nesse contexto e
menos efeitos incômodos.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5027992/

34
Libido é sempre um conjunto de variáveis no qual nem sempre tem a ver com
seu estilo de vida fitness, ou uso de drogas e hormônios.

Exemplo: Se você estiver em uma relação amorosa estressante com seu


parceiro ou parceira, isso vai influenciar diretamente no seu psicológico e libido.
Ex2: Estresse no trabalho ou dentro de casa.

Na minha experiência como coach 80% dos casos de alunos, vieram de


fatores não relacionados a drogas. Mas sim, ansiedade, estresse emocional ou
físico, e simplesmente compulsão. Temos uma cultura onde achamos que
temos que fazer sexo o tempo todo, e não nos damos conta que nosso corpo
às vezes não quer aquilo, só nossa cabeça. É a coisa da cultura do sexo.
Outro fator que pode comprometer é o excesso de pornografia, é um
problema bem sério.
Minha dica é se está com libido baixa, faça exames pra analisar quadro clinico,
converse com seu parceiro/a, e de tempo ao tempo, quase sempre isso vai se
“curar” sozinho em termos fisiológicos, procurar a ajuda de um bom psicólogo
sempre é recomendado.

35
– Acne. (Introdução.)

A acne é um dos efeitos colaterais mais temidos nos usuários de


esteroides anabolizantes e um dos mais citados desde os tempos em que
hormônios não eram coisas banais. Muito se fala e especula sobre a acne que
além de ser o efeito colateral mais preocupante pelas proporções na imagem e
estética, mas também pela dificuldade no seu combate.
Para introduzirmos a questão da acne temos que compreender
primariamente que a causa dela é multifatorial, ou seja, no mesmo individuo
usuário que tende a desenvolver acne nunca vai ser culpa de um único fator
mesmo que um deles tenha mais peso.
Podemos dividir como causa de acne 3 principais fatores no individuo
inserido no contexto do uso de hormônios. Essa tríade consiste no DHT, no
estradiol e na dieta.

A acne por DHT normalmente vai surgir naquele usuário mais iniciante que
nunca foi exposto a altos níveis de DHT (>1000) então desenvolve uma
resposta aguda e rápida com o aumento da produção de sebo pelos sebócitos
e interações foliculares. Isso não descarta que indivíduos mais experientes com
uso crônico não possam desenvolver acne pelo DHT, porem é menos comum e
nesses indivíduos ela vai atuar mais como um fator agravante.
A acne por estradiol segue a linha do aumento da oleosidade na pele por
mecanismos um pouco semelhantes ao do DHT mas já surge em todos
usuários quando se tem níveis altos contínuos ou oscilações de estradiol.
A acne proveniente da dieta geralmente surge com dietas ricas em gorduras
principalmente ômega 6 que é um acido graxo pró inflamatório, que além de
aumentar a oleosidade da pele também tem grande influencia na regulação de
algumas racoes imunológicas que favorecem ao surgimento da acne.

Unindo essa tríade temos as principais causas que podem ser cobertas
fazendo um controle adequado do estradiol naqueles que manifestam acne
quando o mesmo esta elevado e ajustando a dieta ( com as fontes de gorduras
utilizadas ). Já o DHT poucas vezes vai precisar ser controlado com um inibidor

36
de 5 alpha redutase uma vez que os outros pontos sendo cobertos ele por si so
no usuário mais avançado não vai ser tao danoso em termos de acne assim.·.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4884775/

(GUIA PRATICO PRA ATLETAS)

A acne que vem do uso de esteroides androgênicos é basicamente


medicamentosa, ou seja, é importante entender que o conceito dessa acne
vem de dentro pra fora. Portanto cremes, normalmente, não serão a solução do
seu problema.
Existem diversos mecanismos que causam acne, o primeiro é
predisposição, depois vem a próprio androgenicidade das drogas junto com a
elevação do DHT que normalmente são os maiores causadores de acne
naqueles que fizeram o primeiro contato com os esteroides.

Evite alimentos com alto índice de gorduras inclusive ômega 6 pois eles
dão origem ao ácido araquidônico que é um mediador de inflamação,
AMENDOIM é a causa mais comum de acne nos meus alunos, junto com a
artificialidade da pasta de amendoim. Pastas, cremes artificiais, temperos zero
carbo, podem fazer parte disso. Carne de porco ou crustáceo também.

37
Agora direto ao assunto:

A acne medicamentosa é bem difícil de “curar.”, você tem tendência a tê-


las ou não. Se não tiver você pode abusar de hormônios a vida inteira, e não
terá.
A acne por esteroides por ser medicamentosa, normalmente não dá no
rosto, apenas no tronco, tórax, costas, lombar, barriga, etc. Usar cremes e
sabonetes é como tratar a área superficial, terá pouco resultado, pois acne
medicamentosa normalmente é cística.

Vitamina A, Benzac AC, Ácido Pantotênico, podem te ajudar, mas nenhum


desses vai te dar uma resposta definitiva.

Apesar de não ser algo recomendável. A verdade é que: A MAIORIA


DOS ATLETAS QUE TEM TENDENCIA A ACNE, JÁ FIZERAM O USO DE
ROACUTAN. (Isotretinoina.).

O tratamento é possível com o uso de hormônios. Porém complicado e apenas


recomendado em última instância com acompanhamento médico devido.

Durante o uso, esqueça sol. Sua pele fica extremamente sensível e fina, no
final do tratamento a sensibilidade é tanta que qualquer arranhão mais forte já
sangra. Lábios secos, e olhos secos são normais também.

Primeiros dois meses sua acne vai piorar, depois 5-6 meses, sua pele estará
limpa. Após isso recomendo usar mais três meses levando quase um ano o
tratamento.

Daí já era você só terá que limpar as marcas antigas, pra isso recomendo um
Gel/Creme chamado Vitacid.

"Mas Algo, me falaram que é muito tóxico ao fígado."


É hepatotoxica?

38
É. Mas aqui estamos passando o que acontece na realidade. De forma alguma
recomendamos o uso indiscriminado, é uma substância forte, controlada, que
deve ser tratada com respeito. Para mulheres, é, inclusive ABORTIVA. Então
extremo CUIDADO.

Mas é uma solução definitiva, inclusive é um remédio tão bom, que a Roche
dava uma garantia de que sua acne voltasse ela pagava TODO o tratamento.

Pulando a parte underground e negra, vale salientar que a maioria dos


casos apenas requer acompanhamento de estradiol/dht.
Tenha consciência!

FERTILIDADE E ESTEROIDES ANABOLIZANTES

O mecanismo fisiológico pelo qual os esteróides anabolizantes agem


reduzindo a fertilidade, diminuindo a contagem e a motilidade dos
espermatozóides não é comumente elucidado apesar dos usuários saberem
que ocorre em certo grau dependendo de tempo/dosagem de exposição. O que
ocorre é a inibição da produção e dos pulsos de FSH pela hipófise o que
consequentemente gera menor produção de ABP ( androgen binding protein )
cuja função é aprisionar a testosterona nos testículos para que a mesma atue
localmente nas células de sertoli com uma ação autócrina e ative a
espermatogênese. Isso resulta no quadro visto clinicamente como atrofia
testicular.
Os protocolos utilizados para manutenção do eixo incluem o HCG que
até certo ponto mantêm um grau de espermatogênese porém o mesmo atua
mais na secreção de LH do que o FSH propriamente dito, portanto dependendo
da individualidade o indivíduo vai necessitar terapias coadjuvantes com FSH
recombinante por exemplo!
O tempo de recuperação depende de N fatores sendo os principais, a
manutenção prévia do eixo com doses de hcg semanais ou com uma
frequência que se encaixe na realidade do atleta. Quando o usuário cessa e ja

39
quer ter filhos rapidamente, ou tenta ter intra uso a manutenção com o HCG
ainda é mais essencial.
E ressalto a recuperação depende da resposta individual, dos tipos de
drogas utilizadas e suas respectivas meias vidas e o tempo de exposição a
elas. Se você ainda não planejou tal situação e é atleta/usuário não negligencie
este fator! A manutenção com o HCG mesmo periódica ainda pode trazer ao
usuário, um reforço na manutenção do perfil lipídico, alguns kicks no TSH, e
alguns benefícios centrais do próprio hcg/gnrh em si que em alguns podem
ajudar a estabilizar a libido/função que pode estar alterada mesmo sob altas
dosagens!
Minha SUGESTÃO para aqueles que ainda não planejam ter filhos nos
próximos 2 a 5 anos é que pelo menos de 4 em 4 meses façam um protocolo
de 4 a 6 semanas de duração com o HCG de preferência intra cruise.

40
HCG - (Pequeno Guia Prático.)

Exemplo de Protocolo usado:


- 500ui de HCG Dia Sim dia Não. (Total 5000ui.) por 20 dias.
Congelar a quantidade fracionada: 500ui por seringa.

Há discussões a respeito de quanto dura o HCG mesmo estando na


geladeira. Como o protocolo dura 20 dias, eu simplesmente o congelaria já
dentro das seringas (subcutâneas de insulina.). E tiraria 15min antes de usar.
É um protocolo bem conhecido no meio do Bodybuilding.

 MANUTENÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO

Não são danos hepáticos ou renais como todos pensam, que merecem
a maior atenção no manejo do paciente usuário de EA's. Considerando a idade
jovem de início da exposição ao uso de hormônios aliado ao uso de fármacos,
como os inibidores de aromatase letrozol ou anastrozol, tem-se aí o ambiente
perfeito para causar prejuízos cardiovasculares a longo prazo. E por não se
tratar de uma dislipidemia por obesidade ou hereditariedade, as condutas
terapêuticas devem ser completamente diferentes em termos de escolha do
tratamento e coadjuvantes e dosagens.
Esse guideline não existe ( estou trabalhando no desenvolvimento
dele). E é de suma importância no desfecho da qualidade de vida desse
paciente após ser absorvido, que sejam minimizados esses efeitos, com o uso
mínimo também de medicação. Algumas das recomendações essenciais são a
redução da quantidade de gordura da dieta em sua totalidade com a
manutenção quase exclusiva com ômega 3 com doses diárias > 8g.
O uso de micro doses de estatinas é discutido mas vai depender
completamente do contexto individual do paciente. A adição de ácido nicotínico
é essencial para ajudar na manutenção dos níveis de hdl, sendo este o único
composto que eleva diretamente o hdl.
Existem sim peptídeos, sarms e agonistas de ppar que podem auxiliar a

41
melhora do perfil lipídico, ultimamente low doses de Cardarina um agonista de
PPAR tem se mostrado efetivas para melhorar os escores de HDL.
Evitar ao máximo ou periodizar o uso dos 17 aa como o stanozolol e a
oxandrolona e manter a dieta regular aliando o uso do ômega 3, a cardarina e o
acido nicotinico na media de 500mg diárias ja ameniza muito os danos no perfil
lipidico.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2583156

42
 TRANSAMINASES HEPÁTICAS

Os esteróides anabolizantes são citados como causadores de danos


hepáticos... mas será que eles realmente são tão hepatotóxicos assim?
Sabemos que a classe mais tóxica para o fígado é a dos esteróides orais 17
alfa alquilados que resistem bravamente ao metabolismo de primeira
passagem.
Porém, ao compararmos miligrama por miligrama com o Paracetamol,
por exemplo, mesmo a Oximetolona ainda se mostra menos hepatotóxica que
o outro (e olha que ainda não vi ninguém em uso crônico de oximetolona
500mg a 1g dia rs). Mesmo assim, vejo muitos alunos e outras pessoas me
perguntando sobre algumas elevações nas transaminases hepáticas em seus
exames e questionando se elas refletem sobrecarga hepática.
Na grande parte dos exames que pego, observo apenas uma discreta
elevação nos níveis de TGO, é o mais comum de se ver no perfil do usuário e
do praticante de atividade física de alta intensidade. A TGO pode se elevar em
até 3x por causa do treinamento intenso.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5719197/

43
As outras enzimas como a TGP, por exemplo, já não se eleva quase
nada. Portanto, se as elevações forem conjuntas, aí sim já nos indicariam outro
caminho de investigação clínica. Ainda se tratando de TGO, diversos outros
fatores elevam sua contagem. Na hora de colher o exame, por exemplo: colher
o sangue no período da tarde, indivíduos afro-descendentes já tendem a ter
níveis mais elevados de TGO naturalmente, nos praticantes de musculação,
não só pelo treinamento mas pela própria massa muscular elevada, também já
temos parâmetros diferentes.
Lembrando sempre que estou citando alterações discretas/moderadas
abaixo dos 90~. Mesmo assim, a proteção hepática ainda é interessante de ser
feita, utilizando como exemplo a N-acetil-cisteína que é o melhor protetor que
sempre menciono afinal NAC é utilizado como uma das terapêuticas para
intoxicação por paracetamol justamente pela sua capacidade de renovar o
estoque de glutationa nos hepatócitos!

