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Bartolinite (CID 10 - N75) é a inflamação das glândulas de Bartholin, duas saídas localizadas na
base dos pequenos lábios, na vulva feminina. Essas glândulas têm papel na lubrificação vaginal,
produzindo e secretando muco.
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Causas
A infecção da bartolinite é causada por várias bactérias, mas há prevalência de alguns patógenos
específicos como E. coli, Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, sendo os dois últimos
sexualmente transmissíveis.
Abscessos nas glândulas de Bartholin, em casos mais raros, podem ocorrer devido a um câncer
ginecológico, um carcinoma vulvar, mais comum em mulheres no período pós-menopausa.
Bartolinite é transmissível?
A bartolinite não é transmissível, porém, algumas das bactérias que podem provocar a doença são
sexualmente transmissíveis, como a Chlamydia trachomatis (que também causa a clamídia) e a
Neisseria gonorrhoeae (responsável por causar gonorreia).
Sintomas de Bartolinite
Os cistos de Bartholin, geralmente, são indolores e causam apenas inchaço como sintoma. Já a
bartolinite apresenta sintomas como:
• Dor extrema
• Dificuldade em andar, sentar e realizar atividades sexuais
• Vermelhidão
• Edema
• Formação de pus
• Desconforto no local.
Diagnóstico de Bartolinite
O diagnóstico de bartolinite é clínico, com exame físico para identificar a inflamação ou aumento
de volume das glândulas de Bartholin.
Tratamento de Bartolinite
Na ocorrência de cistos de Bartholin, o tratamento não é necessário, principalmente se eles não
causam nenhum sintoma além do inchaço local. Os cistos precisam apenas de acompanhamento
para evitar o desenvolvimento de uma infecção.
Quando o aumento do cisto causa incômodo ou desconforto, é necessário intervenção e pode ser
tratado com cirurgia sob anestesia local, para drenagem do cisto.
No caso da infecção, na bartolinite, o tratamento consiste em uso de antibióticos e drenagem do
cisto através de uma incisão na face mucosa da glândula.
Miomas uterinos (CID 10 - D25) são tumores não cancerosos do útero, que muitas vezes
aparecem durante a idade fértil. Eles não estão associados a um risco maior de câncer de útero, e
quase nunca se transformam em câncer. Esse tumor benigno atinge cerca de 50% das mulheres
na faixa etária dos 30 aos 50 anos.
Os miomas não são indetectáveis pelo olho humano, mas suas massas volumosas podem
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distorcer ou ampliar o útero. Eles podem ser únicos ou múltiplos, e em casos extremos, a
expansão do útero atinge a caixa torácica.
Tipos
Os miomas uterinos se separam em três tipos a depender de sua localização na parede do útero:
Miomas pediculados
São ligados à superfície uterina por uma ponte fibromuscular e por onde vem também sua
circulação. Normalmente assintomáticos, o seu crescimento ao longo do tempo pode predispor à
torção de seu pedículo, sendo causa de dor aguda o que pode levar à necessidade de cirurgia de
urgência para sua retirada.
Miomas intramurais (CID 10 - D25.1)
Crescem no interior da parede uterina e se expandem, fazendo com que o útero aumente seu
tamanho. São os tipos de miomas mais comuns e geralmente provocam um intenso fluxo
menstrual, dor pélvica ou sensação de peso.
Miomas intracavitários
Localizam-se totalmente dentro da cavidade uterina. Eles costumam causar sangramento entre os
períodos e, muitas vezes, causar cólicas.
Causas
Não sabe ao certo porque o mioma uterino se forma, mas existem algumas suspeitas:
Mudanças genéticas
Muitos miomas contêm alterações nos genes que os diferem das células normais do músculo
uterino. Há também algumas evidências de que miomas são mais comuns entre membros da
mesma família.
Fatores hormonais
Quando hormônios como o estrógeno e a progesterona entram em desequilíbrio, é possível que
aconteça o crescimento dos fibroides. Miomas podem conter mais receptores de estrógeno e
progesterona do que as células musculares do útero normais.
Além disso, alguns miomas tendem a diminuir após a menopausa, provavelmente porque a
produção hormonal também diminui.
