Você está na página 1de 7

Bárbara Lorena | Medicina - Funepe

Fisiologia do ciclo menstrual


 Mecanismo para reprodução: gestação de feto único. Gravidez gemelar consiste em um processo patológico.
 Conceitos:
o Menacme: é o período de vida da mulher em que há potencial reprodutivo, se inicia com a menarca e termina com
a menopausa;
o Menarca: primeira menstruação;
o Menopausa: última menstruação.
 Predominância: atresia de todos os folículos nos ovários e não maturação visto que o objetivo consiste em conseguir uma
gravidez de feto ÚNICO. É importante lembrar que o evento que predomina nos ovários é atresia e não maturação.
 Por definição o 1º dia da menstruação consiste no início do sangramento ou D1 da menstruação
 Ciclo menstrual: não é a duração do sangramento; consiste no intervalo de tempo entre o 1º dia de menstruação e o 1º dia
da próxima menstruação
 Hormônios: substâncias sinalizadoras que promovem a comunicação entre tecidos distantes – comunicação endócrina,
parácrina e autócrina; eixo endócrino. GnRH, LH, FSH e esteroides sexuais. Sua ação é relacionada com a fração livre circulante.
 Fração ativa dos hormônios: não está ligada com outra substâncias, proporciona o efeito dos hormônios
 Molécula precursora em quantidade adequada transformada em substância final que necessita de uma enzima para
transformar no hormônio final = produção hormonal correta.
 A disponibilização da enzima possibilita a cascata de formação. Assim, é necessário a presença da enzima para o processo e o
estímulo desencadeante. Além disso, nos tecidos produtores de esteroides sexuais o que determina a formação de diferentes
hormônios é a expressão de enzimas próprias. Importante! Cada tecido possuem enzimas específicas sendo que as enzimas
dos testículos são diferentes dos ovários que são diferentes das adrenais
 O clearance normalmente é realizado por meio de sua atenuação ao ser transformado em um composto menos ativo,
comumente produtos solúveis na água e que serão excretados pela urina ou pela bile.
 Inativação: transformação em uma molécula menos ativa (normalmente mais hidrossolúvel ou seja solúveis em água –
eliminada pela urina ou pela bile), transformação em um composto parecido com menos atividade. Clearance normalmente
ocorre por meio de sua “atenuação” ao ser transformado em um composto menos ativo,

Eixo: hipotálamo-hipófise-ovário (HHO)


A função ovariana é regulada pelo eixo HHO, por meio da secreção pulsátil do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) e
da secreção de gonadotrofinas folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH).
Bárbara Lorena | Medicina - Funepe

Reações cruzadas entre moléculas semelhantes: por ex. alterações na tireoide


Conceito importantes: alças de retroalimentação – feedback positivo e negativo

 GNRH
Hormônio produzido por neurônios do núcleo arqueado do hipotálamo. Determina a cascata de
produção. Liberação em pulsos: tempo de ½ vida 2 a 4 minutos necessitando de um pulso contínuo.
Possui frequência e amplitude das ondas que mudam ao longo do ciclo menstrual e são
determinantes para a secreção dos hormônios LH e FSH pela adenohipófise
 1ª fase/folicular mais curtos, pulsos frequentes e de pequena amplitude
 2ª fase/periovulatória: mais longos e espaçados, aumento da frequência e da amplitude
 Fase lútea: diminuição da frequência e aumento da amplitude
Os pulsos sofrem influência dos fatores que agem sobre o hipotálamo (ex. norepinefrina estimula
e dopamina inibe, retrocontole dos esteroides sexuais, peptídeo c, peptídeo ovariano, meio
ambiente, luz, estresse, alterações endócrinas, etc.)
Influência externa + alças de feedback = interfere na alça de GNRH (estresse, ansiedade, anorexia,
bulimia, depressão...)

