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SUPER MATERIAL

SÍNDROME
METABÓLICA
SUMÁRIO

1. Introdução e Definição ............................................................................................... 3


2. Epidemiologia................................................................................................................. 4
3. Fisiopatologia ................................................................................................................ 5
4. Quadro Clínico .............................................................................................................. 7
5. Diagnóstico .................................................................................................................... 9
6. Prevenção ......................................................................................................................13
7. Tratamento ....................................................................................................................16
9. Referências....................................................................................................................32
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1. INTRODUÇÃO E dial de Saúde preconiza como ponto


DEFINIÇÃO de partida a avaliação laboratorial e
clínica da resistência à insulina ou
A prevalência da obesidade tem au-
do distúrbio do metabolismo da gli-
mentado no mundo e as complica-
cose, o que dificulta a sua utilização.
ções associadas tornam-se cada vez
Já a definição do National Cholesterol
mais comuns. Essa alteração corporal,
Education Program’s Adult Treatment
a qual normalmente é consequência
Panel III (NCEP-ATP III) preconiza o
de uma alimentação inadequada e do
uso da clínica e não exige a com-
sedentarismo, leva ao aparecimento
provação de resistência à insulina,
de doenças como diabetes mellitus
facilitando a sua utilização.
tipo 2 (DM2), hipertensão arterial
sistêmica e dislipidemia, que con- Pela maior simplicidade e praticida-
ferem aumento do risco de doenças de da definição pelo NCEP-ATP III,
cardiovasculares (DCV) e acidentes é essa que a I Diretriz Brasileira de
vasculares em geral. Diagnóstico e Tratamento da Síndro-
me Metabólica (I-DBSM) define como
A Síndrome Metabólica (SM) é defi-
recomendada.
nida por um transtorno complexo re-
presentado por um conjunto de fatores
de risco cardiovascular usualmente VOCÊ SABIA? Plurimetabólica e
relacionados à deposição central de Síndrome X também são nomes re-
gordura e à resistência à insulina. A ferente a síndrome metabólica.
síndrome já pode estar presente em
crianças e adolescentes e culminar,
em época posterior, em eventos de-
letérios com alta morbimortalidade. CONCEITO: A OMS utiliza também
Entre outros fatores incluídos na SM valores de IMC para avaliar o nível
de gordura de uma pessoa, sendo
estão a dislipidemia aterogênica, a preditor de obesidade. Confira na
hipertensão, doença hepática gordu- tabela abaixo:
rosa não alcoólica e apneia obstrutiva
CLASSIFICAÇÃO IMC
do sono também estão comumente
Eutrófico 18,5 a 24,9
associadas.
Sobrepeso 25 a 29,9
O estudo da SM tem sido dificultado Obesidade grau I 30 a 34,9
pela ausência de consenso na sua de- Obesidade grau II 35 a 39,9
finição e nos pontos de corte dos seus Obesidade grau III / Maior ou igual
componentes, com repercussões na Mórbida a 40
prática clínica e nas políticas de saú- Tabela 1: Índice de massa corpórea (IMC)
de. A definição da Organização Mun-
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2. EPIDEMIOLOGIA presentativos da população, apenas


estudos em amostras com caracterís-
No Brasil, doenças cardiovascula-
ticas específicas. A falta de consenso
res tiveram mortalidade de 32,5%
sobre definição da doença e pontes
em 2014 atingindo a população em
de cortes para os critérios é um fator
fase produtiva. Isoladamente, cada
que agrava a falta de estudos.
um dos componentes da SM é con-
siderado um fator de risco para a Em estudo transversal, realizado em
morbimortalidade por DCV, porém, subgrupo populacional de 1 439
quando ocorrem simultaneamente, o adultos, em Salvador, encontrou-se
risco torna-se maior que a soma dos a prevalência de SM de 19,0%. Na
riscos atribuídos a cada componente população de migrantes japoneses, a
separadamente. A SM eleva a taxa prevalência foi de 54,3%. Em um es-
de mortalidade por doença cardio- tudo sobre a SM realizado no distrito
vascular em cerca de 2,5 vezes e a rural de Cavunge, semi-árido baiano,
taxa de mortalidade geral em cerca observou-se que a prevalência de SM
de 1,5 vez. foi maior em mulheres (38,4%) que
em homens (18,6%). Nesses estudos
Estudos em diferentes populações,
foram utilizados os critérios diagnós-
como a mexicana, a norte america-
ticos da NCEP-ATP III.
na e a asiática, revelam prevalências
elevadas da síndrome metabólica, As manifestações começam na ida-
dependendo do critério utilizado e de adulta ou na meia-idade e au-
das características da população es- mentam muito com o envelhecimen-
tudada, variando as taxas de 12,4% to. O número de casos na faixa dos
a 28,5% em homens e de 10,7% a 50 anos é duas vezes maior do que
40,5% em mulheres. aos 30, 40 anos. Embora acome-
ta mais o sexo masculino, mulheres
No Brasil, a prevalência da SM ain-
com ovários policísticos estão sujei-
da é desconhecida, pois não existem
tas a desenvolver a síndrome meta-
estudos publicados com dados re-
bólica, mesmo sendo magras.
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3. ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
MAPA MENTAL FISIOPATOLOGIA

Adipócito visceral: diminuição da Redução da secreção de adipo-


capacidade de armazenar ácidos nectina e aumento de resistina,
graxos e aumento da secreção IL-6, angiotensina I e II, TNF-alfa
de citocinas inflamatórias e aumento do tônus simpático

Excesso de
ácidos graxos
livres
Aumento da Aumento da
viscosidade do sensibilidade
hipertrigliceri- sangue ao sal
demia Excesso de
citoninas
Aumento HAS
do risco
Hiperglicemia/ cardiovascular
Estimula Resistência Retenção renal
glicogênese insulínica de sódio

Embora o mecanismo fisiopatológi- medida da circunferência da cintura,


co de base da SM seja controverso, a está relacionado a diversos proble-
hipótese etiológica identifica a resis- mas metabólicos plasmáticos.
tência à insulina e a produção exces-
siva de ácidos graxos consequentes
a uma obesidade visceral ou central
como os componentes-chave dessa
doença metabólica que levará o indi-
víduo a apresentar DM2, hipertensão
arterial e doenças cardiovasculares
em fases posteriores da vida. Figura 1: Paciente apresentando gordura visceral ou
central, com o corpo em formato de “maçã”.
A obesidade visceral ou central (ab- Disponível em: https://www.mundoboaforma.com.br
dominal) é caracterizada por uma dis-
tribuição da gordura corporal do tipo
androide, ou seja, conhecida como • Hipersensibilidade aos glicocorti-
corpo em formato de “maçã”, repre- cóides;
sentando o aspecto principal da SM. • Elevados níveis plasmáticos de
Ao contrário da gordura subcutânea, glicose que induzem o pâncreas a
o acúmulo de gordura visceral, que liberar excesso de insulina (hipe-
pode ser facilmente estimado pela rinsulinemia) que, a longo prazo,
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culmina com resistência à insulina Já insulina liga-se a um receptor de