 ANTIOXIDANTES/Protetores hepáticos – NAC

Sim esse xaropinho barato e simples que provavelmente sua mãe já te


deu como expectorante ou como pózinho de laranja, é um dos melhores
antioxidantes que existe principalmente em relação ao custo benefício! Na faixa

44
das 200mg dia, a N-acetil cisteína, um aminoácido que funciona como
precursor da glutationa, que é o antioxidante mais poderoso em nosso
organismo, principalmente no auxilio da saúde dos hepatócitos ( onde
geralmente também se tem maior produção de radicais livres ), NAC por
exemplo é utilizada nas intoxicações por paracetamol, e tem um grande papel
coadjuvante como alternativa barata e eficiente para suplementação!
Superior a muitos outros compostos que são modinha por aí, por um
centésimo do preço... Ressaltando que é um composto dose dependente,
doses muito altas podem alterar o equilíbrio quebrando pontes dissulfeto,
portanto nesse caso não é interessante dosagens maiores que 600 mg/dia para
indivíduos de peso normal!

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25732608

45
Silimarina

Quase sempre se você não for um abuser, você não vai precisar de muitos
protetores hepáticos além de um NAC, por exemplo, mas em muitos casos
onde as transaminases oscilam em um escore maior, acrescentar de 300 a
600mg diarias de silimarina pode ser uma otima ferramenta para a manutenção
da função dos hepatócitos, ressaltando que a silimarina tem um efeito positivo
também na saúde cutânea.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3959115/

46
 POLICITEMIA SECUNDÁRIA

A policitemia é uma condição oposta a anemia, ela se caracteriza pelo


excesso de produção de glóbulos vermelhos/eritrócitos no sangue. Os
esteróides anabolizantes estimulam a eritropoiese, alguns ainda mais que
outros como a boldenona por exemplo.
Porém a longo prazo e dose dependente a testosterona é quase
sempre a maior causadora do aumento do hematócrito, aliada ao uso de outros
hormônios. O aumento do hematócrito é o aumento da relação da porção
líquida (plasma) com a porção sólida composta por todas células sanguíneas
principalmente eritrocitos y leucocitos. Isso acaba refletindo em uma maior
“viscosidade” do sangue e altera alguns padrões hemodinâmicos e do
transporte de oxigênio.
Vejo com muita frequência hematócritos principalmente nos homens,
acima de 53/4% e algumas das queixas são comuns no uso de EAA. Porém os
mesmos não se dão conta, eritema palmar, coceira pelo corpo sem causa
aparente, dores de cabeça, fadiga persistente são alguns dos sintomas que
podem ser associados a policitemia.
E outro fator importante a ser citado é o aumento do risco da formação
de trombos que são agregados de células e plaquetas que se deslocam e
podem ocluir algumas artérias como as coronárias que são artérias que irrigam
o coração. É de suma importância que o médico e o usuário estejam sempre
atentos a esse fator. E como solucionar esse problema?

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5690890/

47
Fazer sangria acompanhada por profissional capacitado, ou doações
esporádicas em bancos de sangue que aceitem a condição do usuário de
hormônios, onde novamente entramos em uma questão ética. Uma alternativa
a esses dois métodos seria a diminuição da dosagem entrando em um Cruise,
e fazendo um protocolo de maior hidratação por algumas semanas.··.

- AAS

O AAS (ácido acetilsalicílico) conhecido como Aspirina, é usado por


muitas pessoas que comumente dizem que ele “afina o sangue”. Porém esse
conceito está errado, e, para nós no mundo do esporte/bodybuilding é muito
importante frisar isso pela questão da elevação do hematócrito (hct). O AAS
não vai resolver os sintomas do Hct elevado (que surgem normalmente já
acima de 51/52% no bodybuilder vide experiência empírica) como as
palpitações e fadiga constante. Ele vai agir apenas inibindo a agregação
plaquetária, por isso ainda devemos ficar atentos e cuidar do hct para evitar o
risco de eventos cardiovasculares, principalmente os infartos que vem
ocorrendo nos bodybuilders aqui no brasil. Outro fator a ser citado é a questão
da dose de proteção que tem sua eficácia máxima entre 80-100mg para a
finalidade que queremos, elevar a dose não quer dizer mais proteção.
Acontece que as doses maiores que 80-100mg vão partindo pra inibição maior
e ação em outras vias que compreendem a inibição da COX 1. Logo o
indivíduo vai começar a ter mais efeitos colaterais como diminuição da

48
produção de muco e proteção da mucosa gástrica, aumentando o potencial de
surgimento de gastrite e úlceras. Porém inibir a agregação plaquetária com um
leve efeito anti inflamatório é interessante, e, defendo o uso de low doses para
tal, afinal o bodybuilder está exposto a um alto hematócrito, com maiores
quantidades de fatores de coagulação circulantes, menor resposta endotelial
do óxido nítrico, e isso é um ambiente perfeito como eu disse para os eventos
cardiovasculares.

Para isso vou listar novamente os tópicos na questão da estabilização da


saúde e diminuição dos danos/riscos nesse aspecto:

- Estabilização e manutenção do hematócrito.

- Estabilização do perfil lipídico.

- Estabilização do E2 em um ponto de equilíbrio, para ter menos e2, produção


mais regulada de fatores de coagulação, e resposta normal do endotélio ao
NO2.

- Uso de AAS 80-100 mg diários

- Consumir altas dosagens de ômega 3, e evitar gorduras ruins uma vez que
não necessitamos de muito colesterol para sintetizar hormônios, já que
estamos sob uso exógeno.

49
 HAS

A hipertensão arterial em jovens é uma coisa muito mais comum do que


se imagina. Em se tratando de usuários de esteróides então, principalmente
quando aliados com alguns fatores, ela vai se instalar silenciosamente. E é
dessa maneira silenciosa e discreta que a elevação da PA, vai gerando danos
cardiovasculares com o tempo e precocemente pela idade dos indivíduos que
se encaixam nesse perfil.
Além do sobrepeso e o fator hereditário que são um grande agravante, o
uso contínuo de estimulantes, principalmente aqueles alfa adrenérgicos como a
efedrina em doses mais elevadas, são grandes causadores do aumento da
resistência vascular periférica e, logo da PA.
Os hormônios em si também aumentam a reabsorção de sódio renal, e
podem gerar alterações no sistema renina, angiotensina, aldosterona! Claro
que cada hormônio e fármaco tem sua particularidade assim como cada
paciente, o que faz com que nossa função ao acompanhá-lo seja
extremamente individualista! Afinal assim consegue se promover o equilíbrio
perfeito com maior efetividade e menor agressão/risco ao indivíduo.

Portanto acompanhem as medições da pressão arterial de vocês em dias


esporádicos lembrando que a medição deve ser feita:

-Longe de alguma refeição


-Em um dia que não utilizou termogênicos inclusive cafeína
-Sem estar com a bexiga cheia com vontade de urinar

50
-Sem outros fatores ambientais que agravam as descargas simpáticas como
nervosismo ou stress por algum acontecimento específico.

De preferência façam a medida com algum profissional habilitado ou com o


aparelho analogico de confianca pois alguns sao ruins. A sua pressão deve
estar abaixo de 140mmhg por 90mmhg, acima disso você já pode ser
considerado hipertenso se em mais de 3 situações de medida ela deu alterada.
Logo fiquem atentos pois a PA elevada pode gerar problemas sérios se não
tratada. Porém se tratada corretamente apenas com alguns medicamentos, dá
para levar um estilo de vida normal.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3647368/

51
 Tireoidianos

Se você cogita ou ja utilizou tireoidiano pensando que são uma


ótima ferramenta para aumentar seu metabolismo e queimar muito mais
gordura, você está enganado. O uso de tireoidianos é muito mais
complexo do que parece e na maioria dos indivíduos eutireoideos ou
seja, com a tireóide funcionando normalmente, dificilmente vocês vão
acertar uma dose que realmente traga benefícios consistentes livres de
colaterais diretos ou indiretos. O porque disso? vamos la.

Quando você utiliza tireoidianos t4 ou t3, voce aumenta a quantidade


circulante de hormonios tireoidianos, porem mesmo assim curiosamenta
na maioria dos exames de usuarios de tireoidianos, o t4l e o t3l quase
nunca estão acima da referencia, apenas em usos com dosagens
extremamente altas. Porem o que sempre vai estar alterado com um t4
ou t3 legitmo é o TSH. O TSH é um hormonio que responde ao feedback
hipofisario, ou seja, mais hormonios livres se tem menos TSH, menos
hormonios livres se tem mais TSH. Que sao os paineis classicos de
hiper/hipo subclinicos consecutivamente, e com as alteracoes de t4l e
t3l, os casos de hiper e hipo propriamente ditos.

Vale ressaltar que os tireoidanos atuam de diversas maneiras


metabolicamente, primeiro aumentam os receptores beta adrenergicos,
sim aqueles que o clembuterol se liga. Isso faz com que a frequencia
cardiaca e forca de contracao do coracao aumentem, ja aumentando a
demanda metabolica. Tambem há receptores beta3 em tecido adiposo o
que aumenta um pouco a lipolise. Mas tambem é dai que surgem a
maioria dos colaterais arritmogenicos ( palpitacoes, arritmias etc… ) e as
tremedeiras pela hiperativacao simpatica.

52
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3030139

Porem há um grande impasse no uso dos tireoidianos em quem é


eutireoideo e essa relação é intima com a conversão de t4 em t3 livre,
que vai estar maior quando o TSH não esta suprimido, e que fica menor
quando o TSH esta suprimido, dessa maneira acabando neutralizando
parte dos efeitos esperados pelos tireoidianos. Portanto se voce nao
entende e é leigo evite tocar em tireoidianos.

Outro ponto é que os hormonios tireoidianos tambem são hormonios


catabolicos, aumentam o metabolismo proteico tanto sintese quanto
degradacao, aumentam a degradacao glicidica e gasto de atp. Tudo isso
interfere esteticamente na condicao do shape que muitas vezes pode se
apresentar mais FLAT por queda de estoques de glicogenio, que junto
com 1g de glicogenio vão embora 3g de agua por exemplo.

Outros fatores tambem devem ser mencionados como o aumento da


aromatizacao periferica que ocorre com o uso de tireoidianos em alguns
casos e pode contribuir para colaterais por elevação de e2
multifatorial.··.

53
O uso de HGH tambem aumenta a conversao de T4 em T3, logo ao
contrario do que muitos dizem por ai não é interessante utilizar
tireoidianos junto com o HGH, quando forem utilizar, utilizem pequenas
doses que nao suprimam o TSH a ponto que voce anule o efeito de
aumento de conversao.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29274063

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2690423

54
Termogenicos

Quando falamos em termogenicos pensamos em termogenese, geracão de


calor por aumento de gasto metabolico, esse seria um conceito mais literal.
Mas em se tratando de termogenicos ou compostos que aumentem a eficacia
na perda de gordura temos diversas classes que podem contribuir para esse
objetivo.

Temos os:

Inibidores de apetite.

Sensibilizadores insulinicos

Agentes que aumentam o gasto metabolico basal por alguma via

Inibidores da absorcão de macronutrientes como acidos graxos principalmente.

Vamos falar um pouco sobre os termogenicos mais utilizados e como eles


funcionam misturando um pouco da teoria e da prática.

Farmacos inibidores do apetite por si só:

Temos a classica sibultramina que age inibindo a recaptacao de alguns


neurotransmissores modulando o apetite e gerando uma inibicão do mesmo.
Geralmente esses farmacos possuem efeitos colaterais negativos
comportamentais, boca seca e efeitos adversos no trato gastrintestinal. São
farmacos controversos ate no uso clinico na endocrinologia pela sua real
eficacia no tratamento de longo prazo e nas taxas de recuperacao de peso pós
cessamento do uso

55
Temos atualmente analogos do GLP1 como a liraglutida que age tanto como
um agente que melhora o painel glicidico e atua tambem inibindo o apetite, é
uma classe relativamente nova e tem um custo elevado ainda, os principais
efeitos colaterais dessa classe sao tambem efeitos do trato gastrintestinal como
nauseas e vomitos em algumas situacoes.