Gonadotrofinas: secreção pulsátil pela hipófise anterior em resposta ao estímulo do GnRH. Determinado pela pulsação do GNRH
– mobilização dos folículos, LH (ovulação), produzidos pela mesma estrutura, forma molecular parecida (fração alfa igual e fração
beta diferente; glicopeptídeos grandes; depende do AMPc - segundo mensageiro, para sua ação). Tem estrutura semelhante ao
TSH, ACTH, GH e prolactina de forma que alterações nos outros hormônios podem acarretar em alterações do ciclo menstrual,
de forma não programada.
 FSH
 LH

Esteroides sexuais: precursor comum é o colesterol entregue pelo LDL


São divididos em três grupos semelhantes que se diferenciam pela quantidade de carbonos – pregnanos, androstanos e estranos
SEMPRE será uma redução de carbonos durante o processo de metabolização, seguindo apenas um sentido. Pode haver
transformação dentro do mesmo grupo. NUNCA acrescenta carbonos.
 Pregnanos: 21 carbonos (progestinas e corticoides)
 Androstanos: 19 carbonos (testosterona, androstenediona, DHEA)
 Estranos: 18 carbonos (estradiol, estrona e estriol)

 Progestágenos: não tem produção periférica de progestágenos em não gravidas, as fontes são adrenais e ovários. Na fase
lútea a produção de progesterona aumenta de 20-30 vezes, normalmente < 1ng/mL após ovulação = 3-15 ng/mL. Não tem
produção periférica. Adrenal, placenta e corpo lúteo produzem a progesterona.
 Androgênios: a adrenal é a maior fonte, especialmente de androstenediona. Os maiores produtos androgênicos ovarianos
são o DHEA e a androstenediona
o DHEA metade da produção é derivada da adrenal, ¼ ovários e ¼ periférico
o Testosterona = ½ conversa periférica da androstenediona; ouca coisa do DHEA, ¼ ovários e ¼ adrenal
Observação: Androgênios em baixa dose são substratos e em alto dose induzem a atresia folicular por ultrapassarem a capacidade
de aromatização e ficarem acumulados, alterando o microambiente folicular. Doses baixas continuam o processo para produção
dos estranos, quando em doses altas pode haver o bloqueio.
Bárbara Lorena | Medicina - Funepe
 Estrogênios: Estradiol, estrona e estriol = cada um mais fraco do que o outro sendo mais importante o estradiol (atividade
biológica), estriol (metabólito inativo)
o O estradiol é o principal estrogênio ativo na mulher, é produzido a partir de duas vias mediada pela enzima
aromatase (P450arom), uma da testosterona e uma da androstenediona/estrona, sendo a última mais predominante
nas mulheres
o Estriol é um metabólito “inativo”, principal estrógeno presente na pós menopausa, que mantém algum nível de
função residual
Observação: 20-30% da estrona diária é produzida a partir de androstenediona adrenal

 SHBG: É um proteína carreadora dos hormônios sexuais produzidas no fígado; transporta a maioria dos hormônios sexuais na
corrente sanguínea (circulantes) ocorre a inativação dos hormônios enquanto está sendo transportado porém ainda tem
fração livre (manifestações clínicas). Frações ligadas a albumina e a globulina ligadora de corticosteroides (transcortina).
o Pouca SHBG = sobra mais fração livre = corticoides, androgênios, progestágenos, GH, insulina, IGF1 (insulin like
growth fator), resistência insulínica + hiperinsulinemia
o Muita SHBG = não sobra muito fração livre = gravidez, uso de hormônio externo como o estrogênio, hipertireoidismo
Interferem no ciclo pois atuam no funcionamento do hormônio
O nível de SHBG circulante é inversamente proporcional ao peso/gordura corporal, dessa maneira quanto maior o peso menor
o nível de SHBG e logo sobra mais fração livre e quanto menor o peso maior a quantidade de SHBG, não sobrando muita fração
livre. Ganho e perda alteram os níveis de hormônios sexuais. Gordura visceral (androgênica) = hiperinsulinemia,
hiperandrogenismo e diminuição do SHBG.

 Inibinas: peptídeos produzidos na granulosa, que acumulam-se no fluido folicular e alcançam a correte sanguínea. A função
das duas inibinas é inibir o FSH.
o Inibina A (2ª fase; lútea), estímulo do LH que assume a função, produção de inibina a que contribui para o nadir do
FSH nessa fase. Feedback negativo.
o Inibina B (1º fase; folicular), o FSH aumenta a inibina b que suprime o FSH. O pico de inibina b pós ovulação ocorre
por rotura do folículo e liberação do componente na cavidade peritoneal e que alcança a corrente sanguínea.
Produzida pelo ovários. Feedback negativo.