e diabetes mellitus tipo II; membrana desencadeando os seus
• Aumento da secreção de angio- efeitos intracelulares. Os efeitos me-
tensina que pode aumentar o risco tabólicos imediatos da insulina in-
de hipertensão; cluem: aumento da captação da gli-
cose (especialmente pelo músculo e
• Aumento da secreção de interleu- tecido adiposo), aumento da síntese
cina-6 (IL-6), citocina inflamatória; de proteínas e ácidos graxos, blo-
• Aumento de triglicerídeos (TG) queio da produção hepática de glico-
que pode comprometer a visco- se, proteólise e lipólise.
sidade sanguínea, aumentando o Os adipócitos grandes e hipertrofia-
risco cardiovascular; dos, presentes no tecido visceral e
• Redução do colesterol HDL, fun- omental, parecem ser uma fonte es-
damental para realizar o trans- pecífica de aumento dos AGL, pois
porte reverso do colesterol e que secretam grandes quantidades de fa-
apresenta também efeitos anti-in- tor de necrose tumoral alfa (TNF-alfa)
flamatórios, antioxidantes e vaso- e estimulam a atividade de enzimas
dilatadores (aumenta a síntese de que rompem as gotículas de gordura
óxido nítrico pelo estímulo da iso- intracelulares (caspases), acentuando
forma endotelial da enzima sintase a lipólise. Desse modo, a RI parece ser
do óxido nítrico) um fenômeno secundário à gordura
visceral, uma vez que o aumento dos
AGL na circulação diminui a sinaliza-
Alguns autores defendem a hipóte-
ção insulínica, ao ativar serina-quina-
se de que a resistência à insulina (RI),
ses, levando à fosforilação em serina
juntamente com outras disfunções
dos substratos do receptor de
metabólicas, se inicie no adipócito.
insulina (IRS) 1 e 2. Isso reduz
Durante a alimentação, o adipóci-
a expressão gênica do GLUT 4
to estoca triglicérides
no músculo esquelético e
(TG) e, no jejum, hidro-
o transporte de glico-
lisa os a ácidos graxos
se no músculo, assim
livres (AGL) e glicerol,
como a síntese hepáti-
para que sejam capta-
ca e muscular de glicogênio.
dos e oxidados pelos tecidos pe-
riféricos. Existe um equilíbrio dinâ- A oferta maior de lipídios aos te-
mico entre a liberação dos TG na cidos periféricos também acarreta
circulação e a utilização pelos teci- complicações crônicas, como a es-
dos periféricos. teatose tecidual (em fígado, mús-
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culos e pâncreas), em virtude do excretadas pelos rins. Esses eventos


acúmulo de ácidos graxos de cadeia causam hipertrigliceridemia, aumento
longa, acetil-coenzima A e cerami- de LDL e redução das concentrações
das nos tecidos, fenômeno conhe- do HDL, caracterizando a dislipide-
cido como lipotoxicidade. Nos indi- mia aterogênica.
víduos geneticamente predispostos, Na obesidade, há ainda a redução da
a esteatose das ilhotas pancreáticas secreção de adiponectina e aumento
acarreta a apoptose das células beta, de resistina, IL-6, angiotensina I e II,
compromete a secreção de insulina, TNF-alfa e aumento do tônus simpá-
levando ao DM2 ao longo dos anos. tico, eventos que também interferem
Recentemente, uma nova hipótese na sinalização insulínica e elevam a
surgiu, ligando a microbiota intesti- pressão arterial. A hiperinsulinemia
nal a obesidade, DM2 e RI. A dieta compensatória à RI contribui para
rica em gorduras saturadas muda a a retenção renal de água e sódio e
composição da flora intestinal, fa- hipertensão diastólica, proliferação
vorecendo a proliferação de bacté- da camada médio-intimal das arté-
rias que apresentam mais lipopolis- rias e alterações proinflamatórias e
sacárides na sua membrana. Essas protrombóticas, com aumento de se-
substâncias podem desencadear um creção de PAI-I e fibrinogênio. Outro
processo inflamatório, estimulando fator que contribui para elevar a PA é
os receptores do sistema imune ina- a apneia obstrutiva do sono, decor-
to toll like receptors (TLR), presentes rente da hipóxia do sistema nervoso
na mucosa intestinal. Em camundon- central (SNC).
gos, foi demonstrado que induzem a
expressão de citocinas inflamatórias
(TNF-alfa e IL-6) e a RI, além de al-
4. QUADRO CLÍNICO
terar o metabolismo dos AGL, cau-
sando lipotoxicidade e esteatose te- O quadro clínico da síndrome meta-
cidual (fígado, pâncreas e músculo bólica é constituído de sinais e sinto-
esquelético). mas que são consequência das doen-
Quanto à dislipidemia, diante do ex- ças associadas ao quadro. Podemos
cesso de triglicerídeos (TG) circulante, observar acrocórdons (tumorações
seja pelo aumento da ingesta calórica em região de pescoço), acantose ni-
ou pela resistência insulínica, há um gricans, polidipsia, poliúria, dores arti-
estímulo à síntese hepática de lipo- culares, alterações menstruais, dimi-
proteínas ricas em TG, como as LDL nuição da libido, síndrome da apneia
pequenas, densas, e as HDL ricas do sono, cefaleia, mal estar, cansaço,
em TG, que são disfuncionais, sendo tonturas, zumbidos.
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MAPA MENTAL - QUADRO CLÍNICO

Dores de cabeça, mal estar em


Polidipsia
geral, cansaço, tonturas e zumbidos
Acrocórdons e Alcantose Nigricans

Doenças cardiovasculares
Alterações do exame cardíaco

LDL ⬆
HDL ⬇
TRIGLIC ⬆ Diminuição do libído
Alterações menstruais
Poliúra
GLICOSE ⬆
Dores articulares

É possível ainda observar complica- • Aumento do risco de câncer (o te-


ções relacionadas à obesidade e à cido adiposo possui aromatase,
síndrome metabólica, como: elevando estrógeno, além de au-
• Esteatose hepática (que pode le- mentar também insulina, devido
var a hepatite e cirrose hepática) a resistência insulínica, e aumento
de adipocinas)
• Diabetes mellitus (pâncreas vai a
falência) • Mama, ovário, endométrio, rim,
bexiga, próstata, esôfago, estô-
• Aterosclerose facilitada pela disli- mago, fígado, vesícula, pâncre-
pidemia e pela hipertensão, levan- as, cólon, reto, tireoide e mieloma
do a doenças como doença arterial múltiplo.
obstrutiva periférica (DAOP), infar-
to agudo do miocárdio, acidente
vascular encefálico
• Osteoartrite (devido à sobrecarga
articular pelo aumento de peso)
• Hiperuricemia
• Asma
• Nefropatia por obesidade Figura 2: Acantose nigricans, em axila e pescoço.
Disponível em: https://www.tuasaude.com
• Nefropatia diabética
• Síndrome do ovário policístico
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SE LIGA!
ACANTOSE
NIGRICANS
É uma doen-
ça da pele,
caracterizada por hiperqueratose
(excesso de queratina) e hiperpig-
mentação (lesões de cor cinza e
Figura 3: Acrocódons em região cervical. Disponível engrossadas, que dão um aspecto
em: https://tratamentoestetico.com.br/acrocordons/ verrugoso). É frequentemente asso-
ciada à obesidade e endocrinopa-
tias, e acredita-se que está associa-
da a SM devido ao efeito da insulina
circulante excessiva em querati-
nócitos ou fibroblastos dérmicos.
Embora possa ocorrer em qualquer
local da superfície corpórea, a área
mais atingida é a região posterior do
pescoço, seguida pelas axilas, face
lateral do pescoço e superfícies fle-
xoras dos membros.