Temos os agentes adrenérgicos que são os mais utilizados off-label no mundo


fitness como:

Os beta agonistas como sabultamol e clembuterol que tem uma semelhanca


muito grande no seu mecanismo de acão alterando principalmente a meia vida
na qual do sabultamol é mais curta.

Age primordialmente se ligando nos receptores beta adrenergicos como um


todo. Os receptores beta adrenergicos estao presentes na mucosa respiratoria,
no coracao e no tecido adiposo. Quando ativados promovem bronco dilatacao,
aumento da frequencia e forca de contracao cardiacas e quebra de acidos
graxos. Tudo isso contribui para a perda de gordura, esses farmacos tambem
apresentam efeitos de "nutrient partitioner" como visto em alguns estudos,
onde mostram um melhor aproveitamento metabolico associado com um
protocolo dietetico que se encaixe bem. Sempre ficar atentos a utilizar esses
termogenicos como ferramenta para auxiliar no objetivo, nunca como fator
principal, portanto sempre optem por doses conservadores uma vez que o
efeito nem sempre vai ser dose dependente e os receptores beta podem sofrer
saturacao.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6138932

56
Temos os alfa agonistas como a efedrina, um dos termogenicos mais
conhecidos principalmente o cloridrato de efedrina que foi vendido no brasil ate
o inicio de 2019 sob o nome de franol. Apesar de ser alfa 1 agonista, a
efedrina tambem tem efeitos nas descargas adrenergicas como um todo
podendo assim ter efeitos indiretos por essas descargas bindando todos
receptores adrenergicos inclusive os beta. Logo pode promover lipolise por
esse mecanismo e pelos efeitos no sistema nervoso central como a inibicao do
apetite.

Não necessariamente necessita-se utilizar altas doses uma vez que o excesso
dessas descargas pode gerar oscilacoes em termos de neurotransmissores o
que pode desencadear mudancas comportamentais, compulsoes alimentares e
coisas do tipo como vejo na pratica.

Temos tambem os antagonistas alfa 2 como a yohimbina, que age modulando


a lipolise positivamente. Muitos estudos associam o potencial lipolitico da
yohimbina com o mecanismo dos beta agonistas como o clembuterol, pelo
aumento da mobilizacao de lipideos. A yohimbina tambem tem efeito excitatorio
no sistema nervoso central podendo causar euforia em alguns usuarios.
Outro ponto relevante a se considerar é que os efeitos positivos da
yohimbina na lipolise so ocorrem na ausencia de hiperinsulinemia ou seja, ela
sera melhor aproveitada utilizada em jejum, ou em refeicoes com proteina e
gordura, com a quantidade de proteina tambem controlada uma vez que altas
quantidade de leucina podem ter efeito pro insulinico.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1345885

57
https://academic.oup.com/ajcn/article-
abstract/55/1/219S/4715222?redirectedFrom=PDF

58
Escores Hormonais em exames laboratoriais

Quando pegamos exames laboratoriais sob a utilizacao de hormonios a


primeira coisa que nos vem na cabeça quanto à eficácia é a dosagem de
testosterona. Então o que fazemos primeiro é bater o olho nos escores de
testosterona total para conferir se ela esta alta condizente com o uso dos
ergogenicos, porem muitas vezes os usuarios se frustram pelo fato de
encontrarem escores não condizentes com a dose que estao utilizando. Nesse
cenário temos 2 possiveis causas: ou a droga utilizada de fato é extremamente
subdosada quando os escores dão muito abaixo, ou o pico de utilizacao pode
não ter coincidido com o exame dependendo da dose e ester utilizado.
Independentemente desses fatores, mais importante que a dosagem de
testosterona total é a dosagem de testosterona livre, ela sim é a fracao de
testosterona livre dos ligantes que circulam ligados a sua molecula. Logo ela
pode agir no 5AR que é seu receptor nuclear e exercer seus efeitos. Algumas
pessoas podem ter um nivel de testosterona total metade do de outras, mas ter
o dobro da livre e é exatamente isso que determina a efetividade ali de um
protocolo por exemplo.

59
Como citei anteriormente temos dois ligantes para a testosterona o SHBG e a
Albumina, ambos carregam a testosterona e ela só fica livre quando não esta
ligada a eles. Para isso algumas estrategias podem ser adotadas, o controle da
aromatase, por exemplo, faz com que o SHBG fique mais baixo uma vez que o
estradiol aumenta a producao hepatica de SHBG, e outro fator que pode ajudar
é o uso de esteroides orais como turinabol, oxandrolona e afins que se ligam a
molecula de SHBG e deixam a testo mais livre.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10439005
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28077498

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15784702
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2741717/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7197136

60
– Como Tratar de Nódulos e Inflamações

COMO DIMINUIR E/OU EVITAR NÓDULOS


Existe primeiro 2 tipos de dores:

1. Dor devido à via de administração

● Normalmente a dor da localização física de injeção. Saber o local que


vai aplicar a um tempo atrás alguém aplicou no "deltóide", mas na foto
parecia quase no meio do braço...rsrsrs. Muitas vezes, quando há uma
injeção de uma substância, a localização física, que é onde a agulha
libera a substância, pode causar desconforto após a injeção. Isso é mais
provável devido à substância, situar entre os grupos musculares ou em
um pequeno músculo, pois isso irá causar mais dor do que está sendo
injetado no meio de um músculo ou um maior agrupamento muscular.
Isso pode acontecer de tempos em tempos, mesmo com usuários
experientes. Experiência Própria: Stano Landerlan / Enantato

61
Landerlan? Etc....

● Volume da substância injetada. O volume de injeção também vai fazer


uma diferença significativa para qualquer dor e sofrimento
experimentado. Geralmente, grandes volumes são melhor tolerados em
grandes grupos musculares (músculo glúteo, quadríceps, etc), com
pequenos grupos musculares (bíceps, tríceps, etc) mais justa, com
volumes menores ( 5-6 ml, especialmente de substâncias à base de
óleo) não são recomendadas devido ao risco de desenvolvimento de um
abscesso estéril.

2. Dor devido à substância a ser injetada

● Concentração do solvente da substância. A concentração e o tipo dos


solventes utilizados na preparação da substância a ser injetada vai
afetar toda a dor durante a aplicação e a dor que serão sentidas após a
aplicação.

● Concentração do produto ativo. Esta é provavelmente a causa mais


comum de dor após-injeção experimentados por usuários de esteróides
anabólicos. Isso é mais provável devido à demanda para os laboratórios
underground para produzir preparações mais concentradas de
esteróides (mg alta / ml de hormônio) para reduzir o número de injeções
e volumes. (Famosa Trembolona de 150 ou 200 que vendia.. quem se
lembra???)

Esses são os dois casos de nódulos e Dores nas aplicações, questão é: Como
tratar....

62
Acredito que MUITOS ou TODOS já sabem qual a diferença de "Dor",
"Calombo", "Inchaço", Etc...

Segue aqui uma "regra" no qual utilizo (ou tento)... Não nessa ordem, depende
de como dito acima o nível de "Dor", "Calombo", "Inchaço", "Nódulo"

● Compressa quente --> Aqueço a água, coloco dentro da bolsa térmica.


Coloco um pano ou toalha, molhada ou com álcool em cima da região.
Coloco a bolsa térmica em cima. (O Pano molhado evita que queime a
pele, pois o que você precisa e ao invés de contrair os vasos (gelo), ela
dilata, aumentando o fluxo sanguíneo. Esse efeito acaba auxiliando que
a substância possa ser absorvida mais rapidamente e o quadro
inflamatório cesse mais rápido.

● Diclofenaco Sódico e Pomada Hirudoid 500 Gel --> Normalmente passo


ela 3 vezes ao dia e quando está muito inflamado aplico ela antes de
colocar compressa quente. Ela age auxiliando na redução do edema
devido ao processo inflamatório na região que pode ter sido causado só
pela agressão e reação da substância ou por impurezas. Muitas vezes a
substância volta para o espaço subcutâneo também causando irritação.
Já o diclofenaco sódico pomada age como anti-inflamatório local
ajudando a reduzir o processo inflamatório local
(dor/vermelhidão/edema…)

● Ultrassom --> Descobri isso através de um médico dermatologista (ele


usava uns produtos tbm). Normalmente qualquer clínica de estética e/ou
fisioterapia tem 1. Aqui no RJ pago R$ 65,00 a sessão e faço o
ultrassom nos dois deltoides e nos Glúteos, SEM SER HOMO... depois
tem massagem no local para melhor absorção. Quem não sabe

63
ultrassom e uma máquina que libera "ondas de calor sem queimar a
pele". Duas sessões na semana fico praticamente zerado (claro,
continuo me tratando em casa).··.

Dicas para evitar:

 Alternar o Local da aplicação

 Confiança no produto adquirido.

 Ter bom senso de aplicar .. Ex: Deltóide 5ml de uma vez é loucura (eu
sei que aqui tem loucos). Deltoides suportam menos volume que gluteos
e quadriceps.

 Não esperar ficar vermelho ou roxo... Banho, água quente....

 Ser o menos Invasivo no corpo. (Por isso quando possível evite o


excesso de shots quando não vão dar diferença prática, como o
fracionamento excessivo em cruise).

 Dividir aplicações durante o dia (lembre-se o corpo reconhece os AES


como algo estranho...), então se tiver que aplicar 5 ml por dia... ou
reveze os locais nas aplicações ou divida en 2 x 2,5ml -- Menos invasivo
(particularmente comigo funcionou e além do mais deixa os níveis
sempre estáveis no organismo).

64
Ressaltando que quando há sinais flogísticos, ou seja, sinais de
inflamação principalmente o rubor (vermelhidão), e o aumento de
temperatura, que provavelmente uma inflamação mais acentuada está
em curso, e deve se ter mais cautela para acompanhar a evolução do
quadro. Podendo recorrer ao uso de anti inflamatórios tópicos como
diclofenaco sódico, e, evitar aplicar no local até melhorar, caso o quadro
piore é válido procurar um servico de emergencia pois uma inflamação
com conteúdo bacteriano pode estar em curso.

– Entendendo Hipertrofia, Bulk, Cutting, e objetivo Final.

Só existe um objetivo. Que é queimar massa gorda enquanto se constrói


massa magra. Não existe nada além disso. Trabalhamos com percentuais,
portanto aumentar um é diminuir o outro, mudar a composição corporal.
Não importa se você é grande, pequeno, ectomorfo, endomorfo, se toma X
gramas de AES, se é natural ou se toma GH.

65
Tem gente natural com mais anabolismo que muitos que usam gramas de
AES e tem gente que usa muito só pra poder MANTER o shape pois está
estagnado.

Tudo isso cai apenas em uma variável, e uma só variável que é importante:
COMO ESTÁ SEU ANABOLISMO.

Se você não estiver com um estado anabólico constante, nada vai


acontecer, você vai brigar com seu corpo, com sua dieta, com seu treino, com
o uso de ergogênicos e não vai entender porque nada funciona.
O grande desafio do bodybuilding é achar o SEU estado anabólico dia após
dia e manter ele de acordo com sua rotina, e ainda assim manter seu quadro
de imunidade alto. Com um perfeito balanço.
Se você não está se sentindo drenado energeticamente após o treino,
dolorido, não está com aquela sensação de sono que em qualquer lugar que vc
encosta você dorme, se vc não sente aquela fome nos horários que é pro seu
corpo se alimentar, é bem provável que você não esteja em estado anabólico,
e esteja estagnado por diversos motivos.

O grande problema, é que quem treina há algum tempo, conhece


identificar isso no corpo sem dificuldades. Já a garotada mais nova, não tem
noção, ai fica igual cego em tiroteio. É o famoso processo de pular etapas.
Colocar gasolina de jato em um carro 1.0 com um motorista ruim.
Isso veio daquele pensamento que Dieta é 80%. Sim a dieta é 80%
DEPOIS QUE você já estiver em processo anabólico com sua rotina e seu
treino todo ajustado pra isso.

