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Comer rápido pode fazer você engordar

Sono e obesidade
Melotonina N-acetil-metoxitriptamina) é um hormônio indolaminérgico, sintetizada a
partir do triptofano e derivada da serotonina após duas transformações enzimática acetilam e
substituem o agrupamento hidroxila pelo metóxi.

A melatonina é produzida pela glândula pineal na vigência de estimulação


noradrenérgica simpática, por meio de inervação pós-ganglionaroriginada no gânglio cervical
superior.

Diferentemente dos hormônios dependentes do eixo hipotálamo-hipofisário, a


produção de melatonina não está sujeita a mecanismos de retroalimentação sendo que,
portanto, a sua concentração plasmática não regula sua própria produção.

Por outro lado, uma característica funcional essencial desse sistema é ser estritamente
controlado pelo sistema de temporização circadiano de tal forma que a produção diária de
melatonina obedece precisamente uma produção rítmica circadiana sincronizada ao ciclo de
iluminação ambiental característico do dia e da noite. Além disso, essa produção rítmica diária
é tal que, em qualquer espécie considerada, o pico de produção se dá durante a noite. Essa
característica de produção atribui à melatonina um papel extremamente importante que é o
de ser essencial no processo de sincronização circadiana do organismo, em particular, do sono
e vigília e do metabolismo energético.

Outra característica importante do sistema funcional neural que regula a síntese de


melatonina é que luz presente no meio ambiente à noite pode bloquear, até completamente
(dependendo de sua intensidade e comprimento de onda, principalmente a luz azul de 480
nm), a síntese de melatonina pineal.

A melatonina tem seu uso estabelecido na clínica médica no tratamento de alguns


distúrbios do sono como insônia por fase retardada, ciclo vigília-sono com períodos diferentes
de 24h, latência prolongada para o sono, fragmentação do sono, distúrbios comportamentais
do sono REM, correções do sono do idoso, dessincronização entre o ciclo vigília-sono e o dia e
a noite, como observado com frequência em alguns tipos de cegueira (pré-quiasmáticas). Além
disso, e por ser um importante agente regulador do ciclo vigília-sono (mas não só, também
como um agente antioxidante, antiamiloidogênico, neurotrófico e neuroplástico) é usado
como um coadjuvante terapêutico em doenças neurológicas e degenerativas que resultam em
distúrbios do sono e dos ritmos biológicos circadianos. Particularmente, em relação a esses
últimos, a melatonina é vista como um poderoso cronobiótico, isto é, um agente capaz de
sincronizar circadianamente muitas funções do organismo.

Por isso isso tem, também, sido usada na correção dos distúrbios causados pelo "jet-
lag.

doenças metabólicas, etc. Em relação a esse último uso, acumulou-se, nos últimos 20
anos, sólidas evidências experimentais e algumas clínicas, sobre o importante papel da
melatonina na regulação do metabolismo energético. Assim, animais ou indivíduos que
apresentam ausência ou redução da produção de melatonina, desenvolvem resistência
insulínica, intolerância à glicose, distúrbios na secreção de insulina, dislipidemia, distúrbios do
balanço energético e obesidade. Além disso, a habitual distribuição diária do metabolismo
associada ao ciclo vigília-sono e ao ciclo de ingestão alimentar-jejum desaparece
completamente. Ou seja, o ciclo metabólico diário caracterizado por uma fase que associa
temporalmente o aumento da sensibilidade insulínica e aumento na sua secreção estimulada
por glicose ao grande surto diário de alimentação, e por outra fase que associa a resistência
insulínica, principalmente hepática, e a subsequente neoglicogênese ao período de sono ou
repouso, desaparece completamente, caracterizando um quadro onde há uma ruptura da
ritmicidade circadiana, chamado de cronoruptura.