Figura 4: Paciente com hiperuricemia, apresentando


gota.Disponível em: http://www.conocersalud.com
Embora não haja uma boa definição
para a SM, existem diversos fatores
de risco que estão fortemente asso-
5. DIAGNÓSTICO ciados a uma elevada morbimortali-
A obesidade é o fator de risco mais dade cardiovascular. Existem diferen-
importante para o desencadeamen- tes formas de se avaliar a presença ou
to da SM. Especial- não de SM, dentre eles
mente em pacientes citamos os critérios da
com acantose nigri- NCEP-ATP III, do IDF
cans, achado clínico e da OMS. Confi-
característico da re- ra na tabela abaixo
sistência insulínica, os diferentes con-
devem ser avalia- ceitos e formas de
dos quanto à pre- avaliação da sín-
sença de SM. drome metabólica
nos pacientes.
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NCEP – ATP III IDF OMS


De acordo com sexo e etnia (cintura):
Asiáticos:
• Homens: até 85 cm
Cintura/quadril
• Mulheres: até 90cm
Cintura Mulheres:0,85cm
• Europeus:
Obesidade Mulheres: > 88cm Homens:0,9cm
• Homens: até 94 cm
Homens: > 102cm OU
• Mulheres: até 80cm
IMC>30kg/m2
• Sul americanos:
• Homens: até 90 cm
• Mulheres: até 80cm
HbA1c: 5,7%
GJ≥ 110mg/dl ou em
Perfil glicêmico GJ≥ 100mg/dl ou em tratamento TOTG: 140mg/dl
tratamento
GJ: 100mg/dl
≥130 x 85mmHg ou em ≥140 x 90mmHg ou
Pressão Arterial ≥130 x 85mmHg ou em tratamento
tratamento em tratamento
Triglicérides:
>150mg/dl ou em
Triglicérides: >150mg/dl Triglicérides: >150mg/dl ou em trata-
tratamento
ou em tratamento mento
HDL:
Perfil lipídico HDL: HDL:
• Homens: <35 mg/
• Homens: <40 mg/dl • Homens: <40 mg/dl
dl
• Mulheres: <50 mg/dl • Mulheres: <50 mg/dl
• Mulheres: <40
mg/dl
Microalbuminúria >
30mg/gr Cr
Tabela 2: Diagnóstico de Síndrome metabólica

Para fechar o diagnóstico


• A OMS, faz-se necessária a resistência à insulina associada a mais dois ou-
tros fatores.
• O NCEP- ATPIII preconiza a presença de três dos componentes, sem priori-
zar nenhum deles em especial
• O IDF, torna-se obrigatória a medida da circunferência abdominal alterada,
além de mais dois outros fatores.

SE LIGA! A circunferência abdominal, medida no meio da distância entre a crista ilíaca e


o rebordo costal inferior, por ser o índice antropométrico mais representativo da gordura
intra-abdominal e de aferição mais simples e reprodutível.]
Já os critérios diagnósticos para SM em crianças são de acordo com três importantes en-
tidades médicas: International Diabetes Federation (IDF), National Cholesterol Education
Program/Adult Trial Panel III (NCEP-ATP III) e American Heart Association (AHA). Que
seguem os padrões abaixo:
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• NCEP-ATP III: 3 dos 5 critérios


• AHA: obesidade central (cintura abdominal aumentada) + 2 critérios no
• mínimo

• IDF: obesidade central (cintura abdominal aumentada) + 2 critérios no mínimo

Tabela 3: Diagnóstico de síndrome metabólica em crianças e adolescentes

É importante a investigação clínica e durosa não-alcoólica, hiperuricemia,


laboratorial para se confirmar o diag- história familiar de hipertensão, dia-
nóstico de síndrome metabólica. betes e doença cardiovascular, uso
Na história clínica do pacien- de medicamentos hiperglicemiantes
te, deve-se procurar por são alarmantes e indicam melhor ex-
fatores de risco como: ploração para a síndrome dentro dos
idade, tabagismo, prá- exames laboratoriais e do exame fí-
tica de atividade física, sico, principalmente o exame cardio-
história pregressa de hi- vascular e a pesquisa de alcantose
pertensão, diabetes, dia- nigrans.
betes gestacional, doença ar-
terial coronariana, acidente SE LIGA! Dentre os medicamentos
vascular encefálico, hiperglicemiantes podemos citar os
síndrome de ová- corticosteroides, betabloqueadores
e os diuréticos.
rios policísticos (SOP),
doença hepática gor-
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No exame físico do paciente, é ne- Dentre os exames laboratoriais que


cessário para o diagnóstico de SM: são importantes para o diagnóstico
• Aferir a pressão arterial – no míni- de SM, podemos citar:
mo duas medidas por con- • Perfil glicêmico: glicemia de jejum,
sulta, com o paciente teste oral de tolerância a glicose,
sentado, após 5 minu- hemoglobina glicada
tos de repouso. • Perfil lipídico: HDL e triglicérides
• Medida da circun- Lembrando que os critérios
ferência abdominal para diagnóstico de SM são
• Peso e estatura diferentes conforme expli-
• Exame da pele cado na tabela 2.

• Exame cardiovascular

MAPA MENTAL - DIAGNÓSTICO

IDF OMS

PA ≥ 130 x Cintura PA ≥140 x


85mmHg ou em Asiáticos: 90mmHg ou em Cintura/quadril
tratamento H>85cm/ tratamento Mulheres:0,85cm
M>90cm Homens:0,9cm
Glicemia jejum Europeus: TG >150 ou OU IMC>30kg/m2
≥ 100mg/dl ou H >94cm / em tratamento/
em tto M>80CM HDL: H <35 e M
Sul americanos: <40 Microalbuminúria
H>90cm / > 30mg/gr Cr
TG >150 ou
M>80cm
em tratamento/ HbA1c: 5,7%
HDL: H <40 e M TOTG: 140mg/dl
<50 GJ: 100mg/dl
DIAGNÓSTICO

NCEP – ATP III


Avaliação clínica
PA ≥130 x TG >150 ou
85mmHg ou em em tratamento/
Aferir PA, medir circunferência
tratamento HDL: H <40 e M
abdominal, pele, peso, estatura e
<50
ex. cardiovascular

GJ≥ 110mg/ Cintura


Mulheres: > Avaliação laboratorial
dl ou em
tratamento 88cm
Homens: > HDL, triglicérides, glicemia em
102cm jejum, TOTG, hBA1C
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te do problema em crianças em idade


6. PREVENÇÃO escolar, em adolescentes e nos es-
tratos de mais baixa renda. A adoção
De acordo com a Organização Mun-
precoce por toda a população de es-
dial de Saúde, os fatores de risco
tilos de vida relacionados à manuten-
mais importantes para a morbimorta-
ção da saúde, como dieta adequada
lidade relacionada às doenças crôni-
e prática regular de atividade física,
cas não-transmissíveis (DCNT) são:
preferencialmente desde a infância, é
hipertensão arterial sistêmica, hiper-
componente básico da prevenção da
colesterolemia, ingestão insuficiente
SM.
de frutas, hortaliças e leguminosas,
sobrepeso ou obesidade, inativida- A alimentação adequada deve:
de física e tabagismo. Cinco desses • Permitir a manutenção do balanço
fatores de risco estão relacionados à energético e do peso saudável.
alimentação e à atividade física e três • Reduzir a ingestão de calorias sob
deles têm grande impacto no apare- a forma de gorduras, mudar o con-
cimento da síndrome metabólica. sumo de gorduras saturadas para
A predisposição genética, a alimenta- gorduras insaturadas, reduzir o
ção inadequada e a inatividade física consumo de gorduras trans (hidro-
estão entre os principais fatores que genada).
contribuem para o surgimento da SM, • Aumentar a ingestão de frutas,
cuja prevenção primária é um desafio hortaliças, leguminosas e cereais
mundial contemporâneo, com impor- integrais.
tante repercussão para a saúde. Des-
taca-se o aumento da prevalência da • Reduzir a ingestão de açúcar li-
obesidade em todo o Brasil e uma vre33; reduzir a ingestão de sal
tendência especialmente preocupan- (sódio) sob todas as formas.
SÍNDROME METABÓLICA