 Nos ovários: é separado em três fases (folicular, ovulatória e lútea) para estudo mas na verdade é um processo constante.
 Atividade ovariana constante, oócitos liberado em cada ciclo iniciou sua maturação em aproximadamente 85 a 90 dias antes
 A Atividade folicular tem início desencadeante por fatores desconhecidos mas com a puberdade, o maestro do eixo hormonal
passa a ser o GnRH

Teoria das duas células:


Existem dois tipos de células que agem dentro do folículo
1. Células da teca: derivado do estroma dos ovários com função de produção hormonal = receptores para o LH = comanda
a produção de andrógenos a partir do colesterol. Os andrógenos passam para as células da granulosa.
2. Células da granulosa: derivada das células germinativas (células especializadas originadas do folículo = receptores para
o FSH = aromatização dos androgênio produzidos na teca em estradiol. É necessário a presença da enzima aromatase.

 Folículos: Desde a vida intrauterina há formação de folículos e durante toda a vida ocorre atresia folicular; 20 semanas = 26-
7 milhões de folículos; no nascimento = 1-2 milhões, na menarca = 300-400 mil (No máximo 500 mil). Estimativa: 400 ciclos
menstruais, mil folículos por mês, 1 folículo ovula e o restante ocorre atresia.
 Folículos primordiais são recrutados; são responsivos ao FSH. Assim, ocorre um pool de folículos para não atresiarem em
cada ciclo mas apenas um vai conseguir se destacas e dominar. A seleção do dominante ocorre entre 5-7 dias do ciclo, os
demais sofrerão atresia em alguma fase do processo.

Ao começo de cada ciclo menstrual, os níveis de esteroides gonadais são baixos em virtude da sua diminuição desde o final da
fase lútea do ciclo anterior. Assim, com a involução do corpo lúteo, os níveis de FSH começa a se elevar contribuindo para o
Bárbara Lorena | Medicina - Funepe
recrutamento de folículos. A elevação dos níveis de estrogênio, provém de uma retroalimentação negativa sobre a secreção de
FSH hipofisário que começa a declinar próximo à metade da fase folicular. Os folículos em crescimento produzem inibina B, que
suprime a produção de FSH pela hipófise. O LH no entanto, em virtude dos níveis elevados de estradiol se mantem baixos mas ao
final da fase folicular observa-se o seu crescimento concomitante com o seu pico na fase ovulatória que ocorre após estimulação
estrogênica, ocorrendo de 24 a 36h depois, sendo que, este momento observa-se a transição da fase folicular para a fase lútea.
Além disso, ao final da fase folicular, observa-se receptores de LH e FSH nas superfícies das células da granulosa. Após ovulação
os níveis de progesterona se elevam. Com isso, a progesterona, estrogênio e a inibina A irão agir centralmente para suprimir a
secreção de gonadotrofinas e um novo crescimento folicular e permanecem elevados durante o tempo de vida do corpo lutéo,
diminuindo com a sua involução.