Fatores de risco
Existem alguns fatores de risco conhecidos para miomas uterinos:
• Hereditariedade. Se a sua mãe ou irmã tem miomas, você está em maior risco de
desenvolvê-los
• Raça: as mulheres negras são mais propensas a ter miomas do que as mulheres de outros
grupos raciais. Além disso, as mulheres negras têm miomas em idades mais jovens, e eles
também são propensos a ter mais ou maiores miomas
• Outros fatores: início da menstruação em idade precoce, ter uma dieta rica em carne
vermelha e menor em verduras e frutas e ingestão de álcool parecem aumentar o risco de
mioma uterino.
Prevenção
Embora pesquisas estejam sendo feitas para investigar a causas dos miomas, existem poucas
evidências científicas conclusivas para prevenção. Pode ser que não seja possível prevenir os
miomas uterinos. No entanto, apenas uma pequena percentagem destes tumores necessitam de
tratamento.
Síndrome do Ovário Policístico
Síndrome dos ovários policísticos é um distúrbio hormonal comum nas mulheres em idade
reprodutiva. Também conhecida como síndrome de Stein-Leventhal, a doença é definida por um
aumento de tamanho dos ovários, que criam várias bolsas cheias de líquido (cistos).
É comum a mulher apresentar elevados níveis de hormônios masculinos, ao ponto de, em certos
casos, apresentar características masculinas, como excesso de pelos. Em adolescentes, a
menstruação pouco frequente ou ausente pode ser sinal da doença.
A causa exata da síndrome dos ovários policísticos é desconhecida. O diagnóstico e o tratamento
precoces podem reduzir o risco de complicações de longo prazo, tais como diabetes do tipo 2 e as
doenças cardíacas.
A maioria dos cistos não traz qualquer risco à paciente e desaparece espontaneamente em
algumas semanas. São principalmente cistos funcionais, como folículos ovulatórios e cistos de
corpo lúteo. Traduzindo: cistos que se formam normalmente em mulheres que não usam pílula
anticoncepcional e que se renovam a cada ciclo menstrual. Geralmente não são grandes,
podendo chegar até aproximadamente cinco centímetros.
Fatores de risco
A medicina ainda não descobriu o que causa a síndrome dos ovários policísticos. No entanto,
alguns fatores são frequentemente associados com a doença:
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• Excesso de insulina
• Resistência à insulina
• Histórico familiar
• Baixo peso ao nascer
• Pubarca precoce (aparecimento dos pelos pubianos no início da puberdade).
Se os medicamentos não ajudá-la a ficar grávida, uma cirurgia ambulatorial chamado perfuração
ovariana laparoscópica é uma opção para algumas mulheres com SOP. Seu médico pode ajudá-lo
a determinar se você é uma candidata para este tipo de cirurgia.
Neste procedimento, um cirurgião faz uma pequena incisão no abdômen e insere um tubo ligado a
uma pequena câmara (laparoscópio). A câmera fornece ao cirurgião imagens detalhadas de seus
ovários e órgãos pélvicos vizinhos. Em seguida o cirurgião insere instrumentos cirúrgicos através
de incisões pequenas e utiliza energia elétrica ou a laser para queimar buracos em folículos sobre
a superfície dos ovários. O objetivo é o de induzir a ovulação.
Convivendo/ Prognóstico
• Mantenha o seu peso sob controle. A obesidade piora a resistência à insulina
• Considere mudanças na dieta, para controlar os níveis de insulina no sangue
• Faça atividades físicas.
Complicações possíveis
Ter síndrome dos ovários policísticos torne as seguintes complicações mais favoráveis,
especialmente quando associadas com a obesidade:
• Diabetes tipo 2
• Pressão alta
• Colesterol e triglicérides elevados
• Níveis elevados de proteína c-reativa, um marcador de doença cardiovascular
• Síndrome metabólica
• Infertilidade
• Esteatose hepática não alcoólica
• Apneia do sono
• Sangramento uterino anormal
• Câncer de endométrio e de mamas, causado pela exposição a altos e contínuos níveis de
estrógeno
• Diabetes gestacional ou pré-eclâmpsia.
Prevenção
A síndrome dos ovários policísticos não pode ser evitada. Mas diagnóstico e tratamento precoces
ajudam a evitar complicações, como infertilidade, síndrome metabólica, obesidade, diabetes e
doenças cardíacas.