E é recomendado seguir a seguinte composição:

Quadro 1: Composição do plano alimentar recomendado para a síndrome metabólica


Disponível em: I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica
SÍNDROME METABÓLICA

A atividade física é determinante do gasto de calorias e funda fundamental para o balanço energético e controle do
peso. A atividade física regular ou o exercício físico diminuem o risco relacionado a cada componente da SM e trazem
benefícios substanciais também para outras doenças (câncer de cólon e câncer de mama). Baixo condicionamento
cardiorrespiratório, pouca força muscular e sedentarismo aumentam a prevalência da SM em três a quatro vezes. O
exercício físico reduz a pressão arterial, eleva o HDL-colesterol e melhora o controle glicêmico. Com duração mínima
de 30 minutos, preferencialmente diário, incluindo exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular, o exercício físico
previne a SM em uma relação dose-efeito apropriada para o grupo etário. A seguir temos a tabela de exercícios reco-
mendados pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e tratamento da Síndrome Metabólica:

Quadro 2: Recomendações de exercício físico na síndrome metabólica


Disponível em: I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica
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A melhora de hábitos de vida deve contemplar a redução do tempo de lazer


passivo (televisão, jogos eletrônicos, atividades em computadores etc.) (C, 4). O
tabagismo deve ser agressivamente combatido e eliminado, pois eleva o risco
cardiovascular (A, 1A). Programas educativos que abordem as medidas pre-
ventivas em escolas, clubes, empresas e comunidades podem contribuir para a
prevenção da síndrome metabólica.

7. TRATAMENTO

PREVENÇÃO TRATAMENTO

Eliminar o Tratamento
tabagismo para HAS

Reduzir Tratamento
tempo de para DM
lazer passivo
Tratamento
Prática regular para MEDICAMENTOSO
de atividade Dislipidemia
física
Tratamento
Alimentação para
adequada Obesidade

Resposta
insuficiente ou CIRURGIA
inadequada

Mapa mental tratamento e prevenção

Tratamento Medicamentoso da enzima conversora da angiotensina


Hipertensão Arterial (IECA), antagonistas do receptor AT1
O tratamento medicamentoso da hi- da angiotensina II (BRA), antagonis-
pertensão arterial na síndrome me- tas de canais de cálcio e vasodilata-
tabólica tem como objetivo reduzir a dores diretos. Entretanto, ao térmi-
morbidade e a mortalidade cardio- no de grande parte dos estudos que
vascular e renal, além de prevenir o avaliaram o controle da pressão arte-
agravamento metabólico. Esses be- rial (PA), a maioria dos pacientes utili-
nefícios podem ser alcançados em zou associação dos hipotensores.
pacientes tratados com diuréticos, Sendo a síndrome metabólica cons-
inibidores adrenérgicos, inibidores da tituída de inúmeros fatores de risco
SÍNDROME METABÓLICA 17

cardiovascular, deve-se considerar o a serem seguidos para o tratamento


tratamento farmacológico da hiper- farmacológico da hipertensão arterial
tensão arterial nela presente a partir na SM e, sintetizados, os principais
de 140/ 90mmHg ou 130/85mmHg anti-hipertensivos utilizados no Bra-
na presença de diabetes mellitus. sil que podem ser utilizados nos in-
divíduos com SM, considerando suas
Meta de redução da pressão arterial particularidades. Como por exemplo
Redução da pressão arterial para ci- acontece com os diuréticos que pos-
fras inferiores a 130mmHg/ 85mmHg suem eficácia comprovada na redu-
pode ser útil em pacientes com eleva- ção da morbidade e da mortalidade
do risco cardiovascular. Nos pacientes cardiovascular ou os antagonistas do
diabéticos, recomenda-se reduções receptor AT1 da angiotensina II que
da pressão arterial para níveis inferio- são nefroprotetores.
res a 130/80mmHg e para os pacien-
tes com proteinúria maior que 1g/24h, • Ser eficaz por via oral
• Ser bem tolerado pelo paciente
cifras inferiores a 120/75mmHg de- • Permitir a administração do menor
verão ser a meta. número possível de tomadas diárias,
com preferência para aqueles com
Para os pacientes portadores de do- posologia de dose única diária
ença cardiovascular estabelecida e • Iniciar o tratamento com as menores
doses efetivas preconizadas para
com idade superior a 50 anos, reco- cada situação clínica, podendo
menda-se atingir essa meta em me- ser aumentadas gradativamente
nos de seis meses. Para isso, pode (considerar que quanto maior a dose,
maiores são as probabilidades de
ser utilizada a maioria dos hipoten- surgirem efeitos indesejáveis)
sores, não havendo diferenças entre • Considerar o uso combinado de
medicamentos anti-hipertensivos
eles em relação aos benefícios car- • Respeitar um período mínimo de 4
diovasculares. semanas, salvo em situações especiais,
para proceder ao aumento da dose,
MAPA MENTAL - METAS DA PRESSÃO ARTERIAL à substituição da monoterapia ou à
mudança da associação de fármacos
< 130x
• Instruir o paciente sobre a doença,
< 130x < 120x
85mmHg sobre a necessidade do tratamento
80mmHg 75mmHg
continuado, sobre os efeitos colaterais
dos medicamentos utilizados e sobre a
Paciente Paciente Paciente com planificação e os objetivos terapêuticos
com risco CV diabético proteinúria • Considerar as condições
elevado maior que socioeconômicas do paciente
1g/24hs

Quadro 3: Princípios gerais do tratamento


Tratamento farmacológico farmacológico da hipertensão arterial
Nos quadros abaixo encontram-se,
respectivamente, os princípios gerais
SÍNDROME METABÓLICA 18

NÚMERO
POSOLOGIA
POSOLOGIA DE
MEDICAMENTOS MÁXIMA
MÍNIMA (MG) TOMADAS/
(MG)
DIA
Clortalidona 12,5 25 1
Hidroclorotiazida 12,5 50 1
Tiazídico
Indapamida 2,5 5 1
Indapamida SR 1,5 3 1
Bumetamida 0,5 ** 1-2
Diuréticos De alça Furosemida 20 ** 1-2
Piretanida 6 12 1
Amilorida (em associação) 2,5 5 1
Popupadores de Espironolactona 50 100 1-3
potássio Triantereno (em associa- 50 150 1
ção)
Alfametildopa 250 1.500 2-3
Clonidina 0,1 0,6 2-3
Ação central Guanabenzo 4 12 2-3
Moxonidina 0,2 0,4 1
Rilmenidina 1 2 1
Alfa-1 Doxazosina(urodinâmica) 2 4 2-3
bloqueadores Prazosina 1 10 2-3
Inibidores adre-
Trimazosina (urodinâmica) 2 10 2-3
nérgicos