Existem diversos indicadores empíricos para isso.

A maioria dos Bodybuilders usam o esforço cardiovascular como um boost


no metabolismo e pra saúde do coração (manter tudo em ordem), eles não

66
fazem isso pra "queimar gordura." Um treino bem feito gasta muito mais
calorias. Isso aliado ao estado ANABÓLICO, vai causar mais queima de
calorias durante o dia, tornando seu corpo uma máquina efetiva e algumas
vezes até permitindo uma maior flexibilidade na dieta quando não se está em
preparação.

"Coach, o objetivo é secar ou crescer?"

O objetivo é SEMPRE, perder BF enquanto ganha massa muscular.

Perder percentual de gordura também PODE significar aumentar a massa


muscular, e aumentar a massa muscular NECESSARIAMENTE significa baixar
o percentual de gordura.

67
Parece um conceito simples, mas algumas pessoas não entendem
O QUE É UM PERCENTUAL. Aumenta um, abaixa o outro.

Não dá pra ganhar massa muscular sem perder gordura, afinal vc nao
consegue ter 105% de composição corporal.
No caso vc ganhou 5% de PESO corporal, aumentou sua composição corporal,
porém, se vc realmente ganhou massa muscular, NECESSARIAMENTE sua
gordura vai baixar.

e é por isso, QUE NÃO EXISTE o que vc chama de BULK SUJO.


Quando alguém me fala que vai bulkar, eu simplesmente falo "ok então vc vai
relaxar um tempo a cabeça,", porque é a única coisa que faz sentido.

Ex: (é um exemplo, as porcentagens estão erradas, é só pra entender o


conceito, o corpo tem mais água.)

Peso corporal total: 100kg


10% gordura
60% massa muscular
30% ossos, água etc

Vc faz esse tal bulk sujo:


110 kg (10kg a mais)
14% gordura
54% massa muscular
32% ossos, água etc

Seu percentual de massa muscular diminuiu.


"ah ugo mas agora é 54% sobre 110kg não 60% sobre 100kg"

Sim, e o BF também aumentou, é MAIS BF sobre MAIS PESO, então as


chances são que vc nao ganhou massa magra alguma.

68
Isso vai mudar depois que vc tiver um puta shape empedrado, no qual você
pode comer mais que vc vai ver que o máximo q vc vai ganhar é água, (CASO
dos top amadores e IFBB PRO) dai o jogo é totalmente diferente.

Na prática, todos os receptores de anabolismo do corpo funcionam melhor sob


um percentual de gordura baixo, o corpo muda de composição proanabolismo
mais facilmente com BF baixo, e é por isso que vc vê atletas que se mantém
em forma, cada vez mais empedrados ano após ano.

69
 QUANDO MENOS É MAIS

Muitos usuários estão estagnados em um nível de shape utilizando altas


dosagens de hormônios e a resposta nesses casos não é aumentar as
dosagens e sim diminuir. Acontece que mesmo hormônios que não
aumentam tanto a retenção hídrica vao te reter sim pela própria ação a
nível renal do fármaco. Os niveis inflamatórios sistêmicos podem estar
elevados (PCR, homocisteína…) entre outras alterações que muitas
vezes tambem nao sao vistas em exames laboratoriais.
O uso excessivo de muitos fitoterápicos também podem ser um tiro
pela culatra quando desnecessários, como usar demasiadamente
pregnenolona durante o uso de hormônios onde vc não necessita tanto
de um substrato assim e pode até aumentar alguns mineralocorticóides
como aldosterona e prejudicar esteticamente o corpo. Até com
protocolos onde o Hormônio do crescimento está presente com uma
dieta que não condiz e so piora a resistência insulínica, o que reflete
negativamente no shape. São diversas situações onde uma
estabilização e equilibrio vao ser muito benéficas tanto para a saúde
(mental e física ) quanto para a estética.
Muitos de vocês criam monstros por teorias infundadas, pensam que
se diminuem as doses vão catabolizar, vão ficar sem libido e esses
anseios impedem vocês de fazerem o que é melhor para o corpo
naquele momento.
Dosagens comuns de cruise ja são muito mais altas que dosagens
padrões de TRT que ficam na faixa de 200mg quinzenais ate de 21 em
21 dias, logo 200mg semanais ja seria mais do que suficiente para
atingir níveis supra fisiológicos e fazer toda manutenção funcional e
anabólica. Portanto sejam mais leves e os resultados vão fluir da melhor
maneira possível associando mais saúde com efetividade e menos
gastos.

70
http://www.scielo.br/pdf/jvb/2015nahead/1677-5449-jvb-1677-544904315.pdf

71
 DIETAS

Antes de começar a abordar os infinitos tipos de dietas e métodos


existentes no mundo do Bodybuilding, é bom salientar que TODO MÉTODO é
válido. O objetivo dessa apostila não é ensinar assuntos já passados e
debatidos em todos os lugares o tempo todo, e sim apontar como você deve
utilizar todas essa informação.

– Tudo é valido.
Sabe aqueles profissionais chatos? Uns defendem o uso do leite, outros
abominam, uns só fazem low carbo, outros são a favor de uma dieta farta.
Tudo isso está correto.

Sobre o ponto de vista do bodybuilding (construção muscular do corpo.)


o termômetro pra saber o que você faz, se é certo ou errado, é simplesmente
seu espelho.
Muita gente da certo com dietas menos usadas, cada corpo, uma
reação. E acredite, eu já vi de tudo nesses anos como coach. O suficiente pra
poder provar pra qualquer um que aquele método não é infalível a todos. (se
fosse fácil, todos fariam a mesma dieta não é mesmo?)

72
- Entendendo macros, e porque você foi enganado esse tempo todo.

A nova onda do momento, é tratar de números como verdade absoluta,


chutam um alvo, e dai vão tentando acertar da melhor forma com cálculos de
metabolismo basal, e Kcal diárias.
O problema de tentar seguir dessa forma, cegamente, é que os cálculos são
formas INVENTADAS por autores do passado.

Na verdade é quase impossível você descobrir o gasto calórico de uma rotina


inteira diária/semanal/mensal, de uma pessoa. Sim, você pode descobrir
alguns fatores com os equipamentos de ciência atuais. Mas não é nem 50%.

Algumas variáveis que essas pessoas não levam em conta são:

- Uso de hormônios.
- Uso de estimulantes.
- Tipo de rotina de trabalho. (Esforço? Sentado?)
- Metabolismo. (Tanto estrutura genética, quanto alterações por fármacos.)
- Absorção de nutrientes / Otimização do sistema gastrointestinal.
- Tireoide. (Usando ou não Tireoidianos.)
- Doenças congênitas e alergias.
- Tipo de treinamento, quantidade de treinamento, intensidade de treinamento.
- Entre muitas outras...

Então, por onde começar?


É ai que fica interessante. Apesar de números não serem tudo, concordo com a
maioria que eles servem de orientação para um começo. Principalmente pro
indivíduo que não conhece o próprio corpo.

Qual o passo a passo?

Recomendo pra qualquer pessoa, começar com um número X de calorias


diárias. Entre 1500 e 2500 pra maioria das pessoas, vamos criar o exemplo
com 2000 kcal.

73
(Porquê? Porque sim, precisamos de uma base de comparação. Um número
controle.)

Outro fato a salientar, que corpo não sabe contar, então dia, hora, semana,
mês, tudo isso conta pra balanço energético. Muita gente só conta dia, mas o
balanço ANUAL, que no final das contas pode ser onde você não presta
atenção, mas vamos lá:

Mantenha um número constante de Kcal, e divida seus alimentos entre


alimentos simples, onde não há tanta variação. (Apesar de prazerosa, uma
dieta muito variada vai te trazer mais confusão, pois adicionam mais variáveis.)

É ai que entra o famoso Arroz, Batata, Batata Doce, Aveia, e os alimentos que
já conhecemos. Não porque são os melhores, (já deixamos claro que não
existe melhor.), mas eles servem de controle.

-Defina a composição de Carboidratos, Gorduras e Proteínas da sua dieta.


-Defina sua janela de alimentação, horários, e número de refeições.
-Diminua o máximo possível suas variáveis. (Lembrando, esse guia é mais
para quem ainda não conhece o próprio corpo.).

Agora mantenha a mesma coisa, todos os dias, por um período que dê


pra ver alguma diferença (positiva ou negativa.). Como os americanos falam:
EAT LIKE A DOG. (Coma como um cachorro, um cachorro come a mesma
coisa todos os dias nos mesmos horários.).

E é ai que você começa a perceber quanto muito é muito e pouco é


pouco. Depois você pode mudar suas fontes de carboidratos, proteínas e
gorduras. E ir “brincando” com as variáveis, até se conhecer.

ISSO É UMA DIETA.

74
Não acredite em sensacionalismos baratos de gente que só quer vender
números pra você. A linguagem de qualquer coach é simples, ela se chama
RESULTADO.

Quando dá RESULTADO, você pode fazer até a “pior” dieta do mundo.


(Segundo os especialistas.) Mas se tem retorno, porque mudar?

Isso cai no meu ultimo conselho.

- Não seja uma pessoa ansiosa, não mecha em time que está ganhando.

A partir do momento que sua dieta, sua rotina, e seu treino estão
ajustados, você vê melhoras semanais ou quinzenais, não há porque mexer em
nenhuma variável a não ser que exista extrema necessidade.
Muitos mudam variáveis pros clientes, só pra demonstrar serviço. Eu discordo
disso. Se seu cliente/aluno está na estrada certa, não há porque mudar o
percurso. Bodybuilding leva tempo, não são meses, e sim anos.

Dietas que zeram completamente seus carboidratos e adicionam muita


gordura saturada livremente como a zero carbo e paleo, ainda são muito
prescritas. De fato nosso corpo não mudou quase nada biologicamente desde
os períodos passados, porém quando esses planejamentos são montados só é
citado essa parte da história.
Nosso corpo realmente não evoluiu, mas nós não vamos dormir assim
que o sol se põe, não passamos o dia correndo nus atrás de animais para
caça-los e comê-los. Passamos a maior parte do dia no sedentarismo (sim
mesmo praticando 30min a 1hr de atividade física por dia ainda somos
"sedentários", pois o corpo é uma máquina e ligar ela em uma potência maior
por curtos períodos de tempo e ficar sentados na cadeira o resto do dia não
significa que somos ativos na maior parte do dia).

Nós evoluímos principalmente nosso cérebro e nossa capacidade de


raciocínio, o tempo é cada vez mais escasso e a quantidade de informações e

75
necessidade de assimilação é infinitamente maior do que quando nos
preocupamos em correr para caçar o animal e fazer amor com a esposa sob a
luz da fogueira na caverna.

Portanto na prática, a influência que tais tipos de dieta vão ter na maioria
das pessoas acaba sendo muito mais negativa que positiva! (Veja só eu disse
a maioria não todos). É por isso que existe a necessidade de um coach ou
profissional da saúde com um olhar atento que consiga integrar todas as
variáveis e promover efeitos positivos física e psicologicamente para o aluno.

– Dieta Cetogênica. (Como fazer corretamente.)

Alguns de vocês vivem repetindo dieta Cetogênica (ou Keto.) mas não
sabem muito bem ao certo como funciona.
Muitas pessoas têm procurado alternativas de dieta com objetivos diferentes. A
Keto diet, igualmente toda dieta, tem suas vantagens e desvantagens, e pode
ser ideal pra você (ou não.).
Nos EUA eu vejo muitos esportivas adeptos da dieta Keto, como lifestyle
mesmo, não apenas em certo período como Bodybuilders fazem.
Esse post tem simples caráter informativo.
Existem suplementos que AJUDAM a entrar no estado de Cetose.
A Cetose é um estado do corpo, que pode ser atingido através de uma dieta
com pouca ingestão de carboidratos, ou nenhuma ingestão. (Bem difícil, visto
que quase tudo tem carboidrato de alguma forma.)
Resumo pra quem não sabe.
- Como funciona a Cetose?
Numa dieta normal, ou alta em hidratos a subida dos níveis de glucose no
sangue é uma das primeiras reações que o nosso corpo tem.
Isto porque é uma dieta rica em glicose, o que significa que a concentração de
glucose no sangue naturalmente vai aumentar.
Como resultado, o pâncreas vai segregar insulina para contra-atacar o
aumentos dos níveis de glucose.