Cisto de ovário é uma bolsa cheia de líquido que se forma sobre ou dentro do ovário. Geralmente
causa dores fortes na região pélvica.
Tipos
Existem diversos tipos de cistos ovarianos. O mais comum deles é o cisto funcional, que também
possuem dois tipos distintos: os foliculares e os lúteos.
Os outros tipos de cistos existentes não estão relacionados ao ciclo menstrual e são bem menos
comuns. São os casos dos cistos dermoide, cistadenoma.
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Cisto funcional
A maioria dos casos de cistos no ovário acontece em idade fértil (da puberdade à menopausa),
durante o ciclo menstrual.
Esses cistos são chamados de funcionais. Cistos ovarianos na menopausa são pouco comuns.
Um cisto funcional pode ser tanto folicular quanto lúteo.
Todo mês, durante o ciclo menstrual, um folículo cresce no ovário. Os folículos são o local onde o
óvulo se desenvolve.
Na maioria dos meses, um óvulo éliberado deste folículo, num processo conhecido como
ovulação. Se o folículo não conseguir abrir e liberar o óvulo, o líquido permanece dentro dele e
origina um cisto. Isto é chamado de cisto folicular.
Já o cisto de corpo lúteo ocorre após o óvulo ter sido liberado de um folículo. Esses geralmente
contêm uma pequena quantidade de sangue.
Outros tipos
• Cisto dermoide ou Teratomas: é formado a partir de células que também dão origem à
pele, portanto encontra-se em dentes e nos cabelos, para citar dois exemplos. São cistos
complexos, que podem conter vários tipos de tecidos humanos, como cabelo, dente e
gordura. São de maior risco para torção do ovário.
• Cistoadenoma: se desenvolve a partir do tecido que reveste os ovários. Podem ser
serosos ou de muco, têm grande potencial de crescimento.
• Cisto endometrioma: é resultado da endometriose, uma condição na qual o endométrio, o
tecido que age como a mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras
regiões do corpo. Comumente causam muita dor e podem estar associados à infertilidade.
"A maioria dos cistos não traz qualquer risco à paciente e desaparece espontaneamente em
algumas semanas"
Os cistos não-funcionais (que não estão relacionados ao ciclo menstrual) geralmente precisam ser
retirados cirurgicamente, por diversos motivos: tamanho, risco de torção do ovário, dor,
infertilidade ou suspeita de câncer de ovário.
Fatores de risco
Alguns fatores são considerados de risco para uma mulher vir a desenvolver cistos de ovário:
• Histórico familiar de cistos ovarianos funcionais
• Uso de medicamentos para impulsionar a ovulação
• Anticoncepcionais costumam ser uma opção para evitar que novos cistos se
desenvolvam nos ovários.
• Cirurgia de retirada de cistos também pode ser uma alternativa, mas geralmente o médico
só recorre a esse tipo de intervenção quando não há outra opção. No entanto, pode ser
também a única solução caso o cisto seja grande demais, não seja funcional ou esteja
crescendo. Ooforectomia ou Ooforoplastia.
Caso o cisto seja cancerígeno, talvez seja necessário extrair ambos os ovários
Complicações possíveis
As complicações podem ocorrer com cistos que:
• Sangram
• Rompem-se
• Mostram sinais de alterações que podem sugerir um câncer
• São torcidos
Prevenção
Não há uma forma realmente eficaz de se prevenir cistos no ovário, mas é possível realizar
exames com frequência para detectar o problema precocemente e iniciar o tratamento o quanto
antes.
Além disso, caso a pessoa não esteja tentando engravidar e apresente cistos com frequência,
você pode evitá-los ministrando hormônios (pílulas anticoncepcionais, por exemplo), que previnem
o crescimento dos folículos.
Endometriose
Endometriose é uma condição na qual o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do
útero, cresce em outras regiões do corpo. Alguns sintomas da doença são: dores no período
menstrual, infertilidade e dores nas relações sexuais, especialmente com penetração profunda.
Essa formação de tecido ectópico normalmente ocorre na região pélvica fora do útero, incluindo
os ovários, intestino, no reto, na bexiga, nervos e peritônio (delicada membrana que reveste a
pélvis). Entretanto, esse tecido também pode crescer em outras partes do corpo, como o
diafragma, a pleura e os pulmões.