Beta- Atenelol 25 100 1-2


bloqueadores Bisoprolol 2,5 10 1-2
Metoprolol 50 200 1-2
Nadolol 20 80 1-2
Propranolol 40 240 2-3
Pindolol (com ASI) 2 20 1-3
Vasodilatadores Hidralazina 50 200 2-3
diretos Minoxidil 2,5 40 2-3
Fenilalquilaminas Verapamil Coer* 120 360 1
Verapamil Retard 120 480 1-2

Benzotiazepinas Diltiazem SR* ou CD*1 20 360 1-2

Diidropiridinas Amlodipina 2,5 10 1


Antagonistas Felodipina 5 20 1
do canal de Isradipina 2,5 10 2
cálcio Lacidipina 4 8 1-2
Nifedipina Oros* 30 60 1
Nifedipina Retard* 20 40 1-2
Nisoldipina 10 30 1
Nitrendipina 20 40 2-3
Lercanidipina 10 20 1
Manidipina 10 20 1
SÍNDROME METABÓLICA 19

NÚMERO
POSOLOGIA
POSOLOGIA DE
MEDICAMENTOS MÁXIMA
MÍNIMA (MG) TOMADAS/
(MG)
DIA
Benazepril 5 20 1-2
Captopril 25 150 2-3
Cilazapril 2,5 5 1-2
Delapril 5 30 1-2
Inibidores da
Enalapril 5 40 1-2
enzima conver-
Fosinopril 10 20 1-2
sora da angio-
Lisinopril 5 20 1-2
tensina
Quinapril 10 20 1
Perindopril 4 8 1
Ramipril 2,5 10 1-2
Trandolapr 2 4 1
Candesartana 8 16 1
Antagonistas IIbesartana 150 300 1
do receptor AT1 Losartana 50 100 1
da angiotensi- Olmesartana 20 40 1
na II Telmisartana 40 80 1
Valsartana 80 160 1
* Retard, SR, CD, Coer, Oros – Referem-se a preparações farmacêuticas de liberação lenta — ação prolonga-
da; ** Variável – de acordo com a indicação clínica ASI – Atividade simpatomimética intrínseca

Quadro 4. Agentes anti-hipertensivos disponíveis no Brasil


Disponível em: I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica

Associação de hipotensores e es- antagonistas dos canais de cálcio e


quema terapêutico betabloqueadores; antagonistas dos
A associação de anti-hipertensivos canais de cálcio e IECA. Para os ca-
deve obedecer à premissa de não se sos de hipertensão resistente à dupla
associar fármacos com mecanismos terapia, podem-se associar três ou
similares de ação. Esta associação mais medicamentos. Nessa situação,
pode ser feita mediante o emprego de o uso de diuréticos é fundamental.
hipotensores em separado ou combi- O esquema terapêutico abaixo deve
nados em doses fixas. estar centrado na meta da redução
As seguintes associações de classes da pressão arterial em curto prazo de
distintas de anti-hipertensivos são tempo (de três a seis meses), utilizan-
atualmente reconhecidas como efi- do-se a monoterapia ou a associação
cazes: betabloqueadores e diuréticos; de fármacos.
IECA e diuréticos; BRA e diuréticos;
SÍNDROME METABÓLICA 20

MAPA MENTAL - TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Esquema terapêutico para hipertensivos em


pacientes com síndrome metabólica

MONOTERAPIA ASSOCIAÇÃ DE FÁRMACOS

Estágio 1 Classes distintas em baixas doses,


Diurético principalmente para os Estágios
Betabloqueador 2e3
Inibidor da ECA
Antagonista do canal de cálcio
Antagonista do receptor AT1 da AII

RESPOSTA INADEQUADA OU EFEITOS ADVERSOS

Aumentar
Substituir a Adicionar Trocar a Trocar a
Aumentar a dose a dose da
monoterapia 2º fármaco associação associação
associação

RESPOSTA INADEQUADA

Adicionar outros anti-hipertensivos

Tratamento Medicamentoso do epidemiológicos sustentam a hipóte-


Diabetes mellitus se de uma relação direta e indepen-
Quando os pacientes com hipergli- dente entre os níveis sanguíneos de
cemia não respondem ou deixam de glicose e a doença cardiovascular.
responder adequadamente às me- Sendo assim, o tratamento deve ob-
didas não-medicamentosas, devem jetivar a normoglicemia e a sua ma-
ser inseridos um ou mais agentes an- nutenção em longo prazo.
tidiabéticos, com a finalidade de con-
Antidiabéticos orais
trolar a glicemia e promover a queda
da hemoglobina glicada. Antidiabéticos orais são substân-
cias que têm a finalidade de baixar
O diagnóstico de Diabetes Mellitus
e manter a glicemia normal (Jejum
(DM) deve ser confirmado pela repe-
<110mg/dL e pós sobrecarga <140
tição do teste depois de um primeiro
mg/dL). Sob esse conceito amplo, de
com valores alterados, a não ser que
acordo com o mecanismo de ação
haja hiperglicemia inequívoca com
principal, os antidiabéticos orais po-
descompensação metabólica aguda
dem ser separados em medicamen-
ou sintomas óbvios de DM. Estudos
SÍNDROME METABÓLICA 21

tos que: reduzem a velocidade de cemia de jejum for superior a 150mg/


absorção de glicídios (inibidores da dL, mas inferior a 270mg/dL, a indica-
alfa-glicosidases), diminuem a pro- ção da monoterapia antidiabética oral
dução hepática de glicose (biguani- dependerá do predomínio entre insuli-
das), aumentam a sua utilização pe- no-resistência ou insulino-deficiência.
riférica (glitazonas) e incrementam Na maioria das vezes, é verificado no
a secreção pancreática de insulina início clínico do diabetes, a presença
(sulfoniluréias e glinidas). No entanto, de obesidade, hipertrigliceridemia,
com finalidade prática, os antidiabéti- HDL colesterol baixo, hipertensão
cos orais podem ser classificados em arterial, entre outros estigmas obser-
duas categorias: os que não aumen- vados na síndrome metabólica. Eles
tam a secreção de insulina – anti-hi- indicam a presença de resistência à
perglicemiantes e os que aumentam insulina e, neste caso, são mais apro-
a secreção de insulina – hipoglice- priadas as drogas anti-hiperglice-
miantes. miantes, que irão melhorar a atuação
A escolha do medicamento vai de- da insulina endógena, com melhor
pender dos valores das glicemias no controle metabólico, evitando ganho
jejum e pós-prandial da hemoglobina ponderal excessivo. Já a associação
glicada, do peso, da idade, de com- perda de peso e hiperglicemia, reve-
plicações e doenças associadas. la a deficiência de insulina. Nesta cir-
Ainda, as possíveis cunstância, os medicamentos secre-
interações com tagogos devem ser os mais indicados.
outros medica- Para aqueles pacientes com glicose
mentos já usa- de jejum normal ou próximo do nor-
dos, reações mal, mas com hemoglobina glicada
adversas e as acima do normal, está indicado o uso
contra indi- de drogas que atuem mais na glice-
cações de- mia pós-prandial (acarbose ou glini-
verão ser das). Com os anos de doença, ocorre
analisadas. redução na capacidade secretória de
Com glice- insulina pela célula beta e a mono-
mia inferior a terapia pode falhar na manutenção
150mg/dL, es- do bom controle metabólico. Assim,
tão indicados os há necessidade de combinar medi-
medicamentos que camentos orais com mecanismos de
não promovam aumento na ação diferentes e, algumas vezes, há
secreção de insulina, principalmente que acrescentar uma terceira droga
se o paciente for obeso. Quando a gli- oral. Neste momento, é importante a
SÍNDROME METABÓLICA 22

análise do custo-benefício do tratamento, já que a introdução de insulina pode


ser também eficaz, e com menor custo. Na combinação terapêutica é importante
conhecer o poder redutor glicêmico adicional da segunda ou terceira droga oral
utilizadas.
Por outro lado, o paciente pode comparecer na primeira consulta, no princípio do
diabetes, quando predomina a insulino-resistência ou então com muitos anos
de evolução da enfermidade quando a principal característica é a insulinopenia.
A melhor terapia vai depender muito da capacidade secretória do seu pâncreas.