76
A insulina conduz a glucose para as células do nosso corpo, armazenando-a
como glicogênio. Alguma da glicose é utilizada como energia necessária para o
corpo manter os seus processos naturais em bom funcionamento.
No entanto, se os níveis de glicose caem, o pâncreas segrega uma hormona
conhecida como glucagon. Esta hormônio sintetiza o glicogênio armazenado
em glicose, e então pode ser utilizado como energia.
Num dieta Cetogênica o processo é diferente. As reservas de glicogênio vão se
reduzir sempre que a glucose é necessária como fonte de energia. Sempre que
não são restauradas, o corpo precisa utilizar a gordura como fonte de energia.
Os ácidos gordos do nosso tecido adiposo são mobilizados durante a beta
oxidação. Durante este processo, as cetonas são libertadas do fígado. Isto
porque o fígado não as pode utilizar, então elas irão ser utilizadas como
energia.
Os ácidos gordos agora livres podem ser utilizados como energia, o que é
essencial para queimar gordura.
- Existem alguns suplementos que prometem acelerar o estado de Cetose ou
ainda te manter energizado. Alguns inclusive com reviews muito bons. Eles
prometem aumentar a quantidade de Cetonas no seu corpo, esses
suplementos são amplamente conhecidos como Ketones (Cetonas).
O que são cetonas?
As cetonas, ou corpos cetónicos, são formadas quando a gordura é utilizada
como fonte de energia. Por norma o corpo obtém a energia diária que
necessita de hidratos de carbono, mas quando estes não existem em
quantidade suficiente, a gordura torna-se a fonte de energia.
Os corpos cetônicos podem-se acumular no nosso corpo. Altos níveis de
cetonas são tóxicas e podem levar a uma condição conhecida como
cetoacidose. É um problema comum em diabéticos do tipo 1 e pode ser fatal.
Quem não sofre de diabetes não precisa de se preocupar com nada, pois a
produção de cetonas é regulada, permitindo ao corpo voltar ao nível normal de
PH.
Há testes que podem ser feitos para avaliar o nível de cetonas. Pode ser feito
através de um medidor de glucose, ou através de análises à urina.

77
- Um dos suplementos de cetona mais conhecidos é a Cetona de Framboesa.
(Raspberry Ketone.) Porém tem pouca relação com a dieta Cetogênica, se
provou mais um termogênico comum.
Hoje temos uma gama muito maior de suplementos que prometem ajudar.
Alguns deles são o KETO OS / KETO CANA / 7-Keto MuscLEAN entre outros.
A maioria deles trabalha principalmente com uma substância chamada beta
hydroxybutyrate que promete acelerar o processo do corpo ao estado de
Cetose. Também a (7-Keto DHEA), MCT OIL e também outros estimulantes
diversos para o metabolismo, inibidores de apetite naturais, etc.
O fato é, os reviews entre pessoas que são adeptas de dietas low carbo, tem
elogiado bastante tais produtos. Porém estão longe de serem baratos.

ESTRATÉGIAS

O maior erro que se pode cometer ao iniciar o uso de novas substâncias


ou novas dietas é a falta de estratégia. Costumo fazer uma analogia do
desenvolvimento corporal com uma guerra, nunca se inicia uma batalha
utilizando todas as armas que você tem pois as chances de vencer a guerra em
uma única batalha são mínimas e o risco que se corre nas batalhas posteriores
ficando desarmado é muito alto.
Isso traduz o que muitas pessoas acabam fazendo, iniciar protocolos
com muitos fármacos e junto protocolos de dietas mais severas é gastar toda
sua munição na primeira batalha, e as outras?
Um corpo com saúde se conquista com tempo, com várias batalhas
consecutivas, conhecendo cada vez mais o território e utilizando o armamento
adequado para cada batalha com constância! É de suma importância que os
profissional da saúde saibam integrar e formular essas estratégias para uma
construção sólida.
Na prática não é o que vemos, vemos na maioria das vezes essas
tentativas unicas de ataque que quase sempre acabam em fracasso e aversão
a novas tentativas.

Portanto usem a cabeça:

78
Protocolos com altas doses de hormônios e dietas restritivas ao extremo até
são efetivos se feitos por curtos períodos de tempo, logo depois você entra em
adaptação e pode sabotar todos seus resultados junto com sua saúde.

Fiquem atentos nas épocas que incluem os cardios, isso é válido para a
situação acima, afinal você está em uma dieta hipocalórica fazendo o uso de
estimulantes+hormônios e com alta carga de cardio, quando alterar o ambiente
ja que não pode fazer isso sempre, você terá um grande rebote.

Organizem-se e sempre tenham essa carta na manga para continuar mantendo


ou evoluindo o que conquistaram.

Estrategia pos refeicao lixo/minimizacao de danos

Vocês sabiam que bulimia não é so a pratica de forçar a emese/vômito após


uma refeição por culpa? Sabiam que fazer excessivamente exercicios ou um
jejum forçado podem ser considerados bulimia tambem?
E o pior é que essas práticas não vão funcionar fisiologicamente para
neutralizar o que você comeu de besteira. Quando você se alimenta de uma
refeição pesada rica em gorduras e carboidratos eis o que acontece no seu
corpo: os carboidratos primeiro vão suprir suas necessidades imediatas de
formar ATP, depois vão suprir seus estoques de glicogênio hepático e muscular
e depois vão desviar para via da lipogênese (CRIAR GORDURA). Já as
gorduras que você ingeriu junto, essas vão ser armazenadas como tais
diretamente. PORÉM na hora que você faz um jejum prolongado, ou força um
aerobico após esse consumo exagerado de alimentos a primeira via de
utilizacão vai ser a da glicose. Isso mesmo, você vai ter de gastar quase todo
seu glicogênio hepático para comecar a beta-oxidar (QUEIMAR GORDURA),
isso demora muitas horas e mesmo quando a queima comecar a ocorrer não
vai ser proporcional ao que foi ingerido. E tem outro porem, você sai de um
estado anabolico para um estado catabolico em diversas vias o que não é
produtivo esteticamente.

79
Vamos entender um pouquinho da bioquimica por trás das janelas metabolicas
onde refeicoes mais caloricas ricas em carboidratos e gorduras vão se
encaixar. Para isso temos que pensar o seguinte, todas gorduras que
consumimos vao ser imediatamente transportadas e armazenadas como
gorduras ou desviadas para gasto/necessidade imediata de ATP. Os
carboidratos por sua vez tomam caminhos diferentes quando ingeridos.
Primeiro vao gerar toda resposta insulinica para serem armazenados como
glicogenio hepático e muscular. Porem esses estoques tem limites e dependem
da sensibilidade insulinica do individuo ( principalmente o muscular ). Logo os
momentos onde voce estaria com os estoques de glicogenio mais vazios
seriam depois do longo periodo de jejum após dormir ou após o treino onde
houve gasto e há mais avidez celular por glicose.

Portanto esses dois momentos seriam os mais propicios para encaixar


refeicoes lixo, lembrando que a dieta que antecede o dia ou uma refeicao lixo
tambem vai ter grande impacto na quantidade dos estoques de glicogênio,
portanto é importante armar boas estratégias para o dia do lixo ter um bom
impacto fisiológico e o mínimo de danos.·.

Agora caimos em algumas explicacoes fisiologicas na importancia do dia do


lixo:

Quando ficamos em dieta hipocalorica por longos periodos de tempo, nosso


corpo recebe esses sinais de insuficiencia calorica e comeca a enviar diversos
sinais para o metabolismo se adaptar. O metabolismo se adapta a restricão
calorica ficando mais lento, seja diminuindo a conversão periferica de t4 em t3,
aumentando os estimulos nervosos que resultam no aumento do apetite e
diversos outros mecanismos que vão dificultar a progressão e manutencão de
um protocolo dietetico. Por isso é interessante pelo menos 1x na semana ou
quinzenalmente darmos uma quebra nesse quadro metabolico com uma
refeicão livre, pois ela não vai trazer só beneficios no bem estar mas tambem
no impacto metabolico.

80
Como dito anteriormente nas estrategias para minimizar os impactos após um
dia ou refeicão lixo, vale ressaltar que é sempre interessante nao fazer
combinacoes que excedam muita gordura aliada a carboidratos, nesses casos
quando formos usar do artifcio de baixo estoque de glicogenio devemos
priorizar o "lixo" com uma maior quantidade de carboidratos do que gorduras
para o impacto ser menor. O que não quer dizer que o lixo deve ser feito 100%
com glicose, afinal um pouco de gordura tambem retarda seu metabolismo.

Como citado nos modulos anteriores, aquelas meninas com sindrome dos
ovarios policisticos vao se beneficiar de aproveitar sempre essas janelas
metabolicas com maior sensibilidade insulinica, sendo esses momentos os
ideias para incluir os carboidratos na dieta e maximizar os resultados esteticos.

Metformina.

Muitos fármacos que foram produzidos para uma finalidade OU, acabam
servindo para outras finalidades Y, é o que chamamos de uso off-label. É uma
área delicada, às vezes obscura e que exige muita cautela ao se praticar. A
metformina por exemplo, que vem se disseminando nos últimos anos, mas é
uma velha conhecida "off-label" daqueles mais reclusos que gostam de
farmacologia como eu, desde 2010.
Muitos médicos receitam cocktail molotov para seus pacientes, dentre
esses, quase sempre estamos vendo a metformina. Ela de fato pode ser uma
aliada, mas além do uso off-label, também exige uma prática e conhecimento
offboard. Dentro dessa onda fitness Remedies, uma coisa tem ficado de lado, a
utilização do mínimo, associado ao uso casado de algum fármaco com a dieta,
o timing da dieta (que é algo importantíssimo em se tratando de macros), e até
outros fatores comportamentais do dia a dia do indivíduo. O que novamente
reflete que é uma integração total de conhecimentos essa área.
A metformina é um agente usado no diabetes tipo 2, ela simula o amp
cíclico e assim faz com que as vesículas de GLUT4 se translocam para a
membrana celular para absorver a glicose e internalizá-la para a célula. Isso
não significa que quanto mais metformina mais carboidratos você absorve, pois

81
assim que você extrapolar seu estoque de glicogênio, você vai desviar para via
da lipogênese e vai transformar em gordura.
Outro ponto a ser citado é quando utilizá la, em indivíduos com percentual
baixo de gordura, em dietas hipo ou isocalóricas com grau de atividade e sem
sinais de resistência insulínica, ela não vai ter quase nenhum impacto positivo.
Assim como naqueles indivíduos em um cutting severo, que já vão estar com a
sensibilidade insulínica aumentada pela avidez das células por energia.
Ela é aplicável em alguns casos de bulking controlado, e em casos de
indivíduos que recém começaram dieta e vem com um painel com certa
resistência insulínica laboratorial, e clínica (vemos os sinais, gorduras
localizadas, pele, etc…), nesse caso sim é interessante priorizar uma dieta
adequada com a metformina.
Ela possui muitos colaterais chatos em alguns indivíduos, colaterais de
cunho gastrointestinais como constipação, ou diarréia, gases, distensão
abdominal e retenção. Também vale citar que em alguns usuários ela vai
causar uma diminuição (não uma deficiência em si) nos níveis de b12, que não
vão ser estabelecidos mesmo suplementando com b12, pois ela interfere no
fator intrínseco, entao a vía oral se torna inútil para administrar a b12, podendo
a via sublingual ou IM ser utilizada de acordo com o caso e dosagem de b12 no
exame.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23147210

82
VOCÊ SABIA QUE CONSUMIR ALTAS QUANTIDADES DE
ANTIOXIDANTES ATRAPALHA A HIPERTROFIA?

Vitamina C, E, Betacaroteno, selênio, zinco, resveratrol, coq10, morosil e


N outros manipulados!! Se você os consome tem de estar ciente de quando e
quanto tomar, de acordo com seu objetivo/prioridade principalmente quando se
quer o máximo de hipertrofia muscular possível.
Os antioxidantes doam elétrons para produtos do metabolismo que
estão livres e reativos, os ROS. Esses chamados radicais livres, podem sim
levar a danos celulares e stress, porém são imprescindíveis na cascata de
sinalização para que haja o reparo muscular após o estímulo. E é muito normal
suplementar com altas doses desses compostos hoje em dia, o que tem um
impacto significativamente negativo levando a um retardo no processo de
hipertrofia, principalmente naqueles que não estão utilizando muitos recursos
ergogênicos e já tem uma dificuldade mais elevada.
A própria vitamina C em doses maiores de 1g já pode ter esse efeito
inibitório em certo grau, assim como a soma de todos os outros. Então se você
se encaixa nesse quadro revise a posologia, a hora em que utiliza tal
suplementação, tentando mantê-la o mais longe possível do período do treino.
Pois além de atrapalhar a sinalização das citocinas inflamatórias como tnf,
il1, il6 que posteriormente vão entrar em cascatas metabólicas para que haja a
reparação do tecido que foi danificado. Os antioxidantes podem se converter
em pró-oxidantes utilizados próximos a períodos de stress físico pela
superóxido mutase, e ter efeitos mais negativos do que positivos.