A endometriose é um problema comum, que atinge uma a cada seis mulheres em período
reprodutivo. A doença tem maior chance de ocorrer se houver outros casos na família, o que
sugere uma tendência genética.
Embora, normalmente, a endometriose seja diagnosticada entre 25 e 35 anos, a doença
provavelmente começa já alguns meses após o início da primeira menstruação.
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Endometriose x Infertilidade
A endometriose não só está associada à dor pélvica, mas também à ocorrência de infertilidade. A
presença de endometriose diminui o potencial de infertilidade em menor ou maior grau,
dependendo da extensão da doença. Aproximadamente 50% do casos de infertilidade feminina
podem ter a endometriose como uma das principais causas.
O principal fator de infertilidade causado pela endometriose é o tubário, ou seja, as tubas uterinas
ficam danificadas. Isso porque o processo inflamatório crônico da doença leva à formação de
aderências do peritônio com outros órgãos pélvicos, o que pode resultar na obstrução das tubas
uterinas e na redução da sua mobilidade. Isso dificulta ou até mesmo impede o transporte do
óvulo e espermatozoides, e consequentemente a fecundação.
A presença de endometriomas (cistos de endometriose) nos ovários também pode comprometer a
fertilidade. Outra hipótese em estudo é que a endometriose cause alterações inflamatórias e
imunológicas no útero e endométrio que atrapalham a implantação do embrião.
Endometriose em outros órgãos
A endometriose é capaz de afetar até mesmo tecidos distantes, como o pulmão, o nervo ciático e
o diafragma. No entanto, é importante destacar que, a doença não se espalha como um câncer,
ou seja, o fato de surgir em outras regiões não é necessariamente sinal de agravamento.
Inclusive, é possível ter focos à distância sem ter endometriose na pelve.
Uma das explicações para o fenômeno é que, embora a grande maioria dos episódios seja
causado pela regurgitação do sangue menstrual nas proximidades do útero - o sangue segue para
a barriga, passando pelas tubas uterinas -, há situações em que os focos são transportados
diretamente pelo sangue ou se tratam de restos embrionários (pequena parte de tecido uterino
que ficou na região no momento da formação do embrião).
Os sintomas variam de acordo com a área acometida:
Pulmão: tosse com sangue
• Bexiga: dor ao urinar
• Intestino: dor ao evacuar e diarreia
• Ciático: dores na lombar e no músculo posterior das coxas
• Diafragma: dores no ombro direito e pescoço
Se o foco não for grande, o tratamento pode ser feito inicialmente com medicamentos hormonais
que inibem a menstruação, exatamente da mesma forma que seria caso a endometriose se
localizam nos órgãos do sistema reprodutivo.
Classificação da endometriose
A endometriose pode ser classificada em três tipos: leve, moderada e grave. A diferença
normalmente pode ser identificada antes da cirurgia - e confirmada durante o procedimento - por
meio de exames de imagem, como a ultrassonografia especializada e, principalmente, a
ressonância magnética.
Assim, no intraoperatório, o médico poderá comprovar onde estão essas lesões.
Tipos
A endometriose possui seis tipos:
Endometriose superficial
A endometriose superficial é aquela que normalmente atinge mais o peritônio - tecido que recobre
internamente os órgãos da cavidade abdominal e pélvica.
Endometriose no ovário
A endometriose ovariana é aquela que acomete os ovários, sendo principalmente ocasionada pela
formação de cistos com um conteúdo sanguinolento dentro do ovário.
Endometriose profunda
A endometriose profunda ocorre quando os focos da doença infiltram-se na parede de um órgão
ou estrutura por mais de cinco milímetros (0,5 cm). Dentro deste tipo, é possível encontrar a
endometriose de septo retovaginal (tecido que separa a vagina do reto).
Os sintomas no período menstrual tornam-se bem mais intensos, e a mulher, dependendo do local
afetado e da extensão da doença, pode ter que se submeter a tratamento cirúrgico imediato.
Endometriose de parede
A endometriose de parede acomete a parede abdominal, notadamente em áreas submetidas
previamente à cirurgia. O procedimento que mais leva ao problema é a cesariana, especialmente
em casos de interrupção prematura.