MAPA MENTAL - – TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DIABETES MELLITUS

1ª 2ª
FASE FASE

FASE

FASE

Metformina Combinação ou Combinação com Insulinização plena


Rosiglitazona monoterapia com insulina noturna – Opcional manter
Pioglitazona Sufoniluréias sensizibilizador de
Acarbose Repaglinida insulina
Nateglinida
Fases de secreção de insulina na evolução do Diabetes mellitus tipo 2 – reflexos no tratamento

1ª 3ª
Na fase 1, período inicial Na fase 3, com a progres-
do DM tipo 2 caracteriza- são da perda de secreção
do por obesidade com in- da insulina, é necessário
FASE FASE
sulino-resistência, a me- associar aos agentes orais,
lhor indicação são os medicamentos uma injeção de insulina de depósito,
que não aumentam a secreção de antes de o paciente dormir.
insulina.


Por fim, na fase 4, quando


Na fase 2, com diminui- predomina a insulinopenia,
ção de secreção de insu- o paciente deve receber
FASE
lina, é correta a indicação pelo menos duas aplica-
FASE de um secretagogo, que ções de insulina de depósito, NPH ou
pode entrar ou em combinação ou lenta: uma antes do desjejum e a ou-
em monoterapia. tra antes do jantar ou ao dormir, isola-
SÍNDROME METABÓLICA 23

das ou combinadas com uma insulina nado no tratamento pode reduzir as


rápida ou ultra-rápida. Nesta fase 4, doses de insulina e auxiliar na melho-
um agente oral sensibilizador combi- ra do controle metabólico.
REDUÇÃO REDU- OUTROS
MECANISMO CONTRA- EFEITOS
MEDICAMENTOS DA GLICEMIA ÇÃO DE EFEITOS
DE AÇÃO -INDICAÇÃO COLATERAIS
DE JEJUM A1C (%) BENÉFICOS
SULFONILURÉIAS
(Posologia mg) 1 a
2 tomadas/dia Hipoglice-
• Clorpropamida mia e ganho
(125 a 500) ponderal
• Glibenclamida (Clorpropa-
Gravidez,
(2,5 a 20) Aumento da mida favorece
insuficiên-
• Glipizida (2,5 secreção de 60-70mg/dl 1,5 – 2,0 o aumento -
cia renal ou
a 20) insulina da pressão
hepática
• Gliclazida (40 a arterial e
320) não protege
• Gliclazida MR contra retino-
(30 a 120) patia)
• Glimepirida (1
a 8)
METIGLINIDAS
Redução do
(Posologia mg) – 3
Hipoglicemia espessamen-
tomadas/dia Aumento da
e ganho de to médio-
• Repaglinida secreção de 20-30 mg/dl 0,7 – 1,0 Gravidez
peso ponderal -intimal
(0,5-1,6) insulina
discreto carotídeo
• Nateglinida
(Repaglinida)
(120 a 360)
Diminuição
Reduz a de eventos
Gravidez,
produção cardiovascu-
BIGUANIDAS insuficiência
hepática de lares, pre-
• (posologia mg) renal, hepáti- Desconforto
glicose com venção de
2 tomadas/dia 60-70mg/dl 1,5 – 2,0 ca, cardíaca, abdominal,
menor ação DM2, melho-
• Metformina pulmonar diarreia
sensibiliza- ra do perfil
(1000 a 2550) e acidose
dora da ação lipídico,
grave
insulínica diminuição
do peso

CONTINUA ⬇
SÍNDROME METABÓLICA 24

REDUÇÃO REDU- OUTROS


MECANISMO CONTRA- EFEITOS
MEDICAMENTOS DA GLICEMIA ÇÃO DE EFEITOS
DE AÇÃO -INDICAÇÃO COLATERAIS
DE JEJUM A1C (%) BENÉFICOS
Diminuição
de eventos
cardiovas-
INIBIDORES DA culares,
ALFA-GLICOSI- prevenção
DASE Retardo da Meteorismo, de DM2,
(Posologia mg) – 3 absorção de 20-30mg/dl 0,7-1,0 Gravidez flatulência e melhora do
tomadas/dia carboidratos diarreia perfil lipídi-
• Acarbose (50- co, redução
300) do espessa-
mento mé-
dio-intimal
carotídeo
Prevenção
Aumento da de DM2, me-
GLITAZONAS
sensibilidade lhora do per-
(Posologia mg) – 1 Insuficiên-
à insulina fil lipídico,
tomada/dia cia cardíaca
no músculo, Edema, ane- redução do
• Rosiglitazona classe III e IV,
adipócito e 35-45 mg/dl 1,0-1,2 mia, ganho espessamen-
(2 a 8) insuficiência
hepatócito ponderal. to médio-in-
• Pioglitazona hepática ,
(sensibili- timal carotí-
(15 a 45) gravidez
zadores da deo, redução
insulina) hepática de
gordura
Tabela 4: Tratamento medicamentoso do diabetes mellitus

Metas glicêmicas na síndrome me-


tabólica rol e níveis elevados de triglicérides.
Embora a elevação do LDL-coleste-
MAPA MENTAL - METAS GLICÊMICAS (mg/dl) rol não seja considerada como um
dos critérios diagnósticos da SM, os
HbA1C no
JEJUM Pós prandial diabetes portadores desta síndrome apresen-
tam alteração da densidade e do ta-
< limite manho das partículas dessa lipopro-
< 110 < 140 superior do
método teína, predominando o padrão tipo B
(LDL pequena e densa). Esta asso-
Tratamento Medicamentoso da ciação é denominada de dislipidemia
Dislipidemia aterogênica.
Na síndrome metabólica (SM), a dis- Diversos estudos demonstram que
lipidemia caracteriza-se pela presen- os portadores de SM apresentam
ça de níveis baixos de HDL-coleste- um risco elevado de doença cardio-
SÍNDROME METABÓLICA 25

vascular (DCV) quando comparados cada paciente e o custo-benefício do


àqueles sem SM; o risco individual de tratamento.
eventos dependerá da presença e da
intensidade dos diversos componen-
tes desta síndrome e da associação Estatinas
com outros fatores de risco. As estatinas devem ser consideradas
Estudos prospectivos mostram que o como tratamento de primeira linha da
risco de DCV pode aumentar subs- dislipidemia na síndrome metabólica
tancialmente dependendo do sexo, devido à existência de maiores evi-
da idade e da presença de outros fa- dências relacionando-as à redução
tores de risco tais como diabetes tipo da morbimortalidade cardiovascular.
2, doença aterosclerótica prévia, ní- Tem como efeito inibição da HMG-
veis elevados de LDL-colesterol, ta- -CoA redutase, reduzindo a síntese
bagismo e história familiar de doença de colesterol e aumentando a ex-
coronariana precoce. A abordagem pressão hepática dos receptores da
dos indivíduos portadores de SM tem LDL e, conseqüentemente, a capta-
como objetivo a prevenção dos even- ção dessa lipoproteína e das VLDL
tos cardiovasculares, representados pelo hepatócito. Também, bloqueiam
principalmente pela doença arterial a síntese hepática de triglicérides.
coronariana e pelo acidente vascular Dessa forma, resulta em diminuição
encefálico. Em relação à dislipidemia, do colesterol total, do LDL-colesterol
as metas lipídicas a serem alcança- e dos triglicérides, além do aumento
das com o tratamento deverão levar no HDL-colesterol.
em consideração o risco individual de