Dessa forma, a ausência ou redução na produção de melatonina provoca distúrbios


metabólicos e distúrbios rítmicos circadianos que acabam intensificando uns aos outros, e
culminando em uma das consequências imediatas desse círculo vicioso que é a ocorrência da
obesidade (Fig.1)

Além dessa maneira que a melatonina tem de regular o peso corpóreo, há outra, mais
direta, que se dá por meio do seu papel na regulação do balanço energético. Assim, toda a
energia ingerida pela alimentação é utilizada ou armazenada nos estoques energéticos para
uso futuro. Há evidências experimentais sólidas mostrando que a melatonina age regulando
cada uma das etapas do balanço energético: a ingestão alimentar, o fluxo de energia para e
dos estoques, e o dispêndio energético. A melatonina é um hormônio que, principalmente por
ação central, regula a ingestão alimentar reduzindo-a, ainda que ligeiramente; regula a
produção e secreção de insulina, glucagon e cortisol, organizando, assim, o fluxo das reservas
energéticas para e dos estoques; e, mais importantemente, aumenta o dispêndio energético,
aumentando a massa e a atividade do tecido adiposo marrom e aumentando o escurecimento
(browning) do tecido adiposo branco (Fig.2). É, portanto, um hormônio antiobesogênico.

Demonstra- -se que, como consequência da iluminação noturna típica da sociedade


contemporânea, em particular a luz imanada das telas de LED (com um componente
predominante no azul de 480 nm), há retardo dos rimos diários, do início da produção de
melatonina, redução da produção de melatonina, atraso do sono, redução do tempo total de
sono, fragmentação do sono e redução da ocorrência do sono REM. Há dados mais do que
conclusivos na literatura mostrando que esses fatores todos podem levar a distúrbios
metabólicos como resistência insulínica, intolerância à glicose, hipertensão e, em particular
obesidade. Talvez esse ambiente noturno contemporâneo urbano seja um dos principais
causadores da epidemia de síndrome metabólica a que está sujeita a humanidade nos dias de
hoje.

Essa situação, pela sua gravidade, exige intervenções, dentre as quais a que chamamos higiene
cronobiológica (tentar manter o dia claro e a noite escura, bloquear o comprimento de onda
de 480nm, manter o sono o mais próximo do natural possível quanto ao momento de dormir e
de acordar, reduzir a alimentação noturna - período natural de resistência insulínica, etc) e,
quando for o caso, associar reposição terapêutica de melatonina, na dose, formulação e
momento adequado de administração.

A melatonina é responsável, em parte, pela distribuição dioturna de processos


metabólicos para que a fase de atividade alimentar esteja associada com alta sensibilidade à
insulina durante o dia (na vigência de luz e na ausência de melatonina), e a fase de jejum esteja
sincronizado com a resistência à insulina durante a noite (na ausência de luz com secreção de
melatonina pela pineal). A redução na produção de melatonina, tal como durante o
envelhecimento, o trabalho em plantões e turnos ou ambientes cada vez mais iluminados
durante a noite induz a resistência à insulina, intolerância à glicose, perturbações do sono, e a
desorganização circadiana metabólica caracteriza um estado de cronoruptura que leva à
obesidade.

Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)


é uma das endocrinopatias mais comuns, afetando 6 a 10% das mulheres em idade
reprodutiva. As principais características da síndrome são a disfunção menstrual, o excesso de
andrógenos, que pode ser clínico (hiperandrogenismo) ou laboratorial (hiperandrogenemia) e
a presença de ovários com morfologia policística. O diagnóstico da SOP é controverso e, até o
momento, foram elaborados três consensos para esta finalidade.

De um modo geral, as pacientes com SOP apresentam maior prevalência de distúrbios


metabólicos e cardiovasculares quando comparadas a mulheres sem a síndrome. Essa
prevalência aumenta se associa à presença de resistência à insulina (RI), que acomete entre 50
e 70% das pacientes com a SOP, independentemente do índice de massa corpórea (IMC). Além
disso, há evidências de que a obesidade potencializa a RI e, consequentemente, o risco para
desenvolvimento desses distúrbios que aumentam o risco cardiovascular (CV).

A incidência de obesidade nas pacientes com SOP é maior do que em mulheres sem a
síndrome. As pacientes com SOP tendem a apresentar deposição de gordura na região
abdominal, caracterizando a obesidade tipo androide, a qual pode ser clinicamente detectada
pela medida da circunferência abdominal maior que 88 cm ou da relação cintura-quadril
superior a 0,85.
Endometriose
Menopausa

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