Outro local de endometriose de parede é na região do umbigo. Os nódulos de parede abdominal
ficam mais dolorosos e aumentam no período menstrual. O diagnóstico é feito por um ultrassom
de parede abdominal, de preferência no período menstrual.
Endometriose pulmonar
A endometriose pulmonar é uma forma bastante rara da doença. Ela ocorre quando o tecido
endometrial responsivo aos hormônios através da corrente sanguínea se desenvolve na região
pulmonar. A manifestação clínica desta doença é através do sangramento nas vias áreas no
período menstrual, normalmente por meio da tosse.
O diagnóstico também é feito por meio de exames de imagem e biópsia. A pleura, membrana que
recobre o pulmão, também pode ser afetada pela doença e levar a quadros repetidos de
pneumotórax.
Causas
Todo mês, os ovários produzem hormônios que estimulam as células da mucosa do útero
(endométrio) a se multiplicarem e estarem preparadas para receber um óvulo fertilizado. A mucosa
aumenta de tamanho e fica mais espessa.
Se essas células (chamadas de células endometriais) crescerem fora do útero, surge a
endometriose. Ao contrário das células normalmente encontradas dentro do útero, que são
liberadas durante a menstruação, as células fora do útero permanecem e crescem no lugar.
As causas exatas da endometriose ainda não são claras, mas os estudos levantaram algumas
possíveis causas para o problema:
Menstruação retrógrada
Isso acontece quando o sangue da menstruação, que contém células do endométrio, sofre um
refluxo para a cavidade pélvica por meio das pelas trompas de falópio. As células endométricas
perdidas instalam-se nas paredes dos órgãos da região pélvica e começam a crescer.
Esse refluxo parece acontecer durante o período menstrual em praticamente todas as mulheres.
Acredita-se que o sistema imunológico exerce papel fundamental na proteção contra a
implantação e o crescimento das células endometriais.
Outras causas
Após alguma cirurgia, como histerectomia ou cesariana, por exemplo, as células do endométrio
podem prender-se às incisões cirúrgicas. O sistema linfático pode, também, transportar células do
endométrio para outras partes do corpo e dar origem a um quadro de endometriose em locais
mais distantes, como o umbigo, por exemplo.
Fatores de risco
Uma mulher cuja mãe ou irmã tem endometriose apresenta seis vezes mais probabilidade de
desenvolver endometriose do que as mulheres em geral. Outros possíveis fatores de risco:
• Começar a menstruar muito cedo
• Nunca ter tido filhos
• Ciclos menstruais frequentes
• Menstruações que duram muito, especialmente sete dias ou mais
• Problemas como hímen perfurado, que bloqueia a passagem do sangue da menstruação
• Anormalidades no útero.
Sintomas de Endometriose
O primeiro sintoma da endometriose é a dor pélvica, quase sempre associada ao ciclo menstrual.
No entanto, mulheres com endometriose costumam dizer que a dor pélvica, durante o período de
menstruação, é muito pior do que o normal e vai aumentando conforme o tempo.
Outros sintomas bastante frequentes da doença são:
• Dismenorreia (dores no período menstrual)
• Dor no baixo abdômen ou cólicas que podem ocorrer por uma semana ou duas antes da
menstruação de forma cíclica
• Dores nas relações sexuais com penetração, especialmente com profundidade
• Dores ao urinar e evacuar, especialmente no período menstrual
• Infertilidade
• Fadiga
• Diarreia, especialmente no período menstrual
A intensidade da dor nem sempre está relacionada à extensão do problema. Algumas mulheres
com doença muito extensa não têm dor alguma, enquanto outras com pequenos focos sentem dor
a ponto de necessitarem ir a uma emergência. Além disso, muitas vezes os sinais da
endometriose podem ser confundidos com os de outras doenças, por isso é muito importante
consultar um médico antes de dar início a qualquer tipo de tratamento.
Diagnóstico de Endometriose
O diagnóstico de endometriose pode ser feito por meio da descrição dos sintomas, mas pode ser
que o médico solicite a realização de alguns exames.