83
 O LADO NEGATIVO DA CAFEÍNA/EFEDRINA EM ALTAS
DOSAGENS

A cafeína tem N benefícios já conhecidos, porém quando utilizamos no


intuito de performance/queima de gordura,l á cautela com a dose tem que ser
grande. No brasil além do consumo excessivo de café, os termogênicos têm
basicamente na sua composição dosagens altas de cafeína, e, isso não quer
dizer proporcionalmente maior queima de gordura porque o tiro pode sair pela
culatra.
Além dos efeitos básicos de taquicardia, leve aumento da pressão
arterial... O que é mais contraprodutivo em doses altas >600mg é o crash que
se tem pelo fato de aumentarmos a descarga de alguns neurotransmissores e
os mesmos se depletam temporariamente, isso acontece muito com a efedrina
também. Então além da necessidade de utilização constante “aquele vício por
café”, quando se tem esse crash pela depleção junto vem mudanças de humor
bruscas, falta de motivação, fadiga, e sim pode gerar quadros de compulsão
alimentar por esse desequilíbrio quando passa a meia vida.
Portanto fique atento ao seu consumo diário e ajuste! Além desses ainda
existem muitos outros efeitos que são sutis mas podem estar impactando seus
resultados e qualidade de vida, como seus hábitos intestinais que também
sofrem interferência dela!
O uso de alfa agonistas como a efedrina por exemplo, também altera as
descargas simpáticas de noradrenalina, e dependendo das dosagens utilizadas
em um protocolo de cutting, podem alterar todo ambiente e gerar crashes.
Esses crashes vão gerar oscilações ainda piores de humor, apetite entre outros
comportamentos que vão impactar negativamente na constância de dieta e
rotina. Isso tudo reflete novamente de maneira negativa na progressão dos
resultados. Isso pode ocorrer também com a yohimbina que é um antagonista
alfa2 e altera as descargas adrenérgicas.

84
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26972351

 ENZIMAS DIGESTIVAS

Com exceção da creatina e do whey protein, as enzimas digestivas


deixam todos os outros suplementos para trás no quesito benefícios. São
extremamente negligenciadas no Brasil enquanto lá fora estão no topo da lista
de todo atleta e bodybuilder. Seja em contest/cutting onde há um déficit
calórico e quantidade limitada de macro e micronutrientes, onde ajudam no
aproveitamento com maior quebra e maior biodisponibilidade desses
nutrientes.
Diminuindo reações com a flora bacteriana intestinal e diminuindo a
distensão abdominal e gases refletindo em um melhor físico e linha de cintura.
Como também em períodos de macro feeding ou sobrealimentação onde
novamente também auxiliam que a biodisponibilidade do que se obtém através
da dieta seja maior, evitando literalmente que se defeque ou urine” tudo que
não é absorvido.
Diminui-se também os escores inflamatórios de maneira geral com essa
interação com a flora propriamente dita que pode por exemplo melhorar alguns
85
quadros de acne ou inflamação do folículo piloso. Pense no que gastar antes
de ir logo de cara atrás de coisas com pouco custo beneficio no brasil como
BCAA’s.

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 LUGOL

O uso de iodo em solução, o lugol em indivíduos com o funcionamento


tireoidiano normal e sem deficiência do mesmo, gera um efeito que inibe a
organificação do iodo e a consequente produção de hormônios da tireoide.
Esse efeito conhecido como wolff-chaikoff, acontece em menor grau mesmo
com doses baixas de iodo nos indivíduos eutireoideos.
É um erro antigo porém muito frequente ainda, o indivíduo usa o Lugol
por recomendação com intuito de aumentar a produção de t3/t4 pois pensa que
está jogando mais matéria prima, mas não compreende o funcionamento da
tireoide que é uma das glândulas mais complexas do corpo humano.
Fiquem atentos, pois o leve hipo causado pelas dosagens normalmente
recomendadas pelos coachs e médicos (questionáveis rs) pode causar
sintomatologia silenciosa, mas que está ali presente com aquela elevação de
TSH, mesmo que muitas vezes o t4 livre esteja dentro da referência. Então ora
bolas, se queremos melhorar a tireoide, usar algo que a desacelere é
completamente contraditório não é mesmo?
Infelizmente muitos charlatões que sabem falar bonito e com confiança,
usam disso para vender com um pouco de ciência sem embasamento sólido,
ideias que se disseminam e acabam por piorar a qualidade de vida dos
alunos/pacientes.

Só como adendo para vocês entenderem a leitura dos exames de tireoide:

Quando temos TSH elevado quer dizer que está acontecendo um feedback
positivo para que sua hipófise libere mais TSH e sua tireoide produza mais
hormônios. Logo TSH elevado é sinal de hipotireoidismo subclínico ou hipo
propriamente dito, mesmo com os hormônios em níveis normais (t4 livre por
exemplo.)

Ja com TSH suprimido e hormônios tireoidianos normais temos a situação de


hipertireoidismo subclínico que é o que mais vemos nos usuários de t4 no
range de dosagens que utilizam no brasil.

87
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11396709

88
 TREINAMENTO – O FATOR ESQUECIDO

Quando objetivamos ter um certo tipo de corpo, é importante lembrar que


temos mil variáveis que vão influenciar nosso progresso. Cada descoberta que
surge é aliada a melhora do nosso processo de evolução pouco a pouco.
Porém desde a época dos dinossauros sabe-se que as variáveis mais
importantes são o treinamento e a dieta, ambos tem um grande peso e
caminham juntos.
Buscar 20 alternativas que cobrem pequenas variáveis, vai ser muito mais
caro e lento do que investir de fato em uma simples alternativa que é a base, e
está sendo esquecida: o TREINO. Antes de se medicar, suplementar ou usar
mil e uma coisas, têm de se maximizar essas variáveis básicas.
Ai sim depois todas as outras vão de fato ter um peso maior. E mesmo na
associação do básico já ocorrem muitos erros, muitas das vezes a dieta indo
em contramão ao treino. Um claro exemplo é a dieta lowcarb e as meninas
iniciantes que objetivam um corpo com um percentual de gordura baixo e uma
quantidade razoável de musculatura sem exagero.
Cortar calorias, e treinar com os estímulos errados, com volume
demasiado, sem uma quantidade prévia de musculatura/estrutura é a receita
certa para você dar 2 passos pra frente e 2 para trás, às vezes até 3. Por isso é
importante o acompanhamento e integração entre os profissionais. E mais
importante do que qualquer ficha de treino toda enfeitada, é o
acompanhamento e intensidade do seu treino.
Afinal gastar uma fortuna com endócrino, nutricionista, suplementos,
farmacia de manipulacao, dedicar-se, abdicar-se para chegar em um objetivo,
se olhar no espelho e parecer com aquela amiguinha magrela cheinha que
nunca pisou na academia, é no mínimo um pouco frustrante. E isso de fato
acontece também com os indivíduos do sexo masculino que acabam entrando
no mundo dos esteróides e depositando tudo neles, deixando a dieta um pouco
de lado, e os treinos mais ainda.

89
– Treino, dicas definitivas.

Tive o prazer (Ugo.) de estudar com o Prof. Dr. Roberto Simão e Dr


Belmiro Salles, ele são uns dos maiores pesquisadores do mundo de
periodização e exercícios físicos em geral. Eu vou tentar passar pra vocês aos
poucos algumas lendas da sala de musculação, que nego usa até hoje, por
causa de profissionais babacas. Tudo que eu vou falar aqui é cientificamente
comprovado por artigos científicos publicados nas maiores revistas de fisiologia
e ed. física do mundo, muitos da PubMed, Journal of Strength, American
College of Sports and Medicine, etc.

1- Atenham-se aos exercícios básicos! Supino reto, agachamento, puxada são


os melhores exercícios físicos que você pode fazer. Supino reto já é provado
através de quase que centenas de estudos eletromiográficos (mede o esforço
do músculo por eletromiografia.) que é o exercício que mais recruta peitorais.
Supino 45, supino canadense, supino da mãe joana, todos eles são
secundários e recrutam menos o peitoral. Diferente do que se pensa o supino
inclinado não recruta "mais a parte superior." mas ele recruta só a superior,

90
então não tem porque você abdicar do reto que recruta TUDO. Crucifixo recruta
1/3 do peitoral comparado ao supino reto diga-se de passagem. Mesmo com a
utilização do tríceps.

2- Comece a treinar pela sua prioridade. Se você quer dar ênfase a panturrilha,
você começa treinando panturrilha! Quer dar ênfase à abdômen, começa
treinando abdômen, no final do treino seu rendimento cai. Não faça pré-
exaustão nesse caso, por exemplo eu tinha o costume de treinar tríceps antes
de peitoral para que no peitoral ele fosse mais recrutado. Mas já tem estudos
que mostram que você pegará menos peso no peitoral exatamente porque o
corpo tende a equilibrar essas forças, então comece direto no agrupamento
que você quer priorizar.

3- Periodize e Periodização. Não fique engessado no mesmo treino muito


tempo, pelo menos de 2 em 2 meses, ou de 3 em 3 meses, mude.

4- Ache o treino que funciona pra você, o que você se recupera mais rápido e o
que você sente mais ganhos. Não acredite nisso que peito tem que treinar com
tríceps, costas e bíceps, etc. É impossível isolar um grupamento muscular.
Puxador para costas pegam peitorais, desenvolvimento pega muito tríceps,
agachamento pega abdômen, etc etc. Tente uns sambas malucos tipo bíceps e
ombro, costas e tríceps, até achar o que funciona pra você.
Ex: Um cara que treina ABC 2x na semana. (Peito/Triceps, Costa/Biceps,
Ombro/Perna.) Treina ombro quantas vezes por semana? TODOS os DIAS.
5- Hormonizados e naturais são completamente diferentes. Se você estiver
natural ou em cruise, nem tente forçar um ABC, ou ABCDE, você vai desgastar
seu corpo e não vai ter ganhos. Descanse.

6- Intensidade não é sinônimo de carga. Você pode fazer um trabalho intenso


sem aumentar a carga (isometria, repetições lentas, etc.)

7- Principalmente pras mulheres, não existe melhor construtor de glúteos do


que agachamento e leg press, alias, pra perna toda, é mais válido você fazer 6
séries no agachamento do que 3 no agachamento e 5 fazendo bundalelê no 3

91
apoios. Você vai utilizar muito mais carga e recrutar muito mais os inferiores
todos.

8- Não se atenham a fazer 3x 12, 4x10 NO TREINAMENTO INTEIRO. Já


pararam pra pensar porque desses números básicos? Não, nem eu. Eles não
existem. Se é um exercício que você sente a musculatura sendo trabalhada,
porque fazer só 3 séries? Faça 5! 6! E depois pule para outro exercício.

 DMT

DOMS (Delayed onset muscle soreness) ou DMT (Dor muscular tardia)


é aquela dor que surge nos dias consecutivos aos exercícios físicos. Ela é um
dos conceitos mais mal interpretados pela maioria das pessoas principalmente
depois que a frase “NO PAIN, NO GAIN” se popularizou.
Existem muitos estudos propondo teorias para a origem da DMT, mas
nenhum de fato comprovando sua origem, sendo hoje aceitas 6 principais
teorias as quais não vou entrar em detalhes agora. O que temos que
compreender primordialmente é que a DMT tem uma relação íntima com o grau
de ruptura/micro lesão de fibras. Logo a DMT não significa que o treino “pegou
mais” ou foi mais efetivo.
Muitas das vezes a DMT pode comprometer a mobilidade e o grau de
contração musculares temporariamente, e acabar prejudicando o treino de
outros grupamentos. Sabemos também que a inibição das COX pelos anti
inflamatórios não tem quase nenhum efeito na melhora da DMT, o que reflete
novamente a teoria de que ela não se associa com o grau de ruptura.
E para finalizar o uso dos anti-inflamatórios ainda são outro problema
uma vez que atrapalham a sinalização inflamatória muscular para que haja
reparação/adaptação. Assim a hipertrofia ou ganho de desempenho podem ser
prejudicados, afinal vejo muitas pessoas principalmente iniciantes usando anti-
inflamatórios como Nimesulida, ibuprofeno e diclofenaco sódico
sistemicamente, com o intuito de diminuir a DMT.

