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INSTITUTO TÉCNICO PROFISSIONAL

ADUANEIRO DE MOÇAMBIQUE

JÚLIA LUISA NICUACUARA LÚCIO

CICLO MENSTRUAL

Nampula, 23 de Junho de 2022


JÚLIA LUISA NICUACUARA LÚCIO

CICLO MENSTRUAL

Trabalho caracter avaliativo a ser


apresentado na disciplina de Anatomia e
Fisiologia Humana, no curso de Técnico de
Enfermagem Geral 8 do instituto Técnico
Profissional Aduaneiro de Moçambique,
leccionado por dr António Falamique.

Nampula, 23 de Junho de 2022


INTRODUÇÃO

O desenvolvimento das mulheres é repleto de mudanças significativas desde a infância até


a fase adulta (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Dentre essas, na adolescência ocorre
a menarca, processo que inclui modificações relacionadas aos órgãos sexuais, útero, ovários,
mamas, vagina e secreções de hormonas gonadotrópicos pela adenohipófise (SI- MÃO et al.,
2007). A partir de então, inicia-se o Ciclo Menstrual (CM), que tem em média a duração 28 dias,
e é dividido em três fases: folicular, ovulatória e lútea. A fase folicular inicia a partir do primeiro
dia da menstruação e dura até o nono dia; a fase ovulatória ocorre entre os dias 10 e 14; já a fase
lútea inicia no fim da ovulação e dura até a nova menstruação (WOJTYS et al., 1998). A duração
do ciclo menstrual pode variar entre mulheres ou em uma mesma mulher, visto que já foram
evidenciados ciclos curtos, de apenas 20 dias, ou longos, de até 45 dias (BERNE; LEVY, 2006).
Cada fase do ciclo menstrual é caracterizada por secreções cíclicas de hormonas folículo
estimulante (FSH) e luteinizante (LH) pela hipófise anterior e dos estrogênios e progesterona
pelos ovários (FREITAS; MENKE, 2001). Para Guyton e Hall (2006) a fase folicular apresenta
baixos níveis de estradiol e progesterona, o que ocasiona a degeneração e o desprendimento do
revestimento uterino. Aproximadamente dois dias antes da ovulação, por motivos ainda não
inteiramente esclarecidos; a secreção de LH e FSH pela hipófise anterior aumenta acentuada-
mente (GUYTON e HALL, 2006). Em seguida, inicia-se a fase lútea, onde são secretadas
grandes quantidades de progesterona e estrógeno, mas principalmente progesterona (VANDER;
SHERMAN; LUCIANO, 2001). No final do ciclo menstrual, caso o óvulo não seja fecundado, o
corpo lúteo se degenera e os níveis de estrógeno e progesterona caem, provocando o início do
fluxo menstrual, e um novo ciclo menstrual se repete (VANDER; SHERMAN; LUCIANO,
2001). Neste contexto este trabalho teve o objectivo geral caracterizar as fases do ciclo menstrual

Objectivos específicos

 Conhecer as funções da hormona folículo estimulante e luteinizante;


 Compreender os mecanismos regulatórios das hormonais femininas;
2. CARACTERIZAÇÃO DO CICLO MENSTRUAL

A compreensão do ciclo ovárico apresenta uma alta importância para perceber o


mecanismo de acção dos contraceptivos utilizados na actualidade. Estas alterações cíclicas
denominam-se desde sempre por “ciclo menstrual” pois a menstruação constitui um sinal clínico
facilmente identificável que marca o início de um novo ciclo. O ciclo menstrual é de determinado
pela duração, peal quantidade e pela qualidade de desenvolvimento folicular, a duração do ciclo
varia entre 25 a 35 dias, as variações na duração e intensidade do fluxo são comuns nos extremos
da vida reprodutiva (Tereza & Oliveira, 2018). No entanto, a compreensão dos mecanismos
fisiológicos do “ciclo menstrual” engloba uma compreensão do ciclo ovárico, da sua interação
com o sistema hipotálamo-hipófise e das repercussões a nível endometrial. Na (figura 1) foi
mostrado um diagrama do ciclo menstrual que facilita a compreensão), onde o eixo do X
corresponde aos dias de ciclo.

Figura 1: Diagrama do ciclo menstrual (Isometrik, 2009)


Por convenção considera-se que o 1º dia do ciclo é o 1º dia da menstruação. A duração
média é de 28 dias, mas consideram-se ciclos normais entre 21 a 35 dias. O ciclo menstrual
divide-se fisiologicamente em 2 fases, que incluem a fase folicular (da menstruação à ovulação) e
fase luteínica (da ovulação à menstruação), (Rafael, 2017).