Exames
Os exames essenciais para o diagnóstico da endometriose são:
• Exame pélvico com toque vaginal e retal: em que o médico investiga a região pélvica da
paciente, procurando por anormalidades, como massas ou nódulos nos órgãos
reprodutores, intestinais ou nas vias urinárias
• Ultrassom especializado: a análise das imagens permite ao médico averiguar se há
presença de cistos nos órgãos da região pélvica. Este exame não permite ao especialista
diagnosticar a paciente com endometriose, mas ajuda na identificação de endometriomas,
que são cistos associados à endometriose. O ultrassom com preparo intestinal pode
identificar focos profundos da doença
• Ressonância magnética: pode detectar, especialmente, a presença de cistos
endometrióticos e a endometriose profunda. É um exame que não usa radiação e
possibilita um mapeamento completo das lesões da pelve a abdômen
• Laparoscopia: devido aos avanços dos exames de imagem, a laparoscopia é cada vez
menos usada como método diagnóstico - seu papel atual é o de opção de tratamento
quando já há suspeita. O cirurgião faz uma pequena abertura na região do abdômen e,
com a ajuda de um laparoscópico, avalia a cavidade pélvica e abdominal à procura de
pontos de endométrio ectópico ou endometriomas (cistos de endometriose). Uma vez
encontradas lesões suspeitas, ele deve remover todas e enviá-las para análise laboratorial.
O resultado do exame indicará se a paciente está com endometriose ou não
Tratamento de Endometriose
As opções de tratamento incluem:
• Medicamentos para controlar a dor e minimizar a progressão da doença
• Cirurgia para retirar as áreas afetadas pela endometriose
• Cirurgia radical - histerectomia com retirada dos dois ovários.
O tratamento depende dos seguintes fatores:
• Idade
• Gravidade dos sintomas
• Gravidade da doença
• Se a mulher deseja ter filhos.
Anticoncepcionais
O tratamento pode envolver a interrupção do ciclo menstrual e a criação de um estado similar à
gravidez. Isso é chamado de pseudo-gravidez e pode ajudar a impedir que a doença piore. Para
isso, são usadas pílulas anticoncepcionais com estrogênio e progesterona de modo contínuo, ou
seja, sem pausas para menstruar. Também podem ser usados progestagênios isolados, na forma
de pílulas, injetável ou mesmo DIU.
Os efeitos colaterais podem incluir a presença de escapes indesejados de sangue, ganho de
peso, sensibilidade nos seios, náusea e outros efeitos colaterais hormonais.
Este tipo de terapia alivia a maioria dos sintomas da endometriose, mas não elimina os focos ou
as aderências causadas pela doença. Ela também não reverte as alterações físicas que já
ocorreram.
Mulheres que estão querendo engravidar não devem usar essas medicações, pois elas impedem
a gestação e não aumentam as chances após a interrupção do uso.
Convivendo/ Prognóstico
Em casa, algumas medidas podem ser tomadas para aliviar os sintomas da endometriose.
Confira:
• Tome banhos quentes e utilize bolsas de água quente. Ambos ajudam a relaxar os
músculos da região pélvica, reduzindo a dor no local
• Alguns analgésicos também podem ser úteis para aliviar as dores causadas pela doença
• Exercite-se frequentemente. Estudos mostram que a prática de atividades físicas ajuda a
amenizar os sintomas.
Gravidez x Endometriose
A endometriose não impede que uma mulher possa ficar grávida. Após as primeiras semanas,
onde em alguns casos é necessário suplementar progesterona para evitar as chances de aborto,
a mulher seguirá a gravidez normalmente. Não existe nenhum risco de má formação do feto ou
parto prematuro, diretamente relacionado à endometriose.
A gravidez, na verdade, costuma melhorar a endometriose. Porém, ao contrário do que alguns
imaginam, ela não cura a doença.
Apoio
Se você está lidando com endometriose ou suas complicações, você pode querer considerar
juntar-se a um grupo de apoio para mulheres com problemas de endometriose ou fertilidade. Às
vezes, simplesmente conversar com outras mulheres com a mesma experiência pode te ajudar a
lidar com isso.
Prevenção
Não há formas de prevenir a endometriose, mas recomenda-se manter hábitos saudáveis, como
uma dieta equilibrada, sono regular, praticar atividades físicas e evitar situações estressantes. Ter
filhos mais cedo e amamentar pelo maior tempo possível também são fatores protetores.