1. Folículo primordial: todos os folículos se encontram nessa fase até a puberdade; possui os oócitos paralisado na profáse
1 da meiose com uma única camada de células da granulosa envolvendo, produz hormônio antimulleriano (deixa os
folículos “parados” até entrar na vez de serem mobilizados, possuem predição na reserva ovariana, é importante a sua
dosagem para definir a quantidade de folículos primordiais para serem mobilizados, usado na FIV); quando começa a
responder ao FSH, cessa a produção do hormônio antimulleriano naquele folículo. Contribui para o aparecimento de
receptores.
2. Folículos primário: surge com a multiplicação das células da granulosa (cuboides) com aspectos primários separados do
estroma pela lâmina basal; células da granulosa são derivadas das células germinativas, células da teca são estromais;
observa-se a diferenciação da teca interna e externa, a granulosa já tem 3-6 camadas; com mais receptores, receptores
de FSH.
3. Folículos secundário: pelo menos duas camadas de células da granulosa, aparece a zona pelúcida (camada glicoproteica)
e a corona radiata (conjunto de células granulares presas à zona pelúcida), teca interna bem desenvolvida, estimulando
a presença de cada vez mais receptores de FSH e cada vez mais funcionante estando especializada porém ainda NÃO está
no auge da sua função pois depende do LH
4. Folículo pré-antral: início da formação do antro (cavidade repleta de líquido) passa a ter seu desenvolvimento ligado a
estimulação FSH quando aparecem os receptores, estimulando a produção de estrogênio melhorando o ambiente para
o folículo. Ocorre separação do processo – mobilização para formação do folículo dominante e o restante sofrerá um
processo de degradação e apoptose. Produção dos 3 tipos de esteroides mas o predomínio é de estrógenos. O próprio
FSH (sinergicamente com o estradiol) aumenta os receptores de FSH
5. Folículo antral: forma-se o folículo dominante, sem o FSH não ocorre aromatização não ocorrendo esse processo – não
há esterodoigenese e há acumulo de androgênios. As células da granulosa da corona radiata passam a formar o cúmulos
ooforus. Aparece o antro e passar a ser preenchido por fluido folicular que deverá ser rico em estrogênio para a
dominância do folículo. Ocorre aromatização. Quanto mais FSH, mais as células da granulosa irão trabalhar mais se tem
a produção de estrogênios.
6. Folículo pré-ovulatório – de Graaf: concomitante com o meio do ciclo sob ação do LH que começa a agir nessa parte,
observa-se a presença de receptores de LH contribuindo para a manutenção do ambiente para a gestação = produção de
progesterona depende do corpo lúteo = processo de luteinização; os demais folículos que não evoluíram aumentam a
produção androgênica = produção de libido no período peri-ovulatório (clinica). NÃO HÁ QUEDA ANDROGÊNICA, há
aumento de TODOS os esteroides na fase folicular tardia, com a diferença no microambiente folicular. Nesse caso, o
folículo todo é preparado. A testosterona liberada na corrente sanguínea e o microambiente do ovário deve ser rico em
estrogênio. A teca oriunda do estroma ovariano está muito vascularizada; o oócito QUASE completou sua divisão. Pico
de produção estrogênica 3 dias antes da ovulação + receptores de LH (induzidos pelo FSH) = pico pré-ovulatório de LH.
Nesse momento, ocorre luteinização da teca e da granulosa pelo LH, aparição de receptores de progesterona (aumento
12-24h antes da ovulação) e os receptores de progesterona na granulosa leva a inibição de mitoses assim, as células
param de crescer e se dividir. Fase prestes da ovulação. Ação de citocinas inflamatórias interferindo no processo. Pronto
para que ocorra a fecundação.
7. Corpo lúteo: ocorre a luteinização das células da granulosa e de algumas células da teca, havendo acúmulo de luteína no
seu interior (dando a cor amarelada); duração pré programada, não dura para sempre, determina o ciclo menstrual, 9-
11 dias de duração, ocorre apoptose e perda da função, queda de todos os hormônios. Se engravidar, o embrião produz
o HCG mantendo o corpo lúteo até que apareça a placenta (órgão produtor de progesterona – nesse momento, é a única
produção periférica, assume função endócrina), não é necessário o corpo lúteo será mantido apenas em caso de gravidez.
Observa-se aumento expressivo da vascularização para aumento o aporte de LDL para a produção de progesterona e
estradiol em grandes quantidades. Sem o HCG, perde a sua função e involui.
Cisto hemorrágico ou corpo lúteo hemorrágico: alguns desses vasos podem preencher o corpo lúteo de sangue, seu rompimento
pode causar uma emergência médica.
O que varia o tempo do ciclo menstrual de cada mulher? A primeira fase do ciclo (folicular) visto que a segunda fase (lútea) é fixa
– 9 a 11 dias.
Bárbara Lorena | Medicina - Funepe

CONCEITOS
Porque um folículo se torna dominante? Possui muitos receptores de FSH, respondendo bem ao FSH que está subindo, ocorre
muita aromatização (altos níveis de aromatase) possibilitando um microambiente estrogênico. Assim, os demais folículos não
conseguem permanecer em virtude da baixa quantidade de receptores de FSH. Em resposta ao aparecimento de FSH observa-se
a presença de receptores de LH, ocorrendo o aumento do estrogênio no antro e na corrente sanguínea fazendo feedback negativo
aumentando a inibina b, observa-se maior concentração da inibina a quando o folículo já está grande. Contribui para o
retrocontrole negativo do estradiol que levará à queda do FSH inibindo o crescimento de outros folículos. Produz inibina para ação
local e a distância (inicialmente comandado pelo FSH). Quando pré antral, tem inibina B em maior proporção e inibina A quando
já estiver grande.