REDUÇÃO % MÉ- REDUÇÃO % MÉ- ELEVAÇÃO


DOSES DIMINUIÇÃO NOS
FÁRMACOS DIA DO LDL-C NA DIA DO LDL-C NA DO HDL-C
(MG/DIA) TRIGLICÉRIDES (%)
DOSE INICIAL DOSE MÁXIMA (%)
LOVASTATINA 20-80 27 42 5 - 10 10 - 30
Pravastatina 20-80 27 36 3-5 8 – 13
Fluvastatina 40-80 26 38 6-9 19
Sinvastatina 10-80 27 48 5-7 12 – 18
Atorvastatina 10-80 36 55 2–6 20 – 28
Rosuvastatina 10-40 42 55 7-9 20 - 26

Tabela 5: Doses das vastatinas e efeitos no perfil lipídico


SÍNDROME METABÓLICA 26

redução da trigliceridemia e elevação


Fibratos do HDL-colesterol, podendo também
Essa classe de medicamentos é de- reduzir os níveis de LDL, principal-
rivada do ácido fíbrico que age como mente a fração pequena e densa.

agonista do PPAR-alfa, modulando


genes que aumentam a expressão da SE LIGA! Os fibratos são as drogas
de escolha em pacientes com SM e
lipase lipoproteica, apolipoproteína
com triglicérides de 500mg/dL.
AI e AII e reduzindo a apolipoprote-
ína CIII. Como resultado, ocorre uma
DOSAGEM DIMINUIÇÃO AUMENTO DE DIMINUIÇÃO DIMINUIÇÃO NOS
FÁRMACOS
(MG/DIA) DO TG % HDL-C % DE LDL-C % TRIGLICÉRIDES (%)
BEZEFIBRATO 400-600 30-60 5-20 15 10 - 30
Bezefibrato retard 400 30-60 5-20 15 8 – 13
Gemfibrosila 900-1200 30-60 5-20 10 19
Gemfibrosila retard 900 30-60 5-20 10 12 – 18
Etofibrato 500 30-60 5-20 15 20 – 28
Fenofibrato 250 30-60 5-20 24-31 20 - 26
Fenofibrato micronizado 200 30-60 5-20 24-31
Ciprofibrato 100 30-60 5-20 24-31
Tabela 6: Dose dos fibratos e alterações lipídicas % médias

Outros efeitos menos frequentes se


Ácido nicotínico (niacina) for utilizada a apresentação de libera-
ção intermediária na dose de até 2g/
É uma vitamina solúvel com ação dia: hiperglicemia, hiperuricemia/gota
não totalmente conhecida. Reduz os e hepatotoxicidade.
níveis de triglicérides e de LDL-co-
lesterol, sendo uma das drogas hi- Contra-indicações absolutas: doença
polipemiantes que mais aumenta o hepática crônica e gota grave são:
HDL-colesterol. Possui três apresen-
tações: liberação imediata, intermedi-
ária ou prolongada e lenta.
Ezetimiba
Efeitos colaterais: calor e rubor facial
(liberação rápida) - podem ser re- É um inibidor seletivo da absorção de
duzidos com o uso de aspirina uma colesterol que age na borda em esco-
hora antes da ingestão, ou pelo uso va do intestino delgado, reduzindo o
da forma de liberação intermediária, LDL-colesterol, os triglicérides e cau-
ou ainda administração noturna. sando aumento discreto no HDL-co-
lesterol.
SÍNDROME METABÓLICA 27

SE LIGA! Sua principal indicação é


englobando a LDL, a VLDL e seus re-
para pacientes intolerantes ao uso manescentes. res a serem atingidos
de estatinas, ou em associação a são 30mg/dL acima da meta do LDL-
estas. -colesterol para cada nível de risco.
Exemplo: paciente de alto risco, meta
de LDL-colesterol <100 mg/dL corres-
ponde a uma meta de colesterol não-
Ácidos graxos ômega-3 -HDL <130 mg/dL. Importante enfa-
Reduzem os triglicérides por diminui- tizar que nos portadores de diabetes
ção da produção das VLDL mellitus, deve ser obtido o controle gli-
no fígado. Podem assim, ser utiliza- cêmico antes de se atuar sobre os va-
dos como terapia coadjuvante nas lores de triglicérides e HDL-colesterol.
hipertrigliceridemias, com posologia As estatinas devem ser considera-
variando de 4g a 8g/dia. das como medicamentos de primeira
escolha no tratamento da dislipide-
mia da síndrome metabólica devido
Metas lipídicas na síndrome meta-
à existência de maiores evidências
bólica
relacionando-as à redução da morbi-
As metas lipídicas a serem atingidas mortalidade cardiovascular. Contudo,
com o tratamento do paciente por- medicamentos como fibratos, ácido
tador da SM dependem do risco in- nicotínico (niacina), ezetimiba e ácidos
dividualizado. Convém enfatizar que graxos ômega-3 também são opções.
apesar de os níveis de LDL- coleste-
Cabe ainda ressaltar algumas reco-
rol não constituírem um dos critérios
mendações importantes quanto ao
diagnósticos desta síndrome, as evi-
tratamento hipolipemiante:
dências de estudos clínicos contro-
lados apontam para a necessidade • Uma vez iniciado o tratamento
da redução do LDL-colesterol como farmacológico com estatinas esse
meta primária a ser alcançada com o deverá ser mantido, com raras ex-
tratamento, concomitantemente com ceções, de forma permanente. Os
a correção dos níveis do HDL-coles- benefícios do uso das estatinas
terol e dos triglicérides. serão tanto maiores quanto mais
prolongado for o tratamento.
Nos pacientes com concentração de
triglicérides 200mg/dL é importante • Dosagens de CK devem ser rea-
calcular o colesterol não-HDL. Este lizadas em um, três e seis meses
parâmetro reflete o colesterol carre- após o uso das estatinas e fibra-
gado pelas lipoproteínas aterogênicas, tos. Caso os pacientes estejam es-
SÍNDROME METABÓLICA 28

táveis, podem ser repetidas a cada limite superior do normal, a medica-


seis meses. ção também dever ser suspensa.
• Dosagens de CK devem ser reali- • Deve-se atentar para a possibili-
zadas antes da utilização da asso- dade da presença de hipotireoidis-
ciação das estatinas com os fibra- mo em portadores de dislipidemias
tos e em um e três meses após. mistas em indivíduos acima de 50
• Se houver elevação acima de dez anos, principalmente mulheres.
vezes o limite superior da norma- O uso de hipolipemiantes nesses
lidade ou em presença de mialgia, casos associa-se ao risco elevado
mesmo com CK normal, deve-se de miopatia. Deve-se inicialmente
suspender a medicação ou a as- controlar o TSH e reavaliar a ne-
sociação. cessidade de tratamento hipolipe-
miante, que poderá ser realizado
• Caso haja elevação das amino- com segurança.
transferases acima de três vezes o