92
– Guia Geral de Peptídeos.

GH

Hormônio do crescimento (GH), tem diversas propriedades dentre elas o


potencial de aumentar a queima de gordura (lipólise) e são justamente seus
efeitos metabólicos nessa questão, que causam um grau de resistência
insulínica dependente da dose e tempo de exposição.
Sem entrar no mundo mágico da bioquímica mas elucidando os
mecanismos dessa resistência mediada pelo GH, temos: Menor incorporação
de glicose nos adipócitos por menor migração de GLUT4. Porém o mecanismo
que causa isso também causa menor captação de glicose pelas células
musculares que também é mediada pelo GLUT4. O GH altera a resposta dos
mediadores que sinalizam para a migração do GLUT4 para a membrana da
célula para captar glicose, logo já se tem um grau de resistência.
O GH aumenta a quantidade de ácidos graxos livres circulantes via
ativação do hormônio lipase sensível, esse aumento crônico dos níveis de
ácidos graxos livres podem induzir a alterações iniciais nas celulas beta
pancreaticas que podem causar um hiperinsulinismo e tardiamente a apoptose
de algumas delas. Por isso na prática do esporte e no âmbito estético
preconiza-se utilizar menos carbos com o GH, ou sensibilizadores insulínicos
quando não se tem a necessidade do uso da insulina propriamente dita. Neste
último caso a associação do GH e da insulina podem ainda mais elevar o risco
de diabetes caso seja retirada a insulina, ou a necessidade de uso constante, o
que pode trazer consequências a longo prazo.
Logo podemos concluir que o uso de gh piora a sensibilidade insulínica e
pode causar o desenvolvimento de diabetes, e dependendo da dose e tempo
de exposição, fazer o indivíduo se tornar insulino dependente, como muitos
bodybuilders são.

93
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5642081/

Peptídeos

O que é um Peptídeo?

Peptídeos (proteínas) estão presentes em todas as células vivas e possuem


uma variedade de atividades bioquímicas. Alguns peptídeos são sintetizados
nos ribossomos das células pela tradução do mRNA (RNA mensageiro) em
hormônios e moléculas de sinalização por exemplo. Outros peptídeos são
montados (em vez de síntese) e se tornam enzimas com uma grande
variedade de funções. Peptídeos também compõem a estrutura dos receptores
que aguardam ligação dos hormônios e moléculas sinalizadoras.
Um peptídeo é uma molécula criada pela junção de dois ou mais aminoácidos.
Em geral, se o número de aminoácidos é inferior a cinqüenta, essas moléculas
são chamadas de peptídeos, enquanto as seqüências maiores são chamadas
de proteínas.
Assim, os peptídeos podem ser pensados como pequenas proteínas. Eles são
apenas correntes de aminoácidos.
Aminoácidos

94
Dentro do corpo humano há vinte aminoácidos padrão utilizado pelas células
na biossíntese dos peptídeos (ou seja, a criação celular de peptídeos a partir
de aminoácidos). Nosso código genético específica como sintetizar peptídeos e
proteínas a partir desses aminoácidos.
Os aminoácidos são classificados em dois grupos: os aminoácidos essenciais e
aminoácidos não essenciais.
Um aminoácido essencial, é um ácido aminado indispensável que não pode ser
feita pelo corpo e devem ser fornecidos pelos alimentos. Estes incluem a
leucina, isoleucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano, valina e
isoleucina. Outro aminoácido - histidina é considerado semi-essencial porque o
corpo nem sempre necessita de fontes fornecidas por alimentos.
Aminoácidos não-essenciais são feitos pelo corpo a partir dos aminoácidos
essenciais ou da quebra rotineira de proteínas. Os ácidos aminados não
essenciais são arginina, alanina, asparagina, ácido aspártico, cisteína,
glutamina, ácido glutâmico, glicina, prolina, serina e tirosina.
Todos os vinte aminoácidos são igualmente importantes para manter um corpo
saudável. Eles são os constituintes primários de peptídeos e proteínas.

Estrutura de aminoácidos dos peptídeos

Growth Hormone Releasing Peptide (GHRP) (Iniciadores do pulso de GH):


- GHRP-6 (His-Trp-Ala-Trp-D'Phe-Lys-NH2)
- GHRP-2 (DAla-D-2-Na-Ala-Trp-Phe-Lys-NH2)
- Hexarelin (His-D-2-methyl-Trp-A-Trp-Phe-Lys-NH2)
- Ipamorelin (Aib-His-D-2-Na-Phe-Lys-NH2)

Growth Hormone Releasing Hormone (GHRH) (Amplificadores do pulso


iniciado pelo GHRP):

Growth Hormone Releasing Hormone (GHRH) ou GRF(1-44) (Tyr-Ala-Asp-Ala-


Ile-Phe-Thr-Asn-Ser-Tyr-Arg-Lys-Val-Leu-Gly-Gln-Leu-Ser-Ala-Arg-Lys-Leu-
Leu-Gln-Asp-Ile-Met-Ser-Arg-Gln-Gln-Gly-Glu-Ser-Asn-Gln-Glu-Arg-Gly-Ala-

95
Arg-Ala-Arg-Leu-NH2) = Meia Vida "menor que 10 minutos", talvez baixo como
5 minutos.

GRF(1-29) ou Sermorelin (Tyr-Ala-Asp-Ala-Ile-Phe-Thr-Asn-Ser-Tyr-Arg-Lys-


Val-Leu-Gly-Gln-Leu-Ser-Ala-Arg-Lys-Leu-Leu-Gln-Asp-Ile-Met-Ser-Arg-NH2) –
A porção biologicamente ativa dos 44 aminoácidos do GHRH = Meia Vida
"Menor que 10 minutos", talvez baixo como 5 minutos

Dosagem e Administração dos GHRPs

A dose de saturação na maioria dos estudos sobre GHRPs (GHRP-6,


GHRP-2, Ipamorelin & Hexarelin) é definido como 100 mcg ou 1mcg/kg.
Isso significa que 100mcg vai saturar plenamente os receptores, mas se você
adicionar mais 100 mcg, apenas 50% dessa porção será eficaz. Se você
adicionar mais 100mcg à dose, apenas cerca de 25% será eficaz.
Então 100mcg é a dose de saturação e você pode adicionar até mais 300 a
400 mcg e obter um pouco mais de efeito.
Uma dose de 500 mcg não será mais eficaz que 400mcg, talvez não seja nem
mais eficaz que 300mcg.
Os problemas adicionais são a dessensibilização e os colaterais de aumento
de cortisol e prolactina.
GHRP-6 na dose de 100 mcg de saturação não vai aumentar a prolactina e
cortisol, mas poderá fazê-lo um pouco em altas doses. Este aumento ainda é
dentro da escala normal.
Ipamorelin é tão eficaz quanto o GHRP-6 em causar a liberação de GH, mas
mesmo em doses mais elevadas (acima de 100 mcg) não afeta prolactina e
cortisol.
GHRP-2 é mais eficaz que o GHRP-6 em causar a liberação de GH, mas com
a dose de saturação ou superior podem produzir um aumento pequeno a
moderado de prolactina e cortisol. Esta subida é ainda dentro da normalidade,
embora as doses de 200 - 400 mcg podem fazer subi-los além do limite normal.
Hexarelin em alguns é o mais eficaz, sua capacidade na liberação de GH é
equivalente ou pouco menor do que o GHRP-2. No entanto, tem o maior

96
potencial para também aumentar o cortisol e prolactina. Este aumento vai
ocorrer mesmo com a dose de saturação 100mcg. Este aumento irá atingir
níveis mais elevados do que é definido como normal.
Dessensibilização
GHRP-6 pode ser usado na dose de saturação (100 mcg) três ou quatro vezes
por dia, sem risco de dessensibilização.
GHRP-2 na dose de saturação vezes várias vezes por dia, não resultará em
dessensibilização.
Hexarelin foi mostrado causar dessensibilização, mas em um estudo de longo
prazo a hipófise recuperou a sua sensibilidade de modo que não houve perda a
longo prazo de sensibilidade na dose de saturação. No entanto, mesmo em
doses de 100 mcg três vezes ao dia, provavelmente, em 14 dias haverá
alguma queda na sensibilidade.
Se a dessensibilização ocorrer para qualquer uma desses GHRPs
simplesmente interromper o uso por vários dias contribuirá para resolver este
efeito.
O uso crônico de GHRP-2 a 100mcg administrado várias vezes por dia todos
os dias, não causará problemas na hipófise, nem problemas significativos de
prolactina e cortisol, nem dessensibilizar.

GHRHs
Sermorelin, GHRH (1-44) e GRF (1-29) todos são basicamente GHRH e
possuem uma meia-vida curta no plasma, devido à rápida separação entre o
segundo e terceiro aminoácido. Não é para se preocupar, pois esse hormônio é
secretado naturalmente pelo hipotálamo e viaja uma curta distância para a
hipófise anterior e realmente não sofre com a quebra enzimática.
A liberação pelo hipotálamo e a ligação com os somatotrofos (células da
hipófise) acontece rapidamente. No entanto, quando injetada no corpo, ela
deve circular antes de encontrar seu caminho para a hipófise e assim dentro de
3 minutos já está sendo degradada.
É por isso que GHRH nessas formas acima devem usar dosagens altas para
ter efeito.

97
Análogos de GHRH

Todos os análogos de GHRH trocam a Alanina na 2ª posição para a D-


alanina, que faz com que o peptídeo resistente a quebra nessa posição. Isto
significa que análogos será mais eficaz quando injetados em menor dosagem.
O análogo tetra ou 4 substituted GRF (1-29), às vezes chamado de CJC sem
DAC ou chamado como modified GRF (1-29) tem outras modificações de
aminoácidos. São elas a glutamina (Gln ou Q) na 8ª posição, alanina (Ala ou A)
na 15ª posição, e uma leucina (Leu ou L) na 27ª posição.
A alanina na 8ª posição aumenta a biodisponibilidade, mas as outras duas
substituições de aminoácidos são feitas para melhorar o processo de
fabricação (ou seja, criar estabilidade na fabricação).
Para uso in vivo, em humanos, o análogo do GHRH conhecido como CJC sem
DAC ou tetra (4) substituted GRF (1-29) ou modified GRF (1-29) é um peptídeo
muito eficaz com uma meia-vida provavelmente superior a 30 minutos. Isso é
tempo suficiente para ser totalmente eficaz. A dose de saturação é definida
também como 100mcg.

Problema em utilizar qualquer GHRH sozinho


O problema em usar um GHRH mesmo os análogos mais fortes, é que
eles são totalmente eficazes apenas quando a somatostatina está baixa (o
hormônio que inibe o GH). Então se infelizmente você utilizar quando não
estiver ocorrendo um pulso natural de GH, você vai muito pouca liberação de
GH. Se entretanto você der sorte e administrar durante um pulso de GH
natural(somatostatina não será ativo neste momento), você irá aumentar a
liberação do GH.
GHRP + GHRH análogo
A solução é simples e altamente eficaz. Você administra um GHRH análogo
com o GHRP. O GHRP cria um pulso de GH. Ele faz isso através de diversos
mecanismos. Um mecanismo é a redução da liberação de somatostatina no
hipotálamo, outra é a redução na influência da somatostatina na hipófise, outra
é um aumento na liberação de GHRH pelo cérebro, e finalmente os GHRPs

98
agem nas mesmas células da hipófise (somatotrofos) como fazem os GRHs,
mas usam um mecanismo diferente para aumentar a formação de cAMP, que
vão promover a liberação de GH dos estoques de somatotrofos.
O GHRH também tem uma maneira recíproca de reforçar a ação dos GHRPs.
O resultado é a liberação sinérgica de GH.
O GH não é adicionável, é sinérgico. Quero dizer:
Se o GHRH, por si só irá causar uma liberação de GH no valor de 2 e o GHRP
causar uma liberação de GH no valor de 5
Juntos, o GH não é 7 (5 + 2) ele virá 16!