CICLO OVARIANO
Separado em três fases
1. Fase folicular, 1ª dia do ciclo = 1º sangramento (começa pela menstruação), o sinal que o folículo foi selecionado para
ovular é a transformação em um ambiente risco em estrogênio. Assim, ocorre o aumento do estrogênio e da inibina B. O
estrogênio junto com FSH aumenta a quantidade de receptores dentro do folículo (sinergismo), aumento no sangue e
aumento no folículo, feedback negativo na hipófise e no hipotálamo, mecanismo que visa diminuir a influência do FSH
nos outros folículos. Alteração da secreção do GNRH. Ocorre para que não se mobilize muitos folículos por mês. Estimula
a aromatização. Fisiologicamente a queda do FSH não leva atresia do folículo dominante pois tem muitos receptores de
FSH do que os demais = ↑ dos níveis intra-foliculares mais altos de estrogênio – é mais sensível ao FSH, continua o
estímulo para a aromatização. Ocorre a queda gradual do FSH em virtude da determinação do folículo dominante (5º
dia do ciclo).
Desenvolvimento da teca e recebe mais vascularização.
Importante! Quando androgênio está ok = aromatização, produção de inibina B. Gráfico: o efeito do estradiol sobre o LH varia de
acordo com o tempo e concentração (níveis baixos = inibição); níveis altos = estímulo), o pico de estradiol proporcionado pelo
próprio folículo dominante é o estimulo pro pico de LH e a sua rotura. Estrogênio em níveis muito alto para de inibir o FSH assim,
ocorre feedback positivo para que ocorra o pico de FSH proporcionando a ovulação induzindo também o pico de LH. É
importante lembrar que a inibina potencializa o estímulo de LH na teca = mais androgênese.
Nos folículos maiores com muito estrogênio o FSH leva ao desenvolvimento de receptores de LH nas células da granulosa. A partir
daí o próprio LH leva ao aumento dos seus receptores. Observação: a presença do estrogênio é obrigatória. A ação do LH na teca
vai ser essencial para aumentar a produção androgênica e fornecer substrato para aromatase na granulosa.
A progesterona alta (sobe um pouco), inibe mitoses na granulosa contribuindo para a queda de estrogênio, aumenta a atividade
das enzimas proteolíticas, causa aumento do FSH contribuindo para o aumento de receptores de LH na granulosa, respondendo
bem ocorre a ovulação, aumenta a luteinização das células. Feedback negativo no hipotálamo e feedback positivo da hipófise. Não
tem pico e Lhe FSH se não tiver aumento da progesterona. A progesterona faz o estrogênio ter efeito positivo em cima do eixo
por potencializar a retroação positiva do estrogênio sobre o FSH e o LH no meio do ciclo. NÃO tem pico de LH e FSH se não tiver
o aumento da progesterona.
No folículo de sucesso, a resposta ao FSH aumenta e, nos outros ocorre a apoptose
5º dia começa a queda gradual do FSH precedendo o aumento do folículo dominante
Bárbara Lorena | Medicina - Funepe
Ovário policístico: folículos cheios de estrogênio impedindo a ovulação.

1. Fase folicular tardia: tem que haver níveis séricos de estradiol pelo menos 200pg/mL por pelo menos 50h para haver pico
de LH, devendo permanecer por pelo menos 27h para completar a maturação do oocito e para que ocorra a ovulação.
Todos os hormônios vão estar subindo. LH: Luteinização da granulosa e teca, retomada da meiose, síntese de
progesterona e prostaglandinas, mantem o estímulo para androgênese.