2.1. Ovário

O ovário apresenta a função na libertação periódica de ovócitos e a produção de hormonas


esteroides, onde a função integrada e continua, anatomicamente o ovário é constituído por córtex
(túnica albugínea), medula central e hilo, onde no córtex encontra-se os folículos envoltos em
tecido entromal (GUYTON; HALL, 2006).

2.2. Neuroendocrinologia

O sistema nervoso central (SNC) participa ativamente da regulação e operação de todo o


mecanismo do ciclo através do hipotálamo e da hipófise. As hormonas esteroides são
responsáveis pelo controlo do ciclo menstrual. O hipotálamo produz a hormona libertadora de
gonadotrofinas (GnRH) é liberado de forma pulsátil e controlado por feedback. Sua secreção
pulsátil é mais frequente e apresenta menor amplitude durante a fase folicula. As células
produtoras do GnRH são oriundas do bulbo olfatório e ficam localizadas no núcleo arqueado do
hipotálamo. O ciclo menstrual normal requer a manutenção da liberação pulsátil do GnRH em
frequência e amplitude normais.

A Dopamina é inibidora do GnRH e da prolactina, assim como a Serotonina influencia a


frequência e amplitude da liberação do GnRH

O neuropeptídio Y é produzido pelos neurônios hipotalâmicos e regulado pelos esteroides


gonadais

Sua função é estimular a liberação pulsátil do GnRH

A porção lateral da hipófise produz o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio


luteinizante (LH), e é responsiva à estimulação pulsátil do GnRH
O estradiol e a progesterona aumentam a secreção de endorfinas, sendo seus níveis mais
baixos durante a menstruação e mais elevados na fase lútea

A redução do pulso de LH está ligada ao aumento das endorfinas

Os opioides endógenos, principalmente a beta endorfina, inibem a secreção de


gonadotrofinas pela supressão da

granulosa de escamosa para cuboide e a formação de gap junctions

O folículo primordial torna-se folículo primário

2. fases do ciclo menstrual

Fase Folicular A nível do sistema nervoso central (SNC) inicia-se o estímulo para a
formação de folículos. A hormona libertadora de gonadotrofinas (GnRH) é produzida pelo
hipotálamo e libertada no sistema porta hipotálamo-hipófise, em pulsos de 90 minutos. Esta atua
na adenohipófise e estimula a produção de hormona folículo-estimulante (FSH) e hormona
luteinizante (LH). De uma forma genérica, a FSH irá atuar a nível das células da granulosa do
ovário e a LH nas células da teca. Ambas, FSH e LH, estão sujeitas a feedback negativo pelas
hormonas ováricas, assim como são estímulo negativo à produção de GnRH. A nível ovárico
tudo se inicia no recrutamento de folículos primários que avançam na maturação sob o estímulo
de FSH. O folículo primário é constituído por um oócito I rodeado de uma camada de células da
granulosa e pela zona pelúcida. Os ovários contêm cerca de 400.000 folículos primordiais no
início da idade fértil e a cada ciclo são recrutados pela FSH cerca de 6 a 12 folículos para
prosseguirem na maturação (teVelde ER, 2002). As células da granulosa proliferam, produzindo
nesta fase estrogénio e inibina B em quantidades crescentes (proporcionais ao estímulo e número
de células da granulosa). À medida que continuam a sua maturação progridem para folículos
secundários. Nestes surgem células da teca que produzem androstenediona sob o estímulo de LH.
A androstenediona vai ser captada pelas células da granulosa e convertida a estradiol sendo este
um dos motivos pelo qual o aumento de estradiol é mais marcado. Para que continuem a maturar
os folículos têm que manter este rácio estrogénios/androgénios elevado. Os folículos antrais
(folículos terciários) são constituídos por uma cavidade com líquido (o antro) que surge como
consequência da produção das células da granulosa. Este líquido é rico em estrogénios e irá nutrir
o oócito até se dar a ovulação. Geralmente apenas um atinge a fase de folículo maduro (folículo
de Graff), constituído por um oócito rodeado pela corona radiata (células da granulosa) no meio
do antro, fixo pelo cumulus oophorus. A seleção do folículo maduro ocorre pela diminuição da
FSH no fim da fase folicular, fruto de um feedback negativo pela inibina B. Nos folículos menos
desenvolvidos esta redução da FSH condiciona um rácio estrogénios/androgénios diminuído,
levando à atresia. O maior e mais avançado folículo tem maior capacidade de suportar esta
redução, mantendo estável a sua produção de estrogénio e mantendo o seu desenvolvimento. A
nível uterino nos primeiros dias o endométrio irá descamar constatando-se a menstruação. Segue-
se uma fase proliferativa da responsabilidade dos estrogénios: ocorre uma proliferação do
estroma endometrial e o desenvolvi- mento de glândulas endometriais. Os cílios tubares
apresentam movimentações de captação na perspetiva de captar o óocito.

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