Protocolos

Um protocolo sólido seria usar um GHRP + um GHRH análogo antes de


dormir (para ajudar o pulso noturno) e uma ou duas vezes durante o dia.
Para efeitos "anti-aging", sono profundo e restaurador, uma dose a noite é tudo
que você precisa. Para um adulto com idade entre 40+ é suficiente para
restaurar os níveis de GH de quando era jovem.
No entanto, para musculação, perda de gordura ou reparação de lesão, o uso
de múltiplas doses pode ser eficaz.
O GHRH análogo pode ser usado em 100mcg ou mais quanto quiser, sem
problemas.
O GHRP-2 pode ser sempre utilizado 100mcg sem problemas, mas uma dose
de 200mcg provavelmente será boa também.
Novamente, dessensibilização é algo para se manter de olho, em particular
com doses maiores de GHRP-2 ou qualquer dose de Hexarelin. Assim, 100 -
200mcg de GHRP-2 + 100 - 500mcg + de GHRH análogo tomadas em conjunto
será efetivo.
Isso pode ser usado várias vezes ao dia para ser mais eficaz.
Outra abordagem sólida é um pouco mais conservadora em 100 mcg de
GHRP-2 + 100mcg de um análogo de GHRH administrado uma, duas, três ou
quatro vezes por dia.

Quando administrado várias vezes ao dia, um espaço de pelo menos 3


horas deve ser dado entre as administrações.

99
A diferença é que usar uma vez por dia antes de dormir irá restaurar os níveis
de GH de quando jovem, enquanto a administração múltipla e/ou doses mais
elevadas dará maiores níveis de GH e IGF-1, quando combinada com dieta e
exercícios irá conduzir ao ganho muscular e perda de gordura.
Administração
A administração deve ser feita preferencialmente com estômago vazio ou com
apenas proteína no estômago. Gorduras e carboidratos irão atrapalhar na
liberação do GH (carboidratos afetam significativamente, gorduras afetam
muito e proteínas não afetam).
Então, administrar os peptídeos e esperar cerca de 20 minutos (não mais que
30, mas não menos de 15 minutos) para comer. Nesse ponto, o pulso de GH já
terá atingido o pico e você pode comer o que quiser

– Peptídeos (Parte Prática.).

Guia da nossa experiência com Peptídeos.

Lembrando que fiz uso nos EUA onde o preço compensa, se você paga 200
reais num vial no Brasil é melhor usar GH.
Ciência dos Peptídeos na prática.
Como aqui não é só teoria.
(Peptídeos são substâncias de pesquisa 100% Legais nos EUA, então não tem
problema falar disso.).
Isso aqui não é um guia.

Resumo das experiências:

1- GHRP2/GHRP6, ajuda no skin thickness, o 6 da fome pra caramba, ambos


podem aumentar prolactina. Efeito que se repare tem que ser pelo menos 350
a 500 mcg por dia, dividido em 3 aplicações. NÃO SE COMPARA COM GH. Se
for de uma fonte bosta você não vai sentir nada.

100
2- Ipamorelin, mesma coisa, mas não afeta prolactina, pode usar um pouco
menos de 200 a 300 mcg/dia.

3- CJC 1295 COM DAC, melhor peptídeo em custo x benefício, porém aumenta
MUITO a prolactina, melhora bastante o aspecto da pele e o sono, a prolactina
sobe mesmo, por ser meia vida longa fica sempre ligado no teu corpo, doses
de 1000mcg a 2000mcg por semana podendo ser 2 aplicações semanais de
500 ou 1000.

4- CJC SEM DAC, melhor opção para se manter em longo prazo, pois não vai
alterar sua prolactina, já que o pico durará pouco, precisa de uma dose maior q
o COM DAC 150 a 200 mcg por aplicação, 2x por dia pelo menos.

5- HGH FRAGS, um termogênico, não senti nenhuma melhora a não ser ajudar
na lipólise. E bem pouco. Sai um pouco caro, pois doses efetivas variam de
400 a 600 mcg por aplicação. (Por isso acabei optando apenas de manhã.).

6- IGF1 LR3, esse eu usei em 2011! E foi um dos melhores, sua pele cola,
vascularização aumenta, mas hoje em dia todos eles tão ruins e MUITO caros,
acho que dei sorte na época, hoje em dia não compensa, eu nem lembro a
dose q usei sendo sincero. Mas foi algo em torno de 100 a 150 mcg divido em
2 aplicações. Nos músculos treinados.

7- IGF1 DES, usa-se intra-treino, 40 a 50mcg. Estou usando agora (no


momento da escrita do relato.) porque ouvi de um bodybuilder aqui que ajuda
no pump, e realmente o pump fica algo quase insuportável, você usa assim q
chega à gym, por que só dura 30 min no sangue. Custo benefício não é tão
bom, pois é caro e só dura 15 a 20 dias. Ainda assim nada comparado ao IGF
1 que usei em 2011. Sinto que hoje em dia é tudo subdosado.

8- BPC 157: Existe um relato meu na minha pagina, você se recupera igual o
Wolverine, ponto. O negócio é impressionante para lesões, só que precisa de
um tratamento mais extenso, só usei 1 vial. Acredito que esse seja um dos
peptídeos mais incríveis que já usei.

101
Tudo que fiz foi simplesmente para saciar meu cérebro de cientista. E eu tive
certeza de duas coisas:

1- Hoje em dia é difícil saber se tem peptídeo nos frascos que você compra.
Eles são extremamente frágeis à temperatura (mesmo sem ter diluído.). Então
as chances é de que você perca eficácia no transporte.

2- Há muito, mas MUITO, falso/subdosado.


Digo isso porque o primeiro contato que tive com peptídeos foi em 2011,
ipamorelin, cjc e igf-1 LR3. Lembro que na época foi surreal o benefício que
tive. Hoje, só usei porque aqui compensa.

E isso nos leva a outro ponto:


Há muita HYPE, em cima de peptídeos no Brasil como se eles fossem
milagrosos. Tudo que é de difícil acesso gera-se um misticismo em cima.
Eles não se comparam com HGH, e te digo mais, no preço que vendem ai NÃO
COMPRARIA, prefira investir em AE's.
Porém aqui é acessível, e usei a maioria com intuito de pesquisa mesmo. Cada
vidrinho desse aqui é 20 dólares, então acaba compensando. Melhora a
qualidade de vida e um pouco a lipólise. NADA ABSURDO. Agora o preço que
cobram no Brasil, 400 reais, 500 reais, 1000 reais, não compensa.
Para quem os peptídeos são interessantes,

OPINIÃO:
- Pessoas novas, que não querem fazer uso de AE's e procuram melhorias na
performance.
- Atletas que se submetem a doping constante.
- Adolescentes.
- Auxílio antienvelhecimento.
- Quadros específicos como lesão. (BPC-157 e TB-500)
- Quadros específicos de reposição de HGH (É interessante usar GH com
GHRPs)

Isso tudo varia MUITO, mas MUITO MESMO.

102
Nos EUA o site principal é o USAPEP, que tem peptídeos MUITO BARATOS.
Porém da pra perceber que são todos subdosados.

Já o Peptide Science, por exemplo, o preço é mais que o dobro, porém bate
muito mais forte. (Mas o custo benefício fica ruim então não compensa pro
Bodybuilding, mais fácil comprar GH se for o caso.).

Então, essa é minha experiência.


Não sou mais atleta. Não estou mais competindo.
Porém tenho alunos que me perguntam sobre.
A realidade é essa aí, muito menos que vocês pensam.
Tem muita fantasia em cima.
Antes que me falem; "ah, mas IFBB PRO usa.”.
IFBB PRO não usa porcaria chinesa. Não se iluda.
"Ah Ugo, mas você usou e nem dá pra ver muita diferença."

EXATAMENTE.
Garanto-te se de vez de gastar recursos em todos esses testes que fiz, eu
usasse coisas mais concretas (AE's e quem sabe pouco HGH) teria muito mais
resultado.

103
- A INVASÃO DOS SARMS

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2907129/

Por volta de 2010 os SAM's chegavam no Brasil importados como


produtos de pesquisa por atletas, entusiastas e praticantes de atividade física.
Lembro em 2011 quando conheci o s4, ainda extremamente desconhecido aqui
e com alta toxicidade e efeitos na visão ( yellowish alguns vão lembrar ).

104
Já naquela época nos EUA e outros países, os sarms já eram vistos
como uma promessa na medicina, mas até hoje seguem sem aprovação de
nenhum órgão da saúde. Porém o ramo que mais seguiu atraído pelo
desenvolvimento de novos sarms desde osmarina, ligandrol e outros, foi o meio
do esporte de alto nível, como uma alternativa aos esteróides anabólicos pelo
fato dos sistemas anti doping como a wada(world anti doping agency) não
detectarem os sarms ainda naquela época, diferente de hoje onde alguns
atletas famosos foram pegos no crossfit games. Mas o que são os sarms?
Assim como os moduladores seletivos dos receptores estrogênicos
como os antigos clomifeno e tamoxifeno, os sarms agem ativando os
receptores androgênicos de maneira mais seletiva como agonistas em
determinados tecidos, e, antagonistas em outros. Isso promove ganhos como
densidade óssea, síntese protéica pela retenção de nitrogênio e ao mesmo
tempo evita-se outros efeitos como se esperaria de esteróides anabólicos como
a piora do perfil lipídico, hpb, entre outros.
Porém, ainda são produtos de research, os estudos publicados nas
bases sólidas são pobres em número de pacientes, alocação, segmentação e
duração... E deve-se ter muita cautela ao pensar em ter contato com os sarms.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28624515

105
 CARDARINA

O GW501516 conhecido como Catarina, é um composto que foi


desenvolvido com o intuito de causar a regressão de alguns tipos de tumores,
no entanto mais tardiamente foi associado com o surgimento de outros tipos de
neoplasias. Apesar disso continuou forte como composto de “research”, e suas
propriedades na modulação da síntese de diversas enzimas e ativação de
genes, que atuam em diversos caminhos metabólicos resultando na prática em
uma melhor adaptação ao exercício físico, aumento da oxidação de gorduras e
melhora do perfil lipídico, atraem atletas e entusiastas.
Parece lindo, e, realmente ela é uma grande ferramenta para se utilizar
em situações isoladas, como a recuperação do painel lipídico pós uso de
alguma droga agressiva. Porém devemos ficar atento ao uso contínuo da
catarina, uma vez que, não se tem literatura consistente ainda quanto às outras
alterações causadas pela ativação dos receptores proliferadores peroxissomais
(PPAR).
Particularmente como citei, é uma boa alternativa na formulação de
protocolos para subir o hdl, o que ainda é um desafio até em termos
farmacológicos, ainda mais para nós que já temos alimentação e exercício
físico incluídos na rotina! Se tiverem interesse em um próximo momento posso
estar abordando os mecanismos os quais a cardarina modula positivamente o
perfil lipídico!
Vale ressaltar também que nós praticantes de treinamento com peso
que temos grande desgaste muscular, que a inclusão de estatinas num
protocolo para recuperar o painel lipídico, deve ser cautelosa, conservadora,
utilizada apenas em casos mais extremos, e a Carga pode substituir muito bem
elas, quando o indivíduo não apresenta escores altos de ldl. Quanto às
dosagens para essa finalidade, não é necessário atingir nem às 20 mg diárias,
5/10mg já se mostram efetivas.

106
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5614479/

107
Referências:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK216175/

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK216175/

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK164632/

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108
Referências:

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http://www.scielo.br/pdf/jvb/2015nahead/1677-5449-jvb-1677-544904315.pdf

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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28624515
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5614479/

109
Créditos.

Gostariamos de agradecer em nome do Team Deathface, a todos que


acreditaram no nosso trabalho.

Tenho certeza que esse material mudará o rumo do seu conhecimento e


ampliará sua visão sobre o mundo do Bodybuilding.

Lembrem-se que todo conhecimento é pouco, e quando achamos que


sabemos muito, é porque não sabemos nada.

Respeito, dignidade e honra.

Att.

Equipe Team Deathface

Ugo Oliveira

André Rizzuti

110

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