2. Fase ovulatória: a ovulação não e uma explosão, mas um conjunto de efeitos que levam a decomposição da camda
colagenosa e sua quebra com liberação do conteúdo folicular (e do cumulus ooforus) por fenômenos inflamatórios.
Elevação do estrogênio, FSH e LH, aumento de testosterona com aumento do libido, dor do meio causada pela irritação
em decorrência do líquido inflamatório na cavidade. A Ovulação ocorre 10-12h pós pico LH. O folículo normalmente já
atingiu 15mm. De forma geral, ↑ progesterona = ↑ pico de estrogênio = ↑ pico de FSH + ↑ pico de LH = OVULAÇÃO.
Dor do meio ou de Mittelschmerz: irritação peritoneal pós ovulação (liberação de fluido folicular na cavidade abdominal)

3. Fase lútea: iniciada após a ovulação com aparecimento do corpo lútero e com média de 14 dias. O aumento de hormônio
no 8º dia do ciclo contribui para o aparecimento do corpo lúteo. Nesse caso, a fase lútea tem uma duração pré-
determinada, a segunda fase do ciclo é fixa e a primeira altera implicando na mudança de ciclo entre as mulheres. Maior
vascularização, maior aporte de colesterol, maior produção de estrogênio e progesterona. Manutenção do LH e FSH
baixo. A partir de agora, se não ocorrer a gravidez haverá involução. Queda dos hormônios e da inibina desbloqueando
o eixo e a partir de agora ocorre o feedback para a produção de novos hormônios e volta para o primeiro dia de
menstruação. LH: aumenta entrada de LDL nas células, aumenta a produção de progestágenos, determina a produção de
inibina A, estimula produção de estradiol (que nessa fase é dependente do LH e necessário para a formação de receptores
de progesterona no endométrio. A queda do LH acontece por feedback negativo da progesterona alta, secundário a
queda do estrogênio (1º pico), depleção pituitária por down regulation dos receptores de GNRH, feedback negativo do
LH sobre o hipotálamo e feedback negativo do LH sobre seus próprios receptores.
Estradiol, progesterona e inibina fazem retrocontrole negativo e as gonadotrofinas encontram-se baixas. Estradiol, progesterona,
vascularização alcançam seu pico máximo por volta de 7-8 dias pós ovulação (o endométrio também está na sua capacidade
máxima nessa fase).
Observação: se houver gravidez, o HCG assume o controle do corpo lúteo até aproximadamente 10 semanas de gravidez quando
a placenta torna-se capaz de assumir a esterodoigênese. Para a manutenção da gravidez é necessário a presença da progesterona,
bem mais do que do estradiol. Com o fim do corpo lúteo, há diminuição da progesterona, do estradiol e da inibina, havendo nova
mobilização folicular mediada pelo FSH (início de um novo ciclo), mesmo antes da menstruação.

ENDOMÉTRIO: é uma estrutura funcional que responde aos hormônios, possui uma camada basal + camada funcional. É dividido
em três fases – menstrual, proliferativa e secretora. Não é necessário olhar para as gonadotrofinas pois só será responsivo ao
estrogênio e progesterona.
 Fase proliferativa: ação do estradiol proporcionando o aparecimento de mais receptores de estrogênio levando ao
aparecimento dos receptores de progesterona no final da fase proliferativa. Predominância do estrogênio nesse fase. Na
fase inicial é fino e denso. Estroma com necrose, leucócitos, fragmentação de vasos e evidências de reparo. Tem
glândulastubulares e curtas que vão se alongando e adquirindo aspecto tortuoso. Posteriormente as células estão cheias
de receptores estrogênicos sob estímulo do próprio estrogênio e então este aumenta receptores de progesterona.
Quando todos os receptores de progesterona estão ocupados (peri ovulação), alcança sua maior espessura 8-10 mm.
Observação: assume aspecto trilaminar na usg.

 Fase secretora: fase combinada pois observa-se inicialmente o aumento combinado da progesterona e do estrogênio.
Nessa fase, a progesterona possui de fato sua ação e assume o controle. Estradiol aumenta receptores de progesterona
e a progesterona leva a uma inibição dos receptores de estrogênio, de forma que a ação predominante no tecido é da
progesterona e os receptores de estrogênio vão diminuindo progressivamente. Proliferação cessa 3 dias pós ovulação,
as glândulas endometriais se dilatam e os vasos ficam espiralados. O estroma fica edemaciado a partir do 7º dia de
ovulação. Bloqueia a proliferação (espessamento), as glândulas vão ficando tortuosas e os vasos vão aumentando a
vascularização do endométrio para que permita o aporte de nutrientes. Leva a um processo de edema = ápice da função
do endométrio. Contribui para a formação de estradiol em estrona (menos ativo; metabolização para eliminação).
Estabilização das membranas lisossomais.