MAPA MENTAL - TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA

Dosar CK após Se hipotireoidismo Suspender se Dosar CK antes Dosar CK antes


3 e 6 meses em > 50 anos, aumento de da associação da associação
de uso de cuidado com risco AST/ALT 3x fibrato + fibrato +
estatinas e de miopatia (dosar acima do limite estatina estatina
fibratos TSH e reavaliar da normalidade
necessidade de
tto)
Vastatinas
(sinvastatina, Fibratos
Outros: ácido rosuvastatina, (Bezefibrato,
nicotínico, atorvastatina) Etofibrato,
ácidos graxos – 1ª escolha Fenofibrato... )
Opções de ômgea 3,
tratamento ezetimiba (se
intolerante às Reduzem LDL, Usado em
estatinas) bloqueiam pacientes com
síntese de TG, TG>500mg/dl
aumentam
HDL

Tratamento Medicamentoso e
me metabólica com obesidade (IM-
Cirúrgico da Obesidade C≥30kg/m2) ou com excesso de peso
No tratamento farmacológico reco- (IMC entre 25kg/m2 e 30kg/m2) desde
menda-se o uso de medicamentos que acompanhado de comorbidades
nos indivíduos portadores de síndro- e que não tenham perdido 1% do
SÍNDROME METABÓLICA 29

peso inicial por mês, após um a três (anfepramona), femproporex, mazin-


meses de tratamento não medica- dol, sibutramina e orlistat. Contudo,
mentoso nesses cinco medicamentos os efei-
Há, atualmente, cinco medicamen- tos colaterais são numerosos e acom-
tos registrados no Brasil para o tra- panhamento minucioso do paciente é
tamento da obesidade: dietilpropiona imprescindível.

MEDICAMENTO CLASSE POSOLOGIA TOMADAS EFEITO COLATERAL


Femproporex 25-50mg 1-2 Irritabilidade, insônia, ansieda-
Noradrenérgicos
Anfepramona 40-120mg 1-2 de, euforia, boca seca, turvação
visual, arritimias, hipertensão,
Mazindol 1-3mg 1-2 constipação
Noradrenérgicos
Sibutramina + serotoninér- 10-20mg 1 Aumento da PA e da FC
gico

Tabela 7: Tratamento farmacológico da obesidade

Na maior parte das vezes, os mé- Os critérios para a realização das ci-
dicos que utilizam fórmulas no tra- rurgias bariátricas foram definidos em
tamento da obesidade prescrevem março de 1991, pelo US National Ins-
drogas anorexígenas em doses aci- titute of Health Consensus Develop-
ma das preconizadas, e não obede- ment Conference Panel188 (B, 2A) e
cem à Resolução do CFM. Como no esses são:
Brasil são encontrados vários ano- • A cirurgia deve ser considerada
rexígenos e em várias dosagens, re- para o paciente obeso mórbido
comenda-se que não se utilizem for- (IMC >40kg/m2), ou obeso com
mulações magistrais no tratamento IMC >35 kg/m² desde que apre-
da obesidade. sente comorbidades clínicas im-
portantes, e somente após ter sido
SE LIGA! As medicações de primei- submetido a tratamento clínico
ra escolha no tratamento da obesi- adequado, mas sem resultados.
dade associada à síndrome meta-
bólica são a sibutramina e o orlistat. • O paciente só deverá ser operado
se estiver bem informado sobre o
tratamento, motivado e se apre-
Já o tratamento cirúrgico da obesida- sentar risco operatório aceitável.
de tem como objetivo diminuir a en-
• O paciente deve ser selecionado
trada de alimentos no tubo digestivo
para a cirurgia, após cuidadosa
(cirurgia restritiva), diminuir a sua ab-
avaliação por equipe multidiscipli-
sorção (cirurgia disabsortiva) ou am-
nar especializada e composta por
bos (cirurgia mista).
SÍNDROME METABÓLICA 30

endocrinologistas ou clínicos, in- • Após a operação, deve haver


tensivistas, cirurgiões, psiquiatras acompanhamento médico de lon-
ou psicólogos e nutricionistas. go prazo.
• A operação deve ser feita por um • As mulheres férteis devem ser
cirurgião experiente no procedi- alertadas de que só poderão en-
mento e que trabalhe com equipe gravidar depois da cirurgia quando
e em local com suporte adequado estiverem com o peso estabilizado
para todos os tipos de problemas e e com o seu estado metabólico e
necessidades que possam ocorrer. nutricional normalizado.

TRATAMENTO DA
OBESIDADE

Farmacológico Cirúrgico

Opções: dietilpropiona Restritiva – Critérios


(anfepramona), femproporex, diminui entrada
mazindol, sibutramina e orlistat de alimento
IMC > 40kg/m2 OU
obeso com IMC
>35 kg/m² com
comorbidades
Primeira escolha: Disabsortiva importantes que
sibutramina ou – diminui falharam tto clínico
orlistat absorção do
alimento

Avaliação por equipe


Muitos efeitos colaterais: Irri- multidisciplinar
tabilidade, insônia, ansiedade, Mista –
euforia, boca seca, turvação restritiva e
visual, arritimias, hipertensão, disabsortiva
constipação, aumento de evacu- Acompanhamento
ações, incontinência fecal de longo prazo
SÍNDROME METABÓLICA

MAPA MENTAL - SÍNDROME METABÓLICA

CRITÉRIOS FISIOPATOLOGIA

NCEP - ATP III OMS IDF Adipócito visceral: ↓ capacidade de armazenar ac.
graxos e ↑ secreção de citocinas inflamatórias
Cintura
Mulheres: > 88cm TRATAMENTOS Excesso de ác. graxos livres Excesso de citocinas Obesidade central
Homens: > 102cm
Hipolipemiantes ↑ de TG Gliconeogênese Resistência Mais sensível ao
PA ≥130 x insulínica e sal, ativação neuro-
85mmHg ou Antidiabéticos ↑ glicemia hormonal
em tratamento orais e insulina
DIAGNÓSTICO HAS
GJ≥ 110mg/dl ou Antihipertensivos
SÍNDROME
em tratamento METABÓLICA
Obesidade Avaliação clínica Avaliação laboratorial

TG >150 ou em
tratamento/ HDL: H Fatores de risco e Glicemia, perfil lipí-
Farmacológico Cirurgia
<40 e M <50 exame físico dico

anfepramona Restritiva
Síndrome CLÍNICA E FATORES ASSOCIADOS
femproporex,
Metabólica = pelo mazindol, Disabsortiva Síndrome dos Acantose Apneia
menos 3 dos sibutramina e Obesidade
componentes ovários policísticos nigricans do sono
orlistat Mista
Microalbu- Estado pró trombótico Dores Elevação
Utilizado pela minúria e inflamatório articulares da PA
diretriz brasileira
de SM Disfunção Alterações LDL-c
Hiperuricemia
endotelial menstruais aumentado
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Carvalho, Maria Helena Catelli de, et al. "I Diretriz brasileira de diagnóstico e tratamento da
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Sherling, Dawn Harris, Parvathi Perumareddi, and Charles H. Hennekens. "Metabolic syn-
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Freitas, Eulilian Dias de, et al. "Síndrome metabólica: uma revisão dos critérios de diagnósti-
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