 Decidualização = desabamento do endométrio concomitante com a queda da progesterona é determinante para a


menstruação. Na gravidez, a progesterona continua alta e subindo e não descamação endometrial. Leva a isquemia,
vasoconstrição das arteríolas, perda tecidual o que por fim, resulta no sangramento. A privação da progesterona contribui
Bárbara Lorena | Medicina - Funepe
para a descamação do endométrio. Com a gravidez, não corre esse processo e haverá a manutenção dos níveis da
progesterona. Com o fim do corpo lúteo e consequente queda do estradiol e da progesterona (degradação das células
granulosas que estavam produzindo) ocorre desencadeamento irreversível dos eventos: reações vasomotoras levando
a isquemia endometrial (muito espessado) por vasoconstrição das arteríolas espiraladas, apoptoses, destruição das
membranas lisossomais e perda tecidual, resultando no sangramento menstrual. O endométrio chega a 1,25-4 mmm. Há
maior concentração de prostaglandinas e contração miometrial (dismenorréia).
O que faz a menstruação parar? Vasoconstrição das aa. Radiais e das espiraladas, colapso tecidual, estase vascular, ativação do
pluge plaquetário e da cascata de coagulação e a ação estrogênica de reparo.

 Importante! O estrogênio e a progesterona não age somente no eixo assim, observa-se a sua presença também no muco
cervical. Nesse caso, o muco cervical atua como uma barreira protetora. Com ação estrogênica é mais fluído, filante, rico
em água e assume uma característica de clara de ovo permitindo a migração de espermatozoides. Após a ovulação e no
começo do ciclo sob efeito da progesterona e sem o estrogênio fica espesso, turvo e não distensível para cristalizar
dificultando a entrada de espermatozoides.
 Na vagina, estrogênio e progesterona tem ação proliferativa. E a progesterona também tem aumento da descamação.
Nesse ponto, ocorre aumento do corrimento fisiológico.
 Mamas:
o Pré-menstrual: progesterona tem ação de vasodilatação e gera edema contribuindo para o aumento das mamas.
Aumento da circulação, gerando edema. Pode contribuir para a ocorrência de dor. Aumento do volume por ação
estrogênio e progesterona, que aumenta a circulação local e edema interlobular e da proliferação ducto acinar.
A mama fica mais edemaciada.
o Menstruação: redução do volume das mamas diminuindo o edema e os demais sintomas. Diminui o número de
células glandulares, redução do volume celular e no volume mamário. Com a queda dos níveis hormonais há
redução da atividade secretora do epitélio e diminui edema local
o Proliferativa: Aumento do desenvolvimento de glândulas mamárias preparando o corpo para a gestação. O
estrogênio estimula mitoses para o desenvolvimento epitelial.
o Secretora: os níveis crescentes de progesterona causam dilatação dos ductos mamários e diferenciação das
células epiteliais alveolares em células secretoras acinares

SITUAÇÕES ESPECIAIS
 SOP: ciclos anovulatórios, erro na pulsação do GnRH fazendo com que não ocorra uma secreção adequada do pico de LH
e o folículo não se preenche por estrogênio, não ocorre aromatização, fazendo com que os hormônios não sejam
produzidos de forma adequada. Folículos cheios de androgênio impedindo a ovulação. É necessário diminuir os
androgênios. Os níveis de progesterona alto impede que ocorra a ovulação e espessamento do muco cervical.
 Gravidez
 ACO
 Hiperplasia adrenal congenita tem aumento de 50x a taxa basal androgenica normal. Por deficiencia nas enzimas
aromatases
 Após a menopausa: com diminuição dos folículos, os ovários passam a ser praticamente apenas estroma, mas mantém
pequena função endócrina de produção androgenica que vai ser aromatizado no tecido adiposo periférico. No entanto,
as maiores fontes androgenicas continuam sendo as adrenais.
 Em casos de aumento do tecido estromal ovariano por tumor, por exemplo, há maior produção de testosterona. Mesmo
tumores benignos.
 Anastrozol e letrozol são inibidores de aromatase (usados para bloqueio do efeito estrogenico) em pacientes que tiveram
câncer de mama, por ex.

Você também pode gostar